Março 2017
O Futuro da INFORPRESS – Que Cenários?
O futuro da INFORPRESS – que cenários?
Ficha Técnica
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O Futuro da INFORPRESS – Que Cenários?
Índice geral
1. ENQUADRAMENTO, OBJETIVOS E METODOLOGIA..........................................................14
1.1. Enquadramento geral ...............................................................................................14
1.2. Objetivos e resultados esperados ..............................................................................15
1.3. Metodologia.............................................................................................................15
2. A INFORPRESS HOJE… ...................................................................................................17
2.1. Breve caracterização do setor ...................................................................................17
2.2. Organização geral e funcionamento da Inforpress ......................................................19
2.3. Recursos humanos....................................................................................................19
2.4. Infraestruturas e recursos logísticos...........................................................................20
2.5. Origem e aplicação de recursos .................................................................................21
2.6. Resultados e impacto................................................................................................23
3. O FUTURO DA INFORPRESS – QUE CENÁRIOS? ...............................................................31
3.1. Variáveis relevantes e tendências de evolução ...........................................................31
3.2. Expetativas, Oportunidades e Ameaças......................................................................35
3.3. Possíveis cenários.....................................................................................................37
3.3.1. Cenário 1 – Manter como está (business as usual) ..................................................37
3.3.2. Cenário 2 – Encerramento da Inforpress.................................................................38
3.3.3. Cenário 3 – Reestruturar e Reposicionar.................................................................40
3.4. Qual o melhor Cenário? ............................................................................................43
3.4.1. Avaliação do Cenário 1 – Manter como está ...........................................................44
3.4.2. Avaliação do Cenário 2 – Extinguir a Inforpress .......................................................48
3.4.3. Avaliação do Cenário 3 – Reestruturar e Reposicionar a Inforpress ..........................50
3.4.4. Análise comparativa..............................................................................................59
4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ................................................................................63
4.1. Conclusões...............................................................................................................63
4.2. Recomendações .......................................................................................................65
5. ANEXOS .......................................................................................................................67
5.1. Balanço Inforpress 2012-2015 ...................................................................................67
5.2. Demonstração de Resultados Inforpress 2012 – 2015 .................................................68
5.3. Mapa previsional de investimentos (Cenário 3) ..........................................................69
5.4. Projeção de receitas por fontes (Cenário 3) ................................................................70
5.5. Evolução da produção mensal de notícias (2013-15) ...................................................71
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Siglas e abreviaturas
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SUMÁRIO EXECUTIVO
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1De notar, contudo, que não se fez o levantamento de citações por parte de outros órgãos de comunicação
social (rádios, televisões, revistas, etc.), por dificuldades de ordem metodológica, pelo que as conclusões
devem ser extraídas com a necessária cautela.
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Cenário 3 – Reestruturar e Reposicionar
Critério Cenário 1 – Manter como está Cenário 2 - Extinguir
(1) Com financiamento do (2) Com financiamento
Estado bancário
C2 – Coerência Manutenção do status quo em Inforpress extinta. Não é Caso os investimentos sejam acompanhados de medidas
com Programa de termos organizacionais e expectável que a de melhoria de gestão interna (orientada para objetivos, a
Governo tecnológicos, de produtividade e inexistência de uma agência todos os níveis), a contribuição da Inforpress para os
de cobertura territorial. de notícias isenta, objetiva, objetivos expressos no Programa de Governo deverá ser
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C3 – Impacto sobre Manutenção do status quo em Inforpress extinta. Este Este cenário vai ao encontro do essencial das expetativas
expetativas dos termos organizacionais e cenário contraria as dos principais stakeholders, excetuando-se,
principais tecnológicos, de produtividade e expetativas do próprio eventualmente, no ponto que se refere ao custo de acesso
stakeholders de cobertura territorial. Produtos
Governo, dos órgãos de à notícia (sobretudo por parte dos órgãos de comunicação
e serviços deverão manter-se
comunicação social, da social, em que a sua exptativa tende, como é natura, para
inalterados ou piorar, em termos
entidade reguladora, dos uma redução substancial – ou eliminação – desses custos).
quantitativos, qualitativos, de
formato e de canais de
trabalhadores e da
distribuição. população em geral.
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Assim, conclui-se que:
1. Na perspetiva unicamente de sustentabilidade financeira, a melhor opção é a
extinção da Inforpress (Cenário 2). Este cenário exigiria um investimento global de
249,1 mil contos, para indemnização de trabalhadores (129,2 mil contos) e para
liquidação de todas as dívidas acumuladas até a data (119,9 mil contos). Pa rte dos
recursos para o efeito poderia ser mobilizada através da venda dos ativos da
Inforpress, nomeadamente o edifício-sede (estimado em 64 mil contos) e viaturas,
mobiliário e equipamentos (estimados em 5 mil contos). O investimento seria
recuperado em 05 anos, por via das poupanças geradas no período, pelo não
funcionamento da empresa, estimadas em 232,9 mil contos).
2. Numa perspetiva, porém, mais abrangente, que considere as prioridades definidas
pelo próprio Governo no seu Programa, no que tange ao setor da comunicação
social, e as expetativas e necessidades dos diversos atores relevantes (Critérios 2 e
3), as opções 1 (Manter como está) e 2 (Extinguir) não são opções viáveis. O
primeiro, porque além de não responder ao critério de sustentabilidade (levando,
pelo contrário, a um agravamento crescente do seu quadro financeiro), não
responde satisfatoriamente aos critérios 2 e 3. E o segundo, porque apesar dos
números apelativos que apresenta na perspetiva financeira, vai na contramão do
estabelecido no Programa do Governo e dos posicionamentos públicos deste sobre
o futuro da Inforpress, através do Ministro que tutela a empresa.
5. Apesar de o escopo do presente estudo não prever uma análise sistémica de todas
as empresas do Estado no setor de comunicações (nomeadamente a RTCi e a
Inforpress), conclui-se igualmente: (i) que a transformação da Inforpress numa
agência de notícias tecnologicamente moderna e com ampla cobertura territorial
pode tornar redundante as estruturas descentralizadas da RTCi, de captura e
processamento de notícias; e (ii) que uma reforma conjunta do “modelo de
negócios” das duas empresas, com a Inforpress a especializar-se na captura,
processamento e distribuição de notícias e a RTCi (Rádio e Televisão) a focalizar-se
mais na produção de conteúdos especializados e difusão, poderia permitir uma
maior racionalização global de custos que compensaria, pelo menos parcialmente,
os encargos com o aumento do valor do subsídio do Estado à Inforpress 2.
