ENSINO SUPERIOR
Professora: Dra. Vânia de Fátima Matias de Souza
DIREÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
•• Refletir acerca da construção do Ensino Superior a partir da Constituição
Federal de 1988.
•• Analisar a proposta para o ensino superior a partir da LDBEN lei 9394/96
•• Entender como se dá o processo de reconhecimento e renovação de cursos
de graduação no ensino superior.
PLANO DE ESTUDO
Como todas as ações do campo educacional acerca das mudanças que tem ocor-
rido a partir do processo de redemocratização do país com a Constituição Federal
de 1988, você já deve ter se questionado quais as implicações das ações político go-
vernamentais e das políticas públicas no Ensino Superior a partir desse período?
Caso ainda não tenha sido tomado por essa inquietude é um bom momento, afinal,
todas as nossas ações no campo do labor profissional estão vinculadas a essas ações
políticas.
Para ajudá-lo a refletir sobre essas questões traremos, neste momento as discus-
sões acerca da relação Política direcionados ao Ensino Superior a partir da Constituição
Federal de 1988, buscando apontamentos que te levem a compreender e proble-
matizar as relações entre o Ensino Superior e as políticas educacionais com foco na
avaliação; reconhecimento e autorização de cursos superiores no país.
8 Pós-Universo
Pós-Universo 9
POLÍTICAS
EDUCACIONAIS
NO CONTEXTO DO
ENSINO SUPERIOR:
REFLEXÕES A PARTIR
DA CONSTITUIÇÃO
BRASILEIRA DE 1988
Entender as relações entre as políticas educacionais no contexto do Ensino Superior
tem se constituído em uma análise conjuntural das relações sociais e econômicas
que enredam as perspectivas e ideologias da sociedade. É válido acenar para o fato
de que as ações realizadas no campo do Ensino Superior se constituem a partir das
necessidades, expectativas e necessidades de cada contexto histórico e social que
acometem essa modalidade de ensino.
O Ensino Superior, reconhecidamente uma modalidade de ensino que se ocupa
da formação inicial e continuada para a atuação especializada no campo profissional
tem se constituído em uma ação formativa que leva o Estado e o Governo consoli-
dar as políticas públicas a esse campo ao longo da história.
De acordo com Alexy (1997, p.65), após a análise normativa do direito à educa-
ção na atual Constituição brasileira,
““
[...] é mister se fazerem algumas considerações a respeito dele como direito
fundamental. Conceitua-se direito fundamental como aquele direito po-
sitivado por uma ordem constitucional, de forma que poderia ser exigido
judicialmente. Essa conceituação de direito fundamental é baseada em um
critério formal, que se associa a critérios materiais e estruturais.
10 Pós-Universo
atenção
As políticas educacionais, ora podem ser compreendidas como ações que
expressam a ampla autonomia de decisão do Estado, por vezes resultan-
te das relações complexas e contraditórias sujeita às demandas das classes
dominadas e de outros atores coletivos e movimentos sociais. Contudo,
apresenta indicadores que apontam para uma crescente diminuição dessa
autonomia relativa, continua a ser necessário fazer referência ao papel e
lugar do Estado-nação, mesmo que seja para melhor compreender a sua
crise atual e a redefinição do seu papel – agora, necessariamente, tendo em
conta as novas condicionantes inerentes ao contexto e aos processos de
globalização e transnacionalização do capitalismo .
Fonte: Afonso (2001).
Essa garantia também pode ser observada no artigo 205 da Constituição Federal
de 1988, na qual se tem determinado que “a educação, direito de todos e dever do
Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade,
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cida-
dania e sua qualificação para o trabalho.”
