Editor
H é lio da R ocha C a m a rg o
Redator
pergunta feita por Jó tem sido repetida por milhões de pes
A
F. M á x im o
soas diante do ataúde aberto de um ente querido: “ Morrendo
Produtor
o homem, porventura tornará a vive r? ” (Jó 14:14).
A ld o F ra n c e s c o n i
E tem sido respondida aceitavelmente a m uitos quando sôbre êles
Estaca São Paulo
desce profunda e dôce paz como o orvalho dos céus. Inúmeras vêzes,
R. Ig u a te rm , 1980, S ão Paulo, SP
corações desfalecidos em a flitivo sofrim ento sentiram o beijo dessa
paz tão incompreensível. Estaca São Paulo Leste
R. Ib itu ru n a , 82, S ão P a ulo. SP
E quando uma profunda tranqüilidade de alma traz uma nova, cá-
lida certeza às mentes perturbadas e corações despedaçados, tais M iss ão B rasileira
R. H e n riq u e M o n te ir o , 215
pessoas poderiam afirm ar como Jó o fêz: CP 20.809, São Paulo, SP
“ Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levan • T el. 80-4638
tará sôbre a terra. E depois de consumida a minha pele, ainda em Redatores Regionais
minha carne verei a Deus. Vê-lo-ei por mim mesmo, e os meus olhos, R. K e n t M a th e w s , W e rn e r K, S p õ rl
não outros, o v e r ã o ..." (Jó 19:25-27). M issão B rasileira do Sul
Jó expressou o desejo de que seu testemunho fôsse impresso R. D r. F lô re s , 105, 14.
CP 1513, P ó rto A le g re , RS
em livros e talhado em rochas a fim de ser lido pelas gerações futuras.
T el. 24-9748
Êsse seu desejo foi satisfeito, pois tem trazido paz a muitas almas
Redatora Regional
que leram seu vigoroso testemunho.
W ilm a B in g Torgan
A
ras, C aixa Postal 19079, São Paulo, SP. P reço da a ssi
mendado pela Igreja: A Criação dos Animais e das Aves. É n a tu ra an u a l para o B ra s il: NC rS 10,00; p a ra o e x te r io r ,
s im p le s : USS 3,00; a é re a : USS 7,00. P re ço do e x e m p la r
a v u ls o e m no s s a a g ê n c ia : NC rS 1,00; e x e m p la r atraza-
de autoria de Stanley W. Galli, como os outros cinco quadros
d o : N C rS 1,20. A s m u d a n ç a s de e n d e re ç o d e v e m s e r
reproduzidos neste número. Tais pinturas serão expostas no Centro c o m u n ic a d a s in d ic a n d o -s e o a n tig o e o n ô v o e n d e rê ç o ,
de Visitantes em Independence, M issouri; cópias dos mesmos serão d e v e n d o -s e a g u a rd a r a té o ito s e m a n a s para o p ro c e s s a
m e n to p o s ta l.
utilizadas em tôda a Igreja.
Vivamos Nossa Religião
Presidente Joseph Fielding Smith
irei agora a todos os santos dos últim os Trazemos ao mundo o ramo de oliveira da paz.
M aio de 1970 3
por meio de serviço prestado em seu benefício? Deveríamos dizer em nossos corações: “ Que
Deixaríamos de dem onstrar apreciação pelo servi o Senhor julgue entre mim e você; quanto a mim,
ço infin ito que êle nos prestou, também prestando porém, p e r d o a r e i...” Expulsem tôda a inveja e o
serviços à sua causa? ódio dos seus corações, abandonem o sentim ento
de não perdoar e cultivem em suas almas o espí
Todo aquêle que faz, na Igreja, sòmente as coi rito que Jesus C risto mostrou na cruz ao clamar:
sas que pessoalmente lhe dizem respeito, jamais “ Pai, perdoa-os porque não sabem o que fazem .”
alcançará a e x a lta ç ã o ... Aquêle que está dispos (Lucas 23:34]. Esse é o espírito que os santos dos
to sòmente a orar, a pagar seus dízimos e ofertas últim os dias devem possuir sempre. Boa coisa é
e a cum prir os deveres comuns que se referem à viverm os em paz com o Senhor.
sua vida pessoal e nada mais, nunca há de alcançar
o alvo da perfeição. A grande obra do Pai e do Filho não se destina
ao bem dêles mesmos: trabalham para o benefício
Se form os realmente fié is a todos os convê do homem. Quando alguém se une à Igreja, o faz
nios e a todos os princípios de verdade que êle com base no princípio da fé no Pai, no Filho e no
nos deu, na ressurreição voltarem os à sua presen Espírito Santo. Sob o princípio de que aceita tudo
ça e seremos exatamente como êle é, com corpos o que pertence ao Evangelho. Tais exigências são
que brilharão como o sol. E além do mais, se fo r feitas a todos os homens que buscam arrependi
mos fié is e verdadeiros enquanto aqui estiverm os, mento e um lugar no reino de Deus.
seremos filhos seus.
O Evangelho de Jesus C risto é a lei perfeita
Sou grato ao meu Pai C elestial por haver-me daliberdade, que conduzirá o homem ao mais alto
perm itido viver nesta geração e travar conhecimen estado de glória e o exaltará na presença de nosso
to, em certa medida, com os princípios do Evange Pai C elestial, se quiser dar ouvidos aos conselhos
lho. Sou grato por te r tido o p rivilégio de alcançar daqueles que o Senhor designou para o guiarem.
o testemunho da sua veracidade, e de poder te ste
munhar do fato de te r sido o Evangelho restaura O objetivo de estarmos aqui é fazermos a von
do ao homem. tade do Pai como é fe ita nos céus, agirmos com
justiça sôbre a terra, vencer a iniqüidade sujeitan
Êste testemunho vem de Deus e convence a do-a aos nossos pés, e derrotando o pecado e o
todos a quem é dado, e tem mais valor para os adversário das nossas almas, para nos elevarmos
homens do que qualquer sinal ou dom, porque con acima das im perfeições e fraquezas da pobre hu
cede paz, felicidade e contentam ento à alma. manidade decaída, pela inspiração e poder manifes
tos do Senhor, tornando-nos assim, santos e servos
O reino de Deus e a obra do Senhor hão de seus na terra.
expandir-se cada vez mais, progredindo no mundo
mais ràpidamente no futuro do que no p assa do ... Unam-se, pois, os santos, ouçam as vozes dos
é a obra de Deus, que êle próprio, por sua sabedo servos do Senhor soando aos seus ouvidos, bus
ria e não pela sabedoria dos homens, restaurou à quem sua própria salvação pois que, quanto a mim,
terra nos últim os dias. sou tão egoísta que estou buscando a minha própria
salvação, e sei que só poderei alcançá-la através
Nossa missão é salvar, preservar do mal e da obediência às leis do Senhor, guardando os man
exaltar a humanidade, trazer luz e verdade ao mun damentos, obrando em justiça, seguindo nas pe
do, para prevalecer sôbre o povo da terra a fim de gadas de nosso líder, Jesus C risto, exemplo e ca
que ande em retidão diante de Deus honrando-o beça de todos. £le é o caminho, a luz do mundo,
em suas vidas e com as prim ícias de tôda a sua a porta pela qual terem os de entrar para têrm os
substância e progresso. com êle lugar no reino celestial.
4 A LIAHONA
No Princípio..
Jay M. Todd
alvez, nenhuma outra frase em tôda a história respeito, confiança e amor por êle. Por isso, solicita
M aio de 1970 5
Nossa Galáxia ciocínio para crer que existe um Deus pessoal à cuja
imagem fomos criados e que é m uito superior a todos
“ Vista da Terra, que está no seu interior, a galáxia ê le s.”
da Via Láctea aparece como uma imensa esteira lum i — Earl M . Mortensen, Departamento de Quím ica, Universidade Es
tadual de Cleveland.
nosa atravessando a abóbada celeste. O nosso sol, e
os planetas que o acompanham, desloca-se a mais de
160 km por segundo ao redor do eixo galáctico, numa A Criação da Terra
órbita próxima da sua borda. Tão imenso é êste siste
ma que o sol leva aproximadamente 200 milhões de “ Quando nosso sistema solar fo i originado, dos ga
anos para com pletar uma revolução. O nosso Sol é ses diluídos do espaço interestelar, formou-se uma
apenas um dos cem milhões de estrelas (sóis) que enorme nuvem fria de densidade tão elevada que a gra-
compõem a Via Láctea, tão imensa que a luz leva cem vitação começou a fazer com que se contraísse. Pro
mil anos para percorrê-la de lado a lado (e a luz pode vida de rotação, eventualmente achatou-se em form a de
circundar a terra sete vêzes e meia num segundo). Qua disco, o qual rompeu-se em nuvens menores que deram
se tudo o que vemos no céu — estréias, planetas, co origem aos planetas, com o Sol como o centro do sis
metas, nebulosas, pertencem à Via Láctea. Entretanto, tema. Nêsse ponto, ‘a terra era sem form a e vazia; e
uma visão aguçada é capaz de discernir vagas manchas havia trevas sôbre a face do abismo’. Então Deus disse:
luminosas que indicam a posição de outras galáxias tão 'Haja luz. E houve luz,' pois o Sol começou a brilhar à
imensas quanto a nossa, m uito distantes no espaço ex medida que a progressiva contração o aquecia, ilum i
terior. Existem pelo menos alguns bilhões de galáxias, nando a Terra e produzindo 'separação entre a luz e as
a distâncias tais que chegam a ser inim agináveis. A l trevas.’ (Veja Gênesis 1:2-4)
gumas distam até cinco bilhões de anos-luz (ou seja:
47.335.395. 000. 000. 000. 000. 000 km ), outras são “ Nosso sol, cuja radiação possibilita a vida em nos
ainda mais remotas. Temos descoberto algumas galá so planeta, é uma esfera de gás incandescente tão po
xias tão distantes que a sua luz está a caminho há derosa que a luz que irradia por segundo pesa mais de
mais de um bilhão de anos. Num certo sentido, a astro quatro milhões de toneladas — não obstante, a reserva
nomia se transform ou no mais estranho tipo de arqueo de energia solar é tão imensa que êle pode irradiar tal
logia, pois vemos alguns corpos como foram no obs quantidade durante dez bilhões de anos.
