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Aula 00

Políticas Públicas para TCE-SP


Agente de Fiscalização – Administração
Aula Demonstrativa
Professor: Sandro Monteiro
Políticas Públicas para Agente de Fiscalização – Adm / TCE-SPl
Aula 00 – Demonstrativa
Prof. Sandro Monteiro

Aula 00 – Demonstrativa

Caro (a) Amigo (a), seja bem-vindo(a) ao Curso de Políticas Públicas


para o concurso do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP,
cargo de Agente de Fiscalização Área: Administração.
O TCE-SP finalmente lançou o seu edital. Veja no Blog do Ponto:
http://blog.pontodosconcursos.com.br/edital-tce-sp-e-divulgado/. Para o cargo
de Agente de Fiscalização – Administração, temos 36 vagas.
A prova está prevista para o dia 17/12/2017. As inscrições ficam abertas
até 31/10/2017. Atente-se ao prazo. E não espere inscrever-se para começar o
estudo direcionado. Vença um tópico por dia do edital, e você chegará lá.
Planeje o seu estudo.
Ao total serão 40 questões para Conhecimentos Específicos, com peso 2
cada uma. Logo, para a nossa disciplina, espero cerca de 7 questões. O
cálculo/julgamento para classificação é bem complexo, mas é claro que o nível
de acertos em Conhecimentos Específicos é o critério de desempate. Assim,
arrisco pouco afirmando que esta nossa disciplina é a mais importante do seu
concurso – ela é novidade para a maioria dos concurseiros.
Não perca tempo precioso. Faça sua inscrição imediatamente no Ponto
dos Concursos. Vejamos a distribuição das nossas aulas.
Aula Conteúdo Programático Data

Aula 0 – Aula Demonstrativa


00 23/09/2017
Políticas Públicas – Introdução às Redes de Políticas Públicas
Aula 01 – Ciclo das Políticas Públicas
01 Políticas públicas e suas fases: formação da agenda; formulação; 04/10/2017
implementação; monitoramento e avaliação.
Aula 02 – Arranjos Institucionais
02 Políticas Públicas no Brasil. Novos arranjos de políticas públicas. Redes de 15/10/2017
Políticas Públicas.
Aula 03: Coordenação Intergovernamental
03 26/10/2017
Federalismo e descentralização.
Aula 04: Accountability
04 06/11/2017
Controle Social – transparência e participação social.
Aula 05: A Nova Gestão Pública
05 Novas formas organizacionais: consórcios públicos, agências reguladoras e 17/11/2017
executivas, organizações sociais (OS), organizações da sociedade civil de
interesse público (Oscip).
Aula 06: Pactuação
06 Legislação: Regime das Contratações com as Organizações Sociais (Lei 28/11/2017
Federal nº 9.637/1998); Regime das Contratações com as Organizações da

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Sociedade Civil de Interesse Público (Lei Federal nº 9.790/1999).


Instrumentos de contratualização do poder público: contrato de gestão,
termo de parceria.
Aula 07: Controle e Avaliação de Resultados
07 Gerenciamento de programas e projetos sociais. Sistemas de informações 05/12/2017
sociais.
Bônus Aula em vídeo pela internet – Resolução de dúvidas ao vivo Sob demanda

As questões serão do tipo alternativas, cada questão com cinco opções.


Isto é, cada questão torna-se cinco. Traduzindo: de fato, a sua prova de
Conhecimentos Específicos terá 40 x 5 = 200 perguntas para avaliar. A gestão
do tempo é fundamental nesses casos, e por isso é importante treinar a
velocidade. Serão poucas horas!
A banca é a VUNESP, famosa, mas, não é uma das grandes. Caso opte
por estudar sozinho, terá que “garimpar” com grande esforço as questões da
banca. Pouparei esse seu trabalho, e ainda mesclarei com questões de outras
bancas semelhantes.
O nosso curso dividimos em 07 aulas. Saber repartir a matéria de estudo
em cada aula é uma arte do concurseiro, exige experiência. Repartimos as
aulas conforme a lógica temática, em grupos e sequencial que torna mais fácil o
entendimento da matéria.
Leia esta aula e descubra nossa metodologia vencedora. Nesta aula
demonstrativa antecipei a apresentação de uma parte da disciplina que
veríamos na Aula 02.
Optei por uma nova aula a cada 10 dias, aproximadamente.
Terminaremos duas semanas antes da nossa prova, permitindo uma revisão
(sempre necessária) na última semana.
Verifique que em nossas aulas trabalharemos primeiro a teoria. Depois a
prática, listando ao final de cada apostila uma sequência de questões dos
últimos concursos, incluindo meus comentários e dicas. Quando for
imprescindível definiremos termos técnicos sem que seja preciso conhecimento
prévio de outras disciplinas.
Veja que teremos uma aula em vídeo bônus, a depender da demanda,
onde você poderá tirar dúvidas ao vivo, comigo.

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Agora, uma breve apresentação minha.


Sandro Monteiro, paulistano, formou-se em Engenharia Elétrica há 16 anos. Possui o
título de Especialista em Gestão Pública pela Escola Nacional de Administração Pública
(ENAP, 2014) e de Mestre em Engenharia pela Universidade de São Paulo (USP, 2007)
onde estudou com ênfase a questão da regulação dos serviços públicos. Atuou por 11 anos
como gestor no setor de telecomunicações, em multinacional sueca. Desde 2011 é servidor
público federal, em Brasília, lidando diariamente com o tema da regulação, políticas públicas e
planejamento governamental. Como servidor cedido pelo Ministério do Planeamento
(MPOG), trabalhou por quatro anos no Ministério de Minas e Energia (MME), sendo membro
constante da Sala de Situação do PAC Energia, e foi um dos coordenadores que atuaram
monitorando e avaliando as obras de infraestrutura voltadas para a Copa do Mundo 2014.
Palestrante, foi também professor de faculdade particular e teve vários artigos publicados em
seminários e congressos especializados. Foi aprovado em vários concursos públicos, incluindo o
de Analista de Infraestrutura do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; Analista
Legislativo da Câmara dos Deputados; Especialista em Regulação da Agência Nacional
de Transportes Aquaviários (ANTAQ), onde está servindo atualmente. No PONTO, é
especializado em Gestão Pública (Administração Pública e Políticas Públicas), Economia da
Regulação (foco do Direito Administrativo e foco da Microeconomia), Legislação de Agências
Reguladoras e Infraestrutura (transportes e energia). Além das aulas de teoria e exercícios,
leciona no Ponto Recursos, no Ponto Discursivas e no Ponto Mais.