Entenda que, mesmo tendo a Constituição de 1988 a normativa estabelecida para
a educação enquanto um “direito de todos”, essas deliberativas já estavam prescritas
em outros momentos na legislação brasileira. Historicamente, podemos destacar para
o fato de que, na Constituição de 1934, no artigo 149, já acenava para essa questão
da educação. Na Constituição de 1937, do período Vargas, pode-se observar que o
direito à educação está prescrito junto ao capítulo destinado à família, prevendo a
colaboração do Estado na manutenção desse dever. Outro destaque para a educação
naquele momento foi o fato de que a legislação brasileira estava atrelada a influên-
cia da concepção católica conforme o artigo 125, na qual se tinha a determinação de
que caberia à família ser o principal agente na educação, tendo o direito de escolha
do tipo de educação que seria fornecida, em detrimento do papel do Estado. Essas
discussões acerca do papel da educação enquanto direito e responsabilização do
Estado perduraram nas Constituições de 1946 e de 1967.
De acordo com Oliveira (2001, p. 19), essa discussão sobre o papel da família e
do Estado,
““
[...] ocupou boa parte dos debates na Constituição brasileira ao longo da his-
tória, opondo os católicos, para quem a primazia da família significava a livre
escolha do tipo de educação, ao Estado só cabendo estabelecer as condições
para sua efetivação, através por exemplo de subsídios públicos; e os liberais,
para quem o papel do Estado deveria ser primordial
O dever destes seria de garantir a escola pública a todos, sendo a opção por uma
instituição particular arcada pela família. Pode-se observar que a questão da igreja
nas deliberativas educacionais nos sistema educacional brasileiro vai se perdurar de
forma intensa até a Constituição de 1967 que, em seu artigo 168, vai definir a edu-
cação como sendo “ direito de todos e será dada no lar e na escola; assegurada a
igualdade de oportunidade, deve inspirar-se no princípio da unidade nacional e nos
ideais de liberdade e de solidariedade humana.”
12 Pós-Universo
““
[...] a sistematização da legislação até a Constituição de 1988 não valorizou a
autonomia universitária, ressaltando-se a dependência em relação ao órgão
governamental mantenedor. Essa situação foi agravada nas universidades fe-
derais, mister na sua regulação nos períodos de exceção, visando controlar
e restringir a ação das universidades.
““
[...] estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e
do pensamento reflexivo; formar diplomados nas diferentes áreas de conhe-
cimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação con-
tínua; incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o
desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura,
e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que
vive; promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técni-
cos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através
do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação; 5.suscitar o
desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a
correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo
adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de
cada geração; estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente,
em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à co-
munidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade; promover
a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das con-
quistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e
tecnológica geradas na instituição (BRASIL, 1996, s/p).
16 Pós-Universo
Com relação aos tipos de cursos e programas atendidos pelo Ensino Superior estão
descritos nos seguintes artigos:
““
Artigo 44: cursos seqüenciais por campo de saber, de diferentes níveis de
Abrangência, abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabele-
cidos pelas instituições de ensino; de graduação, abertos a candidatos que
tenham concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido classifica-
dos em processo seletivo; de pós-graduação, compreendendo programas de
mestrado e doutorado, cursos de especialização, aperfeiçoamento e outros,
abertos a candidatos diplomados em cursos de graduação e que atendam
às exigências das instituições de ensino; 4.de extensão, abertos a candidatos
que atendam aos requisitos estabelecidos em cada caso pelas instituições
de ensino. Art.45. A educação superior será ministrada em instituições de
ensino superior, públicas ou privadas, com variados graus de abrangência
ou especialização. Art.46. A autorização e o reconhecimento de cursos, bem
como o credenciamento de instituições de educação superior, terão prazos
limitados, sendo renovados, periodicamente, após processo regular de ava-
liação (BRASIL, 1996, s/p).
No Plano Nacional (2011-2020), o Ensino Superior no PNE está descrito na Meta 12,
na qual se tem estabelecido:
““
Meta 12: elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50%
(cinquenta por cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e três por cento) da
população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade
da oferta e expansão para, pelo menos, 40% (quarenta por cento) das novas
matrículas, no segmento público (BRASIL, 2014, p. 13).