curo passado, e somente podemos imaginar sua con
dição presente." “ Pouco tempo após sua formação como corpo só
— Hollis R. Johnson, Departamento de Astronomia, Universidade
lido ou líquido, a Terra, aquecida pela luz solar e pela
de indiana.
radioatividade da sua crosta, perdeu a maior parte — se
não todo — do gás da sua atmosfera. Posteriormente,
A Vida no Espaço Cósmico ao esfriar, desprenderam-se gases da sua crosta e ca
madas interiores. Os gases que permaneceram em to r
“ Enquanto que, há menos de meio século, os cien no da Terra, então se resfriaram formando a atmosfera
tistas especulavam a respeito de que a probabilidade de ou se precipitaram dando origem aos mares."
e xistir outro planeta igual ao nosso era extremamente — Hollis R. Johnson, Departamento de Astronomia, Universidade de
pequena, atualmente, a estim ativa científica adm ite que indiana.
a nossa galáxia talvez possua dez bilhões de estrelas
com planetas, e provávelmente existam acima de dez “ Em tôdas as teorias científicas concernentes à
bilhões de galáxias no universo. Enquanto nossa visão sua formação, a Terra, no início, teria sido ‘sem forma
científica de uns poucos anos atrás te ria rejeitado tal e vazia.' A seqüência da criação, segundo a descrição
possibilidade, os cientistas agora crêem que a existên do Gênesis — porção suficiente de certa atmosfera
cia de vida inteligente em alguns dêsses planetas é para criar um firm am ento, separação do vapor dágua
quase certa; e os rádio-telescópios estão sondando os da atm osfera da água líquida da litosfera, redução da
céus em busca de sinais enviados ao espaço por essas capa de nuvens a fim de que o Sol, a Lua e os astros
inteligências.” fôssem visíveis, aparecimento de plantas, criação de
— John H. Gardner, diretor do Departamento de Física da Univer peixes, aves e bêstas-feras, e finalm ente a criação do
sidade Brigham Young. homem — corresponde à ordem da criação teorizada
pela ciência."
“ Na comunidade cien tífica de hoje, acredita-se que — Darrel R. Bienz, professor associado de Horticultura. Universi
existam sêres inteligentes algures no universo, e de dade Estadual de Washington.
fato, os cientistas vêm projetando meios pelos quais
seja possível captar eventuais sinais dêles. Se os cien “ A Terra encontra-se numa posição ideal em rela
tista s chegam a acreditar que existem seres inteligen ção ao Sol, recebendo energia suficiente para ativar os
tes com sociedades até superiores à nossa (compare processos clim áticos e possibilitar a vida, mas suficien
Moisés 7:30,36), não é preciso forçar m uito nosso ra temente distante para evitar a destruição desta por sú-
6 A LIAH O N A
"E havia entre êles
um que era seme
lhante a Deus, e dis
se aos que se acha
vam com êle: Desce
remos, pois há espa
ço lá, e tomaremos
dèstes materiais e
faremos uma terra
onde êstes possam
morar. Então o Se
nhor disse: Desça
mos. E êles desce
ram no princípio, e
êles, isto é, os Deu
ses, organizaram os
céus e a te rra.”
(Abraão 3:24; 4:1).
bitas explosões de energia. Tem um movimento em O Solo
tôrno de seu próprio eixo à velocidade adequada para
criar dias e noites, de duração conveniente para as a ti O solo é m uito mais do que uma coleção de par
vidades e repouso do homem e outros organismos. En tículas inertes e m atéria orgânica morta. Êle contém,
tretanto, mais admirável do que a regularidade dos dias além de grãos maiores de sedimento e areia que cons
e anos é a inclinação do seu eixo de rotação em relação tituem seu arcabouço, partículas de argila. Essas par
ao plano orbital. £sse ângulo de inclinação de 23,5° do tículas são de tamanho sub-microscópico, tendo assim
eixo de rotação em relação ao plano orbital em redor uma área de superfície extremamente grande em rela
do Sol, estabeleceu o mecanismo que causa a inevi ção ao seu pêso unitário. Essa superfície atrai fo rte
tável marcha das estações. Sem êste ajustamento, ha mente a água, impedindo conseqüentemente que a água
veria zonas de extrem o calor no equador e extremamen da chuva drene para além do alcance das raízes dos
te frígidas nos polos. vegetais. Mas isto não é tudo. Ao contrário da maior
parte das demais partículas minerais, as de argila são
A Luz constituídas de tal maneira que têm carga elétrica ne
gativa. Essa carga negativa atrai os nutrientes vegetais
“ Freqüentemente tenho-me assombrado com o nú
que possuem carga positiva, impedindo que sejam la
mero de vêzes em que a luz é mencionada nas Escri
vados do solo pela água que se filtra por êle. O solo
turas. Deus compreende as plenas im plicações dessa
também pulula de micro-organismos que têm um propó
maravilhosa 'substância'. O homem levou m uito tempo
sito ú til. Êles decompõem os detritos outonais que, de
para desvendar alguns dos segredos dêsse estranho
outro modo acumular-se-iam asfixiando eventualmente
fenômeno. As mentes de Newton, Einstein, De Broglie,
as plantas que os produziram. Com êsse processo é
M axwell e outros lutaram porfiadam ente com êle a fim
acrescentado humo ao solo para ligar as partículas em
de lançarem os alicerces em que se baseia tôda a me
agregados que perm item a penetração da água e do
cânica quântica atual." a r.”
— Eldon D. Brinley, diretor do Departamento de Saúde, Universi
— Philip F. Low, professor de Química do Solo, Universidade Purdue.
dade A & I do Texas.
A Água As Plantas
"Nenhuma outra substância é tão im portante para “ Se não houvesse plantas e flôres, em menos de
o funcionamento da natureza como a água; ela é in uma geração te ria desaparecido todo o oxigênio do ar,
substituível como solvente universal. Dissolve os nu causando nossa morte. O único m otivo pelo qual ainda
trientes vegetais dos elementos m inerais da terra. Dis existe oxigênio no ar é porque as plantas devolvem à
solve os componentes orgânicos e inorgânicos das cé atmosfera o oxigênio que nossos organismos dela re ti
lulas vivas. Sem essa sua ação solvente os processos ram. Isto se processa através da fotossíntese, e mesmo
que mantêm a vida cessariam. A água tem uma capa as ervas mais daninhas nos ajudam dessa forma. A tra
cidade excepcional de absorver ou irradiar calor sem vés da fotossíntese os vegetais também absorvem ener
muita alteração de temperatura. Assim , modera os c li gia dos raios solares, incorporando-a aos alim entos que
mas. Em vez de dim inuir de volume ao congelar-se, ingerimos. Nossos corpos, e todos os outros organis
como quase tôdas as demais substâncias, ela se ex mos vivos, exigem um suprim ento contínuo de energia
pande. Cómo resultado, o gêlo flutua na superfície dos para a própria sobrevivência, e esta é a fonte. De fato,
lagos e rios, agindo como camada isolante para prote os elementos quím icos que compõem os alim entos que
ger a massa d'água subjacente e respectivos organis ingerimos também se derivam do dióxido de carbono
mos aquáticos do congelamento. Em comparação com da atmosfera, dióxido de carbono que as plantas remo
a maioria dos líquidos, tem um elevado ponto de ebu vem e transform am em carboidratos.”
lição. Se assim não fôsse, seu vapor saturaria a atmos — James A. Goss, professor associado de Biologia, Universidade
Estadual de Kansas.
fera impedindo a passagem dos raios solares necessá
rios ao aquecimento. Na verdade, nenhuma outra subs
“ A sim ples semente vegetal é um enigma que tem
tância é tão perfeitam ente adaptada às necessidades
derrotado tôda especulação. Pois o fato de uma enti
dos organismos vivo s.”
— Philip F. Low, professor de Química do Solo, Universidade Purdue.
dade vivente codificar a si própria, condensar-se, sus
pender sua vida e depois reviver, desafia e frustra mes
“ Considere-se a existência da água em seu estado mo o mais astuto estudioso.”
líquido — êsse estado é viável sòmente dentro de um — Max L. Sweat, Departamento de O bstetrícia e Ginecologia. Uni
versidade de Utah.
raio relativam ente pequeno dos extensos lim ite s de
temperatura conhecidos no sistema solar, e no entanto,
Os Animais
a vida que conhecemos não poderia e x is tir sem êsse
seu estado líquido.”
— David L. Clark, professor de Geologia e Geofísica, Universidade O têrm o gado engloba um conjunto miraculoso va
de Wisconsin. riando desde a fisiolo gia dos rum inantes (que capacita
8 A LIAHONA
"E disse Deus: Ha
ja luz. E houve luz. E
viu Deus que era boa
a luz; e fêz Deus se
paração entre a luz e
as trevas. E Deus
chamou à luz Dia; e
às trevas chamou
N o it e ...” (Gênesis
1 : 3- 5 ) .
êsses animais a se nutrirem de alim entos fibrosos com tas continuar produzindo; caso contrário o sistema dei
os quais o homem não poderia sobreviver), à m aravi xaria de funcionar porque os nutrientes ficariam imobi
lhosa diversidade de genótipos criados para se adap lizados numa classe de organismos, e mesmo êstes aca
tarem às necessidades especiais do homem nos mais bariam morrendo. Êsses fenômenos demonstram a ne
variados ambientes, períodos e determinados propósi cessidade da morte no tipo de mundo que fo i criado. A
tos. Por exemplo, a raça “ Scotch H ighland” e outras de vida do homem também depende da morte de outras
pêlo longo, adaptaram-se a fo rtes ventos, temperatura formas de vida .”
gélida e forragem escassa; as raças zebuínas suportam — Arthur W allace, professor de Nutrição das Plantas. Universidade
da Califórnia, Los Angeles.
calor, sêca e insetos; bois de porte avantajado têm
ajudado o homem a vencer imensos ermos; o búfalo
indiano com seu trabalho nas culturas de arroz ajuda O Homem
a alim entar milhões e milhões de pessoas na fndia e
no Oriente; o “ Longhorn” (bovino de chifres com pri “ Se não fôsse pelo fato de que estamos vivos e
dos) americano, rei das pradarias, quando a rusticidade experimentando diàriamente as assombrosas aptidões
era uma qualidade essencial antes das modernas téc do nosso tabernáculo de carne e ossos, seria d ifíc il con
nicas agrícolas e de criação tornarem a vida bovina ceber que um ser como nós pudesse existir. Sabendo
segura; e depois a mansa vaca leiteira, mãe de criação que realmente existim os e possuímos êsses maravilho
da raça humana. Onde estaríamos sem o gado?” sos atributos, não nos deveria ser d ifíc il imaginar um
— Georqe E. Staples, professor associado de Medicina Veterinária, Pai amoroso que também tem êstes e outros atributos
Universidade Estadual de Dakota do Norte. mais desenvolvidos do que os que agora possuímos.”