Na disciplina de Administração, já lecionei para vários concursos. Cito os concursos do


IBGE (Cesgranrio), do Tribunal Federal Regional (TRF) de SP (CESPE), Analista Administrativo e
Especialista em Regulação da ANAC (ESAF), Técnico em Regulação da ANP (Cesgranrio),
Analista do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (FGV), entre outros. Lecionei também
a matéria na segunda fase do concurso de Analista de Planejamento e Orçamento (APO), banca
ESAF (dois dez melhores colocados, cinco foram meus alunos). Lecionei Administração Pública
no concurso da FUNAI, também banca ESAF. Lecionei Administração Pública para boa parte dos
aprovados finais na segunda fase de discursivas da ANAC 2015/2016. Neste segundo semestre
de 2017, estou lecionando para os concursos da ABIN (Cespe), TRF1, TRF5, STM e TJMS. Já
lecionei Políticas Públicas para os concursos da CGU e da CGM-SP (Vunesp, 2015).

Envie suas dúvidas. Curta minha página e acompanhe outras dicas.


Bons estudos, e boa sorte na prova.

Sandro Monteiro
https://www.facebook.com/MScSandroMonteiro

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SUMÁRIO

1. REDES DE POLÍTICAS PÚBLICAS .................................................................................... 7


1.1. Flexibilização institucional no Governo FHC ................................................................. 7
1.2. Gestão de Redes e mundo moderno ................................................................................. 9
1.3. Governança das Redes de Políticas Públicas .................................................................. 9
1.4. Características das Redes ............................................................................................... 11
1.5. Principais elementos ........................................................................................................ 13
1.6. Vantagens e Desvantagens .............................................................................................. 15
2. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS.............................................................................................. 19
3. EXERCÍCIOS PROPOSTOS................................................................................................ 28

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“É possível pensar na existência de ‘forças auxiliares’ na sociedade civil


que, por meio dos procedimentos adequados e de suas competências
específicas, podem ser recrutadas para a cooperação na realização de
tarefas de interesse público, sujeitas a supervisão regulatórias e à
incentivos econômicos desoneração do Estado organizada pelo próprio
Estado – pode gerar um Estado ao mesmo tempo mais leve e mais capaz”
(Claus Offe)

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1. REDES DE POLÍTICAS PÚBLICAS

1.1. Flexibilização institucional no Governo FHC


Em um ambiente bem propício, essencialmente durante o governo
Fernando Henrique Cardoso, ocorreu a criação de novas figuras jurídico-
administrativas, novos aparatos e formas de implementar as políticas públicas,
fora e dentro da Administração Pública. Veja a figura a seguir.

Dentro do Estado
•Agências Executivas
•Agências Reguladoras

Fora do Estado
•Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público (OSCIP)
•Organizações Sociais (OS)
•Contratos de Gestão
•Termos de Parceria
•Conselhos Gestores
•Redes de Políticas Públicas

Vamos, ao longo do curso, estudar cada um desses instrumentos.


Esta aula demonstrativa se concentra especificamente no tratar de um
mecanismo bem inovador, nascido nos anos 1990 e consolidado nos anos 2000
- as Redes de Políticas Públicas.
O conceito de Rede parte do pressuposto de um nova relação Estado-
Sociedade, que começou a surgir devagar, a partir de promulgação da
Constituição Federal de 1988. Na PERSPECTIVA SOCIAL, o Estado procurou
colaborar com a sociedade civil para o provimento de serviços, por meio de
parcerias acordadas em metas de resultados. É onde estão localizadas as
Redes. Por outro lado, na ORDEM ECONÔMICA, o Estado procurou ofertar
serviços por meio de contratos de concessão e de permissão, cabendo para
esses a regulação e a fiscalização.

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O quadro a seguir esclarece isso:

APARELHO DO ESTADO SOCIEDADE CIVIL OU MERCADO

Relações de colaboração ou cooperação:


Instrumentos de fomento e parceria (contratos
Ação direta do Estado, por meio de
de gestão, termos de parceria, convênios com
órgãos (administração direta). ORDEM SOCIAL
entidades sem fins lucrativos e Parcerias
Público-Privadas).
Gestão por Resultados

Relação interna entre órgãos e


Relações contratuais: Concessão, Permissão,
entidades: supervisão e tutela
Autorização. ORDEM ECONÔMICA
(administração indireta)
Gestão pela Regulação e Fiscalização

O objetivo era migrar os serviços públicos do Aparelho do Estado (a


Administração Pública, em sentido amplo) para a Sociedade. As Redes estão
localizadas no quadrante amarelo.
De acordo com Börzel1, redes de políticas públicas são um:
“conjunto de relacionamentos relativamente estáveis, de natureza não-
hierárquica e interdependentes, conectando uma variedade de atores que
compartilham interesses relativos à política e que trocam recursos com o
objetivo de atingir esses interesses, reconhecendo que a cooperação é a
melhor maneira de atingir objetivos em comum”

A palavra REDE é metáfora para


destacar que a elaboração e
implementação de Políticas Públicas, no
contexto contemporâneo, envolve um
grande número e ampla variedade de
atores e sujeitos.
De fato, a atuação em rede das
pessoas não começou agora. Foi apenas
potencializada com as tecnologias de
informação.
Sua principal característica: contestar
a forma hierárquica de administrar os
recursos (humanos e financeiros).

