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«No Princípio...

» — artigo especial sôbre a Criação


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A
Mensagem de Inspiração
p u b lic a ç a o m e n s a l da ly r e ja de J e s u s C r is to
dos S a n to s d o s Ú ltim o s D ia s e d ita d a p e lo
C e n tro Editorial B rasileiro
Spencer W. Kimball R. S ão T o m é , 520 - V. O lím p ia
do Conselho dos Doze CP 19079, São P a ulo. SP
T el. 80-9675

Editor
H é lio da R ocha C a m a rg o

Redator
pergunta feita por Jó tem sido repetida por milhões de pes­

A
F. M á x im o
soas diante do ataúde aberto de um ente querido: “ Morrendo
Produtor
o homem, porventura tornará a vive r? ” (Jó 14:14).
A ld o F ra n c e s c o n i
E tem sido respondida aceitavelmente a m uitos quando sôbre êles
Estaca São Paulo
desce profunda e dôce paz como o orvalho dos céus. Inúmeras vêzes,
R. Ig u a te rm , 1980, S ão Paulo, SP
corações desfalecidos em a flitivo sofrim ento sentiram o beijo dessa
paz tão incompreensível. Estaca São Paulo Leste
R. Ib itu ru n a , 82, S ão P a ulo. SP
E quando uma profunda tranqüilidade de alma traz uma nova, cá-
lida certeza às mentes perturbadas e corações despedaçados, tais M iss ão B rasileira
R. H e n riq u e M o n te ir o , 215
pessoas poderiam afirm ar como Jó o fêz: CP 20.809, São Paulo, SP
“ Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levan • T el. 80-4638
tará sôbre a terra. E depois de consumida a minha pele, ainda em Redatores Regionais
minha carne verei a Deus. Vê-lo-ei por mim mesmo, e os meus olhos, R. K e n t M a th e w s , W e rn e r K, S p õ rl
não outros, o v e r ã o ..." (Jó 19:25-27). M issão B rasileira do Sul
Jó expressou o desejo de que seu testemunho fôsse impresso R. D r. F lô re s , 105, 14.
CP 1513, P ó rto A le g re , RS
em livros e talhado em rochas a fim de ser lido pelas gerações futuras.
T el. 24-9748
Êsse seu desejo foi satisfeito, pois tem trazido paz a muitas almas
Redatora Regional
que leram seu vigoroso testemunho.
W ilm a B in g Torgan

M issão B ras ileira do N o rte


R. S te fa n Z w e ig , 158, L a ra n je ira s
R io de J a n e iro , GB
T el. 225-1839
Nêste Número Redator Regional
W a lm ir S ilv a

Mensagem de Inspiração. Spencer W. Kimball 2 M issão de C o nstru ção G eral


R Ita p e v a . 378, S ão Paulo, SP
Qual é o Proveito? Presidente David O. McKay 3 Tel. 288-4118
No Princípio. .. Jay M. Todd 5 Redator Regional
A Escolha Certa. Sarah L. Johnson 18 M a n o e l M a rc e lin o N e tto
A Escolha Errada. Lowell L. Bennion 19 D e p arta m e n to Fotográfico
Qual é a Sua Escolha? 20 Rui M a rq u e s B ronze

O Sonho de Jerry. Lucile C. Reading 21 A L IA H O N A — E d iç ã o b r a s ile ir a d o "T h e U n ifie d M a g a ­


Drogas. John H. Vandenberg 22 z in e da Ig re ja de J e s u s C r is to d o s S a n to s d o s ú ltim o s
D ias, acha s e re g is tra d a s o b o n ú m e ro 93 do liv r o B.
Aprender a Amar. Connie Chapman 23 n 1 de M a tr íc u la s de O fic in a s Im p re s s o ra s de J o rn a is
Domingo é o Dia. Ethna R. Reid 24 e P e rió d ic o s , c o n fo rm e o D e c re to n. 4857 de 9-11-1930.
Quando Você Ensina a meu Filho. E. LV Richardson 26 The U n ifie d M a g a z in e ” é p u b lic a d o , s o b o u tr o s títu lo s ,
ta m b é m e m a le m ã o , c h in ê s , co re a n o , d in a m a rq u ê s , e s ­
Progresso Conjunto. Dr. J. Joel & Audra Call Moss 29 p a n h o l, fin la n d ê s , fra n c ê s , h o la n d ê s , in g lê s , ita lia n o , ja ­
Jovens Dedicam Férias. R. Kent Mathews 32 p on ês, n o ru e g u ê s , s a m o a n o . s u é c o , ta itia n o e to n g a n ê s .
O Rebanho do Senhor. R. Kent Mathews 33 C o m p o s ta p e la L in o tip a d o ra G o d o y Ltda , R. A b o liç ã o . 263.
Im p re s s a p e la G rá fic a C o n lo p , T ra v e s s a M a ra c a tú . 27,
Não Há Poeta Sem Honra. F. Máximo 34 S ão Paulo. SP
Educação — Com Que Fim. Richard L. Evans 36 D e v id o à o r ie n ta ç ã o s e g u id a p o r e s ta re v is ta , r e s e rv a ­
m o-n os o d ir e ito de p u b lic a r s o m e n te o s a r tig o s s o lic i­
ta d o s p e la re d a ç ã o . Não o b s ta n te , s e rã o b e m -v in d a s
tô d a s as c o la b o ra ç õ e s para a p re c ia ç ã o da re d a çã o e da
e q u ip e in te rn a c io n a l d o “ The U n ifie d M a g a z in e " O s a r­
tig o s p u b lic a d o s nas p á g in a s d o s r e d a to re s re g io n a is
Capa sã o de r e s p o n s a b ilid a d e d ê le s e do s s e u s e v e n tu a is
c o la b o ra d o re s .
S ubscrições: Tôda a c o rre s p o n d ê n c ia s ô b re a s s in a tu ra s
d e v e rá s e r e n d e re ç a d a ao D e p arta m e n to d e A s sin atu ­
capa dêste número reproduz parte de um nôvo quadro enco­

A
ras, C aixa Postal 19079, São Paulo, SP. P reço da a ssi
mendado pela Igreja: A Criação dos Animais e das Aves. É n a tu ra an u a l para o B ra s il: NC rS 10,00; p a ra o e x te r io r ,
s im p le s : USS 3,00; a é re a : USS 7,00. P re ço do e x e m p la r
a v u ls o e m no s s a a g ê n c ia : NC rS 1,00; e x e m p la r atraza-
de autoria de Stanley W. Galli, como os outros cinco quadros
d o : N C rS 1,20. A s m u d a n ç a s de e n d e re ç o d e v e m s e r
reproduzidos neste número. Tais pinturas serão expostas no Centro c o m u n ic a d a s in d ic a n d o -s e o a n tig o e o n ô v o e n d e rê ç o ,
de Visitantes em Independence, M issouri; cópias dos mesmos serão d e v e n d o -s e a g u a rd a r a té o ito s e m a n a s para o p ro c e s s a ­
m e n to p o s ta l.
utilizadas em tôda a Igreja.
Vivamos Nossa Religião
Presidente Joseph Fielding Smith

irei agora a todos os santos dos últim os Trazemos ao mundo o ramo de oliveira da paz.

D dias: vivamos nossa religião, façamos tu ­


do o que estiver ao nosso alcance para

de que Jesus é o C risto, o Redentor do mundo, e


Apresentamos-lhe a lei do Senhor, a verdade, tal
como foi revelada nos últim os d ia s ... Não abriga­
plantarmos no coração do povo a gloriosa verdade
mos qualquer intenção oculta ou má vontade em
relação aos filho s dos homens O espírito de per­
de que Joseph Smith é um profeta do Deus viven- dão permeia o coração dos santos, e êles não nu­
te, que o Senhor levantou nestes últim os dias para trem desejos nem sentim entos de v in g a n ç a ... Di­
restaurar o Evangelho eterno e o poder do Santo zem em seus corações: que o Senhor julgue entre
Sacerdócio. Devemos dar o exemplo, devemos ser nós e os nossos adversários, quanto a nós, já os
fié is à fé, aos nossos convênios, ao Senhor e uns perdoamos e não trazemos intenções malévolas em
para com os outros. relação a ninguém.

O Espírito do Evangelho conduz os homens à


retidão, a amarem seus semelhantes e a trabalha­ Nosso Salvador veio ao mundo para ensinar-
rem por sua salvação e exaltação; inspira-os a fa­ nos amor uns para com os outros, e uma vez que
zerem o bem e não o mal, a evitarem até mesmo a aquela extraordinária lição foi tornada manifesta
aparência do pecado, sendo o alvo e o propósito por meio do seu grande sofrim ento e morte para
desta obra a felicidade eterna do homem, tanto nes­ que pudéssemos viver, poderíamos deixar de ex­
ta como na vida vindoura. pressar nosso amor para com nossos semelhantes

M aio de 1970 3
por meio de serviço prestado em seu benefício? Deveríamos dizer em nossos corações: “ Que
Deixaríamos de dem onstrar apreciação pelo servi­ o Senhor julgue entre mim e você; quanto a mim,
ço infin ito que êle nos prestou, também prestando porém, p e r d o a r e i...” Expulsem tôda a inveja e o
serviços à sua causa? ódio dos seus corações, abandonem o sentim ento
de não perdoar e cultivem em suas almas o espí­
Todo aquêle que faz, na Igreja, sòmente as coi­ rito que Jesus C risto mostrou na cruz ao clamar:
sas que pessoalmente lhe dizem respeito, jamais “ Pai, perdoa-os porque não sabem o que fazem .”
alcançará a e x a lta ç ã o ... Aquêle que está dispos­ (Lucas 23:34]. Esse é o espírito que os santos dos
to sòmente a orar, a pagar seus dízimos e ofertas últim os dias devem possuir sempre. Boa coisa é
e a cum prir os deveres comuns que se referem à viverm os em paz com o Senhor.
sua vida pessoal e nada mais, nunca há de alcançar
o alvo da perfeição. A grande obra do Pai e do Filho não se destina
ao bem dêles mesmos: trabalham para o benefício
Se form os realmente fié is a todos os convê­ do homem. Quando alguém se une à Igreja, o faz
nios e a todos os princípios de verdade que êle com base no princípio da fé no Pai, no Filho e no
nos deu, na ressurreição voltarem os à sua presen­ Espírito Santo. Sob o princípio de que aceita tudo
ça e seremos exatamente como êle é, com corpos o que pertence ao Evangelho. Tais exigências são
que brilharão como o sol. E além do mais, se fo r­ feitas a todos os homens que buscam arrependi­
mos fié is e verdadeiros enquanto aqui estiverm os, mento e um lugar no reino de Deus.
seremos filhos seus.
O Evangelho de Jesus C risto é a lei perfeita
Sou grato ao meu Pai C elestial por haver-me daliberdade, que conduzirá o homem ao mais alto
perm itido viver nesta geração e travar conhecimen­ estado de glória e o exaltará na presença de nosso
to, em certa medida, com os princípios do Evange­ Pai C elestial, se quiser dar ouvidos aos conselhos
lho. Sou grato por te r tido o p rivilégio de alcançar daqueles que o Senhor designou para o guiarem.
o testemunho da sua veracidade, e de poder te ste ­
munhar do fato de te r sido o Evangelho restaura­ O objetivo de estarmos aqui é fazermos a von­
do ao homem. tade do Pai como é fe ita nos céus, agirmos com
justiça sôbre a terra, vencer a iniqüidade sujeitan­
Êste testemunho vem de Deus e convence a do-a aos nossos pés, e derrotando o pecado e o
todos a quem é dado, e tem mais valor para os adversário das nossas almas, para nos elevarmos
homens do que qualquer sinal ou dom, porque con­ acima das im perfeições e fraquezas da pobre hu­
cede paz, felicidade e contentam ento à alma. manidade decaída, pela inspiração e poder manifes­
tos do Senhor, tornando-nos assim, santos e servos
O reino de Deus e a obra do Senhor hão de seus na terra.
expandir-se cada vez mais, progredindo no mundo
mais ràpidamente no futuro do que no p assa do ... Unam-se, pois, os santos, ouçam as vozes dos
é a obra de Deus, que êle próprio, por sua sabedo­ servos do Senhor soando aos seus ouvidos, bus­
ria e não pela sabedoria dos homens, restaurou à quem sua própria salvação pois que, quanto a mim,
terra nos últim os dias. sou tão egoísta que estou buscando a minha própria
salvação, e sei que só poderei alcançá-la através
Nossa missão é salvar, preservar do mal e da obediência às leis do Senhor, guardando os man­
exaltar a humanidade, trazer luz e verdade ao mun­ damentos, obrando em justiça, seguindo nas pe­
do, para prevalecer sôbre o povo da terra a fim de gadas de nosso líder, Jesus C risto, exemplo e ca­
que ande em retidão diante de Deus honrando-o beça de todos. £le é o caminho, a luz do mundo,
em suas vidas e com as prim ícias de tôda a sua a porta pela qual terem os de entrar para têrm os
substância e progresso. com êle lugar no reino celestial.

4 A LIAHONA
No Princípio..
Jay M. Todd

Editor Assistente de “The Improvement Era"

alvez, nenhuma outra frase em tôda a história respeito, confiança e amor por êle. Por isso, solicita­

T do mundo tenha sido lida mais freqüentem ente


do que as inspiradoras palavras iniciais de Gê­
nesis: “ No princípio criou Deus os céus e a te rra .”
próprias palavras contêm um encanto reverente que nos
mos a colaboração de homens de fé e conhecimentos;
irmãos que passam a m aior parte do seu tempo estu­
As
dando, investigando, ensinando a respeito dos aspectos
do mundo em que vivem os. As respostas de cêrca de
compele a prosseguir: “ E a terra era sem form a e trin ta eruditos SUD são apresentadas nas páginas a se­
vazia; e havia trevas sôbre a face do abismo; e o Es­ guir. São com entários tanto inform ativos quanto inspi­
p írito de Deus se movia sôbre a face das águas. E disse radores.
Deus: Haja l u z . . . ” (Gênesis 1:1-3).
Êsses comentários vão acompanhados de reprodu­
Nestes dias de intensa exploração do nosso meio- ções, de sete pinturas, seis da autoria de Stanley W.
ambiente sub-microscópico e telescópico, é bom voltar Galli e uma de'H a rry Anderson, dois dos mais destaca­
novamente a reflexão para a grandiosidade das criações dos ilustradores norte-americanos. Êste últim o pintou
de Deus e observar outra vez a obra das suas mãos. “ Jesus, o C ria do r” ; os que representam os seis perío­
Na verdade, os santos dos últim os dias têm sido sem­ dos da criação são de Stanley W. Galli. Reproduzidos
pre encorajados a aprenderem o máximo possível acêr- por cortesia do Serviço de Informações da Igreja, êsses
ca do mundo que os rodeia: “ Ensinai d ilig e n te m e n te ... quadros sugerem a visão e a beleza que induziram M oi­
Tanto nas coisas dos céus como da terra, e debaixo da sés a escrever: “ E viu Deus tudo quanto tinha feito, e
terra; coisas que existiram , que existem , e coisas que eis que era m uito bom .” (Gênesis 1:31).
logo a c o n te c e rã o ...” (D&C 88:78-79).
Esperamos que os leitores encontrem gôzo e spiri­
Parece-nos indubitável que, quanto mais aprende­ tual e testemunho paralelos lendo as páginas que se­
mos acêrca das obras de Deus, maiores são o nosso guem.

