Ano 2019
II – Breve sumário da tese
III – Objetivos
Geral
1
CAIXETA, Davi Mendes; CORREIA, Vanessa Araújo (Orgs). Reflexões e subsídios para o trabalho
com jovens. São Paulo: Loyola, 2018; MAGIS BRASIL. Disponível em: https://magisbrasil.com
Acesso em: 27 dez. 2018. O programa Magis-Brasil apresenta-se como uma ação apostólica da
Província dos Jesuítas do Brasil (BRA) destinada a jovens de 17/32 anos. Trata-se de uma ação
articulada em redes internas (Rede Inaciana de Jovens) e externas (congregações religiosas, grupos
eclesiais e civis), para lhes oferecer experiências, formações e acompanhamentos, em função do
serviço da fé e da promoção da justiça. O programa se organiza a partir de eixos transversais:
Exercícios Espirituais de Santo Inácio, Voluntariado jovem e inserção sociocultural, Pedagogia e
metodologia de trabalho, socioambiental, vocações jesuítas.
Específicos
IV – Justificativa e relevância
2
JOÃO PAULO II. Carta encíclica Centesimus Annus no centenário da Rerum Novarum. São Paulo:
Loyola, 1991, n. 5e, Coleção Documentos Pontifícios; CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS
DO BRASIL. Evangelização da Juventude: desafios e perspectivas pastorais. São Paulo: Paulinas,
2007, Documentos da CNBB 85, p. 35, 92-95, 99-100, 113, 116 (respectivamente os nn. 48, 174-182,
193, 229, 238); Id.. O seguimento de Jesus Cristo e a ação evangelizadora no âmbito universitário.
Brasília: CNBB, 2013, Estudos da CNBB 102, p. 39-40, 43-44 (respectivamente os nn. 61-63); Id..
Pastoral juvenil no Brasil: identidade e horizontes. Brasília: CNBB, 2013, Estudos da CNBB 103, p.
52; Id.. Iniciação à vida cristã: itinerário para formar discípulos missionários. 2.ed. Brasília: CNBB,
2017, Documentos da CNBB 107, p. 87 (respectivamente n. 208); SÍNODO DOS BISPOS. Os jovens,
3
O voluntariado em contextos de exclusão social é um fenômeno social, que faz
referência a instituições historicamente vinculadas à ação social e a pessoas que atuam como
impulsoras de iniciativas sociais, desde uma consciência solidária a uma transformação do
tecido social. No Brasil , as atividades voluntárias ganharam maiores organização e expressão
3 4
(1942), a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE (1954), o Projeto Rondon
(1967) e a Pastoral da Criança (1983) ; a partir dos anos 80, relacionado às mudanças sociais
7
a fé e o discernimento vocacional: documento preparatório com questionário anexo com carta do papa
Francisco aos jovens. São Paulo: Paulinas, 2017, Documentos da Igreja 45, p. 43-53.
3
GARCÍA ROCA, Joaquín. En tránsito hacia los últimos. Crítica política del voluntariado. Bilbao: Sal
Terrae, 2001; Id., Políticas y programas de participación social. Madrid: Síntesis, 2004; RENES
AYALA, Victor. El voluntariado: solidariedade y participación en la sociedad actual, Sal Terrae:
Revista de Teología Pastoral, Bilbao, v. 77, n. 6, p. 435-448, junio 1989.
4
MARTELLI, Carla Giani. Voluntariado. In. GIOVANNI, Geraldo Di; NOGUEIRA, Marco Aurélio
(Orgs). Dicionário de políticas públicas. 2.ed. São Paulo: Editora da Unesp; Fundap, 2015, p. 1022-
1024.
5
CRUZ VERMELHA BRASILEIRA. Disponível em: https://www.cruzvermelha.org.br/pb/ Acesso
em 07 dez. 2018; ESCOTEIROS DO BRASIL. Disponível em: https://www.escoteiros.org.br Acesso
em: 07 dez. 2018.
6
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Lei n. 91, de 28.08.1935, que determina regras pelas quais as
o
4
contexto de globalização econômica e acirramento da concorrência em nível global, passou-se
a exigir novos posicionamentos no mundo empresarial. Muitas empresas assumiram posturas
distintas de gestão de negócios, colocando em pauta a questão do voluntariado empresarial e a
da responsabilidade social, num novo compromisso com a ética e o desenvolvimento
sustentável, e, com o debate sobre a crise e sobre a reforma do Estado, valorizou-se
sobremaneira a sociedade civil como locus de formas associativas capazes de colaborar no
desempenho de certas atribuições governamentais. Doações privadas para atividades com fim
público, trabalho voluntário e a atuação social das empresas deveriam ser transformados em
insumos para o desenvolvimento; em 1995, criou-se o Programa Comunidade Solidária , que 9
para isso um termo de adesão; no ano seguinte, em 1999, promulga-se a Lei n. 9.790 , com a 12
qual dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos,
de instituir parcerias. Com a construção jurídica do voluntariado social, consagrou-se o
entendimento de que o voluntariado, para além do caráter assistencialista, passa a ser
fortemente incentivado como importante parceiro do Estado no atendimento das necessidades
9
Id.. Decreto n. 1.366, de 12.01.1995, que dispõe sobre o Programa Comunidade Solidária.
o
sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, institui e disciplina o
Termo de Parceria, e dá outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9790.htm Acesso em 07 dez. 2018.