1
BÖRZEL, Tanja. “Qué tienen de especial los policy networks? Explorando el concepto y su
utilidad para el estudio de la gobernación europea”, 1997. Disponível em: http://seneca.uab.es/
antropologia/redes/redes.htm.

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1.2. Gestão de Redes e mundo moderno


O mundo mudou muito no século XX. No seu início, as tecnologias da
informação e da comunicação estavam em seus primórdios (muitas ainda bem
existiam). Desde a invenção do simples rádio até a introdução do telefone
celular, muitas transformações alteraram o modo como vivemos e fazemos
negócios.
Assim, hoje temos acesso a um mundo de dados e informações antes nem
sonhados por nossos antepassados. Se eles recebiam notícias com um atraso
de dias (os acontecimentos da 1ª Grande Guerra levavam dias para alcançarem
o leitor comum no Brasil), atualmente temos informações em “tempo real” de
qualquer fato importante.
Esse cenário trouxe desafios importantes para as empresas e governos. A
escala dos problemas aumentou e os contextos sociais e de negócios estão em
constante mutação. O ciclo de vida de um produto qualquer, por exemplo, é
muito menor hoje em dia do que ocorria antes.
Para enfrentar tal realidade, as organizações públicas perceberam que
necessitavam de ajuda, de parcerias. A antiga ideia de uma organização que
“fazia de tudo” ficou para trás. Como ninguém é “bom em tudo”, devemos nos
aliar a diferentes parceiros, dependendo da necessidade do momento.
Essa é a ideia central das redes organizacionais. Surgiram como uma
necessidade de flexibilidade e adaptabilidade às mudanças no contexto externo.
Hoje em dia, se uma empresa necessita de um novo “design” para seu
produto, contrata um escritório de design. O mesmo ocorre quando ela
necessita distribuir seu produto em um novo mercado – contrata uma empresa
especializada em distribuição. Assim sendo, a empresa pode “focar” no que
melhor sabe fazer e “mudar de rumo” sempre que for necessário.
Como as pessoas demandam cada vez mais produtos e serviços
“customizados”, tal tendência acelerou. Cada vez mais estratégico é ter
parceiros dentro de uma rede que apontem o know-how ou competências a
serem “adquiridas” sempre que necessário. É a globalização.

1.3. Governança das Redes de Políticas Públicas


O que é Governança? O termo inclui também o estudo sobre as relações
entre os diversos atores envolvidos (os stakeholders) e os objetivos pelos quais
a empresa se orienta.

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A Governança é essencial nas Redes de Políticas, associando a capacidade


de coordenar os interesses as ações. Quanto maior a Governança, maior a
probabilidade de sucesso, colaborando para a estabilidade e a
institucionalização da rede.
Além disso, o conceito está relacionado com várias situações concretas:
 Capacidade financeira e administrativa de formular e implementar
políticas públicas.
 Capacidade de gerenciar e de governar (controlar) seus processos e
atividades típicas.
 Capacidade de inovar e de enforcement de Agenda.
 Capacidade das estruturas do Aparelho do Estado na agregação e
articulação operacional pelos meios sociais.
 Conjunto de regras ou protocolos internos (normas).
 Quanto maior, maior a possibilidade de obter sucesso em determinada
nova política pública.
 Depende das capacidades estatais, arranjos e dos mecanismos de
coordenação entre os atores (dentro e fora do governo)

Governança
•Conjunto das “condições
financeiras e administrativas
de um governo para Institucionalização; Meio
transformar em realidade as
decisões que toma” (Bresser de ganhar de
Pereira) estabilidade
•“Capacidade técnica,
financeira e gerencial de
implementar transformações”
(Caio Marini)

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Segue um perfeito exemplo de Redes de Políticas Públicas dentro da Administração


Pública Federal, iniciativa do Ministério do Planejamento.
Visite: https://softwarepublico.gov.br/social/

1.4. Características das Redes


No caso do setor público, os efeitos desta globalização não foram menores.
Impulsionada pelas novas tecnologias de informação e comunicação, trouxe
diversos novos problemas para o Estado.
Os problemas modernos são complexos e não podem ser tratados
isoladamente pelos Estados. Vide o terrorismo internacional, a degradação
ambiental (efeito estufa) e os desequilíbrios dos mercados financeiros
internacionais. Há muitos que os problemas “localizados” não nos atormentam.
Os desafios da atualidade dificilmente podem ser tratados somente dentro da
esfera de um só Estado.
Além disso, o próprio crescimento dos serviços prestados pelo Estado
moderno e seu aumento relativo consequentemente acabaram por “afastar”
nosso Estado dos problemas mais locais, aqueles específicos de uma dada
região.
Além disso, como o Estado faz muitas coisas ao mesmo tempo, acaba não
sendo muito “bom” em situações em que o conhecimento das especificidades
locais é um diferencial.
De acordo com Moura,
“A abordagem de redes, como expressão dos novos arranjos
interorganizacionais que emergem na atualidade, indica o incremento dos
processos de interdependência entre atores e organizações e,
particularmente, entre agentes públicos e privados. Ao mesmo tempo,
identifica-se nessa emergência certo esgotamento da capacidade de
integração e de coesão social das instituições representativas tradicionais
e da eficácia das organizações burocráticas e do modelo de planejamento
global e centralizado.”

Portanto, a partir do crescimento da complexidade dos problemas e a


redução relativa do “raio” de atuação do Poder Público, a formação de redes
passou a ser vista como a solução para uma atuação mais efetiva e eficiente.