6. Os resultados projetados e impacto estimado da implementação deste cenário de
reestruturação e reposicionamento da Inforpress vão depender, todavia, de pelo
menos dois fatores críticos: (i) do grau de comprometimento dos órgãos de gestão
da Inforpress na materialização das projeções assumidas, particularmente no que
diz respeito a receitas próprias, controlo de custos, amortização das dívidas e
encargos financeiros como previsto, e cumprimento atempado das obrigações
legais (Fisco, INPS, etc.); e (ii) da competitividade e atratividade dos produtos e
serviços da Inforpress, em termos de quantidade, qualidade (rigor, objetividade,
isenção, confiabilidade), tempestividade, flexibilidade e diversidade de formatos e
canais, cobertura territorial, entre outros.
2 Um estudo mais detalhado seria necessário para: (i) analisar os “modelos de negócio” das duas empresas (a
RTCi atual e a “nova” Inforpress, após os investimentos) e identificar possíveis áreas de sobreposição e
redundâncias; (ii) calcular os custos associados aos processos redundantes; e (iii) propor medidas de
reestruturação visando maximizar as sinergias e complementaridade e optmizar os custos globais das duas
empresas do Estado; e (iv) propor ajustes e rebalanceamento dos subsídios atribuídos pelo Estado às duas
empresas.
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1.3. Metodologia
Para responder aos objetivos pretendidos com o estudo, a equipa de consultores da PD
Consult recorreu à seguinte abordagem metodológica:
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2. A INFORPRESS HOJE…
Pontuações de
Critérios do Ranking de Liberdade de Imprensa
Cabo Verde
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de 50 anos, 19% tem entre 40 e 50 anos, e apenas 37% tem menos de 40 anos. Mais de
metade (63%) tem mais de 10 anos de trabalho na empresa e 22% tem entre 05 e 10 anos.
Igual ou mais de
40 anos e menos
de 50 anos
19%
Outro dado assinalável no presente item diz respeito à deficiência estrutural da instituição
em matéria dos instrumentos de gestão dos recursos humanos, particularmente ao nível
dos instrumentos de gestão por objetivos/resultados, instrumentos avaliação de
desempenho dos colaboradores da instituição, ferramentais motivacionais, sistemas de
recompensa, assim como, instrumentos de planeamento das necessidades formativas dos
colaboradores e da Inforpress no seu todo.
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O Futuro da INFORPRESS – Que Cenários?
Entretanto é de salientar o mau estado (pelo menos parcial) das instalações, em que
algumas salas estão sem uso a tempo considerável com impacto na deterioração das
instalações, assim como o mau estado do teto do edifício.
No que diz respeito as infraestruturas afetas aos correspondentes, a Inforpress faz uso de
delegações próprias (Porto Novo, São Vicente e Sal) e delegações partilhadas com a RTC
(Assomada e São Filipe) para albergar os serviços do seu correspondente. Enquanto que
em outros municípios (Ribeira Grande de Santo Antão e Maio) são as próprias residências
dos correspondentes a albergar os serviços da Inforpress.
No que toca aos recursos logísticos, destaca-se a fixação do servidor web da instituição nas
instalações da sede na Cidade da Praia, assim como 4 viaturas do parque automóvel da
empresa, dos quais três se encontram na ilha de Santiago e um na ilha de Santo Antão 4.
Valores em ECV
Var %
Rubricas 2012 2013 2014 2015
2015/2012
Receitas totais 43 848 203 38 712 062 36 295 004 35 579 874 -18,9%
- Receitas próprias (vendas e prestações de serviços) 3 764 868 3 712 066 1 295 000 579 870 -84,6%
- Subsídios à exploração 40 083 335 34 999 996 35 000 004 35 000 004 -12,7%
Despesas de funcionamento totais 49 646 663 45 152 595 38 667 993 37 707 361 -24,0%
- Fornecimentos e serviços externos 14 836 932 6 217 294 6 072 222 6 563 456 -55,8%
- Despesas com o pessoal 34 809 731 38 935 301 32 595 771 31 143 905 -10,5%
Outros rendimentos e ganhos 1 239 025 1 200 554 1 088 047 1 090 685 -12,0%
Outros gastos e perdas 853 542 18 094 505 969 194 010 -77,3%
Resultado líquido -9 327 238 -9 612 805 -6 387 580 -5 239 366 -43,8%
Rácios
- Receitas próprias / Receitas totais 8,6% 9,6% 3,6% 1,6%
- Subsídios à exploração / Receitas totais 91,4% 90,4% 96,4% 98,4%
- Receitas próprias / Despesas de funcionamento 7,6% 8,2% 3,3% 1,5%
- Rentabilidade das receitas totais -21% -25% -18% -15%
- Rentabilidade das receitas próprias -248% -259% -493% -904%
4 Ao serviço da RTCI
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O Futuro da INFORPRESS – Que Cenários?
Os dados fornecidos pela empresa demonstram que as receitas totais caíram de 43,8 mil
contos em 2012 para pouco mais de 35,5 mil contos em 2015 (-18,9%), devido quer à
redução substancial das receitas próprias (de 3,7 mil contos para apenas 579 contos), quer
à diminuição do montante do subsídio do Estado (de 40 mil contos para 35 mil contos).
INFORPRESS INFORPRESS
Evolução das receitas por natureza Evolução das despesas por natureza
50 000 000 60 000 000
45 000 000
50 000 000
40 000 000
35 000 000
40 000 000
30 000 000
ECV
ECV
25 000 000 30 000 000
20 000 000
20 000 000
15 000 000
10 000 000
10 000 000
5 000 000
0 0
2012 2013 2014 2015 2012 2013 2014 2015
- Receitas próprias (vendas e prestações de serviços) - Subsídios à exploração - Fornecimentos e serviços externos - Despesas com o pessoal
No mesmo período, porém, as despesas totais de funcionamento caíram de 49,6 mil contos
para 37,7 mil contos (-24,0%), destacando-se a redução das despesas com pessoal em -
10,5%.
Uma análise da evolução de alguns rácios selecionados mostra que, em termos de
composição das receitas, os subsídios do Estado representaram, no período, a principal
componente das receitas totais, tendo crescido de 91,4% em 2012 para 98,4% em 2015.
Em sentido contrário a contribuição das receitas próprias para as receitas totais caiu de
8,6% para apenas 1,6% no mesmo período. Em 2012 as receitas próprias cobriam apenas
7,6% das despesas totais de funcionamento, caindo este rácio abruptamente até meros
1,5% em 2015.
