Brasília-DF.
Elaboração
Produção
Apresentação................................................................................................................................... 5
Introdução...................................................................................................................................... 8
Unidade i
manutenção...................................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
Evolução e histórico da manutenção............................................................................. 9
CAPÍTULO 2
Conceitos e tipos de manutenção................................................................................... 12
Unidade iI
leiaute – Arranjo físico................................................................................................................. 26
CAPÍTULO 1
Considerações gerais...................................................................................................... 26
Capítulo 2
Fatores na elaboração do leiaute/arranjo físico........................................................ 37
Capítulo 3
Dimensionamento de áreas............................................................................................... 43
Unidade iII
Segurança nos trabalhos em instalações e serviços em eletricidade.................................... 52
CAPÍTULO 1
Considerações gerais...................................................................................................... 52
Capítulo 2
Medidas de controle do risco elétrico........................................................................ 59
Unidade iV
Segurança em canteiros de obras............................................................................................... 74
CAPÍTULO 1
Considerações gerais...................................................................................................... 74
Capítulo 2
Os riscos e sua prevenção em cada etapa da obra....................................................... 80
Capítulo 3
O programa de condições e meio ambiente de trabalho – PCMAT............................... 90
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 96
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para
vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de to rná-la subsídio valioso, de modo a facilitar
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões
para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e
pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos
e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).
Avaliação Final
7
Introdução
Os acidentes de trabalho têm suas causas ligadas às condições inseguras de um ambiente de trabalho.
Tanto o local de trabalho quanto o material a ser trabalhado e a máquina (o equipamento) a ser
utilizados podem ser inseguros. A questão de base é como, efetivamente, ter e manter condições
seguras nos locais de trabalho.
Para se ter condições seguras, adequadas e apropriadas à realização das atividades de produção, o
ponto fundamental é elaborar um projeto específico para este fim, com um profissional habilitado. Ou
seja, o local de trabalho será tanto mais seguro e adequado às tarefas laborais quanto melhor for o seu
projeto de instalação (ou de reforma), o qual deve ser elaborado especificamente para aquela atividade.
Para se manter condições seguras, adequadas e apropriadas para a realização das atividades de
produção, o ponto fundamental é elaborar um programa específico de manutenção, com um
profissional habilitado. Ou seja, o local de trabalho se manterá mais seguro e adequado às tarefas
laborais quanto melhor for o seu programa de manutenção, o qual deve conter o escopo das
atividades específicas de controle e monitoramento dos desempenhos esperados em cada função
(instalação, máquina ou equipamento).
Este Caderno de Estudos e Pesquisa não pretende adentrar nas áreas de projetos específicas de cada
formação (civil, elétrica, mecânica etc.), pois são atribuições específicas de cada profissional destas
áreas. A proposta aqui é apresentar os principais pontos que devem ser observados em um ambiente
de trabalho para que seus projetos de implantação/instalação e seus programas de manutenção
contenham os requisitos mínimos para garantir condições de segurança e saúde dos trabalhadores
que ali irão trabalhar.
Objetivos
»» Apresentar os conceitos de manutenção.
8
manutenção Unidade i
CAPÍTULO 1
Evolução e histórico da manutenção
A atividade de manutenção tem passado por inúmeras mudanças nas últimas décadas. Essa
“evolução” da atividade de manutenção se torna necessária para acompanhar o avanço nas técnicas
e nas tecnologias de produção e estas alterações têm ocorrido por diversos fatores, principalmente:
(i) projetos mais complexos, com o respectivo aumento do número e diversidade dos itens que têm
de ser mantidos; e (ii) novas técnicas de manutenção, com novos enfoques sobre a organização da
manutenção e suas responsabilidades.
O profissional de manutenção tem de reagir rápido a essas mudanças! Essa nova postura inclui
uma crescente conscientização de quanto uma falha de equipamento afeta a segurança e o meio
ambiente, uma maior conscientização da relação entre manutenção e qualidade do produto, uma
maior pressão para conseguir alta disponibilidade e confiabilidade da instalação, ao mesmo tempo
em que se busca a redução de custos. Essas alterações estão exigindo novas atitudes, habilidades e
competências dos profissionais da manutenção e têm atingindo todos os setores da empresa.
Cronologicamente, a evolução da manutenção pode ser dividida em três gerações distintas, segundo
Kardec e Nascif (2001): (i) antes da Segunda Guerra Mundial, (ii) entre a Segunda Guerra Mundial
e meados da década de 1960, e (iii) a partir da década de 1970.
A primeira geração dos sistemas de manutenção abrange o período antes da Segunda Guerra
Mundial, quando a indústria era pouco mecanizada, os equipamentos eram simples e, na sua
grande maioria, superdimensionados. Devido à conjuntura econômica da época, a produtividade
não era uma questão prioritária. Desta forma, não era necessária uma manutenção sistematizada;
apenas serviços de limpeza e lubrificação e os reparos só eram realizados após a quebra, ou seja, a
manutenção era fundamentalmente corretiva.
A segunda geração dos sistemas de manutenção começa com a Segunda Guerra Mundial e vai até
meados dos anos 1960. A demanda por uma diversidade de produtos vai aumentando de maneira
considerável, ao mesmo tempo em que o contingente de mão de obra industrial vai diminuindo
sensivelmente. A “solução” encontrada foi o aumento da mecanização da produção, com um
consequente aumento da complexidade das instalações industriais.
Fica cada vez mais evidente a necessidade de haver uma maior disponibilidade, bem como
uma maior confiabilidade, para se atingir uma maior produtividade. O setor industrial passa a
9
UNIDADE I │ MANUTENÇÃO
A terceira geração dos sistemas de manutenção começa a se delinear na década de 1970, acompanhando
e acelerando o processo de mudança nas indústrias. O foco era evitar uma paralisação da produção,
pois esta diminuía a capacidade de produção e aumentava os custos além de influenciar diretamente
a qualidade dos produtos. Os efeitos dos períodos de paralisação da produção foram se agravando
pela utilização de sistemas just in time, nos quais há estoques reduzidos para a produção, já que
pequenas pausas na produção/entrega poderiam significar até a paralisação de uma fábrica.
Na fase de projeto, o levantamento de dados deve incluir e envolver os usuários das fases posteriores
(operação e manutenção), os quais devem esclarecer quais as necessidades reais para a realização de
suas tarefas, com nível de detalhamento, pois as definições realizadas na fase de projeto irão impactar
diretamente nas demais fases, com consequências no desempenho (confiabilidade, produtividade,
10
manutenção │ UNIDADE I
A escolha dos equipamentos deverá considerar a sua adequação ao projeto (correto dimensionamento),
a capacidade inerente esperada (por meio de dados técnicos, TMEF – tempo médio entre falhas),
a qualidade, a manutenibilidade, além do custo-eficiência. Deve ser considerada como uma
necessidade estratégica na fase de projeto a padronização com outros equipamentos do mesmo
projeto e com equipamentos já existentes na instalação, de forma a se obter uma redução no estoque
de sobressalentes e uma maior facilidade nas operações de operação e manutenção.
A fase de instalação deve prever cuidados com a qualidade da implantação do projeto e as técnicas
utilizadas para essa finalidade. Quando a qualidade não é apurada, muitas vezes são inseridos
pontos potenciais de falhas que se mantêm ocultos por vários períodos e se manifestam somente
quando o sistema é fortemente solicitado, ou seja, quando o processo produtivo está operando a
pleno vapor e, portanto, necessitando de maior confiabilidade.
As fases de manutenção e de operação terão por objetivo garantir a função dos equipamentos,
sistemas e instalações no decorrer de sua vida útil e a não degeneração do desempenho. Nesta
fase da existência, normalmente são detectadas as deficiências geradas no projeto, na seleção de
equipamentos e na instalação. Mesmo que se apliquem as mais modernas técnicas, a manutenção
encontrará dificuldades de desempenho de suas atividades decorrentes de uma não interação entre
as fases anteriores. A confiabilidade, portanto, tenderá a permanecer num patamar inferior ao
inicialmente previsto.
11
CAPÍTULO 2
Conceitos e tipos de manutenção
Os danos nas máquinas e nos equipamentos podem ser causados por inúmeros fatores, tais como:
Para que essa análise possa ser benfeita, não basta apenas examinar a peça que gerou a falha. É
necessário efetuar um levantamento de todo o histórico da operação e manutenção da máquina:
como a falha ocorreu, quais os sintomas, se a falha já aconteceu em outra ocasião, quanto tempo a
máquina trabalhou desde a sua aquisição, quando foi realizada a última reforma, quais os reparos já
feitos na máquina, em quais condições de serviço ocorreu a falha, quais foram os serviços executados
anteriormente, quem era o operador da máquina e por quanto tempo ele a operou.
Ou seja, o levantamento deverá ser o mais minucioso possível para que a causa da ocorrência fique
perfeitamente determinada. Portanto, as duas medidas principais dessa análise são: (i) uma observação
pessoal das condições gerais da máquina, e (ii) um exame do seu dossiê (arquivo ou pasta).
12
manutenção │ UNIDADE I
O passo seguinte é diagnosticar o defeito e determinar sua localização, bem como decidir sobre a
necessidade de desmontagem da máquina. A desmontagem completa deve ser evitada, pois: (i) os
custos associados podem ser elevados, (ii) o tempo de desmontagem, conserto e montagem pode ser
expressivo, e (iii) pode comprometer a produção. Após a localização do defeito e a determinação da
desmontagem, o responsável pela manutenção deverá colocar na bancada as peças interligadas, na
posição de funcionamento.
A ocorrência de falhas é inevitável quando aparecem por causa do trabalho executado pela máquina.
Nesse aspecto, a manutenção restringe-se à observação do progresso do dano para que se possa
substituir a peça no momento mais adequado. Este é o procedimento efetuado, por exemplo, com
os dentes de uma escavadeira que vão se desgastando com o tempo de uso.
»» maior rendimento;
»» menores custos;
Tipos de manutenção
A maneira pela qual é feita a intervenção em equipamentos, sistemas ou instalações caracteriza
os vários tipos de manutenção existentes. Há uma grande diversidade de denominações para
qualificar a atuação da manutenção, o que pode até provocar certa confusão na caracterização
dos tipos de manutenção. Segundo Tavares (1997), algumas práticas básicas definem os tipos
principais de manutenção.
»» Manutenção preventiva;
»» Manutenção preditiva;
»» Manutenção detectiva;
»» Engenharia de manutenção.
Os diversos tipos de manutenção podem ser considerados, também, como políticas de manutenção,
desde que a sua aplicação seja o resultado de uma definição gerencial ou política global da instalação,
baseada em dados técnico-econômicos. Várias ferramentas disponíveis e adotadas hoje em dia têm
em sua denominação a palavra Manutenção. É importante observar que elas não são novos tipos
de manutenção, mas apenas ferramentas que permitem a aplicação dos seis tipos principais de
manutenção. Entre elas, destacam-se:
13
UNIDADE I │ MANUTENÇÃO
Manutenção corretiva
Manutenção corretiva é a atuação para a correção de uma falha ou de um desempenho menor que o
esperado. Ao atuar em um equipamento que já apresenta um defeito ou um desempenho diferente
do esperado, estamos fazendo manutenção corretiva. Portanto, a manutenção corretiva não é,
necessariamente, uma manutenção de emergência. Existem duas condições especificas que levam à
manutenção corretiva.
»» Ocorrência da falha.
Manutenção corretiva não planejada é a correção da falha de maneira aleatória, sem nenhum tipo
de planejamento ou estratégia preliminar. Caracteriza-se pela atuação da manutenção em fato já
ocorrido, seja este uma falha ou um desempenho menor que o esperado. Na maioria das vezes,
não há nem procedimentos estabelecidos para realizar a ação de manutenção, muito menos peças
sobressalentes para uma operação mais rápida. Em alguns casos, somente após a constatação
fortuita da ocorrência da falha é que serão definidas: (i) a compra do material necessário
para a correção; (ii) o serviço a ser realizado, e (iii) a definição do profissional para realizar
este serviço.
É um tipo de manutenção que deveria ser abolido das práticas das empresas, pois demonstra o
desconhecimento e o “descontrole” do seu sistema de produção. Normalmente, a manutenção
corretiva não planejada implica custos mais elevados, pois a quebra inesperada pode acarretar
perdas de produção, perda da qualidade do produto e maiores custos indiretos de manutenção.
Além disso, quebras aleatórias podem ter consequências bastante graves para um equipamento, ou
seja, a extensão dos danos pode ser maior. Em plantas industriais de processo contínuo (petróleo,
petroquímico, cimento etc.), interromper processamentos críticos (com pressões, temperaturas, ou
vazões elevadas) de forma abrupta para reparar um determinado equipamento pode comprometer
a qualidade de outros equipamentos que vinham operando adequadamente, levando-os a colapsos
após a partida ou a uma redução da campanha da planta. Exemplo típico é o surgimento de
vibração em grandes máquinas que apresentavam funcionamento suave antes da ocorrência de um
procedimento de manutenção (KARDEC e NASCIF, 2001).
14
manutenção │ UNIDADE I
Manutenção corretiva planejada é a correção do desempenho menor que o esperado ou da falha, por
decisão gerencial, isto é, pela atuação em função de acompanhamento preditivo ou pela decisão de
operar até a quebra. Um trabalho planejado sempre terá melhor qualidade e será mais barato, mais
rápido e mais seguro do que um trabalho não planejado.
