módulo
ANÁLISE MATEMÁTICA II
2013
1
CONTEÚDO
11.10Chave de correcção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
As funções a uma variável não cobrem todas as dependências existentes na natureza. Por exemplo, a procura
de um produto como o sumo de laranja depende do seu preço, do salário do consumidor e dos preços dos produtos
substitutos, tais como refrigerantes. Por isso mesmo, torna-se necessário alargar a noção sobejamente conhecida
de dependência funcional e introduzir a noção de função a várias variáveis.
As aulas são teórico-práticas pelo que são compostas de: uma parte expositiva, onde são apresentados
conceitos fundamentais das diferentes matérias do programa juntamente com a demonstração dos principais
resultados, pretendendo-se assim que os alunos adquiram uma visão global dos temas abordados e suas in-
terligações; uma componente prática, onde os alunos aplicarão os conhecimentos adquiridos melhorando a sua
compreensão das matérias leccionadas.
Objectivos do módulo
No final da disciplina o estudante deve ser capaz de:
• Utilizar o pensamento lógico para organizar e relacionar informações recebidas sobre os problemas da vida;
• Quantificar a realidade mediante a realização de cálculos apropriados usando os integrais;
• Actuar na resolução de problemas do quotidiano de acordo com a actividade matemática: estudo das
alternativas possíveis, precisão e rigor no uso da linguagem, flexibilidade para mudar o ponto de vista
quando necessário e perseverança na busca de soluções;
• Enunciar os principais métodos e propriedades de integração;
• Determinar primitivas de funções reais a uma variável;
• Conhecer as condições de existência do integral definido;
• Calcular integrais definidos, como limite da soma integral;
• Calcular, directamente, integrais definidos;
• Investigar a convergência de integrais impróprios;
• Aplicar integrais na resolução de problemas;
• Compreender e determinar derivadas parciais;
• Analisar e calcular extremos e classificá-los;
• Definir integral duplo num rectângulo e numa região qualquer;
• Calcular o integral duplo como limite da soma integral;
• Calcular integrais duplos usando o método de substituição.
2) Estabeleça um tempo mínimo de estudo, de acordo com o seu ritmo e suas necessidades;
3) Procure interagir com os colegas, participando nas discussões propostas, trocando informações, ideias,
reflexões, descobertas e dúvidas;
4) Leia e assista, com muita atenção, os parágrafos e os videos onde se explanam os conceitos teóricos;
5) Ao estudar os exemplos providos em cada unidade, pegue numa esferográfica e papel e repita todos os
passos de resolução;
6) Ao deparar-se com algum conceito, definição, fórmula ou teorema estudados anteriormente, mas que
esqueceu, tome nota e posteriormente procure revê-los;
7) A leitura de algumas páginas de livros recomendados deve ser feita de modo obrigatório e os exercícios
devem ser resolvidos;
8) De tempos em tempos faça uma breve revisão dos temas abordados anteriormente;
Bibliografia
[1] R. A. Adams, Calculus: A Complete Course, Fifth Edition, Addison Wesley Longman, Toronto,
2003.
[2] C. H. Edwards and D. E. Penney, Calculus, Sixth Edition, Prentice Hall, Inc., New Jersey, 2002.
[3] E. V. Alves e M. J. Alves, Elementos de Análise Matemática: Parte II, DMI, Maputo, 2004.
[4] B. P. Demidovitch, Problemas e Exercícios de Análise Matemática, Editora Mir, Moscovo, 1984.
[5] K. Sydsaeter e P. Hammond (com a colaboração de M. Alves e A. Shindiapin), Matemática
Essencial para Análise Económica: Parte II, Texto Editores, Maputo, 2006.
[6] G. Ávila, Análise Matemática para Licenciatura, Editora “Edgard Blucher”, 2006.
[7] E. L. Lima, Curso de Análise, Vol. 1, IMPA, 2004.
[8] E. L. Lima, Análise Real, Vol. 1, IMPA, 2008.
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°Manuel Alves e Elena Alves 1988–2013
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M. Alves, E. Alves 2013 9
1.1 Introdução
O Cálculo Integral lida com o problema de se determinar uma função, conhecendo a sua derivada. A ferramenta
principal utilizada no Cálculo Integral é a primitiva de uma função.
1.2 Objectivos
No fim desta unidade didáctica o aluno será capaz de:
Definição 1. Diremos que F (x) é primitiva da função f (x) no intervalo (a, b) , se para qualquer x ∈ (a, b)
x3
É evidente que qualquer função da forma F (x) = + C , onde C é uma constante qualquer, é também
3
primitiva da função f (x) = x2 , pois
µ ¶0
0 x3
F (x) = +C = x2 = f (x).
3
Teorema 1. Se a função F (x) é primitiva da função f (x) em (a, b) , então o conjunto de todas as primitivas
Demonstração. A função F (x) + C é primitiva da função f (x) . Realmente, (F (x) + C)0 = F 0 (x) = f (x).
Seja G(x) uma outra primitiva de f (x) , isto é G0 (x) = f (x). Então, para qualquer x ∈ (a, b) temos:
Isto significa que G(x) − F (x) = C , onde C é constante. Consequentemente, G(x) = F (x) + C . ¥
10 análise matemática II-Unidade I. Integral indefinido
Definição 2. O conjunto de todas as primitivas F (x) + C para a função f (x) chamaremos integral indefinido
Z
da função f (x) e denota-se pelo símbolo f (x) dx.
onde α 6= 0 é constante.
Realmente,
Z Z Z Z Z
αf (x) dx = αF 0 (x) dx = (αF (x))0 dx = d(αF (x)) = αF (x) + C1 = α(F (x) + C) = α f (x) dx,
C1
onde = C.
α
4. O integral indefinido da soma de funções é igual a soma dos integrais das parcelas:
Z Z Z
(f (x) + g(x)) dx = f (x) dx + g(x) dx.
Z Z Z
= d(F (x) + G(x)) = F (x) + G(x) + C = (F (x) + C1 ) + (G(x) + C2 ) = f (x) dx + g(x) dx,
onde C1 + C2 = C .
Z
Exemplo 1. Determine o integral (2x4 − 3x2 + x − 5) dx.
Resolução. Temos:
Z Z Z Z Z
(2x4 − 3x2 + x − 5) dx = 2 x4 dx − 3 x2 dx + x dx − 5 dx =
µ ¶ µ ¶
x4+1 x2+1 x1+1 2 1
2 + C1 − 3 + C2 + + C3 − 5x + C4 = x5 − x3 + x2 − 5x + C,
4+1 2+1 1+1 5 2
onde C = C1 + C2 + C3 + C4 .
Z
x+1
Exemplo 2. Determine o integral dx.
x
Z Z µ ¶
x+1 1
Resolução. Temos: dx = 1+ dx = x + ln |x| + C .
x x
Z ¯ p ¯
dx ¯ ¯
14. √ = ln ¯x + x2 + a2 ¯ + C ;
Z a2 + x2
dx 1 x
15. = arctg + C ;
Z a2 + x2 a ¯a ¯
dx 1 ¯a + x¯
16. = ln ¯ ¯+C;
a2 − x2 2a ¯ a − x ¯
Z p xp 2 a2 x
17. a2 − x2 dx = a − x2 + arcsin + C ;
Z 2 2 a
p
2 2
xp 2 2
a2 ¯¯ p ¯
¯
18. x ± a dx = x ±a ± ln ¯x + x2 ± a2 ¯ + C .
2 2
1.6 Exercícios
Z
1) Determine (2x3 − 5x2 + 7x − 3) dx;
Z
2 − x4
2) Determine dx ;
1 + x2
Z
√
3) Determine x x dx ;
Z
dx
4) Determine √ dx;
5
x
Z µ ¶2
√ 1
5) Determine x+ √ dx;
3
x
Z
6) Determine 2x 32x 53x dx ;
Z
7) Determine e3x 3x dx;
Z
8) Determine (2 sin x + 3 cos x) dx;
Z
9) Determine (tg x + ctg x)2 dx;
Z
10) Determine tg 2 x dx .
1.7 Respostas
1 4 5 3 7 2
1) x − x + x − 3x + C ;
2 3 2
x3
2) arctgx + x − +C;
3
2 2√
3) x x + C;
5
M. Alves, E. Alves 2013 13
5√5
4) x4 + C ;
4
x2 12 √ √
5) + x 6 x+3 3 x+C;
2 7
2250x
6) +C;
ln 2250
e3x 3x
7) + C;
3 + ln 3
8) −2 cos x + 3 sin x + C ;
9) tg x − ctg x + C ;
10) tg x − x + C .
1.8 Tarefas
Para esta unidade o estudante deverá desenvolver as seguintes actividades:
2) No capítulo 9, do livro Matemática Essencial para Análise Económica-Parte II, ler as páginas de 1 a 7;
resolver, no mesmo capítulo 9, parágrafo 9.1, os exercícios 1, 4, 5, 6 e 7;
5) Do livro de B. Demidovitch, resolver os exercícios 1031, 1032, 1033, 1034, 1039, 1040, 1043, 1044, 1045 e
1046.
1.9 Auto-avaliação
1) Dê a definição de primitiva de uma função;
Z √ √
x−23x+1
9) Determine √ dx ;
4
x
Z
x2
10) Determine dx ;
1 + x2
Z √ √
1 + x2 + 1 − x2
11) Determine √ dx.
1 − x4
Resolução. Vamos desenvolver, primeiro, a expressão a ser integrada (o integrando) que é, nada mais
nada menos, que o cubo de uma diferença. Assim, aplicando a fórmula
Z Z Z Z
= 27 dx − 27 x2 dx + 9 x4 dx − x6 dx =
Assim,
Z Z Z Z Z Z
(1 − x)(1 − 2x)(1 − 3x) dx = (1 − 6x + 11x2 − 6x3 ) dx = dx − 6 x dx + 11 x2 dx − 6 x3 dx =
µ ¶ µ ¶ µ ¶
x1+1 x2+1 x3+1 11 3 3 4
=x−6 + 11 −6 + C = x − 3x2 + x − x + C. ¥
1+1 2+1 3+1 3 2
M. Alves, E. Alves 2013 15
Z µ ¶
a a2 a3
8) Determine + + 3 dx , onde a ∈ R ;
x x2 x
Resolução. Neste exercício aplicamos primeiro as propriedades sobre linearidade e homogeneidade do
integral indefinido, depois recorremos à tabela de integrais. Assim,
Z µ ¶ Z Z 2 Z 3 Z Z Z
a a2 a3 a a a dx 2 dx 3 dx
+ 2 + 3 dx = dx + dx + dx = a + a + a =
x x x x x2 x3 x x2 x3
µ −2+1 ¶ µ −3+1 ¶
x x a2 a3
= a ln |x| + a2 + a3 + C = a ln |x| − − 2 + C. ¥
−2 + 1 −3 + 1 x 2x
Z √ √
x−23x+1
9) Determine √ dx ;
4
x
Resolução. Pegamos a função a ser integrada e vamos fazer algumas transformações algébricas de modo
a usar a tabela de integrais. Assim,
√ √ √ √
x1/2 x2/3
3 3
x − 2 x2 + 1 x x2 1 1
√ = √ − 2 √ + √ = 1/4 − 2 1/4 + 1/4 = x1/4 − 2x5/12 + x−1/4 .
4
x 4
x 4
x 4
x x x x
Portanto, Z √ √ Z ³
x−23x+1 ´
1/4 5/12 −1/4
√ dx = x − 2x + x dx =
4
x
à 5 !
1
x 4 +1 x 12 +1
1
x− 4 +1 4 √ 24 12√ 4√4
= 1 −2 5 + 1 + C = x 4 x − x x5 + x3 + C. ¥
4 + 1 12 + 1 − 4 + 1 5 17 3
Z
x2
10) Determine dx ;
1 + x2
Resolução. Façamos algumas transformações algébricas no integrando:
x2 −1 + 1 + x2 1 1 + x2 1
2
= 2
=− 2
+ =− + 1.
1+x 1+x 1+x 1 + x2 1 + x2
Agora é mais fácil determinar o integral:
Z Z µ ¶ Z Z
x2 1 dx
dx = − + 1 dx = − + dx = −arctg x + x + C. ¥
1 + x2 1 + x2 1 + x2
Z √ √
1 + x2 + 1 − x2
11) Determine √ dx.
1 − x4
Resolução. Façamos algumas transformações algébricas no integrando de modo a que fácilmente pos-
samos fazer uso da tabela de integrais. Assim,
√ √ √ √
1 + x2 + 1 − x2 1 + x2 1 − x2 1 1
√ =√ +√ =√ +√ .
1−x 4 1−x 4 1−x 4 1−x2 1 + x2
Portanto,
Z √ √ Z Z p
1 + x2 + 1 − x2 dx dx
√ dx = √ + √ = arcsin x + ln |x + 1 + x2 | + C. ¥
1 − x4 1 − x2 1 + x2
c
°Manuel Alves e Elena Alves 1988–2013
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16 análise matemática II-Unidade II. Principais métodos de integração
2.1 Introdução
O método de integração a partir do qual dado integral conduz a um ou vários integrais de tabela, por meio de
transformações do integrando e aplicação das propriedades do integral definido, chamaremos integração directa.
Veremos como a regra de cadeia para derivação conduz ao método de substituição. Finalmente, abordaremos o
método de integração por partes que se aplica geralmente em integrandos na forma de produto dum polinómio
por uma função exponencial ou trigonométrica.
2.2 Objectivos
No fim desta unidade didáctica o aluno será capaz de:
Resolução. Temos: Z Z
1 1 (3x − 1)9
(3x − 1)8 dx = (3x − 1)8 d(3x − 1) = + C.
3 3 9
Z
Exemplo 5. Determine o integral tg x dx .
Resolução. Temos: Z Z Z
sin x dx d(cos x)
tg x dx = =− = − ln | cos x| + C.
cos x cos x
Esta fórmula também é conhecida como fórmula de mudança de variável no integral indefinido. Depois de se
determinar o integral que se encontra no lado direito da fórmula, convém passar da nova variável t de novo
para a variável x.
Z
Exemplo 6. Determine o integral e2x dx.
Z Z Z Z
8 8 9 t10 2t9 (x + 2)10 2(x + 2)9
x(x + 2) dx = (t − 2)t dt = t dt − 2 t8 dt = − +C = − + C.
10 9 10 9
Z
√
Exemplo 8. Determine o integral x x − 3 dx.
√
Resolução. Façamos x − 3 = t, então x = t2 + 3 e dx = 2t dt . Consequentemente,
Z Z Z
√ 2 2 2t5 2(x − 3)5/2
x x − 3 dx = 2(t + 3)t dt = 2 (t4 + 3t2 ) dt = + 2t3 + C = + 2(x − 3)3/2 + C.
5 5
18 análise matemática II-Unidade II. Principais métodos de integração
A fórmula obtida chama-se fórmula de integração por partes. Eis alguns tipos de integrais para os quais é
cómodo determinar pelo Zmétodo de integração
Z por partes. Z
1. Integrais do tipo P (x)ekx dx , P (x) sin kx dx , P (x) cos kx dx , onde P (x) é um polinómio, k é
um número real. Para este tipo de integrais é conveniente considerar u = P (x) e denotar por dv os restantes
factores.
2. Integrais do tipo
Z Z Z Z Z
P (x) arcsin x dx, P (x) arccos x dx, P (x) ln x dx, P (x) arctgx dx, P (x) arcctgx dx,
onde P (x) é um polinómio, k é um número real. Para este tipo de integrais é conveniente considerar P (x) dx =
dv e denotar por u os restantes
Z factores. Z
3. Integrais do tipo eax sin bx dx, eax cos bx dx , onde a e b são números reais. Para este tipo de
integrais é conveniente considerar u = eax .
Z
Exemplo 9. Determine o integral (2x + 1)ex dx.
Z
Resolução. Façamos u = 2x + 1 =⇒ du = 2 dx, dv = e dx =⇒ v = x
ex dx = ex . Consequentemente,
segundo a fórmula de integração por partes:
Z Z
(2x + 1)ex dx = (2x + 1)ex − 2 ex dx = (2x + 1)ex − 2ex + C.
Z
Exemplo 10. Determine o integral x cos x dx .
Z
Resolução. Façamos u = x =⇒ du = dx , dv = cos x dx =⇒ v = cos x dx = sin x . Consequentemente,
segundo a fórmula de integração por partes:
Z Z
x cos x dx = x sin x − sin x dx = x sin x + cos x + C.
Z
Exemplo 11. Determine o integral arctg x dx .
1
Resolução. Façamos u = arctgx =⇒ du = dx, dv = dx =⇒ v = x . Por isso, segundo a fórmula de
1 + x2
integração por partes:
Z Z Z
x 1 d(1 + x2 ) 1
arctgx dx = x arctgx − 2
dx = x arctgx − 2
dx = x arctgx − ln(1 + x2 ) + C.
1+x 2 1+x 2
M. Alves, E. Alves 2013 19
2.6 Exercícios
Z
1) Determine e3 cos x sin x dx ;
Z
2) Determine sin(a + bx) dx;
Z
3) Determine (x2 − 3x + 1)10 (2x − 3) dx;
Z p
4) Determine x2 x3 + 5 dx ;
Z
(2 ln x + 3)3
5) Determine dx;
x
Z
f 0 (x)
6) Determine dx;
f (x)
Z
7) Determine ln x dx ;
Z
8) Determine x sin x dx ;
Z
9) Determine x2 ex dx ;
Z
10) Determine x ln x dx .
2.7 Respostas
1
1) − e3 cos x + C ;
3
1
2) − cos(a + bx) + C ;
b
1 2
3) (x − 3x + 1)11 + C ;
11
2 p
4) (x3 + 5) x3 + 5 + C ;
9
1
5) (2 ln x + 3)4 + C ;
8
6) ln |f (x)| + C ;
7) x(ln x − 1) + C ;
8) −x cos x + sin x + C ;
9) ex (x2 − 2x + 2) + C ;
x2
10) (2 ln x − 1) + C .