5
da população e no desenvolvimento sustentável do país; em 2001, a ONU cria o Ano
Internacional do voluntariado ; em 2011, a Pastoral da Criança foi indicada ao Prêmio Nobel
13
da Paz , pelo trabalho realizado com seus 150 mil voluntários. No entanto, somente com a Lei
14
pessoa como objetivo de atividade não remunerada reconhecida como serviço voluntário.
Tal fenômeno social resultou de processos histórico-políticos, construções jurídicas e
aspectos culturais, que se desdobram em práticas individuais, em organizações de
solidariedade e em movimentos sociais e se domiciliam em cenários do Estado, do mercado e
dos mundos vitais , nos quais pessoas se dedicam tempo e trabalho sem remuneração, com
16
para reduzir a fragilidade das pessoas, para amortizar a vulnerabilidade dos contextos de
exclusão e para promover uma sociedade convivencial e humana, uma cultura da cidadania,
da participação e da solidariedade , um modo de ação guiada pela operatividade social do
18
dom , enfim. Tal ação, que cria estruturas solidárias, remove causas de sofrimento e
19
13
ONGS BRASIL. Disponível em: http://www.ongsbrasil.com.br Acesso em: 12 dez. 2018.
14
PASTORAL DA CRIANÇA. Disponível em: https://www.pastoraldacrianca.org.br/noticias2/1041-
pastoral-da-crianca-e-indicada-ao-premio-nobel-de-2011 Acesso em: 07 dez. 2018.
15
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Lei n. 13.297, de 16.06.2016, sobre o incluir a assistência à
o
pessoa como objetivo de atividade não remunerada reconhecida como serviço voluntário. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4519.htm Acesso em: 07 dez. 2018.
16
GARCÍA ROCA, Joaquín. Solidaridad y voluntariado. Maliaño: Sal Terrae, 1994, Colección
Presencia Social 12. (Passim)
17
RENES AYALA, Victor. El voluntariado: solidariedade y participación en la sociedad actual, Sal
Terrae: Revista de Teología Pastoral, Bilbao, v. 77, n. 6, p. 435-448, junio 1989.
18
GARCÍA ROCA, Joaquín. Solidaridad y voluntariado, p. 25-86; Id.. Políticas y programas de
participación social. Madrid: Síntesis, 2011, p. 171-199.
19
DOMINGO MORATALLA, Agustín. Democracia y caridade. Horizontes éticos para la donación e
la responsabilidad. Miliaño: Sal Terrae, 2014, p. 129-159. Intitula-se operatividade social do dom o
potencial para reanimar, vitalizar e vigorar as relações sociais, que, segundo o autor, para entender a
radicalidade do voluntariado, não bastam as perspectivas sociológicas, políticas ou jurídicas. É
6
transforma mecanismos estruturais que produzem marginalizações, constitui-se num sujeito
social capaz de ser interlocutor de políticas sociais ante uma constante reinvenção de
exclusões sociais.
Desde o teólogo Jon Sobrino, esses contextos de exclusão social nos quais se
insertariam os cristãos sãos aqueles dos pobres desse mundo, que são lugar teológico . Nele 20
Distinguindo fonte e lugar teológico , defende-se que o lugar ideal da cristologia será aquele
22
lugar geográfico-espacial, de modo que “ir a esse lugar, permanecer nele e deixar-se afetar
por ele é essencial” , afirma. À vista disso, os contextos de exclusão sociais, onde se
24
importante contar com a categoria donación como presente nas motivações das pessoas. Trata-se de
atos de compaixão, entrega e generosidade como modo de cuidar dos demais e como cuidado de si
mesmo; Id.. El arte de cuidar: atender, dialogar y responder. Madrid: Rialp, 2013; GARCÍA ROCA,
Joaquín. Solidaridad y voluntariado, p. 17; Id.. Exclusión social y contracultura de la solidaridad:
prácticas, discursos y narraciones. Madrid: HOAC, 1998; MADRID, Antonio. La institución del
voluntariado. Madrid: Trotta, 2001.
20
SOBRINO, Jon. Jesucristo liberador: lectura historico-teologica de Jesus de Nazaret. San Salvador:
UCA, 1991, p. 423-451; Id.. La fe en Jesucristo: ensayo desde las victimas. San Salvador: UCA, 1999,
Teologia latino-americana 24, p. 21; Id.. Resurrección del la verdadera Iglesia: los pobres, lugar
teológico de la eclesiologia. 2.ed. Santander: Sal Terrae, 1984, Presencia teologica 8; Id..
Espiritualidad y seguimento de Jesus. In. ELLACURIA, Ignacio; SOBRINO, Jon. Mysterium
liberationis: conceptos fundamentales de la teologia de la liberación. 2.ed. Madrid: Trotta, 1994, v. 2,
p. 449-476; Id.. Cristologia sistemática: Jesus Cristo, el mediador absoluto del Reino de Deus. In.