INFORPRESS INFORPRESS
Evolução de rácios relevantes Evolução de rácios relevantes
120,0% 9,0%
8,2%
60,0% 5,0%
4,0% 3,3%
40,0%
3,0%
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O Futuro da INFORPRESS – Que Cenários?
A tendência de redução das despesas seria, entretanto, revertida após a fusão com a RTC
em 2016, essencialmente por causa do alinhamento da grelha salarial com o PCCS da RTC.
Não obstante, o valor do subsídio do Estado manteve-se inalterável, o que tem contribuído
sobremaneira para agravar o quadro de tesouraria (deficitária) da empresa.
Tabela 3: Impacto da fusão com a RTC sobre a estrutura de custos da Inforpress
-5 239
-6 388
-9 327 -9 613
Contos
Efetivamente, a Inforpress apresentou prejuízos de 9,3 mil contos em 2012, tendo reduzido
para 5,2 mil contos negativos em 2015. A persistência de resultados negativos
(praticamente ao longo de toda a sua história) levou a que a empresa não tivesse
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O Futuro da INFORPRESS – Que Cenários?
capacidade de investir na sua modernização, sendo que a maior parte dos projetos
implementados nesta vertente resultaram de cooperação internacional.
Paralelamente, estes resultados não permitiram Tabela 4: Dívidas acumuladas total
No que diz respeito à produtividade (para efeitos do presente estudo, medida em termos
de quantidade de peças noticiosas produzidas), a análise dos dados fornecidos pela
empresa evidencia uma certa deterioração nos últimos anos. Em 2013 a produção média
diária de peças foi de 27, baixou para 25 em 2014, aumentou para 26 em 2015 e baixou
para 24 em 2016 (quando excluídos os meses atípicos das 03 campanhas eleitorais).
Embora as causas desta queda de produtividade precisem ser melhor apuradas, não deixa
de ser relevante a constatação desta quebra de produtividade da Inforpress precisamente
no ano em que esteve fundida com a RTC.
INFORPRESS
- Produção média diária de peças noticiosas -
27 27
26
25
24
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No que diz respeito ao primeiro indicador, refere-se que nas duas semanas entre 06 e 19
de fevereiro do corrente ano, a Inforpress foi citada como fonte apenas 01 única vez pelos
02 principais jornais impressos do país (A Nação e Expresso das Ilhas)5.
Quanto ao segundo indicador, estatísticas recolhidas no site www.similarweb.com
referentes a total de visitas, page views e duração de visitas mostram que entre os 06
principais sites de notícias em Cabo Verde a Inforpress foi a menos visitada no período
entre 17/01 e 14/02/2017, com apenas 23 mil visitas (contra as 398,9 mil da Sapo.cv e as
130 mil da RTC, por exemplo). É também a página com o 2º menor page views (1,83),
perdendo apenas para o A Nação (1,69).
Análise comparada 1
Visitas e page views entre 17/01/2017 a 14/02/2017
450 000 3,60 4,00
400 000 3,50
350 000 2,86
3,00
300 000
2,16 2,09 2,50
250 000 1,83
1,69 2,00
200 000 398 985
1,50
150 000
100 000 1,00
Também a nível das redes sociais, constata-se que a relevância da Inforpress é baixa,
quando comparada com as páginas de outros órgãos de comunicação social. A Inforpress
tinha no dia 14/02/2017 um total de 2.331 seguidores (apenas acima do A Semana, com
1.340 seguidores), muito abaixo do total de seguidores da Sapo.cv (209,6 mil), do A Nação
(100,9 mil), da RTC (69 mil) e da Notícias do Norte (16 mil).
Análise comparada 2
Nº de seguidores nas páginas do Facebook (fev/2017)
209 670
100 970
69 088
5De notar, contudo, que não se fez o levantamento de citações por parte de outros órgãos de comunicação
social (rádios, televisões, revistas, etc.), por dificuldades de ordem metodológica, pelo que as conclusões
devem ser extraídas com a necessária cautela.
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Quadro 1
O QUE PENSAM OS TRABALHADORES DA INFORPRESS?
INFORPRESS
- Perceção de desempenho atual -
100% 3,4 3,3 4,0
90% 3,3 3,2 3,0 3,5
80% 2,6 2,6 2,6 3,0
70% 2,4
2,1 2,0 1,9 2,5
60%
50% 2,0
40% 1,5
30% 1,0
20%
10% 0,5
0% 0,0
disponíveis (instalações,…
comprometimento do…
política e instrumentos…
mobilização de receitas…
instrumentos de gestão…
sociedade em geral
Nível de inovação
Recursos financeiros
Impacto ao nível do setor
Nível de cumprimento da
competências dos…
da comunicação social
Impacto sobre a
Nível de eficácia da
dos colaboradores
Recursos logísticos
Capacidade de
disponíveis
Nível de
sua missão
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O Futuro da INFORPRESS – Que Cenários?
INFORPRESS
- Perceção de desempenho global -
100% 3,70 4,00
90% 3,50
80% 2,67 2,52 3,00
70%
60% 2,50
50% 2,00
40% 1,50
30%
1,00
20%
10% 0,50
0% 0,00
...antes da fusão com a RTC? …dura nte o período de fusão …a pós a revogação da fusão?
com a RTC?
INFORPRESS
- O que mais terá contribuído para a deterioração do
desempenho? -
37,3%
27,5%
19,6%
5,9% 5,9%
2,0% 2,0%
0,0%
Falta de inovação dos
Aumento da concorrência
O processo de fusão com
Má gestão
comprometimento dos
Falta de recursos
Ambiente económico
comprometimento do
produtos e serviços
financeiros
colaboradores
desfavorável
Governo
Falta de
Falta de
a RTC
O ambiente laboral interno é considerado pela maioria dos trabalhadores como bom
(42%) ou muito bom (22%), sendo que 33% acham que é razoável. Apenas 3% dos
trabalhadores avaliam o ambiente interno como mau. Destacam, sobretudo, o
relacionamento com colegas, o relacionamento com as chefias e o trabalho em equipa
como os aspectos mais positivos, e a comunicação (interna e externa) como os aspectos
menos conseguidos.
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O Futuro da INFORPRESS – Que Cenários?