A decisão de se adotar uma política de manutenção corretiva planejada pode advir de vários fatores:
»» a falha não provoca nenhuma situação de risco para o pessoal ou para a instalação;
No “modelo” de manutenção corretiva planejada, a sequência seria: (i) em uma vistoria de rotina,
alguém da equipe de manutenção verifica a ocorrência de uma lâmpada queimada; (ii) o responsável
pela edificação é informado, requisita uma lâmpada sobressalente do almoxarifado e destaca um
funcionário para realizar o serviço; (iii) o funcionário destacado, pega a lâmpada sobressalente e
as ferramentas necessárias para o serviço, definidas no procedimento escrito (manual) para o qual
foi treinado e realiza o serviço; (iv) a lâmpada queimada é colocada no local correto para a sua
disposição final.
Manutenção preventiva
Manutenção Preventiva é a atuação realizada de forma a reduzir ou evitar a falha ou queda no
desempenho, obedecendo a um plano previamente elaborado, baseado em intervalos definidos de
15
UNIDADE I │ MANUTENÇÃO
Ao longo da vida útil de um equipamento, a falha entre duas intervenções preventivas não pode ser
descartada, fato este que implicará uma ação corretiva. Os seguintes fatores devem ser levados em
consideração para a adoção de uma política de manutenção preventiva.
Ou seja, a manutenção preventiva será mais interessante para a empresa: (i) quanto maior for
a simplicidade na reposição; (ii) quanto mais altos forem os custos de falhas; (iii) quanto mais
prejudicarem a produção, e (iv) quanto maiores forem as implicações das falhas na segurança
pessoal e operacional.
A manutenção preventiva proporciona um conhecimento prévio das ações, permitindo uma boa
condição de gerenciamento das atividades e nivelamento de recursos, além de previsibilidade de
consumo de materiais e sobressalentes. Entretanto, sob o enfoque da produção promove, geralmente,
a retirada de equipamento ou sistema de operação para a execução dos serviços programados. Desta
forma, é comum a ocorrência de questionamentos à adoção de uma manutenção preventiva em
equipamentos, sistemas ou plantas nos quais a manutenção corretiva pode ser aplicada. Costuma-se
atribuir à manutenção preventiva a introdução de defeitos não existentes no equipamento, mas estes
podem ser introduzidos em qualquer ação de manutenção, não só na preventiva, principalmente
devido a:
16
manutenção │ UNIDADE I
A troca de óleo dos motores dos veículos é um exemplo de ação baseada na manutenção preventiva.
A troca do óleo deve ser realizada em intervalos estabelecidos de quilometragem do veículo,
independentemente do desempenho do motor. Atualmente, todos os veículos trazem em seus
manuais a recomendação de um plano de manutenção preventiva, com um conjunto de ações que
devem ser realizadas ao se atingir quilometragens estabelecidas ou intervalos de tempo.
Plano de manutenção preventiva é o conjunto de medidas e cuidados que devem ser tomados
para evitar: (i) desgastes e quebra de equipamentos e componentes da instalação; (ii) aumento
do consumo de energia elétrica; (iii) perda de capacidade de produção; (iv) paradas bruscas da
instalação devido às falhas, e (v) prejuízos financeiros.
Toda e qualquer instalação industrial pode possuir um plano de manutenção preventiva, mas
cada instalação exige seu próprio plano de manutenção, pois cada plano é feito com base em
equipamentos e componentes da instalação, principalmente com base nos manuais dos fabricantes
dos equipamentos. Portanto, não deve ser aproveitado o plano de manutenção de uma instalação
em outra! No limite, podemos utilizar o plano de uma instalação como base para iniciar o trabalho
e, a partir dele, criar um plano adequado para a nova instalação em questão.
Todo plano de manutenção preventiva deve ser de fácil entendimento e sempre deve existir uma
cópia nas salas de máquinas, em local acessível. O profissional responsável pela operação da
instalação deve ter o plano de manutenção sempre em mão, devendo seguir rigorosamente todos os
procedimentos e respeitar corretamente todos os intervalos de tempo mencionados, para garantir
que a instalação tenha uma vida útil maior sem necessidade de paradas.
Manutenção preditiva
Segundo Mirshawaka (1991), a Manutenção Preditiva – também conhecida como Manutenção Sob
Condição ou Manutenção com Base no Estado do Equipamento – pode ser definida da seguinte
forma: “é a atuação realizada com base em modificação de parâmetro de condição ou desempenho,
cujo acompanhamento obedece a uma sistemática”.
17
UNIDADE I │ MANUTENÇÃO
intervenção nos equipamentos ou sistemas, pois as medições e as verificações são efetuadas com
o equipamento produzindo.
»» As falhas devem ser oriundas de causas que possam ser monitoradas e ter sua
progressão acompanhada (intensidade de corrente, vibração etc.).
Com a adoção de práticas de manutenção preditiva, a redução dos acidentes por falhas “catastróficas”
em equipamento tem sido significativa. A ocorrência de falhas não esperadas também é reduzida,
proporcionando, além do aumento de segurança pessoal e da instalação, uma redução de paradas
inesperadas da produção, as quais podem implicar grandes prejuízos, dependendo do tipo de
planta. Em relação à produção propriamente dita, a manutenção preditiva é a que oferece melhores
resultados, pois intervém o mínimo possível na planta.
Os custos envolvidos na Manutenção Preditiva devem ser analisados por dois enfoques.
18
manutenção │ UNIDADE I
É fundamental que a mão de obra da manutenção responsável pela análise e diagnóstico seja
capacitada. Não basta medir; é preciso analisar os resultados e formular diagnósticos. Embora isso
possa parecer óbvio, é comum encontrar-se, em algumas empresas, sistema de coleta e registro de
informações de acompanhamento de Manutenção Preditiva que não produzem ação de intervenção
com qualidade equivalente aos dados registrados (MIRSHAWAKA, 1991).
»» Aumentar a produtividade.
A manutenção preditiva tem como base o conhecimento e análise dos fenômenos, o que torna
possível indicar, com antecedência, eventuais defeitos ou falhas em máquinas e equipamentos. Após
a análise do fenômeno, devem-se adotar dois procedimentos para atacar os problemas detectados:
estabelecer um diagnóstico e efetuar uma análise de tendências. Portanto, a implantação de um
sistema baseado em manutenção preditiva exige a utilização de aparelhos adequados, capazes de
registrar vários fenômenos, como:
»» pressão;
»» temperatura;
»» desempenho;
»» aceleração.
19
UNIDADE I │ MANUTENÇÃO
»» melhoria da segurança;
Manutenção detectiva
A menção à Manutenção Detectiva começou a ocorrer a partir da década de 1990. A denominação
“detectiva” está ligada a palavra detectar (em inglês detective maintenance). Uma boa definição
é: Manutenção Detectiva é a atuação efetuada em sistemas de proteção buscando detectar falhas
ocultas ou não perceptíveis ao pessoal de operação e manutenção. Ou seja, as tarefas executadas
para verificar se um sistema de proteção ainda está funcionando representam a manutenção
detectiva. Um exemplo simples e objetivo é o botão de teste de lâmpada de sinalização e alarme
em painéis.
Sistema de shut-down ou sistemas de trip garantem a segurança de um processo quando este sai
da sua faixa de operação segura. Esses sistemas de segurança são independentes dos sistemas de
controle utilizados para otimização da produção. Enquanto a escolha deste ou daquele sistema
ou de determinados tipos de componentes é discutida pelos especialistas com um enfoque
centrado basicamente na confiabilidade, é importante que estejam bastante claras as seguintes
particularidades destes sistemas.
Os sistemas de trip ou shut-down podem ser a última barreira entre a integridade e a falha. Algumas
máquinas, equipamentos, instalações e até mesmas plantas inteiras estão protegidos contra falhas
e suas consequências menores, maiores ou catastróficas por estes sistemas. Eles são projetados
20
manutenção │ UNIDADE I
A não atuação de um sistema de trip ou shut-down jamais passa despercebida. É evidente que
existem situações em que é possível contornar ou fazer um acompanhamento, mas em outras, isso
é impossível. O trip por alta vibração em máquinas rotativas pode deixar de atuar, desde que haja
um acompanhamento paralelo e contínuo do equipamento pela equipe de manutenção. Na maior
parte, ocorre uma progressão no nível de vibração que permite um acompanhamento. Entretanto,
o aumento da temperatura de mancal pode ser muito rápido, ou seja, se o sistema não atuar
comandando a parada da máquina, as consequências podem ser desastrosas.
Engenharia de manutenção
A Engenharia de Manutenção significa uma mudança cultural e pode ser considerada a segunda
grande quebra de paradigma nas práticas de manutenção.
A ideia é deixar de ficar realizando reparos continuadamente, para procurar as causas básicas,
modificar situações permanentes de mau desempenho, deixar de conviver com problemas crônicos,
21
UNIDADE I │ MANUTENÇÃO
Uma empresa que ainda esteja adotando práticas de manutenção corretiva não planejada terá
um longo caminho a percorrer para praticar Engenharia de Manutenção. O maior obstáculo a ser
vencido estará na “cultura” que está sedimentada nos funcionários da própria empresa.
Quando ocorre uma mudança na empresa, saindo da manutenção preventiva para a preditiva,
ocorre um salto positivo nos resultados, em função da primeira quebra de paradigma. Entretanto,
um salto muito mais significativo ocorre quando se adota a Engenharia de Manutenção.
Suponha que uma determinada planta adota um sistema baseado em manutenção preventiva para
um conjunto de redutores de uma torre de refrigeração. A estimativa do tempo para as intervenções
é extremamente difícil, porque nesse tipo de equipamento a vida dos diversos componentes é
diferente, apesar do pequeno número de componentes. Os rolamentos têm uma vida diferente dos
retentores que, por sua vez, têm vida diferente das engrenagens. A experiência indica que serão
feitas mais intervenções que o necessário e/ou um número elevado de troca de peças com “meia
vida”, ainda em bom estado, será processado.
Quando a equipe de manutenção dessa planta passa a adotar a manutenção preditiva para o
acompanhamento do conjunto de redutores, estará auferindo ganhos sensíveis, com melhores
resultados globais. O número de intervenções cairá drasticamente, o consumo de sobressalentes
também e o número de homens-hora alocados a esses equipamentos, consequentemente, também
será reduzido. A manutenção preditiva permitirá alcançar a máxima disponibilidade para a qual os
equipamentos foram projetados, proporcionando aumento de produção e de faturamento.
Outro aspecto interessante e inovador é que o sistema de acompanhamento preditivo fornecerá todos
os dados pertinentes ao acompanhamento, incluindo dados instantâneos, curvas de tendência, e
tanto outros dados quantos sejam de interesse dos profissionais que formam a equipe de manutenção
dessa planta. Esse sistema fornecerá, também, valores de alarmes que guiarão as recomendações para
intervenção em qualquer dos redutores, num tempo anterior à ocorrência da falha.
Quando a equipe de manutenção dessa planta estiver utilizando todos os dados que o sistema de
manutenção preditiva colhe e armazena para análises, estudos e proposição de melhorias, ela estará
praticando Engenharia de Manutenção, focada na sua melhoria contínua.
Se a equipe de manutenção ainda estiver intervindo corretivamente nas plantas, ou seja, comandada
pela quebra aleatória dos equipamentos, com certeza ainda não estará adotando práticas de
manutenção preditiva e, portanto, não terá ninguém para pensar em Engenharia de Manutenção.
22
manutenção │ UNIDADE I
Conforme exposto no início desta unidade, os diversos tipos de manutenção podem ser considerados,
também, como políticas de manutenção, desde que a sua aplicação seja o resultado de uma definição
gerencial ou política global da instalação, baseada em dados técnico-econômicos.
Várias ferramentas disponíveis e adotadas hoje em dia têm em sua denominação a palavra Manutenção.
É importante observar que elas não são novos tipos de manutenção, mas apenas ferramentas que
permitem a aplicação dos seis tipos principais de manutenção. Entre elas, destacam-se:
Segundo Mirshawaka (1993), considera-se que o TPM deriva da manutenção preventiva. Inicialmente
(1950), a manutenção preventiva era adotada no conceito de que intervenções adequadas evitariam
falhas e apresentariam melhor desempenho e maior vida útil nas máquinas e nos equipamentos.
Como uma evolução da manutenção preventiva (1957), iniciou-se a manutenção com introdução de
melhorias, a qual criava facilidades em máquinas e equipamentos, objetivando facilitar as intervenções
da manutenção preventiva e aumentar a confiabilidade. Em 1960, surgiu a ideia de prevenção de
manutenção, que significa incorporar ao projeto das máquinas a não necessidade da manutenção.
Esta foi a quebra de paradigma; a premissa básica para os projetistas é totalmente diferente.
»» eliminar desperdícios;
23
UNIDADE I │ MANUTENÇÃO
O TPM objetiva a eficácia da empresa por meio de maior qualificação das pessoas e melhoramentos
introduzidos nos equipamentos. Também prepara e desenvolve pessoas e organizações aptas para
conduzir as fábricas do futuro, dotadas de automação (TAKAHASHI, 2000). Segundo os conceitos
de TPM, se as pessoas forem desenvolvidas e capacitadas, é possível promover as modificações nas
máquinas e nos equipamentos. Desse modo, o perfil dos empregados deve ser adequado por meio
de treinamento/capacitação de:
EXEMPLO
Para exemplificar, vamos analisar o programa de manutenção de um veículo utilizado como táxi.