ELLACURIA, Ignacio; SOBRINO, Jon. Mysterium liberationis: conceptos fundamentales de la
teologia de la liberación. 2.ed. Madrid: Trotta, 1994, v.1, p. 575-599.
21
SOBRINO, Jesucristo liberador, p. 64-72; Id., La fe en Jesucristo, p. 9-11.
22
Id., Jesucristo liberador; p. 43: “Há lugares em que se descobrem importantes realidades que estão
nas ‘fontes’ da revelação, mas que estiveram como que sepultadas.”
23
Id., Ibid., p. 59.
24
Loc. cit., p. 59.
25
Id., Ibid., p. 54-55: “No Concílio a expressão sinais dos tempos tem duas acepções. Por um lado, os
sinais dos tempos tem um significado histórico-pastoral, pois são ‘acontecimentos que caracterizam
7
oprimidas latino-americanas (o mundo dos pobres: sinal histórico-pastoral) como o servo
sofredor de Javé, o divino transpassado, como crucificado (sinal histórico-teologal) . Assim, 26
a reflexão cristológica tem suas fontes específicas na revelação de Deus em Cristo presente na
realidade atual, que, em conformidade com o Concílio Vaticano II, há de discernir à luz da
Revelação. Cristo é o Senhor da história, esteve presente e atuante na origem da fé, torna-se
27
presente na história através de um corpo e por sinais dos tempos. Fundamentam-se, assim, as 28
8
Segundo Jon Sobrino, “em todo lugar da realidade de Jesus se manifesta algo de
Deus” . É de índole sacramental. Desde o princípio do Evangelho, Deus aparece em Jesus
30 31
como Deus conosco, ao longo do Evangelho mostrando-se um Deus para nós, na cruz como
um Deus a mercê de nós e, sobretudo, como um Deus como nós. Isso significa considerar a
32
vida inteira de Jesus, a centralidade do Reino de Deus e do Deus do Reino para ele, sua vida
de fidelidade e de obediência até o fim, até sua morte , onde o Deus crucificado é o Deus
33
sofredor de Javé e são o lugar da presença de Jesus Cristo (Mt 25, 31-46) e de Deus Pai. Eles
estão presentes nos povos crucificados. Jon Sobrino explicita o que sãos os povos crucificados
em quatro níveis: fático-real, histórico-ético, religioso e cristológico. No nível fático-real,
35
povos crucificados significa pobreza e morte, lenta e real, por conta da pobreza, rápida e
violenta, por conta de repressão e das guerras, indireta e eficaz, por conta da privação cultural.
No nível histórico-ético, povos crucificados significa que a cruz expressa um tipo de morte
ativamente infligida por estruturas injustas. Há vítimas porque há verdugos. No nível
religioso, povos crucificados são o tipo de morte que padeceu Jesus, que, para o crente, tem a
força de evocar o fundamental da fé, do pecado e da graça, da condenação e da salvação.
Nesse sentido, os povos crucificados são os que completam em sua carne o que falta à paixão
de Cristo (1 Col 1, 24-28). Eles são a atual presença de Cristo na história, como o servo
sofredor de Javé e presença do corpo de Cristo crucificado na história, como povo mártir . O 36
mundo dos pobres é, pois, lugar de revelação sacramental de Deus. Eis o nível cristológico.
O mundo dos pobres é lugar eclesial , porque é o lugar da primeira e da segunda
37
Id.. El principio-misericordia. Bajar de la cruz a los pueblos crucificados. Santander: Sal Terrae,
31
1992, Colección Presencia Teologica 67, p. 83-95; Id.. El seguimento de Jesús pobre y humilde. Como
bajar de la cruz a los pueblos crucificados. In: GARCÍA-LOMAS, Juan Manuel (Ed.). Ejercicios
Espirituales y mundo de hoy. Congreso Internacional de Ejercicios Loyola, 20-26 septiembre de 1991.
Bilbao: Mensajero; Santander: Sal Terrae, [199-], p. 81.
SOBRINO, Jesucristo liberador, p. 410.
32
Id. Ibid., p. 410; ELLACURÍA, Ignacio. El pueblo crucificado, ensayo de soteriología histórica.
34
Id., Jesucristo liberador, p. 60-64; Id.. Los documentos de Puebla serena a afirmación de Medellin.
37
9
individual e comunitário/eclesial de Jesus e se historicizam a realidade e a ação de Jesus
Cristo como corporeidade histórica de uma comunidade-em-processo, “que vai
reinterpretando sua fé, aprendendo a expressá-la e formulá-la”. A realização da fé e da 38
principio misericórdia. Una Iglesia “pobre” es una Iglesia “rica” en misericórdia. Revista
Latinoamericana de Teologia, El Salvador, n. 21, p. 307-323, 1990; Id.. La Iglesia samaritana y el
Principio-Misericordia. Sal Terrae, Santander, n. 10, tomo 78, p. 665-678, octubre 1990; Id..
