auxílio-doença
Existem dois tipos de auxílio-doença, e essa é a razão de tanta dúvida, pois ambos são
conhecidos somente pelo "primeiro nome", que é auxílio-doença.
Então, para que não restem mais dúvidas, entendam que existe o auxílio-
doença previdenciário e o auxílio-doença acidentário. E qual a diferença entre eles?
Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de
empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados
referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho.
Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja
contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua
capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua
recuperação;
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
Art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo
mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após
a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção do
auxílio-acidente.
E olhem que interessante a parte acima destacada. Mesmo que o empregado não
receba o auxílio do INSS, ainda sim ele terá sua estabilidade garantida. Isso porque
muitas empresas ainda atuam na irregularidade e acabam por não registrar seus
funcionários, ou sequer possuem registro formal, o que, consequentemente,
inviabiliza que seus funcionários sejam segurados da Previdência. Então, a lei, através
desse dispositivo, garantiu que o empregado, mesmo que a empresa esteja irregular,
tenha, também, a estabilidade de 12 meses.
Considerações importantes:
A resposta é não! Somente o segurado que sofreu acidente de trabalho é que faz jus
à estabilidade. Portanto, o funcionário afastado que está recebendo o auxílio-
doença previdenciário não tem estabilidade no seu emprego, ok?
SÉRGIO MEROLA
Sérgio Merola é Advogado especializado em Direito Administrativo e Público para carreiras
públicas (estudantes, concurseiros e servidores públicos). É bacharel em Direito pela
Universidade Salgado de Oliveira (2009), pós-graduado em Direito Público pela Universidade
Cândido Mendes e membro da Comissão de Direito Administrativo da OAB/GO. Atuou como
advogado por 2 anos junto ao escritório Tibúrcio Advogados, ex-presidente da OAB/GO. Hoje,
se especializou em demandas na área de Direito Administrativo, tais como processos
Administrativos e Judiciais de servidores públicos e demandas de aprovados em concursos
públicos. É fundador do Sérgio Merola Advogados Associados, com atuação nacional, e
escritórios em São Paulo e Goiânia.
EMENTA
(..)
Sem razão.
E o simples fato de a autora não ter recebido o auxílio doença acidentário não é óbice
para o reconhecimento da garantia de emprego em análise, reconhecido nos autos do
processo nº 0010065-26.2018.5.15.0149 quanto a ter nexo de causalidade com a sua
atividade o acidente ocorrido (súmula 378, II, do C. TST).
(...)