Pós-Universo 17
““
[...] a democratização do acesso à educação superior, com inclusão e quali-
dade, é um dos compromissos do Estado brasileiro, expresso nessa meta do
PNE. O acesso à educação superior, sobretudo da população de 18 a 24 anos,
vem sendo ampliado no Brasil, mas ainda está longe de alcançar as taxas dos
países desenvolvidos e mesmo de grande parte dos países da América Latina.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2011 registrou que
a taxa bruta atingiu o percentual de 27,8%, enquanto a taxa líquida chegou
a 14,6%. O PNE (2001-2010) estabelecia, para o fim da década, o provimen-
to da oferta de educação superior para, pelo menos, 30% da população de
18 a 24 anos. Apesar do avanço observado, o salto projetado pela Meta 12
do novo PNE, que define a elevação da taxa bruta para 50% e da líquida para
33%, revela-se extremamente desafiador (BRASIL, 2014, p. 41).
18 Pós-Universo
Sobre as Estratégias para ampliar a meta 12, segundo o documento do PNE (2014-
2020), são prioridades:
““
[...] otimizar a capacidade instalada da estrutura física e de recursos humanos
das instituições públicas de educação superior, mediante ações planeja-
das e coordenadas, de forma a ampliar e interiorizar o acesso à graduação
(Estratégia 12.1); ampliar a oferta de vagas, por meio da expansão e interio-
rização da rede federal de educação superior, da Rede Federal de Educação
Profissional, Científica e Tecnológica e do sistema Universidade Aberta do
Brasil (Estratégia 12.2); fomentar a oferta de educação superior pública e gra-
tuita prioritariamente para a formação de professores para a educação básica,
sobretudo nas áreas de Ciências e Matemática, bem como para atender o
déficit de profissionais em áreas específicas (Estratégia 12.4); ampliar as po-
líticas de inclusão e de assistência estudantil (Estratégia 12.5); consolidar e
ampliar programas e ações de incentivo à mobilidade estudantil e docente
em cursos de graduação e pós-graduação, em âmbito nacional e interna-
cional (Estratégia 12.12); ampliar, no âmbito do Fundo de Financiamento ao
Estudante do Ensino Superior (FIES), e do Programa Universidade para Todos
(PROUNI), os benefícios destinados à concessão de financiamento (Estratégia
12.20); e ampliar a participação proporcional de grupos historicamente des-
favorecidos na educação superior, inclusive mediante a adoção de políticas
afirmativas, especialmente na forma da Lei nº 12.711, de 29 de agosto de
2012, e Decreto nº 7.824/2012 (Estratégia 12.9) (BRASIL, 2014, p. 41-42).
saiba mais
O ENSINO SUPERIOR
NA LDBEN Lei
nº9394/96
Quando olhamos para os caminhos da história da educação brasileira, vamos en-
contrar propostas e estratégias de governo que orientam e dimensionam o ensino a
partir de diferentes pressupostos e matrizes ideológicas e políticas. É evidente que o
ensino tem sido, segundo Silva (2003), um instrumento de efetivação dos preceitos
de governo, caracterizado pela prevalência da descentralização ou da centralização
do papel do Estado para com a educação, como exemplo podemos citar as indica-
ções no campo educacional inseridas nas Reformas Francisco Campos, de 1931, e
Gustavo Capanema, de 1942.
No entanto, podemos destacar como fatos importantes no campo educacional,
o Ato Adicional de 1834, no qual tivemos efetivamente a instauração da dualidade
de competência em relação aos assuntos de educação. Nesse período, a discussão se
dava pela orientação de que as Províncias, em seus respectivos territórios, ficaram res-
ponsabilizadas pelo ensino primário e secundário. A competência do Governo Geral
passou a ser entendida como a de promover, na capital do Império, o ensino de todos
os graus, e a de prover o ensino superior em todo o país. Esta situação começa a ser
revertida a partir de 1915, com o final do período de vigência da Reforma Rivadávia
Correia, e se consolida pós 1930, segundo Geraldo Bastos Silva, “com a absoluta pree-
minência federal sobre todo o sistema nacional de ensino superior e secundário”
(SILVA, 1969, p. 195-229).