— Earl M . Mortensen, Departamento de Química, Universidade Es
“ No sistema nervoso do mais in fe rio r dos insetos tadual de Cleveland.
ao do mais complexo vertebrado é visível uma precisão
estrutural ordenada que perm ite o perfeito funciona “ Incorporar sessenta trilhões de células vivas num
mento dos nervos e a passagem de informações de uma corpo e integrá-las em sistemas que o capacitam a ver
parte do corpo a outra, pelo intrincado sistema de f i em perfeita televisão a côres; a computar movimento,
bras e sinapses. É evidente que o fenômeno básico, forma, visão, e os sentidos mais elevados em comple
essencial e comum a tôdas as criaturas viventes é que xidade matemática superando a maior das máquinas;
cada uma se adapta perfeitam ente dentro da sua es ver os astros, terra, plantas, animais e o oceano; te r
fe ra .” curiosidade acêrca de objetos e acontecimentos, e con
— Joseph Larsen, diretor do Departamento de Entomologia, Univer tem plar Deus, transcende a capacidade atual da mente
sidade de Illinois. humana para uma descrição e avaliação adequada.”
— Max L. Sweat, Departamento de Obstetrícia e Ginecologia. Uni
“ Como tenho observado detidamente e trabalhado versidade de Utah.
com animais por m uitos anos, não posso deixar de sen
tir-me impressionado com a individualidade dêles. Estou “ Cada uma das enzimas, células e órgãos tem uma
convicto de que u ’a mão orientadora dirigiu a criação função particular da qual se afasta enquanto estiver em
do reino animal — alguns dominando outros e cada um perfeita saúde. Além disto, a m aioria dos sistemas do
tendo seu lugar no plano to ta l.” organismo possuem recursos alternativos em caso de
— Glen P. Lofgreen, nutricionista animal, Universidade da Califór mau funcionam ento.”
nia, Davis. — David M . Stuart, professor de Farmacologia. Universidade Seten
trional de Ohio.
10 A LIAH O N A
"E fêz Deus a ex
pansão, e fêz sepa
ração entre as águas
que estavam debaixo
do firmamento e as
águas que estavam
sôbre o firmamento.
E assim se fê z .”
(Gênesis 1:7).
O Sábado de m últiplas form as de vida resultantes dos mecanis
mos de adaptação e de mutação incorporados às formas
“ O significado do sábado para o Senhor está além originais.
da minha compreensão, pois julgo que para êle todos
os dias são santificados, uma vez que êle é Santo. Mas As escrituras citam que Deus disse: ‘Produza a
que tenha santificado o sétim o dia para o homem e te terra erva v e r d e . . . ’ (Gen. 1:11). Mas quando chegou
nha ordenado: 'Lembra-te do dia do sábado, para o san a vez do homem, os Deuses ‘desceram ’ e ‘organizaram’
tific a r’ (Ex. 20:8), é m uito significativo. O homem em o homem. O processo integral da Criação é in fin ita
sua luta terrena pela sobrevivência não pode esquecer mente complexo. A trib u ir os eventos criativos ao aca
seu Criador. Tampouco deve esquecer-se de seu rela
so é sem dúvida uma superstição ignorante, sendo que
cionamento com tôda a criação de Deus. Por isso, o sá
já as prim eiras palavras da Bíblia estabelecem clara
bado proporciona-lhe uma pausa para recordar-se e hon
mente o cenário: 'No p rin c íp io ... D e u s ... ”
rar a fonte da vida, relembrando-o de ser compassivo — Arthur Wallace, professor de Nutrição das Plantas. Universidade
com seus semelhantes e mesmo para com os animais da Califórnia, Los Angeles.
do campo.”
— Lowell L. Bennion, deão assistente dos estudantes, Universidade “ Causa-me grande deleite reconhecer que a base
de Utah.
da ciência da genética, a mudança ordenada na matéria
viva do sim ples para o mais complexo, é semelhante à
A Aplicação de Ordem e Lei no Universo
base da minha religião: progresso eterno.”
— Darrel R. Bienz, professor associado de Horticultura, Universi
“ As Escrituras nos ensinam que Deus é um Deus dade Estadual de Washington.
de ordem. (Alma 42:22; D&C 88:36-38, 42; D&C 93:30;
D&C 130:20-21, são apenas algumas referências). Êle
Convicção e Testemunho
vive segundo leis e princípios, pois do contrário não
poderia ser Deus; seus atos não seriam consistentes.
Não surpreende portanto que Deus tenha criado a terra “ Não tenho dúvida de que Deus criou os céus, a
por um processo ordenado, passível de ser investigado terra e tudo que nêles existe. Mas tenho dúvidas quan
por meios científicos. A Bíblia e a Pérola de Grande to ao nosso grau de conhecimento sôbre tôdas as fases
Valor dão um esbôço generalizado da Criação que, em da Criação, tal como a ciência e a religião as têm reve
linhas gerais, concorda com nossos conhecim entos cien lado. Tenho certeza de que quando os passos d e fin iti
tífico s mais detalhados sôbre a formação da terra pela vos forem elucidados pela ciência, êles não entrarão
condensação de gases existentes, seguindo-se seu de em nenhum c o n flito com o que é, tem sido, ou será re
senvolvim ento ordenado necessário para trazê-la ao seu velado pelos profetas de Deus. Numa época em que a
estado habitável atual, em que a vida vegetal, animal ciência já realizou e continuará realizando m uito em
e finalm ente o próprio homem pudessem flo re s c e r.” têrm os de definição das leis do universo e de lidar com
— Earl M . Mortensen, Departamento de Qufmica, Universidade Es elas até certo ponto, convém ao homem inteligente e
tadual de Cleveland. fie l passar por cima das aparentes discrepâncias entre
os pontos de vista. Existirão co nflitos sòmente onde
“ Os relatos das Escrituras sôbre a Criação co nti a interpretação da verdade fô r fa lha .”
nuamente acentuam que os fe itos de Deus im peliram o — Frank D. Allan, Departamento de Anatomia, Universidade George
universo em direção à form a e ordem. O relato de Washington.
Abraão emprega a bela palavra descritiva ‘organizou’
(Abr. 4:1) para descrever o processo pelo qual Deus “ Sinto um profundo pesar por aquêles que te rg i
executou a Criação. Isto im plica em que, sem a inter versam e ficam transtornados com a falta de inform a
venção da Divindade, o universo deslizaria inexoravel ção revelada sôbre o “ quando” e “ com o” da criação,
mente outra vez para o vazio inform e do qual proveio. pois não lograram apreender o verdadeiramente rele
Esta tendência natural de tôda m atéria abandonada a vante — a aprovação de Deus ao que acontecera: ‘ Era
si mesma é algo que as ciências físicas provaram, com m uito bom.’ (Gen. 1:31) É nossa mordomia providenciar
tôda probabilidade, mais detalhadamente.” que todos os ciclos — atmosfera, água, solo, condições
— R. Owen Asplund, professor associado de Quím ica, Universidade ecológicas, e assim por diante — conservem-se bons.”
de Wyoming. — David A. W hite, professor assistente de Zoologia, Universidade
Brigham Young.
“ Abraão fala de ‘coisas’ que tiveram de ser ‘vigia
das’ até que elas ‘obedeceram’. (Abr. 4:18). Tal proce “ Ao homem, a suprema criação de Deus, foi man
dimento provavelmente requereu tremendo esfõrço e dado usar, mas não abusar, de tôdas as outras criações.
mesmo experimentação. Não é d ifíc il in fe rir de tais Se êsse princípio fô r violado, as gerações vindouras
conceitos que Deus teve de lidar com leis naturais e talvez não possam usufruir as bênçãos de que dispomos
etapas da Criação, que implicaram se não na evolução hoje em d ia .”
(um têrm o perfeitam ente aceitável e que em parte pode — C. A. Ernstron, diretor do Departamento de Ciências da Nutrição.
explicar o acontecido), pelo menos no desenvolvim ento Universidade Estadual de Utah.
12 A LIAHONA
"E fêz Deus os
dois grandes lumina
res: o luminar maior
para governar o dia,
e o luminar menor
para governar a noi
te; e fêz as estré
ias.” (Gênesis 1:16).
“ A descrição da Criação nas Escrituras é breve e o plano, edificou a terra e nela nos colocou? C risto
incompleta, embora inclua a maior parte das etapas es possui uma capacidade criadora inatingível por qualquer
senciais. Considero impossível acreditar que os profe experiência terrena, e sem dúvida raramente apreciada
tas do Velho Testamento pudessem te r descoberto tais pelos filh o s dos hom ens.”
etapas, colocando-as na seqüência correta sem orienta — M erril K. Bradshaw, compositor residente, Universidade Brig
ham Young.