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Historicamente, o Estado tem perdido legitimidade com seus cidadãos, pois


não tem conseguido dar uma resposta a diversas demandas, sejam de
dimensão “macro” (exemplo: terrorismo internacional ou desequilíbrio
ambiental) quanto de dimensão “micro” (exemplo: qualidade do ensino primário
na cidade do Crato-CE).
Consequentemente, os Estados têm buscado trabalhar em parceria com
atores não tradicionais na formulação e na implementação de diversas políticas
públicas. O objetivo é estar presente em áreas em que não estava conseguindo
chegar, e fazer isso com uma maior eficiência.
A solução estaria na adoção do Estado-Rede, no qual o Estado se envolve
em diversas redes interestatais e intraestatais, de modo a ser mais eficiente e
efetivo na sua atuação e aumentar sua legitimação perante a sociedade.
No caso das redes intraestatais, os Estados devem descentralizar os
serviços e programas públicos, por intermédio de repasse de recursos e
conhecimentos aos parceiros. Os parceiros podem ser prefeituras, ONGs,
Organizações Sociais etc.
Já no caso das redes interestatais, serão necessárias para a atuação desse
Estado em conjunto com seus pares soberanos. Dentre os exemplos que
podemos citar, temos: a ONU, o MERCOSUL, a Organização Mundial do
Comércio etc.

Relação dentro
Foco é no plano
Intraestatais do próprio
"micro"
Estado

Relacionamentos
Foco é no plano
Interestatais entre Estados
"macro"
distintos

Portanto, as redes de políticas públicas são vistas como uma alternativa


interessante quando existem as condições descritas abaixo:

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Recursos escassos
Problemas complexos
Múltiplos atores envolvidos
Arenas onde interagem agentes públicos e privados
Exista uma crescente demanda por benefícios e participação cidadão

1.5. Principais elementos


As redes de políticas públicas, no contexto
da atuação do Estado, consistem de redes
POLICÊNTRICAS, polifórmicas. Ou seja, não
existe um só “centro” que comanda as ações,
que controla o processo. Temos um conjunto
de nós (pessoas ou empresas) e linhas
(vínculos) entre os nós.
Nessas redes ou estruturas policêntricas (vários centros), existem diversos
“atores” (indivíduos, governos, empresas etc.) que interagem buscando
interesses e objetivos comuns.
Esses atores devem trabalhar juntos, trocando informação, conhecimento e
recursos para atingir determinados objetivos. Essas configurações em rede
possibilitam ao Estado atuar em conjunto com a sociedade, mas demandam
uma estrutura de coordenação. Além disso, facilita a interação entre esferas
diferentes do setor público.
De acordo com Sonia Teixeira,
“...a formação das estruturas policêntricas, que configuram uma nova
esfera pública plural, advém tanto de um deslocamento desde o nível
central de governo para o local quanto da esfera do estado para a
sociedade. Processos como a descentralização e o adensamento da
sociedade civil convergem para formas inovadoras de gestão compartida
das políticas públicas.”

Um conceito interessante é o da INTERDEPENDÊNCIA. Nessas redes,


ninguém pode, ou consegue, alcançar seu objetivo sozinho. Cada “nó” da rede é
fundamental para que os objetivos comuns sejam atingidos.

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Para que as redes possam “funcionar”, a infraestrutura proporcionada pelas


novas tecnologias de informação foi crucial. Se antes a coordenação de
organizações localizadas de modo distante seria muito difícil, hoje a TI facilitou
o processo.
Basicamente, as redes de políticas públicas englobam certas
características: pluralidade de atores envolvidos (com a participação de órgãos
públicos, empresas, ONGs, etc.), uma articulação menos hierárquica e
estruturada (pois não existe um comando claro entre os atores), a noção de
cooperação e parceria entre os atores envolvidos (com trocas de recursos,
solidariedade e confiança), o processamento dos conflitos conforme as regras
institucionais e a negociação e democratização do processo decisório.
Graficamente:

Pluralidade de atores

Democratizaçao do processo
decisório

Articulação menos
estruturada

Cooperação e Parceria

Redes

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Rssumo: Principais Características das Redes de Políticas Públicas

•As redes são estruturas policêntricas, colaborativas, multinodais, descentralizadas e


flexíveis, compostas por múltiplos atores e partes.
•Cresceram como formas mais dinâmicas de participação da sociedade na gestão das
políticas públicas, podendo atuar em todas as suas fases de forma mais horizontalizada,
concentrando-se em temas especializados.
•Possuem internamente grande diversidade de opiniões, pluralidade e a possibilidade
de atuarem dentro do Estado
•As regras de funcionamento são informais e decididas na ação
•A troca entre os membros da rede é que cria sua interdependência.
•As redes são espaços em que se trocam recursos.
•As redes enfatizam a estabilidade: a mudança é marginal.
•Transcendem as instituições assim como a distinção público-privado.
•Privilegiam mais os acordos entre atores que os conflitos.

1.6. Vantagens e Desvantagens


Dentre as principais VANTAGENS e benefícios das redes de políticas
públicas, de acordo com Sonia Teixeira, são apontadas:
 Dada a pluralidade de atores envolvidos nas redes é possível a maior
mobilização de recursos e garante-se a diversidade de opiniões sobre
o problema;
 Devido à capilaridade apresentada pelas redes, a definição de
prioridades é feita de forma mais democrática, envolvendo
organizações de pequeno porte e mais próximas dos da origem dos
problemas;
 Por envolver, conjuntamente, governo e organizações não
governamentais, pode-se criar uma presença pública sem criar uma
estrutura burocrática;
 Devido à flexibilidade inerente à dinâmica das redes elas seriam mais
aptas a desenvolver uma gestão adaptativa que está conectada a
uma realidade social volátil, tendo que articular as ações de
planejamento, execução, retroalimentação e redesenho, adotando o
monitoramento como instrumento de gestão, e não de controle.