Comunion, conflito y solidariedad eclesial. In. ELLACURIA, Ignacio; SOBRINO, Jon. Mysterium
liberationis: conceptos fundamentales de la teologia de la liberación. 2.ed. Madrid: Trotta, 1994, v. 2,
p. 217-243; Id.. La opción por los pobres: dar y recibir. “Humanizar la humanidad”. Revista
Latinoamericana de Teologia, El Salvador, n. 60, p. 283-307, septiembre/diciembre 2003; Id.. Os
mártires: interpelação à Igreja. Concilium, Petrópolis, n. 299, p. 142-152, 2003.
38
SOBRINO, Jesucristo liberador, p. 62.
39
Id.. Humanizar uma civilização enferma. Concilium, Petrópolis, n. 329, p. 70-80, 2009; Id.. O
fundamental de todo ministério. Serviço aos pobres e vítimas num mundo Norte-Sul. Concilium,
Petrópolis, n. 334, p. 11-23, 2010.
40
AGBANOU, Victor Kossi. Les discours eschatologique de Matthieu 24-25: tradition et rédaction.
Paris: Lecoffre, 1983, p. 171-198; Mateus. In: BÍBLIA de Jerusalém. Nova ed. rev. e ampl. 4. impr.
São Paulo: Paulus, 2006, p. 1750. Cf. nota “a”; GARGABLIO, Giuseppe; FABRIS, Rinaldo;
MAGGIONI, Bruno. Os evangelhos (I). 2.ed. São Paulo: Loyola, 2002, Coleção Bíblica Loyola 1, p.
369-372; BONNARD, Pierre. L’évangile selon saint Matthieu. 2e.ed. Neuchâtel: Delachaux et Niestlé,
1970, p. 365-370; DUPONT, Jacques. A Igreja e a pobreza. In. BARAÚNA, Guilherme (Ed.). A
Igreja do Vaticano II: estudos em torno da Constituição Conciliar sobre a Igreja. Petrópolis: Vozes,
1965, p. 420-452; FARAHIAN, Edmond, Relire Matthew 25, 31-46. Gregorianum, Roma, v. 3, n. 72,
p. 437-457, 1991; FEUILLET, André, Le caractère universel du jugement et la charité sans fronteires
en Mt 25, 31-46. Nouvelle révue théologique, Namur, t. 102, n. 2, p. 180-186, mars-avril 1980, p. 179-
196, mars-avril 1980; KONINGS, Johan, Quem é quem na “parábola do último juízo” (Mt 25, 31-
46)?. Perspectiva teológica, Belo Horizonte, n. 22, p. 367-402, 1978; McMAHON, Christopher.
Christology, The Poor, and Surpassing Rightousness: Reading Matthew 25, 31-46 with 26, 6-13.
Révue biblique, Louvain-Paris, v. 123, n. 4, p. 554-566, octobre 2016.
10
O mundo dos pobres é lugar social-teologal, porque é donde se vê como está a criação
de Deus e onde Jesus Cristo faz-se presente como crucificado e como ressuscitado. Esse 41
lugar configura o modo de pensar do seguidor de Jesus, ao mesmo tempo crente e pensador, e
exige e facilita a ruptura epistemológica, ou seja, “pensar o Cristo a partir da situação da vida
e da morte reais, relacioná-lo com as necessidades primárias dos pobres, apresentar Cristo
como a palavra de vida diante da anti-vida, como quem veio trazer vida e vida em
abundância.” O mundo dos pobres é lugar de anúncio do Reino de vida contra o anti-reino de
42
morte; o mundo dos pobres ilumina os conteúdos cristológicos ; o mundo dos pobres ensina a
43
sobre seu próprio funcionamento, sobre sua dimensão noética, ética e práxica. 45
SOBRINO, Jesucristo liberador, p. 64-66; Id., El principio-misericordia, p. 83-95; Id., La fe en
41
Jesucristo, p. 9-11.
Id., Jesucristo liberador, p. 67; Id., El principio-misericordia, p. 31-45; Id., Resurrección de la
42
Id.. ¿Cómo hacer teología? La teología como “intellectus amoris”. Sal Terrea, Santander, n. 5, v. 77,
45
p. 397-417, mayo 1989; Id.. Jesucristo liberador; Id.. Cristologia sistemática: Jesus Cristo, el mediador
absoluto del Reino de Deus. In. ELLACURIA, Ignacio; SOBRINO, Jon, p. 575-599; SOBRINO, Jon.
Hacer teología en nuestro tiempo y en nuestro lugar. Revista Latinoamericana de Teología, El
Salvador, n. 87, p. 259-298, diciembre 2012.
ELLACURÍA, Ignacio. Las Iglesias latino-americanas interpelan a la Iglesia española. Sal Terrae,
46
Santander, n. 3, p. 219-230, 1982; Id.. Lectura latino-americana de los Ejercicios Espirituales de San
Ignacio. Revista Latinoamericana de Teología, El Salvador, n. 23, p. 111-147, 1991.
11
social) ao valorativo/teológico (dialética entre fonte e lugar) e à cotidianidade da vida cristã
47
(o cristão do voluntariado ). 48
de mistérios da vida de Jesus (EE 114-116 ), de seu seguimento (EE 91-98), de discernimento
53
47
VAZ, Henrique Claudio de Lima. Sinais dos tempos: lugar teológico ou lugar comum? Revista
Eclesiástica Brasileira, Petrópolis, v. 32, fasc. 125, p. 101-124, março 1972.