M aio de 1970 5
Nossa Galáxia ciocínio para crer que existe um Deus pessoal à cuja
imagem fomos criados e que é m uito superior a todos
“ Vista da Terra, que está no seu interior, a galáxia ê le s.”
da Via Láctea aparece como uma imensa esteira lum i­ — Earl M . Mortensen, Departamento de Quím ica, Universidade Es­
tadual de Cleveland.
nosa atravessando a abóbada celeste. O nosso sol, e
os planetas que o acompanham, desloca-se a mais de
160 km por segundo ao redor do eixo galáctico, numa A Criação da Terra
órbita próxima da sua borda. Tão imenso é êste siste­
ma que o sol leva aproximadamente 200 milhões de “ Quando nosso sistema solar fo i originado, dos ga­
anos para com pletar uma revolução. O nosso Sol é ses diluídos do espaço interestelar, formou-se uma
apenas um dos cem milhões de estrelas (sóis) que enorme nuvem fria de densidade tão elevada que a gra-
compõem a Via Láctea, tão imensa que a luz leva cem vitação começou a fazer com que se contraísse. Pro­
mil anos para percorrê-la de lado a lado (e a luz pode vida de rotação, eventualmente achatou-se em form a de
circundar a terra sete vêzes e meia num segundo). Qua­ disco, o qual rompeu-se em nuvens menores que deram
se tudo o que vemos no céu — estréias, planetas, co­ origem aos planetas, com o Sol como o centro do sis­
metas, nebulosas, pertencem à Via Láctea. Entretanto, tema. Nêsse ponto, ‘a terra era sem form a e vazia; e
uma visão aguçada é capaz de discernir vagas manchas havia trevas sôbre a face do abismo’. Então Deus disse:
luminosas que indicam a posição de outras galáxias tão 'Haja luz. E houve luz,' pois o Sol começou a brilhar à
imensas quanto a nossa, m uito distantes no espaço ex­ medida que a progressiva contração o aquecia, ilum i­
terior. Existem pelo menos alguns bilhões de galáxias, nando a Terra e produzindo 'separação entre a luz e as
a distâncias tais que chegam a ser inim agináveis. A l­ trevas.’ (Veja Gênesis 1:2-4)
gumas distam até cinco bilhões de anos-luz (ou seja:
47.335.395. 000. 000. 000. 000. 000 km ), outras são “ Nosso sol, cuja radiação possibilita a vida em nos­
ainda mais remotas. Temos descoberto algumas galá­ so planeta, é uma esfera de gás incandescente tão po­
xias tão distantes que a sua luz está a caminho há derosa que a luz que irradia por segundo pesa mais de
mais de um bilhão de anos. Num certo sentido, a astro­ quatro milhões de toneladas — não obstante, a reserva
nomia se transform ou no mais estranho tipo de arqueo­ de energia solar é tão imensa que êle pode irradiar tal
logia, pois vemos alguns corpos como foram no obs­ quantidade durante dez bilhões de anos.
curo passado, e somente podemos imaginar sua con­
dição presente." “ Pouco tempo após sua formação como corpo só­
— Hollis R. Johnson, Departamento de Astronomia, Universidade
lido ou líquido, a Terra, aquecida pela luz solar e pela
de indiana.
radioatividade da sua crosta, perdeu a maior parte — se
não todo — do gás da sua atmosfera. Posteriormente,
A Vida no Espaço Cósmico ao esfriar, desprenderam-se gases da sua crosta e ca­
madas interiores. Os gases que permaneceram em to r­
“ Enquanto que, há menos de meio século, os cien­ no da Terra, então se resfriaram formando a atmosfera
tistas especulavam a respeito de que a probabilidade de ou se precipitaram dando origem aos mares."
e xistir outro planeta igual ao nosso era extremamente — Hollis R. Johnson, Departamento de Astronomia, Universidade de
pequena, atualmente, a estim ativa científica adm ite que indiana.
a nossa galáxia talvez possua dez bilhões de estrelas
com planetas, e provávelmente existam acima de dez “ Em tôdas as teorias científicas concernentes à
bilhões de galáxias no universo. Enquanto nossa visão sua formação, a Terra, no início, teria sido ‘sem forma
científica de uns poucos anos atrás te ria rejeitado tal e vazia.' A seqüência da criação, segundo a descrição
possibilidade, os cientistas agora crêem que a existên­ do Gênesis — porção suficiente de certa atmosfera
cia de vida inteligente em alguns dêsses planetas é para criar um firm am ento, separação do vapor dágua
quase certa; e os rádio-telescópios estão sondando os da atm osfera da água líquida da litosfera, redução da
céus em busca de sinais enviados ao espaço por essas capa de nuvens a fim de que o Sol, a Lua e os astros
inteligências.” fôssem visíveis, aparecimento de plantas, criação de
— John H. Gardner, diretor do Departamento de Física da Univer­ peixes, aves e bêstas-feras, e finalm ente a criação do
sidade Brigham Young. homem — corresponde à ordem da criação teorizada
pela ciência."
“ Na comunidade cien tífica de hoje, acredita-se que — Darrel R. Bienz, professor associado de Horticultura. Universi­
existam sêres inteligentes algures no universo, e de dade Estadual de Washington.
fato, os cientistas vêm projetando meios pelos quais
seja possível captar eventuais sinais dêles. Se os cien­ “ A Terra encontra-se numa posição ideal em rela­
tista s chegam a acreditar que existem seres inteligen­ ção ao Sol, recebendo energia suficiente para ativar os
tes com sociedades até superiores à nossa (compare processos clim áticos e possibilitar a vida, mas suficien­
Moisés 7:30,36), não é preciso forçar m uito nosso ra­ temente distante para evitar a destruição desta por sú-

6 A LIAH O N A
"E havia entre êles
um que era seme­
lhante a Deus, e dis­
se aos que se acha­
vam com êle: Desce­
remos, pois há espa­
ço lá, e tomaremos
dèstes materiais e
faremos uma terra
onde êstes possam
morar. Então o Se­
nhor disse: Desça­
mos. E êles desce­
ram no princípio, e
êles, isto é, os Deu­
ses, organizaram os
céus e a te rra.”
(Abraão 3:24; 4:1).
bitas explosões de energia. Tem um movimento em O Solo
tôrno de seu próprio eixo à velocidade adequada para
criar dias e noites, de duração conveniente para as a ti­ O solo é m uito mais do que uma coleção de par­
vidades e repouso do homem e outros organismos. En­ tículas inertes e m atéria orgânica morta. Êle contém,
tretanto, mais admirável do que a regularidade dos dias além de grãos maiores de sedimento e areia que cons­
e anos é a inclinação do seu eixo de rotação em relação tituem seu arcabouço, partículas de argila. Essas par­
ao plano orbital. £sse ângulo de inclinação de 23,5° do tículas são de tamanho sub-microscópico, tendo assim
eixo de rotação em relação ao plano orbital em redor uma área de superfície extremamente grande em rela­
do Sol, estabeleceu o mecanismo que causa a inevi­ ção ao seu pêso unitário. Essa superfície atrai fo rte ­
tável marcha das estações. Sem êste ajustamento, ha­ mente a água, impedindo conseqüentemente que a água
veria zonas de extrem o calor no equador e extremamen­ da chuva drene para além do alcance das raízes dos
te frígidas nos polos. vegetais. Mas isto não é tudo. Ao contrário da maior
parte das demais partículas minerais, as de argila são
A Luz constituídas de tal maneira que têm carga elétrica ne­
gativa. Essa carga negativa atrai os nutrientes vegetais
“ Freqüentemente tenho-me assombrado com o nú­
que possuem carga positiva, impedindo que sejam la­
mero de vêzes em que a luz é mencionada nas Escri­
vados do solo pela água que se filtra por êle. O solo
turas. Deus compreende as plenas im plicações dessa
também pulula de micro-organismos que têm um propó­
maravilhosa 'substância'. O homem levou m uito tempo
sito ú til. Êles decompõem os detritos outonais que, de
para desvendar alguns dos segredos dêsse estranho
outro modo acumular-se-iam asfixiando eventualmente
fenômeno. As mentes de Newton, Einstein, De Broglie,
as plantas que os produziram. Com êsse processo é
M axwell e outros lutaram porfiadam ente com êle a fim
acrescentado humo ao solo para ligar as partículas em
de lançarem os alicerces em que se baseia tôda a me­
agregados que perm item a penetração da água e do
cânica quântica atual." a r.”
— Eldon D. Brinley, diretor do Departamento de Saúde, Universi­
— Philip F. Low, professor de Química do Solo, Universidade Purdue.
dade A & I do Texas.

A Água As Plantas

"Nenhuma outra substância é tão im portante para “ Se não houvesse plantas e flôres, em menos de
o funcionamento da natureza como a água; ela é in­ uma geração te ria desaparecido todo o oxigênio do ar,
substituível como solvente universal. Dissolve os nu­ causando nossa morte. O único m otivo pelo qual ainda
trientes vegetais dos elementos m inerais da terra. Dis­ existe oxigênio no ar é porque as plantas devolvem à
solve os componentes orgânicos e inorgânicos das cé­ atmosfera o oxigênio que nossos organismos dela re ti­
lulas vivas. Sem essa sua ação solvente os processos ram. Isto se processa através da fotossíntese, e mesmo
que mantêm a vida cessariam. A água tem uma capa­ as ervas mais daninhas nos ajudam dessa forma. A tra­
cidade excepcional de absorver ou irradiar calor sem vés da fotossíntese os vegetais também absorvem ener­
muita alteração de temperatura. Assim , modera os c li­ gia dos raios solares, incorporando-a aos alim entos que
mas. Em vez de dim inuir de volume ao congelar-se, ingerimos. Nossos corpos, e todos os outros organis­
como quase tôdas as demais substâncias, ela se ex­ mos vivos, exigem um suprim ento contínuo de energia
pande. Cómo resultado, o gêlo flutua na superfície dos para a própria sobrevivência, e esta é a fonte. De fato,
lagos e rios, agindo como camada isolante para prote­ os elementos quím icos que compõem os alim entos que
ger a massa d'água subjacente e respectivos organis­ ingerimos também se derivam do dióxido de carbono
mos aquáticos do congelamento. Em comparação com da atmosfera, dióxido de carbono que as plantas remo­
a maioria dos líquidos, tem um elevado ponto de ebu­ vem e transform am em carboidratos.”
lição. Se assim não fôsse, seu vapor saturaria a atmos­ — James A. Goss, professor associado de Biologia, Universidade
Estadual de Kansas.
fera impedindo a passagem dos raios solares necessá­
rios ao aquecimento. Na verdade, nenhuma outra subs­
“ A sim ples semente vegetal é um enigma que tem
tância é tão perfeitam ente adaptada às necessidades
derrotado tôda especulação. Pois o fato de uma enti­
dos organismos vivo s.”
— Philip F. Low, professor de Química do Solo, Universidade Purdue.
dade vivente codificar a si própria, condensar-se, sus­
pender sua vida e depois reviver, desafia e frustra mes­
“ Considere-se a existência da água em seu estado mo o mais astuto estudioso.”
líquido — êsse estado é viável sòmente dentro de um — Max L. Sweat, Departamento de O bstetrícia e Ginecologia. Uni­
versidade de Utah.
raio relativam ente pequeno dos extensos lim ite s de
temperatura conhecidos no sistema solar, e no entanto,
Os Animais
a vida que conhecemos não poderia e x is tir sem êsse
seu estado líquido.”
— David L. Clark, professor de Geologia e Geofísica, Universidade O têrm o gado engloba um conjunto miraculoso va­
de Wisconsin. riando desde a fisiolo gia dos rum inantes (que capacita

8 A LIAHONA
"E disse Deus: Ha­
ja luz. E houve luz. E
viu Deus que era boa
a luz; e fêz Deus se­
paração entre a luz e
as trevas. E Deus
chamou à luz Dia; e
às trevas chamou
N o it e ...” (Gênesis
1 : 3- 5 ) .
êsses animais a se nutrirem de alim entos fibrosos com tas continuar produzindo; caso contrário o sistema dei­
os quais o homem não poderia sobreviver), à m aravi­ xaria de funcionar porque os nutrientes ficariam imobi­
lhosa diversidade de genótipos criados para se adap­ lizados numa classe de organismos, e mesmo êstes aca­
tarem às necessidades especiais do homem nos mais bariam morrendo. Êsses fenômenos demonstram a ne­
variados ambientes, períodos e determinados propósi­ cessidade da morte no tipo de mundo que fo i criado. A
tos. Por exemplo, a raça “ Scotch H ighland” e outras de vida do homem também depende da morte de outras
pêlo longo, adaptaram-se a fo rtes ventos, temperatura formas de vida .”
gélida e forragem escassa; as raças zebuínas suportam — Arthur W allace, professor de Nutrição das Plantas. Universidade
da Califórnia, Los Angeles.
calor, sêca e insetos; bois de porte avantajado têm
ajudado o homem a vencer imensos ermos; o búfalo
indiano com seu trabalho nas culturas de arroz ajuda O Homem
a alim entar milhões e milhões de pessoas na fndia e
no Oriente; o “ Longhorn” (bovino de chifres com pri­ “ Se não fôsse pelo fato de que estamos vivos e
dos) americano, rei das pradarias, quando a rusticidade experimentando diàriamente as assombrosas aptidões
era uma qualidade essencial antes das modernas téc­ do nosso tabernáculo de carne e ossos, seria d ifíc il con­
nicas agrícolas e de criação tornarem a vida bovina ceber que um ser como nós pudesse existir. Sabendo
segura; e depois a mansa vaca leiteira, mãe de criação que realmente existim os e possuímos êsses maravilho­
da raça humana. Onde estaríamos sem o gado?” sos atributos, não nos deveria ser d ifíc il imaginar um
— Georqe E. Staples, professor associado de Medicina Veterinária, Pai amoroso que também tem êstes e outros atributos
Universidade Estadual de Dakota do Norte. mais desenvolvidos do que os que agora possuímos.”
— Earl M . Mortensen, Departamento de Química, Universidade Es­
“ No sistema nervoso do mais in fe rio r dos insetos tadual de Cleveland.
ao do mais complexo vertebrado é visível uma precisão
estrutural ordenada que perm ite o perfeito funciona­ “ Incorporar sessenta trilhões de células vivas num
mento dos nervos e a passagem de informações de uma corpo e integrá-las em sistemas que o capacitam a ver
parte do corpo a outra, pelo intrincado sistema de f i­ em perfeita televisão a côres; a computar movimento,
bras e sinapses. É evidente que o fenômeno básico, forma, visão, e os sentidos mais elevados em comple­
essencial e comum a tôdas as criaturas viventes é que xidade matemática superando a maior das máquinas;
cada uma se adapta perfeitam ente dentro da sua es­ ver os astros, terra, plantas, animais e o oceano; te r
fe ra .” curiosidade acêrca de objetos e acontecimentos, e con­
— Joseph Larsen, diretor do Departamento de Entomologia, Univer­ tem plar Deus, transcende a capacidade atual da mente
sidade de Illinois. humana para uma descrição e avaliação adequada.”
— Max L. Sweat, Departamento de Obstetrícia e Ginecologia. Uni­
“ Como tenho observado detidamente e trabalhado versidade de Utah.
com animais por m uitos anos, não posso deixar de sen­
tir-me impressionado com a individualidade dêles. Estou “ Cada uma das enzimas, células e órgãos tem uma
convicto de que u ’a mão orientadora dirigiu a criação função particular da qual se afasta enquanto estiver em
do reino animal — alguns dominando outros e cada um perfeita saúde. Além disto, a m aioria dos sistemas do
tendo seu lugar no plano to ta l.” organismo possuem recursos alternativos em caso de
— Glen P. Lofgreen, nutricionista animal, Universidade da Califór­ mau funcionam ento.”
nia, Davis. — David M . Stuart, professor de Farmacologia. Universidade Seten­
trional de Ohio.