Qual é a função que ele deve desempenhar? Em uma análise simples: realizar o deslocamento de
pessoas e cargas entre dois pontos distintos. Esta função pode ser complexificada inserindo as
questões de segurança, consumo (combustível, óleo, pneus etc.) e tempo, nesta abordagem a função
a desempenhar pode ser então definida como: realizar o deslocamento de pessoas e cargas entre
dois pontos distintos, com a maior segurança, no menor tempo e com o menor gasto possíveis.
Para cumprir essa função, é necessário que o veículo cumpra algumas exigências. Nesta lógica, quais
são os itens que, obrigatoriamente, devem ser verificados para que o veículo realize a tarefa para a
qual está designado?
24
manutenção │ UNIDADE I
Podemos listar os itens minimamente necessários para seu funcionamento imediato: combustível,
óleo lubrificante, sistema elétrico, pneus e água. Esses itens devem ser verificados cotidianamente
com uma periodicidade a ser definida pela necessidade do veículo estar disponível para o trabalho.
Um programa de manutenção pode estabelecer que eles devem ser verificados todos os dias no início
e no final da jornada de trabalho. Caso haja alguma não conformidade (falta de combustível ou de
óleo, por exemplo), esta deve ser imediatamente corrigida para que o veículo possa desempenhar
suas funções satisfatoriamente. Essas ações podem ser classificadas como parte de uma estratégia
de manutenção corretiva planejada.
Outros itens do veículo também devem ser verificados, mas não há a necessidade de uma rotina
diária, como: suspensão, amortecedores, motor etc. Esses itens podem ser verificados conforme
recomendação do fabricante (a cada 10.000km ou a cada 2 anos, por exemplo). Essas ações podem
ser classificadas como de manutenção preventiva.
Uma questão que deve ser inserida no planejamento de manutenção diz respeito à higienização
do veículo, interna e externa. Para atender clientes de forma satisfatória, o veículo deve estar
com condições mínimas de limpeza! A rotina de limpeza (interna e externa) deve ser estabelecida
conforme a realidade do veículo, mas podemos recomendar uma “inspeção” visual diária, uma
limpeza interna a cada quatro dias e uma lavagem externa a cada semana. Essas ações também
podem ser classificadas como de manutenção corretiva planejada.
25
leiaute – Arranjo Unidade iI
físico
CAPÍTULO 1
Considerações gerais
Na implantação de uma indústria, uma das questões estratégicas é a definição do local onde ela
será instalada. A localização da indústria pode ser analisada em duas etapas: a macrorregional
e microrregional.
A localização macrorregional é a etapa mais abrangente e visa a definir a região onde a indústria será
implantada, levando em consideração fatores de ordem econômica e fatores de ordem técnica. Sob
a ótica econômica estão fatores como: matéria-prima, mercado, transporte, custo da água, custo da
energia e disponibilidade de mão de obra. Os fatores de ordem técnica são: disponibilidade de água,
disponibilidade de energia, resíduos, comunicação, clima, leis e impostos.
Após definir a macrorregião, pode-se escolher o local efetivo de implantação da indústria, ou seja, sua
localização microrregional, na qual prevalecerão os fatores técnicos. Nesta etapa, uma série de fatores
deve ser analisada com o objetivo de evitar que surjam condições inseguras a partir das próprias
características do terreno. Na Higiene do Trabalho, esta abordagem é conhecida como antecipação
de riscos, ou seja, devem-se antecipar os potenciais riscos de forma a evitar que eles se constituam
juntamente com a implantação da indústria. As condições inseguras poderão ser provenientes de:
deslizamento de terra, deslizamento de pedras, inundação, dimensões insuficientes para atender as
expansões futuras, não existência de água potável, não existência de meios de comunicação e de um
sistema rodoferroviário, fluvial e aéreo, não existência de um plano atual e futuro de coleta de lixo,
transporte coletivo, esgoto sanitário etc.
Ao finalizar a definição da localização da indústria, a próxima etapa é definir o arranjo mais adequado
de homens, equipamentos e materiais sobre essa determinada área física, dispondo os elementos de
forma a minimizar os transportes, eliminar os pontos críticos da produção e suprimir as demoras
desnecessárias entre várias atividades.
Entra-se, assim, na fase de elaboração do leiaute (layout em inglês, ou arranjo físico segundo alguns
autores) das instalações da empresa. Nesta fase, estabelece-se a posição relativa entre as diversas
áreas. Os modelos de fluxo e as inter-relações entre as diversas áreas são visualizadas, tendo-se a
percepção total do fluxo industrial, desde a entrada dos insumos/matérias-primas até a saída dos
produtos e rejeitos. Deve-se definir, então, a localização de cada máquina, de cada posto de trabalho.
Definir o leiaute/arranjo físico é decidir onde colocar todas as instalações, máquinas, equipamentos
e pessoal da produção.
26
leiaute – Arranjo físico │ UNIDADE II
O leiaute/arranjo físico é, portanto, uma das etapas finais da concepção do projeto de uma
indústria, e só pode ser elaborado depois que uma série de itens já está definida, como o volume de
produção e a seleção do equipamento produtivo. O principal foco do leiaute/arranjo físico é interno
à empresa, definindo e integrando os elementos produtivos. Não é apenas uma disposição racional
das máquinas, mas também, o estudo das condições humanas de trabalho (iluminação, ventilação
etc.), de corredores eficientes, de como evitar controles desnecessários, de armários e de bancadas
ao lado das máquinas, do meio de transporte que será utilizado para movimentação das peças.
No entanto, numa grande indústria este procedimento não é tão simples, pois um simples erro
pode levar a sérios problemas na utilização dos locais, pode originar a demolição de estruturas,
paredes e até mesmo edifícios e, consequentemente, causar custos altíssimos no rearranjo. Para
evitar tudo isso, é necessário realizar um estudo, encontrando assim o melhor planejamento de
leiaute. Geralmente, os custos relativos ao planejamento de um leiaute são muito inferiores aos
custos relativos ao rearranjo de um leiaute defeituoso (MUTHER, 1978). Existem vários tipos de
leiautes e cada um deles se adapta a determinadas características, sendo uns mais vantajosos que
outros (TOMPKINS, 1996). No planejamento do leiaute é necessário ter em conta todos os fatores
(os materiais, a maquinaria, o Homem, o movimento, a espera, o serviço, a construção e a mudança),
de forma a evitar que eles possam influenciar negativamente (MUTHER, 1955).
O leiaute/arranjo físico procura uma combinação ótima das instalações industriais e de tudo que
concorre para a produção, dentro de um espaço disponível. Visa a harmonizar e integrar equipamento,
mão de obra, material, áreas de movimentação, estocagem, administração, mão de obra indireta,
enfim todos os itens que possibilitam uma atividade industrial. Para planejar o leiaute, é necessário
estudar os padrões de fluxo nas estação de trabalho, nos departamentos e entre os departamentos
(TOMPKINS, 1996). Ao se elaborar, portanto, o leiaute/arranjo físico deve-se procurar a disposição
que melhor conjugue os equipamentos com os homens e com as fases do processo ou serviços, de
forma a permitir o máximo rendimento dos fatores de produção, por meio da menor distância e no
menor tempo possível.
27
UNIDADE II │ LEIAUTE – ARRANJO FÍSICO
O arranjo físico de uma operação produtiva preocupa-se com a localização física dos recursos de
transformação. Colocado de uma forma simples, definir o leiaute/arranjo físico é decidir onde
colocar todas as instalações, máquinas e equipamentos e todo o pessoal da produção. O leiaute/
arranjo físico é uma das características mais evidentes de uma operação produtiva que determina
sua forma e aparência. É aquilo que a maioria de nós notaria em primeiro lugar quando entrasse
pela primeira vez em uma unidade de operação. Também determina a maneira segundo a qual os
recursos transformados – materiais, informação e clientes – fluem por meio da operação.
Mudanças relativamente pequenas na localização de uma máquina numa fábrica ou dos bens em
um supermercado ou a mudança de sala em um centro esportivo podem afetar o fluxo de materiais
e pessoas por meio da operação. Isso, por sua vez, poderá afetar os custos e a eficácia geral da
produção. O leiaute de uma fábrica é a disposição física do equipamento industrial, incluindo o
espaço necessário para movimentação de material, armazenamento, mão de obra indireta e todas as
outras atividades e serviços dependentes, além do equipamento de operação e o pessoal que o opera.
Leiaute, portanto, pode ser uma instalação real, um projeto ou um trabalho.
Neste texto, utilizaremos a palavra leiaute de forma indistinta para nos referirmos ao conceito de
forma ampla e abrangente.
Os motivos que influenciam a variação destes três itens (material, mão de obra e equipamento)
podem ser inúmeros, complexos e inter-relacionados. Do ponto de vista quantitativo, eles podem
ser monitorados e verificados com base em diferentes índices/indicadores da empresa. Do ponto de
vista qualitativo, a análise pode ser efetuada com uma inspeção nos próprios locais de produção.
De forma a se verificar se um leiaute necessita ou não de alterações, algumas questões devem ser
respondidas, entre elas as seguintes.
28
leiaute – Arranjo físico │ UNIDADE II
As respostas a algumas destas perguntas podem indicar que a empresa alterou a sua produção para
a qual foi originalmente projetada, mas que não alterou as suas instalações para acompanhar essas
alterações na produção. Esse fato ocorre pelo esquecimento de que a empresa tem um caráter dinâmico
e não estático. Toda empresa é dimensionada para produzir certa quantidade de um tipo de produto;
alterações nesta quantidade ou no tipo de produto pode levá-la a não operar em condições ótimas, que
era a proposta no início da sua operação. De uma solução ótima, ela passa para uma solução subótima,
gerando, consequentemente, condições inseguras nos ambientes de trabalho.
29
UNIDADE II │ LEIAUTE – ARRANJO FÍSICO
Princípio da integração
Os diversos elementos (fatores diretos e indiretos ligados à produção) devem estar integrados, pois
a falha em qualquer um deles resultará numa ineficiência global. Todos os pequenos pormenores
da empresa devem ser estudados, colocados em posições determinadas e dimensionados de forma
adequada; como, por exemplo, a posição dos bebedouros, saídas do pessoal etc.
O transporte nada acrescenta ao produto ou serviço. Deve-se procurar uma maneira de reduzir ao
mínimo as distâncias entre as operações para evitar esforços inúteis, confusões e custos. Ou seja, é
necessário minimizar a distância que a matéria-prima percorre nos diversos departamentos até se
transformar em produto acabado.
As disposições das áreas e locais de trabalho devem obedecer às exigências das operações de maneira
que homens, materiais e equipamentos se movam em fluxo contínuo, organizado e de acordo com
a sequência lógica do processo de manufatura ou serviço. Esta abordagem também evitará que
percursos desnecessários sejam percorridos, atendendo simultaneamente aos princípios anteriores
(integração e mínima distância). Devem ser evitados cruzamentos e retornos (entre fluxos de um
mesmo processo e entre fluxos de processos distintos) que causam interferência e congestionamentos.
Deve-se, também, eliminar obstáculos e interrupções, a fim de garantir melhores fluxos de materiais
e sequência de trabalho dentro da empresa.
30
leiaute – Arranjo físico │ UNIDADE II
O usuário do projeto de leiaute é, em última instância, o homem. Portanto, o projeto deve atender
às suas necessidades. Neste escopo, a satisfação e a segurança do homem são muito importantes.
Quando as necessidades básicas do ser humano (fisiológicas) são, até certo ponto, atendidas, outras
emergem e tomam o seu lugar e, portanto, deve-se entender que a satisfação do homem é como o
horizonte, quando mais tentamos alcançá-lo, mais ele se distancia. Este princípio, portanto, tem
uma dinâmica peculiar, análoga àquela da melhoria contínua: sempre haverá novas necessidades
para serem satisfeitas. Em algum momento, as necessidades de segurança e saúde emergiram como
demandas dos trabalhadores e estas também deverão ser satisfeitas. Um melhor aspecto das áreas de
trabalho promove tanto a elevação da moral do trabalhador quanto à redução de riscos de acidentes.
Princípio da flexibilidade
Este é um princípio que, notadamente na atual condição de avanço tecnológico, deve ser considerado
criteriosamente pelo projetista de leiaute. São frequentes e rápidas as necessidades de mudança
do projeto do produto, mudanças de métodos e sistemas de trabalho. A falta de atenção a essas
alterações pode gerar na empresa: (i) o obsoletismo; (ii) a proliferação de condições inseguras. No
projeto do leiaute, deve-se considerar que as empresas são dinâmicas e que as condições de produção
irão mudar e que, portanto, o leiaute deve ser de fácil mudança e deve-se adaptar facilmente às
novas condições de operação/produção.
Esses elementos, direta ou indiretamente, são responsáveis por todas as características, fatores e
condições do planejamento. É importante, portanto, coletar os fatos, estimativas e informações
sobre esses dois elementos. Eles representam a chave da resolução dos problemas de arranjo físico.
Em função das variedades dos produtos e das quantidades, pode-se definir qual tipo de processo
deverá ser adotado: processo contínuo, processo em lotes, processo por projeto etc. De posse das
informações, devemos obter informações sobre o roteiro (ou processo) segundo o qual o produto
será fabricado ou o serviço será executado.
31
UNIDADE II │ LEIAUTE – ARRANJO FÍSICO
Existem vários tipos de leiaute, pois cada um deles está adequado a determinadas características,
quantidades, diversidade e movimentações dos materiais dentro da fábrica (CAMAROTTO, 1998).