48
Evidencia-se, assim, o que é o propriamente cristão do voluntariado em contextos de exclusão social,
haja vista especificações de voluntariado: ambiental, corporativo, empresarial, educativo, esportivo,
serviço civil voluntário, trabalho voluntário, voluntário sadio/normal. Cf. Voluntário. In. INSTITUTO
BRASILEIRO DE INFORMAÇÃO EM CIÊNCIA E TECONOLOGIA. Biblioteca Digital Brasileira
de Teses e Dissertações. Brasília: IBICT, 2003. Disponível em: http://bdtd.ibict.br/vufind/ Acesso em:
19 dez. 2018.
49
MELLONI, Javier. La mistagogía de los Ejercicios. Bilbao: Mensajero; Santander: Sal Terrae, 2001,
p. 19-23, 31-69; Id.. Mistagogía. In. CASTRO, José García de (Dir.). Diccionario de Espiritualidad
Ignaciana (G-Z). Bilbao: Mensajero; Santander: Sal Terrae, 2007, p. 1246-1250.
50
EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS DE SANTO INÁCIO DE LOYOLA. São Paulo: Loyola, 2000, p. 9-
10: “Entende-se por exercícios espirituais qualquer modo de examinar a consciência, de meditar, de
contemplar, de orar vocal e mentalmente, e outras operações espirituais, de que adiante falaremos.
Assim como passear, caminhar e correr são exercícios corporais, chamam-se exercícios espirituais
diversos modos de a pessoa se preparar e dispor para tirar de si todas as afeiçoes desordenadas. E,
depois de tirar estas, buscar e encontrar a vontade divina na disposição de sua vida para sua salvação.”
51
MELLONI, La mistagogía de los Ejercicios, p. 19-23, 31-69; SOBRINO, Jon. La centralidad del
reino de Dios anunciado por Jesús, Revista Latinoamericana de Teologia, El Salvador, n. 68, p. 135-
160, mayo/agosto 2006.
52
EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS DE SANTO INÁCIO DE LOYOLA, p. 9-10, 21.
53
Ibid., p. 56: “114 1. ponto Ver as pessoas (...) em seguida, refletir sobre mim mesmo para tirar
o
proveito. 2. ponto 115 Observar, prestar atenção e contemplar o que falar. Refletir em mim mesmo
o
para tirar algum proveito. 116 3. ponto Olhar e considerar o que fazem (...) Em seguida, refletir em
o
12
(EE 313-336), de serviço (EE 23, 230-231) e de sentir-se Igreja são alguns elementos que
poderiam, com EE leves (EE 18 e 19 ), configurar a dinâmica mistagógico-inaciana em
54
referidos contextos. Acredita-se que tal proposta figura a factibilidade de nossa pesquisa.
experiência cristã de inserção social tem a ver com a experiência do Espírito de Jesus Cristo,
ou seja, viver segundo o seu Espírito , (re)pensar, afinal, teológica e mistagogicamente o
57
mundo dos pobres desde à cristologia e à espiritualidade presentes em principais obras de Jon
mim mesmo para tirar algum proveito espiritual.”; GUILLÉN, Antonio T.. Contemplación. In.
CASTRO, José García de. Diccionario de Espiritualidad Ignaciana (A-F). Bilbao: Mensajero;
Santander: Sal Terrae, 2007, p. 445-452.
54
As anotações são destinadas a dar os EE, adaptando-os, aos diversos tipos de pessoas, segundo sua
capacidade, disposição e possibilidades, cf.: EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS DE SANTO INÁCIO DE
LOYOLA, p. 18-19; ARZUBIALDE, Santiago. Ejercicios Espirituales: historia y analises. 2.ed.
Bilbao: Mensajero; Santander: Sal Terrae, 2009, v. 1, p. 74. Lê-se na página 82: “Em resumo, deve
adaptar sempre a experiência, meios e atividades às moções-agitações e às possibilidades do
indivíduo, de tal modo que seja algo que este compreenda, resulte-o fácil e apetecível e o possa
descansadamente levar [18]”; LOP SEBASTIÀ, Miguel. Los directorios de ejercicios 1540-1599.
Bilbao: Mensajero; Maliaño: Sal Terrae, 2000, p. 625-629.
55
GARCÍA ROCA, Exclusión social y contracultura de la solidaridad, p. 27.
56
SOBRINO, Jon. La significación actual del reino de Deus anunciado por Jesús. Iglesia Viva –
Revista de pensamento cristiano, Valencia, n. 105-106, p. 365, mayo/agosto 1983.