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 Por serem estruturas horizontalizadas em que os participantes


preservam sua autonomia, os objetivos e estratégias estabelecidos
pela rede são fruto dos consensos obtidos através de processos de
negociação entre seus participantes, o que geraria maior
compromisso e responsabilidade destes com as metas
compartilhadas e maior sustentabilidade.
Entretanto, as redes não trazem somente benefícios. A mesma autora
apresenta as principais dificuldades (DESVANTAGENS) do arranjo:
 As redes de políticas apresentariam novos desafios para garantir a
rendição de contas (accountability2) em relação ao uso dos recursos
públicos, pelo fato de envolverem numerosos participantes
governamentais e privados;
 O processo de geração de consensos e negociação pode ser
demasiadamente lento criando dificuldades para enfrentar questões
que requerem uma ação imediata;
 As metas compartilhadas não garantem a eficácia no cumprimento
dos objetivos já que as responsabilidades são muito diluídas;
 A dinâmica flexível pode terminar afastando os participantes dos
objetivos iniciais ou comprometer a ação da rede pela deserção de
alguns atores em momentos cruciais;
 Os critérios para participação na rede não são explícitos e universais
e podem provocar marginalização de grupos, instituições, pessoas e
mesmo regiões, podendo deixar a política apenas nas mãos de uma
elite;
 As dificuldades de controle e coordenação das interdependências
tende a gerar problemas na gestão das redes.
Assim sendo, a gestão destas redes é muito complicada. Não existe uma
relação de supervisão e controle hierárquico, aquela linha de comando
tradicional.
O desafio na coordenação desses diversos “atores” é enorme.
Entre os desafios da gestão de redes, podemos citar o estabelecimento de
regras de atuação, a distribuição de recursos, a construção de mecanismos e
processos coletivos de decisão e o estabelecimento de prioridades e
acompanhamento.

2
Veremos mais sobre esse termo no nosso curso.

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De acordo com Bruijn and Heuvelhof, a estruturação destes espaços e


processos de negociação faz parte da dimensão da estrutura da rede, que diz
respeito à institucionalização dos padrões de interação. O estabelecimento de
regras formais e informais é um importante instrumento para a gestão das
redes porque especifica a posição dos atores na rede, a distribuição de poder,
as barreiras para ingresso, etc.
Ou seja, a gestão de redes públicas é, essencialmente, a gestão das
interdependências entre atores diversos, sem a existência de mecanismos de
comando e hierarquia. Por isso, um gestor de redes de políticas públicas deve
ser um excelente negociador e deve ter a capacidade de somar apoios e
coordenar os esforços de entidades diferentes.

VANTAGENS DAS REDES


•Dada a flexibilidade inerente à sua dinâmica, as redes são aptas a
desenvolver uma gestão adaptativa conectada a uma realidade social volátil.
•Permitem uma presença pública sem criar uma estrutura burocrática, uma
vez que envolvem, conjuntamente, governo e organizações não
governamentais.
•A definição de prioridades é feita de forma mais democrática, envolvendo
organizações de pequeno porte e mais próximas da origem dos problemas
devido à capilaridade.

DESVANTAGENS DAS REDES


•As dificuldades de controle e coordenação das interdependências tende a
gerar problemas de gestão.
•A flexibilidade permite que os participantes se afastem dos objetivos iniciais
ou que abandonem a rede em momentos cruciais.
•Surgem novos desafios em termos de rendição de contas e de
responsabilização, prejudicando a "accountability".
•Não existem critérios explícitos e universais para participação nas redes, o
que pode provocar desequilíbrios na distribuição do poder entre os atores.
•Sujeias às assimetrias informacionais entre seus membros.

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Teremos mais sobre Redes e outras estratégias de arranjos institucionais


na próxima aula. Veremos inclusive o que é ARRANJO INSTITUCIONAL. Nos
vemos lá.

Recomendo a leitura suplementar dos artigos abaixo:

O desafio da gestão das redes de políticas - Sonia Maria Fleury Teixeira


http://unpan1.un.org/intradoc/groups/public/documents/CLAD/clad0043204.pdf
A Construção de Redes Públicas na Gestão Local: Algumas Tendências Recentes -
Suzana Moura
http://www.scielo.br/pdf/rac/v2n1/v2n1a05.pdf

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2. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
2.1. (VUNESP TJ-SP Assistente Social Judiciário/2017) Entre os diversos
estudiosos de redes de políticas, é consenso que, diante dos novos desafios
impostos ao Estado, as formas tradicionais de organização estatal
fundamentadas no paradigma burocrático são consideradas insuficientes e
inadequadas para a gestão de suas funções. Embora considerem que a gestão
de redes seja uma grande lacuna nos estudos atuais desse campo, afirmam
ser possível essa forma de gestão. Na busca por um novo paradigma,
consideram como elementos-chave, para a análise e a gestão das redes, os
atores, os recursos, as percepções e
a) as regras.
b) o planejamento.
c) os fluxos.
d) a dinâmica.
e) as situações.
Comentários:
Vimos que estabelecimento de regras formais e informais é um importante instrumento
para a gestão das redes, pois trazem a posição dos atores na rede, a distribuição de
poder, as barreiras para ingresso. Sem regras, teríamos o caos, nenhuma orientação.
As regras trazem o papel de cada um, os limites, as entregas de cada um, inclusive
formas de avaliação e de remuneração. Sem regras não temos Redes de Políticas,
seriam as comunidades mais simples, não verdadeiramente capazes de atingir uma
finalidade maior, isto é, de substituir o Poder Público no provimento de certos serviços.
Gabarito: A
2.2. (VUNESP Prefeitura de São Paulo – SP Auditor Municipal de Controle
Interno / 2015) A análise de redes de políticas públicas, do ponto de vista do
neoinstitucionalismo sociológico, para o qual a variável cultural não é
exógena ao sistema político, deve:
a) considerar contextos relacionais e esquemas cognitivos e morais para processos de
implementação de governança interativa.
b) considerar modelos morais e cognitivos que levam os indivíduos a estabelecer redes
de confiança e cooperação para atingir objetivos úteis.
c) apreender práticas culturais, papéis e relações entre posições dentro de estruturas
políticas locais.
d) compreender particularidades do processo político local em sua dinâmica específica,
considerando a presença de representantes de interesses econômicos, a grande
pluralidade de interesses e a força invariável das elites econômicas.
e) ser qualitativa, visando a negociação concreta em situações de conflito de interesses
e o acordo voluntário de cooperação.

