RESENHA LITERÁRIA
LIVRO ARANDO O MAR
Grupo
Cássia Cristina
Eduarda Pereira
Felipe Fernandes
Flávio Henrique
Monalisa
Wellington Barbalho
A introdução do livro aborda a história das flores a qual teve seu inicio quando
o Sr. Edgar Wells que a Colômbia, se tornasse fonte das melhores flores das
Américas. Edgar Wells percebeu as mudanças ocorridas no mercado de flores norte
americano na década de 60 e sabia que a Colômbia era capaz de concorrer em
igualdade de condições com os floricultores americanos fornecendo as mesmas
vantagens que o mesmo e até mais, pois a savana colombiana dispunha de um dos
melhores climas do hemisfério ocidental para o cultivo de flores. Com isso Wells
junto com outros empresários colombianos passaram a produzir flores de alta
qualidade ao longo de todo o ano em estruturas simples de madeira e de plástico.
Além disso, os salários dos trabalhadores eram extremamente baixos se
comparados ao dos trabalhadores norte americanos, o que fazia com que as flores
fossem também de colheita barata. Em 18 de outubro de 1966, Wells consegue
enviar sua primeira remessa de flores para os EUA. Em 1969 um grupo de quatro
norte americanos constituiu a empresa Floramerica, pioneira na exportação de flores
de corte colombianas. Se aproveitando de uma estação de cultivo mais longa e dos
custos salariais mais baixos, os produtores colombianos obtinham 31% de vantagem
sobre os produtores americanos, mesmo com os altos custos de transporte. Entre
1966 e 1978, as exportações colombianas se elevaram de menos de 1% para 89,6%
do total das importações norte americanas, obtendo lucros que chegavam a atingir
57% da receita.
Logo os produtores colombianos perceberam que para expandir todo o
potencial do mercado americano eles teriam que atuar em dois pontos: Encontrar
uma maneira eficiente de distribuir flores e descobrir como expandir a base de
clientes. Para isso perceberam que enfrentariam diversos problemas relativos à
infra-estrutura interna de transportes, com estradas de má qualidade, não havia
empresas de carga que oferecessem transporte refrigerado e as instalações
aeroportuárias de armazenagem deslocavam o produto com ineficiência e eram
superaquecidas. Além disso, as telecomunicações deficientes e a ausência de
marketing direto nos EUA.
Para resolver alguns destes problemas os colombianos criaram em Miami
um sistema sofisticado de instalações de recebimento e distribuição, que permitiu
aos colombianos expandir a atuação no mercado americano além da redução dos
custos de transporte.
Em contrapartida ao desenvolvimento do mercado americano, os produtores
colombianos começaram a subestimar dois aspectos: As barreiras à entrada no seu
setor e o dinamismo do relacionamento entre produtor e consumidor. Com isso os
produtores não se preocuparam em criar uma demanda sofisticada que
estabelecesse nos seus clientes a valorização das flores colombianas.
Os produtores colombianos alcançaram níveis extraordinários de sucesso o
que se refletiu também em sucesso das pessoas que controlavam os canais de
distribuição que atingiram um nível elevado de controle na cadeia de valor,
chegando mesmo a se aproveitar de cultivadores colombianos de menor porte que
precisavam de serviços de intermediação, além disto, buscavam se proteger contra
riscos decorrentes da sazonalidade do mercado também sujeito a flutuações de
preço. Para alcançar este objetivo os intermediários passaram a aceitar flores de
terceiros apenas em consignação recebendo 15% sobre as vendas realizadas, sem
qualquer prejuízo sobre o produto não vendido. Para se protegeram das flutuações
de preço os intermediários criaram um sistema de “taxa de caixa” em que
receberiam US$ 12 por caixa independente do preço em que as flores fossem
vendidas.
Com a criação da asocolflores os produtores colombianos passaram a ter
uma associação que passou a coordenar os recursos humanos e financeiros para
lutar contra as barreiras protecionistas dos americanos. A asocolflores passou então
a concentrar sua atuação dentro da Colômbia deste modo os produtores
colombianos preferiram atuar em busca de proteção governamental e fazer lobby do
que desenvolver esforços para conseguir vantagens competitivas que permitissem o
desenvolvimento neste, assim como em novos mercados.
Na década de 80 os cultivadores colombianos, observando as excelentes
condições para cultivo e mão-de-obra barata no Equador passaram a investir na
produção de flores neste país. Além disso, o México também expandiu sua
produção, com isso houve um incremento significativo na oferta de flores no
mercado americano o que provocou automaticamente a redução de preços. Diante
desse quadro os intermediários passaram a cobrar preços conforme a demanda, o
que em alguns casos deixava os preços até abaixo dos custos de produção.