4
20 análise matemática II-Unidade II. Principais métodos de integração
2.8 Tarefas
Para esta unidade o estudante deverá desenvolver as seguintes actividades:
1) Ler os parágrafos 2.3, 2.4 e 2.5;
2) No capítulo 9, do livro Matemática Essencial para Análise Económica-Parte II, resolver no parágrafo 9.1,
os exercícios 2, 10, 11, 12 e 13;
3) Elaborar uma lista dos principais conceitos abordados;
4) Resolver os exercícios do parágrafo 2.6 desta unidade;
5) Do livro de B. Demidovitch, resolver os exercícios 1051, 1052, 1061, 1192, 1195, 1197, 1211, 1215, 1221 e
1232.
2.9 Auto-avaliação
1) Diga o que entende por integração directa;
2) Diga o que entende por integração por substituição;
3) Diga o que entende por integração por partes;
Z
x
4) Determine √ dx ;
1 − x2
Z
x
5) Determine dx ;
4 + x4
Z
dx
6) Determine ;
e + e−x
x
Z
7) Determine arcsin x dx ;
Z
8) Determine x sin2 x dx ;
Z
9) Determine eαx cos βx dx .
Assim, Z Z
x 1 dt √ p
√ dx = − √ = − t + C = − 1 − x2 + C. ¥
1−x 2 2 t
Z
x
5) Determine dx ;
4 + x4
Resolução. Façamos a substituição
1
t = x2 =⇒ dt = xdx.
2
Deste modo temos:
Z Z Z
x 1 dt 1 dt 1 t 1 x2
dx = = = arctg + C = arctg + C. ¥
4 + x2 2 4 + t2 2 22 + t2 4 2 4 2
Z
dx
6) Determine ;
ex
+ e−x
Resolução. Temos ex + e−x = e−x (e2x + 1) . Assim,
Z Z Z
dx dx ex
x −x
= −x 2x
= dx.
e +e e (1 + e ) 1 + e2x
Assim, Z Z Z
2 1 1
x sin x dx = x dx − x cos 2x dx =
2 2
Z Z
1 1 1 1
= x2 − x cos 2x dx = x2 − x d sin 2x =
4 2 4 4
µ Z ¶ µ ¶
x2 1 x2 1 1
= − x sin 2x − sin 2x dx = − x sin 2x + cos 2x + C. ¥
4 4 4 4 2
22 análise matemática II-Unidade II. Principais métodos de integração
Z
9) Determine eαx cos βx dx .
Z
Resolução. Seja I ≡ eαx cos βx dx . Então
Z µ Z ¶
1 αx 1 αx αx
I= e d sin βx = e sin βx − sin βx de =
β β
µ Z ¶ µ Z ¶
1 1
eαx sin βx − α eαx sin βx dx =
= eαx sin βx − α eαx sin βx dx =
β β
Z µ Z ¶
1 α 1 α
= eαx sin βx + 2 eαx d cos βx = eαx sin βx + 2 eαx cos βx − cos βx deαx =
β β β β
µ Z ¶
1 α 1 αeαx cos βx α2
= eαx sin βx + 2 eαx cos βx − α eαx cos βx = eαx sin βx + − 2 I =⇒
β β β β2 β
α2 1 αx αeαx cos βx βeαx sin βx + αeαx cos βx
=⇒ I + I = e sin βx + = .
β2 β β2 β2
3.1 Introdução
Nesta unidade começaremos por abordar o processo de decomposição duma expressão fraccionária própria em
soma de fracções simples. Vemos a integração de expressões racionais simples. Seguidamente, debruçamo-nos
sobre a integração de expressões racionais mais gerais.
3.2 Objectivos
No fim desta unidade didáctica o aluno será capaz de:
1) Decompor expressões fraccionárias;
2) Integrar expressões racionais cujo denominador é uma expressão do segundo grau;
3) Integrar expressões racionais, após a sua decomposição em fracções simples.
Então,
(1) (2) (α )
Pn (x) A1 A1 A1 1
= + 2
+ ··· + +
Qm (x) x − a1 (x − a1 ) (x − a1 )α1
+············ ······ ··················+
(1) (2) (α )
Ak Ak Ak k
+ + 2
+ ··· + +
x − ak (x − ak ) (x − ak )αk
(1) (1) (2) (2) (β ) (β )
B x + C1 B x + C1 B 1 1 x + C1 1
+ 21 + 21 + · · · + +
x + b1 x + c1 (x + b1 x + c1 )2 (x2 + b1 x + c1 )β1
+············ ······ ··················+
(1) (1) (2) (2) (β ) (β )
Br x + Cr B r x + Cr B r r x + Cr r
+ + + · · · + ,
x2 + br x + cr (x2 + br x + cr )2 (x2 + br x + cr )βr
(p) (p) (p)
onde Al , Bl e Cl são números reais.
24 análise matemática II-Unidade III. Integração de funções racionais
3x − 4
Exemplo 12. Represente a fracção na forma duma soma de fracções simples.
x(x − 2)(x + 1)
Resolução. De acordo com o Teorema 2, temos:
3x − 4 A B C
= + + .
x(x − 2)(x + 1) x x−2 x+1
Daqui segue que
2x2 − 3x − 3
Exemplo 13. Represente a fracção na forma duma soma de fracções simples.
(x − 1)(x2 − 2x + 5)
Resolução. De acordo com o Teorema 2, temos:
2x2 − 3x − 3 A Bx + C
2
= + 2 ,
(x − 1)(x − 2x + 5) x − 1 x − 2x + 5
isto é
2x2 − 3x − 3 A(x2 − 2x + 5) + (x − 1)(Bx + C)
= .
(x − 1)(x2 − 2x + 5) (x − 1)(x2 − 2x + 5)
Daqui segue que
2x2 − 3x − 3 = Ax2 − 2Ax + 5A + Bx2 − Bx − C =⇒ 2x2 − 3x − 3 = (A + B)x2 + (−2A − B + C)x + (5A − C).
A + B = 2, 2A + B − C = 3, C − 5A = 3.
Resolvendo este sistema determinamos A = −1, B = 3 e C = −2 . Logo,
2x2 − 3x − 3 1 3x − 2
=− + .
(x − 1)(x2 − 2x + 5) x − 1 x2 − 2x + 5
Z
Mx + N
J= µ ¶2 dx.
b b2
x+ +c−
2 4
b b b2
Fazendo a substituição x += t, então x = t − , dx = dt . Denotando c − = a2 , temos:
2 2 4
µ ¶
b
Z Z M t− +N
Mx + N 2
J= dx = dt =
x2 + bx + c t2 + a2
Z µ ¶Z µ ¶
t dt Mb dt M 2 2 Mb 1 t
=M + N− = ln(t + a ) + N − arctg + C.
t2 + a2 2 t2 + a2 2 2 a a
Voltando para a variável inicial x obtemos finalmente:
Z
Mx + N M 2N − M b 2x + b
J= dx = ln(x2 + bx + c) + √ arctg √ + C.
x2 + bx + c 2 4c − b2 4c − b2
Z
3x + 1
Exemplo 14. Determine o integral dx.
x2 + 2x + 10
Z Z Z Z
3x + 1 3(t − 1) + 1 t dt 3 2 t
dx = dt = 3 dt − 2 = ln(t2 + 9) − arctg + C.
x2 + 2x + 10 t2 + 9 t2 + 9 t2 + 9 2 3 3
A + C = 4, 2A + B + D = 4, 2A + 2B = 4, 2B = 4.
Resolvendo este sistema obtemos a solução A = 0 , B = 2, C = 4 e D = 2 . Assim,
x5 + 2x3 + 4x + 4 2 4x + 2
=x−2+ 2 + 2 .
x4 + 2x3 + 2x2 x x + 2x + 2
Integramos a igualdade obtida:
Z Z µ ¶ Z
x5 + 2x3 + 4x + 4 2 4x + 2 x2 2 4x + 2
dx = x−2+ 2 + 2 dx = − 2x − + dx.
x4 + 2x3 + 2x2 x x + 2x + 2 2 x (x + 1)2 + 1
Denotando x + 1 = t, então x = t − 1 e dx = dt. Deste modo,
Z Z Z Z
4x + 2 4t − 4 + 2 t dt dt
2
dx = 2
dt = 4 2
− 2 2
=
(x + 1) + 1 t +1 t +1 t +1
= 2 ln(t2 + 1) − 2 arctgt + C = 2 ln(x2 + 2x + 2) − 2 arctg(x + 1) + C.
M. Alves, E. Alves 2013 27
Z
x
Exemplo 17. Determine o integral dx.
x3 − 3x + 2
Resolução. Vamos decompor o integrando em fracções simples e, para tal, começamos por factorizar o deno-
minador. Facilmente se constata que x = 1 anula o denominador. Aplicando a regra de Ruffini, sobre a divisão
de um polinómio por um binómio do tipo x − a, temos x3 − 3x + 2 = (x − 1)2 (x + 2) . Assim,
3.6 Exercícios
Z
dx
1) Determine ;
x2 + 6x + 25
Z
dx
2) Determine ;
2x2 − 2x + 3
Z
3x − 1
3) Determine dx;
x2 − 4x + 8
Z
x dx
4) Determine ;
2x2 + 2x + 5
Z
x2 dx
5) Determine ;
x6 + 2x3 + 3
Z
x2 + 2x + 6
6) Determine dx;
(x − 1)(x − 2)(x − 4)
28 análise matemática II-Unidade III. Integração de funções racionais
Z
dx
7) Determine ;
x5 − x2
Z
x+2
8) Determine dx ;
x(x − 3)
Z
2x2 + x + 3
9) Determine dx;
(x + 2)(x2 + x + 1)
Z
dx
10) Determine .
x3 − 8
3.7 Respostas
1 x+3
1) arctg +C;
4 4
1 2x − 1
2) √ arctg √ +C;
5 5
3 5 x−2
3) ln(x2 − 4x + 8) + arctg + C;
2 2 2
1 1 2x + 1
4) ln(2x2 + 2x + 5) − arctg + C;
4 6 3
1 x3 + 1
5) √ arctg √ ;
3 2 2
¯ ¯
¯ (x − 1) (x − 4)5 ¯
3
¯
6) ln ¯ ¯+C;
(x − 2)7 ¯
1 1 (x − 1)2 1 2x + 1
7) + ln 2 + √ arctg √ + C;
x 6 x +x+1 3 3
2 5
8) − ln |x| + ln |x − 3| + C ;
3 3
1 1 2x + 1
9) − ln(x2 + x + 1) + 3 ln |x + 2| + √ arctg √ + C;
2 3 3
1 1
10) ln |x − 2| − ln(x2 + 2x + 4) .
12 24
3.8 Tarefas
Para esta unidade o estudante deverá desenvolver as seguintes actividades:
1) Ler os parágrafos 3.3, 3.4 e 3.5;
2) Elaborar uma lista dos principais conceitos abordados;
3) Resolver os exercícios do parágrafo 3.6 desta unidade;
4) Do livro de B. Demidovitch, resolver os exercícios 1280, 1282, 1284, 1290, 1291, 1292, 1294, 1298, 1299 e
1300.
M. Alves, E. Alves 2013 29
3.9 Auto-avaliação
1) Enuncie o teorema sobre a decomposição de expressões fraccionárias próprias;
1
2) Decomponha a expressão em soma de fracções simples;
(x − 1)(x2 + x + 1)
t
3) Decomponha a expressão em soma de fracções simples;
(t + 1)3 (t − 1)
Z
2x + 3
4) Determine dx ;
(x − 2)(x + 5)
Z
dx
5) Determine ;
x3 − 1
Z
x4
6) Determine dx;
x4 + 5x2 + 4
Z
dx
7) Determine .
x5 − x4 + x3 − x2 + x − 1
1 A Bx + C (A + B)x2 + (A − B + C)x + A − C
= + = .
(x − 1)(x2 + x + 1) x − 1 x2 + x + 1 (x − 1)(x2 + x + 1)
A + B = 0, A − B + C = 0, A − C = 1,
cuja solução é
1 1 2
A= , B=− , C=− . ¥
3 3 3
t
3) Decomponha a expressão em soma de fracções simples;
(t + 1)3 (t − 1)
Resolução. Temos:
t A B C D
= + + + =
(t − 1)(t + 1)3 t − 1 t + 1 (t + 1)2 (t + 1)3
A(t + 1)3 + B(t − 1)(t + 1)2 + C(t − 1)(t + 1) + D(t − 1)
= .
(t − 1)(t + 1)3
Igualando os numeradores
1 1
e colocando t = −1, t = 1 determinamos D = e A = . Agora falta determinar B e C e para tal
2 8
colocamos na igualdade, por exemplo, t = 0 e t = 2 obtendo deste modo o sistema
3 5
B+C =− , 3B + C = − .
8 8
1 1
Resolvendo este sistema determinamos B = − e C=− . ¥
8 4
Z
2x + 3
4) Determine dx ;
(x − 2)(x + 5)
Resolução. Vamos decompôr o integrando em fracções simples, isto é,
Temos duas fracções com o mesmo denominador e, como elas são iguais, significa que os numeradores são
iguais. Assim, temos a igualdade
Dois polinómios são iguais se os coeficientes ligados às partes literais do mesmo grau coincidem. Portanto,
A + B = 2, 5A − 2B = 3 =⇒ A = B = 1.
Cada um dos integrais à direita calcula-se directamente usando a fórmula vista no resumo teórico, isto é,
Z
A
dx = A ln |x − a| + C.
x−a
Portanto, Z Z
dx dx
= ln |x − 2|, = ln |x + 5|.
x−2 x+5
Em conclusão temos: Z
2x + 3
dx = ln |x − 2| + ln |x + 5| + C. ¥
(x − 2)(x + 5)
Z
dx
5) Determine ;
x3 − 1
1 1
Resolução. Dado o integrando = vamos decompor em fracções simples, isto
x3 −1 (x − 1)(x2 + x + 1)
é,
1 A Bx + C
= + .
(x − 1)(x2 + x + 1) x − 1 x2 + x + 1
Resolvendo pelo método de coeficientes indeterminados temos: A = 1/3 , B = −1/3 , C = −2/3 . Assim,
Z Z Z
dx dx x+2
3
= − 2
dx.
x −1 3(x − 1) 3(x + x + 1)
M. Alves, E. Alves 2013 31
Z
dx
7) Determine .
x5 − x4 + x3 − x2 + x − 1
Resolução. Pegamos o integrando e factorizamos o denominador, isto é,
x5 − x4 + x3 − x2 + x − 1 = x4 (x − 1) + x2 (x − 1) + (x − 1) =
1 A Bx + C Dx + E P4 (x)
= + 2 + 2 = ,
x5 − x4 + x3 2
−x +x−1 x−1 x +x+1 x −x+1 (x − 1)(x + x + 1)(x2 − x + 1)
2
onde
4.1 Introdução
Nesta unidade iremos considerar alguns casos de determinação do integral de funções trigonométricas. A
determinação de integrais desse tipo reduz-se à determinação de integrais de funções racionais se fizermos
a substituição universal. Este método de substituição é, habitualmente, cansativo, mas conduz sempre ao
resultado. Do ponto de vista prático aplicam-se outras substituições mais simples, dependendo das propriedades
do integrando.
4.2 Objectivos
No fim desta unidade didáctica o aluno será capaz de:
Assim, Z Z µ ¶ Z
2 2t 1 − t2
R(sin x, cos x) dx = R , dt = R1 (t) dt,
1 + t2 1 + t 1 + t2
2
1) Se a função R(sin x, cos x) é ímpar em relação a sin x, isto é R(− sin x, cos x) = −R(sin x, cos x) , então a
substituição cos x = t racionaliza o integral;
2) Se a função R(sin x, cos x) é ímpar em relação a cos x , isto é R(sin x, − cos x) = −R(sin x, − cos x) , então
faz-se a substituição sin x = t;
3) Se a função R(sin x, cos x) é par em relação a sin x e cos x, isto é R(− sin x, − cos x) = R(sin x, cos x),
então aZ substituição tg x = t racionaliza o integral. A mesma substituição aplica-se se o integral tem a
forma R(tg x) dx.
Z
dx
Exemplo 19. Determine o integral .
1 + sin2 x
dx
Resolução. Já que R(− sin x, − cos x) = = R(sin x, cos x) , então a substituição a fazer é tg x = t.
1 + sin2 x
Daqui,
dt t2
x = arctgt, dx = , sin2 x = .
1 + t2 1 + t2
Logo, Z Z
dx dt 1 √ 1 √
= = √ arctg 2t + C = √ arctg 2 tg x + C.
1 + sin2 x 2t2+1 2 2
Z
4.4 Integrais do tipo sinm x cosn x dx
1 + cos 2x 1 − cos 2x 1
cos2 x = , sin2 x = , sin x cos x = sin 2x,
2 2 2
se m e n são inteiros pares não negativos;
dt √
Resolução. Vamos fazer a substituição sin x = t. Então, x = arcsint, dx = √ , cos x = 1 − t2 .
1−t 2
Assim,
Z Z p Z
4 dt 1 2 1
5 4 2 5
sin x cos x dx = t ( 1 − t ) √ = (t4 − 2t6 + t8 ) dt = sin5 x − sin7 x + sin9 x + C.
1−t 2 5 7 9
Z
dx
Exemplo 21. Determine o integral .
cos x sin3 x
M. Alves, E. Alves 2013 35
dt t 1
x = arctgt, dx = , sin x = √ , cos x = √ .
1 + t2 1 + t2 1 + t2
Colocando no integral inicial temos:
Z Z Z Z
dx 1 + t2 −3 dt 1 1
3 = 3
dt = t dt + = − 2 + ln |t| + C = − ctg 2 x + ln |tg x| + C.
cos x sin x t t 2t 2
Resolução. Temos:
Z Z µ ¶
1 1 1 1
sin 8x cos 2x dx = (sin 10x + sin 6x) dx = − cos 10x − cos 6x + C.