ção divina. Êles não dispunham de outros meios pelos
quais pudessem te r realizado um fe ito tão extraordi “ Em seus papéis como arquiteto-m ór e mestre de
nário.” obras, vejo Eloim e Jeová como cientistas no sentido
— R. Grant Athay, astrofísico, Observatório de Grande Altitude, supremo, operando em tôdas as esferas — físicas, bio
Boulder, Colorado. lógicas e sociais. O planejamento cuidadoso, a ve rific a
“ Na verdade, a Criação é um processo contínuo que ção dos planos e sua execução envolvem princípios e
perdura até hoje; certos mecanismos empregados na verdades que eclipsam não sòmente a ciência humana,
'prim eira criação’ continuam operantes, tornando possí mas também as mais arrojadas fantasias da sua imagi
vel pela recombinação dos genes que dirigem o desen nação.”
volvim ento de certas características físicas e mentais, — W illiam W. Reeder, professor de Sociologia, Universidade Brig
ham Young.
a infinita variação individual. Por isso, embora os ho
mens sejam idênticos em linhas gerais, cada um dêles “ Mesmo o mais sim ples dos organismos viventes é
é um ser único física e m entalm ente.” tão fantástica e harmoniosamente complexo tão mara
— Frank D. Allan, professor de Anatomia, Universidade George vilhosam ente coordenado em suas muitas funções, que
Washington. a consecução da criação dos animais superiores e do
“ A Bíblia não foi redigida como um livro científico; homem é virtualm ente inconcebível.”
conseqüentemente, não é surpreendente encontrar nela — G. Fred Somers, diretor do Departamento de Biologia, Universi
dade de Delaware.
senão pouquíssimas referências às leis físicas da terra.
Há m uito menos menções acêrca de astronomia, quím i “ Domar o sol term onuclear, extrair uma fôlha de
ca, matemática e biologia do que sôbre os princípios gramínea da rocha pulverizada, empregar tal fôlha como
eternos do caráter humano e progresso da personali alim ento, transformando-a em carne e pensamentos hu
dade, tal como fé, caridade, esperança, alegria, compai manos resiste a qualquer m etáfora te rre na .”
xão e arrependimento. Dotado de faculdades oriundas — Max L. Sweat, Departamento de Obstetrícia e Ginecologia, Uni
versidade de Utah.
de Deus que perm item experimentação, documentação
e medição, o homem é capaz de descobrir algumas das “ Após séculos acumulando conhecimento e esfor
leis físicas que governam a terra, sendo bastante claro ços propositais, o homem agora consegue transplantar
que Deus pretende que nos empenhemos nisso. Con um coração que funciona temporàriamente e mandar um
tudo, as grandes verdades eternas dadas por revelação homem à lua e trazê-lo de volta por meio de foguetes.
aos profetas destinam-se à edificação de todos dispos Não seria conveniente lem brar a nós mesmo que ainda
tos a escutar: ‘Fazei aos outros’, ‘não julgueis', ‘ainda não conseguimos curar o resfriado comum, nem mes
que vossos pecados sejam como a escarlata', ‘um espí mo im ita r o processo da fotossíntese executado por
rito co n trito ’, ‘bem-aventurados os mansos’. Êsses prin uma sim ples fôlha? Nem tampouco sabemos curar a
cípios dão orientação, esperança e sentido m uito além lepra ou ressuscitar os mortos como nosso Irmão M aior
do que qualquer coisa que jamais possa emanar dos fêz o utrora.”
nossos laboratórios.” — George E. Staples, professor associado de Medicina Veterinária,
— Howard C. Stutz, professor de Botânica, Universidade Brigham Universidade Estadual de Dakota do Norte.
Young.
“ O tema penetrante e m ajestoso que permeia tôda
“ Basta examinar, estudar, comparar, apreender a história da criação em Gênesis, cap. 1, é o testem u
umas poucas das verdades dos céus para nos im pelir nho repetido de que ela é obra de Deus. A preocupação
a te s tific a r que êsses céus foram criados por um ser do homem com os detalhes de como Deus o fêz, nunca
inteligente cujo conhecimento e poder em cada área deveria ofuscar sua visão quanto à fé bíblica sobran
distinta é compreensível ao homem, mas que em sua ceira que declara que 'o Senhor com sabedoria fundou
totalidade está além da nossa concepção m ortal." a terra; preparou os céus com inteligência. Pelo seu
— Norval J. Wardle, professor associado de Agricultura. Universi conhecimento se fenderam os abismos, e as nuvens
dade Estadual de lowa. destilam o orvalho.'
“ Assombra-nos a m aestria criadora concedida a um “ A todos que crerem nessas palavras, é prometido:
Bach ao conceber uma obra-prima como a 'Paixão Se 'Porque serão vida para a tua alma, e graça para o teu
gundo São Mateus'. A m agistral penetração dos recur pescoço. Então andarás com confiança no teu caminho,
sos artísticos, a profundidade de expressão e a com e não tropeçará o teu pé. Quando te deitares, não te-
plexidade estrutural requerem uma visão conferida sò merás: . .. Porque o Senhor será a tua esperança. ' "
mente a uns poucos m ortais. Mas, e quanto a Jeová (Prov. 3:19-20, 22-24, 26).
e a m estria da sua concepção? A amplitude da sua v i — Lowell L. Bennion, deão assistente dos estudantes, Universidade
são e a profundidade de expressão quando concebeu de Utah.
14 A LIAHONA
"E chamou Deus à
porção sêca T e rra..
E disse Deus: Produ
za a terra erva verde,
erva que dê semen
te, árvore frutífera
que dê fruto segundo
a sua espécie, cuja
semente esteja nela
sôbre a terra. E as
sim foi." (Gênesis
1: 10-11).
"E Deus criou as
grandes baleias, e to
do o réptil de alma
vivente que as águas
abundantemente pro
duziram conforme as
suas espécies; e tô
da a ave de asas
conforme a sua espé
c ie ... E disse Deus:
Produza a terra alma
vivente conforme a
sua espécie; gado e
répteis, e bêstas-fe-
ras da terra confor
me a sua espécie. E
assim fo i.” (Gênesis
1 :21 ,24 ).
"E disse Deus: Fa
çamos o homem à
nossa imagem, con
forme ã nossa seme
lhança; e domine sô
bre os peixes do mar,
e sôbre as aves dos
céus, e sôbre o gado,
e sôbre tôda a terra,
e sôbre todo o réptil
que se move sôbre
a te rra.” (Gênesis
1:26).
A LIAHONA
É importante que as crianças sejam elo
giadas quando fazem escolhas que estejam
em harmonia com os princípios do Evangelho.
Quando escolhem com sabedoria, devem ser
elogiadas generosamente.
A Escolha
Certa
Sarah L. Johnson
M aio de 1970 19
0 Que Escolhe Você?
“Eu! Comer isso aí? Nem morta! “Não sou muito fã dêsse prato, mas vou
pelo menos prová-lo.”
“Passa para cá essa bola, é minha!" “Por favor, fique com a boneca. Eu fico
com a bola!”
A LIAHONA
ocê está convidado para no próximo sábado ir ao Enquanto Jerry observava, o treinador levou algu
Moto de 1970
tipo de droga. Vocês dispõem do li-
0 Bispo vre-arbítrio, e o correto exercício
dêsse livre-arbítrio, em face de tal
situação, é de suma importância.
22 A LIAHONA
"Poderá acontecer que seus ami ceras. Criam uma ilusão insidiosa e adm itiria que as drogas não são o
gos apelem a você, como jovem perigosa. Os adeptos de drogas apa que se apregoa.”
SUD, para ajudá-los em suas dúvi rentemente nunca percebem que
das quanto ao uso de drogas. E para elas não tornam as pessoas melho O sentido e propósito da vida
que você possa ajudá-los a tomar res. Quem usa drogas continua ten continua sendo o que sempre foi.
decisões racionais, é preciso que co do características humanas negati Para aquêles que imploram “ visão ”
nheça os fatos. vas como indolência, falta de consi ou sentido, a resposta é a encontra
deração, ciúmes e temores. Sem dú da por Bartimeu, o mendigo cego
“ Os entorpecentes, como o LSD vida falam de amor e fraternidade, que, dizem as Escrituras, “ logo teve
e a maconha, conseguem lograr até mas qualquer um dêles que conse visão e seguiu a Jesus pelo cami
as pessoas mais inteligentes e sin guisse tornar-se honesto e objetivo, nho.”
Aprender a Amar
Connie Chapman
prender a amar era a tônica do emocionante A princípio não foi fácil mantermo-nos calmas e
Antes de começarmos a trabalhar com as crianças “ Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um
recebemos instrução de um assistente social versado dêstes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes."
em psiquiatria, que causou a tôdas nós uma profunda (Mateus 25:40] Tocou-nos observar a luta das crian
impressão desde o instante em que o conhecemos. Êle ças para falar, andar, aprender e fazer as coisas que
acentuou numerosos pontos para guiar nosso trabalho são tão fáceis para nós. Freqüentemente damos pouco
com essas crianças. Disse-nos que tôda pessoa tem o valor a essas coisas, sendo que lá aprendemos a dar
direito de ser diferente, e que nós somos tão diferen real apreço mesmo aos mais sim ples dons recebidos
tes como os indivíduos retardados ou espásticos. Pode do Pai Celestial.
ríamos te r nascido no lugar dêles, e êles no nosso. Amamos ternam ente cada uma das crianças; elas
Se fôssemos essas crianças como não nos sentiríam os são nossas amigas prediletas. Agora compreendemos
gratas quando alguém nos viesse visitar? Êsse pensa como é maravilhoso o plano de nosso Pai. Êsses espí
mento nos incentivou a não fazermos essas visitas de ritos especiais herdarão o reino de Deus.
segunda-feira por mera curiosidade.
Certa vez cantamos hinos da Primária para as crian
Foi-nos ensinado a nunca te r piedade, mas sim em- ças, inclusive “ Sou um Filho de Deus.” Subiram-me lá
patia. Essas crianças aprendem por exemplos continua grimas aos olhos, e tôdas nós fomos tocadas pela ale
mente repetidos. Vestíamos trajes coloridos a fim de gria e profundo sentim ento de paz que havia na sala.
tornar nossa aparência bem distinta das enferm eiras Quando nos tornarm os esposas e mães, quando
uniformizadas de branco. Assim as crianças nos reco porventura a vida se tornar ainda mais complexa do que
nheceriam como visitas e não como enferm eiras. Nos nos parece agora, seremos capazes de relembrar, sen
sas visitas tinham que ser regulares para que elas pu tindo novamente essa paz e amor especial que acendeu
dessem aprender a nos aguardar, o que realmente acon em nossa mente e coração uma chama de boa vontade
teceu. e desejo de servir.
M aio de 1970 23
Se as mães desejam unir os membros da
família em amor, paz e entendimento do
Evangelho. . .
