Anda di halaman 1dari 15

Mecânica e Ondas

fascı́culo 6

Copyright
c 2008 Mario J. Pinheiro
All rights reserved

March 4, 2013

Contents
7 Movimento circular não uniforme 121

8 Relatividade do movimento. Transformação de Galileu 122


8.1 Velocidade relativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125

9 Dinâmica - Leis de Newton 127

10 Forças 128
10.1 Forças fundamentais na Natureza . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128
10.2 Primeira Lei de Newton . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
10.3 Referenciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130
10.4 Segunda lei de Newton ou princı́pio fundamental da mecânica . . 131
10.5 Definição de massa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131
10.6 Superposição de forças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132
Mario J. Pinheiro
Departamento de Fı́sica e Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear
Instituto Superior Técnico
email: mpinheiro@ist.utl.pt

120
’Be a philosopher; but, admidst all your philosophy, be still a man.’
- (David Hume, 1737)

’It does not matter how slowly you go so long as you do not stop’. -
Confucius (571 BC –479 BC)

7 Movimento circular não uniforme


Quando o movimento é circular mas porém a rapidez varia, aparece o termo que
já discutimos a⊥ mas também um novo termo que representa uma componente
tangencial da velocidade:
∆vk dvk
ak = lim = , (7.1)
∆t→0 ∆t dt
continuando com a componente normal:

v2
a⊥ = . (7.2)
R
O módulo é dado por q
a= a2⊥ + a2k . (7.3)

É claro que no inı́cio do movimento circular a partir do repouso estas duas


componentes estão sempre presentes.
A força centrı́fuga é a força que parece dirigida no sentido contrário ao do
centro O.
Imagine que está no interior de uma viatura em movimento circular e que atira
uma maçã para fora do carro. Temos duas perspectivas diferentes do mesmo
evento:
- Referencial do solo.

• o objecto é atirado para fora da viatura


• move-se numa linha recta relativo ao solo (ou ao laboratório)
• tudo se passa como se a viatura tivesse uma aceleração centrı́peta a⊥ que
afasta a viatura do objecto.

- Referencial da viatura

• o objecto é atirado para fora da viatura

121
• aparenta estar animado da aceleração centrı́fuga −→

a⊥
• é evidente então pela comparação dos eventos observados nestes dois ref-
erenciais diferentes que surgem forças com carácter fictı́cio 1 (ou ainda por
vezes denominadas por pseudo-forças).

As chamadas forças fictı́cias surgem normalmente em referenciais não-inerciais


(isto é, acelerados), e nestes a descrição da mecânica sofre modificações apro-
priadas, como veremos a seguir.

8 Relatividade do movimento. Transformação


de Galileu
O movimento é relativo. Como é notório no exemplo anterior, a velocidade
e a aceleração dependem do referencial usado no estudo do movimento.
Os trabalhos de Galileu proporcionaram a base teórica para a artilharia. A
artilharia foi usada inicialmente para quebrar a moral dos adversários numa
confrontação bélica, mas era fundamental saber como atingir o alvo. Galileu
compreendeu que uma bala de canhão tem dois movimentos quando é lançada:
um movimento para a frente que resulta da explosão e que lhe dá um movimento
inicial em determinada direção; o outro movimento deriva da ação da gravidade
que puxa a bala para o centro da Terra. Galileu compreendeu que se pode
decompor um movimento complicado numa dada direção como resultado do
movimento em duas outras direções. Também compreendeu que o corpo se
movia numa direção determinada com velocidade constante porque possuia uma
propriedade intrı́nseca e fundamental da matéria: a inércia 2 .
Exemplo 1: Um avião desloca-se à altitude de 500 m e com a velocidade (ou
melhor, rapidez) de 100 km/h. Supondo que se pretende deixar cair um saco
postal para o solo no local B, a que distância A desse local se deve deixar cair
o saco postal? Veja a Fig.
1 Isto é, forças que não resultam de uma interacção fı́sica, que não resultam da presença de

um campo de forças (do tipo, por ex., electromagnético ou gravı́tico).