INFORPRESS
- Perceção de desempenho global -
Relacionamento com
colegas
4,30
Relacionamento com
Comunicação externa
3,30 chefias
4,19
3,70 3,70
Comunicação interna Trabalho em equipa
INFORPRESS
- Perceção dos colaboradores -
O meu desempenho
global
3,3 Relacionamento com o
Oportunidade de
meu superior
evolução na carreira 3,2 hierárquico
2,2
3,2
Formações e acções de Apoio/colaboração que
capacitaç ão que tenha 2,3 recebo dos meus
beneficiado colegas
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O Futuro da INFORPRESS – Que Cenários?
INFORPRESS
- Que futuro? -
0%
4% 0%
96%
Em termos de investimentos, metade dos respondentes defende que deve ser dado
prioridade ao investimento no recrutamento de mais pessoal e 27% defende que a
prioridade deve ser a aquisição de equipamentos.
INFORPRESS
- Quê prioridade de investimento? -
9% 5%
9%
50%
27%
Perguntou-se ainda aos trabalhadores quê sacrifícios estariam dispostos a fazer num
cenário de reestruturação da Inforpress. Contudo, a análise das respostas revelou
contradições substanciais que poderão ter sido causadas por discrepâncias na
interpretação da pergunta, pelo que as respostas não foram consideradas.
Os trabalhadores descaram, por fim os seguintes pontos fortes e pontos fracos da
Inforpress:
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O Futuro da INFORPRESS – Que Cenários?
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O Futuro da INFORPRESS – Que Cenários?
Não constitui objeto do presente estudo uma análise aprofundada das macrotendências
com impacto relevante sobre o setor da comunicação social em Cabo Verde, nem
tampouco propor medidas de política pública numa perspetiva setorial, mais abrangente.
No entanto, considera-se necessária uma contextualização das decisões possíveis
relativamente ao futuro da Inforpress, no pano de fundo dos possíveis cenários de evolução
do setor de comunicação social em Cabo Verde, resultante das dinâmicas de variáveis
relevantes, expetativas dos principais stakeholders, oportunidades e ameaças associados a
esses cenários.
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O Futuro da INFORPRESS – Que Cenários?
Quadro 2
O QUE PENSAM OS OCS´s E PÚBLICO CONSUMIDOR SOBRE O FUTURO DA
INFORPRESS?
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O Futuro da INFORPRESS – Que Cenários?
“Sim, sim e um milhão de vezes sim. Porquê? Porque é mais uma fonte de
informação sobre o país e devem ter os seus profissionais todas as condições de
trabalho para exercer o seu cargo com dignidade e liberdade porque isso reflete
na qualidade do seu trabalho. O Estado deve garantir isso. É um sintoma, para
mim, de liberdade de informação.”
Álvaro Ludgero Andrade, da VOA (Voice Of América), também defende a existência da
Inforpress, mas no quadro de uma reforma mais abrangente das empresas do Estado
que atuam no setor de comunicação. Coloca a tónica na necessidade de se evitar a
sobreposição da RTC, da TCV e da Inforpress e de o core business (temático) dos três
orgãos dever obedecer alguns limites devidamente estabelecidos, funcionando como um
“tripé” que se complementam. Neste tripé, defende ainda ALA, a Inforpress deve
funcionar “como o terceiro pé dessa ´caldeira pública´, procurando nichos importantes
como economia e finanças, desenvolvimento comunitários e local (ilhas, cidades e vilas),
temas de cidadania, o dia-a-dia da sociedade civil e estórias humanas que podem
interessar aos clientes. A diáspora, tanto levando as notícias das diversas comunidades
do país para a nossa diversificada imigração, como trazendo notícias e estórias de
sucesso, fracasso, do mundo empresarial, social e solidário das comunidades emigradas,
constitui outro grande nicho de actuação”.
Todos os gestores de órgãos de comunicação social entrevistados também concordam
que uma agência de notícias é uma mais valia para um funcionamento mais eficiente do
setor de comunicação social, desde que tenha uma ampla cobertura territorial e seja
capaz de disponibilizar notícias com celeridade, qualidade, isenção, rigor e credibi lidade,
e em múltiplos formatos e plataformas.
A única nota destoante a este respeito é da ADECO. Reconhecendo previamente não
dispor de elementos objetivos que permitisse ajuizar se se justifica ou não a existência
da Inforpress no momento atual e principalmente futuro, António Silva, Presidente da
Associação é de opinião que “a INFORPRESS é uma estrutura redundante no momento
atual e esvaziada no futuro próximo”. Ressalva, porém, que se trata por enquanto apenas
de uma ´sensação´, por não dispor de números.
Se quanto à pertinência da Inforpress constata-se esta quase unanimidade, já quanto ao
modelo de financiamento as opiniões já não coincidem de todo. Alguns dos gestores dos
órgãos de comunicação social manifestam-se favoráveis ao pagamento pelos produtos a
serem fornecidos pela Inforpress, desde que (i) sejam disponibilizados no formato e nas
condições que necessitam; (ii) o preço seja comportável, para um setor que atravessa
uma crise de viabilidade financeira; e (iii) que em caso de subscrição paga pa ra o acesso
ao site, este não pode permitir o acesso gratuito nas mesmas condições, em
concorrência com os pagantes.
Já Nuno Andrade Ferreira, por exemplo, defende que:
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Vantagens Desvantagens
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Resultados/impacto
➢ Transferências do Estado a título de subsídio totalizarão 175.000 contos, devendo
constituir-se praticamente a única fonte de receita;
➢ Despesas de funcionamento (fixas e variáveis) estimados em 233.214 contos no
mesmo período, cerca de 58 mil contos acima dos recursos recebidos do Estado;
➢ Mantêm-se o stock das dívidas ao INPS, ao Fisco, ao NOSi, à Unitel T+ e à INCV no
total de 119.935 contos (sem contabilizar eventuais juros de mora), devido à
incapacidade de pagamento por parte da Inforpress;
➢ A ausência de investimentos para a modernização da empresa não permitirá
melhorias de impacto substancial em termos de produtividade, receitas e
resultados/impacto.
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O Futuro da INFORPRESS – Que Cenários?
Cenário 2 – EXTINÇÃO
Governo decide pela extinção da Inforpress. Mobiliza financiamento, procede à venda
do edifício, viaturas, mobiliário e equipamentos (69 mil contos), liquida todas as dívidas
(119,9 mil contos), indemniza os trabalhadores (129,2 mil contos) e encerra a empresa.