Sistema Integrado Vegetal e Animal


“ Para viver no mundo, o homem não poderia ficar
só; seria preciso que se unisse a outros indivíduos. Pri­
“ Nos anos recentes, temos considerado a comuni­
m eiro sua espôsa e depois seus filh o s foram a êle liga-
dade biológica como um ecosistema: um sistema mais
gos numa unidade fam iliar. Uniu-se a outros para criar
ou menos auto suficiente, exceto quanto à provisão de
grandes instituições sociais — igreja, escola, govêrno,
luz e de água. As plantas e os animais acham-se inte­
economia — que lhe possibilitaram não apenas subsis­
grados nesse sistema de form a tal que são interdepen­
tir no mundo, mas também progredir e desenvolver seu
dentes de maneira fantàsticam ente complexa. Os nu­
pleno potencial nesta terra. No Jardim do Éden Deus
trientes são fatòres lim itantes em numerosos sistemas
deu ao homem leis pelas quais deveria viver. Posterior­
— nitrogênio, fósforo, cálcio, potássio. N utrientes e
mente Deus lhe revelou outros princípios para ajudá-lo
combinações de ciclos geoquímicos e biológicos perm i­
a organizar sua vida. Essas normas habilitaram o ho­
tem a circulação suficiente dêsses elementos para man­
mem a evitar o caos e a desorganização que teriam
te r todos os níveis do ecosistema num equilíbrio pre­
sido seu destino sem essas regras. O homem continuou
cisamente ajustado. As plantas fornecem alim ento a
a estabelecer regulamentos que considerou no melhor
um nível dos animais, e êstes por sua vez alimentam
interesse de uma vida social pacífica.”
outros. Os sistemas de decomposição associados são — James T. Duke, Departamento de Sociologia. Universidade Brig
o meio de com pletar a circulação possibilitando às plan­ ham Young.

10 A LIAH O N A
"E fêz Deus a ex­
pansão, e fêz sepa­
ração entre as águas
que estavam debaixo
do firmamento e as
águas que estavam
sôbre o firmamento.
E assim se fê z .”
(Gênesis 1:7).
O Sábado de m últiplas form as de vida resultantes dos mecanis­
mos de adaptação e de mutação incorporados às formas
“ O significado do sábado para o Senhor está além originais.
da minha compreensão, pois julgo que para êle todos
os dias são santificados, uma vez que êle é Santo. Mas As escrituras citam que Deus disse: ‘Produza a
que tenha santificado o sétim o dia para o homem e te ­ terra erva v e r d e . . . ’ (Gen. 1:11). Mas quando chegou
nha ordenado: 'Lembra-te do dia do sábado, para o san­ a vez do homem, os Deuses ‘desceram ’ e ‘organizaram’
tific a r’ (Ex. 20:8), é m uito significativo. O homem em o homem. O processo integral da Criação é in fin ita ­
sua luta terrena pela sobrevivência não pode esquecer mente complexo. A trib u ir os eventos criativos ao aca­
seu Criador. Tampouco deve esquecer-se de seu rela­
so é sem dúvida uma superstição ignorante, sendo que
cionamento com tôda a criação de Deus. Por isso, o sá­
já as prim eiras palavras da Bíblia estabelecem clara­
bado proporciona-lhe uma pausa para recordar-se e hon­
mente o cenário: 'No p rin c íp io ... D e u s ... ”
rar a fonte da vida, relembrando-o de ser compassivo — Arthur Wallace, professor de Nutrição das Plantas. Universidade
com seus semelhantes e mesmo para com os animais da Califórnia, Los Angeles.
do campo.”
— Lowell L. Bennion, deão assistente dos estudantes, Universidade “ Causa-me grande deleite reconhecer que a base
de Utah.
da ciência da genética, a mudança ordenada na matéria
viva do sim ples para o mais complexo, é semelhante à
A Aplicação de Ordem e Lei no Universo
base da minha religião: progresso eterno.”
— Darrel R. Bienz, professor associado de Horticultura, Universi­
“ As Escrituras nos ensinam que Deus é um Deus dade Estadual de Washington.
de ordem. (Alma 42:22; D&C 88:36-38, 42; D&C 93:30;
D&C 130:20-21, são apenas algumas referências). Êle
Convicção e Testemunho
vive segundo leis e princípios, pois do contrário não
poderia ser Deus; seus atos não seriam consistentes.
Não surpreende portanto que Deus tenha criado a terra “ Não tenho dúvida de que Deus criou os céus, a
por um processo ordenado, passível de ser investigado terra e tudo que nêles existe. Mas tenho dúvidas quan­
por meios científicos. A Bíblia e a Pérola de Grande to ao nosso grau de conhecimento sôbre tôdas as fases
Valor dão um esbôço generalizado da Criação que, em da Criação, tal como a ciência e a religião as têm reve­
linhas gerais, concorda com nossos conhecim entos cien­ lado. Tenho certeza de que quando os passos d e fin iti­
tífico s mais detalhados sôbre a formação da terra pela vos forem elucidados pela ciência, êles não entrarão
condensação de gases existentes, seguindo-se seu de­ em nenhum c o n flito com o que é, tem sido, ou será re­
senvolvim ento ordenado necessário para trazê-la ao seu velado pelos profetas de Deus. Numa época em que a
estado habitável atual, em que a vida vegetal, animal ciência já realizou e continuará realizando m uito em
e finalm ente o próprio homem pudessem flo re s c e r.” têrm os de definição das leis do universo e de lidar com
— Earl M . Mortensen, Departamento de Qufmica, Universidade Es­ elas até certo ponto, convém ao homem inteligente e
tadual de Cleveland. fie l passar por cima das aparentes discrepâncias entre
os pontos de vista. Existirão co nflitos sòmente onde
“ Os relatos das Escrituras sôbre a Criação co nti­ a interpretação da verdade fô r fa lha .”
nuamente acentuam que os fe itos de Deus im peliram o — Frank D. Allan, Departamento de Anatomia, Universidade George
universo em direção à form a e ordem. O relato de Washington.
Abraão emprega a bela palavra descritiva ‘organizou’
(Abr. 4:1) para descrever o processo pelo qual Deus “ Sinto um profundo pesar por aquêles que te rg i­
executou a Criação. Isto im plica em que, sem a inter­ versam e ficam transtornados com a falta de inform a­
venção da Divindade, o universo deslizaria inexoravel­ ção revelada sôbre o “ quando” e “ com o” da criação,
mente outra vez para o vazio inform e do qual proveio. pois não lograram apreender o verdadeiramente rele­
Esta tendência natural de tôda m atéria abandonada a vante — a aprovação de Deus ao que acontecera: ‘ Era
si mesma é algo que as ciências físicas provaram, com m uito bom.’ (Gen. 1:31) É nossa mordomia providenciar
tôda probabilidade, mais detalhadamente.” que todos os ciclos — atmosfera, água, solo, condições
— R. Owen Asplund, professor associado de Quím ica, Universidade ecológicas, e assim por diante — conservem-se bons.”
de Wyoming. — David A. W hite, professor assistente de Zoologia, Universidade
Brigham Young.
“ Abraão fala de ‘coisas’ que tiveram de ser ‘vigia­
das’ até que elas ‘obedeceram’. (Abr. 4:18). Tal proce­ “ Ao homem, a suprema criação de Deus, foi man­
dimento provavelmente requereu tremendo esfõrço e dado usar, mas não abusar, de tôdas as outras criações.
mesmo experimentação. Não é d ifíc il in fe rir de tais Se êsse princípio fô r violado, as gerações vindouras
conceitos que Deus teve de lidar com leis naturais e talvez não possam usufruir as bênçãos de que dispomos
etapas da Criação, que implicaram se não na evolução hoje em d ia .”
(um têrm o perfeitam ente aceitável e que em parte pode — C. A. Ernstron, diretor do Departamento de Ciências da Nutrição.
explicar o acontecido), pelo menos no desenvolvim ento Universidade Estadual de Utah.

12 A LIAHONA
"E fêz Deus os
dois grandes lumina­
res: o luminar maior
para governar o dia,
e o luminar menor
para governar a noi­
te; e fêz as estré­
ias.” (Gênesis 1:16).
“ A descrição da Criação nas Escrituras é breve e o plano, edificou a terra e nela nos colocou? C risto
incompleta, embora inclua a maior parte das etapas es­ possui uma capacidade criadora inatingível por qualquer
senciais. Considero impossível acreditar que os profe­ experiência terrena, e sem dúvida raramente apreciada
tas do Velho Testamento pudessem te r descoberto tais pelos filh o s dos hom ens.”
etapas, colocando-as na seqüência correta sem orienta­ — M erril K. Bradshaw, compositor residente, Universidade Brig­
ham Young.
ção divina. Êles não dispunham de outros meios pelos
quais pudessem te r realizado um fe ito tão extraordi­ “ Em seus papéis como arquiteto-m ór e mestre de
nário.” obras, vejo Eloim e Jeová como cientistas no sentido
— R. Grant Athay, astrofísico, Observatório de Grande Altitude, supremo, operando em tôdas as esferas — físicas, bio­
Boulder, Colorado. lógicas e sociais. O planejamento cuidadoso, a ve rific a ­
“ Na verdade, a Criação é um processo contínuo que ção dos planos e sua execução envolvem princípios e
perdura até hoje; certos mecanismos empregados na verdades que eclipsam não sòmente a ciência humana,
'prim eira criação’ continuam operantes, tornando possí­ mas também as mais arrojadas fantasias da sua imagi­
vel pela recombinação dos genes que dirigem o desen­ nação.”
volvim ento de certas características físicas e mentais, — W illiam W. Reeder, professor de Sociologia, Universidade Brig­
ham Young.
a infinita variação individual. Por isso, embora os ho­
mens sejam idênticos em linhas gerais, cada um dêles “ Mesmo o mais sim ples dos organismos viventes é
é um ser único física e m entalm ente.” tão fantástica e harmoniosamente complexo tão mara­
— Frank D. Allan, professor de Anatomia, Universidade George vilhosam ente coordenado em suas muitas funções, que
Washington. a consecução da criação dos animais superiores e do
“ A Bíblia não foi redigida como um livro científico; homem é virtualm ente inconcebível.”
conseqüentemente, não é surpreendente encontrar nela — G. Fred Somers, diretor do Departamento de Biologia, Universi­
dade de Delaware.
senão pouquíssimas referências às leis físicas da terra.
Há m uito menos menções acêrca de astronomia, quím i­ “ Domar o sol term onuclear, extrair uma fôlha de
ca, matemática e biologia do que sôbre os princípios gramínea da rocha pulverizada, empregar tal fôlha como
eternos do caráter humano e progresso da personali­ alim ento, transformando-a em carne e pensamentos hu­
dade, tal como fé, caridade, esperança, alegria, compai­ manos resiste a qualquer m etáfora te rre na .”
xão e arrependimento. Dotado de faculdades oriundas — Max L. Sweat, Departamento de Obstetrícia e Ginecologia, Uni­
versidade de Utah.
de Deus que perm item experimentação, documentação
e medição, o homem é capaz de descobrir algumas das “ Após séculos acumulando conhecimento e esfor­
leis físicas que governam a terra, sendo bastante claro ços propositais, o homem agora consegue transplantar
que Deus pretende que nos empenhemos nisso. Con­ um coração que funciona temporàriamente e mandar um
tudo, as grandes verdades eternas dadas por revelação homem à lua e trazê-lo de volta por meio de foguetes.
aos profetas destinam-se à edificação de todos dispos­ Não seria conveniente lem brar a nós mesmo que ainda
tos a escutar: ‘Fazei aos outros’, ‘não julgueis', ‘ainda não conseguimos curar o resfriado comum, nem mes­
que vossos pecados sejam como a escarlata', ‘um espí­ mo im ita r o processo da fotossíntese executado por
rito co n trito ’, ‘bem-aventurados os mansos’. Êsses prin­ uma sim ples fôlha? Nem tampouco sabemos curar a
cípios dão orientação, esperança e sentido m uito além lepra ou ressuscitar os mortos como nosso Irmão M aior
do que qualquer coisa que jamais possa emanar dos fêz o utrora.”
nossos laboratórios.” — George E. Staples, professor associado de Medicina Veterinária,
— Howard C. Stutz, professor de Botânica, Universidade Brigham Universidade Estadual de Dakota do Norte.
Young.
“ O tema penetrante e m ajestoso que permeia tôda
“ Basta examinar, estudar, comparar, apreender a história da criação em Gênesis, cap. 1, é o testem u­
umas poucas das verdades dos céus para nos im pelir nho repetido de que ela é obra de Deus. A preocupação
a te s tific a r que êsses céus foram criados por um ser do homem com os detalhes de como Deus o fêz, nunca
inteligente cujo conhecimento e poder em cada área deveria ofuscar sua visão quanto à fé bíblica sobran­
distinta é compreensível ao homem, mas que em sua ceira que declara que 'o Senhor com sabedoria fundou
totalidade está além da nossa concepção m ortal." a terra; preparou os céus com inteligência. Pelo seu
— Norval J. Wardle, professor associado de Agricultura. Universi­ conhecimento se fenderam os abismos, e as nuvens
dade Estadual de lowa. destilam o orvalho.'
“ Assombra-nos a m aestria criadora concedida a um “ A todos que crerem nessas palavras, é prometido:
Bach ao conceber uma obra-prima como a 'Paixão Se­ 'Porque serão vida para a tua alma, e graça para o teu
gundo São Mateus'. A m agistral penetração dos recur­ pescoço. Então andarás com confiança no teu caminho,
sos artísticos, a profundidade de expressão e a com­ e não tropeçará o teu pé. Quando te deitares, não te-
plexidade estrutural requerem uma visão conferida sò­ merás: . .. Porque o Senhor será a tua esperança. ' "
mente a uns poucos m ortais. Mas, e quanto a Jeová (Prov. 3:19-20, 22-24, 26).
e a m estria da sua concepção? A amplitude da sua v i­ — Lowell L. Bennion, deão assistente dos estudantes, Universidade
são e a profundidade de expressão quando concebeu de Utah.