2 2 10 6
4.6 Exercícios
Z
dx
1) Determine ;
3 + 5 sin x + 3 cos x
Z
cos2 x dx
2) Determine 2 ;
sin x + 4 sin x cos x
Z
3) Determine sin3 x dx ;
Z
cos5 x
4) Determine dx;
sin x
Z
5) Determine sin 3x sin x dx ;
Z
x x
6) Determine cos cos dx;
2 3
Z
7) Determine sin 2x cos 5x dx ;
Z
8) Determine cos4 x dx ;
Z
9) Determine tg 4 x dx ;
Z
cos2 x
10) Determine dx.
sin4 x
36 análise matemática II-Unidade IV. Integração de expressões trigonométricas
4.7 Respostas
1
1) ln |5 tg (x/2) + 3| + C ;
5
x 1 1
2) − + ln | sin x| − ln | sin x + 4 cos x| + C ;
17 4 68
1
3) cos3 x − cos x + C ;
3
1
4) ln | sin x| − sin2 x + sin4 x + C ;
4
1 1
5) sin 2x − sin 4x + C ;
4 8
3 5 x
6) sin x + 3 sin ;
5 6 6
1 1
7) − cos 7x + cos 3x + C ;
14 6
3 1 1
8) x + sin 2x + sin 4x + C ;
8 4 32
1 3x x
9) tg − 2tg + x + C ;
3 2 2
1
10) − ctg 3 x + C .
3
4.8 Tarefas
Para esta unidade o estudante deverá desenvolver as seguintes actividades:
4) Do livro de B. Demidovitch, resolver os exercícios 1338, 1340, 1342, 1365, 1366, 1367, 1372, 1373, 1374 e
1390.
4.9 Auto-avaliação
1) Diga o que entende por substituição trigonométrica universal;
Z
dx
5) Determine ;
a cos x + b sin x
Z
6) Determine sin4 x cos5 x dx ;
Z
7) Determine sin2 x cos2 x dx ;
Z
8) Determine cos6 x dx .
Resolução. Seja R(sin x, cos x) = cos5 x . Vemos, que R(sin x, − cos x) = (− cos x)5 = − cos5 x =
−R(sin x, cos x) , portanto faremos a substituição t = sin x. Assim,
Z Z Z Z
2 2 1
cos x dx = cos x d sin x = (1 − sin x) d sin x = (1 − t2 )2 dt = t − t3 + t5 + C,
5 4 2
3 5
onde t = sin x . ¥
Z
4) Determine sin 5x cos x dx ;
1
sin 5x cos x = (sin 4x + sin 6x).
2
Então,
Z Z
1 1 1
sin 5x cos x dx = (sin 4x + sin 6x) dx = − cos 4x − cos 6x + C. ¥
2 8 12
Z
dx
5) Determine ;
a cos x + b sin x
x 2dt
Resolução. Vamos aplicar a substituição universal t = tg . Então, x = 2 arctg t, dx = ,
2 1 + t2
2t 1 − t2
sin x = e cos x = . Assim,
1 + t2 1 + t2
Z Z ¯ ¯
dx 1 dt 2 ¯ x + φ¯
=√ =√ ln ¯¯tg ¯ + C,
a cos x + b sin x a2 + b2 t a2 + b2 2 ¯
a
onde tg φ = . ¥
b
38 análise matemática II-Unidade IV. Integração de expressões trigonométricas
Z
6) Determine sin4 x cos5 x dx ;
1 5 2 7 1 9 1 2 1
= t − t + t + C = sin5 x − sin7 x + sin9 x + C. ¥
5 7 9 5 7 9
Z
7) Determine sin2 x cos2 x dx ;
µ ¶2
2 1 1
2
Resolução. Vemos que sin x cos x = (sin x cos x) = 2
sin 2x = sin2 2x. Assim, sin2 x cos2 x =
µ ¶ 2 4
1 1 − cos 4x 1
= (1 − cos 4x) . Colocando no integral esta transformação do integrando temos:
4 2 8
Z Z
2 2 1 1 1
sin x cos x dx = (1 − cos 4x) dx = x − sin 4x + C. ¥
8 8 32
Z
8) Determine cos6 x dx .
5.1 Introdução
Nesta unidade iremos abordar integrais cujos integrandos contêm irracionalidades quadráticas.
5.2 Objectivos
No fim desta unidade didáctica o aluno será capaz de:
chamaremos integrais indefinidos com irracionalidades quadráticas. A sua determinação faz-se do seguinte
modo: completamos o quadrado perfeito no radicando
õ ¶2 ! õ ¶2 !
2 b c b2 b 4ac − b2
ax + bx + c = a x+ + − 2 =a x+ + ,
2a a 4a 2a 4a2
b
e fazemos a substituição x + = t . Logo, os dois primeiros integrais reduzem-se a integrais de tabela e o
2a
terceiro integral determina-se como a soma de dois integrais de tabela.
Z
dx
Exemplo 23. Determine o integral √ .
4x2 + 2x + 1
õ ¶2 !
1 3 1
Resolução. Tendo em conta que 4x2 + 2x + 1 = 4 x+ + , introduzimos a substituição x + = t,
4 16 4
1
logo x = t − , dx = dt. Então,
4
¯ r ¯ ¯ sµ ¯
Z Z ¯ ¯ ¯ ¶2 ¯
dx dt 1 ¯ 3¯ 1 ¯ 1 1 3¯
√ = p = ln ¯t + t2 + ¯ + C = ln ¯¯x + + x+ + ¯¯ + C.
4x2 + 2x + 1 t2 + 3/16 2 ¯ 16 ¯ 2 ¯ 4 4 16 ¯
Z
x+4
Exemplo 24. Determine o integral √ dx.
6 − 2x − x2
40 análise matemática II-Unidade V. Integração de expressões irracionais
Resolução. Uma vez que 6 − 2x − x2 = −(x2 + 2x − 6) = −((x + 1)2 − 7) = 7 − (x + 1)2 , então a substituição
tem a forma x + 1 = t, x = t − 1 , dx = dt . Logo,
Z Z Z
x+4 t−1+4 t dt
√ dx = √ dt = √ dt + 3 √ =
6 − 2x − x 2 7−t2 7−t2 7 − t2
p t x+1 p
=− 7 − t2 + 3arcsin √ + C = 3arcsin √ − 6 − 2x − x2 + C.
7 7
Resolução.
√ O mínimo múltiplo comum de 2 e 3 é 6 , logo a substituição é x + 2 = t6 , x = t6 − 2 , dx = 6t5 dt,
t = x + 2. Logo,
6
Z Z Z 2 Z 2 Z µ ¶
dx 6t5 dt t dt (t − 1) + 1 1
p √ = =6 =6 dt = 6 t+1+ dt =
3
(x + 2)2 − x + 2 t4 − t3 t−1 t−1 t−1
√ √ √
= 3t2 + 6t + 6 ln |t − 1| + C = 3 3 x + 2 + 6 6 x + 2 + 6 ln | 6 x + 2 − 1| + C.
Z √
5.5 Integrais do tipo R(x, ax2 + bx + c) dx
O integral do tipo Z p
R(x, ax2 + bx + c) dx, a 6= 0,
resolve-se com ajuda das substituições de Euler, que racionalizam os integrandos. Se b2 − 4ac < 0 , a > 0 , então
aplicamos a primeira substituição de Euler:
p √
t = ax2 + bx + c + x a.
Se ax2 + bx + c = a(x − x1 )(x − x2 ) , onde x1 e x2 são valores reais, então aplicamos a segunda substituição
de Euler: √
ax2 + bx + c
t= .
x − x1
Z
dx
Exemplo 26. Determine o integral √ ;
x + x2 + x + 1
Resolução. A expressão x2 + x + 1 > 0 , portanto vamos aplicar a primeira substituição de Euler:
p t2 − 1 2t2 + 2t + 2
t= x2 + x + 1 + x =⇒ x = =⇒ dx = dt.
1 + 2t (1 + 2t)2
M. Alves, E. Alves 2015 41
Deste modo, Z Z
dx 2t2 + 2t + 2
√ = dt.
x+ x2 + x + 1 t(1 + 2t)2
Decompondo o último integrando em fracções simples temos:
2B + 4A = 2, 4A + B + C = 2, A=2
e encontramos A = 2, B = C = −3 . Em conclusão
Z Z
dx 2t2 + 2t + 2
√ = dt =
x + x2 + x + 1 t(1 + 2t)2
Z Z Z
dt dt dt 3 1 t4
=2 −3 −3 2
= + ln + C,
t 1 + 2t (1 + 2t) 2(1 + 2t) 2 |1 + 2t|3
√
onde t = x + x2 + x + 1.
Z √
x − x2 + 3x + 2
Exemplo 27. Determine o integral √ dx .
x + x2 + 3x + 2
Resolução. Temos x2 + 3x + 2 = (x + 1)(x + 2) , por isso aplicamos a segunda substituição de Euler:
√
x2 + 3x + 2 2 − t2 2t
t= =⇒ x = 2 =⇒ dx = − 2 dt.
x+1 t −1 (t − 1)2
Assim, √
Z Z
x − x2 + 3x + 2 −2t2 − 4t
√ dx = dt.
x + x2 + 3x + 2 (t − 2)(t − 1)(t + 1)3
Pegamos no último integrando e vamos decompô-lo em fracções simples:
−2t2 − 4t A B C D E
= + + + + .
(t − 2)(t − 1)(t + 1)3 t − 2 t − 1 t + 1 (t + 1)2 (t + 1)3
16 3 17 5 1
Determinamos os valores de A, B, C, D e E : A = − , B = , C = − , D = e E = . Em
27 4 108 18 3
conclusão,
Z √
x − x2 + 3x + 2 16 3 17 5 1
√ dx = − ln |t − 3| + ln |t − 1| − ln |t + 1| − − + C.
2
x + x + 3x + 2 27 4 108 18(t + 1) 6(t + 1)2
5.6 Exercícios
Z
dx
1) Determine p √ ;
3
(2x + 1)2 − 2x + 1
Z
dx
2) Determine √ ;
x2 + 2x + 5
42 análise matemática II-Unidade V. Integração de expressões irracionais
Z
dx
3) Determine √ dx;
−1 + 4x − 3x2
Z
dx
4) Determine √ √ ;
1 − 2x − 4 1 − 2x
Z √6
x
5) Determine √ dx;
1+ 3x
Z
dx
6) Determine √ ;
2
x −x−1
Z
5x + 3
7) Determine √ dx;
−x2 + 4x + 5
Z
3x + 2
8) Determine √ dx;
x2 + x + 2
Z
dx
9) Determine √ ;
2
x 2x − 2x − 1
Z
dx
10) Determine √ .
(x + 2) x2 + 2x
5.7 Respostas
3√ 3
√ √
1) 2x + 1 + 3 6 2x + 1 + 3 ln | 6 2x + 1 − 1| + C ;
2
√
2) ln |x + 1 + x2 + 2x + 5| + C ;
1
3) √ arcsin(3x − 2) + C ;
3
√ √ √
4) − 1 − 2x − 2 4 1 − 2x − 2 ln | 4 1 − 2x − 1| + C ;
6√ 6 √ √ √
5) x5 − 2 x + 6 6 x − 6arctg 6 x + C ;
5
¯ ¯
¯ 1 p ¯
6) ln ¯¯x − + x2 − x − 1¯¯ + C ;
2
√ x−2
7) −5 −x2 + 4x + 5 + 13 arcsin +C;
3
¯ ¯
√ 1 ¯¯ 1 p 2 ¯
8) 3 x + x + 2 + ln ¯x + + x + x + 2¯¯ + C ;
2
2 2
x+1
9) −arcsin √ + C ;
x 3
r
x
10) +C.
x+2
M. Alves, E. Alves 2015 43
5.8 Tarefas
Para esta unidade o estudante deverá desenvolver as seguintes actividades:
1) Ler os parágrafos 5.3, 5.4 e 5.5.
2) Elaborar uma lista dos principais conceitos abordados.
3) Resolver os exercícios do parágrafo 5.6 desta unidade.
4) Do livro de B. Demidovitch, resolver os exercícios 1317, 1318, 1319, 1320, 1321, 1322, 1323, 1324, 1325 e
1326.
5.9 Auto-avaliação
1) Explique em que consiste a substituição fraccionário linear;
2) Explique em que consiste a primeira substituição de Euler;
3) Explique em que consiste a segunda substituição de Euler;
Z
dx
4) Determine √ ;
1+ x
Z √
1− x+1
5) Determine √ dx;
1+ 3x+1
Z r
1 3 x + 1
6) Determine dx;
(x + 1) x − 1
Z √ √
x+1− x−1
7) Determine √ √ dx ;
x+1+ x−1
√
Z
x−1
8) Indique a substituição mais adequada para a determinação do integral √ dx ;
2 x−x
Z r
3 x + 1 dx
9) Indique a substituição mais adequada para a determinação do integral .
x − 1 (1 − x)2
Z √
1− x+1
5) Determine √ dx;
1+ 3x+1
Resolução. Façamos a substituição
t6 = x + 1 =⇒ 6t5 dt = dx.
Assim, √ Z Z 5
1− x+1 t − t8
√ dx = 6 dt.
1+ x+1
3
1 + t2
O integrando no último integral é uma fracção imprópria. Vamos reescrevê-la como a soma da parte
inteira mais a parte própria:
t5 − t8 t−1
2
= −t6 + t4 + t3 − t2 − t + 1 + 2 .
1+t t +1
Deste modo,
Z µ 7 ¶ Z Z
t5 − t8 t t5 t4 t3 t2 d(1 + t2 ) dt
6 2
dt = 6 − + + − − + t + 3 2
− 6 =
1+t 7 5 4 3 2 1+t 1 + t2
6t7 6t5 3t4
=− + + − 2t3 − 3t2 + 6t + 3 ln(1 + t2 ) − 6 arctg t + C,
7 5 2
onde t6 = x + 1 . ¥
Z r
1 3 x + 1
6) Determine dx;
(x + 1) x − 1
Resolução. Façamos a substituição
x+1 6t2
t3 = =⇒ dx = − 3 dt.
x−1 (t − 1)2
Portanto, r
Z Z
1 3 x + 1 dt
dx = −3 .
(x + 1) x − 1 (t − 1)(t2 + t + 1)
Neste último integral pegamos o integrando e vamos decompô-lo em fracções mais simples:
1 A Bt + C (A + B)t2 + (A − B + C)t + A − C
= + 2 = .
(t − 1)(t2 + t + 1) t−1 t +t+1 (t − 1)(t2 + t + 1)
Igualando os numeradores temos o sistema
A + B = 0, A − B + C = 0, A − C = 1,
cuja solução é
1 1 2
A= , B=− , C=− .
3 3 3
Deste modo temos:
Z Z Z √ √
dt 1 dt 1 t+2 1 1 2 3 3(2t + 1)
2
= − 2
dt = ln |t−1|− ln(t +t+1)− arctg .
(t − 1)(t + t + 1) 3 t−1 3 t +t+1 3 6 3 3
Em conclusão,
Z r Z √
1 3 x + 1 dt 1 2
√ 3(2t + 1)
dx = −3 = ln |t−1|− ln(t +t+1)− 3 arctg +C. ¥
(x + 1) x − 1 (t − 1)(t2 + t + 1) 2 3
M. Alves, E. Alves 2015 45
Z √ √
x+1− x−1
7) Determine √ √ dx ;
x+1+ x−1
√
Resolução. Pegamos o integrando e evidenciamos a expressão
r x − 1, que se encontra no numerador e
x+1
denominador, após o qual introduzimos a variável t = :
x−1
√ √
x+1− x−1 t−1
√ √ = .
x+1+ x−1 t+1
r
x+1 t2 + 1 4tdt
Já que t = então, x = 2 e, portanto, dx = − 2 . Assim,
x−1 t −1 (t − 1)2
Z √ √ Z
x+1− x−1 t
√ √ dx = −4 3
dt.
x+1+ x−1 (t + 1) (t − 1)
t
Vamos decompor a expressão em fracções simples:
(t + 1)3 (t − 1)
t A B C D
= + + + =
(t − 1)(t + 1)3 t − 1 t + 1 (t + 1)2 (t + 1)3
1 1
e colocando t = −1, t = 1 determinamos D = e A = . Agora falta determinar B e C e para tal
2 8
colocamos na igualdade, por exemplo, t = 0 e t = 2 obtendo deste modo o sistema
3 5
B+C =− , 3B + C = − .
8 8
1 1
Resolvendo este sistema determinamos B = − e C = − . Em conclusão
8 4
Z √ √ Z
x+1− x−1 t
√ √ dx = −4 3
dt =
x+1+ x−1 (t + 1) (t − 1)
· Z Z Z Z ¸
1 dt 1 dt 1 dt 1 dt
= −4 − − + =
8 t−1 8 t+1 4 (t + 1)2 2 (t + 1)3
1 1 1 1
= − ln |t − 1| + ln |t + 1| − + +C =
2 2 t + 1 (t + 1)2
√
x2 x x2 − 1 1 p
= − + ln |x + x2 − 1| + C. ¥
2 2 2
Z √
x−1
8) Indique a substituição mais adequada para a determinação do integral √ dx ;
2 x−x
Resolução. A substituição adequada é x = t2 . ¥
46 análise matemática II-Unidade V. Integração de expressões irracionais
Z r
3 x + 1 dx
9) Indique a substituição mais adequada para a determinação do integral .
x − 1 (1 − x)2
x+1
Resolução. A substituição adequada é = t3 . ¥
x−1
c
°Manuel Alves e Elena Alves 1988–2013
Typeset by LATEX 2ε
M. Alves, E. Alves 2013 47
6.1 Introdução
Nesta unidade iremos abordar o integral definido como limite da soma integral. De seguida iremos demonstrar
a fórmula de Newton-Leibniz e estudaremos as principais propriedades do integral definido. Note-se que a
continuidade do integrando é condição suficiente para sua integrabilidade. Contudo, o integral definido pode
existir também para certas funções descontínuas, em particular se o integrando é limitado no segmento onde
possui um número finito de pontos de descontinuidade.
6.2 Objectivos
No fim desta unidade didáctica o aluno será capaz de:
1) Com a ajuda dos pontos x0 = a, x1 , x2 , . . . , xn = b (x0 < x1 < · · · < xn ) vamos partir o segmento [a, b]
em n segmentos parciais [x0 , x1 ], [x1 , x2 ], . . . , [xn−1 , xn ] ;
Definição 3. A soma (1) chamaremos soma integral da função f (x) no segmento [a, b].