Vantagens Desvantagens
✓ Investimento necessário para • Impacto desfavorável sobre o
encerrar a Inforpress seria funcionamento do setor da
recuperado em 05 anos; comunicação social em Cabo Verde;
✓ Recursos do Orçamento de Estado • Difícil de implementar – decisão
não transferidos para a Inforpress politicamente sensível
(poupanças) poderiam ser alocadas (especialmente face ao
a outras necessidades. posicionamento público assumido
9 A área total de implantação do edifício é de 1.16m2 , sendo 711m2 de área construída. Assume-se um preço
indicativo de venda à volta dos 90 contos por m2 de área construída, totalizando 64 mil contos.
10 Isso, considerando-se que as receitas da venda dos ativos da Inforpress seriam utilizadas para cobrir parte
dos encargos com a regularização das dívidas e com a indemnização dos trabalhadores. Caso não, o período de
recuperação do investimento extender-se-á por pelo menos mais 02 anos.
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O Futuro da INFORPRESS – Que Cenários?
• Aumento do desemprego.
Resultados/impacto
➢ Positivo: poupanças a nível do OE, que permitiriam recuperar o investimento em
05 anos;
➢ Negativo: abertura de um “buraco” – ausência de uma agência de notícias – no
setor de comunicações em Cabo Verde.
11 De notar que, em vez de aumento do capital social em 100% deste montant e, uma alternativa seria recorrer
a financiamento bancário total ou parcial, eventualmente com o aval do Estado para facilitar o processo ou, se
não, com a hipoteca do edifício da Inforpress. No entanto, esta opção implicaria um aumento dos encargos
financeiros anuais da Inforpress, exigindo a que o subsídio do Estado à Inforpress ascendesse aos 60 mil
contos/ano (5.000 contos/mês), no caso de financiamento bancário de 100%.
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O Futuro da INFORPRESS – Que Cenários?
– incluindo a amortização das dívidas acumuladas -, que deverá passar para 72,8 mil contos
no 1º ano (crescendo, conforme a inflação, até atingir os 76,2 mil contos no 5º ano).
Recomenda-se o seguinte road-map para a implementação deste cenário, caso seja este o
aprovado:
➢ 3º trimestre/2017 – Inscrição no OE do valor do aumento do capital social da
Inforpress para o investimento inicial (45,5 mil contos), bem como do valor do
aumento do subsídio mensal, para 4.420 contos; ou
➢ 3º trimestre/2017 – Governo autoriza a contratação de crédito bancário no
montante de 45,5 mil contos e inscreve no OE um aumento do subsídio mensal à
Inforpress no montante de 5.000 contos (em vez dos atuais 2.916 contos);
➢ 3º trimestres/2017 – Inforpress despoleta os processos de: (i) contratação do
financiamento bancário (caso for esta a decisão); (ii) aquisição dos ativos
(softwares, equipamentos, etc.); (iii) seleção do pessoal adicional;
➢ 1º trimestre/2018:
o Assinatura de contrato de gestão com Gestor(es) da Inforpress,
incorporando metas concretas em linha com as projeções feitas neste
cenário, especialmente no que se refere às receitas próprias e controlo de
custos;
o Revisão dos instrumentos de gestão de RH na Inforpress, para incorporar
princípios de gestão por objetivos e ajustar os sistemas de avaliação,
recompensa e penalização em conformidade;
o Aquisição e instalação dos softwares e equipamentos;
o Recrutamento do pessoal adicional;
o Elaboração e implementação de plano de formação;
o Abertura das delegações/representações.
➢ Final do 1º trimestre/2018 – arranque da “nova” Inforpress.
Este cenário implicaria um maior engajamento financeiro do Estado, quer no que se refere
aos investimentos necessários, quer no que tange ao aumento do valor do subsídio do
Estado. No entanto, a modernização tecnológica e o alargamento da rede de produção
noticiosa da Inforpress deverão traduzir-se numa maior eficiência da empresa no
cumprimento da sua missão de agência de notícias – podendo assim servir melhor os
órgãos de comunicação social públicos e privados, nacionais e internacionais -, enquanto
aumenta o seu potencial de mobilização de receitas próprias.
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Vantagens Desvantagens
✓ Inforpress transformada numa • Necessidade de maior
agência de notícias com cobertura engajamento financeiro do Estado,
territorial alargada e quer para investimentos (45,5 mil
tecnologicamente preparada para contos) quer no que se refere ao
satisfazer as necessidades dos aumento do subsídio do Estado
órgãos de comunicação social em (+18,3 mil contos/ano);
termos de disponibilidade de
• Exige, para materialização do
notícias e relacionados;
equilíbrio previsto, que os
✓ Cenário que melhor responde às instrumentos de gestão sejam
expetativas dos órgãos de adequados para uma filosofia de
comunicação social (quer públicos gestão por objetivos, desde à
quer privados), dos colaboradores contratualização de compromissos
da empresa e da sociedade civil; com os gestores até à revisão dos
✓ Potencial para contribuir para mecanismos de avaliação interna
maior eficiência, objetividade, de desempenho e de premiação e
credibilidade, isenção e recompensa dos colaboradores.
confiabilidade da comunicação
social em/de Cabo Verde.
Resultados/impacto
➢ Inforpress modernizada, com ampla cobertura territorial, capaz de cumprir a sua
missão com maior eficácia e eficiência;
➢ Aumento das receitas próprias, o que deverá permitir uma redução gradual do
subsídio anual do Estado.
12Ou, em alternativa, autoriza a contratação de crédito bancário no valor de 45,5 mil contos e, em contrapartida,
aumenta o subsídio anual para 60 mil contos.
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Valor da Valor da
Nº de
Dívidas a 31/12/2016 Valor total prestação prestação
prestações
mensal anual
Dívida INPS 58 438 120 487 5 844
Dívida Finanças (IUR) 46 982 120 392 4 698
Dívida Nosi (est) 5 291 60 88 1 058
Dívida Unitel T+ 1 945 60 32 389
Dívidas com INCV 7 279 60 121 1 456
TOTAL 119 935 1 120 13 445
13 Confirmou-se uma dívida ao NOSi no valor de 1.763,6 mil contos, referente à utilização da infraestrutura de
rede pública do Estado em 2014. Por razões de prudência, previu -se este mesmo montante para os anos 2015
e 2016, apesar de estes não terem sido ainda faturados.