No início de maio de 1986 os produtores americanos começaram a entrar
com pedidos para proteção para segmentos da indústria onde havia maiores
volumes de importações. Esses pedidos foram aceitos mesmo sob protestos do
governo colombiano o que produziu severas críticas dos cultivadores que acusavam
o governo de não haver atuado de forma efetiva na proteção da indústria
colombiana.
Essa situação só veio a se agravar quando em 1989 o presidente
colombiano iniciou a abertura da economia. Houve uma desvalorização moderada
do peso o que produziu um aumento dos curtos dos cultivadores de flores.
Esses fatos levaram a uma explicita queda de braços entre governo e os
cultivadores de flores que ao invés de se unirem avaliando suas deficiências e
pontos fortes e empreendendo esforços em conjunto para a alavancagem da
indústria com o conseqüente progresso nacional para a desferir críticas um ao outro
com base em uma visão unilateral do problema.
A partir da história das flores colombianas o autor apresentou os sete
padrões de inibidores da competitividade, conforme a seguir:
O primeiro padrão apresentado está relacionado com o excesso de
dependência dos fatores básicos, onde se acredita que as vantagens em recursos
naturais e mão-de-obra barata vão lhes proporcionar posições de liderança nos
mercados exportadores, deixando de lado a busca pela inovação.
O segundo padrão abordado está relacionado a uma ineficiência entre as
empresas participantes da cadeia de valor. Uma empresa responsável pelo
transporte teria que superar os problemas como à má conservação das estradas, as
deficiências de infra-estrutura aeroportuária, além da necessidade de transporte da
carga e armazenagem sob condição refrigerada, o que não existia na época. Além
disto, advinham problemas de um sistema de telecomunicações deficiente e a
ausência de marketing direto nos EUA dificultando as operações de logística para
que as flores chegassem ao mercado americano e ganhassem novos clientes. Este
problema foi resolvido posteriormente com a criação de um centro de distribuição em
Miami o que permitiu aos colombianos a expansão do seu mercado consumidor nos
EUA.
O terceiros padrão apontado está relacionado com a falta compreensão
sobre a clientela, ou seja, os produtores estavam preocupados em buscar demanda
para suas flores, mas não em entender os desejos dos seus clientes, além de se
não optar pelo estabelecimento de estratégias para o atendimento a determinados
segmentos de clientes.
O quarto padrão apresentado está relacionado à falta de integração vertical
com a distribuição, fazendo com que as empresas fiquem à mercê dos
intermediários na distribuição dos seus produtos. Estes, os intermediários, passam a
obter grande poder de barganha junto aos produtores, além de adquirirem o
conhecimento sobre os consumidores que os produtores não possuem.
O quinto padrão é o paternalismo onde é atribuída ao governo a
responsabilidade pelo sucesso das empresas através da criação de vantagens
relativas que no fundo não são sustentáveis e tornam as organizações sub-
responsáveis por seu futuro e acostumadas a não sofrerem pressões do mercado
competitivo.
O sexto padrão está relacionado ao desconhecimento sobre a posição da
empresa em relação aos demais concorrentes existentes no mercado. Sem esse
conhecimento torna-se difícil para a empresa estabelecer perspectivas futuras.
O sétimo padrão apresentado corresponde à atitude defensiva produzida
tanto pelo estado quanto pelo setor privado. O estado acusa o setor privado pela má
gestão estratégica em não ter se preparado para o mercado competitivo. Já o setor
privado acusa o estado de não atuar em favor criando um clima macroeconômico
favorável ao desenvolvimento das empresas.
PARTE UM
Rompendo com o passado: Padrões de inibidores da competitividade
CAPÍTULO UM:
Evite depender demais dos fatores básicos de vantagem
CAPÍTULO DOIS:
Entenda melhor a clientela
CAPÍTULO TRÊS
Conheça a sua posição competitiva relativa
CAPÍTULO QUATRO
Saiba quando se integrar verticalmente (ou não) com a distribuição.
A história dos mercados mundiais, seja qual for à região, moeda, país ou
economia em que se está inserido, revela casos de sucesso de empresas que
souberam unir-se para juntas gerar valor em seus produtos/serviços através de uma
relação de cooperação.