14 A LIAHONA
"E chamou Deus à
porção sêca T e rra..
E disse Deus: Produ­
za a terra erva verde,
erva que dê semen­
te, árvore frutífera
que dê fruto segundo
a sua espécie, cuja
semente esteja nela
sôbre a terra. E as­
sim foi." (Gênesis
1: 10-11).
"E Deus criou as
grandes baleias, e to­
do o réptil de alma
vivente que as águas
abundantemente pro­
duziram conforme as
suas espécies; e tô­
da a ave de asas
conforme a sua espé­
c ie ... E disse Deus:
Produza a terra alma
vivente conforme a
sua espécie; gado e
répteis, e bêstas-fe-
ras da terra confor­
me a sua espécie. E
assim fo i.” (Gênesis
1 :21 ,24 ).
"E disse Deus: Fa­
çamos o homem à
nossa imagem, con­
forme ã nossa seme­
lhança; e domine sô­
bre os peixes do mar,
e sôbre as aves dos
céus, e sôbre o gado,
e sôbre tôda a terra,
e sôbre todo o réptil
que se move sôbre
a te rra.” (Gênesis
1:26).

A LIAHONA
É importante que as crianças sejam elo­
giadas quando fazem escolhas que estejam
em harmonia com os princípios do Evangelho.
Quando escolhem com sabedoria, devem ser
elogiadas generosamente.

A Escolha
Certa
Sarah L. Johnson

avó de Davi disse: “ Vou deixar que você esco­

A lha entre o avião de brinquedo e a caixa de go­


ma de mascar. Qual dos dois você irá escolher?"
Davi olhou a caixa de goma e o aviãozinho. Gosta­
ria de te r os dois, mas sabia que isto seria impossível.
Queria os chicletes. “ C hiclete é gostoso!" pensou.
“ É doce como balas, além de poder ser mastigado e
espichado; e dura uma porção de tem po.”
Mas Davi também queria o avião de brinquedo. Seu
amiguinho Carlos também tinha um que podia ser lan­
çado, zunindo, verticalm ente para o céu. Davi re fle tiu :
“ Se eu escolher o avião, posso levá-lo quando fô r brin­
car na casa de Carlos, e nos divertirem os juntos com
dois aviões."
Davi olhou para os chicletes e então para o avião.
Tomou nas mãos a caixinha de chicletes, examinando-a
de todos os lados. Levou-a ao nariz e cheirou. Depois
pegou o aviãozinho.
“ Você pode experimentá-lo se quiser.” comentou
sua avó.
Êle o levou para fora, lançando-o verticalm ente para
o ar. O avião subiu zunindo para o céu. Davi adorou o
aviãozinho.
Voltou para junto da avó. “ Quantos pedaços de go­
ma tem aqui?” indagou.
“ C inco” , foi a resposta.
Davi lançou um olhar pela sala. Viu sua irmã, a mãe,
o pai e sua avó. Pensou, pensou.
Então finalm ente fêz sua escolha. Pegou a caixinha
de goma de mascar e arrancou o papel de fora. Deu um
pedaço de chiclete para a irmãzinha, outro à mãe, outro
pedaço ao papai, e mais um à vovó.
Depois Davi desembrulhou o últim o pedaço de chi­
clete, meteu-o na bôca pondo-se a mastigar. Sorrindo
abraçou a vovó, dando-lhe um grande beijo de agrade­
cimento.
“ Como é bom !’, disse. ‘Todos nós gostamos de chi­
clete, não é?”
A Escolha Errada
Lowell L. Bennion

ra um dia movimentado no recinto da O condutor não parecia acreditar, mas Zè­

E exposição. Milhares de escolares es­


tavam admirando os cavalos, porcos,
vacas e ovelhas, além dos pôneis de montar,
zinho insistiu. Êle e Sueli ocuparam seus lu­
gares.
“ Puxa," pensou José, “ quase fui pêgo. Ain­
o carrossel e outros divertim entos do parque da bem que não nos expulsaram do ônibus ou
de diversões. José, de dez anos, e sua irmã chamaram o guarda.”
Sueli também estavam lá. Mas as dificuldades de Zèzinho não tinham
Cada um dêles recebera cinco cruzeiros acabado. Êle sentia-se muito mal intimamente,
novos para gastar, além do dinheiro para o ôni­ pois sabia que não era correto procurar lograr
bus que custava cinqüenta centavos por pes­ a companhia de ônibus. Pensou em Jorge Cam­
soa. Às seis horas chegara a hora de irem para pos, o garoto que morava perto da esquina, e
casa. José tinha comido três cachorros-quen- como tinha raiva dêle porque trapaceava no
tes, e ambos haviam participado de diversas jôgo de gude. Chegara mesmo a chamá-lo de
coisas no parque de diversões. O único dinhei­ mentiroso e trapaceiro. Agora tinha de dizer a
ro que restava eram duas moedas de cinqüen­ si mesmo: “ Como você também!"
ta centavos — as passagens de ônibus para Lembrou-se do pai que lhe dera o dinheiro
Sueli e Zèzinho. José, dois anos mais velho que para gastar — seu pai nunca iria roubar ou
Sueli, guardava o dinheiro. mentir. José recordou como prometera no ba­
tism o ser o tipo de menino que Jesus queria
Na saída do recinto da exposição, José viu
que fôsse.
um carrinho de sorvete. Êle gostaria tanto de
Na hora do jantar José não conseguiu co­
tomar um. Mas como faria, se não tinha mais
mer quase nada. E não era apenas porque co­
dinheiro?
mera três cachorros-quentes e um sorvete. Es­
“ Tenho uma idé ia !” pensou consigo mes­ tava muito preocupado por dois motivos: pri­
mo. “ Há tantas crianças tomando o ônibus. Vou meiro, a trapaça, e segundo, a mentira que dis­
pegar o dinheiro da Sueli e comprar sorvete. sera para encobrir aquela.
Depois, quando tomarmos o ônibus haverá tan­ O pai achou que devia haver algo de erra­
ta gente que ninguém notará se eu jogar na do. Após o jantar chamou José em particular e
caixa sòmente uma moeda por nós dois." perguntou: “ O que há com você, Zèzinho? Vo­
Assim José comprou um sorvete e o to ­ cê comeu alguma coisa que lhe fêz mal?”
mou. Não lhe pareceu tão gostoso como pen­ “ Não senhor,” respondeu José, que resol­
sara que seria, porque ficou pensando na ques­ vera voltar a ser honesto. “ Papai, eu fiz uma
tão de passar pelo cobrador do ônibus com coisa que me fêz mal." Então contou ao pai tô ­
apenas uma moeda. da a história.
Ao tomarem o ônibus, José empurrou Sueli Quando terminou, seu pai comentou: “ Bem,
na sua frente e depositou uma moeda, olhan­ meu filho, o que você acha que eu devo fazer
do para o outro lado para que o condutor não neste caso?"
visse como se sentia. Mas êste estava obser­ Ao que respondeu José: “ Bem, o senhor
vando atentamente a criançada. Chamou José pode me dar uma surra se quiser, acho que
de volta dizendo: “ Eh, companheiro, você jo­ deveria mesmo. Mas, não importa o que o se­
gou apenas uma moeda para vocês dois." nhor fizer, eu já fui castigado pela maneira co­
José ficou vermelho. Fôra apanhado, mas mo tenho me sentido desde que tudo isso
achava que devia procurar sair daquêle apuro. aconteceu. Estou decidido a devolver os cin­
“ Não senhor” , disse. “ Eu joguei duas.” qüenta centavos.”

M aio de 1970 19
0 Que Escolhe Você?

“Eu! Comer isso aí? Nem morta! “Não sou muito fã dêsse prato, mas vou
pelo menos prová-lo.”

“Tire as mãos da minha bicicleta!" “Uma vez cada um, tá?”

“Passa para cá essa bola, é minha!" “Por favor, fique com a boneca. Eu fico
com a bola!”

A LIAHONA
ocê está convidado para no próximo sábado ir ao Enquanto Jerry observava, o treinador levou algu­

V “ M ont du Lac” para apreciar os esquiadores,”


anunciara a mãe, numa fria manhã de janeiro.
Jerry mal conseguia acreditar nessa boa nova. Du­
rante todo o inverno, enquanto as outras crianças brin­
mas das outras crianças até o tôpo e depois voltava
pela encosta com elas. Esqueceu-se do frio ; esquece­
ra-se mesmo de suas pernas aleijadas, pois pareceu-
lhe, ao menos por um momento, que o sonho de tornar-
cavam na neve profunda, fôra obrigado a observá-los sè um esquiador se realizara.
da sua cadeira junto à janela. No verão era duro não
poder nadar e jogar basebol, mas Jerry achava ainda
pior ser aleijado no inverno, quando a neve parecia tão
convidativa e crianças de quase tôdas as idades ficavam
lá fora fazendo bonecos de neve, jogando ou levando
seus trenós para a encosta da colina perto de sua casa
a fim de deslizarem até a base.

Mas acima de tudo o mais Jerry desejava poder es­


quiar. Mesmo antes de ser atacado pela poliom ielite
escutava atentamente as histórias sôbre os que iam ao
“ M ont du Lac” todos os invernos, e secretamente plane
jara ser esquiador quando fôsse um pouco mais velho
e houvesse ganho dinheiro suficiente para comprar es­
quis. Após sua doença êle praticam ente desistira de
seu sonho de algum dia poder deslizar por aquêles de­
clives íngremes, mas continuara a agarrar-se à espe
rança de algum dia poder ir ao “ M ont du Lac” para pelo
menos apreciar os outros esquiadores. E agora já es­
tava pràticamente lá!

Pareceu-lhe que o sábado nunca chegaria, mas final


mente chegou, e bem cedo naquela manhã o grande ôni
bus especial parou defronte à pequena casa onde Jerry
vivia. Que ar de excitação havia nêle enquanto êle e
as demais crianças aleijadas observavam o maravilhoso
mundo branco, durante a viagem através dos pinhei-
rais até quase o cume da montanha.

Na estação de esportes de inverno, havia cadeiras


preparadas numa plataforma especial de modo que as
crianças pudessem ser levadas ou empurradas para
junto das pistas. Embora o frio fizesse doer suas pernas,
Jerry achava maravilhoso poder estar no “ M ont du Lac".
Mas quão mais maravilhoso seria poder experim entar
a sensação de voar pelas encostas nevadas abaixo! Sus­
pirou tristonham ente. Depois, sem o perceber, disse
audivelmente a si mesmo: “ Se ao menos algum dia
pudesse fazê-lo ainda que uma única vez."

No mesmo instante sentiu uns braços fortes er


guendo-o e ouviu o treinador de esquiação dizer ao lado
dêle: “ Bem, se você o deseja tanto assim, você pode
fazê-lo — e agora m esm o!" O treinador espetou seus
bastões de esquiar na neve, aninhou Jerry seguramente
em seus braços deslizando para junto do reboque ele­
vador onde agarrou o cabo com a mão esquerda, e lá
se foram, subindo, subindo, até a extremidade superior
da pista.

O homem voltou os olhos para o menino pergun­


tando se estava confortável e “ pronto". Jerry respon­
deu com um aceno de cabeça; estava por demais sur-
prêso para falar. Quase perdeu o fôlego quando desce­
ram vertiginosam ente o prim eiro declive da encosta.
Depois sairam para as vertentes abertas deslizando em
grandes e majestosas curvas, finalm ente parando com
uma derrapagem perto das outras crianças.

Moto de 1970
tipo de droga. Vocês dispõem do li-
0 Bispo vre-arbítrio, e o correto exercício
dêsse livre-arbítrio, em face de tal
situação, é de suma importância.

Presidente Permitam-me salientar alguns fatos


baseados em informações fidedig­
nas, para ajudá-los a saber qual é a
decisão acertada.
fala à
Primeiro, o Senhor, sabendo das
“ maldades e desígnios que existem
juventude e existirão nos corações dos homens
conspiradores", nos aconselhou:
“ Não sabeis que sois o tem plo de
Deus, e que o Espírito de Deus ha­
sôbre bita em vós? Se alguém destruir o
tem plo de Deus, Deus o destruirá;
porque o tem plo de Deus, que sois

Drogas vós, é santo." (I Cor. 3:16-17]

Segundo, o Senhor disse: “ Pois


aquêle que m uito fô r dado, m uito se
lhe e x ig ir á ..." (D&C 82:3) Como
John H. Vandenberg jovens SUD, provindos de bons lares,
dispondo de muitas vantagens edu­
cacionais, além de conhecerem a
vontade do Senhor e seus propósi­
tos, vocês enfrentam o grande desa­
fio de serem líderes. Certamente o
Senhor espera que tomem decisões
acertadas e assumam seu papel de
liderança no mundo.

Finalmente, permitam-me citar


algumas idéias de Bruce H. Woolley,
secretário-executivo do “ State of
Utah Drug Abuse C om m ittee" (Co­
são, e seguia a Jesus pelo caminho." m itê de Fiscalização do Uso de Dro­
(Marcos 10:46-52] gas do Estado de U ta h ]:

Hoje em dia existem alguns em


nossa sociedade que, à semelhança “ Se você fô r um jovem SUD,
do cego, sentam-se ao longo da es­ não pode ignorar o problema das
trada da vida mendigando. Contudo, drogas ou fechar os olhos ao abuso
não pedem alim entos ou esmola, delas, pois vivemos numa sociedade
mas imploram pelo sentido e propó­ voltada para os narcóticos.
sito da vida.
“.Ao conversar com jovens vicia­
Alguns dêsses pedintes são ra­
pazes e môças que se desiludiram dos de m uitos lugares, vejo que a
da vida ao se tornarem cônscios de­ maior parte dêles estão à procura de
la. Alguns dêsses jovens se volta­ significativas respostas e esclareci­
Ouvindo-o, o M estre chamou o mento para questões extremamente
ram para diversos produtos quím i­
mendigo e Bartimeu se aproximou. importantes: 'Quem sou eu?’ e 'Por
cos ou drogas no intuito de escapar
Jesus disse-lhe: "Que queres que te que estou aqui?' M uitos acham que
da realidade ou distorcê-la ou, como
faça?” Bartimeu pedira comida e es­ as drogas, especialmente LSD (ácido
alguns dizem, “ para encontrar um
molas a centenas de passantes, mas lisérgico, droga alucinatória que in-
sentido para a vida."
ao M estre pediu: “ M estre, que eu duz a mente a produzir alucinações
torne a v e r.” O crescente emprêgo de drogas fantásticas e d istorcidas), maconha,
é alarmante. É possível que alguns certas anfetaminas injetáveis (u tili­
"E Jesus lhe disse: Vai, a tua fé de vocês tenham sido ou venham a zadas como estim ulantes), etc., lhes
te salvou. E imediatamente teve v i­ ser abordados sôbre o uso de algum proporcionarão algumas respostas.

