Tiago Batista
ENCABRADVS FAMILIAE
Bibliografia
Esta face assenta no centro frénico e é formada maioritariamente pelo ventrículo esquerdo
Apresenta, a separar os ventrículos, o sulco Interventricular posterior, a separar as aurículas dos
ventrículos, o sulco coronário. A separar as aurículas, o sulco interauricular (de difícil perceção
no Netter e também a quando da dissecação). O ponto de intersecção entre o sulco
interventricular e o interauricular (e adicionalmente o sulco coronário), chama-se crux cordis.
Faces Pulmonares Esquerda e Direita
A face esquerda é quase totalmente formada pelo ventrículo esquerda, mas também a aurícula
esquerda.
A face direita é praticamente igual à face esquerda trocando o termo esquerdo por direito.
Artérias
Coronária Esquerda
Origem da artéria coronária esquerda no orifício do seio coronário esquerdo, relacionando-se
com o tronco pulmonar, aurícula esquerda (anteriormente e posteriormente respetivamente).
Esta artéria bifurca -se e dá origem à artéria interventricular anterior e à artéria circunflexa.
A artéria interventricular anterior irá dar origem à artéria do cone arterial, às artérias
ventriculares anteriores a qual se destaca a diagonal, às artérias do septais anteriores e inferiores
e finalmente às artérias recorrências que vascularizam o ápex.
A artéria circunflexa continua o seu trajeto pelo sulco coronário até chegar à face inferior ou
diafragmática do coração (um pouco antes da crux cordis) dando origem a artérias auriculares, à
artéria marginal esquerda, que percorre a margem obtusa do coração, e, finalmente, artérias
ventriculares posteriores esquerdas.
Este padrão de distribuição da artéria coronária esquerda faz com que esta vascularize a aurícula
e ventrículo esquerdos e a grande parte do septo interventricular.
Coronária direita
Origem da artéria coronária direita no orifício do seio coronário direito, relacionando-se com o
tronco pulmonar e com a aurícula direita (anteriormente e posteriormente respetivamente).
O trajeto desta artéria pode ser dividido em 3 segmentos:
-No 1º segmento, a artéria coronária percorre o seio coronário até à margem direita, havendo
artérias auriculares do qual se destaca o nodulo sinusal, a artéria do cone arterial e artérias
ventriculares anteriores destacando-se a artéria marginal direita.
-No 2º segmento, que vai da margem direita até à crux cordis, existe a artéria marginal direita e
as artérias ventriculares posteriores.
-No 3º segmento, que corresponde ao septo interventricular posterior, há a artérias septal
posterior e a artéria póstero-lateral direita (percorre a metade esquerda do sulco coronário).
A artéria coronária direita vasculariza a aurícula direita, o ventrículo direito, o nodo sinusal, o
septo interauricolar, o terço póstero-inferior do septo interventricular, uma porção da aurícula
esquerda e uma parte posterior do ventrículo esquerdo.
Veias
Seio Coronário
Tem origem na porção dilata da grande veia cardíaca e termina no orifício do seio coronário na
aurícula direita.
Recebe quatro afluentes principais, que são: a grande veia cardíaca, a veia cardíaca media, a
pequena veia cardíaca e a veia cardíaca posterior.
Também a veia obliqua de Marshall vai ser um afluente do seio coronário.
Veias De Thebesius
Drenam diretamente os compartimentos cardíacos. Existem muitas na aurícula e ventrículo
direito e ocasionalmente são relacionadas com a aurícula esquerda.
RELAÇÕES
Face esternocostal
Face posterior do esterno, cartilagens costais (2º a 4º pares), musculo transverso do tórax,
artérias torácicas internas, timo, pulmões e pleuras, vasos pericárdico-frénicos e nervo frénico
direito.
Face diafragmática
Centro frénico e com a face superior do lobo esquerdo hepático (à direita) e com o fundo
gástrico (à esquerda)
Base
De anterior para posterior: nervos vagos e esófago, artéria aorta torácica, veia ázigos (esquerda)
e veia hemiazigos (direita), canal torácico, corpo vertebral de T6 e ligamento longitudinal
anterior.
Conformação Interna
Aurícula Direita
A aurícula direita pode ser dividida em duas porções: na porção antero-direita que é rugosa
(principalmente na parede lateral) e envia o sangue para o ventrículo direito; postero-esquerda
que é maioritariamente lisa e apresenta os orifícios das veias cavas (superior e inferior).
É uma estrutura cuboide que apresenta 6 faces/paredes: face anterior, posterior, medial, lateral,
superior e inferior (tal como a aurícula esquerda).
Parede Anterior
A parede anterior é constituída pelo orifício aurículo ventricular direito onde se encontra a
válvula tricúspide (estrutura descrita mais à frente).