Domingo
é o Dia
Ethna R. Reid
odos os domingos, desde que segundo nossas próprias experiên às crianças os planos usados por
24 A LIAHONA
Êsse dia tem sido o único da se frugais do que nos demais dias por tilharem suas coleções, documentos
mana em que encontramos tempo causa das atividades na Igreja. e honrarias pessoais, designações
para cantarmos em conjunto. Fomos para emblemas de honra, ce rtifica
Domingo é o dia em que espe dos de escotism o, livros lidos — coi
encorajados por avós sábios a nos
ramos que os amigos nos visitem — sas realizadas e aprendidas — para
apresentarmos, como fam ília, em
com ou sem convite. É o dia no qual que cada um se torne um professor
ocasiões especiais como aniversá
semanalmente a fam ília se reune em da fam ília. Em nossos debates pres
rios, datas festivas, Natal, Dia de
tôrno da mesa da cozinha para ava tamos nosso testemunho sôbre as
Ação de Graças e reuniões fa m ilia
liar as atividades da semana finda e verdades aprendidas e bênçãos re
res semanais. Isto tornou necessá
planejar as da semana entrante. Di cebidas do nosso Pai Celestial.
rio escrever peças, tocar instrum en
zemos uns aos outros das coisas que É um dia no qual não vamos ao
tos e cantar em conjunto.
nos agradaram na semana passada cinema, não jogamos bola, não faze
Os espetáculos de fantoches e aquilo que gostaríamos fôsse di mos compras, não nadamos. É o dia
prendem o interêsse dos nossos f i ferente. Expressamos nossos an em que podemos tira r uma soneca,
lhos não apenas enquanto pequenos seios e sentim entos sôbre a vida — descansar ou ler sossegadamente
— ainda na semana passada os ado nossa preocupação com aconteci durante uma hora.
lescentes passaram duas horas do mentos públicos — nosso amor mú O domingo tem sido um dos
domingo gravando a dramatização tuo. maiores fatóres para manter nossa
para uma peça da autoria dêles, pre É o dia no qual meu marido faz fam ília emocionada por podermos
parando um espetáculo de fantoches com que cada uma das crianças enu estar juntos e interessados uns nos
para a família. mere as designações especiais na outros. Somos gratos ao nosso Pai
Aos domingos costumamos usar escola e Igreja para as próximas se Celestial por êsse dia no qual nos
nossa melhor roupa de mesa, talhe manas — dessa forma nenhuma de lembramos dêle e nos empenhamos
res e louça nas refeições, a despei las é protelada até o “ últim o momen em nos tornarm os mais semelhantes
to de estas serem geralmente mais to ". Encoraja-os também a compar a êle.
Darwin K Wolford
Jóias Sacramentais
Escola Dominical Júnior Escola Dominical Sênior
“Eu sou o caminho, a verdade e a vida: “Criou, pois, Deus, o homem à sua própria
ninguém vai ao Pai senão por mim.” imagem.”
João 14:6 Gênesis 1:27
M aio de 1970 25
Quando Você
osso filho sabe que é um filh o de Deus, paren minha fam ília e o bispo esperam de m im ?” , “ Será que
26 A LIAHONA
Ensina a Meu Filho E. LV Richardson
ajudá-lo em sua luta pelo sucesso. Neste momento ta l apareçam. Gostaríamos que você ajudasse nosso filho
vez aparente egoísmo e demasiada preocupação por sua a te r fé nas coisas que Deus já revelou, de modo que
própria felicidade e crescim ento, mas será isso tão possa te r confiança de eventualmente obter soluções
estranho num adolescente ou em qualquer de nós? para os problemas para os quais ainda não dispõe de
Aprendemos a nos preocupar com terceiros sòmente respostas cabais. Não é êste o sentido da mensagem
quando o fazemos conosco. Foi esta a mensagem do dada pelo Senhor a Joseph Smith quando disse: “ . . . os
Salvador ao admoestar o homem a amar o próxim o como homens devem se ocupar zelosamente numa boa causa,
a si mesmo. e fazer m uito de sua própria e livre vontade"? (D&C
Faça-o saber que você tem um testemunho do Evan 58:27)
gelho, sem deixar de prover-lhe um ambiente no qual Desafie seu raciocínio. Transmita-lhe a palavra do
possa desenvolver a percepção de que sentim entos sub Senhor, mas deixe-o encontrar suas próprias respostas.
jetivos nem sempre são um substituto duradouro para Em seu empenho de ensinar, não procure apenas com
os fatos objetivos. Desejamos que êle saiba ser preciso partilhar doutrinação pré-digerida. Esteja atento à liber
um empenho genuíno para se obter conhecimento do dade do espírito humano, reconhecendo que tôda pes
Evangelho. Suponho que parte da sua tarefa de profes soa tem o d ireito de raciocinar e chegar a conclusões
sor seja dirigí-lo às fontes que lhe ensejem adquirir consistentes com tudo que sabe ser certo. Não é sábio
êsse conhecimento. Ao empenhar-se em motivá-lo em ridicularizar comentários que porventura não coincidam
sua busca da verdade, guie-o para os caminhos p ositi com nosso atual modo de pensar. Cada um dos mem
vos, salutares e otim istas, a fim de que êle possa usu bros da sua classe é único sob certos aspectos; sinto-
fru ir a inspiração e orientação do Espírito Santo. Êle me inclinado a concordar com aquêle que afirm ou: “ É
por si só já encontrará suficientes influências negati um passatempo favorito dos pseudo-intelectuais atacar
vas. Nem sempre será necessário protegê-lo das coisas aquilo que não conhecem ou não entendem." Procure
contrárias aos ensinamentos do Salvador, mas tampou não se colocar nessa categoria.
co deve-se acentuar sua existência. Ajude-o a entender Em seus métodos didáticos, procure relacionar o
que a intensidade da convicção pode não ser a verdade exposto com experiências que êle já teve ou está ten
final. Não queremos que confunda lendas e supersti do presentemente, para que a mensagem tenha sentido
ções infundadas com as verdades reais da mensagem nos têrm os das suas atuais necessidades e modo de v i
do Evangelho. ver. Não perm ita que seu entusiasmo o leve a uma
Não lhe adiante tôdas as respostas. Favoreça sua espécie de êxtase hipnótico de idealismo, divorciado
percepção do fato de que temos profetas modernos que da sua vida e afazeres atuais. Aproveite-se das suas
podem receber e realmente recebem continuamente re próprias experiências; quantas das suas resoluções abs
velações. Ao aceitar êsse conceito reconhecerá “ que tratas encontraram expressão genuína na sua vida? Se
ainda não dispomos de tôdas as respostas." No lar des nosso ensino não se relacionar com o viver, freqüente
cobrimos ser m uito mais seguro dizer: “ Não sei res mente nos tornamos teóricos tão eficientes que con
ponder — mas vamos descobrir a resposta juntos," do vencemos a nós mesmos de que o que dizemos influen
que dar alguma resposta que posteriorm ente se prove cia a conduta dos ouvintes. Sempre existirá tal possi
indefensável. É certo o que tem sido dito que a “ fé bilidade, mas geralmente quando o que dizemos deixa
geralmente não é solapada por aquêles que não têm de ser relacionado com nossas experiências não levan
tôdas as respostas, mas pelos que julgam tê-las.” O do a um envolvim ento pessoal — haverá pouco ou ne
Élder John A. W idtsoe, ex-membro do Conselho dos nhum efeito duradouro. Quando você tiv e r uma mensa
Doze, sugeriu que os homens sensatos não deveriam gem comovente a tran sm itir, por favor, seja sensível ao
desfazer-se da Igreja porque não conseguiram satisfazer que sentem e pensam os alunos. Ensinar o Evangelho
a si mesmos acêrca de todos os princípios do Evange é abrir portas pelas quais o indivíduo possa ingressar
lho, mas sim aguardar e buscar até que as respostas em novas áreas de experiência e entendimento, mas é
M aio de 1970 27
E. LV Richardson, diretor de currículo dos Institutos de religião, membro da 31 ,a Ala
de Orem, Utah, é pai de sete filhos.
o próprio ouvinte que tem de atravessar essas portas. quira automàticamente um significado para meu filho?
Ninguém mais, nem mesmo o professor, poderá fazê-lo Não o faça desenvolver a impressão de que a mensa
por êle. gem está além da sua capacidade de aplicá-la. Em casa
Por favor, esteja preparado; seja um erudito no procuramos inclu ir as mensagens do Evangelho em nos
Evangelho. Permita que seus alunos compartilhem seu so viver, mas não podemos compensar totalm ente tô
entusiasmo pelas mensagens da vida — não sòmente das as falhas encontradas em seu mundo. Êle vem a
no nível emocional, mas motive-os a irem além do ma conhecer conduta anti-cristã por todos os meios possí
terial apresentado em aula. Seus próprios estudos de veis — imprensa, televisão, cinema, relações que ob
vem sugerir numerosos caminhos para investigação serva entre as pessoas — e não atribuirá para sempre
adicional. Envolva os participantes da classe nessa tais condutas sòmente àquêles que não pertencem à
busca. A falta de preparo geralmente produz apatia sua religião. Êle observa a conduta dos seus pais e dos
que, se introduzida na classe, pode mostrar-se conta líderes da comunidade e da Igreja. Está atento à sua
giosa. conduta! Se você, seu professor, não consegue que
essa mensagem tenha sentido em sua vida e na da sua
Nosso filho é entusiasta e inquiridor por natureza.
fam ília, por que deveria sign ificar algo para êle?