22 A LIAHONA
"Poderá acontecer que seus ami­ ceras. Criam uma ilusão insidiosa e adm itiria que as drogas não são o
gos apelem a você, como jovem perigosa. Os adeptos de drogas apa­ que se apregoa.”
SUD, para ajudá-los em suas dúvi­ rentemente nunca percebem que
das quanto ao uso de drogas. E para elas não tornam as pessoas melho­ O sentido e propósito da vida
que você possa ajudá-los a tomar res. Quem usa drogas continua ten­ continua sendo o que sempre foi.
decisões racionais, é preciso que co­ do características humanas negati­ Para aquêles que imploram “ visão ”
nheça os fatos. vas como indolência, falta de consi­ ou sentido, a resposta é a encontra­
deração, ciúmes e temores. Sem dú­ da por Bartimeu, o mendigo cego
“ Os entorpecentes, como o LSD vida falam de amor e fraternidade, que, dizem as Escrituras, “ logo teve
e a maconha, conseguem lograr até mas qualquer um dêles que conse­ visão e seguiu a Jesus pelo cami­
as pessoas mais inteligentes e sin­ guisse tornar-se honesto e objetivo, nho.”

Aprender a Amar
Connie Chapman

prender a amar era a tônica do emocionante A princípio não foi fácil mantermo-nos calmas e

A projeto de serviço do qual participamos como


classe das Lauréis da Ala de Hacienda Heights
da Estaca El Monte, na Califórnia.
confiantes, especialmente antes de ver as crianças, pois
não fazíamos idéia do que nos esperava. Fomos instruí­
das a aguardar que as crianças se aproximassem volun­
tariamente, o que nos pareceu d ifíc il, já que a criança
Tôdas as segundas-feiras à tarde, visitam os durante normal se mantém passiva por bastante tempo antes
umas duas horas os pequenos internados de uma in sti­ de fica r “ à vontade” com uma pessoa recém-chegada.
tuição para crianças retardadas. Atualm ente ela abriga Entretanto, logo nos prim eiros instantes do prim eiro dia
cêrca de 50 crianças, desde bebês até a idade de 13 de visita ficamos rodeadas de crianças, vindo a amá-las
anos. imediatamente e sendo aceitas por elas.

Antes de começarmos a trabalhar com as crianças “ Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um
recebemos instrução de um assistente social versado dêstes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes."
em psiquiatria, que causou a tôdas nós uma profunda (Mateus 25:40] Tocou-nos observar a luta das crian­
impressão desde o instante em que o conhecemos. Êle ças para falar, andar, aprender e fazer as coisas que
acentuou numerosos pontos para guiar nosso trabalho são tão fáceis para nós. Freqüentemente damos pouco
com essas crianças. Disse-nos que tôda pessoa tem o valor a essas coisas, sendo que lá aprendemos a dar
direito de ser diferente, e que nós somos tão diferen­ real apreço mesmo aos mais sim ples dons recebidos
tes como os indivíduos retardados ou espásticos. Pode­ do Pai Celestial.
ríamos te r nascido no lugar dêles, e êles no nosso. Amamos ternam ente cada uma das crianças; elas
Se fôssemos essas crianças como não nos sentiríam os são nossas amigas prediletas. Agora compreendemos
gratas quando alguém nos viesse visitar? Êsse pensa­ como é maravilhoso o plano de nosso Pai. Êsses espí­
mento nos incentivou a não fazermos essas visitas de ritos especiais herdarão o reino de Deus.
segunda-feira por mera curiosidade.
Certa vez cantamos hinos da Primária para as crian­
Foi-nos ensinado a nunca te r piedade, mas sim em- ças, inclusive “ Sou um Filho de Deus.” Subiram-me lá­
patia. Essas crianças aprendem por exemplos continua­ grimas aos olhos, e tôdas nós fomos tocadas pela ale­
mente repetidos. Vestíamos trajes coloridos a fim de gria e profundo sentim ento de paz que havia na sala.
tornar nossa aparência bem distinta das enferm eiras Quando nos tornarm os esposas e mães, quando
uniformizadas de branco. Assim as crianças nos reco­ porventura a vida se tornar ainda mais complexa do que
nheceriam como visitas e não como enferm eiras. Nos­ nos parece agora, seremos capazes de relembrar, sen­
sas visitas tinham que ser regulares para que elas pu­ tindo novamente essa paz e amor especial que acendeu
dessem aprender a nos aguardar, o que realmente acon­ em nossa mente e coração uma chama de boa vontade
teceu. e desejo de servir.

M aio de 1970 23
Se as mães desejam unir os membros da
família em amor, paz e entendimento do
Evangelho. . .

Domingo
é o Dia
Ethna R. Reid

odos os domingos, desde que segundo nossas próprias experiên­ às crianças os planos usados por

T nossos filho s nasceram te ­ cias. Temo-las avaliado pelo seguin­


mos perguntado: “ O que é te crité rio :
apropriado fazer para santificar o
dia do Senhor?” O que tem sido mais 1. Essa atividade incrementará nos­
nós para lidar com investigadores
em nossos respectivos campos m is­
sionários. Queríamos que as crian­
ças sentissem a mesma alegria que
importante para mim e meu marido so conhecimento do Evangelho? os conversos têm quando suas ora­
é que nossos filhos aprendam a 2. É do tipo que tende a unificar a ções são respondidas ao estudarem
amar seu Pai Celestial e guardar família? o Livro de Mórmon e os princípios
seus mandamentos. Todos nós temos 3. Traz amor e paz ao nosso lar? do Evangelho, buscando um testem u­
desejado santificar o Sábado, mos­ 4. É reservada ao domingo? nho. É o dia em que ensinamos ou­
trando-nos muito atentos ao que faz tras lições do Evangelho, tiradas de
cada um de nós, esperando que nos­ Os domingos têm sido o dia pa­ manuais e revistas da Igreja, e redi­
sas atividades sejam aceitáveis aos ra convidar os avós a nos visitarem , gimos discursos.
olhos do Senhor. ou para visitá-los. Somos abençoa­ Algumas das nossas atuais a ti­
A reunião do Sacerdócio, Escola dos possuindo quatro avós amoro­ vidades dom inicais diferem das de
Dominical e a reunião sacramental, sos, generosos e espirituais. Temos anos passados. Nossa filha mais ve­
além de outras reuniões programa­ passado muitas horas felizes aos do­ lha já está em meio do curso cole­
das da Igreja ocupam lugar p rio ritá ­ mingos ouvindo-os contar suas expe­ gial e o caçula cursando o prim eiro
rio quanto ao emprego de nosso tem ­ riências de quando eram jovens e ginasial. Mas o espírito do dia do
po aos domingos. O comparecimento outras de ilustres antepassados. Que Senhor continua o mesmo em nosso
a essas reuniões ocupa a maior par­ dádiva maravilhosa para as crianças: lar à medida que encontramos novas
te do dia. Não obstante, encontra­ o conhecimento acêrca de ancestrais maneiras de expressá-lo.
mos tempo para participar de a tivi­ que devotaram sua vida ao serviço O domingo continua sendo a oca­
dades especiais em fam ília no decor- de Deus e dos seus semelhantes. sião para mantermos nossos diários
rrer dêsse dia. M uitos dos “ fazer" Êsse conhecimento nos tem fe ito de­ e álbuns de recortes em dia. Todos
e “ não fa zer” de nossas atividades sejar viver de modo a sermos dignos os membros da fam ília têm três ou
dom inicais foram extraídos dos es­ do exemplo dêles. mais álbuns de recortes cheios de
critos e discursos de nossos profe­ Domingo foi o dia escolhido para recordações especiais e história pes­
tas. Outros têm sido determinados que eu e meu marido mostrássemos soal.

24 A LIAHONA
Êsse dia tem sido o único da se­ frugais do que nos demais dias por tilharem suas coleções, documentos
mana em que encontramos tempo causa das atividades na Igreja. e honrarias pessoais, designações
para cantarmos em conjunto. Fomos para emblemas de honra, ce rtifica ­
Domingo é o dia em que espe­ dos de escotism o, livros lidos — coi­
encorajados por avós sábios a nos
ramos que os amigos nos visitem — sas realizadas e aprendidas — para
apresentarmos, como fam ília, em
com ou sem convite. É o dia no qual que cada um se torne um professor
ocasiões especiais como aniversá­
semanalmente a fam ília se reune em da fam ília. Em nossos debates pres­
rios, datas festivas, Natal, Dia de
tôrno da mesa da cozinha para ava­ tamos nosso testemunho sôbre as
Ação de Graças e reuniões fa m ilia­
liar as atividades da semana finda e verdades aprendidas e bênçãos re­
res semanais. Isto tornou necessá­
planejar as da semana entrante. Di­ cebidas do nosso Pai Celestial.
rio escrever peças, tocar instrum en­
zemos uns aos outros das coisas que É um dia no qual não vamos ao
tos e cantar em conjunto.
nos agradaram na semana passada cinema, não jogamos bola, não faze­
Os espetáculos de fantoches e aquilo que gostaríamos fôsse di­ mos compras, não nadamos. É o dia
prendem o interêsse dos nossos f i­ ferente. Expressamos nossos an­ em que podemos tira r uma soneca,
lhos não apenas enquanto pequenos seios e sentim entos sôbre a vida — descansar ou ler sossegadamente
— ainda na semana passada os ado­ nossa preocupação com aconteci­ durante uma hora.
lescentes passaram duas horas do mentos públicos — nosso amor mú­ O domingo tem sido um dos
domingo gravando a dramatização tuo. maiores fatóres para manter nossa
para uma peça da autoria dêles, pre­ É o dia no qual meu marido faz fam ília emocionada por podermos
parando um espetáculo de fantoches com que cada uma das crianças enu­ estar juntos e interessados uns nos
para a família. mere as designações especiais na outros. Somos gratos ao nosso Pai
Aos domingos costumamos usar escola e Igreja para as próximas se­ Celestial por êsse dia no qual nos
nossa melhor roupa de mesa, talhe­ manas — dessa forma nenhuma de­ lembramos dêle e nos empenhamos
res e louça nas refeições, a despei­ las é protelada até o “ últim o momen­ em nos tornarm os mais semelhantes
to de estas serem geralmente mais to ". Encoraja-os também a compar­ a êle.

Acompanhamento ao Órgão para as Jóias Sacramentais

Darwin K Wolford

Jóias Sacramentais
Escola Dominical Júnior Escola Dominical Sênior

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida: “Criou, pois, Deus, o homem à sua própria
ninguém vai ao Pai senão por mim.” imagem.”
João 14:6 Gênesis 1:27

M aio de 1970 25
Quando Você

osso filho sabe que é um filh o de Deus, paren­ minha fam ília e o bispo esperam de m im ?” , “ Será que

N tesco não m uito diverso do que existe entre


êle e seus pais. Está cônscio também de que
seus pais são filhos do seu Pai Celestial e de que
também precisam aprender e fazer m uitas coisas para
a chamada nova moralidade é realmente a mesma velha
imoralidade como dizem ?” , "O bservar a Palavra de Sa­
êles
bedoria será tão im portante?", "Será o pagamento do
dízimo e ofertas tão imprescindível como o julgam a
alcançarem a perfeição que êle lhes atribuía quando era Igreja e meus pais?” , “ Por que se espera que minha
menor. Esta é a meta de todos os filho s de Deus. Nosso conduta seja diversa da maneira como a juventude do
filho sabe que seus pais cometem erros, embora não mundo em geral se conduz?". Estas e muitas outras
intencionalmente; contudo, é sabedor do desejo dêles questões sim ilares, algumas das quais não são debati­
de auxiliá-lo a crescer em direção a Deus. Êle real­ das com os pais, disputam um lugar em sua mente.
mente não espera que façam por êle o que pode fazer Não nos é possível solucionar todos os problemas
melhor por si próprio. por êle, nem o queremos. Embora saibamos que nos
Este nosso filho aprendeu a controlar muitos dos seus ama e respeita, algumas das nossas respostas não são
desejos e apetites, e de um modo geral, agir de acôrdo mais irrefutáveis. Ele recebe idéias, admoestações,
com os padrões de conduta e moral aprovados em seu conselho e orientação de numerosas e variadas fontes.
meio cultural. Achamos que tem uma percepção cres­ Talvez nem chegue a duvidar sèriamente de que todos
cente da individualidade de sua própria personalidade. nós desejamos ajudá-lo; não obstante, está atento à fa l­
Como os demais nessa idade, êle se volta mais e mais ta de consistência em todos os nossos esforços nesse
para seus colegas em busca de orientação, o que às sentido. Em grande parte, ainda cabe a êle tom ar as
vêzes o leva a desafiar um pouco certas recomenda­ decisões, e assim é que deve ser. Na qualidade de pro­
ções dos pais. Encontra muitas atividades fora do am­ fessor, por favor, não lhe dê motivos para duvidar da
biente fam iliar, o que tende a afastá-lo progressiva­ sua integridade, da sua fé ou da sinceridade das suas
mente da proximidade da fam ília e supervisão dos pais. convicções pessoais.
Aprendeu a tom ar muitas decisões importantes sem de­ Não julgue que eu queira ensinar-lhe como desem­
pender m uito de nós; isto é, aceita agora orientação penhar sua função, apenas estou interessado e preo­
mais impessoal. cupado. Tenho algumas idéias sôbre como eu gostaria
Tem desenvolvido considerável interesse pelo con­ que meu filh o fôsse depois de ser influenciado por você
vívio com o sexo oposto. Sentindo-se m uito cônscio através da capacidade e sabedoria que possui. Tenho
das garotas atraentes e populares, deseja causar esta esperança de que as novas experiências que terá com
mesma impressão a elas. Conseguir chamar a atenção você, acrescidas das do lar, ajudá-lo-ão a adquirir as
delas às vêzes parece ser mais im portante do que aten­ qualidades que o tornarão um membro digno do reino
tar para a mensagem do professor. Embora tenha fé do Pai, bem como um agente qualificado para compar­
e confiança em seu Pai Celestial e em sua fam ília, nem tilh a r da responsabilidade de dominar a terra.
sempre fica sa tisfeito com as decisões que ocasional­ Como seu professor, procure amá-lo — não como
mente tomamos em relação a êle. M uitas das metas seus pais, mas como um amigo genuinamente interes­
que no passado eram tidas como certas por êle e por sado nêle como pessoa singular sob m uitos aspectos.
nós, agora estão sendo consideradas novamente. Esteja atento a essas suas singularidades, pois talvez
Êle sente-se impelido a descobrir soluções de pro­ sejam elas que lhe permitam contribuir com algo de
blemas fora do âmbito do lar; e você, como um de seus valor para a classe e para o mundo. Ajude-o a consi­
professores, poderá ser a pessoa capaz de ajudá-lo, e derar a si próprio uma pessoa de valor com caracterís­
muito na resolução de seus atuais dilemas: “ Como ticas que tendam a distinguí-lo dos outros — distinção
posso te r certeza de qualquer coisa?” , “ Será que Joseph essa devida sòmente à sua maneira diversa de abordar,
Smith viu realmente o Pai e o Filho?", "Será mesmo encarar ou entender certas coisas. Deixe-o perceber
necessário que eu faça missão, ou é apenas algo que que você se preocupa com êle e deseja sinceramente