57
AQUINO JUNIOR, Francisco. Viver segundo o espírito de Jesus Cristo: espiritualidade como
seguimento. São Paulo: Paulinas, 2014, p. 36-37: “A experiência cristã tem a ver com a experiência do
Espírito de Jesus Cristo: viver segundo o seu Espírito, o que significa viver como ele viveu e do que
ele viveu. Trata-se, portanto, de um modo concreto de viver e dinamizar a própria vida, conformando-
a ou configurando-a a Jesus de Nazaré. É nesse sentido que se deve falar da espiritualidade cristã
como seguimento de Jesus Cristo: seguir seus passos, prosseguir sua missão, atualizar seu modo de
vida (...) Se o Espírito de Jesus se manifesta no modo concreto como ele viveu, só na medida em que o
seguimos, isto é, em que vivemos como ele viveu, em que reproduzimos/atualizamos seu modo de
vida (seguimento) podemos afirmar que vivemos segundo seu Espírito (espiritualidade).”
13
Sobrino e modos de jovens de inserir-se em voluntariado em contextos de exclusão social
enquanto lugar de experiência teologal e de experiência eclesial-social é dom e tarefa
(segundo e terceiro momentos). Para propor uma mistagogia inaciana do já e do ainda não do
Reino de Deus como um advir, um tornar-se nunca acabado, uma aventura sempre proposta,
uma chance assumida, uma resposta sempre a dar, uma graça sempre a pedir para o outro,
para nós e para mim, faz-se necessário auscultar a correlação entre Jesus e os pobres,
ratificada evangélica, eclesial e socialmente, a fim de se articularem elementos teológicos
(trinitários, antropológicos, eclesiológicos e sociológicos).
V – Metodologia
Num primeiro momento, pretende-se explicitar desde Joaquín García Roca aspectos 59
14
de participação social, exercício da cidadã ia e ação solidária, por meio do qual se propõem
políticas sociais efetivas. Para esse fim, considera-se entre 6/12 meses em pesquisas/leituras.
Espera-se, ao final desse período, ter configurada a parte histórico-pastoral da pesquisa, a
condição samaritana da participação social, do exercício da cidadania e da ação solidária (Lc
10, 25-37).
Num segundo momento, pretende-se correlacionar desde à cristologia de Jon Sobrino
o voluntariado em contextos de exclusão social como lugar de revelação sacramental de Deus
e como lugar eclesial e social-teologal (lugar teológico). Nossa hipótese capitular é de que a
configuração contemporânea do voluntariado em contextos de exclusão social como
fenômeno de participação e de solidariedade sociais é uma realidade histórica, na qual se crê
que Deus e Cristo continuam fazendo-se presentes e na qual se convergem e se remetem
mutuamente pobres e Jesus de Nazaré e o seguimento eclesial-social d’Ele. Nela engendram-
se dialeticamente a realidade de Cristo expressa em fontes do passado e a realidade de Jesus
Cristo no mundo dos pobres como lugar de revelação sacramental de Deus (Cristologia),
confessadas e professadas eclesial-socialmente, no presente (Soteriologia cristológica). Ainda
que se façam às vezes alusões, não diz respeito a estudos nem comparativo entre cristologias e
eclesiologias, nem da história da cristologia ou de cristologias sistemáticas atuais, nem da
teologia da libertação, nem do estudo histórico da acepção de lugar teológico. Tange-se
estudar o modo como Jon Sobrinho, desde sua cristologia, entende o mundo dos pobres como
lugar teológico e como lugar eclesial-social desde à leitura histórico-teológica de Jesus de
Nazaré e da fé em Cristo. às vítimas/os crucificados/os pobres deste mundo a partir social, a
fim de legitimar nossa intuição de que o voluntariado em contextos de exclusão social é lugar
teológico e lugar eclesial-social. Para tal, prevê-se entre 6/12 meses em pesquisas/leituras.
Espera-se, ao final desse período, ter configurada a parte histórico-teológica da pesquisa, a
dimensão pública do projeto de vida inspirada no Evangelho de Jesus de Nazaré, o Cristo.
Num terceiro momento, investigar-se-á quais Exercícios Espirituais leves (EE 18 e 19)
constituiriam a trama na qual se inscreve a história espiritual de quem quer buscar e encontrar
a vontade de Deus para o seu cotidiano (EE 1), de quem quer situar-se existencialmente diante
dela e respondê-la pessoal e eclesialmente, e, mediante isso, interagir de outra maneira em
suas vidas (EE 23, 114-116, 230-231, 313-336), onde as experiências pessoais, as relações
uns com os outros, seus engajamentos sociais, políticos, culturais, eclesiais, professionais são
tecidos (EE 5, 15, 91, 180). Não diz respeito nem ao estudo estrito dos Exercícios Espirituais
de Santo Inácio ad intra, nas diversas modalidades de proposição da experiência completa,
nem da pesquisa do processo de gênese e desenvolvimento histórico do texto dos Exercícios
15
Espirituais leves (18 e 19), nem da análise acurada da teologia/cristologia dos EE, ainda que
se lhes façam alusões. Trata-se de descobrir quais EE, no quadro do voluntariado para jovens
a ser proposto pelo Programa Magis em contextos de exclusão social, configuram a adaptação
sugerida por Inácio, a fim de que os participantes sejam capazes de auferir os frutos próprios
dos EE (EE 1 e 21). Para tanto, presume-se entre 6/12 meses em pesquisas/leituras. Espera-se,
ao final desse período, ter configurada a proposta mistagógico-inaciana de inserção social em
contextos de exclusão social.