Se não tiv e r oportunidades de com partilhar experiên
cias com você e os colegas, procurará oportunidades Todos nós achamos d ifíc il separar a mensagem do
próprias que talvez sejam estranhas à mensagem que Salvador do modo de agir das pessoas que a pregam.
você preparou para êle. Você talvez considere essa Alguns pensamentos da nossa época criam uma crise
atividade falta de atenção, desrespeito ou irreverência, m uito mais profunda do que aquela que se reflete na
quando pode ser tão sòmente entusiasmo e criatividade aparência e conduta de m uitos jovens. Ela reside em
mal orientada. Creio estar positivam ente comprovado cada um de nós — na escala de valôres que dirigem
que a pessoa aprende em proporção direta ao próprio nossas atividades, em nossas atitudes e perspectiva
interêsse. Usualmente lembramo-nos m elhor das coi da vida, na sinceridade e extensão das nossas convic
sas que realmente suscitaram nosso interêsse. Nada é ções, e em nossas aspirações e compromissos básicos.
completamente apreendido até que se tenha oportuni Ela se origina da nossa filo so fia básica de vida, que é
dade de empregá-lo. Como pais, nos sentiríam os fe li composta de nossas experiências e reflexões.
zes em cooperar com você de tôdas as maneiras possí
veis; mas é-nos impossível preparar a lição ou prover Finalmente, lembre-se da sua própria juventude e
o entusiasmo ou a convicção da mensagem dela em experiências passadas — como você se sentia, pensava
seu lugar. e agia na idade dêle. Não é possível a trib uir a êle tôda
Por favor, não permita que a vitalidade dêle se a sabedoria e experiência que a maturidade proporcio
perca; ao preparar sua aula não deixe que sua preocupa nou a você. A ceitar o adágio: “ Não é possível fazer-se
ção com o assunto faça-o perder de vista os alunos. O um sábio de um jove m ” , não significa dar-lhe liberdade
Evangelho existe para benefício do homem, não a bem para agir como um delinqüente indisciplinado — sò
do assunto em si. Isto nos foi demonstrado pelo Sal mente p erm itir que aja como um adolescente. Todos
vador ao dizer que o sábado foi fe ito para o homem, nós passamos por essa etapa. Beneficiemo-nos com
e não o homem para o sábado. O amor que você de essa experiência para compreender nossos filho s e
dica aos assuntos do Evangelho não deve transform ar alunos.
meu filho num fator incidental da classe. A abordagem Na qualidade de professor, você talvez tenha de
profética (ensino pela pregação, sòmente é efetiva na esquecer-se da recompensa imediata do reconhecimen
medida em que a classe sinta a mensagem. to do sucesso como trabalhador da vinha, mas pode
Viva o Evangelho! Se êle não tiv e r um sentido ge ganhar o respeito e admiração dos seus alunos bem
nuíno em sua vida, como poderá você esperar que ad como a gratidão imorredoura dos pais dêles.
28 A LIAHO.JA
Por um Casamento
mais Feliz
Progresso
Conjunto
Dr. J. Joel & Audra Call Moss
que vocês dois mais aprecia passeio pelo sim ples prazer de ca só tem a oferecer aquilo que fomos.
—
minhar e conversar?
queniques, estudar; ir ao cinema, como seu tema básico. Os vínculos É bem provável que tenham sido
teatro, jogos esportivos; d iscu tir sô da amizade proporcionam-lhe novos
amigos ao dançarem, ao viajarem, ao
bre equipes atléticas, política ou ou desafios em tôrno dos quais se in
criarem filhos, e em várias outras
tros assuntos; jantar fora, conver tensifica o relacionamento. Cada tipo
situações, por muitos anos.
sar? Além de estarem apaixonados, de vínculo amigável com o parceiro
vocês compartilhavam atividades surge, eleva-se ao apogeu do entu
que criaram laços de amizade entre siasmo e depois se desvanece, trans Todos êsses aspectos de amizade
vocês. formando-se numa recordação ente- aumentaram o poder magnético das
sourada no cofre das valiosas reser relações entre vocês. Mas para que
Agora já estão casados há certo vas sentim entais. persista o entusiasmo é preciso que
tempo. O que aconteceu a essa ami haja novos vínculos de amizade.
zade? Se gostavam de dançar, quan Êste cofre de lembranças com
to tempo levou após se casarem para seu maravilhoso sortim ento de Como disse certa espôsa: “ Te
que deixassem de fazê-lo? O prim ei amostras de amizade proporciona mos compartilhado caçadas com ar
ro filho reduziu à metade as conver um seguro real ao casamento. Mas mas de fogo e com arco e flecha,
sas de vocês como casal, e o que
restou se restringe em grande parte
a negócios — aos negócios da vida O Dr. J. Joel & Audra Call Moss são pais de seis filhos e populares conferenclstas
sôbre aperfeiçoamento de relações fam iliares. O Dr. Moss é diretor do Departamento
fam iliar. Há quanto tempo vocês não
de Desenvolvimento da Criança e Relações Familiares na Universidade Brigham Young.
olham vitrinas juntos? Quando fize
ram o últim o piquenique juntos? Há
quanto tempo vocês não fazem um
M aio de 1970 29
pescamos com lanças, fizemos pes Agora que vimos como os vín rão dizer: “ Não encontro qualquer
carias em lagos e rios, jogamos gol culos amigáveis entre o casal são pergunta em sua lista que me inte
fe, tênis e não sei mais o que.” importantes, observemos alguns resse." Pois deveria! Mas você não
meios d istintos pelos quais é possí precisa utilizá-las. Formule-as você
O que vocês compartilham ago vel renovar o entusiasmo do relacio mesmo, seguindo tão sòmente uma
ra além daquelas coisas que surgi namento, favorecendo seu aprofun regra básica. Tôdas as perguntas de
ram, cresceram e depois se foram; damento. Uma viagem de uma sema vem induzir o parceiro a contar co
O que compartilharão no próximo na poderá deixar você e seu cônjuge mo se sente ou o que pensa acêrca
ano? Vocês deveriam com partilhar rejuvenescidos, e o casamento ne de algo. Sòmente perguntas assim
mesmo as experiências individuais cessita realmente de um dêsses in provocam debates liberais através
de marido e mulher devidas às ati centivos ocasionais — proporciona a dos quais ocorre crescim ento e aprê-
vidades diferentes, bem como as motivação para continuar tentando. ço mútuos. O aspecto mais s ig n ifi
que vocês têm juntos. Mas não é preciso sair de casa para cativo do com partilhar do casal é o
abrir novos caminhos de amizade. É partilhar compreensivo dos senti
No casamento os parceiros pre possível ingressar numa nova área mentos do outro.
cisam conservar-se pessoas interes adotando um interêsse comum — al
santes um para o outro. M uito tem guma atividade esportiva, um passa Finalmente, procure dar à sua
sido escrito sôbre como conservar- tempo, obra de arte, música — a lis vida conjugal um pouco de excitação.
se atraente fisicam ente, e êste as ta é infinda. Às vêzes nos excusa- Há milhares de coisas que lhe da
pecto físico é certamente m uito im mos alegando falta de tempo e di rão êsse ensejo. Um grupo de pes
portante. Mas nada pode tornar uma nheiro. Quantas vêzes será verdade soas casadas numa discussão cria
pessoa mais interessante do que um e quantas estaremos apenas evitan dora apresentou certas sugestões.
nôvo entusiasmo. Êle imprim e seus do algo que nos pareça um tanto Parte delas são apresentadas na lis
efeitos na aparência, na conversa, quanto ridículo? Cícero, o grande es ta a seguir. Algumas eventualmente
na atitude, nos sentim entos e rea crito r romano, fêz um de seus per não lhe agradarão, mas a m aioria se
ções. sonagens aprender grego aos seten ria bastante proveitosa. Se não cau
ta anos. Uma amiga nossa já qua- sar outro resultado, ler essa lista
Nem todos somos igualmente rentona está estudando piano. pelo menos o fará rir. E o riso tam
capazes de iniciar novas experiên bém é bom para o casamento!
cias que possam ser compartilhadas. Outra maneira de provocar en
Alguns de nós desejam experiências tusiasmo é fazer perguntas ao nosso MANEIRAS DE TORNAR SEU
comuns, mas acham mais fácil com cônjuge. “ M as,” alegariam vocês, “ é CASAMENTO MAIS EMOCIONANTE.
partilhar as iniciadas por outros. Ou o que faço o tempo todo.” Certamen
tras pessoas que freqüentem ente as te que sim, e como são fascinantes Quanto ao marido:
iniciam às vêzes se cansam achando essas perguntas! “ Como andaram as
que o parceiro deveria te r mais ini coisas hoje?” “ Você quer alguma Não julgue que você sempre pre
ciativa. É uma idéia maravilhosa só coisa da loja?” “ O carro estará livre cisa parecer “ durão". Chore um pou
que em numerosos casos não fun amanhã?” “ Você passou minhas cal co — ela adorará consolar você.
ciona. Se você possui a capacidade ças?". Freqüentemente fazemos per
de iniciar, deve fazê-lo a bem do ca guntas maravilhosas que não desa Traga-lhe flôres enquanto ainda
samento. Seu parceiro adquirirá ini fiariam o intelecto nem de uma crian pode apreciá-las.
ciativa com o desenvolvimento e se ça de seis anos!
gurança providas por boas experiên Trate sua espôsa com a mesma
cias comuns. cortesia que empregaria para um
Que tal tentar outro tipo de per
cliente.
guntas? “ O que você gostaria de fa
É importante compreender que
zer no ano que vem ?” “ Qual a coisa
os cônjuges não compartilham essas Mesmo que esteja casado há
mais interessante que lhe aconteceu
experiências de maneira idêntica. muito, elogie suas habilidades culi
hoje?” “ O que eu poderia fazer que
Esta é uma questão individual. M ui nárias.
fôsse do seu agrado?”
tas pessoas casadas queixam-se de
que o parceiro não se deixa envolver Peça-lhe conselhos quanto aos
pela experiência m arital. Entretanto, Tais perguntas deveriam dar en problemas que enfrenta e às vêzes
examinada a situação, geralmente se sejo a debates animados. De que ou siga-os.
descobre que ambos os cônjuges es tra forma você pode esperar desco
tão envolvidos; a questão é que um b rir mais acêrca da singularidade de Não encare a ternura como coi
dêles não participa da maneira que seu parceiro se não explorando a sa de efeminados; na verdade traduz
o outro gostaria que o fizesse. mente dêle? Certas pessoas pode fôrça.
30 A LIAHONA
Dê presentes à sua espôsa sem Torne seu lar um lugar confortá Evitem ficar zangados ao mes
motivo algum. vel onde êle possa estar à vontade. mo tempo.