26 A LIAHONA
Ensina a Meu Filho E. LV Richardson

ajudá-lo em sua luta pelo sucesso. Neste momento ta l­ apareçam. Gostaríamos que você ajudasse nosso filho
vez aparente egoísmo e demasiada preocupação por sua a te r fé nas coisas que Deus já revelou, de modo que
própria felicidade e crescim ento, mas será isso tão possa te r confiança de eventualmente obter soluções
estranho num adolescente ou em qualquer de nós? para os problemas para os quais ainda não dispõe de
Aprendemos a nos preocupar com terceiros sòmente respostas cabais. Não é êste o sentido da mensagem
quando o fazemos conosco. Foi esta a mensagem do dada pelo Senhor a Joseph Smith quando disse: “ . . . os
Salvador ao admoestar o homem a amar o próxim o como homens devem se ocupar zelosamente numa boa causa,
a si mesmo. e fazer m uito de sua própria e livre vontade"? (D&C
Faça-o saber que você tem um testemunho do Evan­ 58:27)
gelho, sem deixar de prover-lhe um ambiente no qual Desafie seu raciocínio. Transmita-lhe a palavra do
possa desenvolver a percepção de que sentim entos sub­ Senhor, mas deixe-o encontrar suas próprias respostas.
jetivos nem sempre são um substituto duradouro para Em seu empenho de ensinar, não procure apenas com­
os fatos objetivos. Desejamos que êle saiba ser preciso partilhar doutrinação pré-digerida. Esteja atento à liber­
um empenho genuíno para se obter conhecimento do dade do espírito humano, reconhecendo que tôda pes­
Evangelho. Suponho que parte da sua tarefa de profes­ soa tem o d ireito de raciocinar e chegar a conclusões
sor seja dirigí-lo às fontes que lhe ensejem adquirir consistentes com tudo que sabe ser certo. Não é sábio
êsse conhecimento. Ao empenhar-se em motivá-lo em ridicularizar comentários que porventura não coincidam
sua busca da verdade, guie-o para os caminhos p ositi­ com nosso atual modo de pensar. Cada um dos mem­
vos, salutares e otim istas, a fim de que êle possa usu­ bros da sua classe é único sob certos aspectos; sinto-
fru ir a inspiração e orientação do Espírito Santo. Êle me inclinado a concordar com aquêle que afirm ou: “ É
por si só já encontrará suficientes influências negati­ um passatempo favorito dos pseudo-intelectuais atacar
vas. Nem sempre será necessário protegê-lo das coisas aquilo que não conhecem ou não entendem." Procure
contrárias aos ensinamentos do Salvador, mas tampou­ não se colocar nessa categoria.
co deve-se acentuar sua existência. Ajude-o a entender Em seus métodos didáticos, procure relacionar o
que a intensidade da convicção pode não ser a verdade exposto com experiências que êle já teve ou está ten­
final. Não queremos que confunda lendas e supersti­ do presentemente, para que a mensagem tenha sentido
ções infundadas com as verdades reais da mensagem nos têrm os das suas atuais necessidades e modo de v i­
do Evangelho. ver. Não perm ita que seu entusiasmo o leve a uma
Não lhe adiante tôdas as respostas. Favoreça sua espécie de êxtase hipnótico de idealismo, divorciado
percepção do fato de que temos profetas modernos que da sua vida e afazeres atuais. Aproveite-se das suas
podem receber e realmente recebem continuamente re­ próprias experiências; quantas das suas resoluções abs­
velações. Ao aceitar êsse conceito reconhecerá “ que tratas encontraram expressão genuína na sua vida? Se
ainda não dispomos de tôdas as respostas." No lar des­ nosso ensino não se relacionar com o viver, freqüente­
cobrimos ser m uito mais seguro dizer: “ Não sei res­ mente nos tornamos teóricos tão eficientes que con­
ponder — mas vamos descobrir a resposta juntos," do vencemos a nós mesmos de que o que dizemos influen­
que dar alguma resposta que posteriorm ente se prove cia a conduta dos ouvintes. Sempre existirá tal possi­
indefensável. É certo o que tem sido dito que a “ fé bilidade, mas geralmente quando o que dizemos deixa
geralmente não é solapada por aquêles que não têm de ser relacionado com nossas experiências não levan­
tôdas as respostas, mas pelos que julgam tê-las.” O do a um envolvim ento pessoal — haverá pouco ou ne­
Élder John A. W idtsoe, ex-membro do Conselho dos nhum efeito duradouro. Quando você tiv e r uma mensa­
Doze, sugeriu que os homens sensatos não deveriam gem comovente a tran sm itir, por favor, seja sensível ao
desfazer-se da Igreja porque não conseguiram satisfazer que sentem e pensam os alunos. Ensinar o Evangelho
a si mesmos acêrca de todos os princípios do Evange­ é abrir portas pelas quais o indivíduo possa ingressar
lho, mas sim aguardar e buscar até que as respostas em novas áreas de experiência e entendimento, mas é

M aio de 1970 27
E. LV Richardson, diretor de currículo dos Institutos de religião, membro da 31 ,a Ala
de Orem, Utah, é pai de sete filhos.

o próprio ouvinte que tem de atravessar essas portas. quira automàticamente um significado para meu filho?
Ninguém mais, nem mesmo o professor, poderá fazê-lo Não o faça desenvolver a impressão de que a mensa­
por êle. gem está além da sua capacidade de aplicá-la. Em casa
Por favor, esteja preparado; seja um erudito no procuramos inclu ir as mensagens do Evangelho em nos
Evangelho. Permita que seus alunos compartilhem seu so viver, mas não podemos compensar totalm ente tô ­
entusiasmo pelas mensagens da vida — não sòmente das as falhas encontradas em seu mundo. Êle vem a
no nível emocional, mas motive-os a irem além do ma­ conhecer conduta anti-cristã por todos os meios possí­
terial apresentado em aula. Seus próprios estudos de­ veis — imprensa, televisão, cinema, relações que ob­
vem sugerir numerosos caminhos para investigação serva entre as pessoas — e não atribuirá para sempre
adicional. Envolva os participantes da classe nessa tais condutas sòmente àquêles que não pertencem à
busca. A falta de preparo geralmente produz apatia sua religião. Êle observa a conduta dos seus pais e dos
que, se introduzida na classe, pode mostrar-se conta­ líderes da comunidade e da Igreja. Está atento à sua
giosa. conduta! Se você, seu professor, não consegue que
essa mensagem tenha sentido em sua vida e na da sua
Nosso filho é entusiasta e inquiridor por natureza.
fam ília, por que deveria sign ificar algo para êle?
Se não tiv e r oportunidades de com partilhar experiên­
cias com você e os colegas, procurará oportunidades Todos nós achamos d ifíc il separar a mensagem do
próprias que talvez sejam estranhas à mensagem que Salvador do modo de agir das pessoas que a pregam.
você preparou para êle. Você talvez considere essa Alguns pensamentos da nossa época criam uma crise
atividade falta de atenção, desrespeito ou irreverência, m uito mais profunda do que aquela que se reflete na
quando pode ser tão sòmente entusiasmo e criatividade aparência e conduta de m uitos jovens. Ela reside em
mal orientada. Creio estar positivam ente comprovado cada um de nós — na escala de valôres que dirigem
que a pessoa aprende em proporção direta ao próprio nossas atividades, em nossas atitudes e perspectiva
interêsse. Usualmente lembramo-nos m elhor das coi­ da vida, na sinceridade e extensão das nossas convic­
sas que realmente suscitaram nosso interêsse. Nada é ções, e em nossas aspirações e compromissos básicos.
completamente apreendido até que se tenha oportuni­ Ela se origina da nossa filo so fia básica de vida, que é
dade de empregá-lo. Como pais, nos sentiríam os fe li­ composta de nossas experiências e reflexões.
zes em cooperar com você de tôdas as maneiras possí­
veis; mas é-nos impossível preparar a lição ou prover Finalmente, lembre-se da sua própria juventude e
o entusiasmo ou a convicção da mensagem dela em experiências passadas — como você se sentia, pensava
seu lugar. e agia na idade dêle. Não é possível a trib uir a êle tôda
Por favor, não permita que a vitalidade dêle se a sabedoria e experiência que a maturidade proporcio­
perca; ao preparar sua aula não deixe que sua preocupa­ nou a você. A ceitar o adágio: “ Não é possível fazer-se
ção com o assunto faça-o perder de vista os alunos. O um sábio de um jove m ” , não significa dar-lhe liberdade
Evangelho existe para benefício do homem, não a bem para agir como um delinqüente indisciplinado — sò­
do assunto em si. Isto nos foi demonstrado pelo Sal­ mente p erm itir que aja como um adolescente. Todos
vador ao dizer que o sábado foi fe ito para o homem, nós passamos por essa etapa. Beneficiemo-nos com
e não o homem para o sábado. O amor que você de­ essa experiência para compreender nossos filho s e
dica aos assuntos do Evangelho não deve transform ar alunos.
meu filho num fator incidental da classe. A abordagem Na qualidade de professor, você talvez tenha de
profética (ensino pela pregação, sòmente é efetiva na esquecer-se da recompensa imediata do reconhecimen­
medida em que a classe sinta a mensagem. to do sucesso como trabalhador da vinha, mas pode
Viva o Evangelho! Se êle não tiv e r um sentido ge­ ganhar o respeito e admiração dos seus alunos bem
nuíno em sua vida, como poderá você esperar que ad­ como a gratidão imorredoura dos pais dêles.

28 A LIAHO.JA
Por um Casamento
mais Feliz

Progresso
Conjunto
Dr. J. Joel & Audra Call Moss

Dê-lhe o que você sabe que ela deseja,


em vez de dar-lhe o que você acha que
ela precisa.

que vocês dois mais aprecia­ passeio pelo sim ples prazer de ca­ só tem a oferecer aquilo que fomos.

O vam fazer durante o namôro


minhar e conversar?

fica r de mãos dadas, pas­


O casamento é uma série de
sear, olhar vitrinas, dançar, fazer pi­ vínculos amigáveis. O amor serve
O aprofundamento de nossas rela­
ções exige que ampliemos os aspec­
tos da amizade em nossa vida.

queniques, estudar; ir ao cinema, como seu tema básico. Os vínculos É bem provável que tenham sido
teatro, jogos esportivos; d iscu tir sô­ da amizade proporcionam-lhe novos
amigos ao dançarem, ao viajarem, ao
bre equipes atléticas, política ou ou­ desafios em tôrno dos quais se in­
criarem filhos, e em várias outras
tros assuntos; jantar fora, conver­ tensifica o relacionamento. Cada tipo
situações, por muitos anos.
sar? Além de estarem apaixonados, de vínculo amigável com o parceiro
vocês compartilhavam atividades surge, eleva-se ao apogeu do entu­
que criaram laços de amizade entre siasmo e depois se desvanece, trans­ Todos êsses aspectos de amizade
vocês. formando-se numa recordação ente- aumentaram o poder magnético das
sourada no cofre das valiosas reser­ relações entre vocês. Mas para que
Agora já estão casados há certo vas sentim entais. persista o entusiasmo é preciso que
tempo. O que aconteceu a essa ami­ haja novos vínculos de amizade.
zade? Se gostavam de dançar, quan­ Êste cofre de lembranças com
to tempo levou após se casarem para seu maravilhoso sortim ento de Como disse certa espôsa: “ Te­
que deixassem de fazê-lo? O prim ei­ amostras de amizade proporciona mos compartilhado caçadas com ar­
ro filho reduziu à metade as conver­ um seguro real ao casamento. Mas mas de fogo e com arco e flecha,
sas de vocês como casal, e o que
restou se restringe em grande parte
a negócios — aos negócios da vida O Dr. J. Joel & Audra Call Moss são pais de seis filhos e populares conferenclstas
sôbre aperfeiçoamento de relações fam iliares. O Dr. Moss é diretor do Departamento
fam iliar. Há quanto tempo vocês não
de Desenvolvimento da Criança e Relações Familiares na Universidade Brigham Young.
olham vitrinas juntos? Quando fize­
ram o últim o piquenique juntos? Há
quanto tempo vocês não fazem um

M aio de 1970 29
pescamos com lanças, fizemos pes­ Agora que vimos como os vín­ rão dizer: “ Não encontro qualquer
carias em lagos e rios, jogamos gol­ culos amigáveis entre o casal são pergunta em sua lista que me inte­
fe, tênis e não sei mais o que.” importantes, observemos alguns resse." Pois deveria! Mas você não
meios d istintos pelos quais é possí­ precisa utilizá-las. Formule-as você
O que vocês compartilham ago­ vel renovar o entusiasmo do relacio­ mesmo, seguindo tão sòmente uma
ra além daquelas coisas que surgi­ namento, favorecendo seu aprofun­ regra básica. Tôdas as perguntas de­
ram, cresceram e depois se foram; damento. Uma viagem de uma sema­ vem induzir o parceiro a contar co­
O que compartilharão no próximo na poderá deixar você e seu cônjuge mo se sente ou o que pensa acêrca
ano? Vocês deveriam com partilhar rejuvenescidos, e o casamento ne­ de algo. Sòmente perguntas assim
mesmo as experiências individuais cessita realmente de um dêsses in­ provocam debates liberais através
de marido e mulher devidas às ati­ centivos ocasionais — proporciona a dos quais ocorre crescim ento e aprê-
vidades diferentes, bem como as motivação para continuar tentando. ço mútuos. O aspecto mais s ig n ifi­
que vocês têm juntos. Mas não é preciso sair de casa para cativo do com partilhar do casal é o
abrir novos caminhos de amizade. É partilhar compreensivo dos senti­
No casamento os parceiros pre­ possível ingressar numa nova área mentos do outro.
cisam conservar-se pessoas interes­ adotando um interêsse comum — al­
santes um para o outro. M uito tem guma atividade esportiva, um passa­ Finalmente, procure dar à sua
sido escrito sôbre como conservar- tempo, obra de arte, música — a lis ­ vida conjugal um pouco de excitação.
se atraente fisicam ente, e êste as­ ta é infinda. Às vêzes nos excusa- Há milhares de coisas que lhe da­
pecto físico é certamente m uito im ­ mos alegando falta de tempo e di­ rão êsse ensejo. Um grupo de pes­
portante. Mas nada pode tornar uma nheiro. Quantas vêzes será verdade soas casadas numa discussão cria­
pessoa mais interessante do que um e quantas estaremos apenas evitan­ dora apresentou certas sugestões.
nôvo entusiasmo. Êle imprim e seus do algo que nos pareça um tanto Parte delas são apresentadas na lis ­
efeitos na aparência, na conversa, quanto ridículo? Cícero, o grande es­ ta a seguir. Algumas eventualmente
na atitude, nos sentim entos e rea­ crito r romano, fêz um de seus per­ não lhe agradarão, mas a m aioria se­
ções. sonagens aprender grego aos seten­ ria bastante proveitosa. Se não cau­
ta anos. Uma amiga nossa já qua- sar outro resultado, ler essa lista
Nem todos somos igualmente rentona está estudando piano. pelo menos o fará rir. E o riso tam ­
capazes de iniciar novas experiên­ bém é bom para o casamento!
cias que possam ser compartilhadas. Outra maneira de provocar en­
Alguns de nós desejam experiências tusiasmo é fazer perguntas ao nosso MANEIRAS DE TORNAR SEU
comuns, mas acham mais fácil com­ cônjuge. “ M as,” alegariam vocês, “ é CASAMENTO MAIS EMOCIONANTE.
partilhar as iniciadas por outros. Ou­ o que faço o tempo todo.” Certamen­
tras pessoas que freqüentem ente as te que sim, e como são fascinantes Quanto ao marido:
iniciam às vêzes se cansam achando essas perguntas! “ Como andaram as
que o parceiro deveria te r mais ini­ coisas hoje?” “ Você quer alguma Não julgue que você sempre pre­
ciativa. É uma idéia maravilhosa só coisa da loja?” “ O carro estará livre cisa parecer “ durão". Chore um pou­
que em numerosos casos não fun­ amanhã?” “ Você passou minhas cal­ co — ela adorará consolar você.
ciona. Se você possui a capacidade ças?". Freqüentemente fazemos per­
de iniciar, deve fazê-lo a bem do ca­ guntas maravilhosas que não desa­ Traga-lhe flôres enquanto ainda
samento. Seu parceiro adquirirá ini­ fiariam o intelecto nem de uma crian­ pode apreciá-las.
ciativa com o desenvolvimento e se­ ça de seis anos!
gurança providas por boas experiên­ Trate sua espôsa com a mesma
cias comuns. cortesia que empregaria para um
Que tal tentar outro tipo de per­
cliente.
guntas? “ O que você gostaria de fa­
É importante compreender que
zer no ano que vem ?” “ Qual a coisa
os cônjuges não compartilham essas Mesmo que esteja casado há
mais interessante que lhe aconteceu
experiências de maneira idêntica. muito, elogie suas habilidades culi­
hoje?” “ O que eu poderia fazer que
Esta é uma questão individual. M ui­ nárias.
fôsse do seu agrado?”
tas pessoas casadas queixam-se de
que o parceiro não se deixa envolver Peça-lhe conselhos quanto aos
pela experiência m arital. Entretanto, Tais perguntas deveriam dar en­ problemas que enfrenta e às vêzes
examinada a situação, geralmente se sejo a debates animados. De que ou­ siga-os.
descobre que ambos os cônjuges es­ tra forma você pode esperar desco­
tão envolvidos; a questão é que um b rir mais acêrca da singularidade de Não encare a ternura como coi­
dêles não participa da maneira que seu parceiro se não explorando a sa de efeminados; na verdade traduz
o outro gostaria que o fizesse. mente dêle? Certas pessoas pode­ fôrça.