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Valor
Item médio 2018 2019 2020 2021 2022
mensal
Despesas com pessoal (Contos) 3 378 40 536 41 144 41 761 42 388 43 023
Fornecimentos e serviços de terceiros 375 4 500 4 590 4 682 4 775 4 871
- Eletricidade e água 125 1 500 1 530 1 561 1 592 1 624
- Comunicações (telefone, internet, fax) 75 900 914 927 941 955
- Combustíveis e outros fluidos 40 480 480 480 480 480
- Seguros 35 420 420 420 420 420
- Outros FST não especificados (10%) 100 1 200 1 200 1 200 1 200 1 200
Reposição de ativos (1% do valor dos ativos tangíveis) 135 137 140 143 146
TOTAL 45 171 45 871 46 583 47 306 48 040
10. A Inforpress não poderá amortizar as dívidas. Não se contabilizam, no entanto, juros
de mora sobre as mesmas.
Resultados
O quadro abaixo apresenta a projeção de resultados da Inforpress neste cenário, até 2022:
Tabela 10: Cenário 1 - Projeção de resultados
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Análise
Apresenta-se de seguida a análise deste Cenário 1 à luz dos critérios definidos e dos
resultados projetados:
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• Indicadores de viabilidade
negativos.
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Resultados
O investimento necessário para o encerramento extinção da Inforpress é estimado em
249.169 contos, sendo 129.234 contos para a indemnização do pessoal e 119.935 contos
para a liquidação de todas as dívidas acumuladas. Parte do montante necessário, porém,
poderá ser mobilizado através da venda dos ativos da Inforpress, nomeadamente o edifício
(estimados 64.000 contos) e outros ativos (estimados 5.000 contos).
As poupanças decorrentes da extinção da Inforpress ascenderiam aos 232,9 mil contos em
05 anos, conforme demonstrado no quadro abaixo:
Tabela 12: Cenário 2 - Projeção de resultados
A avaliação dos fluxos de caixa futuros estimados, na ótica mais alargada de viabilidade
financeira desta decisão revela que o investimento realizado para a extinção da Inforpress
seria recuperado em 05 anos. O Valor Atualizado Líquido (VAL) é positivo e a Taxa Interna
de Retorno alcança os 10%.
14Assume-se um preço médio de venda de 90 contos por m2 de área construída (a área de implantação do
edifício é de 1.016m2 , sendo a área construída 711,2m2 ).
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Análise
O quadro abaixo sintetiza os resultados e a análise deste Cenário 2 em cada um dos critérios
de avaliação utilizados:
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Total
Item
('000 ECV)
1. Activos fixos 42 800
Aquisição de equipamentos para modernização tecnológica (central)
40 000
Aquisição de equipamentos para delegações/representações 2 800
18. A amortização desses investimentos é calculada com base nas taxas legais
atualmente em vigor;
19. Assume-se que 100% do investimento é financiado pelo acionista Estado, através de
aumento de capital da Inforpress. No entanto, uma variação deste pressuposto – a
possibilidade de o montante ser financiado via empréstimo bancário à Inforpress –
será também testada mais adiante.
20. Nesta variação (financiamento via empréstimo bancário), considera-se uma taxa de
juros de 8% e um período de amortização do financiamento de 05 anos (60 meses);
21. Considera-se que a modernização da Inforpress e o alargamento da sua cobertura
territorial permitir-lhe-á explorar as seguintes fontes de receitas próprias: (i)
subscrições pagas no site, para acesso a conteúdos (texto, imagem, áudio,
fotografias); (ii) venda de peças avulsas (notícias, reportagens, especiais); e (iii)
venda de fotografias do seu banco de imagens.
22. Para as projeções de receitas com subscrições pagas ao site, assume-se que a
Inforpress será capaz de conseguir a subscrição de pelo menos 28 clientes, ao preço
de 50 contos/mês (entre jornais, rádios, Ministérios e Institutos públicos,
Embaixadas, Consulados, organismos internacionais, e empresas), e de pelo menos
16Assume-se que serão adquiridos, para cada delegação/representação, uma câmara (120 contos), um
gravador (20 contos) e um computador (60 contos).
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Resultados
No caso de o investimento ser financiado com recursos do Estado (via aumento de capital)
Neste caso, considera-se que os 45,5 mil contos necessários para a reestruturação e
reposicionamento da Inforpress serão financiados pelo próprio Estado. Assim, o montante
de subsídios anual necessário seria de 53.700 contos em 2018 (4.475 contos/mês),
devendo ser reduzido gradualmente até os 51.394 contos em 2022 (4.283 contos).
As receitas totais deverão ascender aos 375.427 contos no horizonte temporal
considerado, sendo 112.723 contos de receitas próprias (30%) e 262.704 contos de
subsídios do Estado (70%).
Os custos totais são estimados em 373.282 contos no período de 05 anos, sendo 276.634
contos de custos fixos e variáveis (75%), 67.225 contos de amortização de dívidas (18%) e
29.423 contos de amortização de ativos (8%).
A margem operacional é globalmente positiva no período, ascendendo aos 2.145 contos,
sendo que o EBITDA total ultrapassaria os 31 mil contos. Os resultados líquidos, porquanto
marginais, seriam positivos no período, totalizando estimados 1.586 contos.
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Análise
O quadro abaixo sintetiza os resultados e a análise deste Cenário 2 em cada um dos critérios
de avaliação utilizados:
• Os resultados líquidos
totalizam 1.586 contos ao
longo do período;
• Indicadores de viabilidade
desfavoráveis:
o TIR – (20%)
o PRI – 06 anos
No caso de o investimento ser
No caso de o investimento ser
financiado pelo Estado:
financiado pelo Estado:
✓ Cenário sustentável e
• Inforpress financiará o
financeiramente viável
investimento de 45,5 mil
contos através de
empréstimo bancário;
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• Os resultados líquidos
totalizam 16.115 contos)
• Indicadores de viabilidade
favoráveis:
o TIR – 15%
o PRI – 04 anos
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3.4.4. Análise comparativa
O quadro abaixo coloca lado a lado os resultados obtidos por cada cenário, para sintetizar e facilitar a análise comparativa:
C2 – Coerência Manutenção do status quo em Inforpress extinta. Não é Caso os investimentos sejam acompanhados de medidas
com Programa de termos organizacionais e expectável que a de melhoria de gestão interna (orientada para objetivos, a
Governo tecnológicos, de produtividade e inexistência de uma agência todos os níveis), a contribuição da Inforpress para os
de cobertura territorial.
de notícias isenta, objetiva, objetivos expressos no Programa de Governo deverá ser
confiável e independente mais elevada, assumindo o seu papel de agência de
contribua para os objetivos notícias isenta, objetiva, confiável e independente, que
preconizados pelo Governo alimenta e suporta o crescimento e consolidação dos
para a área de comunicação órgãos de comunicação social no país, além de outras
social. De igual forma, entidades “consumidoras” de notícias.
contradiz o posicionamento
público do Governo a este
respeito.