2 Esta propriedade era perfeitamente surpreendente na época. Alguns historiadores da

Ciência fizeram notar a extrema semelhança que a Lei da Inércia de Galileu tem com o perı́odo
inicial do Cap. II do Leviathan, escrito por Thomas Hobbes com o fito de compreender o
funcionamento das sociedades humanas:
”Que quando uma coisa está parada, assim permanecerá eternamente a menos
que alguma outra coisa a mova, é verdade que ninguém duvida. Mas que, quando
uma coisa se encontra em movimento, assim permanecerá eternamente a menos
que alguma outra coisa a detenha, não é tão facilmente que se concorda com isso,
embora a razão seja a mesma, a de que nada pode modificar-se por si mesmo.”

122
Figure 1: Avião deixa cair saco postal.

Tem-se sucessivamente:
y = h − 21 gt2
x = vt
2
⇒ t = xv2
2
y = h − gx2v 22 (8.4)
y = 0 [saco no solo] ⇒hq = gx
2v 2
2h
x =v g
q
105 2x500
x = 3600 10 ≈ 210 m.

QuadroNegro 1 - Movimento do veleiro relativo ao referencial do navio e da


Terra.

Referencial da Terra: x, y, z, t
Referencial do navio: x0 , y 0 , z 0 , t0 .
O tempo é absoluto no âmbito da mecânica Newtoniana: t = t0 .
Sejam:


r - vector posição do veleiro relativo à Terra.

123


r 0 - vector posição do veleiro relativo ao navio.
Iremos assumir que o sistema de coordenadas dos dois referenciais coincide no
instante t = t0 = 0 e que as coordenadas do navio movem-se com a velocidade

− →

V ao longo de R . Podemos então escrever:

− →

r =→

r0+R (8.5)

Esta adição imediata pode ser feita porque fora do contexto relativista (v  c)
os comprimentos dos objectos fı́sicos são absolutos.


− →

R =Vt (8.6)


∴→

r =→

r 0 + V t, (8.7)
ou

− →

r0=→

r −Vt (8.8)


Caso particular: V orientado ao longo do eixo OX.
De

− →

r0=→

r −Vt i .
Daqui resulta a Transformação de Galileu (válida no limite v  c, compri-
mentos e tempos absolutos):
 0
 x = x−Vt
 0

y = y
(8.9)
 z0 = z
 0

t = t

Para obter a velocidade derivamos a Eq. 8.8 em ordem ao tempo:


− d→
−r0 d→
−r0 d → − →
− d→
−r →

v0= = = ( r − V t) = −V. (8.10)
dt0 dt dt dt


∴→ −v0=→ −v −V, (8.11)
ou então,


∴→

v =→

v0+V (8.12)
Isto significa que a velocidade do veleiro relativa ao navio é a diferença entre a
velocidade do veleiro relativo à Terra e a velocidade do navio relativo à Terra.
Também a poderı́amos escrever na forma:

− →

v 0V N = →

v V T − V NT ,

− →
− (8.13)
v VT = → −
v 0V N + V N T .

Repare na forma como está escrita a última equação com os sub-ı́ndices do


vector velocidade com a seguinte sequência: {V T } → {V N } + {N T }.

124
Figure 2: Movimento relativo da embarcação ao atravessar um rio.



Em particular, se V dirige-se ao longo do eixo Ox, temos:

 vx = vx − V
vy = vy (8.14)
vz = vz

Podemos calcular a aceleração que o veleiro aparenta ter em ambos referenciais,


bastando calcular a derivada em ordem ao tempo do vector velocidade:


− d→
−v0 d→
−v0 d − → −
a0 = 0
= = (→v −V) (8.15)
dt dt dt


Como V assume-se constante (estudamos aqui o movimento uniforme), então
conclui-se que

− d→
−v
a0 = =→
−a. (8.16)
dt
Isto é, a aceleração é absoluta relativamente aos referenciais de inércia.
No caso geral em que a velocidade entre os dois referenciais não é constante,
teremos

− d→ −
a0 =→−
a − V. (8.17)
dt

8.1 Velocidade relativa

A velocidade relativa é usada para descrever o movimento de referenciais rela-


tivamente um ao outro.
Note em particular que para quaisquer dois objectos or referenciais A e B,
a velocidade de A relativa a B tem o mesmo módulo mas sentido oposto da
velocidade de B relativa a A:

− →

V BA = − V AB .