Definição 4. Se (1) possui limite I quando d = max ∆xk → 0 , e que não depende do modo como partimos o
segmento [a, b] e nem da escolha de ζk , diremos que I é o integral definido da função f (x) no segmento [a, b]
Z b
e denota-se f (x) dx .
a
48 análise matemática II-Unidade VI. Integral definido
Assim,
Z b n
X
f (x) dx = lim f (ζk )∆xk (2)
a d→0
k=1
1
Resolução. Dividindo o comprimento do segmento [0, 1] em n partes iguais temos h = . Deste modo, a
n
partição τ de [0, 1] será composta por pontos do tipo xk = kh (k = 0, 1, . . . , n) . Vamos escolher
µ ¶
xk−1 + xk 1
ζk = = k− h, 1 ≤ k ≤ n.
2 2
Então,
n µ
X ¶
1 n2 1
σ= k− h2 = h2 · = .
2 2 2
k=1
Assim,
Z1
1
= lim σ = x dx.
2 n→+∞
0
Teorema 3. (de Cauchy) Se a função y = f (x) é contínua no segmento [a, b], então o integral definido
Z b
f (x) dx existe.
a
Este é o teorema de existência do integral definido. Notemos que a continuidade do integrando é condição
suficiente para sua integrabilidade. Contudo, o integral definido pode existir também para certas funções
descontínuas, em particular se o integrando é limitado no segmento onde possui um número finito de pontos de
descontinuidade.
Vejamos algumas propriedades do integral definido que advêm imediatamente da sua definição (2).
1. O integral definido não depende da notação da variável de integração:
Z b Z b Z b
f (x) dx = f (t) dt = f (z) dz.
a a a
Teorema 4. Se a função y = f (x) é contínua segmento [a, b] e F (x) é sua primitiva em [a, b], então tem
lugar a fórmula
Z b
f (x) dx = F (b) − F (a) (3)
a
Demonstração. Partimos o segmento [a, b] segundo os pontos x0 = a, x1 , x2 , . . . , xn = b (x0 < x1 < · · · < xn )
em segmentos parciais [x0 , x1 ], [x1 , x2 ], . . . , [xn−1 , xn ] .
Seja a identidade
F (b) − F (a) = F (xn ) − F (x0 ) = (F (xn ) − F (xn−1 )) + (F (xn−1 ) − F (xn−2 )) + · · · + (F (x1 ) − F (x0 )).
Transformando cada diferença F (xk ) − F (xk−1 ) ( k = 1, 2, . . . n ) segundo a fórmula de Lagrange f (b) − f (a) =
f 0 (ζ)(b − a) obtemos
n
X n
X
F (b) − F (a) = F 0 (ζn )(xn − xn−1 ) + · · · + F 0 (ζ2 )(x2 − x1 ) + F 0 (ζ1 )(x1 − x0 ) = F 0 (ζk )∆xk = f (ζk )∆xk ,
k=1 k=1
isto é
n
X
F (b) − F (a) = f (ζk )∆xk , (4)
k=1
onde ζk é um certo ponto do intervalo (xk−1 , xk ) . Como a função y = f (x) é contínua em [a, b], então ela é
integrável em [a, b] . Por isso existe o limite da soma integral, que é igual ao integral definido de f (x) em [a, b].
Fazendo em (4) a transição do limite quando d = max ∆xk → 0 , obtemos
n
X
F (b) − F (a) = lim f (ζk )∆xk ,
d→0
k=1
isto é
Z b
F (b) − F (a) = f (x) dx ¥
a
b
A igualdade (3) chama-se fórmula de Newton-Leibniz. Se introduzirmos a notação F (b) − F (a) = F (x)|a ,
então a fórmula de Newton-Leibniz podemos reescrever na seguinte forma:
Z b
b
f (x) dx = F (x)|a .
a
A fórmula de Newton-Leibniz fornece uma maneira cómoda para o cálculo directo do integral definido.
Para calcular o integral definido de uma função contínua f (x) no segmento [a, b] precisamos determinar a sua
primitiva F (x) e calcular a diferença F (b) − F (a) .
Z π
Exemplo 29. Calcule o integral sin x dx .
0
Z 1
dx
Exemplo 30. Calcule o integral .
0 1 + x2
1
Resolução. A primitiva de é arctg x . Aplicando a fórmula de Newton-Leibniz temos
1 + x2
Z 1
dx 1 π
2
= arctg x|0 = arctg 1 − arctg 0 = .
0 1+x 4
Proposição 1. (homogeneidade) Se c é uma constante e a função f (x) é integrável em [a, b], então
Z b Z b
cf (x) dx = c f (x) dx, (5)
a a
Então,
n
X n
X Z b
lim cf (ζk )∆xk = lim c f (ζk )∆xk = c f (x) dx.
d→0 d→0 a
k=1 k=1
Daqui advém que a função cf (x) é integrável em [a, b] e é justa a fórmula (5). ¥
Proposição 2. (linearidade) Se as funções f (x) e g(x) são integráveis em [a, b], então a sua soma f (x) + g(x)
é integrável em [a, b] e
Z b Z b Z b
(f (x) + g(x)) dx = f (x) dx + g(x) dx, (6)
a a a
n
X n
X Z b Z b
lim f (ζk )∆xk + lim g(ζk )∆xk = f (x) dx + g(x) dx. ¥
d→0 d→0 a a
k=1 k=1
Z b Z a
Proposição 3. f (x) dx = − f (x) dx
a b
M. Alves, E. Alves 2013 51
Demonstração. Realmente,
Z b Z a
f (x) dx = F (b) − F (a) = −(F (a) − F (b)) = − f (x) dx. ¥
a b
Proposição 4. (aditividade) Se a função f (x) é integrável no segmento [a, b] e a < c < b , então
Z b Z c Z b
f (x) dx = f (x) dx + f (x) dx. (7)
a a c
Demonstração. Ao partirmos o segmento [a, b], vamos incluir o ponto c como sendo um dos pontos que
compõem a partição. Se c = xm , então a soma integral podemos partir em duas somas:
n
X m
X n
X
f (ζk )∆xk = f (ζk )∆xk + f (ζk )∆xk .
k=1 k=1 k=m
Cada uma das somas é a soma integral nos segmentos [a, b], [a, c] e [c, b], respectivamente. Fazendo o limite
em ambos os lados, quando d → 0, obtemos a igualdade (7). ¥
Proposição 5. (teorema do valor médio) Se a função f (x) é contínua no segmento [a, b] , então existe um
mesmo sinal que f (x) . Assim, se f (x) ≥ 0 no segmento [a, b], então o integral f (x) dx ≥ 0.
a
Demonstração. Pelo teorema do valor médio
Z b
f (x) dx = f (c)(b − a),
a
onde c ∈ [a, b] . Mas como f (x) ≥ 0 para todo x ∈ [a, b], então
f (c) ≥ 0, b − a > 0.
Z b
Assim, f (c)(b − a) ≥ 0, isto é f (x) dx ≥ 0. ¥
a
52 análise matemática II-Unidade VI. Integral definido
Demonstração. Como g(x) − f (x) ≥ 0, a < b, então de acordo com a Proposição 6, temos:
Z b
(g(x) − f (x)) dx ≥ 0.
a
Proposição 8. Se m e M são o menor e maior valores de f (x) no segmento [a, b], então
Z b
m(b − a) ≤ f (x) dx ≤ M (b − a). (8)
a
Demonstração. Como para qualquer x ∈ [a, b] temos a dupla desigualdade m ≤ f (x) ≤ M , então de acordo
com a Proposição 7 temos:
Z b Z b Z b Z b
m dx ≤ f (x) dx ≤ M dx ⇐⇒ m(b − a) ≤ f (x) dx ≤ M (b − a). ¥
a a a a
Demonstração. Aplicando a Proposição 7 para a dupla desigualdade −|f (x)| ≤ f (x) ≤ |f (x)|, obtemos
Z b Z b Z b ¯Z ¯ Z
¯ b ¯ b
¯ ¯
− |f (x)| dx ≤ f (x) dx ≤ |f (x)| dx ⇐⇒ ¯ f (x) dx¯ ≤ |f (x)| dx. ¥
a a a ¯ a ¯ a
6.6 Exercícios
Z 1
1) Calcule x2 dx como limite da soma integral;
0
n(n + 1)(2n + 1)
Nota: 1 + 22 + 32 + · + n2 =
6
Z2
2) Com base na definição de integral definido como limite da soma integral, calcule x2 dx;
−1
n µ ¶
1X b−a
3) Sabendo que Sn = f a+k , calcule lim Sn ;
n n n→∞
k=1
M. Alves, E. Alves 2013 53
Zπ
4) Calcule sin x dx usando a fórmula de Newton-Leibniz;
0
Z 1
5) Calcule ex dx usando a fórmula de Newton-Leibniz;
0
Z π/4
dx
6) Calcule usando a fórmula de Newton-Leibniz;
π/6 cos2 x
Z100
e−x
7) Utilizando o teorema de valor médio, avalie o integral I = dx;
x + 100
0
Z 1
8) Avalie o integral I = x(1 − x)2 dx;
0
Z 1
cos x
9) Avalie o integral I = √ dx;
0 1 + x4
Z1
xn
10) Demonstre a igualdade lim dx = 0.
n→∞ 1+x
0
6.7 Respostas
1
1) ;
3
2) 3 ;
Zb
1
3) f (x) dx
b−a
a
4) 2 ;
5) e − 1 ;
√
3
6) 1 − ;
3
7) e−100 ln 2 ≤ I ≤ ln 2 ;
4
8) 0 < I ≤ ;
27
6.8 Tarefas
Para esta unidade o estudante deverá desenvolver as seguintes actividades:
2) No capítulo 9, do livro Matemática Essencial para Análise Económica-Parte II, ler as páginas 7 a 18;
resolver, no mesmo capítulo 9, parágrafo 9.2, os exercícios 5 e 8; no parágrafo 9.3, resolver os exercícios 1,
2, 3, 7 e 8;
5) Do livro de B. Demidovitch, resolver os exercícios 1501, 1502, 1514, 1515, 1516, 1521, 1528, 1536, 1538 e
1545.
6.9 Auto-avaliação
1) Dê a definição de integral definido como limite da soma integral;
4) Calcule a soma integral para a função f (x) = 1 + x no segmento [−1, 4], dividindo-o em n partes iguais
e escolhendo
xk−1 + xk
ζk = , 1 ≤ k ≤ n;
2
Z1
5) Utilizando a fórmula de Newton-Leibniz, calcule x3 dx;
0
Z2 ½
x2 se 0 ≤ x ≤ 1
6) Utilizando a fórmula de Newton-Leibniz, calcule f (x) dx onde f (x) =
2−x se 1 < x ≤ 2;
0
Z2π
dx
8) Utilizando o teorema de valor médio, avalie o integral I = .
1 + 0.5 cos x
0
4) Calcule a soma integral para a função f (x) = 1 + x no segmento [−1, 4], dividindo-o em n partes iguais
e escolhendo
xk−1 + xk
ζk = , 1 ≤ k ≤ n.
2
Resolução. Dividindo [−1, 4] em n partes iguais obtem-se
n µ ¶ Ã n
! µ ¶
X 1 1 X 1 (n + 1)n n2 25n2
= h2 k− = h2 − n+ k = h2 − n + = h2 · = = 12.5. ¥
2 2 2 2 2 2n2
k=1 k=1
Z1
5) Utilizando a fórmula de Newton-Leibniz, calcule x3 dx.
0
x4
Resolução. A primitiva de f (x) = x3 é F (x) = . Assim,
4
Z1 ¯1
3 x4 ¯¯ 1
x dx = = . ¥
4 ¯0 4
0
Z2 ½
x2 se 0 ≤ x ≤ 1
6) Utilizando a fórmula de Newton-Leibniz, calcule f (x) dx onde f (x) =
2−x se 1 < x ≤ 2.
0
Resolução. Como podemos ver, a função f (x) tem comportamento quadrático em [0, 1] e comportamento
linear em (1, 2]. No cálculo do integral usaremos a propriedade de aditividade que, para este caso, é
Z2 Z1 Z2 ¯1 µ ¶¯2
2 x3 ¯¯ x2 ¯¯ 5
f (x) dx = x dx + (2 − x) dx = + 2x − = . ¥
3 ¯0 2 ¯1 6
0 0 1
Z2 ¯2
1 2 1 x3 ¯¯ 4
µ= x dx = · ¯ = . ¥
2 2 3 0 3
0
56 análise matemática II-Unidade VI. Integral definido
Z2π
dx
8) Utilizando o teorema de valor médio, avalie o integral I = .
1 + 0.5 cos x
0
1
Resolução. Vamos avaliar o integrando f (x) = . Temos
1 + 0.5 cos x
−1 ≤ cos x ≤ 1, ∀ x ∈ [0, 2π];
isto é
2 1
≤ ≤ 2.
3 1 + 0.5 cos x
4π
Integrando a dupla desigualdade de 0 à 2π obtemos ≤ I ≤ 4π. ¥
3
c
°Manuel Alves e Elena Alves 1988–2013
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M. Alves, E. Alves 2013 57
7.1 Introdução
Caro estudante, o método mais simples e cómodo para o cálculo do integral definido duma função contínua
é a fórmula de Newton-Leibniz. Este método usamos sempre quando é possível determinar a primitiva do
integrando. Nesta unidade veremos os métodos de integração por substituição e integração por partes para o
integral definido.
7.2 Objectivos
No fim desta unidade didáctica o aluno será capaz de:
1) A função x = ψ(t) e a sua derivada x0 = ψ 0 (t) são contínuas para t ∈ [α, β];
3) ψ(α) = a e ψ(β) = b.
Então
Z b Z β
f (x) dx = f (ψ(t))ψ 0 (t) dt. (9)
a α
Demonstração. Seja F (x) a primitiva de f (x) no segmento [a, b]. Então, pela fórmula de Newton-Leibniz,
Z b
f (x) dx = F (b) − F (a) . Sabendo que (F (ψ(t))0 = f (ψ(t))ψ 0 (t) , então F (ψ(t)) é primitiva da função
a
f (ψ(t))ψ 0 (t) , t ∈ [α, β]. Por isso, pela fórmula de Newton-Leibniz, temos:
Z β Z b
0 β
f (ψ(t))ψ (t) dt = F (ψ(t))|α = F (ψ(β)) − F (ψ(α)) = F (b) − F (a) = f (x) dx = F (b) − F (a). ¥
α a
1) Quando calculamos o integral definido pelo método de substituição, não precisamos voltar para a variável
inicial;
Z1
x
Exemplo 31. Calcule o integral √ dx.
5 − 4x
−1
Teorema 6. Se as funções u = u(x) e v = v(x) possuem derivadas contínuas em [a, b], então tem lugar a
fórmula
Z b Z b
b
u dv = uv|a − v du. (10)
a a
Logo,
Z b Z b Z b Z b Z b Z b
0 0 b b b
vu dx + uv dx = uv|a =⇒ v du + u dv = uv|a =⇒ u dv = uv|a − v du. ¥
a a a a a a
M. Alves, E. Alves 2013 59
Zπ
Exemplo 33. Calcule o integral x sin x dx .
0
Zln 2
Exemplo 34. Calcule o integral xe−x dx.
0
−x −x
Resolução. Como e dx = −de então
1 1 1 1 1 e
= − ln 2 − + 1 = (− ln 2 + 1) = (ln e − ln 2) = ln .
2 2 2 2 2 2
Teorema 7. Seja f (x) uma função par no segmento simétrico [−a, a] . Então,
Za Za
f (x) dx = 2 f (x) dx. (11)
−a 0
Za Z0 Za
f (x) dx = f (x) dx + f (x) dx.
−a −a 0
Z0 Za
f (x) dx = f (x) dx.
−a 0
Z0 Z0 Za Za
f (x) dx = − f (−t) dt = f (−t) dt = f (t) dt,
−a a 0 0
Teorema 8. Seja f (x) uma função ímpar no segmento simétrico [−a, a]. Então,
Za
f (x) dx = 0. (12)
−a
Za Z0 Za
f (x) dx = f (x) dx + f (x) dx.
−a −a 0
Z0 Za
f (x) dx = − f (x) dx.
−a 0
Z0 Z0 Za Za
f (x) dx = f (−t) dt = f (−t) dt = − f (t) dt,
−a a 0 0
Resolução. Como f (x) = cos2 x sin3 x é ímpar, pois f (−x) = −f (x) , pelo Teorema 8 temos que
Zπ
cos2 x sin3 x dx = 0.
−π
Zπ/2
Exemplo 36. Calcule o integral cos x dx .
−π/2
Resolução. Como f (x) = cos x é par, pois f (−x) = f (x) , pelo Teorema 7 temos que
Zπ/2 Zπ/2
π
cos x dx = 2 cos x dx = sin − sin 0 = 1.
2
−π/2 0
7.6 Exercícios
Ze
1) Calcule cos ln x dx ;
1
M. Alves, E. Alves 2013 61
Zπ/6
sin2 x
2) Calcule dx;
cos x
0
Z2
dx
3) Calcule ;
x2 +x
1
Zπ/2
4) Calcule ex cos x dx ;
0
Z3
x2 sin 2x
5) Calcule dx;
x2 + 1
−3
Z1
6) Calcule xarctgx dx ;
−1
Z1
7) Calcule xe−x dx ;
0
Ze
ln2 x
8) Calcule dx ;
x
1
Zπ/3
x sin x
9) Calcule dx;
cos2 x
−π/3
Z1
x2 arcsin x
10) Calcule √ dx.
x2 + 1
−1
7.7 Respostas
eπ/2 − 1
1) ;
2
1
2) (ln 3 − 1) ;
2
4
3) ln ;
3
eπ/2 − 1
4) ;
2
5) 0 ;
π
6) − 1;
2
62 análise matemática II-Unidade VII. Cálculo do integral definido
e−2
7) ;
2
1
8) ;
3
µ ¶
2π 5π
9) 2 − ln tg ;
3 12
10) 0 .
7.8 Tarefas
Para esta unidade o estudante deverá desenvolver as seguintes actividades:
2) 2) No capítulo 9, do livro Matemática Essencial para Análise Económica-Parte II, ler as páginas de 25 a
32; resolver, no mesmo capítulo 9, parágrafo 9.5 os exercícios 2 e 5; no parágrafo 9.6 resolver os exercícios
3 e 7;
5) Do livro de B. Demidovitch, resolver os exercícios 1582, 1584, 1587, 1596, 1597, 1599, 1600, 1601, 1602 e
1607.