Os quatro tipos básicos de leiaute/arranjo físico dos quais a maioria dos arranjos se derivam são:
O leiaute posicional (ou em inglês fixed product layout) caracteriza-se pelo fato de o material
permanecer parado enquanto os operadores, equipamentos e todos os outros produtos, se
movimentam à sua volta (CAMAROTTO, 1998).
Atualmente, sua aplicação se restringe principalmente aos casos em que o material, ou o componente
principal, é difícil de ser movimentado, sendo mais fácil transportar equipamentos, homens e
componentes até o material imobilizado. É o caso típico de montagem de grandes máquinas,
montagens de navios, de prédios, barragens, grandes aeronaves etc. O número de itens finais
normalmente não é muito grande, mas o tamanho do lote dos componentes para o item final pode
variar de pequeno a muito grande.
Vantagens
»» Maior flexibilidade.
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leiaute – Arranjo físico │ UNIDADE II
Limitações
»» Requer supervisão.
»» Resulta num aumento do espaço de trabalho, bem como num melhor work-in-
process.
No leiaute linear (ou em inglês product layout), os equipamentos são dispostos de acordo com uma
determinada sequência de operações, ficando fixos, enquanto os materiais se movem pelos vários
equipamentos (CAMAROTTO, 1998). Ou seja, o leiaute linear tem uma disposição fixa orientada
para o produto. Os postos de trabalho (máquinas, bancadas) são colocados na mesma sequência
de operações que o produto sofrerá. O material passa de estação em estação de trabalho até se
transformar em produto acabado. É comum existir uma máquina de cada tipo, exceto quando são
necessárias máquinas em duplicata para balancear a linha de produção. Quando o volume se torna
muito grande, especialmente na linha de montagem, ele é chamado de produção em massa. Esta
é a solução ideal quando se tem apenas um produto ou produtos similares, fabricados em grande
quantidade e o processo é relativamente simples. O tempo que o item gasta em cada estação ou
lugar fixado é balanceado. As linhas são ajustadas para operar na velocidade mais rápida possível,
independentemente das necessidades do sistema. O sistema não é flexível.
Vantagens
Limitações
»» Requer um supervisor.
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UNIDADE II │ LEIAUTE – ARRANJO FÍSICO
No leiaute funcional (ou em inglês process layout) todas as operações cujo tipo de processo de
produção é semelhante são agrupadas, independentemente do produto processado (CAMAROTTO,
1998, p. 68). Ou seja, no leiaute funcional, máquinas e ferramentas são agrupadas funcionalmente
de acordo com o tipo geral de processo de manufatura: tornos em um departamento específico,
furadeiras em outro departamento, injetoras de plástico em outro departamento e assim por diante.
Ou seja, as operações do mesmo tipo são agrupadas no mesmo departamento e o material se
movimenta por meio das áreas ou departamentos.
Esse tipo de arranjo é adotado geralmente quando há variedade nos produtos e pequena demanda.
É o caso de fabricação de tecidos e roupas, trabalho de tipografia, oficinas de manutenção.
Em virtude dos leiautes funcionais precisarem realizar uma grande variedade de processos de
manufatura, são necessários equipamentos de fabricação de uso genérico. Trabalhadores devem
ter nível técnico relativamente alto para realizar várias tarefas diferentes. A vantagem desse tipo
de leiaute é a sua capacidade de fazer uma variedade de produtos. Cada peça diferente que requer
sua própria sequência de operações pode ser direcionada por meio dos respectivos departamentos
na ordem apropriada. Os roteiros operacionais são usados para controlar os movimentos de
materiais. Empilhadeiras e carrinhos manuais são utilizados para transportar materiais de uma
máquina para outra.
Vantagens
»» Supervisão especializada.
Limitações
»» Aumenta work-in-process.
O leiaute em grupo (ou em inglês cellular layout) caracteriza-se por agrupar todas as operações nas
mesmas células de máquinas. Esse tipo é composto de células de produção e montagem interligadas
por um sistema de controle de material. Nas células, as operações e os processos são agrupados
34
leiaute – Arranjo físico │ UNIDADE II
de acordo com a sequência de produção que é necessária para fazer um grupo de produtos. As
máquinas na célula são todas, normalmente de ciclo único e automático, sendo que elas podem
completar o seu ciclo desligando automaticamente. A célula normalmente inclui todos os processos
necessários para uma peça ou submontagem completa. Os pontos-chave desse tipo de arranjo são:
Limitações
»» Requer um supervisor.
No âmbito da fabricação, o passo inicial na implantação do arranjo celular é a definição das famílias
a serem consideradas com base no conceito da Tecnologia de Grupo. Após a definição das famílias,
desenham-se as células. Pode ser que as máquinas sejam puladas em determinados roteiros de
produção, ou que haja fluxo para trás em alguns pontos. Eventualmente, pode ser necessário
reprojetar peças para encaixá-las nas famílias.
Quanto à implantação propriamente dita, alguns autores opinam que todos os componentes devem
ser codificados e, por meio de processamento em computador, pode-se encontrar as melhores
famílias de peças, sendo que a implantação pode ser feita por etapas. Outros consideram que,
35
UNIDADE II │ LEIAUTE – ARRANJO FÍSICO
36
Capítulo 2
Fatores na elaboração do leiaute/
arranjo físico
MATERIAL
Devem ser considerados todos os materiais que são processados e manipulados no setor: matéria-
prima, material em processo, produto final, embalagem etc. Devem ser estudados: dimensões,
pesos, quantidade, características físicas, químicas etc. O processo de produção deve ser detalhado:
tipos, sequência e tempos padrões das operações. Deve-se procurar:
MÁQUINAS
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UNIDADE II │ LEIAUTE – ARRANJO FÍSICO
MÃO DE OBRA
Deve ser incluído todo o pessoal direto e indireto da fábrica, observando-se as áreas necessárias
para o desenvolvimento do trabalho de cada elemento. Deve-se:
MOVIMENTAÇÃO
Este é um dos principais fatores na elaboração do arranjo físico. Deverão ser analisados:
38
leiaute – Arranjo físico │ UNIDADE II
ARMAZENAMENTO
SERVIÇOS AUXILIARES
Deve-se incluir os espaços destinados à manutenção, aos controles e à inspeção, escritório (sala de
espera, treinamento, conferências), laboratórios, equipamentos e linhas auxiliares (ar, vapor, gás
etc.), facilidades (restaurantes, vestiários, lavatórios, relógio ponto, estacionamento etc.).
MUDANÇAS
Deve-se incluir todas as modificações que afetam as condições existentes (material, máquinas,
homens, manuseio, estoques, serviços e edifícios).
EDIFÍCIO
Deve-se estudar: área, compartimentos, estruturas, tetos, acessos, rampas, escadas, elevadores e
outras características do edifício.
Estudo do fluxo
Noções Preliminares
Em qualquer unidade fabril, de forma genérica, existem fluxos de: pessoas, material, equipamentos,
veículos (carros, ônibus, caminhões e trens). Cada tipo de fluxo é efetuado para atender a finalidades
específicas. As formas básicas de fluxo são:
»» Zig-Zag – Aplicável quando a linha de produção é maior que a permitida pela área
física da fábrica.
39
UNIDADE II │ LEIAUTE – ARRANJO FÍSICO
»» geral de edifícios;
»» geral de departamentos;
»» de seções de trabalho;
»» de estações de trabalho.
No nível geral de edifícios, o fluxo da fábrica é estudado de maneira que seus diversos fluxos
internos se relacionem bem entre si e com o meio externo, obtendo-se como resposta a localização
dos diferentes edifícios internos à área da indústria.
No nível geral de departamentos, o fluxo entre os departamentos é estudado e obtêm-se como resposta
a localização dos diferentes departamentos, dentro de cada edifício. O fluxo entre departamentos
combina os seguintes fluxos-padrão: linha reta, linha em U, linha em S e linha em W. Esta linha
começa no ponto de entrada, na recepção do departamento, e acaba no ponto de saída, na expedição
do departamento (TOMPKINS, 1996).
No nível de seções de trabalho, o fluxo da seção é estudado e tem-se como resposta a localização
das diversas estações de trabalho, dentro de cada departamento. O fluxo de trabalho segue o
fluxo do produto, em que cada operador trabalha na sua estação de trabalho. Os fluxos típicos
dentro do departamento de produtos são: end-to-end, back-to-back, front-to-front, circular e
odd-angle. No departamento de processo, os fluxos típicos são: paralelo, perpendicular e diagonal
(TOMPKINS, 1996).
Finalmente, no nível de estações de trabalho, o fluxo de cada estação de trabalho é estudado e tem-se
como resposta a localização dos diversos componentes da estação de trabalho dentro de cada seção de
trabalho. Nas estações de trabalho, o fluxo de trabalho deve ser (i) simultâneo, em que o movimento
das mãos, pés e braços começam e acabam ao mesmo tempo; (ii) simétrico em que a coordenação
dos movimentos está no centro do corpo; (iii) natural em que o movimento deve ser contínuo, rítmico
e habitual. Assim, é importante ter em consideração as características ergonômicas da estação de
trabalho, contribuindo, assim, para uma redução da fadiga do operador (TOMPKINS, 1996).
40
leiaute – Arranjo físico │ UNIDADE II
efetivo dentro das estações de trabalho e no meio está o fluxo efetivo dentro dos departamentos
(TOMPKINS, 1996).
A medição do fluxo é um dos fatores mais importantes na disposição dos departamentos e, para
tal, é necessário estabelecer medidas de fluxo. Os fluxos de medição dividem-se em quantitativos e
qualitativos (TOMPKINS, 1996).
Existem diversas técnicas para estudar o fluxo de uma indústria e possibilitar uma análise mais
acurada de como os materiais fluem de um departamento para outro, ou de uma seção de trabalho
para a outra. As principais técnicas são:
»» rede de grafo, tem as mesmas premissas que a carta de para, mas o objetivo é
determinar qual é o fluxo principal e definir todas as suas variáveis, para depois
definir os fluxos secundários adequando-os ao fluxo principal;
»» Deve-se evitar grandes distâncias entre as pessoas, mesmo que exista espaço sobrando.
»» Deve-se organizar a área de trabalho de tal forma que o produto tenha um fluxo
crescente ao longo desta, em uma direção, evitando-se ao máximo seu retorno
no contrafluxo.
41
UNIDADE II │ LEIAUTE – ARRANJO FÍSICO
»» Deve-se tomar todos os cuidados para evitar que o corpo humano atinja partes
de máquinas ao se movimentar, ou que partes móveis de máquinas atinjam o ser
humano ao se movimentarem.
»» Deve-se garantir que o trabalho intelectual seja feito longe de ruas movimentadas e
de máquinas produtoras de ruído.
»» Deve-se posicionar os postos de trabalho com alto empenho visual, mais próximos
da luz natural.
»» Deve-se estudar a posição do sol e sua variação ao longo do dia, de tal forma que a
luz direta não atinja nenhum posto de trabalho.
42
Capítulo 3
Dimensionamento de áreas
A produção moderna tem vindo para mudar o espaço necessário na produção e nas áreas de
armazenagem. Assim, as necessidades do espaço têm reduzido, pois os produtos são entregues em
pequenas quantidades, as áreas de armazenagem foram descentralizadas. São utilizados menos
inventários, os leiautes são cada vez mais eficientes e as empresas, menores (TOMPKINS, 1996).
43
UNIDADE II │ LEIAUTE – ARRANJO FÍSICO
»» A área necessária para o deslocamento do operador para que possa atingir todos os
seus diferentes “postos de trabalho”, relativamente à máquina. Deve-se observar
todas as diferentes posições de trabalho do operador na operação e os deslocamentos
necessários para atingir essas diferentes posições.
Vale ressaltar que em ambos os casos, deve-se analisar, ainda, os aspectos de segurança, plena
liberdade de movimentação, necessidade e dimensionamento de assentos para operários, e alguns
aspectos psicológicos envolvidos, como sensação de enclausuramento, de falta de segurança
ou semelhantes.
44
leiaute – Arranjo físico │ UNIDADE II
outras situações, a programação libera as ferramentas de um dia de trabalho e a área deve ser tal
que, nas piores condições, possibilite a guarda do ferramental. A área, portanto, deve ser função dos
dispositivos a serem armazenados, do método de armazenamento, da programação e do controle
da produção.
A Consolidação das Leis do Trabalho, em seu título II – das normas gerais de tutela do trabalho,
cap. V – Segurança e Higiene do trabalho, seções I a XXIII, estabelecem uma série de determinações
a serem obedecidas quando do dimensionamento.
45
UNIDADE II │ LEIAUTE – ARRANJO FÍSICO
A Superfície Estática é a área própria, ou seja, aquela efetivamente ocupada pelo equipamento ou
posto de trabalho. A Superfície de Gravitação é a área necessária para circulação do operador junto
à máquina, incluindo ainda as áreas ocupadas por matéria-primas e peças em processamento junto
ao equipamento ou posto de trabalho. Considera-se que a superfície de gravitação é a superfície
estática multiplicada pelo número de lados utilizados pelo equipamento. A Superfície de Circulação
é a área necessária para a movimentação e o acesso ao centro de produção.
Em relação aos corredores, estes devem ser localizados de forma a permitir acesso a todos os
centros de produção. Devem ser, sempre que possível, linhas retas em quantidades mínimas, de
forma a não utilizar áreas vitais à produção. No dimensionamento de corredores, deve ser previsto
que este irá permitir a movimentação de pessoas, materiais, equipamentos de transportes, acesso
para segurança e para proteção contra incêndio.