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Comentários:
Procuramos o estranho no ninho, ou seja, a errada, a variável cultural endógena.
Falaremos mais sobre o neoinstitucionalismo nas próximas aulas. Em resumo, ele
afirma que as instituições têm papel fundamental na vida social e econômica, e elas
afetam as estratégias e decisões dos indivíduos, bem como os resultados das políticas
públicas. Os problemas, os interesses, as relações, as posições dos atores, os acordos
etc. moldam-se às instituições, são conformados por elas.
Além disso:
 Variáveis endógenas: valores cujos comportamentos dependem de fatores
considerados e explicados dentro do modelo.
 Variáveis exógenas: valores cujos comportamentos não podem ser explicados pelo
modelo. Em geral, interesses diversos, cultura, a confiança entre pessoas e a
economia não podem ser explicadas dentro dos modelos de gestão, pois são fatores
externos, flexíveis. Condicionam o modelo, assume-se como verdade.
A única assertiva que traz uma característica endógena é a Letra A, quando fala de
“governança interativa”. A governança é construída, é explicada pelo modelo, é que se
quer atingir. Ocorre dentro da Rede, não é fator cultural externo.
Esta foi uma questão média para difícil.
Gabarito: A
2.3. (FGV TCM-SP Agente de Fiscalização – Administração / 2015) Analise o
trecho a seguir:
“Neste novo cenário as redes de políticas públicas se auto-organizam. Trocando em
miúdos, auto-organização quer dizer que as redes são autônomas e autogovernáveis,
elas se desvinculam da liderança governamental, desenvolvem suas próprias políticas e
moldam seus ambientes” R. A. W. Rhodes (1997:52)
O autor está abordando a transição de um modelo de gestão das políticas públicas para
aquele centrado no conceito de:
a) Gerencialismo;
b) Accountability;
c) Responsabilização;
d) Privatização;
e) Governança.
Comentários:
A assertiva fala claramente da estrutura de organização das Redes.
A estrutura relaciona-se com a gestão e coordenação. Somente a Letra A) e E) tratam
de modelos de gestão, as demais devem ser descartadas. Porém, o Gerencialismo é
uma abordagem metodológica da Ciência da Administração Pública, uma verdadeira
escola do pensamento da gestão pública – algo bem mais amplo. A afirmação de
Rhodes, na assertiva, é mais direcionada ao microcosmo das redes, não da gestão

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pública como um todo. Além disso, a assertiva alinha-se com o conceito de Governança
que vimos nesta aula.
Gabarito: E
2.4. (ESAF – ENAP – ANALISTA - 2006) Assinale a opção que exprime
corretamente características de uma estrutura organizacional em rede.

a) Na estrutura em rede a organização é vista como um sistema fechado.


b) Na estrutura em rede prevalece a uniformidade e conformidade.
c) Na estrutura em rede prevalece o compartilhamento de autoridade e
responsabilidade.

d) Na estrutura em rede as células são formadas considerando a especialização do


trabalho.

e) Na estrutura em rede conjugam-se aspectos funcionais com a de produto e/ou


processo.
Comentários:
Vamos por partes.
A) Errada, pois uma estrutura em redes é considerada um sistema aberto (em que
temos relações com o meio externo e somos impactados por entes externos). Um
sistema fechado é autorreferente, é fechado para o que ocorre fora da organização.
B) Errada, porque nas Rede temos diversos atores diferentes (pluralidade de atores)
atuando. O que prevalece é a troca de informações e recursos por atores diferentes.
Ou seja, o que existe é exatamente o contrário – uma diversidade entre os atores.
C) Certa. Não existe um comando único ou uma hierarquia entre os participantes de
uma organização em rede. A Autoridade e a responsabilidade devem ser
compartilhadas entre os membros da rede.
D) Errada. A diversidade é que é a norma em uma estrutura em redes. A
especialização do trabalho é utilizada em organizações tradicionais (que são
“departamentalizadas” de acordo com as funções principais).
E) Errada. Trouxe uma definição de uma estrutura matricial, e não de uma estrutura
em redes. Veja a figura a seguir, contendo uma estrutura matricial de gestão.

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Gabarito: C
2.5. (ESAF – MPOG – EPPGG - 2009) Comportando a interação de estruturas
descentralizadas e modalidades inovadoras de parcerias entre estatais e
organizações sociais ou empresariais, a abordagem de redes de políticas
públicas se constitui em uma recente tendência da administração pública em
nosso país. Sua proliferação, porém, acarreta vantagens e desvantagens à sua
gestão. Como desvantagem, podemos citar o fato de que as redes:
a) propiciam o desenvolvimento de uma gestão adaptativa.
b) garantem a presença pública sem a necessidade de criação ou aumento de uma
estrutura burocrática.
c) possibilitam a definição de prioridades de uma maneira mais democrática.
d) dificultam a prestação de contas dos recursos públicos envolvidos, por envolver
numerosos atores governamentais e privados.
e) garantem a diversidade de opiniões sobre o problema em questão, por envolverem
mais atores.
Comentários:
Esta questão abordou as vantagens e desvantagens das redes de políticas públicas
apresentadas pela Sonia Teixeira.
De acordo com a autora, as redes trazem os seguintes benefícios:
“Dada a pluralidade de atores envolvidos nas redes é possível a maior
mobilização de recursos e garante-se a diversidade de opiniões sobre o
problema;
Devido à capilaridade apresentada pelas redes, a definição de prioridades é feita
de forma mais democrática, envolvendo organizações de pequeno porte e mais
próximas dos da origem dos problemas;
Por envolver, conjuntamente, governo e organizações não-governamentais,
pode-se criar uma presença pública sem criar uma estrutura burocrática;
Devido à flexibilidade inerente à dinâmica das redes elas seriam mais aptas a
desenvolver uma gestão adaptativa que está conectada a uma realidade social
volátil, tendo que articular as ações de planejamento, execução,
retroalimentação e redesenho, adotando o monitoramento como instrumento de
gestão, e não de controle (1997).
Por serem estruturas horizontalizadas em que os participantes preservam sua
autonomia, os objetivos e estratégias estabelecidos pela rede são fruto dos
consensos obtidos através de processos de negociação entre seus participantes,
o que geraria maior compromisso e responsabilidade destes com as metas
compartilhadas e maior sustentabilidade.“