Exemplo 2: Uma embarcação atravessa um rio com uma corrente de veloci-


dade Vrt = 12 km/h, tal como ilustra o problema a Fig. 2. A velocidade da
embarcação relativa ao rio é Ver = 20 km/h. Qual é a orientação da embarcação
mais apropriada para que ela atinja a outra margem na transversal?
Solução:
Temos: →

V er − velocidade da embarcação relativa ao rio


V et − velocidade da embarcação relativa à Terra (8.18)


V rt − velocidade do rio relativamente às margens

125
Figure 3: Movimento relativo de um objecto relativamente às magens de um
rio.



Nós queremos que o movimento tenha o sentido do vector V et , o ângulo θ deve
ser tal que
Vrt 12
sin θ = = = 0.60
Ver 20
donde
θ = 36.90 .

Exemplo 3: Uma embarcação desloca-se no sentido 30o Norte-Oeste a 30 m/s


relativamente à água dum rio (Vd. Fig. 3). A corrente do rio é dirigida para Sul
a 5 m/s relativamente à margem. Considere em seguida que um objecto move-se
com a velocidade de 6 m/s no sentido 30o SO relativamente à embarcação. Qual
é a velocidade do objecto relativamente à margem do rio?
Solução:
A transformação de Galileu permite-nos escrever:


v ot = →

v oe + →

v er + →

v rt . (8.19)

Com base nos dados de que dispomos podemos desde logo escrever:

− →
− →

v oe = 6[− cos 30o i − sin 30o j ] (8.20)

− →
− →

v er = 30[− sin 30o i + cos 30o j ] (8.21)

− →

v rt = −5 j (8.22)

126
9 Dinâmica - Leis de Newton
A cinemática faz a descrição do movimento. Parte da definição da posição,
velocidade e aceleração e as suas relações e evolução temporal.
A dinâmica interroga-se sobre:

• porque se movem os corpos na forma que conhecemos?


• o que causa a aceleração dos corpos? (veremos que as forças são as causas
da aceleração).

As propriedades da força e a relação entre força e aceleração são dadas pelas


três leis de Newton.
A Primeira Lei descreve o estado natural de movimento de um corpo na ausência
de forças. As outras duas leis tratam do comportamento dos corpos quando
sujeitos a forças.
Foi Galileu que lançou as bases da ciência mecânica. Investigando a queda dos
corpos, perguntou-se: Como caem os corpos? Em particular:

• mostrou que a queda livre dos corpos faz-se com aceleração constante (é
independente do peso, ou da massa do objecto). Realizou experiências na
Torre de Pisa;
• determinou experimentalmente as relações dadas pelas expressões: v = at,
x = at2 /2;
• designando o peso de um corpo por força, mostrou que na queda dos
corpos a força pode ser medida pela aceleração que ela produz nesse corpo.

Newton reuniu as descobertas de Galileu numa formulação da dinâmica a que


hoje se designa por “Mecânica Newtoniana”, generalizando a ideia de força
como possı́vel de ser medida pela taxa de variação do momentum, incluindo
assim todas as formas de movimento.
As leis de Newton não representam uma descrição perfeita do mundo real. Em
particular, ela falha na descrição dos

• Átomos e núcleos atómicos → Teoria Quântica.


• Movimento a altas velocidades, isto é, quando v ∼ c → Teoria da Rela-
tividade.

127
10 Forças
A noção de força é fundamental na fı́sica clássica. Força é um vector, este
indicando a direcção ao longo da qual é aplicada e a sua magnitude (módulo).
No quotidiano usa-se o conceito de força para explicar e descrever o acto de
“puxar” ou de “empurrar”. Por exemplo, usamos os seguintes instrumentos:

• mola comprimida;
• elásticos;
• cabos;
• cordas;

de modo a exercer forças nos objectos. Ou então:

• liquidos;
• gases;

para exercer forças em paredes (ou superfı́cies) e gases para criar forças de
fluctuação (por ex., o balão de ar quente, força de empuxe de um foguete).
Os exemplos acima referidos representam forças de contacto porque os ob-
jectos estão em contacto directo uns com os outros.
Existe um certo tipo de forças, forças de acção à distância onde este contacto
directo não existe, tais como o são as forças gravitacional e electromagnética.

10.1 Forças fundamentais na Natureza


Para completar a visão actual que a ciência tem sobre os tipos de força, faremos
em seguida a descrição mais detalhada das suas propriedades.