Outro documento legislativo que provocou mudança no campo educacional se
deu a partir da Lei nº 4.024/60, que buscou delinear um modelo federativo da ad-
ministração da educação nacional. Já nas Leis nº 5.692/71 e nº 5.540/78, nota-se a
consolidando e busca pelo sistema educacional, em que o destaque para o ensino
superior ficou sob a tutela da União, e o ensino de 1º e 2º graus a cargo dos Estados.
20 Pós-Universo
““
[...] de 1960 a 1964 – correspondendo a um período de grave crise econômi-
ca, social e política, em que a demanda por ensino superior começa a fazer
pressão; de 1964 a 1969 – compreendendo a consolidação do regime militar,
em que a demanda reprimida continua a aumentar o seu poder de pressão;
de 1969 a 1974 – correspondendo ao período do chamado “milagre brasilei-
ro”, em que o governo responde às pressões com a expansão dos cursos, das
unidades e das vagas; de 1974 a 1980 – período em que o governo aciona
mecanismos para conter a expansão que ele próprio incentivara no período
anterior. Entre 1960 e 1974, as instituições de ensino superior cresceram 286%,
o número de cursos por elas mantidos, 176%, e o número de alunos, 1.059%.
Entre 1969 e 1974, a demanda por ensino superior – considerada em termos
do número de inscritos nos concursos vestibulares cresceu 237% e a oferta
de vagas, 240% (MADEIRA, 1981, p. 20-21).
reflita
““
[...] em dez anos, as matrículas em cursos superiores (presenciais e a distân-
cia) mais que dobraram: de 3.036.113, em 2001, passaram para 6.379.299, em
2010. A democratização pode apresentar significados diferentes e peculiares
para cada indivíduo. Portanto, estes significados são decorrentes da ideo-
logia dos sujeitos e da forma como eles compreendem a realidade política
e social na qual estão inseridos. Nessa perspectiva, a partir de 2003, obser-
va-se que diversos programas foram implementados para colaborar com a
chamada democratização da Educação Superior no país. De certa maneira,
apesar dos limites encontrados, tais medidas representaram um avanço
para este nível de educação. o Programa Universidade para Todos (ProUni), o
Programa de Financiamento Estudantil (Fies), o Programa de Apoio a Planos
de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni),promovem
o aumento da oferta de cursos superiores a distância e as políticas de cotas
vêm exercendo papel importante, porém limitado na redistribuição de opor-
tunidades(BARROS, 2015, p. 362-363).
Assim, o que percebemos é que o Ensino Superior vai se sustentando em ações po-
lítico-governamentais vinculadas a ações de reestruturação e redimensionamento
dos recursos destinados a esse campo, numa parceria intensa estabelecida a partir do
público-privado, configurada por meio de uma ampliação de vagas e acessos cons-
tituída pelas demandas do mercado em buscar uma produção de conhecimentos
desenvolvimento em determinadas áreas.
22 Pós-Universo
Pós-Universo 23
PROCESSOS DE
CREDENCIAMENTO E
AUTORIZAÇÃO DOS
CURSOS DE ENSINO
SUPERIOR
O Brasil tem vivenciado variadas experiências na área da avaliação, principalmente a
partir da década de 90, quando da emergência das políticas educacionais de orienta-
ção liberal-conservadora. É importante ressaltar que essas experiências se pautaram,
principalmente, pelas lógicas da descentralização, da responsabilização e da merito-
cracia e, atualmente, as avaliações externas continuam com esses mesmos propósitos
(AFONSO, 2005; BAUER, 2006; DIAS SOBRINHO, 2000; SOUSA, 2003; SOUSA, ARCAS,
2010; PERONI, 2009).