7.9 Auto-avaliação
1) Enuncie o teorema de integração por substituição no integral definido;
3) Prove que o integral duma função ímpar, num intervalo simétrico, é igual a zero;
Ze
4) Calcule | ln x| dx;
1/e
Z2π
5) Calcule x2 cos x dx ;
0
Zln 2
√
6) Calcule ex − 1 dx ;
0
Z1 √
arcsin x
7) Calcule p dx;
x(1 − x)
0
M. Alves, E. Alves 2013 63
8) Demonstre a igualdade
2
Za Za
3 2 1
x f (x ) dx = xf (x) dx (a > 0);
2
0 0
Zb Z1
f (x) = (b − a) f (a + (b − a)x) dx;
a 0
.
Z2π
5) Calcule x2 cos x dx .
0
Resolução. Neste exercício, com o intuito de fazer desaparecer o factor x2 que se encontra no integrando,
aplicamos duas vezes a integração por partes. Como cos xdx = d sin x , então
Z2π Z2π Z2π ´
2π 2π
= −2 x sin x dx = 2 x d cos x = 2 x cos x|0 − cos x dx = 2 (2π − sin x|0 = 4π. ¥
0 0 0
64 análise matemática II-Unidade VII. Cálculo do integral definido
Zln 2
√
6) Calcule ex − 1 dx .
0
2t
Resolução. Fazemos ex − 1 = t2 , então ex dx = 2tdt . Assim, dx = dt. Quando x = 0 temos t = 0
1 + t2
e quando x = ln 2 temos t = 1 . Deste modo
1
Zln 2 Z1 Z1 Z Z1
√ 2t2 t2 + 1 − 1 dt
ex − 1 dx = dt = 2 dt = 2 dt − =
1 + t2 t2 + 1 1 + t2
0 0 0 0 0
³ ´ ³ π´ π
1
= 2 t − arctg t|0 = 2 1 − =2− . ¥
4 2
Z1 √
arcsin x
7) Calcule p dx.
x(1 − x)
0
√ dx
Resolução. Façamos t = arcsin x, então dt = p . Quando x = 0 temos t = 0 e quando
2 x(1 − x)
π
x = 1 temos t = . Deste modo
2
Z1 √ Zπ/2
arcsin x π2
2 p dx = 2 t dt = . ¥
2x x(1 − x) 4
0 0
8) Demonstre a igualdade
2
Za Za
3 2 1
x f (x ) dx = xf (x) dx (a > 0).
2
0 0
dt
Resolução. Façamos t = x2 , então 2xdx = dt e, portanto, dx = √ . Quando x varia de 0 à a temos
2 t
t variando de 0 até a2 . Assim,
Za √
2 2
Za Za
t tf (t) 1
x3 f (x3 ) dx = √ dt = tf (t) dt. ¥
2 t 2
0 0 0
x−a dx
Resolução. Façamos t = , então dt = e quando x varia de a à b temos t variando de 0
b−a b−a
até 1. Vê-se que
Zb Z1 Z1
f (x) dx = f (a + (b − a)t)(b − a) dt = (b − a) f (a + (b − a)t) dt. ¥
a 0 0
M. Alves, E. Alves 2013 65
c
°Manuel Alves e Elena Alves 1988–2013
Typeset by LATEX 2ε
66 análise matemática II-Unidade VIII. Integrais impróprios
8.1 Introdução
Nesta unidade vamos estudar integrais de funções contínuas, mas com intervalo de integração infinito ou integrais
com intervalos de integração finito, mas cujo integrando possui descontinuidade nesse intervalo de integração.
Tais integrais chamam-se integrais impróprios.
8.2 Objectivos
No fim desta unidade didáctica o aluno será capaz de:
Z +∞ Z b
f (x) dx = lim f (x) dx
a b→+∞ a
Z +∞
Neste caso dizemos que o integral impróprio f (x) dx converge. Se este limite não existe ou é igual a
Z +∞ a
O integral impróprio com ambos limites de integração infinitos define-se pela fórmula
Z +∞ Z c Z +∞
f (x) dx = f (x) dx + f (x) dx,
−∞ −∞ c
onde c é um real qualquer. Neste caso o integral que se encontra no lado esquerdo converge só e somente só
quando convergem ambos integrais no lado direito.
Z +∞
dx
Exemplo 37. Calcule o integral .
1 x2
M. Alves, E. Alves 2013 67
O integral converge.
Z +∞
dx
Exemplo 38. Calcule o integral .
1 x
Resolução. Por definição,
Z +∞ Z b
dx dx b
= lim = − lim ln x|1 = − lim ln b = ∞.
1 x b→+∞ 1 x b→+∞ b→+∞
O integral diverge.
Teorema 9. (de comparação) Se no intervalo [a, +∞) as funções contínuas f (x) e g(x) satisfazem a condição
Z b Z b−²
f (x) dx = lim f (x) dx
a ²→0 a
Z b
Se este limite existe, então o integral impróprio f (x) dx converge. Se este limite não existe ou é igual a
Z b a
Se a função f (x) possui descontinuidade do segundo tipo no ponto interior c de [a, b], então o integral
impróprio do segundo tipo define-se pela fórmula
Z b Z c Z b
f (x) dx = f (x) dx + f (x) dx.
a a c
Neste caso o integral que se encontra no lado esquerdo converge só somente só quando convergem ambos integrais
no lado direito.
Z 1
Exemplo 41. Calcule o integral ln x dx .
0
Resolução. Temos aqui um integral impróprio do segundo tipo, com singularidade no ponto x = 0 . Por
definição Z 1 Z 1
ln x dx = lim+ ln x dx.
0 ε→0 ε
Z 1
Integrando ln x dx por partes temos:
ε
Z 1 Z 1
1
ln x dx = x ln x|ε − dx = −ε ln ε − 1 + ε
ε ε
Z1
Assim, ln x dx = −1.
0
M. Alves, E. Alves 2013 69
Z 1
dx
Exemplo 42. Calcule o integral √ .
−1 1 − x2
1
Resolução. A função f (x) = √ possui singularidade nos pontos x = −1 e x = 1 , sendo f (−x) = f (x).
1 − x2
Então,
Z 1 Z 1
dx dx
√ =2 √ .
1−x 2 1 − x2
−1 0
Por definição,
Z 1 Z 1−ε
dx dx π
√ = lim+ √ = lim+ arcsin(1 − ε) = .
0 1 − x2 ε→0 0 1−x 2 ε→0 2
Em conclusão obtemos: Z 1
dx
√ = π.
−1 1 − x2
Teorema 11. (de comparação) Se no intervalo [a, b) as funções f (x) e g(x) são contínuas e possuem no ponto
Seja
Z 3/2
def dx
I1 = .
1 (x − 2)p lnq x
Fácilmente constatamos que
1 1
p q ∼ , x → 1.
(x − 2) ln x (−1) (x − 1)q
p
Z 3/2
dx
O integral converge se q < 1 , daí que I1 também converge se q < 1 . Vejamos agora o
1 (−1)p (x − 1)q
integral Z 2
def dx
I2 = .
3/2 (x − 2)p lnq x
É evidente que
1 1
∼ , x → 2,
(x − 2)p lnq x (x − 2)p lnq 2
Z 2
dx
daí que o integral converge se p < 1, portanto I2 também converge se p < 1. Deste modo
3/2 (x − 2)p lnq x
temos: Z 2
dx
(x − 2) p lnq x
1
converge se p < 1 e q < 1 .
8.5 Exercícios
Z∞
arctgx
1) Calcule dx;
1 + x2
0
M. Alves, E. Alves 2013 71
Z0
dx
2) Calcule ;
4 + x2
−∞
Z2
x5 dx
3) Calcule √ ;
4 − x2
0
Z1
dx
4) Calcule p ;
x(1 − x)
0
Z1
5) Calcule x ln2 x dx ;
0
Z
+∞
dx
6) Investigue a convergência do integral ;
1 + x10
1
Zb
dx
7) Investigue a convergência do integral , a < b;
(b − x)p
a
Z∞
1 + x2
8) Investigue a convergência do integral dx;
x3
1
Z1
dx
9) Investigue a convergência do integral ;
tg x − x
0
Z1
cos2 x
10) Investigue a convergência do integral √
3
dx.
1 − x2
0
8.6 Respostas
π2
1) ;
8
π
2) ;
4
256
3) ;
15
4) π ;
1
5) ;
4
6) Converge;
7) Converge, se p < 1 e diverge se p ≥ 1;
72 análise matemática II-Unidade VIII. Integrais impróprios
8) Diverge;
9) Diverge;
10) Converge.
8.7 Tarefas
Para esta unidade o estudante deverá desenvolver as seguintes actividades:
1) Ler os parágrafos 8.3 e 8.4;
2) No capítulo 9, do livro Matemática Essencial para Análise Económica-Parte II, ler as páginas de 32 a 39;
resolver, no mesmo capítulo 9, parágrafo 9.7 os exercícios 1, 2, 3, 6, 11 e 12;
3) Elaborar uma lista dos principais conceitos abordados;
4) Resolver os exercícios do parágrafo 8.5 desta unidade;
5) Do livro de B. Demidovitch, resolver os exercícios 1546, 1549, 1551, 1554, 1562, 1567, 1568, 1569, 1572 e
1573.
8.8 Auto-avaliação
1) Dê a definição de integral impróprio do primeiro tipo;
2) Enuncie o teorema de comparação para o integral impróprio do primeiro tipo;
3) Dê a definição de integral impróprio do segundo tipo;
4) Enuncie o teorema de comparação para o integral impróprio do segundo tipo;
Z
+∞
dx
5) Calcule (a > 0) ;
xλ
a
Z
+∞
Z
+∞
x2 + 1
7) Calcule dx ;
x4 + 1
0
Z
+∞
x2
8) Investigue a convergência do integral dx;
x4 − x2 + 1
0
Z
+∞
dx
9) Investigue a convergência do integral √
3
;
x 1 + x2
1
Z
+∞
Z
+∞
Façamos a denotação
ZA
def
I = e−ax cos bx dx.
0
1 ³ −aA a ´ a a2
= e sin bA − e−aA cos bA + 2 − 2 I =⇒
b b b b
µ ¶ ³ ´
a2 1 −aA a a
=⇒ I 1 + 2 = e sin bA − e−aA cos bA + 2 .
b b b b
Passando ao limite, quando A → +∞, temos:
µ ¶Z
+∞ Z
+∞
a2 + b2 −ax a a
e cos bx dx = 2 =⇒ e−ax cos bx dx = 2 . ¥
b2 b a + b2
0 0
Z
+∞
x2 + 1
7) Calcule dx .
x4 + 1
0
Resolução. Façamos algumas transformações no integrando:
µ ¶ µ ¶ µ ¶ µ ¶
2 4 2 1 2 2 1 1 2 1
f (x) = (x + 1) ÷ (x + 1) = x 1 + 2 ÷ x x + 2 = 1 + 2 ÷ x + 2 .
x x x x
µ ¶
1 1
Seja t = x − , então dt = 1 + 2 dx e quando x varia de 0 à +∞ , t varia de −∞ à +∞. Sendo
x x
1 1
t = x − temos t2 + 2 = x2 + 2 .
x x
Deste modo,
Z
+∞ Z
+∞ Z
+∞ ZA
x2 + 1 dt dt dt
dx = =2 = 2 lim =
x4 + 1 t2 + 2 t2 + 2 A→+∞ t2 + 2
0 −∞ 0 0
¯A √
1 x ¯¯ 1 A √ A 2π
= 2 lim √ arctg √ ¯ = 2 lim √ arctg √ = 2 lim arctg √ = . ¥
A→+∞ 2 2 0 A→+∞ 2 2 A→+∞ 2 2
Z
+∞
x2
8) Investigue a convergência do integral dx.
x4 − x2 + 1
0
Resolução. Temos neste caso um integral impróprio do primeiro tipo. Com base na aditividade, é justa
a igualdade:
Z
+∞ Z1 Z
+∞
x2 x2 x2
dx = dx + dx.
x4 − x2 + 1 x4 − x2 + 1 x4 − x2 + 1
0 0 1
Z
+∞
x2
dx.
x4 − x2 + 1
1
x2 1
∼ 2.
x4 − x2 + 1 x
M. Alves, E. Alves 2013 75
Z
+∞ Z
+∞
dx x2
O integral converge , portanto o integral dx também converge e, consequente-
x2 x4 − x2 + 1
1 1
Z
+∞
2
x
mente, converge o integral dx. ¥
x4 − x2 + 1
0
Z
+∞
dx
9) Investigue a convergência do integral √
3
.
x 1 + x2
1
Z
+∞ Z
+∞
dx 5 dx
O integral 5/3
converge, pois λ = > 1, logo √ converge. ¥
x 3 3
x 1 + x2
1 1
Z
+∞
Resolução. É fácil ver, que a convergência do integral depende dos valores que o parâmetro p pode
tomar. Se p < 1, o ponto 0 é ponto de singularidade, portanto é preciso partir o intervalo de integração
em dois sub-intervalos, por exemplo de 0 à 1 e de 1 à +∞ . Então,
Z
+∞ Z1 Z
+∞
p−1 −x p−1 −x
x e dx = x e dx + xp−1 e−x dx.
0 0 1
Temos que
xp−1 e−x ∼ xp−1 , x → 0.
Z1
dx
O integral converge se 1 − p < 1 , isto é, se p > 0.
x1−p
0
Z
+∞
Vejamos agora o segundo integral xp−1 e−x dx. Como a função e−x decresce mais rápidamente do que
1
1
qualquer função do tipo λ , λ > 1 , quando x → +∞ , então este integral converge, quaisquer que sejam
x
Z
+∞
c
°Manuel Alves e Elena Alves 1988–2013
Typeset by LATEX 2ε
76 análise matemática II-Unidade IX. Aplicações do integral
9.1 Introdução
O Cálculo Integral tem muitas aplicações na resolução de problemas geométricos, físicos, económicos e etc.
Iremos, nesta unidade, ver algumas dessas aplicações do integral.
9.2 Objectivos
No fim desta unidade didáctica o aluno será capaz de:
1) Calcular áreas;
2) Calcular comprimentos;
3) Calcular volumes.
Notemos que, se a figura está delimitada pelas linhas y = f (x) , y = g(x) x = a, x = b e f (x) ≥ g(x) em
[a, b], a sua área calcula-se pela fórmula
Z b Z b Z b
S= f (x) dx − g(x) dx = (f (x) − g(x)) dx.
a a a
Exemplo 45. Calcule a área da figura delimitada pelo eixo das abcissas e pelo gráfico da função y = 2x − x2 ,
0 ≤ x ≤ 2.
Resolução. Aplicando a fórmula (13) calculamos a área:
Z 2 ¯2
2 x3 ¯¯ 4 2
S= (2x − x ) dx = x − ¯ = .
0 3 0 3
Proposição 11. Suponhamos que o trapézio curvilíneo é delimitado por uma linha dada na forma paramétrica
x = x(t), y = y(t), α ≤ t ≤ β.
Exemplo 46. Calcule a área da figura delimitada pela elipse x = a cos t, y = b sin t.
Resolução. Vamos, primeiro, calcular 1/4 da área S da elipse. Aqui, x varia de 0 a a, logo t irá variar de
π/2 a 0. Aplicando a fórmula (14) temos
¯ Z ¯ ¯ ¯
S ¯ π/2 ¯ ab ¯Z π/2 ¯ πab
¯ 2 ¯ ¯ ¯
= ¯ab sin t dt¯ = ¯ (1 − cos 2t) dt¯ = .
4 ¯ 0 ¯ 2 ¯ 0 ¯ 4
Em conclusão, S = πab.
Proposição 12. Suponhamos que uma figura plana é delimitada por uma linha dada na forma polar ρ = ρ(ϕ)
Exemplo 47. Calcule a área da figura delimitada pela rosa de três-pétalas ρ = 2 cos 3ϕ .
Resolução. Vamos calcular, primeiro, a metade da área duma pétala, isto é 1/6 de toda a área:
Z Z π/6
S 1 π/6 2 π
= (2 cos 3ϕ) dϕ = (1 + cos 6ϕ) dϕ =
6 2 0 0 6
Em conclusão, S = π .
Proposição 13. O comprimento L da curva plana AB , dada pela equação y = f (x) , onde a ≤ x ≤ b,
x = x(t), y = y(t), α ≤ t ≤ β,
ρ = ρ(ϕ), α ≤ ϕ ≤ β,
Resolução. Tendo em conta que o cardióide é simétrico em relação ao eixo polar, vamos calcular metade do
comprimento e depois multiplicamos esse resultado por dois. Aplicando a fórmula (18) temos
Z πp Z π
L ϕ
=2 2 + 2 cos ϕ dϕ = 4 cos dϕ = 8.
2 0 0 2
Em conclusão, L = 16 .
Proposição 16. O volume V de um corpo, gerado pela rotação duma linha y = y(x) , a ≤ x ≤ b, à volta do
No caso mais geral, o volume dum corpo gerado pela rotação à volta do eixo das abcissas de um anel,
formado pelas linhas y1 (x) ≤ y(x) ≤ y2 (x) , a ≤ x ≤ b, onde y1 (x) e y2 (x) são funções contínuas, não
negativas, calcula-se pela fórmula
Z b
V =π (y22 (x) − y12 (x)) dx.
a
Exemplo 51. Calcule o volume do corpo gerado pela rotação à volta do eixo OX da figura limitada pela curva
Proposição 17. Se o arco duma curva definida por y = f (x) , a ≤ x ≤ b, gira à volta do eixo das abcissas,
Exemplo 52. Calcule a área da superfície formada pela rotação à volta do eixo OX , do arco do sinusóide
π
y = sin 2x de x = 0 até x =
2
Resolução. Determinamos, primeiro, y 0 = 2 cos 2x . Então,
Zπ/2 p
Sx = 2π sin 2x 1 + 4 cos2 2x dx.
0
1
Façamos a mudança de variável: 2 cos 2x = t, −4 sin 2x dx = dt , sin 2x dx = − dt . Vamos determinar os
4
π
limites de integração após esta mudança: se x = 0, então t = 2 , se x = , então t = −2. Deste modo temos:
2
à !
Z−2p µ
1
¶
π
Z2 p
π tp 1 ³ p ´¯¯2
Sx = 2π 2
1+t − dt = 2
1 + t dt = 2 2
1 + t + ln t + 1 + t ¯ ¯ =
4 2 2 2 2 −2
2 −2
à √ !