Gravitacional - É um tipo de força que age entre corpos que possuem massa,
é sempre atractiva, e é a força de mais fraca magnitude que se conhece na
Natureza. Segundo as teorias modernas baseadas na Mecânica Quântica,
todas as forças fundamentais são transmitidas entre partı́culas reais por
meio de partı́culas virtuais que não podem ser detectadas directamente,
mas cuja existência transitória é permitida pelo Princı́pio da Incerteza
de Heisenberg. É possı́vel que esta força resulte da troca de gravitões
entre os corpos. Poderão os corpos acelerados radiar energia? Se tal
acontecesse, radiariam ondas gravitacionais.
Electromagnética - Atracção ou repulsão consoante a carga eléctrica. A
partı́cula que transmite a força é o fotão. Cargas aceleradas radiam fotões.

128
Table 1: Forças fundamentais da natureza e sua magnitude e alcance. Nota:
Força relativa exercida entre 2 protões distantes de 10−15 m.
Tipo Alcance importância relativa mediadores
−15
Força nuclear forte ∼ 10 m 1 mesões, gluões
Força electromagnética ∞ 10−2 fotão
Força nuclear fraca 10−17 m 10−13 W ±, Z o
Força gravitacional ∞ 10−38 (Nota) gravitão ?

Força nuclear forte - A força nuclear age no interior do núcleo atómico entre
nucleões (ou entre quarks)
Força nuclear fraca - É exercida entre partı́culas elementares, por exemplo,
na desintegração beta do nucleão: n → p+e− +ν. Esta força foi observada
experimentalmente no CERN e predita teoricamente, afectando os leptões
e os quarks 3 e é mediada pelos bosões W e Z.
Quinta força? A experiência de Ëtvös verificou a igualdade da massa grav-
itacional com a massa inercial. Mas é possı́vel que exista uma pe-
quenı́ssima diferença entre elas devido à possı́vel existência desta 5a força.
A hipotética partı́cula mediadora seria uma espécie de hiper-fotão. Porém,
actualmente não há certeza sobre a sua existência.

A estrutura e comportamento do universo pode ser descrito por meio da acção


das primeiras 4 forças referidas.
A estas quatro forças básicas estão associadas quatro formas de energia que po-
dem converter-se numas nas outras. Por exemplo, a gravitação pode converter-
se em electricidade (por exemplo, numa central hidroeléctrica), ou a interacção
nuclear forte em electromagnetismo (tal acontece quando no interior do Sol a
energia nuclear converte-se em energia electromagnética do calor dos raios so-
lares). Os trabalhos do prémio Nobel da Fı́sica Abdus Salam, mostraram que
essencialmente todas as forças fundamentais da natureza são fundamentalmente
de origem electromagética !

10.2 Primeira Lei de Newton

O princı́pio da inércia emerge da necessidade social da época em que surgiu,


em particular, do problema elementar da pontaria. Se alguém parado disparar
sobre um alvo móvel, terá de apontar à frente de um alvo móvel directamente
perpendicular à sua linha de mira de modo a acertá-lo. Se, pelo contrário,
3 No estágio actual da teoria de partı́culas toda a matéria é composta de dois tipos de

partı́culas: i) leptões - partı́culas parecidas com os electrões com massa e carga eléctrica e os
neutrinos; ii) quarks - compõem os protões e neutrões e são basicamente de dois tipos, up e
down.

129
Figure 4: Referenciais não inerciais.

alguém em movimento disparar contra um alvo imóvel, deverá apontar a linha


de mira para trás. Este fenómeno quer dizer que o projéctil conserva o seu
movimento lateral, além do seu movimento ao longo da linha de mira. Este
facto apareceu como algo inesperado na época 4 .
Primeira lei de Newton ou Princı́pio da Inércia: “Um corpo que esteja
em movimento ou em repouso, tende a manter o seu estado inicial” 5 .

− →

Isto é, se F = 0 ⇒ V = const., o corpo na ausência de forças descreve um
movimento tendo a velocidade a mesma direcção e módulo.
Na realidade a maioria dos corpos que observamos no quotidiano param quando
abandonados a eles próprios devido às forças de fricção (do ar, do solo,...).
Os corpos no vácuo, os planetas, persistem num estado de movimento uniforme.
Um corpo liberto da acção de forças externas é dito um corpo livre. A primeira
Lei de Newton afirma a inércia da matéria 6 .