VI – Estado da questão
presente em esferas do Estado, da economia e dos mundos vitais. “Não existe o voluntariado
– escreveu Joaquín García Roca –, senão os voluntariados com uma ampla rede plural
associativa; tanto sua identidade como suas tarefas e funções estão vinculadas às
transformações de participação social”. No interior da realidade dos voluntariados coexistem
62
“um valor pessoal que nasce do exercício da bondade pessoal e da liberdade individual, um
movimento de cidadania que se organiza em torno a causas solidárias e uma instituição social
que se destina a benefícios e serviços.” 63
GARCÍA ROCA, Joaquín. Políticas y programas de participación social, p. 173-176.
60
Loc. cit..
62
63
Id. Ibid., p. 178; Id.. Solidaridad y voluntariado. Presencia social. Bilbao: Sal Terrae, 1994,
Colección Presencia Social 12, p. 17, 36; DOMINGO MORATALLA, Agustín. Democracia y
caridade, p. 129-159. Intitula-se operatividade social do dom o potencial para reanimar, vitalizar e
vigorar as relações sociais, que, segundo o autor, para entender a radicalidade do voluntariado, não
bastam as perspectivas sociológicas, políticas ou jurídicas. É importante contar com a categoria
donación presente nas motivações das pessoas. Trata-se de atos de compaixão, entrega e generosidade
como modo de cuidar dos demais e como cuidado de si mesmo. Ver também: Id.. El arte de cuidar:
atender, dialogar y responder. Madrid: Rialp, 2013; GARCÍA ROCA, Joaquín. Exclusión social y
contracultura de la solidaridad: prácticas, discursos y narraciones. Madrid: HOAC, 1998; MADRID,
Antonio. La institución del voluntariado.
16
ainda que seja usada para indicar a revelação de Deus, é epistemologicamente problemático e 64
diverso ; no entanto, o que parece de suma importância é a clara visão do subjacente ao uso
65
64
AQUINO JUNIOR, Francisco de. Sobre o conceito “lugar teológico”. Revista Eclesiástica Brasileira,
Petrópolis, fasc. 278, p. 451-452, abril 2010; COSTADOAT, Jorge. La historia como “lugar
teológico” en la teología latino-americana de la liberación. Perspectiva teológica, Belo Horizonte, v.
47, n. 132, p. 179-202, maio/agosto 2015.
65
MICHON, Cyrille; NARCISSE, Gilbert. Lugares teológicos. In. LACOSTE, Jean-Yves. Dicionário
crítico de Teologia. São Paulo: Loyola, Paulinas, 2004, p. 1055 [1055-1059]. Os autores nomeiam
“lugares teológicos aos diversos domínios a partir dos quais o conhecimento teológico pode elaborar
65
seu saber ou às diversas fontes nas quais se inspira: a Escritura, a tradição, os Padres, o magistério, a
liturgia etc.”; RAHNER, Karl. Teologia. In: ______. Sacramenti Mundi. Barcelona: Helder, 1977, vol.
VI, p. 546. Para o autor, loci theologici são fontes de conhecimento da teologia. Ele explicita
magistério eclesiástico, revelação, Sagrada Escritura, tradição, padres da Igreja, teólogos, liturgia, o
direito canônico como fontes; SCANNONE, Juan Carlos. Cuestiones actuales de epistemologia
teológica. Aportes de la teología de la liberación. Stromata, San Miguel, n. 3, p. 293-336, julio-
diciembre 1999. Para explicitar a auto-compreensão que a teologia da libertação tem e dá de si mesma
e sua própria originalidade como intellectus amoris e como intellectus misericordiae, Juan Carlos
Scannone propõe a distinção entre lugar teológico e lugar hermenêutico. Para ele, lugar teológico é seu
tópoi (em sentido aristotélico), ou seja, fontes (constitutivas ou declarativas) do conhecimento
teológico. Já lugar hermenêutico é o desde aonde se faz uma interpretação. É a partir daí que ele pode
afirmar que a Igreja e sua opção preferencial (não exclusiva) pelos pobres devem ser reconhecidas
como lugar teológico, pois manifestam conteúdos da Revelação, ou seja, são fontes e sinais históricos
da manifestação do amor de Deus, de Cristo, da Igreja na história, cuja tarefa da teologia é contemplar
(intellectus amoris), discernir à luz da Palavra de Deus sua atual manifestação de amor na presente
situação histórica e explicitar as exigências de amor misericordioso tanto pastorais como culturais,
sociais e políticas (intellectus misericordiae).