Libâneo, Oliveira e Coschi (2017, p. 33-34), por sua vez, vão afirmar que “as atuais
políticas educacionais e organizativas devem ser compreendidas no quadro mais
amplo das transformações econômicas, políticas, culturais e geográficas que carac-
terizam o mundo contemporâneo”.
Peroni (2009, p. 286) destaca que a
““
avaliação externa em larga escala tem ocupado um espaço central na políti-
ca educacional brasileira em todos os níveis de ensino nas últimas décadas.
A posição de destaque da avaliação externa, no seio das políticas educacio-
nais em nosso país, vem sendo utilizada especialmente como mecanismo de
“controle” da qualidade, o que muitos autores denominaram Estado Avaliador.
24 Pós-Universo
Afonso (2005, p. 49) destaca que o termo ‘Estado Avaliador’ significa que “o Estado
vem adaptando um ethos competitivo, neodarwinista, passando a admitir a lógica
do mercado, através da importação para o domínio público de modelos de gestão
privada, com ênfase nos resultados ou produtos dos sistemas educativos”. Assim, as
políticas educacionais no país passam a consolidar ações deliberadas a partir das
avaliações em larga escala, sendo elas as avaliações nacionais, estaduais e munici-
pais. Entre as avaliações nacionais estão o Sistema de Avaliação da Educação Básica
(SAEB) e o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES).
atenção
““
Quando os sistemas de avaliação incorporam elementos importantes da
cultura escolar e os professores sentem que esta é feita a seu favor e não
contra eles, como na Suécia, os procedimentos utilizados terminam sendo
assimilados pelos docentes como um indicador importante para a melho-
ria do seu trabalho. Nesses casos, a insistência no caráter complementar das
duas modalidades de avaliação, a saber, a padronizada, mais precisa e com
condições de comparabilidade, mas necessariamente restrita, e a do profes-
sor e da escola, que contempla aspectos mais abrangentes da formação do
aluno, parece vir contribuindo para reafirmar junto ao magistério a sua dig-
nidade profissional.
Pós-Universo 25
““
I - faculdades;
II - centros universitários; e
III - universidades.
““
§ 1º A regulação será realizada por meio de atos administrativos autorizati-
vos do funcionamento de instituições de educação superior e de cursos de
graduação e seqüenciais. § 2º A supervisão será realizada a fim de zelar pela
conformidade da oferta de educação superior no sistema federal de ensino
com a legislação aplicável.
““
I - homologar deliberações do CNE em pedidos de credenciamento e recre-
denciamento de instituições de educação superior;
II - homologar os instrumentos de avaliação elaborados pelo INEP;
Art. 5º No que diz respeito à matéria objeto deste Decreto, compete ao Ministério da
Educação, por intermédio de suas Secretarias, exercer as funções de regulação e su-
pervisão da educação superior, em suas respectivas áreas de atuação.
Art. 6º No que diz respeito à matéria objeto deste Decreto, compete ao CNE:
““
I - exercer atribuições normativas, deliberativas e de assessoramento do
Ministro de Estado da Educação;
II - deliberar, com base no parecer da Secretaria competente, observado o
disposto no art. 4º, inciso I, sobre pedidos de credenciamento e recreden-
ciamento de instituições de educação superior e específico para a oferta de
cursos de educação superior a distância;
Art. 7º No que diz respeito à matéria objeto deste Decreto, compete ao INEP:
Art. 8º No que diz respeito à matéria objeto deste Decreto, compete à CONAES:
““
I - coordenar e supervisionar o SINAES;
II - estabelecer diretrizes para a elaboração, pelo INEP, dos instrumentos de ava-
liação de cursos de graduação e de avaliação interna e externa de instituições;
atenção
““
I - faculdades;
II - centros universitários; e
III - universidades.