π √ 1 5+2 π³ √ √ ´
= 2 5 + ln √ = 2 5 + ln( 5 + 2) .
2 2 5−2 2
x = x(t), y = y(t), α ≤ t ≤ β,
Exemplo 53. Calcule a área da superfície formada pela rotação à volta do eixo OX , do arco do ciclóide
x = t − sin t , y = 1 − cos t, 0 ≤ t ≤ 2π .
Resolução. Quando da rotação da metade do arco do ciclóide à volta do eixo OX a área da superfície de
rotação é igual a
Z π p
Sx 32π
= 2π (1 − cos t) (1 − cos t)2 + (sin t)2 dt = .
2 0 3
64π
Logo, Sx = .
3
80 análise matemática II-Unidade IX. Aplicações do integral
9.6 Exercícios
1) Calcule a área da figura limitada pelas linhas y = −x2 , x + y + 2 = 0 ;
2) Calcule a área da figura limitada pela linha x = 12 cos t + 5 sin t, y = 5 cos t − 12 sin t ;
3) Calcule a área da figura limitada pela linha ρ = a sin 3ϕ ;
π π
4) Calcule o comprimento da linha y = ln sin x , − ≤x≤ ;
3 3
π
5) Calcule o comprimento da linha x = 8 sin t + 6 cos t, y = 6 sin t − 8 cos t, 0 ≤ t ≤ ;
2
6) Calcule o comprimento da linha ρ = a sin ϕ;
7) Calcule o volume do corpo obtido pela rotação à volta do eixo das abcissas da figura limitada pelas linhas
64
y= 2 e x2 = 8y ;
x + 16
8) Calcule o volume do corpo obtido pela rotação à volta do eixo das abcissas da figura limitada pelas linhas
x2 x3
y= e y= ;
4 8
9) Calcule a área da superfície obtida pela rotação à volta do eixo das abcissas do arco da curva y = x2 ,
1
0≤x≤ ;
2
x2 y2
10) Calcule a área da superfície obtida pela rotação à volta do eixo das abcissas do arco da elipse + .
a2 b2
9.7 Respostas
9
1) S = ;
2
2) S = 169π ;
πa2
3) S = ;
12
1
4) L = ln 3 ;
2
5) L = 5π ;
6) L = πa ;
16π
7) V = ;
5
4π
8) V = ;
35
61π
9) Sx = ;
1728
à √ !
a2 a2 − b2
10) 2πb b + 2 arcsin .
a − b2 a
M. Alves, E. Alves 2013 81
9.8 Tarefas
Para esta unidade o estudante deverá desenvolver as seguintes actividades:
2) No capítulo 9, do livro Matemática Essencial para Análise Económica-Parte II, ler as páginas de 7 a 10
e 18 a 25; resolver, no mesmo capítulo 9, parágrafo 9.2, os exercícios 1, 2, 3 e 4; no mesmo capítulo 9,
parágrafo 9.4, resolver os exercícios 1, 3, 4 e 5;
5) Do livro de B. Demidovitch, resolver os exercícios 1623, 1624, 1638, 1640, 1665, 1677, 1685, 1687, 1714 e
1716.
9.9 Auto-avaliação
1) Escreva a fórmula do cálculo da área em coordenadas polares;
θ π
7) Calcule o comprimento do arco da curva ρ = sin3 , 0 ≤ θ ≤ ;
3 2
8) Calcule o volume do corpo gerado pela rotação à volta do eixo OX da figura limitada pela curva y 2 =
(x − 1)3 e pela recta x = 2 ;
9) Calcule a área da superfície formada pela rotação à volta do eixo OX , do arco do sinusóide y = sin 2x de
π
x = 0 até x = .
2
Zπ/2 r Zπ/2p
5 1 3 2 5
= sin 2t + cos 2t dt = − 1 + 3 cos2 2t d(cos 2t) =
2 4 4 8
0 0
Ã√ !¯π/2
5 3 p 1 √ p ¯
¯
=− √ cos 2t · 1 + 3 cos2 2t + ln( 3 · cos 2t + 1 + 3 cos2 2t) ¯ =
8 3 2 2 ¯
0
à √ !
5 2− 3
= 2− √ . ¥
8 3
θ π
7) Calcule o comprimento do arco da curva ρ = sin3 , 0 ≤ θ ≤ .
3 2
0 2 θ θ
Resolução. Primeiro determinamos a derivada ρ = sin cos . Agora, pela fórmula que permite
3 3
calcular o comprimento do arco dado no sistema polar, virá:
s µ ¶2
Zπ/2 Zπ/2
6 θ 2 θ θ θ
L= sin + sin cos dθ = sin2 dθ =
3 3 3 3
0 0
M. Alves, E. Alves 2013 83
Zπ/2µ ¶ Ã ¯π/2 !
1 2θ 1 3 2θ ¯¯ 1 √
= 1 − cos dθ = θ − sin ¯ = (2π − 3 3). ¥
2 3 2 2 3 0 8
0
8) Calcule o volume do corpo gerado pela rotação à volta do eixo OX da figura limitada pela curva y 2 =
(x − 2)3 e pela recta x = 4 .
Resolução. A curva y 2 = (x − 2)3 intersecta o eixo das abscissas quando x = 2 . Assim,
Z4 Z4 ¯4
2 3 1 ¯
4¯
V =π y dx = π (x − 2) dx = π(x − 2) ¯ = 4π. ¥
4 2
2 2
c
°Manuel Alves e Elena Alves 1988–2013
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84 análise matemática II-Unidade X. Funções a duas variáveis
10.1 Introdução
Nesta unidade iremos considerar funções de duas variáveis, pois os factos mais importantes da teoria de funções
de várias variáveis observam-se também nas funções de duas variáveis. Estes factos generalizam-se no caso de
mais variáveis. Além disso, para funções de duas variáveis podemos dar uma interpretação geométrica mais
ilustrativa, pois possuem gráficos em três dimensões.
10.2 Objectivos
No fim desta unidade didáctica o aluno será capaz de:
1) Definir função de duas variáveis;
2) Definir e calcular limite de função de duas variáveis;
3) Definir e investigar a continuidade de função de duas variáveis.
x
Exemplo 54. Determine o domínio da função u = arcsin .
y2
x x
Resolução. A função u = arcsin está definida se y 6= 0 e −1 ≤ 2 ≤ 1 . Logo, o domínio é uma parte do
y2 y
plano que se situa entre as parábolas y 2 = x e y 2 = −x , com excepção do ponto (0, 0).
Dada a função de duas variáveis z = f (x, y) , o conjunto de pontos no plano que satisfaz a equação f (x, y) =
C , onde C é um valor constante, chamaremos linha de nível.
M. Alves, E. Alves 2013 85
Definição 6. Seja z = f (x, y) uma função definida numa certa vizinhança do ponto M0 (x0 , y0 ) , com excepção
talvez do próprio ponto M0 (x0 , y0 ) . Diremos que f (x, y) tende para L, quando (x, y) tende para (x0 , y0 ) , se
para qualquer ² > 0 existe um δ > 0 tal que para todos x 6= x0 e y 6= y0 e que satisfazem a desigualdade
p
(x − x0 )2 + (y − y0 )2 < δ cumpre-se a desigualdade |f (x, y) − L| < ² .
A notação usada é L = lim f (x, y) ou L = lim f (x, y) . A partir da definição advem que se o
(x,y)→(x0 ,y0 ) M →M0
limite existe, então ele não depende do modo como M tende para M0 .
x2 − y 2
Exemplo 57. Calcule lim .
(x,y)→(0,0) x2 + y 2
Resolução. Vamos aproximar-nos do ponto (0, 0) pela recta y = kx , onde k é um real. Então,
x2 − y 2 x2 − k 2 x2 1 − k2 1 − k2
lim = lim = lim = .
(x,y)→(0,0) x2 + y 2 x→0 x2 + k 2 x2 x→0 1 + k 2 1 + k2
x2 − y 2
A função z = não possui limite no ponto (0, 0) , pois para diferentes valores de k o limite da função
x2 + y 2
não é o mesmo.
O limite de função de duas variáveis possui propriedades análogas às propriedades de limite de função de
uma variável. Assim, se as funções f (x, y) e g(x, y) estão definidas no conjunto D e possuem no ponto (x0 , y0 )
f (x, y)
deste conjunto os limites L e P , respectivamente, então as funções f (x, y) + g(x, y) , f (x, y) · g(x, y) e ,
g(x, y)
L
g(x, y) 6= 0, possuem no ponto (x0 , y0 ) limites que são iguais a L + P , LP e , respectivamente.
P
Definição 7. Seja z = f (x, y) uma função definida numa certa vizinhança do ponto M0 (x0 , y0 ) , com excepção
talvez do próprio ponto M0 (x0 , y0 ) . Diremos que f (x, y) tende para L, quando (x, y) tende para (x0 , y0 ) , se
para qualquer sucessão {xn , yn } de pontos de D diferentes de (x0 , y0 ) , (xn , yn ) → (x0 , y0 ) vem que a sucessão
2xy
Exemplo 58. Verifique se existe lim .
(x,y)→(0,0) x2 + y 2
Resolução. Seja {xn , yn } 6= (0, 0) , {xn , yn } → (0, 0) e xn = λyn , onde λ é um real qualquer. Então,
Os pontos onde se viola a continuidade, isto é não se cumpre pelo menos uma das três condições de con-
tinuidade no ponto chamaremos pontos de descontinuidade desta função. Os pontos de descontinuidade da
2
função z = f (x, y) podem formar linhas de descontinuidade. Por exemplo, a função z = possui a linha
x−y
de descontinuidade que é a primeira bissectriz y = x .
Fazendo uso da definição de continuidade e os teoremas sobre limites, podemos provar que as operações
aritméticas com funções contínuas e a construção da função composta de funções contínuas conduz a funções
contínuas. Vejamos algumas propriedades de funções contínuas em regiões limitadas e fechadas.
Teorema 13. Se a função z = f (x, y) é contínua numa região limitada e fechada, então nesta região:
1) a função é limitada, isto é existe um real R > 0 tal que para todos os pontos nesta região cumpre-se a
2) a função tem pontos nos quais atinge o maior e menor valores M e m, respectivamente;
3) a função toma em pelo menos um ponto da região quaisquer valores compreendidos entre m e M .
M. Alves, E. Alves 2013 87
10.6 Exercícios
p
1) Determine o domínio da função z = x2 + y 2 − 1 ;
1
2) Determine o domínio da função z = p ;
1 − x2 − y 2
sin xy
5) Calcule lim ;
(x,y)→(0,a) x
πx πx
6) Calcule lim lim sin e lim lim sin ;
x→∞ y→∞ 2x + y y→∞ x→∞ 2x + y
x+y
7) Calcule lim ;
(x,y)→(∞,∞) x2 − xy + y 2
xy xy
8) Calcule lim lim y
e lim lim ;
x→∞ y→+0 1 + x y→+0 x→∞ 1 + xy
µ ¶ x2
1 x+y
9) Calcule lim 1+ ;
(x,y)→(∞,2) x
x+y
10) Estude a continuidade da função f (x, y) = .
x3 + y 3
10.7 Respostas
1) x2 + y 2 ≥ 1 – parte do plano que se encontra fora do círculo unitário centrado na origem e raio 1 ;
5) a;
6) 0 e 1;
7) 0 ;
1
8) e 1;
2
9) e;
10.8 Tarefas
Para esta unidade o estudante deverá desenvolver as seguintes actividades:
1) Ler os parágrafos 10.3, 10.4 e 10.5;
2) No capítulo 11, do livro Matemática Essencial para Análise Económica-Parte II, ler as páginas de 79 a
83; resolver, no mesmo capítulo 11, parágrafo 11.1, os exercícios 1, 2, 4, 6 e 7;
3) Elaborar uma lista dos principais conceitos abordados;
4) Assistir os vídeos:
www.youtube.com/watch?v = EZY V 5pGL9cU
www.youtube.com/watch?v =U yd6ru6wxY
5) Resolver os exercícios do parágrafo 10.6 desta unidade;
6) Do livro de B. Demidovitch, resolver os exercícios 1784, 1785, 1786, 1787, 1788, 1792, 1794, 1793, 1798 e
1799.
10.9 Auto-avaliação
1) Dê a definição de função a duas variáveis;
2) Dê a definição de conjunto aberto, conjunto fechado, fronteira dum conjunto;
3) Dê a definição de limite de função;
4) Dê a definição de função contínua;
p
5) Determine o domínio da função z = a2 − x2 − y 2 ;
6) Determine o domínio da função u = ln(2z 2 − 6x2 − 3y 2 − 6) ;
x2 + y 2 x2 + y 2
7) Calcule lim lim 2 4
e lim lim 2 ;
x→∞ y→∞ x + y y→∞ x→∞ x + y 4
2xy
8) Verifique se existe lim ;
(x,y)→(0,0) x2+ y2
sin xy
9) Calcule lim ;
(x,y)→(0,π) x
1
10) Estude a continuidade da função f (x, y) = p .
x2 + y2
p
5) Determine o domínio da função z = a2 − x2 − y 2 .
Resolução. A função z assume valores reais se a2 − x2 − y 2 ≥ 0 , isto é, x2 + y 3 ≤ a2 . Logo, o domínio
é um círculo e circunferência centrados na origem e raio a . ¥
6) Determine o domínio da função u = ln(2z 2 − 6x2 − 3y 2 − 6) .
Resolução. A função dada depende de três variáveis e assume valores reais se 2z 2 − 6x2 − 3y 2 − 6 > 0,
x2 y 2 z 2
isto é, + − < −1 . Logo, o domínio é parte do espaço delimitado pelo parabolóide de duas folhas.
1 2 3
¥
x2 + y 2 x2 + y 2
7) Calcule lim lim e lim lim .
x→∞ y→∞ x2 + y 4 y→∞ x→∞ x2 + y 4
Resolução. Temos:
x2 + y 2 1
lim lim 2 4
= lim lim 2 = lim 0 = 0
x→∞ y→∞ x + y x→∞ y→∞ y x→∞
e
x2 + y 2
lim lim 2 = lim lim 1 = lim 1 = 1. ¥
y→∞ x→∞ x + y 4 y→∞ x→∞ y→∞
2xy
8) Verifique se existe lim .
(x,y)→(0,0) x2 + y 2
Resolução. Seja {xn , yn } 6= (0, 0) , {xn , yn } → (0, 0) e xn = λyn , onde λ é um real qualquer. Então,
c
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90 análise matemática II-Unidade XI. Derivadas parciais
11.1 Introdução
Para uma função a uma variável a sua derivada é um valor que mede a taxa de variação quando a variável
independente varia. Para funções com duas variáveis também é importante investigar como o valor da função
varia em ordem à variação dos valores das variáveis independentes. Nesta unidade iremos abordar as derivadas
parciais e o diferencial total. Partindo da interpretação geométrica da derivada duma função a uma variável,
estudado no módulo Análise Matemática I, damos uma interpretação geométrica da derivada parcial no ponto
de tangencia. Mostramos como usar o diferencial total no cálculo aproximado.
11.2 Objectivos
No fim desta unidade didáctica o aluno será capaz de:
1) Determinar derivadas parciais de primeira ordem;
2) Determinar diferencial e aplicar no cálculo aproximado;
3) Determinar derivadas parciais de ordem superior.
Definição 9. Diremos que a função z = f (x, y) é diferenciável no ponto M (x, y) , se o seu acréscimo total
Teorema 14. Se a função z = f (x, y) é diferenciável no ponto M (x, y) , então ela é contínua nesse ponto e
∂z ∂z ∂z ∂z
possui derivadas parciais e sendo =A e = B.
∂x ∂y ∂x ∂y
Demonstração. Como a função é diferenciável no ponto M , então tem lugar a igualdade (22). Daqui vem que
∆z → 0 , quando ∆x → 0 e ∆y → 0. Isto significa que a função é contínua no ponto M . Colocamos ∆y = 0,
∆x z
∆x 6= 0 na igualdade (22) e obtemos ∆x z = A∆x + α∆x. Daqui tiramos que = A + α e fazendo ∆x → 0
∆x
∆x z ∂z
obtemos lim = A , isto é = A . Vemos assim que no ponto M existe a derivada parcial fx0 (x, y) = A.
∆x→0 ∆x ∂x
∂z
De modo análogo provamos que no ponto M existe a derivada parcial fy0 (x, y) = = B. ¥
∂y
Como consequência do teorema obtemos a fórmula para o cálculo do diferencial total. A fórmula (24)
reescrevemos na forma
∂z ∂z
dz = dx + dy. (25)
∂x ∂y
Teorema 15. Se a função z = f (x, y) possui derivadas parciais contínuas zz0 e zy0 no ponto M , então ela é
diferenciável nesse ponto e o seu diferencial total expressa-se segundo a fórmula (25).
92 análise matemática II-Unidade XI. Derivadas parciais
00 00
Exemplo 61. Determine zxy e zyx para a função z = x4 − 2x2 y 3 + y 5 + 1 .
Resolução. Temos zx0 = 4x3 − 4xy 3 e zy0 = −6x2 y 2 + 5y 4 . Assim, zxy
00
= −12xy 2 , zyx
00
= −12xy 2 .
00 00
Vemos que zxy = zyx . Este resultado não é casual. Tem lugar o seguinte teorema:
Teorema 16. Se as derivadas parciais de primeira e segunda ordens da função z = f (x, y) são contínuas,
00 00
então zxy = zyx .
Seja z = f (x, y) uma função que admite derivadas parciais de segunda ordem contínuas. O diferencial de
segunda ordem define-se segundo a fórmula d2 z = d(dz) . Vamos determinar a forma geral:
µ ¶
2 ∂z ∂z 00
d z=d dx + dy = zxx dx2 + 2zxy
00 00
dxdy + zyy dy 2 .
∂x ∂y
Simbolicamente podemos escrever esta fórmula do modo seguinte:
µ ¶2
∂ ∂
d2 z = dx + dy z.
∂x ∂y
De modo geral, o diferencial de n –ésima ordem determinamos segundo o símbolo
µ ¶n
n ∂ ∂
d z= dx + dy z.