66
ANDINO ACOSTA, Carlos Andrés. Aproximación al VIH/sida como locus theologicus. Propuesta
pastoral desde la perspectiva teológica de la acción humana. Studium Theologicum Xaverianum,
Bogotá, n. 9, p. 75-125, 2014; AVIÑA, Mónica Chávez. De la justicia a la reconciliación como lugar
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183. Disponível em <www.vatican.va>. Acesso em 19 dez. 2018; SCANONNE, Juan Carlos. Los
Ejercicios Espirituales como “lugar teológico”. In. GARCÍA-LOMAS, Juan Manuel (Ed.). Ejercicios
17
cristologias, o lugar teológico são os textos, embora tenham de ser lidos num lugar físico e
consideram-se as novas exigências da realidade. São sinais dos tempos em sentido histórico-
pastoral. Para a cristologia latino-americana, o lugar teológico é determinada realidade
histórica na qual se crê que Deus e Cristo continuam fazendo-se presentes. Ele é, por isso,
lugar teologal mais do que lugar teológico e de onde se podem reler mais adequadamente os
textos do passado. Segundo Jon Sobrino, se o lugar é importante para que a cristologia possa
ler suas fontes, ele o é mais ainda, por definição, se for levada a sério a (possível) presença de
Cristo na atualidade. São sinais dos tempos em sentido histórico-pastoral e em sentido
68
histórico-teologal.
de Centesimus Annus, na qual João Paulo II afirma que Leão XIII conferiu à Igreja quase um
estatuto de cidadania , acenou, em recentes documentos, para a urgência de repensar a ação
70
evangelizadora da Igreja, propondo o voluntariado como uma das pistas de ação de integração
do eixo pastoral espiritualidade, reflexão e ação social solidária ou socioeducacional. Sabe-se 71
Espirituales y mundo de hoy. Congreso Internacional de Ejercicios. Loyola, 20-26 septiembre de
1991. Bilbao: Mensajero; Santander: Sal Terrae, [199-], v. 8, p. 323-337; SOBRINO, Jesucristo
liberador, p. 423-451; Id., La fe en Jesucristo, p. 9-11.
67
DOCUMENTO DE APARECIDA. Texto conclusivo da V Conferência geral do Episcopado Latino-
Americano e do Caribe. Brasília: CNBB; São Paulo: Paulus, Paulinas, 2007, p. 13, § 12.
68
SOBRINO, Jesucristo liberador, p. 54.
69
Cf. nota n. 2.
70
Cf. nota n. 2.
71
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. O seguimento de Jesus Cristo e a ação
evangelizadora no âmbito universitário, p. 40: “um justo engajamento no campo social implica tanto
num trabalho prático com aqueles que sofrem e enfrentam dificuldades quanto no aprofundamento
conceitual da doutrina social da Igreja.”
72
ECHARREN, Ramon. El voluntariado social: avisos para creyentes, Sal Terrae: Revista de Teología
Pastoral, Bilbao, v. 77, n. 6, p. 464, junio 1989.
18
modos possíveis de adaptação dos EE, dando, por exemplo, instruções com relação ao exame
geral cotidiano, com relação a práticas de orar (modos de meditar e/ou contemplar). Tais
adaptações ocorrem ad intra e ad extra experiência completa dos EE. A revista Manresa
Espiritulidad Ignaciana publicou uma série de modalidades de EE leves, dentre elas
experiências entre indígenas, com universitários, para membros de Comunidade Eclesial de
Base, EE vespertinos, dentre outras. Por ocasião do Congresso Internacional de Exercícios,
73
em 1991, em Loyola, Cardeal Carlo Maria Martini ilustrou o uso pastoral dos Exercícios
Espirituais implementado por ele, segundo a letra e o espírito da anotação 18: as semanas dos
EE abertos, na catedral ou em paróquias, inclusive para um grupo numeroso; durante o
encontro mensal de 1h ½ na Escola da Palavra para jovens; os EE fechados dados para grupos
de 200-300 pessoas; os EE adaptados à Igreja local; na Cátedra dos não-crentes. 74
Dossier Modalidades de Ejercicios “leves” [18], Manresa Espiritualidad Ignaciana, Madrid, v. 70, p.
73
19
lugares teológicos ; de outro lado, não obstante, o voluntariado cristão em contextos de
76
76
Cf respectivamente notas 28 e 66.
20
gerar, pessoal e como Igreja samaritana , no quadro do voluntariado em contextos de
77
Introdução
Conclusão da tese
Voluntariado em contextos de exclusão social como lugar de (re) descoberta do Reino de
Deus. Uma proposta mistagógico-cristã desde à cristologia e à espiritualidade de Jon Sobrino
Referencias
SOBRINO, El principio-misericordia, p. 31-45; Id.. El seguimento de Jesús pobre y humilde. Como
77
bajar de la cruz a los pueblos crucificados. In: GARCÍA-LOMAS, Ejercicios Espirituales y mundo de
hoy, p. 77-94.
21
VIII – Referências
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latino-americana 24.
IX – Cronograma
28
Estudos referentes ao terceiro capítulo da tese e redação da primeira versão
2/2021 6/8 do terceiro capítulo da tese, seguida de leitura crítica do professor-
orientador.
Reescrita da segunda versão do terceiro capítulo, redação introdutória e
1/2022 7/8 conclusiva, seguida de leitura crítica do professor-orientador.
Releituras, revisão teológica, revisão bibliográfica, correções de ortografia e
2/2022 8/8 de redação final, seguida de leitura crítica do professor-orientador, de defesa
pública de tese doutoral e de entrega, na secretaria, dos exemplares
impressos e do arquivo PDF do texto definitivo.
____________________________ ____________________________
Aprovação do orientador Eduardo Roberto Severino
29