30 A LIAHONA
Dê presentes à sua espôsa sem Torne seu lar um lugar confortá­ Evitem ficar zangados ao mes­
motivo algum. vel onde êle possa estar à vontade. mo tempo.

Dê-lhe o que você sabe ela de­ Não o transform e no “ bicho pa- Tenham uma fam ília numerosa.
seja em lugar daquilo que julga ela pão" da fam ília. Não diga às crian­
deva receber. ças: “ Espere só até papai chegar em Respeitem os assuntos privados
casa", ou “ Por mim eu deixaria, mas um do outro.
Nunca diga: “ Já comi a mesma papai não concorda."
Dêem um passeio na chuva
coisa no alm ôço.”
juntos.
Lembre-se das coisas que você
Quando ela contar uma história, disse e fêz para convencê-lo a casar- Discutam os problemas com tô­
não se adiante revelando o ponto se com você, e tente-as de nôvo. da a fam ília (isto é, com os filh o s).
culminante.
Não fique falando que êle é m ui­ Organizem um álbum de fotogra­
Aprenda algumas novas piadas to velho para certas coisas que de­ fias fam iliares juntos.
pelo bem da sua espôsa que já se seja fazer.
cansou de ouvir as velhas. Saiam juntos sozinhos pelo me­
Não fique perguntando: "Você nos uma vez por mês.
Nunca indague: “ O que você fêz me ama?"
o dia inteiro?" Tenham sempre algum projeto
Acredite quando êle disser que para o futuro — algo a fazer, cons­
Beije-a em público. Pode ser que sim. tru ir ou comprar.
fique embaraçada e pareça zangada,
mas nem por isso desgosta. Se houver parentes vivendo com
Quanto a ambos: vocês, vejam se êles não podem v i­
Quando houver term inado de ler sitar alguém ocasionalmente.
êste artigo, chegue-se a ela e diga-
lhe que você está satisfeito em te r Eliminem as palavras eu, mim,
casado com ela e o faria novamente Tratem-se mütuamente vez por
meu, do vocabulário, substituindo-as
se pudesse. outra como se fôra a prim eira vez
por nós, nos e nosso.
em que se encontram.
Apoiem-se mütuamente em pú­
Quanto à espôsa: Não se tratem por "m amãe" ou blico. Não tentem competir.
“ papai” , e afastem-se dos casais que
o fazem — a menos que tenham oi­ Se tiverem de tomar medica­
Conte aos vizinhos que você é tenta anos. mentos regularmente, façam-no em
feliz no casamento — eventualmen­ particular.
te isto chegará aos ouvidos dêle e Nunca se recolham com proble­
lhe agradará. mas pendentes, sem terem chegado Façam dieta juntos.
a uma solução ou acôrdo.
Não lhe conte seus problemas Nunca iniciem uma frase com:
antes do jantar. Se fô r algo realmen­ Quando orarem juntos antes de “ Parece-me que um bom marido. *,
te grave — como por exemplo ter dorm ir, elevem seus pensamentos ou “ Uma boa espôsa haver i a. . . ou
arrancado o pára-lama do carro — acima dos problemas. “ Depois de tudo que tenho fe ito por
prepare um jantar especial. você. "
Iniciem um esporte que possam
Trate seu marido com pelo me­ praticar juntos. Larguem de ir a festas às quais
nos a mesma consideração e carinho não desejam comparecer.
que demonstra aos filho s e ao ca­ Afastem-se de amigos que este­
jam sempre discutindo. Aluguem um salão para uma re­
chorro de estimação.
cepção para todos aquêles que pre­
Aprenda a interpretar correta­ Se um de vocês provoca o p ri­ disseram que o seu casamento nun­
mente as palavras do seu marido. meiro arranhão no carro nôvo, riam ca poderia dar certo.
“ Você está apresentável” pode sig­ — mesmo que isto lhes cause abor­
nificar “ Querida, você está maravi­ recimento.
Adaptado de "84 Ways to Make Your Marri-
lhosa nesta n oite .” age More Exciting", de Jhan e June Robbins,
Não passem a vida presos ao re­
publicado em McCalTs, outubro de 1958, pp.
Escreva-lhe umas palavras de lógio — não condenem o outro se 50, 147-48. Reproduzido com permissão dos
amor de vez em quando. acaso se atrasar um pouco. autores.

M aio de 1970 31
Jovens Dedicam Férias
MISSÃO

à Pregação do Evangelho
BRASILEIRA

R. Kent Mathews
reio que esta foi a coisa mais maravilhosa “ Se alguém me perguntar: ‘o que achou da sua
que já fiz em minha vid a ,” disse Eduardo missão?' responderei sim plesm ente: ‘uma obra maravi­
EM

dos Santos Alves, Jr., ao encerrar sua par­ lhosa e um assom bro’ ” . (Lydia W. H. Jasche, Ala VIII,
ticipação no nôvo programa criado pela Missão Brasi­ ESP.)
FOCO

leira com o fim de dar aos jovens membros a oportu­ “ Como diz D&C: ‘se trabalharmos todos os dias
nidade de servirem em missões de curto período du­ proclamando arrependimento a êste povo, e se conse­
rante as férias de janeiro e fevereiro passados, e co­ guirm os uma só alma para o Senhor, quão grande será
nhecerem as alegrias de fazerem a obra m issionária. a nossa alegria com ela no reino ce le s tia l.” (Heloisa
Os jovens que aproveitaram esta oportunidade tiveram Moreno Kretly, Campinas IV, MB.)
seus testemunhos fortalecidos ao ajudarem outras pes­ “ Conheci um homem que lera o Livro de Mórmon
soas a conhecerem o Evangelho. enquanto se achava prêso, e foi convertido pela leitura.
Cada um dêsses jovens m issionários foi especial­ Conheci m uitos membros que m ostraram sincero amor
mente treinado, designado para essa tarefa e, em e gratidão pelos m issionários. Encontrei muitas pessoas
muitos casos, enviado para lugares distantes de casa, que mostraram sua fé mediante dedicação constante à
onde aprendeu a amar aos seus companheiros de tra ­ Igreja.” (Michael H. Beckwith, Ala VIII, ESP.)
balho. M uitos batismos resultaram dos seus esforços, Nesse trabalho destacou-se o ramo de Campinas
e o terreno foi preparado para m uitos outros no futuro. IV, fortem ente representado por nove, de um total de
Alguns dêles pretendem repetir a valiosa experiência, 22 m issionários, pelo que a MB envia agradecimentos
desta vêz com melhor preparo nas Escrituras. Eis os ao Pres. Jesus Pretel Busto, jovem ex-missionário cons­
comentários de alguns dêsses jovens, ao deixarem o tru to r, cujo fo rte testemunho pôde entusiasmar os jo ­
campo missionário: vens por êsse trabalho.
“ Seria ótim o se todos os jovens da Igreja fizessem Foram os seguintes os participantes dêsse progra­
missão de tempo integral, ainda que por dois meses ma especial: Serviram dois meses: Roberto J. Bronner,
apenas, pois, será a experiência mais maravilhosa que Heloisa M. Kretly, Marcos O. Luz, Lydia W. H. Jasche,
uma pessoa pode t e r . . . ” (Roberto João Bronner, C uri­ Edison M. Guimarães, Belisário M. da Silva; serviram
tiba II, MB.) um mês: Eduardo S. Alves, Aparecida M. M. da Costa,
“ Sei que realmente tive um grande privilé g io em Michael M. Beckwith, Francisco Bgrqueiras, José A.
poder dedicar estas férias ao trabalho do Senhor. Tô­ Moscão; serviram por duas semanas: Paula A. C elli, He-
das as coisas que aprendi, e que pude realizar, as pes­ liete Telles, Maria Marques, Noemia Udo, Vera L. da
soas para as quais pude prestar o meu testemunho, as Silva, Natalina L. Marques, Maria A. Lopes, Maria T.
companheiras maravilhosas com quem trabalhei, os lí­ Pacheco, Marinez Sartorato, Sônia Guimarães.
deres de quem recebemos instruções e encorajamento Devido ao sucesso alcançado por êste programa
para realizarmos um trabalho bom e com m uito amor, m issionário de curto período, um nôvo programa de mis­
marcaram a minha vida .” (Aparecida M.M. da Costa, sões com duração de um mês, deverá ser inaugurado
Ala III. ESP.) a 1 ° de julho vindouro. Os membros da Igreja, dos Es­
tados do Paraná e São Paulo, que desejarem participar
do programa, a p artir desta data, poderão falar com seus
bispos ou Pres. de ramos até 21 de junho próximo, ou
então comunicar-se diretam ente com a MB, informando
nome, ala ou ramo a que pertence, enderêço, idade, data
de batismo, capacidade para financiar integral ou par­
cialm ente suas despesas, e a data em que pode iniciar
e a data em que deve term inar a missão. A correspon­
dência deverá ser dirigida a:
MISSÃO BRASILEIRA — SECRETARIO
Caixa Postal 20809, São Paulo
CAPITAL
Para que os interessados possam v ir a ser entre­
vistados, devem preencher os seguintes requisitos mí­
nimos: Estarem em plena comunhão com a Igreja, sen­
do considerados membros dignos pela congregação,
Marcos O. Luz e Maria H. de Barros são dois dentre mais de uma
vintena de jovens que dedicaram suas férias ao trabalho missio­ maiores de 16 anos e membros há mais de seis meses,
nário. Muitos pretendem fazê-lo novamente. (os rapazes deverão ser sacerdotes).

32 A LIAH O N A
FOCO
Pres. David O. McKay conhecia o valor dos da Missão Brasileira. Esperamos que os membros acom­

O membros no trabalho m issionário. Compreen­


dia que a propagação do Evangelho, se deixada
apenas a cargo dos missionários de tempo integral,
panhem atentamente o número de conversões operadas
e vejam assim o quanto a sua ajuda tem tornado possí­
de- realizar e quantas pessoas estão vindo para o Re­
vel

EM
senvolver-se-ia m uito mais vagarosamente do que se os banho do Senhor como resultado dos seus esforços.
milhares de membros da Igreja ajudassem também nes­ Apenas para que se possa visualizar o que significa o
sa importante obra. progresso realizado na área de atuação da Missão Bra­

BRASILEIRA
O gráfico seguinte aparecerá mensalmente nas pá­ sileira, observe-se que o número de conversos, sòmente
ginas d' A LIAHONA para dem onstrar o crescim ento e nos dois prim eiros meses dêste ano, seria equivalente
o desenvolvimento de cada ala e ramo dentro da área ao necessário para a criação de três novas alas!