10.3 Referenciais
As leis de Newton não são válidas em todos os referenciais, somente nos desig-
nados referenciais de inércia.
A Fig. 4 mostra um observador sobre uma carruagem em movimento acelerado
com →−a > 0. No ponto de vista deste observador a bola que está no solo é
submetida a uma aceleração. A bola parece ao observador animada por uma
aceleracão espontânea, mesmo se na realidade não há nenhuma força actuando
sobre ela.
Podemos assim sugerir um teste para verificar se um dado referencial é um
referencial de inércia:
4 Curiosamente, as palavras que Newton usou para enunciar esta lei apresentam grande

parecença com o perı́odo inicial do segundo capı́tulo do Leviathan, a obra máxima do filósofo
materialista inglês Thomas Hobbes: “Que quando uma coisa está parada, assim permanecerá
eternamente a menos que alguma outra coisa a mova, é verdade de que ninguém duvida. Mas
que, quando uma coisa se encontra em movimento, assim permanecerá eternamente a menos
que alguma outra coisa a detenha, não é tão facilmente que se concorda com isso, embora a
razão seja a mesma, a de que nada pode modificar-se po si mesma”. O Leviathan aborda a
questão do contracto social (acordo sobre direitos e deveres entre os diversos membros de uma
sociedade) e as origens da criação de um Estado ideal.
5 No Latim original as leis exprimem-se assim: Lex I. Corpus onme perseverare in statu

suo quiescendi vel movendi uniformiter in directum; nisi quatems a viribus impressis cogitur
statum illum mutare; Lex II. Mutationem motus preportionalem esse vi motrici impressæ, et
fieri secundum lineam rectam qua vis illa imprimitur; Lex III. Actioni contrarium semper et
æqualemesse reactionem; sive corporum duorum actiones in se mutuo semper esse æquales et
in partes contrarias dirigi.
6 Embora possamos argumentar que a primeira lei de Newton tem um cunho um tanto ou

quanto metafı́sico.

130
• observe um corpo livre (nenhuma força actua sobre ele);
• se ele persistir em repouso ou num estado de movimento uniforme (veloci-
dade constante) num dado referencial, então esse referencial é de inércia.

Como é lógico, qualquer outro referencial em movimento uniforme de translação


em relação a este, também é um referencial inercial.
Já um referencial em movimento acelerado em relação àquele, não é um refer-
encial de inércia.
A Terra só em primeira aproximação se pode considerar de inércia. Como
tem um movimento de rotação é um referencial acelerado, de onde resulta a
aceleração centrı́peta cujo valor no Equador é de 0.34 m/s2 .

10.4 Segunda lei de Newton ou princı́pio fundamental da


mecânica
Esta lei estabelece a relação entre força, aceleração e massa.
A resultante das foras de agem num corpo é igual ao produto de sua massa pela
aceleração adquirida.

− d→−p
F = m→−a = . (10.23)
dt
A última forma da equação é a mais correcta, como veremos no estudo do
sistema de massas variáveis.
Em resumo:

• É uma lei fundamental da Natureza, ditando a dinâmica dos objectos;


• É a definição exacta de força;
• É válida unicamente em referenciais de inércia.


• →
−a ∝ F e tem o mesmo sentido que a força.

Unidades: Newton (N)

10.5 Definição de massa


Na teoria da Relatividade Restrita de Einstein ver-se-á que em lugar de se
usarpa massa em repouso mo , é de maior utilidade usar a quantidade m =
mo / 1 − v 2 /c2 . Sucede que na experiência quotidiana o efeito da velocidade
sobre a massa é pequeno. Por exemplo, a velocidade de uma nave em torno da
Terra corresponde a v/c ≈ 3 × 10−5 , sendo que m e mo diferem de cerca de uma
parte por 1010 .
As massas são obtidas por comparação com o padrão de massa (1 kg).
Procedimento:

131
• Coloca-se uma força comum a agir sobre a massa padrão e a massa de-
sconhecida;
• sob a acção dessa força os corpos são acelerados relativamente um ao outro;
• Esta experiência deve ser realizada num referencial de inércia.

Sejam mS , aS a massa e a aceleração da massa padrão.


Sejam m, a a massa e a aceleração da massa com valor incógnito. Temos

F = ma
(10.24)
F = mS aS
m aS
∴ = . (10.25)
mS a
A massa resulta da resistência que os corpos oferecem à variação da sua veloci-
dade. A massa é uma quantidade fı́sica aditiva, m = m1 + m2 .