Essa relação cada vez mais vantajosa que pode ser de apenas duas ou
centenas de empresas, surgiu como estratégia para lidar com a constante
volatilidade do mercado, que, cada vez mais exigente, obriga as empresas a investir
em inovação, tecnologia, sustentabilidade e competitividade, ficando, porém, claro
para cada uma o seu nível de comprometimento com cada um desses aspectos no
fortalecimento do grupo.
Para ilustrar esse contexto, o autor cita como exemplos setores distintos da
economia colombiana, o setor do couro e o de plásticos, onde se evidencia uma
deficiência em cooperação que gera uma série de outras deficiências que impedem
o crescimento desses setores e de toda a cadeia por eles sustentada.
“Empresas que não cooperam entre si não são capazes de aprender umas
com as outras”. Os bons resultados dessa cooperação já são facilmente
evidenciados em muitas partes do mundo, e nos países menos desenvolvidos e
mais fechados percebe-se ainda que a ausência dessas estruturas deixa uma
lacuna de vantagens competitivas que poderiam ser criadas e aproveitadas. Ao
invés de cooperação para crescimento, alimenta-se uma cultura de auto-suficiência,
onde cada um age sozinho.
CAPÍTULO SEIS
Supere a atitude defensiva
CAPÍTULO SETE
Evite o paternalismo
PARTE DOIS
Entendendo as origens dos sete padrões
CAPÍTULO OITO
Ações estratégicas – não optar é uma opção
CAPÍTULO NOVE
Aprendizado ao nível da empresa
No que diz respeito às capacidades, ele fala que elas incluem os recursos
físicos, financeiros, humanos e de informação, que uma empresa rival converteu em
vantagens competitiva. Na análise de capacidades, desenvolver um papel de
operações do competidor é uma boa idéia, ela deve incluir também uma pesquisa de
produtos; o que significa que é essencial desenvolver uma base de comparação,
porém, mais uma vez a empresa deve conhecer em primeiro lugar, suas próprias
capacidades. Para entender as capacidades dos seus concorrentes, uma empresa
precisa desenvolver um senso nítido da posição de custos dos concorrentes em
relação à sua própria.
CAPÍTULO DEZ
Mecanismos de direção
Diante dos problemas existentes com renda na Bolívia, seu presidente Paz
Estenssoro projetou mecanismos de redistribuição de riqueza a grupos de
camponeses, através de uma extensa reforma agrária e aumento dos investimentos
em educação e serviços na zona rural, nacionalizou as três novas empresas de
mineração e estendeu a esfera de influência do governo na gestão de outras
empresas estatais. Parte da estratégia de governo era aplicar um modelo de
desenvolvimento baseado na substituição de importações, através da importação de
tarifas aduaneiras e subsídios para encorajar a industrialização da Bolívia. Ao
acreditar que o estado deveria impulsionar o processo de industrialização e oferecer
uma rede de segurança social, Paz Estenssoro ampliou o papel do estado,
almejando criar com isso um ambiente favorável à inovação. Porém, não foi o que
aconteceu, criou-se um ambiente legal e regulatório, que acabou por inibir a
inovação e o aperfeiçoamento nacional.
CAPÍTULO ONZE
Modelos Mentais
CAPITULO DOZE
As fontes ocultas do crescimento
Segundo Adam Smith um país produtor que tem os mais baixos custos de um
item é a nação exportadora daquele produto. No entanto é uma velha maneira de
pensar, pois não leva em consideração o impacto da integração global do comercio
e do investimento.
Essa teoria serviu de bases para outros pensadores, como a de David
Ricardo que dizia que o comercio se baseia na produtividade relativa de mão- de-
obra entre nações, e nas diferenças entre seus ambientes, que parecem oferecer
certas vantagens a algumas nações em setores específicos.
CAPÍTULO TREZE
Os autores falam também que para romper com os sete padrões é necessário
haver progresso em duas dimensões: melhor estratégia e maior produtividade. É
preciso adotar abordagens com os olhos voltados para o futuro, no que se refere à
estratégia e a produtividade, uma vez que os ambientes em que as empresas
operam restringem a esfera de ações possíveis. Com isso se torna possível criar
produtos diferentes, ou de trabalhar em conjunto formando núcleos industriais.
O autor nos apresenta um modelo para ação composto de dois aspectos: a
parte invisível da competitividade representada pelos paradigmas e referenciais e a
parte visível representada pelos mecanismos de direção e ações estratégicas, sendo
estes modelos de grande influência nas decisões tomadas pelos líderes.
CONCLUSÃO