Parede Posterior
A parede posterior é lisa e é delimitada superiormente e inferiormente pelos orifícios das veias
cava superior e inferior, respetivamente. Medialmente é delimitada pelo septo interauricular e
lateralmente pela crista terminalis de His.
Parede Medial
A parede medial corresponde basicamente ao septo interauricular. Contem a fossa oval (a fossa
oval corresponde ao orifício oval num estádio embrionário) .
Parede Lateral
A parede lateral é rugosa, pois contem os músculos pectíneos (de 3ª ordem) que nascem da
crista terminalis de His.
Parede Superior
A parede superior apresenta o orifício da veia cava superior, limitado anteriormente pela entrada
do apêndice auricular, ângulo que maraca a origem da crista terminalis de His e o ponto do nodo
sinusal, onde se encontra o nodo sinusal.
Parede Inferior
A parede inferior apresenta o orifício da veia cava inferior com a válvula de Eustáquio, o
orifício do seio coronário com a válvula de Thebesius. Entre estes dois orifícios, quando a
válvula de Eustáquio se funde com a de Thebesius forma-se a fita sinusal ou ligamento de
Todaro. Também existe uma área triangular visível na parede septal: o triangulo de Koch
delimitado pelo bordo aderente do folheto septal da válvula tricúspide (anteriormente), pelo
ligamento de Todaro (posteriormente) e pelo orifício do seio coronário (inferiormente)
Ventrículo Direito
O ventrículo direito (tal como o ventrículo esquerdo) apresenta forma de uma pirâmide com
orientação antero-infero-esquerdo e base postero-superior. Tem uma base e 3 faces/paredes:
anterior, inferior e septal/medial.
Base
A base é constituída pelo orifício aurículo-ventricular direito, que contem a válvula tricúspide, e
pelo orifício da válvula do tronco pulmonar.
Parede Anterior
A parede anterior é rugosa devido aos músculos papilares anteriores (1ª ordem) que se inserem
na porção lateral desta parede e:
-Posteriormente: emitem as cordas tendinosas que se vão inserir nos folhetos anterior e posterior
da válvula tricúspide;
-Medialmente: a trabécula septo-marginal (2ªordem) que se vai inserir na porção inferior do
infundíbulo e une-se à crista supraventricular de His
Parede Inferior
Apresenta os musculo papilares posteriores (1ºordem) que emitem cordas tendinosas que se vão
inserir nos folhetos anteriores e septal.
Parede Septal
A parede septal corresponde ao septo interventricular. Nesta parede encontram-se os músculos
papilares septais destacando-se o musculo papilar do infundíbulo (ou musculo de Lancisi) cujas
cordas tendinosas emitidas se vão inserir nos folhetos anterior e septal da válvula tricúspide. O
infundíbulo é separado da válvula tricúspide pela crista supraventricular de His.
Válvula Tricúspide
A válvula tricúspide tem 28-30 mm de diâmetro e apresenta um orifício com forma oval e
triangular, com orientação antero-infero-esquerda. Tem 3 folhetos e duas comissuras: folhetos
anterior, posterior e septal; comissuras lateral (entre folheto anterior e posterior) e posterior
(entre folheto posterior e septal)
Válvula Pulmonar
A válvula pulmonar tem 72mm de perímetro e 23-24 mm de diâmetro está num plano superior a
todas as válvulas. Tem orientação postero-supero-esquerda e é um orifício com forma circular.
Apresenta 3 valvas: a anterior, direita e esquerda e por la passa o nodulo de Morgagni e seios
pulmonares.
Aurícula Esquerda
Ventrículo Esquerdo
Válvula Aórtica
A válvula aórtica tem 70 mm de perímetro e 21-22mm de diâmetro. Tem orientação antero-
supero-direito.
A válvula apresenta três valvas: direita, esquerda e posterior e apresentam o nodulo de Arantius
e os seios coronários.
Septo Interventricular
Epicárdio
Revestimento epitelial externo do miocárdio (lâmina visceral do pericárdio fibroso).
Endocárdio
Revestimento epitelial interno do miocárdio (membrana que reveste as cavidades cardíacas).
Esqueleto Fibroso
O esqueleto fibroso tem como função separar e isolar eletricamente as aurículas dos ventrículos.
Os anéis fibrosos direito e esquerdo dão inserção às válvulas tricúspide e mitral. Os anéis
aórtico e pulmonar correspondem somente às inserções dos bordos aderentes das valvas das
válvulas aórtica e pulmonar.
Os trígonos fibrosos, direito e esquerdo, são condensações fibrosas.
O direito está entre os anéis fibrosos direitos e esquerdo correspondendo ao corpo fibroso
central. O vértice e lados formam-se entre o folheto septal da tricúspide e o folheto anterior da
mitral. A base insere-se na valva aórtica posterior.