Dê-lhe o que você sabe ela de Não o transform e no “ bicho pa- Tenham uma fam ília numerosa.
seja em lugar daquilo que julga ela pão" da fam ília. Não diga às crian
deva receber. ças: “ Espere só até papai chegar em Respeitem os assuntos privados
casa", ou “ Por mim eu deixaria, mas um do outro.
Nunca diga: “ Já comi a mesma papai não concorda."
Dêem um passeio na chuva
coisa no alm ôço.”
juntos.
Lembre-se das coisas que você
Quando ela contar uma história, disse e fêz para convencê-lo a casar- Discutam os problemas com tô
não se adiante revelando o ponto se com você, e tente-as de nôvo. da a fam ília (isto é, com os filh o s).
culminante.
Não fique falando que êle é m ui Organizem um álbum de fotogra
Aprenda algumas novas piadas to velho para certas coisas que de fias fam iliares juntos.
pelo bem da sua espôsa que já se seja fazer.
cansou de ouvir as velhas. Saiam juntos sozinhos pelo me
Não fique perguntando: "Você nos uma vez por mês.
Nunca indague: “ O que você fêz me ama?"
o dia inteiro?" Tenham sempre algum projeto
Acredite quando êle disser que para o futuro — algo a fazer, cons
Beije-a em público. Pode ser que sim. tru ir ou comprar.
fique embaraçada e pareça zangada,
mas nem por isso desgosta. Se houver parentes vivendo com
Quanto a ambos: vocês, vejam se êles não podem v i
Quando houver term inado de ler sitar alguém ocasionalmente.
êste artigo, chegue-se a ela e diga-
lhe que você está satisfeito em te r Eliminem as palavras eu, mim,
casado com ela e o faria novamente Tratem-se mütuamente vez por
meu, do vocabulário, substituindo-as
se pudesse. outra como se fôra a prim eira vez
por nós, nos e nosso.
em que se encontram.
Apoiem-se mütuamente em pú
Quanto à espôsa: Não se tratem por "m amãe" ou blico. Não tentem competir.
“ papai” , e afastem-se dos casais que
o fazem — a menos que tenham oi Se tiverem de tomar medica
Conte aos vizinhos que você é tenta anos. mentos regularmente, façam-no em
feliz no casamento — eventualmen particular.
te isto chegará aos ouvidos dêle e Nunca se recolham com proble
lhe agradará. mas pendentes, sem terem chegado Façam dieta juntos.
a uma solução ou acôrdo.
Não lhe conte seus problemas Nunca iniciem uma frase com:
antes do jantar. Se fô r algo realmen Quando orarem juntos antes de “ Parece-me que um bom marido. *,
te grave — como por exemplo ter dorm ir, elevem seus pensamentos ou “ Uma boa espôsa haver i a. . . ou
arrancado o pára-lama do carro — acima dos problemas. “ Depois de tudo que tenho fe ito por
prepare um jantar especial. você. "
Iniciem um esporte que possam
Trate seu marido com pelo me praticar juntos. Larguem de ir a festas às quais
nos a mesma consideração e carinho não desejam comparecer.
que demonstra aos filho s e ao ca Afastem-se de amigos que este
jam sempre discutindo. Aluguem um salão para uma re
chorro de estimação.
cepção para todos aquêles que pre
Aprenda a interpretar correta Se um de vocês provoca o p ri disseram que o seu casamento nun
mente as palavras do seu marido. meiro arranhão no carro nôvo, riam ca poderia dar certo.
“ Você está apresentável” pode sig — mesmo que isto lhes cause abor
nificar “ Querida, você está maravi recimento.
Adaptado de "84 Ways to Make Your Marri-
lhosa nesta n oite .” age More Exciting", de Jhan e June Robbins,
Não passem a vida presos ao re
publicado em McCalTs, outubro de 1958, pp.
Escreva-lhe umas palavras de lógio — não condenem o outro se 50, 147-48. Reproduzido com permissão dos
amor de vez em quando. acaso se atrasar um pouco. autores.
M aio de 1970 31
Jovens Dedicam Férias
MISSÃO
à Pregação do Evangelho
BRASILEIRA
R. Kent Mathews
reio que esta foi a coisa mais maravilhosa “ Se alguém me perguntar: ‘o que achou da sua
que já fiz em minha vid a ,” disse Eduardo missão?' responderei sim plesm ente: ‘uma obra maravi
EM
dos Santos Alves, Jr., ao encerrar sua par lhosa e um assom bro’ ” . (Lydia W. H. Jasche, Ala VIII,
ticipação no nôvo programa criado pela Missão Brasi ESP.)
FOCO
leira com o fim de dar aos jovens membros a oportu “ Como diz D&C: ‘se trabalharmos todos os dias
nidade de servirem em missões de curto período du proclamando arrependimento a êste povo, e se conse
rante as férias de janeiro e fevereiro passados, e co guirm os uma só alma para o Senhor, quão grande será
nhecerem as alegrias de fazerem a obra m issionária. a nossa alegria com ela no reino ce le s tia l.” (Heloisa
Os jovens que aproveitaram esta oportunidade tiveram Moreno Kretly, Campinas IV, MB.)
seus testemunhos fortalecidos ao ajudarem outras pes “ Conheci um homem que lera o Livro de Mórmon
soas a conhecerem o Evangelho. enquanto se achava prêso, e foi convertido pela leitura.
Cada um dêsses jovens m issionários foi especial Conheci m uitos membros que m ostraram sincero amor
mente treinado, designado para essa tarefa e, em e gratidão pelos m issionários. Encontrei muitas pessoas
muitos casos, enviado para lugares distantes de casa, que mostraram sua fé mediante dedicação constante à
onde aprendeu a amar aos seus companheiros de tra Igreja.” (Michael H. Beckwith, Ala VIII, ESP.)
balho. M uitos batismos resultaram dos seus esforços, Nesse trabalho destacou-se o ramo de Campinas
e o terreno foi preparado para m uitos outros no futuro. IV, fortem ente representado por nove, de um total de
Alguns dêles pretendem repetir a valiosa experiência, 22 m issionários, pelo que a MB envia agradecimentos
desta vêz com melhor preparo nas Escrituras. Eis os ao Pres. Jesus Pretel Busto, jovem ex-missionário cons
comentários de alguns dêsses jovens, ao deixarem o tru to r, cujo fo rte testemunho pôde entusiasmar os jo
campo missionário: vens por êsse trabalho.
“ Seria ótim o se todos os jovens da Igreja fizessem Foram os seguintes os participantes dêsse progra
missão de tempo integral, ainda que por dois meses ma especial: Serviram dois meses: Roberto J. Bronner,
apenas, pois, será a experiência mais maravilhosa que Heloisa M. Kretly, Marcos O. Luz, Lydia W. H. Jasche,
uma pessoa pode t e r . . . ” (Roberto João Bronner, C uri Edison M. Guimarães, Belisário M. da Silva; serviram
tiba II, MB.) um mês: Eduardo S. Alves, Aparecida M. M. da Costa,
“ Sei que realmente tive um grande privilé g io em Michael M. Beckwith, Francisco Bgrqueiras, José A.
poder dedicar estas férias ao trabalho do Senhor. Tô Moscão; serviram por duas semanas: Paula A. C elli, He-
das as coisas que aprendi, e que pude realizar, as pes liete Telles, Maria Marques, Noemia Udo, Vera L. da
soas para as quais pude prestar o meu testemunho, as Silva, Natalina L. Marques, Maria A. Lopes, Maria T.
companheiras maravilhosas com quem trabalhei, os lí Pacheco, Marinez Sartorato, Sônia Guimarães.
deres de quem recebemos instruções e encorajamento Devido ao sucesso alcançado por êste programa
para realizarmos um trabalho bom e com m uito amor, m issionário de curto período, um nôvo programa de mis
marcaram a minha vida .” (Aparecida M.M. da Costa, sões com duração de um mês, deverá ser inaugurado
Ala III. ESP.) a 1 ° de julho vindouro. Os membros da Igreja, dos Es
tados do Paraná e São Paulo, que desejarem participar
do programa, a p artir desta data, poderão falar com seus
bispos ou Pres. de ramos até 21 de junho próximo, ou
então comunicar-se diretam ente com a MB, informando
nome, ala ou ramo a que pertence, enderêço, idade, data
de batismo, capacidade para financiar integral ou par
cialm ente suas despesas, e a data em que pode iniciar
e a data em que deve term inar a missão. A correspon
dência deverá ser dirigida a:
MISSÃO BRASILEIRA — SECRETARIO
Caixa Postal 20809, São Paulo
CAPITAL
Para que os interessados possam v ir a ser entre
vistados, devem preencher os seguintes requisitos mí
nimos: Estarem em plena comunhão com a Igreja, sen
do considerados membros dignos pela congregação,
Marcos O. Luz e Maria H. de Barros são dois dentre mais de uma
vintena de jovens que dedicaram suas férias ao trabalho missio maiores de 16 anos e membros há mais de seis meses,
nário. Muitos pretendem fazê-lo novamente. (os rapazes deverão ser sacerdotes).
32 A LIAH O N A
FOCO
Pres. David O. McKay conhecia o valor dos da Missão Brasileira. Esperamos que os membros acom
EM
senvolver-se-ia m uito mais vagarosamente do que se os banho do Senhor como resultado dos seus esforços.
milhares de membros da Igreja ajudassem também nes Apenas para que se possa visualizar o que significa o
sa importante obra. progresso realizado na área de atuação da Missão Bra
BRASILEIRA
O gráfico seguinte aparecerá mensalmente nas pá sileira, observe-se que o número de conversos, sòmente
ginas d' A LIAHONA para dem onstrar o crescim ento e nos dois prim eiros meses dêste ano, seria equivalente
o desenvolvimento de cada ala e ramo dentro da área ao necessário para a criação de três novas alas!