O Rebanho do Senhor

MISSÃO
Cresce na Missão Brasileira
ALAS/ESTACAS BISPOS/ M ISSIONÁRIOS CONVERSÕES
RAMOS/DISTRITOS PRESIDENTES E st./D Istr. Integral
JAN FEV JAN FEV JAN FEV Total
Ala III — S. Amaro Wilson S. Netto 8 6 14 10 24
Ala IV — Pinheiros Benjamim 0 . de Almeida 6 6 6 6 12
Ala V — Pinheiros Júlio Klappoth 2 2 6 6 1 6 7
Ala VI — Perdizes Mituo Ikemoto 1 1 6 6 13 13
Ala V II — Casa Verde José Vieira Neto 1 1 4 1 6 6
Ala V III — Santana Mitsuru Kikuchi 2 2 10 10 22 15 37
Ala IX — V. Maria Roberto Pires 1 4 4 4 8
Ala X — Penha Mario 0 . Delboux 8 8 4 7 11
Sorocaba Nelson de Gennaro 6 4 20 10 30
Lapa Oswaldo S. Camargo 4 4 1 7 8
Osasco João M . de Souza 2 2 5 6 11
ESTACA SÃO PAULO WALTER SPAT 6 7 64 60 77 90 167
Ala I — Vila Mariana José G. Galhardo 4 4 8 8 22 22 44
Ala II — B. Saúde Antônio Andreolli 4 4 8 8 5 19 24
Ala XI — Moóca Wagner dos Santos 6 6 10 10 16 6 22
Mauá Victor V. Vespolli 4 4
Santos Joaquim Martlnez 4 4 4 4 9 16 25
Santo André Saul M . de Oliveira 4 4 8 8 10 20 30
SSo Bernardo Walfrido A. Silveira 2 2 4 4 1 2 3
São Caetano Antônio J. Pádula 4 4 2 2 1 1 2
SSo Vicente Armando Jekabson 5 5 4 2 16 5 21
Gonzaga Geraldo L. Nogueira 4 4 2 1 3
ESTACA SÂO PAULO LESTE HÉLIO DA R. CAMARGO 33 33 56 54 82 92 174
Campinas 1 Geraldo C. Pereira 2 2 1
Campinas II Eduardo C. Nalli 2 2 2 3
1
Campinas III Alvaro Cunha 2 2 6 6
Campinas IV Jesus P. Busto 2 2 4 4
Jundiaf Francisco Ribeiro 2 2
Piracicaba Daniel Jensen 2 2
Rio Claro Eric Anderton 2 2 2 2
São José dos Campos Expedito J. Saraiva 2 2 3 3
DISTRITO DE CAMPINAS Evaldo Martins 16 16 7 12 19
Araraquara Geraldo de Mendonça 4 4 2 3 5
Marflia Wayne Wakumoto 2 2
Baurú Steven Dickson 4 4 2 2 4
Ribeirão Preto Orivaldo dos Santos 6 4 6 9 15
DISTRITO DE ARARAQUARA Jalal Samaha 16 14 10 14 24
Araçatuba Jair de Oliveira 4 4 4 1 5
Pres. Prudente Randall Cox 2 2
São José do Rio Preto Oscar de Oliveira 4 4 2 1 3
DISTRITO DE ARAÇATUBA Horãcio Salto 10 10 6 2 8
Apucarana José G. Testa 2 2 5 2 7
Londrina João Finardi 4 4 1 1 2
Maringá Ciro L. da Silva 2 2 4 1 5
DISTRITO DE LONDRINA Günther Salik 8 8 10 4 14
Curitiba 1 Leonardo Taparoski 6 6 10 14 24
Curitiba II Jason Garcia de Souza 4 4 12 12
Curitiba III Levy Gaertner 4 4 2 3 5
Curitiba IV Ismael Cordeiro, Jr. 4 4 9 10 19
Ponta Grossa Rosaldo Gaertner 4 4 8 19 27
DISTRITO DE CURITIBA Waldemar de Lima 22 22 29 58 87
MISSÃO BRASILEIRA SHERMAN H. HIBBERT 49 40 192 184 221 272 495

M aio de 1970 33
Não Há Poeta Sem Honra
o
F. Máximo

Prof. W illiam s é como um moderno Paulo, vindo roa, que a cada 4 de julho telegrafava ao Presidente
à Atenas brasileira para falar aos nossos ate­ dos EUA, congratulando-o, e que saudou Deodoro pela
nienses sôbre o poeta desconhecido," disse o proclamação da República nos seguintes têrm os: “ Paus-
Reitor José de Ribamar Carvalho, da Universidade do d'Arco em flô r. Viva a República," (o ipê floresce em
Maranhão, parafraseando Atos 17:16-34 ao apresentá-lo novembro em fôlhas verdes e flô re s am arelas), entu­
para falar durante o lançamento de “ Harpa de Ouro", siasmando-se de tal forma com o sucesso que d is tri­
inédito de Sousândrade. A Atenas brasileira da referên­ buiu parte das suas terras aos antigos ex-escravos; num
cia é São Luís, a evocadora Capital da terra de Gonçal­ político revolucionário para a época que, como prim eiro
ves Dias e de Odylo Costa, onde o patrim ônio histórico Prefeito de São Luís, aboliu o trabalho dom inical, intro ­
colonial inclui quase tôdas as casas e onde quase todo duziu a prim eira rêde telefônica da região, instituiu es­
mundo, do humilde trabalhador ao Governador do Estado, colas para os pobres, colégios m istos e ensino noturno
José Sarney de “ Norte das Águas", cultiva e publica para os trabalhadores. Camilo, referindo-se a êle no
poesia; o poeta desconhecido é Joaquim de Souza-Andra- seu “ Cancioneiro A le g re ” (Lisboa, 1879), disse: “ É o
de, o “ Sousândrade, comedor de pedras” (1832-1902), mais extremado fantasista e erudito poeta do Brasil na
um louco genial redescoberto pelos concretistas Augus­ atualidade;" enquanto Sílvio Romero não pôde com­
to e Haroldo de Campos, cuja obra tem se revelado uma preendê-lo, julgando-o m uito “ irre gu la r", como que com
das mais ricas e mais originais expressões da literatura isso confirmando que “ não há poeta sem honra senão
brasileira; o moderno Paulo é o élder Frederick G. W il­ em sua própria te rra .” O próprio Sousândrade tinha
liams, 30 anos, tetraneto do conselheiro de Joseph Smith consciência de que escrevia para os tempos futuros:
homônimo a quem se dirige a Seção 81 de Doutrina e “ Ouvi dizer por duas vêzes que o ‘Guesa Errante' só
Convênios, excelente pianista, ex-missionário da Igreja será lido cinqüenta anos depois: e ntristeci — decepção
no Brasil de 1960 a 1963, diretor do Instituto de Reli­ de quem escreve cinqüenta anos antes," escreveu em
gião SUD da Universidade de W isconsin, onde é um 1870, na introdução ao Canto VII da sua obra mais sig­
dos editores da revista literária SUD “ C arpenter” (re­ nificativa: “ O Guesa Errante” .
flexões da vida mórmon), e licenciado em literatura Na década de 50, Augusto e Haroldo de Campos
luso-brasileira pela mesma instituição, que, de volta ao iniciaram o prim eiro movimento lite rá rio original bra­
País para recolher material sôbre Sousândrade, tema sile iro que alcançou expressão internacional: a Poesia
da sua tese de doutoramento, tornou-se notícia em Concreta, e tornaram-se seus principais expoentes; em
quase tôdas as seções literárias, recebendo especial seu trabalho de tradutores de Joyce, Pound, Maiacovski
destaque num dos principais semanários nacionais e de críticos literários, ( “ A A rte no Horizonte do Pro­
(“ Veja", p. 80-83, 25-3-70), ao redescobrir, juntamente vável, 1969) redescobriram Sousândrade como seu pre­
com Jomar Morais, da Academia Maranhense de Letras, cursor e o divulgaram na obra “ Revisão de Sousândra­
importantes m anuscritos inéditos daquêle poeta, os d e ” (1964) e em “ Sousândrade" na coleção “ Nossos
quais, depois de sucessivos achados e perdas, haviam C lássicos” (1966). Esta últim a obra chegou a W illiam s,
sido dados por irrem ediavelm ente perdidos. na época aluno de Jorge de Sena, renomado literato
Sousândrade nasceu em Guimarães, Maranhão, em português, grande conhecedor e admirador de Sousân­
1832. Contrariamente aos usos da época, em lugar de drade. Cativado pelo seu engenho e arte, e também por
dirigir-se a Coimbra para bacharelar-se em direito, foi te r encontrado referências ao mormonismo, W illiam s
estudar letras e engenharia de minas na Sorbonne. Er­ teve seu interêsse despertado mormente pela fase nor­
rando pela Europa e Estados Unidos, onde viveu cêrca te-americana do poeta, que retrata os acontecimentos
de dez anos, desenvolveu a genialidade, a cultura e a mais destacados do país na mais importante das suas
consciência política que o transform aram num poeta o ri­ obras: “ O Guesa". Por ocasião do centenário da nação
ginal, universal e inovador da língua, antecipando Mário americana (1876. Veja-se a respeito o “ Utah Historical
de Andrade, Drummond, Pound, Mallarmé, Pessoa, Hoel- Q u arte rly” n.° 3, 1969-70), o Imperador do Brasil v is i­
derlin e outros m odernistas; num extremado republi­ tara Salt Lake C ity; são dessa época algumas referên
cano expulso da Inglaterra por te r falado contra a Co­ cias de Sousândrade ao mormonismo, tais como:

Nas fotos, Fred G. Williams


examina com Haroldo de
Campos o manuscrito “ Harpa
de Ouro”, o qual contém
vários autógrafos do poets
maranhense.
(DUQUE ALEXIS RECEBENDO FREELOVES M ISSIVAS; BRIGHAM:) EXCERTOS DOS INÉDITOS
— De quantas cabeças se forma
Um grande rebanho mormão
— De ovelha bonita,
levita
Por vêzes s'inverte a equação.
“Lira de Ouro”
(O GUESA, Canto X, p. 234; Cooke & Halsted, Londres (1888)
Resplandeceu todo o universo:
Mais tarde, após uma série de conferências profe­ Gritava Gordon. ring the bell!
Vi no meu dedo êste áureo verso
ridas na Universidade de W isconsin por Antônio Cân­ Trança-aliança wedding anel;
dido, Augusto e Haroldo de Campos, Alexandre Eulálio, Vi no teu braço elo tão terso —
um dos prim eiros “ achadores” dos inéditos de Sousân­ Quem fêz tudo isto? Oh, Isabel.
drade, a respeito do grande poeta desconhecido, e após Truth e o do mar, "velho verídico"
Passado — Presente — Porvir,
um curso sôbre Romantismo, m inistrado na mesma uni­
A í vendo o tesouro brasílico
versidade por Adolfo Casais M onteiro, que sugeriu que Do império crisális, — idílico
um americano empreendesse um levantamento de Sou­ Borboletar do teu rir.
sândrade, W illiam s sentiu-se desafiado a desenvolver
uma tese realmente original e importante. Seu prim eiro
trabalho fôra um estudo biográfico do seu famoso an­
cestral homônimo; em seguida publicara na revista
Ocidente, um importante trabalho crítico sôbre o “ Orto “Liras Perdidas”
do Espôso” (Lisboa, 1968), curiosa obra da literatura
medieval portuguêsa; trabalho que realizou sem deixar Tu, ouve-me, inofensa,
Forget-me-not — a flôr
os EUA. Tinha a intenção de proceder a mesma forma
Que deste-me, recorda-me
quanto à sua tese, abrangendo apenas a fase norte- Que magnetismo-amor!
americana de Sousândrade. Entretanto, decidindo incluir
uma biografia na tese, resolveu v ir a São Luís e d ir i­ Burglars! E envenenado
Eis-me revolto, triste,
giu-se à Academia Maranhense de Letras, onde veio a
O oásis, o paraíso
travar conhecimento com um dos seus mais jovens Perdidos meus, bem viste
membros, Jomar M orais, 30 anos, que se achava em
férias e juntos iniciaram as pesquisas. O trabalho de X, P, T, O & Cia. —
ambos foi coroado de espetacular êxito, tendo sido en­ Que firm a infernal, may!
Então, viu-se a Josephus
contrados, no curto período de 12 a 28 de fevereiro Cumprir do Egito a lei.
passado, na biblioteca local, nada menos de dois im ­
portantes m anuscritos semi-autográficos, contendo iné­
ditos de Sousândrade, que se acreditavam irrem edia­
velmente perdidos após uma longa história de “ achou-
se e perdeu-se": “ Harpa de O uro” , uma longa (285 es­
trofes) canção de louvor-crítica à República no Brasil,
“O Guesa, o zack"
e “ Liras Perdidas", uma coletânea contendo 46 poemas
escritos entre 1855 e 1890, em vários países por onde "Ai do ousado que arrombe uma porta!"
De tal modo a fam ília conforta —
errara o poeta.
Brasílio nôvo Éden em seu despertar.
Além dos m anuscritos inéditos, foram recolhidos Já dos paços reais se apagaram
vários depoimentos de pessoas que o conheceram, farta Tôdas as luzes: já todos deixaram
documentação biográfica e ainda 260 versos perdidos Dom Pedro aos destinos. Oue triste embarcarl

em três edições de um jornal local de 1902, que vieram


Noite: às sombras vapor "Alagoas" —
complementar o Canto XII da edição londrina de “ O Como ‘ alaga" aproando a Lisboas.
Guesa” (1888). Como todavia, apesar do achado, a obra Suicida! ao sol nado, a “aquarium" divisão,
continua inacabada, A stolfo Marques, seu biógrafo de Solta o rei, pomba branca — céus — mares —
Livre e leda aninhou nos palmares —
1903, talvez tenha razão ao afirm ar que os derradeiros
No espaço aos revôos qual pátria bênção.
manuscritos do grande poeta foram empregados pelos
quitandeiros como papel de embrulho.

EXMISSIONARIOS TORNAM-SE ESPECIALISTAS EM LITERATURA LUSO-BRASILEIRA

Não são poucos os jovens missionários que se apaixonam pela tes. Outros ex-missionários: Ken Rassmussen, da Universidade de
língua portuguêsa e, ampliando a experiência religiosa oferecida Nova York; Gordon Jensen, de Brigham Young; Ronald Dennis,
pelo seu dedicado trabalho de pregação do Evangelho, ao retor­ BYU, Dennis Tolman, UW; já completaram todos os cursos e pres­
narem, procuram desenvolver o conhecimento da língua que com taram os exames para doutorado em letras luso-brasileiras pela Uni­
tanta dificuldade aprenderam, tornando-se prolíficos especialistas, versidade de Wisconsin, faltando-lhes apenas prepararem suas teses.
capazes de contribuirem grandemente, não só para a divulgação mas Outros, como Eugene Jensen, da U. de Minnesota; Robert Hovendon,
para o aprofundamento dos estudos literários luso-brasileiros. Fre- da U. de Ohio e Donald Holsinger, de Stanford, já completaram mes­
derick G. W illiam s talvez seja o primeiro de uma série de gigan­ trado em letras luso-brasileiras, também pela U. de Wisconsin.
Educação - com que fim ?
Richard L. Evans
do Conselho dos Doze

xiste uma frase de Samuel Johnson que aponta per­

E sistentemente uma questão importante: “A inte­


gridade sem conhecimento é débil e inútil; conheci­
mento sem integridade é perigoso e apavorante." Às vêzes
falamos da educação como se fôra um fim em si mesma,
quando deveríamos perguntar-nos constante e inquisitiva-
mente qual é a meta da educação. O que pretende, qual o
seu propósito, é sempre uma questão importante. Destina-
se, sem dúvida, a ampliar o conhecimento e a destreza, a
competência e o entendimento. Mas deveria também incre­
mentar o caráter e a integridade. A fim de elucidar melhor
o assunto, suponhamos que fôssemos educar as pessoas
para o mal e a fraude. Uma pessoa má e instruída seria
mais aceitável do que uma pessoa má e ignorante? Cer­
tamente poderia ser mais depravada e nociva. Referimo-
nos há pouco ao talento sem caráter, ao poder sem ca­
ráter, armas sem caráter — mesmo palavras sem caráter.
Qualquer coisa sem caráter é um risco, inclusive a edu­
cação. Ela indubitàvelmente não é substituto para a mora­
lidade, e ao se ensinar e orientar a juventude, é preciso
acrescer elementos morais, éticos e espirituais para dar-
lhes caráter e equilíbrio, se desejamos uma sociedade
digna de confiança e íntegra. “A educação objetiva tornar
o homem um ser completo, tanto na competência como em
consciência. Pois criar o poder na competência sem a cor­
respondente orientação para dirigir o emprêgo dêsse po­
der é educação nociva. Além do mais, a competência fi­
nalmente se desagregará completamente da consciência”,
declarou John S. Dickey. Gostaríamos de citar novamente
a frase de Henry Adams que diz: “O professor afeta a
eternidade; êle nunca poderá dizer onde termina sua in­
fluência.” Se o conteúdo moral e ético fôsse retirado da
educação, o futuro realmente seria assustador. “A integri­
dade sem conhecimento é débil e inútil. Conhecimento sem
integridade é perigoso e apavorante.”

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