O esquerdo está entre os anéis esquerdo e o aórtico. A cortina mitro-aórtica estabelece
continuidade entre o folheto anterior da mitral e o triangulo entre os bordos aderentes da valva
aórtica posterior e a aórtica esquerda. A cortina mitro-aórtica continua-se nas suas extremidades
com os dois trígonos fibrosos.
Miocárdio
O miocárdio é um musculo único no nosso organismo sendo classificado como estriado
cardíaco. É constituído pelos anéis fibrosos e pelo complexo estimulante e condutor nervoso do
coração.
Tecido Cardionetor
São células musculares especializadas na criação e condução de potenciais de ação.
O nodo sinusal (Keith-Flack) ou sino-auricular (SA) é elítico com 8mm, no flanco direito da
terminação da veia cava superior, entre as paredes superior e posterior da aurícula direita, na
região da origem do sulco terminalis de His. Origina fibras para as aurículas – os feixes
interauriculares e feixes inter-nodais que percorrem o miocárdio em direção ao nodo aurículo-
ventricular. O nodo aurículo-ventricular (Aschoff-Tawara) encontra-se na espessura do septo
interventricular. O feixe auriculoventricular de His percorre o septo membranoso e quando
chego ao septo muscular bifurca-se e origina dois ramos. O ramo direito percorre a parede septal
do ventrículo direito, percorre a trabécula septo-marginal ate ao musculo papilar anterior e
ramifica-se na rede de Purkinje. O ramo esquerdo atravessa o septo interventricular, alcança a
parede septal do ventrículo esquerdos bifurca-se também em dois ramos: anterior e posterior
para os músculos papilares respetivos ramificando-se na rede de Purkinje.
Linfáticos
Rede subendocárdica - externa ao endocárdio, sendo abundante a nível dos ventrículos e septo
interventricular.
Rede subepicárdica – muito abundante a nível do ápice do coração e na face esquerda do
ventrículo esquerdo.
Nervos
Anastomoses Arteriais
As anastomoses arteriais podem ser superficiais ou profundas (tal como as anastomoses
venosas).
As anastomoses arteriais superficiais observam-se na aurícula direita, ao nível da crux cordis, no
ápex do coração e nas faces anterior e inferior dos ventrículos. As anastomoses arteriais
profundas encontram-se no septo interauricolar, no septo interventricular (entre as artérias
septais anteriores e as septais posteriores).
Anastomoses Venosas
As anastomoses venosas superficiais observam-se entre as veias interventriculares, entre a veia
interventricular anterior e a veia cardíaca pequena assim como também com as veias marginais
esquerda e direita. Podemos também encontrar entre a veia interventricular posterior e as veias
ventriculares posteriores. As anastomoses venosas profundas encontram-se entre as veias
cardíacas mínimas, entre as veias cardíacas mínimas e veias cardíacas anteriores (na aurícula
direita) e entre as veias cardíacas mínimas e a veia interventricular anterior.
Pericárdio
O pericárdio é um saco fibro-seroso que envolve o coração e os grandes vasos que a ele chegam.
É constituído por duas porções: pericárdio fibroso e pericárdio seroso. Este último apresenta
duas laminas, uma visceral (ou epicárdio) e outra parietal.
O pericárdio fibroso tem a forma de um tronco cónico, com uma base, um vértice, duas faces e
duas margens.
A face anterior relaciona-se com a face mediastínica dos pulmões. A sua face posterior
relaciona-se com os órgãos contidos no mediastino posterior. Lateralmente relaciona-se com a
porção mediastínica da pleura, nervos frénicos e vasos pericárdico-frénicos. O vértice envolve
os grandes vasos. A base repousa sobre o centro tendinoso do diafragma.
A serosa pericárdica e constituído por uma lamina parietal e uma visceral.
A lamina parietal é muito fina e atapeta a superfície interna do pericárdio fibroso.
A lamina visceral ou epicárdio cobre a porção ventricular do coração, comportando se de modo
diferente ao nível das aurículas.
Entre a face anterior das aurículas e os seus átrios e os flancos posteriores da aorta ascendente
do tronco pulmonar, encontra-se um canal transversal, o sei transverso do pericárdio.
Entre os dois pedículos venosos encontra-se um grande recesso, que separa o esófago das
aurículas que é o seio obliquo do pericárdio.
Existem mais três recessos: ao nível do pedículo arterial, ao nível do pedículo venoso direito e
ao nível do pedículo venoso esquerdo
Meios de fixação do
pericárdio
-Ligamento vertebro-pericárdico
Inserções:
Face anterior da sétima vertebra
cervical, primeira, segunda e terceira
vertebras torácicas e depois no vértice
do pericárdio.