46
leiaute – Arranjo físico │ UNIDADE II
Método Immer
É o método mais simples. Este método se baseia em fábricas cujas máquinas devem estar distribuídas
para que a produção seja o mais eficiente possível, percorrendo a menor distância possível e no
menor tempo, não havendo, entretanto, nenhuma preocupação com a ergonomia, segurança ou
satisfação no posto de trabalho. Este método pode ser aplicado a qualquer problema que surja no
leiaute e é constituído por três fases distintas (FRANCIS et al., 1974).
Método Apple
Neste método, para se obter o leiaute das instalações industriais, é necessário seguir um conjunto
de procedimentos que, independentemente do tipo de instalação, do tipo de processo de produção
ou do tamanho da fábrica, devem seguir os seguintes passos (TOMPKINS, 1996).
47
UNIDADE II │ LEIAUTE – ARRANJO FÍSICO
Método Reed
O método de Reed utiliza a carta de planejamento de um leiaute, a qual possui uma série de informação
relativa à produção de cada parte do produto, bem como informação sobre a sua armazenagem, o
seu transporte, a ocupação da mão de obra e as condições de movimentação (TOMPKINS et al.,
1996). Para a realização do leiaute, é necessário ter em conta os seguintes passos.
48
leiaute – Arranjo físico │ UNIDADE II
»» elaborar o leiaute.
49
UNIDADE II │ LEIAUTE – ARRANJO FÍSICO
padrão satisfatório de adjacência seja obtido. Esse padrão, por sua vez, é modificado unidade por
unidade para satisfazer as limitações de espaço de construção.
Este modelo de leiaute é linear e cumulativo, sendo conveniente eliminar os dados não consistentes,
pois o modelo trabalha com fluxos. O processo SLP pode ser utilizado de forma sequencial para
desenvolver o leiaute em blocos e, posteriormente, as alternativas mais detalhadas. A transformação
de um diagrama de relacionamento de espaços em várias alternativas viáveis de leiaute não é um
processo mecânico, sendo necessário julgamentos e experiência no projeto (CAMAROTTO, 1998).
O procedimento é:
»» elaborar o Quadro dos Elos. Nesse quadro faremos constar, na interseção de cada
linha com cada coluna, o número de elos existentes em ambos os sentidos entre as
unidades do arranjo físico. A soma dos elos que ligam cada unidade às demais nos dá a
maior um menor importância de cada unidade nos ciclos de fabricação dos produtos.
A unidade que tiver o maior número de elos deve ser localizada na posição central, cercada pelas
demais unidades. Deve se procurar considerar os fluxos dos produtos para evitar retornos.
50
leiaute – Arranjo físico │ UNIDADE II
Cada projetista utilizará critérios diferentes para definir o leiaute de uma indústria e,
ao final do trabalho, cada projetista terá um projeto de leiaute diferente. A questão
que fica é: Qual é o leiaute ideal de uma empresa? Devemos lembrar que, como as
empresas são dinâmicas, na verdade, não há um leiaute ideal para a empresa, há,
sim, o melhor leiaute para aquele momento da empresa, nas situações existentes
naquele momento. O leiaute deve ser dinâmico e deve evoluir de acordo com as
mudanças ocorridas no processo de produção da empresa.
51
Segurança nos
trabalhos em
instalações e Unidade iII
serviços em
eletricidade
CAPÍTULO 1
Considerações gerais
A presença dos riscos nos trabalhos em instalações e serviços em eletricidade exige que tenhamos
cuidados especiais na proteção ao trabalhador que interage com a eletricidade, tornando necessária
a existência de medidas de prevenção capazes de se contrapor ao perigo inerente a energia elétrica.
As instalações elétricas nos locais de trabalho deverão ser adequadas às características do local,
às atividades exercidas e aos equipamentos de utilização. Em particular, as medidas de proteção
e os componentes da instalação devem ser selecionados de acordo com as influências externas,
tais como, presença de água, presença de corpos sólidos, competências das pessoas que usam a
instalação, resistência elétrica do corpo humano, contato das pessoas com o potencial local,
natureza das matérias processadas ou armazenadas, e qualquer outro fator que possa incrementar
significativamente o risco elétrico ou outros riscos adicionais.
52
Segurança nos trabalhos em instalações e serviços em eletricidade │ UNIDADE III
Do ponto de vista do nível de tensão, as normas aplicáveis podem ser divididas, conforme exposto
no Quadro 1.
Quadro 1. Normas Aplicáveis a serviços em eletricidade
750 KV
440 KV NÃO HÁ LEGISLAÇÃO
345 KV
Tensão de transmissão 230 KV
ALTA TENSÃO
34,5 KV
NBR 14039 – Instalações Elétricas de Alta tensão (1K V a 36,2 KV)
15 KV
Transmissão de energia elétrica urbana,
Tensão de distribuição 6,6 KV
comercial, industrial e rural.
2,3 KV
NBR 5410 – Instalações Elétricas de baixa Tensão (50 V a 1 KV)
TENSÃO
127/220 V
BAIXA
A energia elétrica não atinge os nossos sentidos, percebemos suas manifestações nas atividades
humanas como: aquecimento, iluminação, condicionamento de ar, transportes etc. Em
consequência dessa “invisibilidade”, o trabalhador é exposto a situações de risco ignoradas ou
mesmo subestimadas.
A passagem de corrente elétrica, por sua vez, em função do efeito “Joule”, é fonte de calor que, nas
proximidades de material combustível na presença do ar, pode gerar um princípio de incêndio.
A evolução tecnológica não garante de imediato as aplicações de sistemas de controle dos riscos a
que estarão sujeitos os trabalhadores que interagirão com esses novos equipamentos e processos,
cabendo a todos que atuam direta ou indiretamente com as instalações elétricas, sejam nos cargos
53
UNIDADE III │ SEGURANÇA NOS TRABALHOS EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE
Figura 1.
* Elaboração própria
54
Segurança nos trabalhos em instalações e serviços em eletricidade │ UNIDADE III
A seguir, temos um mapa do Brasil com a representação simplificada da integração entre os sistemas
de produção e transmissão para o suprimento do mercado consumidor.
Figura 2.
55
UNIDADE III │ SEGURANÇA NOS TRABALHOS EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE
O que determina a gravidade do choque elétrico é a intensidade da corrente que circula no corpo
no momento do choque elétrico. O caminho percorrido pela corrente elétrica no corpo humano é
o fator preponderante que determina a gravidade do choque, sendo os choques elétricos de maior
gravidade aqueles em que a corrente elétrica passa pelo coração.
Da mesma forma que em circuito elétrico comum, o corpo humano está submetido às mesmas
propriedades elétricas: (i) resistência elétrica, (ii) voltagem, (iii) corrente. Dessa forma, estão
submetidos aos efeitos da passagem da corrente elétrica, a exemplo do efeito Joule. Os mecanismos
mais comuns de ocorrência do choque elétrico são:
a. Contato direto: ocorre pelo contato com o condutor vivo, isto é, com as fases (A, B
ou C) que alimentam os cabos ou barramentos da instalação;
b. Contato indireto: ocorre pelo contato com partes energizadas que não fazem parte
do circuito, mas que ficaram acidentalmente energizadas, por defeito ou por falha
de um sistema de proteção.
O contato direto ocorre normalmente nos trabalhos profissionais, em que o trabalhador interage
com os condutores da energia elétrica. O contato indireto ocorre normalmente nas atividades dos
usuários do sistema elétrico.
Efeitos
O choque elétrico pode ocasionar (i) contrações violentas dos músculos; (ii) a fibrilação ventricular
do coração; (iii) lesões térmicas e (iv) lesões não térmicas, podendo levar a óbito, inclusive como
efeito indireto (quedas e batidas etc.).
A morte por asfixia ocorre quando a intensidade da corrente elétrica é de valor elevado, normalmente
acima de 30 mA, e circular por um período de tempo relativamente pequeno, normalmente por
alguns minutos. Daí a necessidade de uma ação rápida, no sentido de interromper a passagem da
corrente elétrica pelo corpo. A morte por asfixia advém do fato do diafragma da respiração se contrair
(tetanização), cessando, assim, a respiração. Se não for aplicada a respiração artificial dentro de um
determinado intervalo de tempo, ocorrerão sérias lesões cerebrais e possível morte.
A fibrilação ventricular (coração) ocorre com intensidades de corrente da ordem de 15mA que circulem
por períodos de tempo superiores a um quarto de segundo. A fibrilação ventricular é a contração
desritmada do coração, não possibilitando, desta forma, a circulação do sangue pelo corpo, o que
resulta na falta de oxigênio nos tecidos do corpo e no cérebro. O coração raramente se recupera
por si só da fibrilação ventricular. No entanto, se aplicarmos um desfribilador, a fibrilação pode ser
interrompida e o ritmo normal do coração pode ser restabelecido. Não possuindo tal aparelho, a
aplicação da massagem cardíaca permitirá que o sangue circule pelo corpo, dando tempo para que
se providencie o desfribilador, portanto, na ausência do desfribilador deve ser aplicada a técnica de
massagem cardíaca até que a vítima receba socorro especializado. Além da ocorrência desses efeitos,
podemos ter queimaduras tanto superficiais (na pele) quanto profundas, inclusive nos órgãos internos.
O choque elétrico também poderá causar simples contrações musculares, as quais, de uma maneira
indireta, poderão levar a pessoa a, involuntariamente, chocar-se com alguma superfície sofrendo,
56
Segurança nos trabalhos em instalações e serviços em eletricidade │ UNIDADE III
assim, contusões ou mesmo uma queda, quando a vítima estiver em local elevado. Uma grande
parcela dos acidentes por choque elétrico conduz a lesões provenientes de batidas e quedas. Os
efeitos da corrente elétrica no corpo humano podem ser visualizados na figura a seguir.
Figura 3.
Onde:
A principal consequência do efeito Joule (térmico) no corpo humano é o aquecimento dos tecidos
por diversas formas, o que resulta na seguinte classificação:
Quando se toca uma superfície condutora energizada, as queimaduras podem ser locais e profundas
atingindo até a parte óssea, ou por outro lado muito pequenas, deixando apenas uma pequena
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UNIDADE III │ SEGURANÇA NOS TRABALHOS EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE
“mancha branca na pele”. Em caso de sobrevir à morte, a definição das áreas de contato é bastante
importante, e deve ser verificada no exame necrológico, para possibilitar a reconstrução, mais exata
possível, do caminho percorrido pela corrente.
O arco elétrico caracteriza-se pelo fluxo de corrente elétrica através do ar, e geralmente é produzido
quando da conexão e desconexão de dispositivos elétricos e também em caso de curto-circuito,
provocando queimaduras de segundo ou terceiro grau. O arco elétrico possui energia suficiente para
queimar as roupas e provocar incêndios, emitindo vapores de material ionizado e raios ultravioletas.
Campos eletromagnéticos
Um campo eletromagnético é gerado pela passagem da corrente elétrica nos meios condutores. O
campo eletromagnético está presente em inúmeras atividades humanas, tais como trabalhos com
circuitos ou linhas energizadas, solda elétrica, utilização de telefonia celular e fornos de micro-ondas.
Os trabalhadores que interagem com um Sistema Elétrico Potência estão expostos ao campo
eletromagnético, quando da execução de serviços em linhas de transmissão aérea e subestações de
distribuição de energia elétrica, nas quais se empregam elevados níveis de tensão e corrente.
A unidade de medida do campo magnético é o Ampére por Volt, Gaus ou Tesla cujo símbolo é
representado pela letra T.
Cuidados especiais devem ser tomados por trabalhadores ou pessoas que possuem em seu
corpo aparelhos eletrônicos, tais como marca-passo, aparelhos auditivos, entre outros, pois seu
funcionamento pode ser comprometido na presença de campos magnéticos intenso.
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Capítulo 2
Medidas de controle do risco elétrico
Desenergização
A desenergização pode ser definida como um conjunto de ações coordenadas, sequenciadas e
controladas, destinadas a garantir a efetiva ausência de tensão no circuito, trecho ou ponto de trabalho,
durante todo o tempo de intervenção e sob controle dos trabalhadores envolvidos, conforme prevista
no item 10.5.1 da Norma Regulamentadora no 10, do Ministério do Trabalho e Emprego.
Seccionamento
É o ato de promover a descontinuidade elétrica total, com afastamento adequado entre um circuito ou
dispositivo e outro, obtido mediante o acionamento de dispositivo apropriado (chave seccionadora,
interruptor, disjuntor etc.), acionado por meios manuais ou automáticos, ou ainda por meio de
ferramental apropriado e segundo procedimentos específicos.
Impedimento de reenergização
É o estabelecimento de condições que impedem, de modo reconhecidamente garantido, a
reenergização do circuito ou equipamento desenergizado, assegurando ao trabalhador o controle do
seccionamento. Na prática, trata-se da aplicação de travamentos mecânicos, por meio de fechaduras,
cadeados e dispositivos auxiliares de travamento ou com sistemas informatizados equivalentes.
Dessa forma, o circuito será novamente energizado quando o último empregado concluir seu serviço
e destravar os bloqueios. Após a conclusão dos serviços, deverão ser adotados os procedimentos de
liberação específicos.