∂x ∂y
M. Alves, E. Alves 2013 93
11.6 Exercícios
1) Dada a função z = x2 + 2y 2 − 3xy − 4x + 2y + 5 , determine as derivadas parciais de primeira ordem;
11.7 Respostas
1) zx0 = 2x − 3y − 4, zy0 = 4y − 3x + 2 ;
2(xdx + ydy)
4) dz = ;
x2 + y 2
5) dz = 2(xdx − ydy) cos(x2 − y 2 ) ;
6) 6(x + y) ;
7) 0 ;
x2 − y 2 4xydxdy
8) d2 z = (dy 2 − dx2 ) − 2 ;
(x2 + y 2 )2 (x + y 2 )2
9) 1.013;
10) −0.03 .
94 análise matemática II-Unidade XI. Derivadas parciais
11.8 Tarefas
Para esta unidade o estudante deverá desenvolver as seguintes actividades:
2) No capítulo 11, do livro Matemática Essencial para Análise Económica-Parte II, ler as páginas de 83 a
96; no mesmo capítulo 11, resolver no parágrafo 11.2 os exercícios 1, 2, 3, 4, 5, 7 e 8;
4) Assistir os vídeos:
www.youtube.com/watch?v = Y 1T IgeN vj7c
www.youtube.com/watch?v = bD A9i5tHf U
6) Do livro de B. Demidovitch, resolver os exercícios 1801, 1802, 1806, 1828, 1833, 1848, 1892, 1897, 1916 e
1922.
11.9 Auto-avaliação
1) Defina derivada parcial;
x+y
6) Determine o diferencial total dz para a função z = arctg ;
x−y
1.02
7) Usando o cálculo diferencial, calcule aproximadamente arctg ;
0.95
00 00 00
8) Dada a função z = y ln x , determine fxx , fxy e fyy ;
∂z
= 2x − 3y − 1.
∂x
Considerando, depois, x como uma grandeza constante temos:
∂z
= −3x − 8y + 2. ¥
∂y
∂ρ
= 4u2 cos2 ϕ.
∂u
Considerando, depois, u como uma grandeza constante temos:
∂z
= −u4 sin 2ϕ. ¥
∂ϕ
x+y
6) Determine o diferencial total dz para a função z = arctg .
x−y
Resolução. Determinamos as derivadas parciais de primeira ordem:
∂z y ∂z x
=− 2 , = 2 .
∂x x + y2 ∂y x + y2
∂z ∂z y x
Assim, dz = dx + dy = − 2 2
dx + 2 dy . ¥
∂x ∂y x +y x + y2
1.02
7) Usando o cálculo diferencial, calcule aproximadamente arctg .
0.95
1
Resolução. Consideramos x0 = 1 , y0 = 1 , ∆x = −0.05 e ∆y = 0.02 . Assim, fx0 (1, 1) = − ,
2
0 1
fy (1, 1) = . Logo,
2
1.02 π 0.05 0.02
arctg ≈ + + ≈ 0.785 + 0.035 = 0.82. ¥
0.95 4 2 2
00 00 00
8) Dada a função z = y ln x , determine fxx , fxy e fyy .
Resolução. Determinamos primeiros as derivadas parciais de primeira ordem:
y
fx0 = , fy0 = ln x.
x
Agora, voltando a derivar, temos:
00 y 00 1 00
fxx =− , fxy = , fyy = 0. ¥
x2 x
96 análise matemática II-Unidade XI. Derivadas parciais
Assim,
d2 z = − sin x sin y dx2 + 2 cos x cos y dxdy − sin x sin y dy 2 . ¥
c
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M. Alves, E. Alves 2013 97
12.1 Introdução
Muitos modelos matemáticos envolvem funções compostas. Elas são funções de uma ou várias variáveis nas quais
as variáveis são funções de outras variáveis básicas. Por exemplo, muitos modelos de crescimento económico
consideram a produção como função do capital e trabalho, ambos os quais são funções do tempo. Como é que
a produção varia com o tempo? De modo mais geral, o que acontece ao valor duma função composta quando as
suas variáveis básicas variam? Este é o problema geral que iremos abordar nesta unidade.
12.2 Objectivos
No fim desta unidade didáctica o aluno será capaz de:
Teorema 17. Se a função z = f (x, y) é diferenciável no ponto M (x, y) ∈ D e x = x(t) , y = y(t) são funções
diferenciáveis, então a derivada da função composta z = f (x(t), y(t)) determina-se segundo a fórmula
dz ∂z dx ∂z dy
= + . (27)
dt ∂x dt ∂y dt
Demonstração. Vamos dar à variável independente t o acréscimo ∆t. Então as variáveis x = x(t) e y = y(t)
sofrem uma alteração ∆x e ∆y , respectivamente. Elas, por sua vez, provocam um acréscimo ∆z à função z .
Já que, segundo a condição, z = f (x, y) é diferenciável no ponto M (x, y) , então o seu acréscimo total admite
a representação
∂z ∂z
∆z = ∆x + ∆y + α∆x + β∆y,
∂x ∂y
onde α → 0 , β → 0, quando ∆x → 0 , ∆y → 0 . Dividimos a expressão ∆z por ∆t e calculamos o limite
quando ∆t → 0. Então ∆x → 0 e ∆y → 0 devido à continuidade de x = x(t) e y = y(t) , pois elas são
diferenciáveis. Obtemos:
∆z ∂z ∆x ∂z ∆y ∆x ∆y
lim = lim + lim + lim α lim + lim β lim ,
∆t→0 ∆t ∂x ∆t→0 ∆t ∂y ∆t→0 ∆t ∆t→0 ∆t→0 ∆t ∆t→0 ∆t→0 ∆t
isto é
dz ∂z dx ∂z dy
= + . ¥
dt ∂x dt ∂y dt
98 análise matemática II-Unidade XII. Derivada da função composta
Seja z = f (x, y) , onde x = x(u, v) , y = y(u, v) . Então z = f (x(u, v), y(u, v)) é uma função composta das
∂z ∂z
variáveis independentes u e v . As suas derivadas parciais e determinam-se segundo as fórmulas
∂u ∂v
∂z ∂z ∂x ∂z ∂y ∂z ∂z ∂x ∂z ∂y
= + , = + .
∂u ∂x ∂u ∂y ∂u ∂v ∂x ∂v ∂y ∂v
∂z u
Exemplo 63. Determine a derivada parcial da função z = ln(x2 + y 2 ), onde x = uv , y = .
∂u v
Resolução. Temos:
∂z 1 1 1
= 2 · 2x · v + 2 · 2y · .
∂u x + y2 x + y2 v
∂z 2
Após algumas manipulações obtemos = .
∂u u
Exemplo 65. Determine a derivada da função z = x2 − y 2 no ponto M (1, 1) segundo a orientação do vector
~l que faz 60 graus com o eixo Ox .
∂z ∂z
Resolução. Calculando as derivadas parciais no ponto M temos |M = 2 , |M = −2. As coordenadas do
√ ∂x ∂y
1 3
vector ~l são cos 60 = e cos 30 = . Logo,
2 2
√
∂z 1 3 √
=2· −2· = 1 − 3.
∂~l 2 2
12.6 Exercícios
∂z dz
1) Dada a função z = x2 y , onde y = cos x , determine e ;
∂x dx
1 u dz
2) Dada a função z = ln , onde u = tg 2 x , v = ctg 2 x , determine ;
2 v dx
∂z ∂z
3) Dada a função z = x2 + y 2 , onde x = ζ + η , y = ζ − η , determine e ;
∂ζ ∂η
12.7 Respostas
∂z dz
1) = 2xy , = x(2 cos x − x sin x) ;
∂x dx
dz 4
2) = ;
dx sin 2x
∂z ∂z
3) = 4ζ , = 4η ;
∂ζ ∂η
µ ¶¯
∂z ¯¯ 7
4) ¯ = ;
∂~l M 5
√ 1 2
5) |∇z| = 5 , cos α = √ , cos β = √ ;
5 5
100 análise matemática II-Unidade XII. Derivada da função composta
∂z ∂z 1
6) = = ;
∂x ∂y x+y+z−1
∂z x cos y + sin x
7) =− ;
∂y sin x
(y + z) dx + (x + z) dy
8) dz = − ;
x+y
∂z
9) = −y − z − ey−x ;
∂x
10) 1 .
12.8 Tarefas
Para esta unidade o estudante deverá desenvolver as seguintes actividades:
2) No capítulo 12, do livro Matemática Essencial para Análise Económica-Parte II, ler as páginas de 118 a
129; no mesmo capítulo 12, resolver no parágrafo 12.1 os exercícios 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7; resolver no parágrafo
12.2 os exercícios 1, 2, 3, 4, 7 e 8;
6) Do livro de B. Demidovitch, resolver os exercícios 1856, 1858, 1861, 1863, 1866, 1871, 1876, 1879, 1950 e
1952.
12.9 Auto-avaliação
1) Defina derivada de função composta;
8) Determine a derivada da função z = x5 + y 5 no ponto M (1, 1) segundo a orientação do vector ~l = (3, 4);
8) Determine a derivada da função z = x5 + y 5 no ponto M (1, 1) segundo a orientação do vector ~l = (3, 4).
∂z ∂z
Resolução. Calculando as derivadas parciais no ponto M temos |M = 5 , |M = 5 . Os cosenos
µ ¶ ∂x ∂y
3 4
orientadores do vector ~l são , . Logo,
5 5
∂z 3 4
= 5 · + 5 · = 7. ¥
~
∂l 5 5
102 análise matemática II-Unidade XII. Derivada da função composta
∂z 6 3 8 4 2
= · + · = . ¥
∂∇z 25 5 25 5 5
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13.1 Introdução
No módulo Análise Matemática I abordamos problemas de optimização a uma variável. Contudo, na vida
real deparamo-nos com fenómenos cujos modelos matemáticos conduzem a problemas de optimização mais
interessantes que exigem a escolha simultânea de várias variáveis. Por exemplo, um produtor que maximiza o
lucro duma mercadoria escolhe as quantidades de vários insumos, como também escolhe o seu nível de produção.
O consumidor opta em comprar quantidades de diferentes mercadorias. Iremos nesta unidade abordar problemas
de extremos para funções a duas variáveis. Estudaremos os extremos locais e os extremos globais.
13.2 Objectivos
No fim desta unidade didáctica o aluno será capaz de:
Definição 10. Diremos que o ponto (x0 , y0 ) é ponto de máximo (respectivamente mínimo) local da função
z = f (x, y) , se existe uma δ –vizinhança do ponto (x0 , y0 ) na qual para cada ponto (x, y) desta vizinhança
diferente de (x0 , y0 ) cumpre-se a desigualdade f (x, y) < f (x0 , y0 ) (respectivamente f (x, y) > f (x0 , y0 ) ).
O valor da função no ponto de máximo (mínimo) chamaremos máximo (mínimo). O máximo e mínimo
duma função chamaremos extremos da função.
Vejamos as condições de existência de extremo duma função.
Teorema 18. Se no ponto N (x0 , y0 ) a função diferenciável z = f (x, y) possui extremo, então as suas derivadas
Demonstração. Fixamos uma das variáveis, por exemplo y = y0 . Então obtemos a função f (x, y0 ) = ϕ(x)
a uma variável que possui extremo no ponto x = x0 . Consequentemente, segundo a condição necessária de
extremo de função a uma variável temos ϕ0 (x0 ) = 0 , isto é fx0 (x0 , y0 ) = 0 . De modo análogo provamos que
fy0 (x0 , y0 ) = 0 . ¥
Os pontos da função z = f (x, y) nos quais as derivadas parciais de primeira ordem se anulam chamaremos
ponto estacionário dessa função. Os pontos estacionários e os pontos nos quais pelo menos uma das derivadas
parciais não existe chamaremos pontos críticos.
104 análise matemática II-Unidade XIII. Extremo de funções a duas variáveis
Teorema 19. Suponhamos que no ponto estacionário N (x0 , y0 ) e numa certa vizinhança a função z = f (x, y)
00 00
possui derivadas parciais contínuas até a segunda ordem. Seja A = fxx (x0 , y0 ) , B = fxy (x0 , y0 ) e C =
00
fyy (x0 , y0 ) , ∆ = AC − B 2 . Então:
1) Se ∆ > 0, então a função z = f (x, y) possui no ponto N (x0 , y0 ) um extremo local. Se A < 0 será ponto
2) Se ∆ < 0 , então a função z = f (x, y) não possui no ponto N (x0 , y0 ) um extremo local.
Observação 2. Se ∆ = 0, então a função z = f (x, y) pode possuir ou não extremo local no ponto N (x0 , y0 ) ,
Resolução. Temos zx0 = 6xy − 3x2 , zy0 = 3x2 − 4y 3 . Igualando estas derivadas parciais a zero e resolvendo o
00
sistema obtemos os pontos estacionários N1 (6, 3) e N2 (0, 0) . Determinamos as derivadas parciais zxx = 6y−6x,
00 00 2
zxy = 6x , zyy = −12y . Vamos, de seguida, classificar cada ponto estacionário:
a) No ponto N1 (6, 3) temos A = −18, B = 36 , C = −108 , ∆ = 648 , logo é ponto de máximo local e esse
máximo é igual a 27;
b) No ponto N2 (0, 0) temos A = 0, B = 0, C = 0 , ∆ = 0, logo é preciso fazer um estudo adicional. Nesse
ponto temos z(0, 0) = 0 . Notemos que se x = 0 , y 6= 0 então z = −y 4 < 0 e se x < 0, y = 0 a função
z = −x3 > 0 . Significa que na vizinhança de N2 (0, 0) a função assume e valores positivos e valores negativos.
Logo, no ponto N2 (0, 0) a função não possui extremo.
1) Determinar todos os pontos críticos da função que pertencem ao domínio D̄ e calcular os valores da função
nesses pontos;
3) Comparar todos os valores determinados nos pontos 1) e 2) e escolher o maior valor M e o menor valor
m.
R2 : x ≤ 0, y ≤ 0, x + y ≥ −3}.
M. Alves, E. Alves 2013 105
Exemplo 68. Dada a superfície z = x2 − 2xy + y 2 − x + 2y , determine a equação do plano tangencial no ponto
M (1, 1, 1) .
Resolução. Temos zx0 |M = 2x − 2y − 1|M = −1 , zy0 |M = −2x + 2y + 2|M = 2 . Logo, a equação do plano
tangencial tem a forma
z − 1 = −(x − 1) + 2(y − 1) ou x − 2y + z = 0.
13.6 Exercícios
1) Determine os extremos locais da função z = x2 + xy + y 2 − 3x − 6y ;
2) Determine os extremos locais da função z = xy 2 (1 − x − y) ;
3) Determine os extremos locais da função z = x3 + y 3 − 15xy ;
4) Determine os extremos globais da função z = x2 − xy + y 2 − 4x no domínio fechado delimitado pelas
linhas x = 0 , y = 0 , 2x + 3y − 12 = 0;
5) Determine os extremos globais da função z = xy no círculo x2 + y 2 ≤ 1 ;
6) Determine os extremos globais da função z = x2 + 3y 2 + x − y no triângulo delimitado pelas linhas x = 1,
y = 1 , x + y = 1;
7) De todos os triângulos com perímetro dado, determine aquele de maior área;
8) Dada a superfície z = ln(x2 + y 2 ) , determine a equação do plano tangencial no ponto M (1, 0, 0) ;
9) Dada a superfície x2 + y 2 − z 2 = −1 , determine a equação do plano tangencial no ponto M (2, 2, 3) ;
10) Componha as equações dos planos tangenciais à superfície x2 + 2y 2 + 3z 2 = 21 paralelos ao plano x +
4y + 6z = 0.
106 análise matemática II-Unidade XIII. Extremo de funções a duas variáveis
13.7 Respostas
1) Mínimo local −9 ;
1
2) Máximo local ;
64
3) Mínimo local −125 ;
16
4) Mínimo global − , máximo global 16 ;
3
1 1
5) Mínimo global − , máximo global ;
2 2
6) Mínimo global 1, máximo global 4;
7) Triângulo equilátero;
8) z = 2x − 2;
9) 2x + 2y − 3z + 1 = 0 ;
10) x + 4y + 6z ± 21 = 0 .
13.8 Tarefas
Para esta unidade o estudante deverá desenvolver as seguintes actividades:
2) No capítulo 13, do livro Matemática Essencial para Análise Económica-Parte II, ler as páginas 172 a 186
e as páginas 194 a 201; no mesmo capítulo 13, resolver no parágrafo 13.1 os exercícios 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7,
8, 9 e 10; resolver no parágrafo 13.2 os exercícios 1, 2, 3, 4, 5, e 6; resolver no parágrafo 13.4 os exercícios
1, 2, 3 e 6;
6) Do livro de B. Demidovitch, resolver os exercícios 2008, 2011, 2015, 2016, 2030, 2031, 2033, 2034, 2035 e
2036.
13.9 Auto-avaliação
1) Enuncie as condições necessárias e suficientes de extremo;
3) Diga como se determina a equação dum plano tangencial à uma superfície dada;
4) Dada a função f (x, y) = 2x3 − 6xy + 3y 2 , determine o(s) ponto(s) crítico(s) e classifique-o(s);
(b) para o ponto B : M1 = 6 > 0 , M2 = 27 > 0 , logo concluímos que no ponto B a função z atinge um
mínimo local zmin = z(1, 1) = −1. ¥
Resolvendo o sistema (pelo método, por exemplo, de substituição) achamos o ponto crítico: A(1, 1, −1/2).
Vamos achar as derivadas parciais de segunda ordem neste ponto:
Resolvendo o sistema obtemos M0 (0; 0) 6∈ Ω . Vamos agora investigar os extremos na fronteira de Ω . Para
x2 + y 2 = 1: z = 1 + 6 = 7 ; para x2 + y 2 = 9 : z = 9 + 6 = 15 .
Assim,
zmax = max{7, 15} = 15, zmin = min{7, 15} = 7. ¥
c
°Manuel Alves e Elena Alves 1988–2013
Typeset by LATEX 2ε
M. Alves, E. Alves 2013 109
14.1 Introdução
A generalização do integral definido no caso de funções de duas variáveis é o integral duplo. Nesta unidade
iremos definir o integral duplo como o limite da soma integral. Iremos estudar como passar do integral duplo
para o integral reiterado e abordaremos as principais propriedades do integral duplo.