10.6 Superposição de forças



− → − → −
Se várias forças F 1 , F 2 , F 3 , ...actuam sobre um corpo simultaneamente, a
aceleração resultante é a mesma que resultaria da actuação de uma só força:

− →
− →
− →

F R = F 1 + F 2 + F 3 + ... (10.26)

Num sistema de coordenadas cartesianas (ou rectangulares) (x,y,z) as projecções


das equações do movimento sobre os eixos dão o sistema de equações:
P
P Fx = max
P Fy = may (10.27)
Fz = maz

Projectando sobre a tangente e a normal à trajectória num ponto dado, obtemos:


2
Ft = m dv
dt
t
Fn = m vρ . (10.28)

Exemplo 4: Situação dinâmica básica de uma partı́cula em movimento num


cı́rculo com aceleração constante (Vd. Fig. 5(a)).
Solução:


A partı́cula é acelerada para o centro O pela acção da tensão da corda T . Tem-
2
se, se o movimento realiza-se sobre uma mesa sem atrito, T = mv r , onde r é o
raio do cı́rculo. Se a corda romper,a trajectória não será radial, mas descreverá
uma recta tangencial à curva, como se mostra na Fig. 5(b).

132
Figure 5: (a) Partı́cula em movimento circular presa por um fio; (b) o fio parte-
se e a partı́cula parte ao longo da tangencial à curva no ponto em que se parte
o fio...A força centrifuga é fictı́cia!; (c) Viatura numa curva inclinada vista de
fronte ou pela traseira.

Exemplo 5: Uma viatura move-se com velocidade v sobre uma estrada curva
e inclinada, fazendo um ângulo θ com a horizontal. Suponha que a estrada
descreve uma curva de raio r. Supõem-se que a estrada e os pneus não oferecem


atrito ao movimento, mas existe uma reacção da estrada N .
Solução:
Tem-se:
X v2
Fn = m ,
r
onde Fn = N sin θ. Na vertical temos:

Fg = mg = N cos θ,

donde se obtém:
v2
tan θ =
gr

Exemplo 6: Um pequeno corpo P desliza do vértice de uma esfera lisa de raio


R. Determine a velocidade do corpo no momento de separação da superfı́cie
da esfera, assim como o ângulo θc com que o corpo se ”descola” da superfı́cie
esférica. Considere que a sua velocidade inicial é muito pequena (ou por outras
palavras, que estava em equilı́brio instável). Repare que é mais cómodo usar


aqui o referencial móvel (→

n , t ).
Solução:

QuadroNegro 2 - Projecções sobre a tangente e a normal à trajectória num


ponto dado

133
Figure 6: Um disco desliza sobre um lago gelado com velocidade inicial vo e
move-se submetido a uma força de frição fr .

Exemplo 7: Um bloco de massa m = 7/3 kg, é actuado por duas forças, uma

− →

horizontal F 1 de 7 N e outra vertical F 2 de 5 N. Determine a aceleração do
bloco.
Solução:


Comece por encontrar a resultante das forças, F R . Escolha um sistema de
coordenadas apropriado:

− →
− →

F1 =7 i +0j

− →
− →

F2 =0 i +5j
donde resulta

− →
− →
− →
− →

FR = F1+ F2 =7 i +5j
Módulo: p
FR = 72 + 52 = 8.60N
FRy 5
tan θ = = ⇒ θ = 35.5o
FRx 7

− →


− FR 7 i +5j →
− 15 →

a = = =3i + j.
m 7/3 7
8.60
a= = 3.69m/s2 .
7/3

Exemplo 8: Um disco plano de massa m = 2 kg desliza sobre um lago gelado


com velocidade inicial vo = 5 m/s. Exerce-se sobre o disco uma força de fricção
fr = 4 N oposta ao movimento, como mostra a Fig. 6. Qual a distância percor-
rida pelo disco até este atingir o repouso?
Solução: O disco não tem movimento vertical (a soma das componentes verticais
é nula). Escolhemos o eixo Ox ao longo do movimento:


−f i = m→ −
a

− f →
− 4 N→ − →
− (10.29)
a = −m i = − i = −2 i m/s2 .
2 kg

Podemos calcular a distância percorrida s, usando

vf2 − v02 = 2as, (10.30)

Ora, vf = 0 quando o disco pára, logo

v02 5×5
−v02 = 2as ⇒ s = − =− = 6.25 m. (10.31)
2a 2 × (−2)

134

Anda mungkin juga menyukai