A desenergização de circuito ou mesmo de todos os circuitos numa instalação deve ser sempre
programada e amplamente divulgada para que a interrupção da energia elétrica reduza os transtornos
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UNIDADE III │ SEGURANÇA NOS TRABALHOS EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE
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Segurança nos trabalhos em instalações e serviços em eletricidade │ UNIDADE III
»» erros na manobra;
»» descargas atmosféricas.
O aterramento pode ser definido como a ligação intencional à terra por meio da qual correntes
elétricas podem fluir. O aterramento pode ser o seguinte.
»» Além disso, as figuras não devem ser vistas com conotação espacial restrita.
Note-se, neste particular, que, como uma mesma instalação pode eventualmente abranger mais de
uma edificação, as massas devem necessariamente compartilhar o mesmo eletrodo de aterramento,
se pertencentes a uma mesma edificação, mas podem, em princípio, estar ligadas a eletrodos de
aterramento distintos, se situadas em diferentes edificações, com cada grupo de massas associado
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UNIDADE III │ SEGURANÇA NOS TRABALHOS EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE
Esquema TN
O esquema TN possui um ponto da alimentação diretamente aterrado, sendo as massas ligadas a
esse ponto por meio de condutores de proteção. São consideradas três variantes de esquema TN, de
acordo com a disposição do condutor neutro e do condutor de proteção, a saber.
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Segurança nos trabalhos em instalações e serviços em eletricidade │ UNIDADE III
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UNIDADE III │ SEGURANÇA NOS TRABALHOS EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE
Esquema TT
O esquema TT possui um ponto da alimentação diretamente aterrado, estando as massas da
instalação ligadas a eletrodo(s) de aterramento eletricamente distinto(s) do eletrodo de aterramento
da alimentação, conforme figura a seguir.
Esquema IT
No esquema IT todas as partes vivas são isoladas da terra ou um ponto da alimentação é aterrado
por meio de impedância. As massas da instalação são aterradas, verificando-se as seguintes
possibilidades:
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Segurança nos trabalhos em instalações e serviços em eletricidade │ UNIDADE III
Aterramento temporário
O aterramento temporário deverá ser adotado a montante (antes) e a jusante (depois) do ponto
de intervenção do circuito e derivações se houver, salvo quando a intervenção ocorrer no final do
trecho. Deve ser retirado ao final dos serviços.
Para cada classe de tensão, existe um tipo de aterramento temporário. O mais usado em trabalhos
de manutenção ou instalação nas linhas de distribuição é um conjunto ou ‘Kit’ padrão composto
pelos seguintes elementos:
Equipotencialização
É o procedimento que consiste na interligação de elementos especificados, visando a obter
a equipotencialidade necessária para os fins desejados. Todas as massas de uma instalação
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UNIDADE III │ SEGURANÇA NOS TRABALHOS EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE
devem estar ligadas a condutores de proteção. Em cada edificação, deve ser realizada uma
equipotencialização principal, em condições especificadas, e tantas equipotencializações
suplementares quantas forem necessárias.
Todas as massas da instalação situadas em uma mesma edificação devem estar vinculadas à
equipotencialização principal da edificação e, dessa forma, a um mesmo e único eletrodo de
aterramento. Isso sem prejuízo de equipotencializações adicionais que se façam necessárias, para
fins de proteção contra choques e/ou de compatibilidade eletromagnética.
Massas protegidas contra choques elétricos por um mesmo dispositivo, dentro das regras da proteção
por seccionamento automático da alimentação, devem estar vinculadas a um mesmo eletrodo de
aterramento, sem prejuízo de equipotencializações adicionais que se façam necessárias, para fins
de proteção contra choques e/ou de compatibilidade eletromagnética. Todo circuito deve dispor de
condutor de proteção, em toda sua extensão.
NOTA: Um condutor de proteção pode ser comum a mais de um circuito, observado o disposto
no item 6.4.3.1.5. da NBR-5410/2004, um condutor de proteção pode ser comum a dois ou mais
circuitos, desde que esteja instalado no mesmo conduto que os respectivos condutores de fase e sua
seção seja dimensionada para a mais severa corrente de falta presumida e o mais longo tempo de
atuação do dispositivo de seccionamento automático verificados nesses circuitos; ou em função da
maior seção do condutor da fase desses circuitos conforme tabela abaixo.
»» massas que, por suas reduzidas dimensões (até aproximadamente 50mm x 50mm)
ou por sua disposição, não possam ser agarradas ou estabelecer contato significativo
com parte do corpo humano, desde que a ligação a um condutor de proteção seja
difícil ou pouco confiável.
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Segurança nos trabalhos em instalações e serviços em eletricidade │ UNIDADE III
Cabe salientar que essas medidas de proteção requerem a coordenação entre o esquema de
aterramento adotado e as características dos condutores e dispositivos de proteção. O seccionamento
automático é de suma importância em relação a:
Figura 4.
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UNIDADE III │ SEGURANÇA NOS TRABALHOS EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE
a. SELV (do inglês “separated extra-low voltage”) – Sistema de extra baixa tensão que
é eletricamente separada da terra de outros sistemas de tal modo que a ocorrência
de uma única falta não resulta em risco de choque elétrico.
b. PELV (do inglês “protected extra-low voltage”) – Sistema de extra baixa tensão
que não é eletricamente separado da terra, mas que preenche, de modo equivalente,
todos os requisitos de um SELV.
Os circuitos SELV não têm qualquer ponto aterrado nem massas aterradas. Os circuitos PELV
podem ser aterrados ou ter massas aterradas. Dependendo da tensão nominal do sistema SELV ou
PELV e das condições de uso, a proteção básica é proporcionada por:
»» limitação da tensão; ou
Assim, as partes vivas de um sistema SELV ou PELV não precisam necessariamente ser inacessíveis,
podendo dispensar isolação básica, barreira ou invólucro, no entanto, para atendimento a este item
deve atender as exigências mínimas da norma NBR-5410/2004.
Barreiras e invólucros
São dispositivos que impedem qualquer contato com partes energizadas das instalações elétricas.
São componentes que visam a impedir que pessoas ou animais toquem acidentalmente as
partes energizadas.
As barreiras têm de ser robustas, fixadas de forma segura e tenham durabilidade, tendo como fator
de referência o ambiente em que está inserido. Só poderão ser retiradas com chaves ou ferramentas
apropriadas e, também, como predisposição para uma segunda barreira ou isolação que não possa
ser retirada sem ajuda de chaves ou ferramentas apropriadas.
O uso de barreiras ou invólucros, como meio de proteção básica, destina-se a impedir qualquer contato
com partes vivas. As partes vivas devem ser confinadas no interior de invólucros ou atrás de barreiras
que garantam grau de proteção. Quando o invólucro ou barreira compreender superfícies superiores,
horizontais, que sejam diretamente acessíveis, elas devem garantir grau de proteção mínimo.
Bloqueios e impedimentos
Bloqueio é a ação destinada a manter, por meios mecânicos, um dispositivo de manobra fixo numa
determinada posição, de forma a impedir uma ação não autorizada, em geral utilizam cadeados.
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Segurança nos trabalhos em instalações e serviços em eletricidade │ UNIDADE III
Toda ação de bloqueio deve estar acompanhada de etiqueta de sinalização, com o nome do
profissional responsável, data, setor de trabalho e forma de comunicação. As empresas devem
possuir procedimentos padronizados do sistema de bloqueio, documentado e de conhecimento de
todos os trabalhadores, além de etiquetas, formulários e ordens documentais próprios.
Obstáculos e anteparos
Os obstáculos são destinados a impedir o contato involuntário com partes vivas, mas não o contato
que pode resultar de uma ação deliberada e voluntária de ignorar ou contornar o obstáculo. Os
obstáculos devem impedir:
Os obstáculos podem ser removíveis sem auxílio de ferramenta ou chave, mas devem ser fixados
de forma a impedir qualquer remoção involuntária. As distâncias mínimas a serem observadas
nas passagens destinadas à operação e/ou manutenção são aquelas indicadas na tabela abaixo e
ilustradas na figura Situação Distância.
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UNIDADE III │ SEGURANÇA NOS TRABALHOS EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE
possam ser executados com efetivo controle dos riscos pelo trabalhador. O isolamento deve ser
compatível com os níveis de tensão do serviço.
Esses dispositivos devem ser bem acondicionados para evitar acúmulo de sujeira e umidade que
comprometam a isolação e possam torná-los condutivos. Também devem ser inspecionados a cada
uso e serem submetidos a testes elétricos anualmente.
Exemplos:
»» Tapetes isolantes.
A proteção por isolação dupla ou reforçada é realizada, quando utilizamos uma segunda isolação,
para suplementar aquela normalmente utilizada, e para separar as partes vivas do aparelho de suas
partes metálicas. Para a proteção da isolação, geralmente, são prescritos requisitos mais severos do
que aqueles estabelecidos para a isolação funcional.
Entre a isolação funcional e a de proteção, pode ser usada uma camada de metal, que as separe,
totalmente ou em parte. Ambas as isolações, porém, podem ser diretamente sobrepostas uma à
outra. Neste caso, as isolações devem apresentar características tais que a falha em uma delas não
comprometa a proteção e não estenda à outra.
Como a grande maioria das causas de acidentes é devida aos defeitos nos cabos de alimentação e
suas ligações ao aparelho, um cuidado especial deve ser tomado com relação a este ponto no caso da
isolação dupla ou reforçada.
Deve ser realizada de tal forma que a probabilidade de transferência de tensões perigosas a partes
metálicas susceptíveis de serem tocadas, seja a menor possível.
O símbolo utilizado para identificar o tipo de proteção por isolação dupla ou reforçada em
equipamentos deve ser impresso de forma visível na superfície externa do equipamento.
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Segurança nos trabalhos em instalações e serviços em eletricidade │ UNIDADE III
Partes simultaneamente acessíveis que apresentem potenciais diferentes devem se situar fora da
zona de alcance normal.
Se, em espaços nos quais for prevista normalmente a presença ou a circulação de pessoas, houver
obstáculo (por exemplo, tela) limitando a mobilidade no plano horizontal, a demarcação da zona de
alcance normal deve ser feita a partir deste obstáculo.
No plano vertical, a delimitação da zona de alcance normal deve observar os 2,50m da superfície S,
tal como indicado na figura anterior, independentemente da existência de qualquer obstáculo com
grau de proteção das partes vivas.
Separação elétrica
Uma das medidas de proteção contra choques elétricos previstas na NBR- 5410/2004 é a chamada
“separação elétrica.” Ao contrário da proteção por seccionamento automático da alimentação, ela
não se presta a uso generalizado. Pela própria natureza, é uma medida de aplicação mais pontual,
mas que despertou certa confusão entre os profissionais de instalações.
Outra lembrança surge, pois, pelas disposições da norma, a(s) massa(s) do(s) equipamento(s)
alimentado(s) não deve(m) ser aterrada(s) e nem ligada(s) a massas de outros circuitos e/ou
a elementos condutivos estranhos à instalação – embora o documento exija que as massas do
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UNIDADE III │ SEGURANÇA NOS TRABALHOS EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE
circuito separado (portanto, quando a fonte de separação alimenta mais de um equipamento) sejam
interligadas por um condutor PE próprio, de equipotencialização.
Exemplo de instalações que possuem separação elétrica são salas cirúrgicas de hospitais, em que
o sistema também é isolado, usando-se igualmente um transformador de separação, mas todos os
equipamentos por ele alimentados têm suas massas aterradas.
A separação elétrica, como mencionado, é uma medida de aplicação limitada. A proteção contra
choques (contra contatos indiretos) que ela proporciona repousa:
O circuito separado constitui um sistema elétrico “ilhado”. A segurança contra choques que ele oferece
se baseia na preservação dessas condições. Os transformadores de separação utilizados na alimentação
de salas cirúrgicas também se destinam a criar um sistema isolado. Mas não é por ser o transformador
de separação que seu emprego significa necessariamente proteção por separação elétrica.
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Segurança nos trabalhos em instalações e serviços em eletricidade │ UNIDADE III
73
Segurança em Unidade iV
canteiros de obras
CAPÍTULO 1
Considerações gerais
Apesar dos avanços tecnológicos, a construção civil continua tendo um péssimo desempenho no
que diz respeito à segurança e à saúde no trabalho. No Brasil, o setor está na quarta posição em
ocorrência de acidentes fatais, em termos de frequência, e está na segunda posição em termos de
coeficiente por cem mil trabalhadores (BRASIL, 1996).
A realidade demonstra que, embora os custos econômicos e sociais dos acidentes de trabalho sejam
elevados (HINZE, 1991), as empresas, geralmente, não procuram evitá-los de forma sistemática,
limitando-se apenas a cumprir as obrigações presentes na legislação. Cabe ressaltar que as normas
possuem um escopo restrito e focam a atuação na implantação de medidas relacionadas às
instalações de infraestruturas físicas de segurança (por exemplo, bandejas de proteção e guarda-
corpos), e deixam de exigir medidas preventivas mais amplas que visem a eliminar ou a reduzir os
riscos nas suas origens.
A principal norma internacional que aborda a segurança sob um enfoque sistêmico atualmente
é a norma OSHA 18001 – Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (DE CICCO,
1999). Entretanto, mesmo que as empresas possam receber uma certificação pelo atendimento
aos requisitos da norma, o simples cumprimento das prescrições da OSHA 18001 não implica,
necessariamente, redução de acidentes do trabalho ou melhorias reais nos ambientes de trabalho
de um canteiro de obras, pois não há especificação de padrões mínimos de desempenho, mas
apenas o estabelecimento de certos procedimentos gerenciais que a empresa deve adotar. Pode-se
verificar que mesmo com o cumprimento integral da legislação de segurança e saúde do trabalho,
no canteiro de obras, não se pode garantir uma redução significativa dos índices de acidentes
do trabalho, ou seja, leis, normas e regulamentos devem ser entendidos apenas como requisitos
mínimos a serem cumpridos.