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Vejam que quase todas as alternativas descrevem pontos positivos das redes de
políticas públicas. A única alternativa que nos apresenta um problema é a letra D. Com
a presença de diversos atores e sem existir um comando central, a prestação de contas
se vê dificultada.
Gabarito: D
2.6. (ESAF – ANA – ANALISTA - 2009) Como instrumento gerencial
contemporâneo, é correto afirmar sobre os mecanismos de rede:

a) seu pressuposto básico é o da articulação conjunta entre as organizações, visando


ao compartilhamento de recursos, exceto o acesso ao know-how, que deve ser
mantido em sigilo.

b) as redes podem ser compreendidas como a formação de relações


interorganizacionais segundo uma perspectiva econômica e mercadológica.

c) as redes são vistas como uma forma rígida e centralizada de governança.


d) a redução dos custos de transação é a única causa da emergência das redes
organizacionais.

e) embora seja um espaço plural, onde coexistem diferentes agentes, a rede


organizacional se caracteriza pela unicidade de capital e de interesses corporativos.
Comentários:
A) Errada. O acesso ao know-how é sim importante e esse recurso deve ser
compartilhado, ou seja, não deve ser mantido em sigilo.
B) Certa. As redes são baseadas em relações entre organizações diferentes e podem
ocorrer tanto no âmbito da iniciativa privada como no âmbito das políticas públicas.
C) Errada. As redes são organizações flexíveis e descentralizadas, e não rígidas e
centralizadas. Não existe um comando centralizado e uma hierarquia, já que são
baseadas na cooperação mútua e na parceria.
D) Errada. Esse ganho na redução dos custos de transação não é o principal fator que
levou à emergência das redes, muito menos o único. O aumento da complexidade dos
problemas, a velocidade da mudança do ambiente, dentre outros fatores, é que
geraram este cenário de proliferação das organizações em rede.
E) Errada. Os capitais e interesses corporativos são múltiplos e não o os mesmos.
Gabarito: B
2.7. (ESAF – MPOG – EPPGG - 2008) Sobre a gestão de redes no setor
público, é correto afirmar que:

a) tornam a ação pública mais facilmente gerenciável, visto que reduzem os


obstáculos para o controle e coordenação das interdependências.

b) são constituídas a partir de critérios explícitos e universais de participação, o que


reduz consideravelmente a concentração das decisões nas mãos de uma elite.

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c) estabelecem metas compartilhadas e preenchem os vazios estruturais existentes na


administração pública.

d) são conduzidas a partir de instrumentos de gestão estratégica amplamente aceitos,


advindo de um vasto acervo de estudos sobre modelos de comportamento
interorganizacional.

e) preconiza a existência de uma gerência social adaptativa para elevar a eficácia das
políticas públicas que lidam com problemas de grande complexidade em contextos
de instabilidade institucional e turbulência política.
Comentários:
Esta questão foi baseada no texto de Sonia Teixeira.
A letra A está incorreta, pois a gestão de redes públicas é mais complexa do que a
atuação tradicional. Existem diversos atores diferentes atuando e o gestor não tem
poder de comando ou hierárquico sobre eles. Deste modo, não é mais facilmente
gerenciável, pelo contrário.
Do mesmo modo, a letra B também está errada. De acordo com a autora,
“Os critérios para participação na rede não são explícitos e universais e podem
provocar marginalização de grupos, instituições, pessoas e mesmo regiões,
podendo deixar a política apenas nas mãos de uma elite.”
A letra C também está errada. Como as responsabilidades são compartilhadas e
diluídas (não fica claro quem é responsável por o quê), muitas metas não são
cumpridas. De acordo com Teixeira,
“as metas compartilhadas não garantem a eficácia no cumprimento dos
objetivos já que as responsabilidades são muito diluídas”
A letra D é tranquila. Naturalmente, estas organizações são ainda recentes e não
existem muitos estudos empíricos sobre elas. Estes instrumentos de coordenação ainda
estão sendo desenvolvidos. A alternativa é incorreta.
Finalmente, a letra E está correta. De acordo com Teixeira,
“É necessário a introdução de uma gerência social adaptativa para tornar
eficazes políticas que enfrentam problemas de elevada complexidade e que se
desenvolvem em contexto de alta turbulência política e instabilidade
institucional. “
Assim sendo, o gabarito da questão é mesmo a letra E.
Gabarito: E

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2.8. (CESPE – TCE/AC – ACE - 2008) As redes de organizações são um tipo


de agrupamento cujo objetivo principal é fortalecer as atividades de cada um
de seus participantes. Atuando em redes, as organizações podem
complementar umas às outras. A maior competição mundial fez com que as
empresas buscassem cooperação com outras organizações. Cada uma foca
naquilo que sabe fazer melhor e trabalho de forma colaborativa com as
outras.
Comentários:
Uma noção fundamental das organizações em rede é a interdependência. As diversas
organizações buscam, através de parcerias, atingir conjuntamente uma série de
objetivos comuns.
Essas organizações acabam se complementando, ou seja, cada organização “entrega”
as outras as competências e recursos que “domina”. Assim, o governo federal, por
exemplo, pode ter os recursos, mas não a capilaridade para atender aos cidadãos de
uma cidade no interior da Amazônia.
Desta forma, pode se unir a uma ONG que atenda melhor esta comunidade. Portanto,
as duas organizações trabalham de maneira colaborativa.
Gabarito: CERTO.
2.9. (CESPE – TCE/AC – ACE - 2008) A confiança é um elemento que nunca
estará presente no sistema de redes; por isso, os atores devem se proteger do
comportamento oportunista uns dos outros e reter conhecimentos e
informações para si.
Comentários:
Como em uma rede não existe a coordenação hierárquica, a confiança deve sim existir.
Portanto, em uma rede a informação deve sim ser compartilhada, e não restringida.
Vimos que a necessidade de compartilhar é a base da formação das redes. Portanto, a
confiança é um fator extremamente importante.
Gabarito: ERRADO.
2.10. (CESPE – TCE/AC – ACE - 2008) A formação de redes organizacionais
pode ser considerada, efetivamente, uma inovação que modifica a forma de
atuação das organizações, tornando-as mais competitivas, já que possibilita a
realização de atividades conjuntas e o compartilhamento de informações. A
formação de redes entre organizações busca aumentar a competitividade do
conjunto delas por meio da cooperação, do compartilhamento.
Comentários:
Exato. A introdução das organizações em rede está ligada à busca de maior
competitividade e eficiência pelas organizações públicas. Para isto, elas necessitam
trabalhar em parceria, de modo colaborativo.
Gabarito: CERTO.