C3 – Impacto sobre Manutenção do status quo em Inforpress extinta. Este Este cenário vai de encontro ao essencial das expetativas
expetativas dos termos organizacionais e cenário contraria as dos principais stakeholders, excetuando-se,
principais tecnológicos, de produtividade e expetativas do próprio eventualmente, no ponto que se refere ao custo de acesso
stakeholders de cobertura territorial. Produtos Governo, dos órgãos de à notícia (sobretudo por parte dos órgãos de comunicação
e serviços deverão manter-se
comunicação social, da social, em que a sua exptativa tende, como é natura, para
inalterados ou piorar, em termos
entidade reguladora, dos uma redução substancial – ou eliminação – desses custos).
quantitativos, qualitativos, de
formato e de canais de trabalhadores e da
distribuição. população em geral.
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Comparando-se cada cenário apenas da perspetiva do Critério 1 (Sustentabilidade e
viabilidade financeira), os resultados mostram que os dois melhores cenários são o Cenário
2 (Extinção da Inforpress) e o Cenário 3b (Reestruturação e Reposicionamento da
Inforpress, via financiamento bancário). Entretanto, uma vez que este último implicaria
aumentar o valor do subsídio do Estado, dos atuais 35.000 contos/ano para 60.000 contos
ano (+71%), enquanto o primeiro não exige tal engajamento de recursos (posto que estará
extinta), o cenário mais vantajoso, segundo este critério, seria o Cenário 2 – Extinção da
Inforpress.
Olhando-se, porém para os dois critérios Critério 2 (Coerência com Programa do Governo
para esta Legislatura) e Critério 3 (Impacto sobre expetativas dos diversos stakeholders),
é evidente que o Cenário 1 (Manter como está), além de tender a agravar cada vez mais a
insustentabilidade e inviabilidade financeira da Inforpress, não satisfaz de todo os critérios
2 e 3, devendo, portanto, ser excluído das opções de decisão. É preciso fazer alguma coisa.
O Cenário 2 (Extinguir a Inforpress), apesar dos números atrativos que apresenta na
perspetiva financeira, não satisfaz nenhum desses dois últimos critérios. Não seria
consistente com o estabelecido no Programa do Governo nem com o posicionamento já
assumido por este, através do Ministro que tutela a empresa, de que “Cabo Verde não pode
dar-se ao luxo de não ter uma agência séria e credível no momento actual em que temos,
de certa forma, uma crise na imprensa escrita privada e na imprensa privada em Cabo
Verde”17. Logo, este cenário deveria ser excluído à partida, com base no critério 2.
O cenário mais vantajoso, de acordo com estes dois critérios, seria, portanto, o Cenário 3
– Reestruturação e Reposicionamento da Inforpress. É o cenário melhor alinhado com o
estabelecido no Programa de Governo e o que melhor responde às expetativas e
necessidades do próprio Governo, dos órgãos de comunicação social, da Agência
Reguladora, dos trabalhadores da empresa e dos consumidores de notícias em geral. A
decisão seria apenas sobre qual a estratégia de financiamento do investimento: se via
recursos do acionista Estado, através de aumento do capital, ou se via financiamento
bancário. Dito de outra forma, ou o Estado investe 45,5 mil contos de recursos próprios na
reestruturação e modernização da Inforpress ou autoriza a contratação de um crédito
neste momento e, em contrapartida, aumenta o valor do subsídio mensal (para 5.000
contos), de forma a que a empresa possa amortizar o financiamento. Qual dessas opções é
a melhor?
Entre essas duas alternativas de financiamento, a nossa opinião é que a melhor solução
seria o financiamento via crédito bancário, devendo o Governo garantir que o subsídio
mensal é ajustado para 5.000 contos/mês já a partir do OE de 2018. Por 03 razões
fundamentais:
17Fonte: http://www.expressodasilhas.sapo.cv/politica/item/52019-abraao-vicente-garante-que-inforpress-
nao-vai-fechar-portas
O Futuro da INFORPRESS – Que Cenários?
(i) Primeiro, porque esta opção não exigiria uma operação de aumento de capital
da Inforpress e correspondente mobilização de recursos do Orçamento do
Estado;
(ii) Segundo, uma vez que o valor de mercado estimado do edifício-sede da
Inforpress (64.000 contos) é superior ao valor do investimento necessário
(45.500 contos), não haveria necessidade sequer de aval do Estado para a
contratualização do crédito, bastando a hipoteca do imóvel como garantia 18,
não tendo assim qualquer impacto no nível de passivo contingente do Estado;
(iii) Terceiro, o impacto financeiro desta reestruturação e modernização da
Inforpress seria diluído ao longo do tempo (via o aumento do subsídio mensal),
em vez de uma mobilização substancial de recursos no imediato.
Resumindo,
Este cenário de decisão pode ser analisado, ainda, no quadro de uma possível
reestruturação mais ampla das empresas detidas pelo Estado que operam no sector da
comunicação social, nomeadamente a RTCi e a Inforpress. Esta perspetiva não foi,
obviamente, considerada no presente estudo, por não estar abrangida pelo escopo do
mesmo. No entanto, é de se considerar que a transformação da Inforpress numa agência
de notícias tecnologicamente moderna e com ampla cobertura territorial tornaria
redundante as estruturas descentralizadas da RTCi, de captura e processamento de
notícias. Uma reforma conjunta do “modelo de negócios” das duas empresas, com a
Inforpress a especializar-se na captura, processamento e distribuição de notícias e a RTCi
(Rádio e Televisão) a focalizar-se mais na produção de conteúdos especializados e difusão,
poderia permitir uma maior racionalização global de custos que compensaria, pelo menos
parcialmente, os encargos com o aumento do valor do subsídio do Estado à Inforpress.
18Considera-se que a propriedade legal do imóvel seja da Inforpress e que sobre o mesmo não recaem quaisquer
ônus.
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O Futuro da INFORPRESS – Que Cenários?