O Rebanho do Senhor
MISSÃO
Cresce na Missão Brasileira
ALAS/ESTACAS BISPOS/ M ISSIONÁRIOS CONVERSÕES
RAMOS/DISTRITOS PRESIDENTES E st./D Istr. Integral
JAN FEV JAN FEV JAN FEV Total
Ala III — S. Amaro Wilson S. Netto 8 6 14 10 24
Ala IV — Pinheiros Benjamim 0 . de Almeida 6 6 6 6 12
Ala V — Pinheiros Júlio Klappoth 2 2 6 6 1 6 7
Ala VI — Perdizes Mituo Ikemoto 1 1 6 6 13 13
Ala V II — Casa Verde José Vieira Neto 1 1 4 1 6 6
Ala V III — Santana Mitsuru Kikuchi 2 2 10 10 22 15 37
Ala IX — V. Maria Roberto Pires 1 4 4 4 8
Ala X — Penha Mario 0 . Delboux 8 8 4 7 11
Sorocaba Nelson de Gennaro 6 4 20 10 30
Lapa Oswaldo S. Camargo 4 4 1 7 8
Osasco João M . de Souza 2 2 5 6 11
ESTACA SÃO PAULO WALTER SPAT 6 7 64 60 77 90 167
Ala I — Vila Mariana José G. Galhardo 4 4 8 8 22 22 44
Ala II — B. Saúde Antônio Andreolli 4 4 8 8 5 19 24
Ala XI — Moóca Wagner dos Santos 6 6 10 10 16 6 22
Mauá Victor V. Vespolli 4 4
Santos Joaquim Martlnez 4 4 4 4 9 16 25
Santo André Saul M . de Oliveira 4 4 8 8 10 20 30
SSo Bernardo Walfrido A. Silveira 2 2 4 4 1 2 3
São Caetano Antônio J. Pádula 4 4 2 2 1 1 2
SSo Vicente Armando Jekabson 5 5 4 2 16 5 21
Gonzaga Geraldo L. Nogueira 4 4 2 1 3
ESTACA SÂO PAULO LESTE HÉLIO DA R. CAMARGO 33 33 56 54 82 92 174
Campinas 1 Geraldo C. Pereira 2 2 1
Campinas II Eduardo C. Nalli 2 2 2 3
1
Campinas III Alvaro Cunha 2 2 6 6
Campinas IV Jesus P. Busto 2 2 4 4
Jundiaf Francisco Ribeiro 2 2
Piracicaba Daniel Jensen 2 2
Rio Claro Eric Anderton 2 2 2 2
São José dos Campos Expedito J. Saraiva 2 2 3 3
DISTRITO DE CAMPINAS Evaldo Martins 16 16 7 12 19
Araraquara Geraldo de Mendonça 4 4 2 3 5
Marflia Wayne Wakumoto 2 2
Baurú Steven Dickson 4 4 2 2 4
Ribeirão Preto Orivaldo dos Santos 6 4 6 9 15
DISTRITO DE ARARAQUARA Jalal Samaha 16 14 10 14 24
Araçatuba Jair de Oliveira 4 4 4 1 5
Pres. Prudente Randall Cox 2 2
São José do Rio Preto Oscar de Oliveira 4 4 2 1 3
DISTRITO DE ARAÇATUBA Horãcio Salto 10 10 6 2 8
Apucarana José G. Testa 2 2 5 2 7
Londrina João Finardi 4 4 1 1 2
Maringá Ciro L. da Silva 2 2 4 1 5
DISTRITO DE LONDRINA Günther Salik 8 8 10 4 14
Curitiba 1 Leonardo Taparoski 6 6 10 14 24
Curitiba II Jason Garcia de Souza 4 4 12 12
Curitiba III Levy Gaertner 4 4 2 3 5
Curitiba IV Ismael Cordeiro, Jr. 4 4 9 10 19
Ponta Grossa Rosaldo Gaertner 4 4 8 19 27
DISTRITO DE CURITIBA Waldemar de Lima 22 22 29 58 87
MISSÃO BRASILEIRA SHERMAN H. HIBBERT 49 40 192 184 221 272 495
M aio de 1970 33
Não Há Poeta Sem Honra
o
F. Máximo
Prof. W illiam s é como um moderno Paulo, vindo roa, que a cada 4 de julho telegrafava ao Presidente
à Atenas brasileira para falar aos nossos ate dos EUA, congratulando-o, e que saudou Deodoro pela
nienses sôbre o poeta desconhecido," disse o proclamação da República nos seguintes têrm os: “ Paus-
Reitor José de Ribamar Carvalho, da Universidade do d'Arco em flô r. Viva a República," (o ipê floresce em
Maranhão, parafraseando Atos 17:16-34 ao apresentá-lo novembro em fôlhas verdes e flô re s am arelas), entu
para falar durante o lançamento de “ Harpa de Ouro", siasmando-se de tal forma com o sucesso que d is tri
inédito de Sousândrade. A Atenas brasileira da referên buiu parte das suas terras aos antigos ex-escravos; num
cia é São Luís, a evocadora Capital da terra de Gonçal político revolucionário para a época que, como prim eiro
ves Dias e de Odylo Costa, onde o patrim ônio histórico Prefeito de São Luís, aboliu o trabalho dom inical, intro
colonial inclui quase tôdas as casas e onde quase todo duziu a prim eira rêde telefônica da região, instituiu es
mundo, do humilde trabalhador ao Governador do Estado, colas para os pobres, colégios m istos e ensino noturno
José Sarney de “ Norte das Águas", cultiva e publica para os trabalhadores. Camilo, referindo-se a êle no
poesia; o poeta desconhecido é Joaquim de Souza-Andra- seu “ Cancioneiro A le g re ” (Lisboa, 1879), disse: “ É o
de, o “ Sousândrade, comedor de pedras” (1832-1902), mais extremado fantasista e erudito poeta do Brasil na
um louco genial redescoberto pelos concretistas Augus atualidade;" enquanto Sílvio Romero não pôde com
to e Haroldo de Campos, cuja obra tem se revelado uma preendê-lo, julgando-o m uito “ irre gu la r", como que com
das mais ricas e mais originais expressões da literatura isso confirmando que “ não há poeta sem honra senão
brasileira; o moderno Paulo é o élder Frederick G. W il em sua própria te rra .” O próprio Sousândrade tinha
liams, 30 anos, tetraneto do conselheiro de Joseph Smith consciência de que escrevia para os tempos futuros:
homônimo a quem se dirige a Seção 81 de Doutrina e “ Ouvi dizer por duas vêzes que o ‘Guesa Errante' só
Convênios, excelente pianista, ex-missionário da Igreja será lido cinqüenta anos depois: e ntristeci — decepção
no Brasil de 1960 a 1963, diretor do Instituto de Reli de quem escreve cinqüenta anos antes," escreveu em
gião SUD da Universidade de W isconsin, onde é um 1870, na introdução ao Canto VII da sua obra mais sig
dos editores da revista literária SUD “ C arpenter” (re nificativa: “ O Guesa Errante” .
flexões da vida mórmon), e licenciado em literatura Na década de 50, Augusto e Haroldo de Campos
luso-brasileira pela mesma instituição, que, de volta ao iniciaram o prim eiro movimento lite rá rio original bra
País para recolher material sôbre Sousândrade, tema sile iro que alcançou expressão internacional: a Poesia
da sua tese de doutoramento, tornou-se notícia em Concreta, e tornaram-se seus principais expoentes; em
quase tôdas as seções literárias, recebendo especial seu trabalho de tradutores de Joyce, Pound, Maiacovski
destaque num dos principais semanários nacionais e de críticos literários, ( “ A A rte no Horizonte do Pro
(“ Veja", p. 80-83, 25-3-70), ao redescobrir, juntamente vável, 1969) redescobriram Sousândrade como seu pre
com Jomar Morais, da Academia Maranhense de Letras, cursor e o divulgaram na obra “ Revisão de Sousândra
importantes m anuscritos inéditos daquêle poeta, os d e ” (1964) e em “ Sousândrade" na coleção “ Nossos
quais, depois de sucessivos achados e perdas, haviam C lássicos” (1966). Esta últim a obra chegou a W illiam s,
sido dados por irrem ediavelm ente perdidos. na época aluno de Jorge de Sena, renomado literato
Sousândrade nasceu em Guimarães, Maranhão, em português, grande conhecedor e admirador de Sousân
1832. Contrariamente aos usos da época, em lugar de drade. Cativado pelo seu engenho e arte, e também por
dirigir-se a Coimbra para bacharelar-se em direito, foi te r encontrado referências ao mormonismo, W illiam s
estudar letras e engenharia de minas na Sorbonne. Er teve seu interêsse despertado mormente pela fase nor
rando pela Europa e Estados Unidos, onde viveu cêrca te-americana do poeta, que retrata os acontecimentos
de dez anos, desenvolveu a genialidade, a cultura e a mais destacados do país na mais importante das suas
consciência política que o transform aram num poeta o ri obras: “ O Guesa". Por ocasião do centenário da nação
ginal, universal e inovador da língua, antecipando Mário americana (1876. Veja-se a respeito o “ Utah Historical
de Andrade, Drummond, Pound, Mallarmé, Pessoa, Hoel- Q u arte rly” n.° 3, 1969-70), o Imperador do Brasil v is i
derlin e outros m odernistas; num extremado republi tara Salt Lake C ity; são dessa época algumas referên
cano expulso da Inglaterra por te r falado contra a Co cias de Sousândrade ao mormonismo, tais como:
Não são poucos os jovens missionários que se apaixonam pela tes. Outros ex-missionários: Ken Rassmussen, da Universidade de
língua portuguêsa e, ampliando a experiência religiosa oferecida Nova York; Gordon Jensen, de Brigham Young; Ronald Dennis,
pelo seu dedicado trabalho de pregação do Evangelho, ao retor BYU, Dennis Tolman, UW; já completaram todos os cursos e pres
narem, procuram desenvolver o conhecimento da língua que com taram os exames para doutorado em letras luso-brasileiras pela Uni
tanta dificuldade aprenderam, tornando-se prolíficos especialistas, versidade de Wisconsin, faltando-lhes apenas prepararem suas teses.
capazes de contribuirem grandemente, não só para a divulgação mas Outros, como Eugene Jensen, da U. de Minnesota; Robert Hovendon,
para o aprofundamento dos estudos literários luso-brasileiros. Fre- da U. de Ohio e Donald Holsinger, de Stanford, já completaram mes
derick G. W illiam s talvez seja o primeiro de uma série de gigan trado em letras luso-brasileiras, também pela U. de Wisconsin.
Educação - com que fim ?
Richard L. Evans
do Conselho dos Doze