Diversos estudos têm indicado a necessidade da adoção de medidas de caráter gerencial, as quais
podem instrumentalizar ou complementar as exigências das leis, destacando a importância da
existência de programas de segurança específicos para cada empreendimento (HINZE, 1997). Esses
programas devem incluir os procedimentos necessários para complementar a mera exigência legal,
como: (i) a elaboração de orçamentos relativos à segurança; (ii) os programas efetivos de treinamento
da mão de obra; (iii) os incentivos aos operários para a redução de acidentes; (iv) a colocação de metas
relativas ao desempenho em segurança do trabalho de cada obra; e (v) a coleta de indicadores.
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Segurança em canteiros de obras │ UNIDADE IV
De acordo com Harper e Kohen (1998), as economias geradas pela implantação de um forte programa
de segurança superam os custos do programa. Nesse estudo de caso, a empresa apresentava
excelentes indicadores de segurança, adotando estratégias de gestão da segurança no trabalho que
enfatizavam (i) o envolvimento dos funcionários; (ii) a redução da rotatividade da mão de obra;
(iii) a implantação do programas 5S (manutenção da limpeza e organização); (iv) a realização de
reuniões semanais com as equipes de trabalho; (v) a identificação de riscos nos postos de trabalho
existentes antes do início dos serviços; e (vi) o fornecimento de equipamentos de segurança.
Baseando-se no desempenho de construtoras líderes nos EUA, Jaselskis et aI. (1996), quantificaram
os principais fatores que interferem na segurança: (i) a necessidade de programas de segurança
escritos e bastante detalhados (em média 4,5 páginas por atividade/ordem de serviço); (ii) a
necessidade de apoio da alta direção da empresa; (iii) a realização de cerca de oito inspeções mensais
formais de segurança em cada obra; (iv) a redução da rotatividade para um máximo de 7%; (v) o
aumento dos gastos com premiações por desempenho em segurança para cerca de 9% do orçamento
da segurança da obra; (vi) a realização de três reuniões formais com empreiteiros por mês.
No estudo de Saurin e Ribeiro (2001), foram identificados obstáculos a superar para a melhoria do
desempenho em segurança do trabalho, como: (i) a pouca quantidade e qualidade do treinamento à
mão de obra; (ii) a alta rotatividade da mão de obra empreitada; (iii) a falta de apoio da alta direção
à CIPA; (iv) o pouco tempo que o técnico em segurança dedica à empresa; e (v) a falta de registro
formal e de investigação dos acidentes e quase acidentes. Algumas percepções demonstraram
que os níveis gerenciais também necessitam de treinamento, pois eles nada tinham a sugerir para
melhorar a segurança do trabalho na empresa e tendiam a responsabilizar os funcionários pelos
acidentes ocorridos. As estratégias para cumprir as metas dos cronogramas físico-financeiros são
prioridades das gerências e seriam mais eficientes e realistas se reconhecessem que os cuidados com
a segurança podem ser decisivos para o sucesso nestas áreas.
Saurin e Ribeiro (2001) também afirmaram que os esforços destinados à mudança de mentalidade
dos operários devem focalizar em reverter a falsa sensação de segurança existente nos canteiros de
obras. O fato de os empregados julgarem-se, suficientemente, conscientizados, a percepção de que
ocorrem poucos acidentes e a percepção de que eles são os principais culpados por eles, são reflexos
da falta de treinamento e conscientização e não coincidem com a realidade observada nas obras.
Outro ponto fundamental diz respeito à necessidade da incorporação dos conceitos de segurança
do trabalho desde a etapa de projeto (HINZE, 1997; SMALLWOOD, 1996). A viabilidade de
incorporar essas necessidades ao projeto foi comprovada por Hinze e Gambatese (1996), os quais
documentaram cerca de 400 soluções de projeto para melhorar a segurança nas obras.
Este texto não pretende esgotar todos os temas referentes à segurança do trabalho em canteiros
de obras, vamos focar na inserção de requisitos de segurança do trabalho na fase do projeto e na
definição do escopo dos programas de segurança do trabalho nos canteiros. Vale ressaltar que eles
representam apenas uma pequena parcela dos diversos elementos que interferem na gestão da
segurança no trabalho em um canteiro de obras. Medidas pontuais, desarticuladas e descoordenadas,
implantadas para gerenciar a segurança não são eficientes, efetivas ou eficazes e os períodos em que
não ocorrerem acidentes geralmente serão devidos muito mais a fatores circunstanciais do que a
tomada de ações preventivas.
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UNIDADE IV │ SEGURANÇA EM CANTEIROS DE OBRAS
3. Fundações e estrutura.
4. Alvenaria e revestimentos.
9. Pintura/Impermeabilização.
A logística de um canteiro depende de vários fatores, mas é necessário garantir ao menos a separação
de duas áreas quando se define o leiaute do canteiro:
Uma das principais medidas para se implantar e garantir a eficácia de um programa de segurança
do trabalho no canteiro de obras é planejar a instalação do próprio canteiro, que deve ser realizado
por meio de um procedimento sistematizado. Uma proposta é efetuar o planejamento do canteiro
em cinco fases:
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Segurança em canteiros de obras │ UNIDADE IV
Deve-se realizar uma avaliação completa de forma e evitar que faltem as informações
necessárias para a tomada de decisões durante as demais fases e em todas as etapas
da obra propriamente dita.
›› Instalações do canteiro: deve ser elaborada uma listagem com todas as instalações
do canteiro, definindo quais serão construídas e quais serão locadas, estimando-
se a área aproximada necessária para cada uma delas.
77
UNIDADE IV │ SEGURANÇA EM CANTEIROS DE OBRAS
O leiaute já deve ser estudado a partir do momento em que estiver disponível o anteprojeto
arquitetônico do edifício. Contudo, nessa etapa ainda não há necessidade de dimensionar e locar
com precisão as instalações. A consideração do leiaute nesta etapa tem como principal objetivo
permitir que, na medida do possível, o projeto arquitetônico e os projetos complementares possam
considerar as necessidades do projeto do canteiro de obras. Tal prática tende a evitar que o projeto
do canteiro seja, como ocorre muitas vezes, uma mera consequência das restrições impostas pelos
projetos executivos.
Obviamente que as interferências do canteiro nos outros projetos não irão implicar mudanças
radicais na concepção inicial dos projetos. Embora as mudanças devam se limitar a intervenções de
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Segurança em canteiros de obras │ UNIDADE IV
pequeno impacto, elas podem ser fundamentais para a viabilização de um leiaute eficiente. Entre os
assuntos que podem ser objeto de intervenção podem ser citadas a largura ou o dimensionamento
de uma rampa para passagem de caminhões ou a execução de um detalhe na fachada para viabilizar
a colocação de uma grua.
O planejamento do canteiro deve, preferencialmente, ser coordenado pelo gerente técnico da obra.
Além deste, é fundamental a participação do mestre de obras e de representantes dos empreiteiros
envolvidos. Caso o estudo seja feito ainda durante a etapa de anteprojeto, deve ser elaborada uma
planta de anteprojeto do canteiro para ser encaminhada a todos os projetistas, a fim de que todos
verifiquem a existência de eventuais interferências com seus projetos.
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Capítulo 2
Os riscos e sua prevenção em cada
etapa da obra
Um canteiro de obras é, por definição, um local de risco. Algumas ações podem ser implantadas,
desde o início dos trabalhos, de forma a reduzir a exposição a estes riscos, com a manutenção do
canteiro limpo e organizado pelo seguinte.
II. Definir as responsabilidades de cada cargo na obra quanto à ordem e limpeza, cujas
tarefas devem fazer parte da rotina diária e constante.
IV. Os postos de trabalho devem ser mantidos limpos e organizados pelo próprio
operário que ali trabalha. Especialmente os próximos de corredores, rampas,
escadas, máquinas e equipamentos.
V. Os pisos devem ser mantidos sem acúmulo de óleos, graxas ou outros líquidos que
possam aumentar o risco de queda e incêndio, em caso de derramamento utilizar
areia.
VI. Devem ser mantidas lixeiras e caçambas metálicas em todas as frentes de serviço
de forma a evitar o acúmulo de entulhos. A remoção entre diferentes níveis deve ser
realizada por calhas fechadas ou equipamentos mecânicos.
VII. Toda a madeira e entulho devem ser armazenados sem pregos sobressalentes, para
tanto um operário (ou uma equipe) deve ser responsável por esta tarefa.
VIII. Todos os postos de trabalho, corredores e escadas devem ser mantidos com níveis
de iluminação adequada (natural e artificial).
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Segurança em canteiros de obras │ UNIDADE IV
II. Desmoronamento da estrutura que está sendo demolida, pela falta de planejamento
do início da operação, do seu avanço e do seu término.
VI. Quedas de pessoas entre diferentes níveis, pela falta de proteções (guarda-corpo e
fechamentos).
Desta forma, no desmonte de rochas pode ocorrer (i) uma explosão fora de controle, com um
consequente incêndio; (ii) um desmoronamento inesperado, com possível tombo de talude; (iii)
projeção de terra e rochas a distâncias maiores que as planejadas; (iv) danos a terceiros causados
pelas vibrações e quedas de materiais; (v) intoxicações causadas manuseio dos explosivos ou pelos
gases gerados na explosão.
Nas escavações, o risco de desabamentos de terra e/ou rochas é grande, causado pelo seguinte.
I. Sobrecarga nas bordas da escavação – na falta de ensaios do solo não devem ser
depositados materiais nas bordas da escavação em uma distância igual ou superior
à profundidade escavada.
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UNIDADE IV │ SEGURANÇA EM CANTEIROS DE OBRAS
IV. Vibrações nas proximidades, provocadas por veículos, linhas férreas, marteletes
pneumáticos, vibradores etc.
Nas escavações, além dos desabamentos e dos deslizamentos de terra e/ou rochas, também podem
ocorrer: (i) quedas de pessoas (da borda da escavação ou em mesmo nível pelo estado das pistas
de acesso e circulação); (ii) acidentes envolvendo máquinas (colisões, atropelamentos etc.); (iii)
riscos derivados de trabalhos realizados sob condições meteorológicas adversas (temperatura,
vento, chuva etc.); (iv) exposições diretas e indiretas à eletricidade; e (v) contato com tubulações
enterradas. Nas escavações profundas (como tubulões), acidentes também podem ser gerados pela
queda de objetos, pela asfixia ou pela inundação no local. Vale lembrar que o controle de acesso ao
canteiro de obras deve ser uma preocupação constante para evitar riscos para terceiros.
Vale ressaltar que os serviços realizados em ambientes de trabalho com características tais que
possam ser considerados como locais confinados têm os mesmos riscos de uma escavação, com
possível agravamento pelo confinamento existente, que potencializa a ocorrência de: (i) incêndio em
materiais inflamáveis; (ii) explosão por presença de gases; (iii) intoxicação ou asfixia pela presença
de gases ou produtos químicos; (iv) lesões por resgates mal planejados e executados.
Os riscos mais comuns no trabalho com formas de madeira (construção de fôrmas, cimbramento
e desforma) são estes.
II. Queda de pessoas no mesmo nível ou entre níveis ao trabalhar sobre as vigas.
III. Golpes em geral por objetos, como pancadas nas mãos durante a cravação de pregos
e perfuração nos pés por objetos pontiagudos.
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Segurança em canteiros de obras │ UNIDADE IV
Nos trabalhos com fôrmas é importante lembrar que: (i) as madeiras podem conter falhas (nós etc.)
que ofereçam riscos no seu manuseio; (ii) as peças têm certa flexibilidade, podendo ocorrer flexões,
torções e deslocamentos de peças; (iii) a disposição desorganizada da madeira e, principalmente, do
pó de serragem podem gerar focos de incêndio; e (iv) a utilização de algumas máquinas pode gerar
ruído excessivo.
IV. Quedas de materiais, durante os serviços de içamento das cargas, por problemas na
amarração da eslinga ou pela falta de trava de segurança nos ganchos.
Na etapa de concretagem, aqueles riscos da realização das tarefas do trabalho em local provisório,
existentes nos serviços de fôrmas de madeira e de armações de aço, se mantêm. Entretanto, deve-se
ressaltar que a falta de planejamento da operação de concretagem (como e onde começar, o fluxo
83
UNIDADE IV │ SEGURANÇA EM CANTEIROS DE OBRAS
da concretagem a ser executado, como e onde paralisar o serviço se for necessário e como e onde
terminar) geralmente gera diversos problemas na execução do serviço.
VI. Eletrocussão.
Nas etapas de instalações (redes e especiais), aqueles riscos da realização das tarefas do
trabalho em local provisório, existentes nos demais serviços da obra até agora descritos, mantêm-se
(queda de materiais e de pessoas, eletrocussão, golpes/batidas por objetos etc.). Entretanto, deve-
se ressaltar que a falta de planejamento das tarefas a serem executadas (como e onde começar, o
plano de avanço do serviço a ser obedecido, como e onde paralisar se for necessário e como e onde
terminar) geralmente gera diversos problemas na execução do serviço.