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2.11. (CESPE – TCE/AC – ACE - 2008) De modo geral, a formação de redes, em


seus diversos níveis e aplicações, tem sido considerada, tanto na prática
quanto na teoria, um mecanismo de flexibilização das relações entre as
pessoas, capaz de potencializar o compartilhamento de informação entre
organizações e indivíduos e de contribuir para a geração de conhecimento e
inovação tecnológica. As redes são estruturas flexíveis em que o
conhecimento torna-se fator de extrema importância e que deve ser
compartilhado.
Comentários:
Vejam que esta noção de compartilhamento de informações e recursos é fundamental
nas organizações em rede. As Tecnologias de Informação facilitaram a parceira de
organizações mais facilmente, de modo a buscar objetivos comuns. Acabam
conseguindo uma maior flexibilidade e aumentam sua capacidade de atuação e
eficiência.
Gabarito: CERTO.
2.12. (CESPE EBC Analista - Ciências Sociais / 2011) Considerando os novos
arranjos de políticas públicas, julgue os itens subsequentes. Nas redes de
políticas públicas, estabelece-se a relação hierárquica entre as comunidades
envolvidas.
Comentários:
A assertiva contraria uma característica essencial da Redes: a falta de hierarquia.
Gabarito: ERRADO
2.13. (FGV DPE-RJ Técnico Superior Especializado – Administração/2014) Nos
tempos atuais, a interação entre indivíduos, empresas e outras organizações
nacionais e internacionais, bem como entre Estados, intensificou-se ainda
mais como consequência da globalização das finanças e do comércio,
facilitada pela evolução das comunicações e da informática. Em relação a
Redes de Políticas Públicas, é correto afirmar que:
a) não podem ser utilizadas como ferramentas analíticas sobre as relações entre os
atores que interagem num determinado setor das Políticas Públicas.
b) são metáforas para destacar que a elaboração de Políticas Públicas envolve um
grande número e ampla variedade de atores.
c) estão diretamente ligadas à soberania nacional e que as Políticas Públicas estão
desvinculadas de qualquer tipo de acordos internacionais.
d) não podem ser consideradas como alternativas ao modelo hierárquico de mercado.
e) são um conjunto de relações consideradas instáveis, de natureza hierárquica e
independentes.

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Comentários:
A - Errado. Podem sim ser utilizadas como ferramentas de análise sobre as relações
entre os atores que interagem num determinado setor das Políticas Públicas.
B - Certo. São metáforas, uma figura de linguagem (não existem redes, existem
relações de pessoas e entidades), buscando semelhança de algo abstrato com algo
concreto.
C - Errado. Estão diretamente ligadas à soberania nacional, ou seja, há participação
popular e que as Políticas Públicas estão vinculadas a acordos internacionais. Por
exemplo: acordos climáticos, no combate dos trafico de drogas, armas nucleares etc.
D - Errado. Podem e são considerados como alternativas ao modelo hierárquico de
mercado. São cada vez mais considerados.
E - Errado. São um conjunto de relações consideradas instáveis, de natureza horizontal
e dependentes.
Veja mais em:
http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/5114/1/2008_CeciliaMDeSEscobar.pdf
Gabarito: B

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3. EXERCÍCIOS PROPOSTOS
3.1 (TJ-PR TJ-PR Analista Judiciário - Serviço Social / 2017) A intervenção em
rede nas políticas sociais exige a interação, a cooperação, a interconexão, o
engajamento e a articulação público/privado. Favorece a eficiência, a eficácia
e a efetividade no alcance de objetivos, a utilização de recursos e a geração
de impactos nos resultados projetados. Sobre o tema, analise as afirmações a
seguir e marque a INCORRETA.
a) A atuação em rede significa a existência de uma gama de instituições públicas e
privadas que, pela variedade de recursos disponíveis, garante o atendimento de
necessidades sociais e a redução da desigualdade social.
b) A atuação em rede é um mecanismo de legitimação de uma nova modalidade de
proteção social que emerge e se desenvolve com o avanço das reformas neoliberais, o
pluralismo de bem-estar social em substituição ao Estado de Bem-Estar Social.
c) A atuação em rede divide a responsabilidade pelo bem-estar social entre três
setores: o mercado, para os que podem pagar pelos serviços; as organizações não
governamentais, família e comunidade; e o Estado, com intervenção focalizada nos
mais pobres.
d) É uma modalidade de intervenção social que envolve o mix público/privado e tem
por fundamento uma nova visão de Estado, não mais como gestor, administrador e
executor dos serviços; ao contrário, parte de uma visão liberal do Estado como
normatizador, regulador e coordenador de uma rede de serviços executada e ofertada
pela sociedade.
e) Trata-se de um ataque ao Estado Social intervencionista com políticas
universalistas, redistributivistas e garantidoras de direitos de cidadania; lógica essa
que desresponsabiliza o Estado pelo atendimento das refrações da questão social,
constituindo um processo de reprivatização desse atendimento.

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Gabarito dos Exercícios Propostos:


3.1 – Letra E.

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