4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
4.1. Conclusões
Considerando:
(i) O escopo do estudo solicitado à PD Consult, de identificação e avaliação de
cenários para o futuro da Inforpress quanto à sua sustentabilidade, na
sequência da decisão de separar a empresa da RTCi (revertendo assim decisão
oposta do Governo anterior);
(ii) O diagnóstico quanto ao desempenho recente e à situação atual da Inforpress,
com base em informações fornecidas pela empresa (contabilísticas, financeiras,
operacionais, de recursos humanos) ou recolhidas pela própria PD Consult de
fontes externas;
(iii) A análise da tendência de evolução de variáveis relevantes com impacto
potencial sobre o setor da comunicação social em Cabo Verde em geral e sobre
a Inforpress em particular;
(iv) As expetativas de diversos stakeholders interessados, nomeadamente, do
Governo, dos órgãos de comunicação social (públicos e privados), da entidade
reguladora (ARC), dos trabalhadores da empresa, da organização de defesa dos
consumidores (ADECO), entre outros;
(v) A abordagem metodológica utilizada, que permitiu avaliar 03 cenários possíveis
de decisão (Manter a Inforpress como está, Extinguir a Inforpress, e
Reestruturar e reposicionar a Inforpress), com base em 03 critérios
(Sustentabilidade e viabilidade financeira, Grau de alinhamento com Programa
de Governo para a IX Legislatura, e Grau de satisfação das expetativas dos
stakeholders);
A equipa da PD Consult conclui que:
7. Na perspetiva unicamente de sustentabilidade financeira, a melhor opção é a
extinção da Inforpress (Cenário 2). Este cenário exigiria um investimento global de
249,1 mil contos, para indemnização de trabalhadores (129,2 mil contos) e para
liquidação de todas as dívidas acumuladas até a data (119,9 mil contos). Parte dos
recursos para o efeito poderia ser mobilizada através da venda dos ativos da
Inforpress, nomeadamente o edifício-sede (estimado em 64 mil contos) e viaturas,
mobiliário e equipamentos (estimados em 5 mil contos). O investimento seria
recuperado em 05 anos, por via das poupanças geradas no período, pelo não
funcionamento da empresa, estimadas em 232,9 mil contos).
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11. Apesar de o escopo do presente estudo não prever uma análise sistémica de todas
as empresas do Estado no setor de comunicações (nomeadamente a RTCi e a
Inforpress), conclui-se igualmente: (i) que a transformação da Inforpress numa
agência de notícias tecnologicamente moderna e com ampla cobertura territorial
pode tornar redundante as estruturas descentralizadas da RTCi, de captura e
processamento de notícias; e (ii) que uma reforma conjunta do “modelo de
negócios” das duas empresas, com a Inforpress a especializar-se na captura,
processamento e distribuição de notícias e a RTCi (Rádio e Televisão) a focalizar-se
mais na produção de conteúdos especializados e difusão, poderia permitir uma
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O Futuro da INFORPRESS – Que Cenários?
4.2. Recomendações
A PD Consult recomenda, por fim:
f) Considerando o atrás exposto, que o Governo decida em prol da reestruturação e
reposicionamento do modelo de negócios da Inforpress, autorizando a contratação
de um crédito bancário no valor de 45.500 contos, a ser garantido por hipoteca do
imóvel-sede da Inforpress;
g) Que o subsídio transferido à Inforpress seja aumentado para 5.000 contos/mês a
partir do Orçamento de Estado de 2018, estabelecendo-se, porém, um
compromisso com a equipa de gestão da empresa para a sua redução gradual de -
1,1% ao ano, até atingir os 4.785 contos/mês no OE de 2022;
h) Que seja assinado com a equipa de gestão da Inforpress um contrato de gestão por
objetivos, que inclua, no mínimo, as seguintes metas:
Tabela 21: Propostas de metas de gestão
19 Um estudo mais detalhado seria necessário para: (i) analisar os “modelos de negócio” das duas empresas (a
RTCi atual e a “nova” Inforpress, após os investimentos) e identificar possíveis áreas de sobreposição e
redundâncias; (ii) calcular os custos associados aos processos redundantes; e (iii) propor medidas de
reestruturação visando maximizar as sinergias e complementaridade e optmizar os custos globais das duas
empresas do Estado; e (iv) propor ajustes e rebalanceamento dos subsídios atribuíd os pelo Estado às duas
empresas.
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O Futuro da INFORPRESS – Que Cenários?
5. ANEXOS
Valores em ECV
RUBRICAS Data de referência
ACTIVO 31/12/2012 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2015
Activo não corrente
Activos fixos tangíveis
Terrenos e recursos naturais
Edifícios e outras construções 9 166 747 8 678 301 8 189 856 7 701 411
Equipamento básico 2 570 292 2 139 618 1 669 203 1 416 601
Equipamento de transporte 7 027 693 5 417 527 4 007 361 2 597 195
Equipamento administrativo 6 175 051 4 465 216 2 323 633 872 135
Equipamentos biológicos
Outros activos fixos tangíveis 1 664 635 1 387 484 1 100 702 884 025
Activos intangíveis
Programas de computador
Total do activo não corrente 26 604 418 22 088 146 17 290 755 13 471 367
Activo corrente
Inventários
Clientes 22 355 054 23 955 054 24 625 054 25 075 054
Adiantamentos a fornecedores 1 014 273 667 537 577 794 278 357
Estado e outros entes públicos 5 423 848 5 952 036 5 378 771 5 686 543
Accionistas! sócios 2 195 284
Outras contas a receber 34 930 180 644 3 601 799
Diferimentos 132 795 124 481 112 691 101 696
Activos financeiros detidos para negociação
Outros activos financeiros
Caixa e depósitos bancários 15 258 914 10 039 871 6 864 215 2 954 466
Total do activo corrente 46 415 098 40 919 624 37 562 126 34 096 915
Total do activo 73 019 516 63 007 769 54 852 881 47 568 282
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O Futuro da INFORPRESS – Que Cenários?
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
2013 799 592 712 893 988 924 952 808 724 798 764 777
2014 710 702 717 840 800 784 691 637 694 835 881 784
2015 794 734 914 921 820 812 753 628 789 776 825 814
2016 689 719 1 321 701 768 814 786 1 120 780 663 725 641
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Total Taxa
Item Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
('000 ECV) deprec.
1. Activos fixos 42 800 5 350 5 350 5 350 5 350 5 350
Aquisição de equipamentos para modernização tecnológica (central)
40 000 12,5% 5 000 5 000 5 000 5 000 5 000
Aquisição de equipamentos para delegações/correspondentes 2 800 12,5% 350 350 350 350 350
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TOTAL DE RECEITAS ESTIMADAS (000 ECV) 20 400 21 420 22 491 23 616 24 796
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