Especial atenção deve ser dada aos choques elétricos (eletrocussão), pois estão entre as principais
causas de acidentes graves em canteiros de obras, decorrentes de: (i) instalações provisórias mal
projetadas e instaladas, inclusive com a utilização de materiais de baixa qualidade; (ii) ausência/
falhas dos dispositivos de proteção coletiva (EPC), como aterramentos, barreiras; (iii) ausência/
falhas na sinalização e orientação dentro das áreas de produção do canteiro. Um caso sistêmico em
obras é a relação entre queda de pessoas e choque elétrico: (i) ou a queda de uma pessoa sobre local
energizado provoca um choque elétrico; (ii) ou o choque elétrico provoca a queda de um trabalhador
que estava executando suas tarefas em altura.
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Segurança em canteiros de obras │ UNIDADE IV
Nos serviços finais (desmobilização, limpeza teste etc.), os riscos estão, principalmente, ligados
à ausência das instalações provisórias do canteiro juntamente com a “proibição” de utilização
das instalações permanentes da edificação construída, gerando algumas situações de serviços
completamente improvisados.
I. O operador deve utilizar os EPI adequados; usar vestimentas de mangas curtas para
evitar agarramentos; não usar anéis, medalhas, relógios etc.; e não deve reparar a
máquina sem comunicação ao superior.
II. Não retirar as proteções das máquinas a não ser para limpá-las, lubrificá-las ou
repará-las, e elas devem ser imediatamente recolocadas após a realização do serviço.
III. Não movimentar máquinas sem antes verificar se existe alguém trabalhando em
alguma de suas partes.
IV. Não deixar peças ou ferramentas nas proximidades das partes móveis das máquinas
e manter o piso ao seu redor livre de obstruções.
VI. Desligar a chave geral da máquina para qualquer interrupção do serviço ou reparo.
A operação de máquinas móveis gera diversos riscos, entre eles: (i) quedas de pessoas, pela
máquina ou pela carga; (ii) quedas de cargas/materiais; (iii) ruptura de cabos ou ganchos; (iv)
eletrocussões, geralmente por falhas no aterramento; (v) problemas na máquina por condições
meteorológicas adversas (ventos, chuva etc.); (vi) tombamento ou afundamento por excesso de carga;
(vii) atropelamentos e colisões nas máquinas que realizam transporte horizontal, principalmente na
marcha à ré; (viii) vibração; e (ix) ruído.
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UNIDADE IV │ SEGURANÇA EM CANTEIROS DE OBRAS
A operação de máquinas fixas gera diversos riscos, entre eles: (i) cortes e amputações dos
membros superiores; (ii) descargas elétricas; (iii) projeção de partículas; (iv) agarramentos pelas
partes móveis; (v) incêndios; e (vi) ruídos. Toda máquina e equipamento devem (i) ter a sua carcaça
aterrada eletricamente se forem energizados; (ii) ser instalados em superfície plana e resistente; (iii)
ter as partes móveis e de transmissão protegidas por carcaças.
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Segurança em canteiros de obras │ UNIDADE IV
Para o uso seguro de uma ferramenta elétrica: (i) verificar se todas as ligações elétricas estão feitas
corretamente a fim de evitar curto-circuito, falta de fase, aquecimento e queima de motores; (ii)
verificar se há dupla isolação e se não há fios partidos ou mau contato nos terminais; (iii) manter as
ferramentas armazenadas no almoxarifado da obra; e (iv) não retirar as ferramentas das tomadas
de eletricidade com um puxão brusco no cabo de alimentação.
A ferramenta elétrica portátil de uso mais comum é a máquina de furar. No caso de máquinas de
furar portáteis, é importante (i) remover a chave do mandril logo após utilizá-la; (ii) não deixar
a máquina sobre a bancada com a broca projetada para fora; (iii) não abandonar a máquina em
funcionamento; (iv) retirar a broca ao término do trabalho; (v) não segurar a peça a ser furada com
a mão, usar o torno de bancada; (vi) não soltar a broca com o motor em movimento; (vii) não parar
o motor com a mão e (viii) não resfriar a broca em líquidos frios.
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UNIDADE IV │ SEGURANÇA EM CANTEIROS DE OBRAS
O uso de ferramenta manual implica cuidados especiais que variam de acordo com o tipo de
ferramenta e a natureza do trabalho a executar. Algumas recomendações gerais são: (i) a ferramenta
deve ser apropriada para o serviço e deve ser corretamente utilizada; (ii) não usar ferramentas
improvisadas, defeituosas, gastas ou deformadas; (iii) inspecionar as ferramentas antes e depois do
uso; (iv) não abandonar as ferramentas em locais inadequados; (v) não arremessar ferramentas; e
(vi) não carregar ferramentas no bolso, transportá-las em caixas adequadas e guardá-las em gavetas,
mantendo as partes cortantes voltadas para baixo.
Manter o rosto sempre acima do nível da peça ao tirar ou cortar pregos, arames ou fios.
Torqueses
Segurar o torquês de forma que sua extremidade cortante fique virada para baixo.
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Segurança em canteiros de obras │ UNIDADE IV
Nos trabalhos com cordas, os riscos mais comuns a serem evitados são: (i) diâmetro inadequado;
(ii) deterioração, emboloramento e fermentação da corda; (iii) cortes, amassamentos, ataque de
ácidos e abrasão; (iv) presença de nós; (v) falta de manutenção; (vi) emendas e desfiamentos;
(vii) aquecimentos e queimaduras; (viii) umidade; (ix) armazenamento inadequado; (x) ataque de
roedores; (xi) sobrecarga; (xii) contato com graxas e produtos corrosivos; (xiii) contato com objetos
pontiagudos; e (xiv) queda da carga.
Já na operação com eslingas, os riscos presentes a serem prevenidos são: (i) falta de trava de
segurança no gancho; (ii) sobrecarga; (iii) ruptura dos cabos, cordas ou correntes; (iv) ângulos
inadequados entre cabos; (v) nós nos cabos ou correntes; (vi) clipes colocados inadequadamente;
(vii) falta de inspeção periódica; e (viii) queda de carga.
O uso de redes deve ser precedido de estudo prévio para o correto dimensionamento e seleção
da proteção em função de: (i) altura da queda de pessoas e de materiais; (ii) do tamanho e peso
dos objetos; (iii) da máxima flecha em uso; (iv) dos pontos de ancoragem; (v) do ambiente para
instalação; e (vi) o tempo estimado de utilização da rede. Devem ser tomadas precauções nas
operações de montagem (transporte adequado), utilização (retirada dos objetos caídos na rede e
revisões após quedas de pessoas ou objetos grandes) e desmontagem da rede (meios auxiliares para
a desmontagem), bem como no seu armazenamento e na manutenção, com a revisão dos elementos
têxteis e metálicos – com reparos e trocas sempre que necessários – proteção de todos os elementos
contra intempéries; e proteção contra luz, fontes de calor e umidade.
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Capítulo 3
O programa de condições e meio
ambiente de trabalho – PCMAT
Cabe ressaltar que, de conformidade com o item 18.3.3 da NR-18, a responsabilidade pela elaboração,
bem como pela implementação do PCMAT nos estabelecimentos é do empregador ou condomínio.
O PCMAT deve ser elaborado e executado por profissionais legalmente habilitados na área de
Segurança do Trabalho, no caso, Engenheiros do Trabalho ou Técnicos de Segurança do Trabalho.
Quanto à execução do PCMAT, ela é de competência exclusiva do Engenheiro da obra.
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Segurança em canteiros de obras │ UNIDADE IV
A elaboração do programa dá-se pela antecipação dos riscos inerentes à atividade da construção
civil. Devem ser aplicados métodos e técnicas que têm por objetivo reconhecimento, avaliação e
controle dos riscos encontrados nesta atividade laboral. A partir deste levantamento, são tomadas
providências para eliminar ou minimizar e controlar esses riscos, por meio de medidas de proteção
coletivas ou individuais.
As proteções coletivas são ações, equipamentos ou elementos que servem de barreira entre o perigo
e os operários. Numa visão ampla, são todas as medidas de segurança tomadas numa obra para
proteger uma ou mais pessoas. As proteções coletivas são classificadas em três grupos.
O primeiro grupo não deveria ser objeto de estudo no PCMAT, pois todos os dispositivos de
proteção de uma máquina ou equipamento devem estar contidos nela e, portanto, precisam ser
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UNIDADE IV │ SEGURANÇA EM CANTEIROS DE OBRAS
exigidos pela empresa compradora (como, por exemplo, uma coifa protetora para a serra circular).
Entretanto, o programa deve contemplar a necessidade de verificação da existência destas proteções
nos equipamentos e nas máquinas a serem utilizados na obra.
O cronograma de implantação das medidas é importante como forma de acompanhar o que foi
planejado em relação ao que está sendo efetivamente feito, ainda mais quando a percepção geral é de
que os atuais PCMAT são apenas documentos de gaveta, feitos somente para atender a fiscalização
da DRT, porém nunca são implementados. É imprescindível que os cronogramas estejam integrados
em um cronograma físico-financeiro.
Em diversas pesquisas foram identificados os custos que incidem na aquisição dos EPI e EPC,
manutenção de máquinas e equipamentos e palestras, demonstrando que os custos de segurança do
trabalho não são tão onerosos no orçamento da obra, ficando o custo de implantação de um PCMAT
entre 1,5% a 3,0% do custo global da obra.
O leiaute deve ser elaborado levando em consideração as condições de trabalho, prevendo os meios
necessários para uma manutenção e conservação eficaz de todas as instalações. O mesmo deverá ser
feito conforme a legislação e na forma de croqui em que deverão constar todas as instalações, desde
os acessos, instalações provisórias e outras que poderiam ser relegadas a um segundo plano, vindo a
ser descartadas justamente pelo fato de não terem sido previstas. Juntamente ao leiaute, será criado
um projeto de utilização e controle de equipamentos que serão utilizados durante a execução da
obra. Os equipamentos serão controlados de forma periódica, de maneira a garantir as condições de
seu funcionamento. Caso ocorra alguma situação anormal deverão ser registradas e tomadas ações
corretivas necessárias.
A sinalização pode ser feita por meio de sinal de (i) proibição, que proíbe um comportamento que pode
gerar risco; (ii) advertência, que adverte um risco; (iii) obrigação, que obriga um comportamento
específico; (iv) socorro ou salvamento, que indica saídas de emergência e primeiros socorros; e (v)
indicativo, que proporciona outras informações.
O memorial descritivo de segurança deve ser desenvolvido em duas partes: (i) a primeira parte
tratará do objetivo do programa, podendo ressaltar a importância da prevenção dos riscos, visando
à redução dos acidentes e incidentes que ocorrem dentro dos canteiros de obra; (ii) a segunda parte
será um memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho, em que irá apresentar as condições
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Segurança em canteiros de obras │ UNIDADE IV
e o meio ambiente de trabalho nas atividades e operações, assim como analisar os riscos provocados
pela materialização das premissas contidas no projeto e suas respectivas medidas preventivas.
1. Análise dos projetos, com a verificação de todos os projetos para verificar os métodos
construtivos, as instalações e os equipamentos que farão parte da execução da obra.
Elementos do documento-base
1. Comunicação prévia à DRT (Delegacia Regional do Trabalho), com endereço da
obra, contratante, tipo de obra, duração, máximo de trabalhadores etc.
3. Áreas de vivência. Entende-se por áreas de vivência o espaço físico separado da área
de trabalho de um canteiro de obra e destinado a suprir as necessidades básicas de
alimentação, higiene, descanso, lazer, convivência e ambulatório.
6. Riscos por fase da obra, com quadro relacionando Atividade x Risco x Controle.
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UNIDADE IV │ SEGURANÇA EM CANTEIROS DE OBRAS
O PCMAT não tem sido utilizado como um sistema de segurança na maioria das empresas, mas é
confeccionado apenas para que a empresa não receba multas do Ministério do Trabalho e Emprego,
isto devido as grandes deficiências que se apresentam desde a sua elaboração até a sua implantação.
Entre essas deficiências, Saurin (1997) destaca a:
94
Para (não) finalizar
A melhor maneira de enfrentar essa problemática é a prevenção dos riscos que existem nos
processos da construção. O engenheiro de segurança deve buscar a inserção de requisitos de
segurança do trabalho na fase do projeto, com a definição do escopo dos programas de segurança
do trabalho nos canteiros.
Deve-se, portanto, dar maior atenção para o projeto e o planejamento das formas de prevenção,
visto que as decisões nestas etapas são fundamentais para o seu sucesso. Medidas pontuais,
desarticuladas e descoordenadas, implantadas para gerenciar a segurança não são eficientes,
efetivas ou eficazes e os períodos em que não ocorrerem acidentes geralmente serão devidos muito
mais a fatores circunstanciais do que a tomada de ações preventivas.
Para tanto, deve-se ter na prevenção dos riscos a alternativa mais efetiva no combate aos acidentes
de trabalho na construção civil. É na busca da prevenção de acidentes que cresce a tendência de
adoção de medidas de cunho gerencial, ao invés de medida de caráter apenas tecnológico. Deve-se
considerar, ainda, que essas medidas possuem a vantagem de serem, na maioria das vezes, mais
eficazes e simples do que aquelas tomadas apenas como forma de remediar um problema ocorrido.
Destacam-se dentro deste escopo o PCMAT desenvolvido no Brasil a partir de 1995 e o Plano
Europeu publicado em 1996.
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