14.2 Objectivos
No fim desta unidade didáctica o aluno será capaz de:
1) Definir integral duplo;
2) Passar do integral duplo para o integral reiterado;
3) Identificar as propriedades principais do integral duplo.
Esta soma chama-se soma integral da função f (x, y) num domínio qualquer D . Vejamos o limite de (30) quando
n tende para infinito de tal modo que max di → 0 . Se este limite existe e não depende do modo como partimos
D e nem da escolha do ponto Mi (ζi , ηi ) , então chamaremos integral duplo de f (x, y) e denotamos por
ZZ
f (x, y) dxdy.
D
Vejamos agora o caso particular quando f (x, y) é uma função contínua definida no rectângulo Π = [a, b] ×
[c, d]. Partimos o segmento [a, b] em n partes a = x0 < x1 < x2 < · · · < xn = b e o segmento [c, d] partimos
em m partes c = y0 < y1 < y2 < . . . < yn = d. Esta partição dos segmentos corresponde a partição τ
do rectângulo Π em nm pequenos rectângulos Πik =p [xi−1 , xi ] × [yk−1 , yk ] , i = 1, 2, . . . , n, k = 1, 2, . . . , m.
Denotemos ∆xi = xi − xi−1 , ∆yk = yk − yk−1 , dik = (∆xi )2 + (∆yk )2 . A expressão
n X
X m
σ= f (ζi , ηk )∆xi ∆yk (31)
i=1 k=1
chamaremos soma integral de f (x, y) correspondente a dada partição τ . Diremos que a função f (x, y) é
integrável no rectângulo Π = [a, b] × [c, d] se para qualquer que seja a partição τ desse rectângulo, a soma
integral (31) tem limite quando d = max dik tende para zero. A notação usada é
i,k
ZZ
f (x, y) dxdy.
Π
110 análise matemática II-Unidade XIV. Integral duplo
ZZ
Exemplo 69. Dada a região Π = {(x, y) ∈ R2 : 0 ≤ x ≤ 1, 0 ≤ y ≤ 1} , calcule o integral xy dxdy como
Π
limite da soma integral.
Resolução. Vamos partir este quadrado por meio de rectas x = i/n e y = k/n ( i, k = 1, 2, . . . , n − 1).
Compondo a soma integral temos:
n n ZZ
1 XX i k 1 2 n2 (n + 1)2 1
= (1 + 2 + · · · + n) = → = xy dxdy, n → ∞.
n2 i=1 nn n4 4n4 4
k=1 Π
Teorema 20. Se a função z = f (x, y) é contínua no domínio fechado D , então ela é integrável nesse domínio.
y = ϕ2 (x) sendo ϕ1 (x) e ϕ2 (x) contínuas e ϕ1 (x) ≤ ϕ2 (x) para todo x ∈ [a, b]. Então S(x) = f (x, y) dy
ϕ1 (x)
e
Zb Zb ϕZ2 (x)
V = S(x) dx = f (x, y) dy dx.
a a ϕ1 (x)
Suponhamos, também, que para qualquer recta paralela ao eixo Oy ela contém o segmento [ϕ1 (x), ϕ2 (x)] ou
intersecta somente dois pontos da fronteira S = ∂D com ordenadas ϕ1 (x) e ϕ2 (x) , onde ϕ1 (x) < ϕ2 (x) .
onde [a, b] é a projecção de D no eixo Ox . Então I(x) é integrável em [a, b] e tem lugar a igualdade
ZZ Zb ϕZ2 (x)
Para o caso particular quando D é um rectângulo Π = [a, b] × [c, d] o teorema anterior tem a seguinte
formulação.
Zd
I(x) = f (x, y) dy. (34)
c
ZZ Zb Zd
f (x, y) dx dy = dx f (x, y) dy. (35)
Π a c
ZZ
Exemplo 70. Passe o integral duplo f (x, y) dxdy para integral reiterado, onde a região D = {(x, y) ∈ R2 :
D
1 ≤ x2 + y 2 ≤ 9}.
√ √ √ √
ZZ Z−1 Z9−x2 Z1 − Z1−x2 Z1 Z9−x2 Z3 Z9−x2
f (x, y) dxdy = dx f dy + dx f dy + dx f dy + dx f dy.
√ √ √ √
D −3 − 9−x2 −1 − 9−x2 −1 1−x2 1 − 9−x2
ZZ
Exemplo 71. No integral duplo f (x, y)dxdy , coloque os limites de integração numa e noutra ordem,
D
sabendo que D é um triângulo cujos vértices são O(0, 0) , A(2, 1) e B(−2, 1) .
Resolução. Temos:
Z0 Z1 Z2 Z1 Z1 Z2y
dx f (x, y)dy + dx f (x, y)dy = dy f (x, y)dx.
−2 −x/2 0 x/2 0 −2y
Z2 Z
2−x
Resolução. Temos:
√
Z0 2 Z1+y Z8 Z
2−y
14.6 Exercícios
ZZ
1) Dada a região Π = {(x, y) ∈ R2 : 0 ≤ x ≤ 1, 0 ≤ y ≤ 1}, calcule o integral (x + y) dxdy como limite
Π
da soma integral;
ZZ
2) No integral duplo f (x, y) dxdy , passe para o integral reiterado, se D é limitado pelas linhas y = 2−x2 ,
D
y = 2x − 1 ;
M. Alves, E. Alves 2013 113
ZZ
3) No integral duplo f (x, y) dxdy , reescreva-o numa e noutra ordem de integração se D é um triângulo
D
fechado com vértices O(0, 0) , A(1, 0) , B(1, 1) ;
2
Z1 Z
1−x
Ze Zln x
5) Troque a ordem de integração no integral reiterado dx f (x, y) dy ;
1 0
√ 2
1+
Z1 Z 1−y
6) Troque a ordem de integração no integral reiterado dy f (x, y) dx;
0 2−y
Z1 Zx
7) Troque a ordem de integração no integral reiterado dx f (x, y) dx ;
0 0
√
Z1 Z1−x2
8) Troque a ordem de integração no integral reiterado dx f (x, y) dy .
0 (1−x)2 /2
14.7 Respostas
1) 1 ;
2
Z1 Z
2−x
2) dx f (x, y) dy ;
−3 2x−1
Z1 Zx Z1 Zy
3) dx f (x, y)dy = dy f (x, y)dx ;
0 0 0 1
√ √ 2
Z1 Z1−y Z0 Z1−y
4) dy f (x, y) dx + dy f (x, y) dx;
0
√
− 1−y −1
√
− 1−y 2
Z1 Ze
5) dy f (x, y) dx;
0 ey
√
Z2 Z 2
2x−x
6) dx f (x, y) dy ;
1 2−x
114 análise matemática II-Unidade XIV. Integral duplo
Z1 Z1
7) dy f (x, y) dx;
0 y
√ 2 √ 2
Z1/2 Z1−y Z1 Z1−y
8) dy f (x, y) dy + dy f (x, y) dy .
√
0 1−2y 1/2 0
14.8 Tarefas
Para esta unidade o estudante deverá desenvolver as seguintes actividades:
1) Ler os parágrafos 14.3, 14.4 e 14.5;
2) Elaborar uma lista dos principais conceitos abordados;
3) Assistir o vídeo:
www.youtube.com/watch?v = kxpI B83iI
www.youtube.com/watch?v = HwdCDW − k7w8
4) Resolver os exercícios do parágrafo 14.6 desta unidade;
5) Do livro de B. Demidovitch, resolver os exercícios 2121, 2122, 2123, 2125, 2126, 2127, 2128, 2136, 2138 e
2143.
14.9 Auto-avaliação
1) Dê a definição de integral duplo;
2) Enuncie as principais propriedades do integral duplo;
3) Explique como se faz a passagem do integral duplo para o integral reiterado;
ZZ
2
4) Dada a região Π = {(x, y) ∈ R : 1 ≤ x ≤ 3, 4 ≤ y ≤ 6}, calcule o integral xy dxdy como limite da
Π
soma integral;
ZZ
5) No integral duplo f (x, y)dxdy , coloque os limites de integração numa e noutra ordem, sabendo que
D
D é delimitado pelas linhas que unem os pontos A(0, 0) , B(1, 1) , C(0, 2) e D(−1, 1) ;
ZZ
6) No integral duplo f (x, y)dxdy , coloque os limites de integração numa e noutra ordem, sabendo que
D
D = {(x, y) ∈ R2 : x2 + y 2 ≤ y} ;
Z1 Z3x
7) No integral reiterado dx f (x, y)dy , mude a ordem de integração;
0 2x
ZZ
8) Passe o integral duplo f (x, y) dxdy , onde D está limitada pelas rectas x = 2 , y = x e pela hipérbole
D
xy = 1, para o integral reiterado.
M. Alves, E. Alves 2013 115
ZZ
5) No integral duplo f (x, y)dxdy , coloque os limites de integração numa e noutra ordem, sabendo que
D
D é delimitado pelas linhas que unem os pontos A(0, 0) , B(1, 1) , C(0, 2) e D(−1, 1) .
Resolução. Temos:
Z1 Zy Z2 Z
2−y Z0 Z
x+2 Z1 Z
−x+2
ZZ
6) No integral duplo f (x, y)dxdy , coloque os limites de integração numa e noutra ordem, sabendo que
D
D = {(x, y) ∈ R2 : x + y 2 ≤ y} .
2
Resolução. Temos:
1
√1 2 √ 2
Z1/2 2+Z 4 −x Z1 Zy−y
dx f (x, y)dy = dy f (x, y)dx. ¥
−1/2 1
√1 2 0
√
2− 4 −x − y−y 2
Z1 Z3x
7) No integral reiterado dx f (x, y)dy , mude a ordem de integração.
0 2x
Resolução. A região de integração define-se pelas desigualdades: 0 ≤ x ≤ 1, 2x ≤ y ≤ 3x , logo
encontramos os pontos extremos para y : 0 e 3.
Z1 Z3x Z2 Zy/2 Z3 Z1
dx f (x, y)dy = dy f (x, y)dx + dy f (x, y). ¥
0 2x 0 y/3 2 y/3
116 análise matemática II-Unidade XIV. Integral duplo
ZZ
8) Passe o integral duplo f (x, y) dxdy , onde D está limitada pelas rectas x = 2 , y = x e pela hipérbole
D
xy = 1, para o integral reiterado.
Resolução. Passando para o integral reiterado temos:
ZZ Z2 Zx
x2 x2
dxdy = dx dy. ¥
y2 y2
D 1 1/x
c
°Manuel Alves e Elena Alves 1988–2013
Typeset by LATEX 2ε
M. Alves, E. Alves 2013 117
15.1 Introdução
Na unidade anterior vimos como passar do integral duplo para o integral reiterado. Nesta unidade iremos
calcular os integrais duplos nos sistemas cartesiano e polar. Veremos algumas aplicações geométricas e físicas
do integral duplo, nomeadamente, a área, volume e massa duma figura plana.
15.2 Objectivos
No fim desta unidade didáctica o aluno será capaz de:
1) Calcular integrais duplos;
2) Fazer a mudança de variáveis no integral duplo;
3) Calcular a área, volume e massa duma figura plana usando o integral duplo.
Se as funções (36) possuem numa certa região Ω do plano Ouv derivadas contínuas de primeira ordem e
determinante diferente de zero ¯ 0 ¯
¯ xu x0v ¯
¯ ¯
J(u, v) = ¯¯ ¯,
¯ (37)
¯ yu0 yv0 ¯
e a função f (x, y) é contínua na região D , então é justa a fórmula de mudança de variáveis no integral duplo:
ZZ ZZ
f (x, y) dxdy = f (ϕ(u, v), ψ(u, v))|J(u, v)| dudv. (38)
D Ω
1) A passagem para o sistema de coordenadas polares é útil quando o integrando tem a forma f (x2 + y 2 ) , a
2) Na prática a passagem para coordenadas polares faz-se por meio da mudança x = ρ cos θ , y = ρ sin θ ,
dxdy = ρdρdθ . A transformação da região D na região Ω não se faz, mas sim faz-se a compatibilização
ZZ p
Exemplo 76. Calcule 9 − x2 − y 2 dxdy , onde D é o círculo x2 + y 2 ≤ 9}.
D
M. Alves, E. Alves 2013 119
ZZ p Z2π Z3 p
ρ 9− ρ2 dρdθ = dθ ρ 9 − ρ2 dρ = 18π.
Ω 0 0
ZZ p
Exemplo 77. Calcule x2 + y 2 dxdy , onde Ω = {(x, y) ∈ R2 : 4 ≤ x2 + y 2 ≤ 9} .
Ω
ZZ p ZZ q Z2π Z3
2 38π
x2 + y2 dxdy = r2 cos2 φ+ r2 sin φ r drdφ = dφ r2 dr = .
3
Ω Ω 0 2
1) Área
ZZ
Se f (x, y) = 1 então A = dxdy dá-nos a área da região D .
D
2) Volume
ZZ
O integral duplo V = f (x, y) dxdy dá-nos o volume do corpo delimitado superiormente pela superfície
D
z = f (x, y) e cuja base é D .
ZZ ZZ Z2π Z1 Z2π Z1
1 2 2 1 3 2
V = (7 − ρ )ρ dρdθ − (1 + ρ )ρ dρdθ = dθ (7ρ − ρ ) dρ − dθ (ρ + ρ3 ) dρ = π.
3 3 3
Ω Ω 0 0 0 0
Exemplo 79. Usando o integral duplo, calcule a área da da figura delimitada por (x3 + y 3 )2 = x2 + y 2 , x = 0 ,
y = 0 ( x ≥ 0, y ≥ 0 )
1
Resolução. Passando para coordenadas polares temos ρ = p . Assim,
3
sin θ + cos3 θ
1
p
3
Zπ/2 sin Zθ + cos3 θ Zπ/2 √
1 dθ π 2 √
A= dθ ρdρ = = + ln(1 + 2).
2 sin3 θ + cos3 θ 6 3
0 0 0
x2
Exemplo 80. Calcule a massa da figura que se encontra no primeiro quadrante, delimitada pela elipse +y 2 =
4
1 e eixos coordenados, sabendo que a sua densidade em cada ponto (x, y) é proporcional ao produto das suas
coordenadas.
Resolução. Seja k o coeficiente de proporcionalidade, logo a densidade no ponto (x, y) é f (x, y) = kxy .
Assim,
q
x2
Z2 Z1− 4
k
m=k x dx y dy = .
2
0 0
15.6 Exercícios
ZZ
√
1) Calcule o integral duplo y ln x dxdy , se D está limitada pelas linhas xy = 1 , y = x, x = 2;
D
ZZ
2
2) Calcule o integral duplo (3x+y) dxdy , se D está definida pelas desigualdades x2 +y 2 ≤ 9, y ≥ x+3;
3
D
ZZ
dxdy
3) Passando para coordenadas polares, calcule o integral duplo , se D está limitada pela
x2 + y 2 + 1
√ D
semicircunferência y = 1 − x2 e o eixo das abcissas;
M. Alves, E. Alves 2013 121
ZZ p
4) Passando para coordenadas polares, calcule o integral duplo x2 + y 2 dxdy , se D está limitada pelas
D
linhas x2 + y 2 = a2 e x2 + y 2 = 4a2 ;
6) Usando o integral duplo, calcule a área da figura limitada pelas linhas y = 4x − x2 e y = 2x2 − 5x ;
9) Calcule a massa dum lâmina quadrada cujo lado é igual a a, sabendo que a densidade em qualquer ponto
é proporcional ao quadrado da distância que vai desse ponto até um dos vértices do quadrado;
10) Calcule a massa dum disco de raio igual a r , sabendo que a densidade em qualquer ponto é inversamente
proporcional a distância que vai desse ponto até ao centro e é igual a δ na fronteira do disco.
15.7 Respostas
5
1) (2 ln 2 − 1) ;
8
94
2) −2 ;
169
π
3) ln 2;
2
14 2
4) πa ;
3
1
5) ;
6
27
6) ;
2
32 √
7) 8π − 2;
3
8) 90 ;
2 4
9) a k , onde k é o coeficiente de proporcionalidade;
3
10) 2πr2 δ .
15.8 Tarefas
Para esta unidade o estudante deverá desenvolver as seguintes actividades:
3) Assistir os vídeos:
www.youtube.com/watch?v = −6nxXrBLAoc
www.youtube.com/watch?v = t3QvC7U b5pE
5) Do livro de B. Demidovitch, resolver os exercícios 2145, 2146, 2148, 2160, 2165, 2180, 2194, 2195, 2225 e
2226.
15.9 Auto-avaliação
1) Explique o método de mudança de variável no integral duplo;
6) Usando o integral duplo, calcule a área da da figura delimitada por (x + y)4 = ax2 y ;
ZZ Z2 Zx Z2
x2 x2
dxdy = dx dy = (x2 − x)dx = 9/4. ¥
y2 y2
D 1 1/x 1
M. Alves, E. Alves 2013 123
ZZ
4) Calcule o integral duplo (x+2y)dxdy , onde D está limitada pelas linhas y = x2 , y = 0 e x+y−2 = 0.
D
Resolução. Passando para o integral reiterado temos:
ZZ Z1 Z
2−y
29
(x + 2y)dxdy = dy (x + 2y)dx = . ¥
√
20
D 0 y
ZZ
5) Calcule ln(x2 + y 2 ) dxdy , se D é a região que se encontra entre as circunferências x2 + y 2 = e2 e
D
x2 + y 2 = e4 .
Resolução. Passando para coordenadas polares temos
2
ZZ ZZ Z2π Ze
ln(x2 + y 2 ) dxdy = 2 ρ ln ρ dρdθ = 2 dθ ρ ln ρ dρ = πe2 (3e2 − 1). ¥
D D 0 e
6) Usando o integral duplo, calcule a área da da figura delimitada por (x + y)4 = ax2 y .
Resolução. Passando para coordenadas polares temos ρ = a cos4 θ sin2 θ . Assim,
4
Zπ/2 a cosZ θ sin2 θ Zπ/2
a2
A=2 sin θ cos θdθ ρdρ = a cos9 θ sin5 θdθ =
2
. ¥
210
0 0 0
ZZ Z2 Z5
3x dxdy = 2 x dx dy = 12.
D 0 1+x2
c
°Manuel Alves e Elena Alves 1988–2013
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