I - da mantenedora:
““
Do Credenciamento Específico para Oferta de Educação a Distância
Art. 26. A oferta de educação a distância é sujeita a credenciamento especí-
fico, nos termos de regulamentação própria.
§ 1º O pedido observará os requisitos pertinentes ao credenciamento de ins-
tituições. (Redação dada pelo Decreto nº 8.754, de 2016)
““
Art. 29. São fases do processo de autorização:
““
2016).
Art. 30. O pedido de autorização de curso deverá ser instruído com os se-
guintes documentos:
I - comprovante de recolhimento da taxa de avaliação in loco;
Do Reconhecimento
DA AVALIAÇÃO
Art. 58. A avaliação das instituições de educação superior, dos cursos de gradua-
ção e do desempenho acadêmico de seus estudantes será realizada no âmbito do
SINAES, nos termos da legislação aplicável.
§ 1º O SINAES, a fim de cumprir seus objetivos e atender a suas finalidades
constitucionais e legais, compreende os seguintes processos de avaliação
institucional:
Art. 59. O SINAES será operacionalizado pelo INEP, conforme as diretrizes da CONAES,
em ciclos avaliativos com duração inferior a:
I - dez anos, como referencial básico para recredenciamento de universida-
des; e
saiba mais
1. A história das políticas públicas com foco na educação brasileira tem se efetivado na
Constituição brasileira com diferentes focos de acordo com cada perspectiva social e
ideológica do Governo. Tendo essa compreensão, assinale F para as questões Falsas
e V para as afirmativas Verdadeira.
( ) A educação superior pode ser instituições criadas e mantidas pela iniciativa privada
e os órgãos federais de educação superior.
Discutimos as questões relativas aos avanços do ensino superior ao longo da legislação brasileira,
o que significa que foi possível entender que as finalidades do ensino superior foram se estrutu-
rando a partir das necessidades de qualificação e estruturação do sistema educativo com foco
no desenvolvimento do campo social, educacional e político da sociedade.
Ao transitar pela história, verificamos que o Ensino Superior no país teve sua construção sus-
tentada num primeiro momento com o objetivo de formar profissionais para atuarem no setor
público, bem como para preparar profissionais liberais.
Os anos 1930 e 1940 foram marcados pelo ensino centrado no “populismo”, chegando nos anos
de 1960 e 1970 tendo um avanço rumo à expansão do ensino superior, tanto nas IES públicas
quanto privadas. Já na década de 90, o ensino superior volta a ser reconfigurado e a buscar novos
rumos e caminhos.
Assim, chegamos a Lei n. 9394/96 no seu artigo 43, tendo a descrição de que a finalidade do
ensino superior deve estar atrelada como prioridade para o ensino, extensão e pesquisa, contem-
plando os elementos da ciência, como os componentes do ensino por meio de ações educativas
com foco na formação e busca pelo modelo de ensino de qualidade. A LDBEN trouxe, então, ao
ensino superior, o processo regular de avaliação dos cursos de graduação e das próprias institui-
ções de ensino superior, instituiu a efetividade dos credenciamentos e recredenciamentos. Outra
ação efetiva foi que a lei também estabeleceu as finalidades para o Ensino Superior.
Entendemos que o contexto do ensino superior se deu efetivamente a partir da década de 90,
quando o MEC passou a regulamentar e criar dispositivos legais reguladores que oportunizaram
o avanço tanto na ampliação de instituições de ensino superior quanto na organização qualifica-
da para com a organização do projeto pedagógico e o plano de desenvolvimento institucional.
material complementar
Editora: Garamond
Sinopse: esse livro, um sólido balanço da situação atual da educação superior no Brasil, reúne
pesquisas desenvolvidas desde 2001 pelo Observatório Universitário - um núcleo de pesquisas
da Universidade Candido Mendes dedicado ao estudo das políticas públicas dirigidas ao setor.
Coordenado por Edson de Oliveira Nunes, o Observatório Universitário tem atuado em diversas
frentes e firmou-se como referência nacional para o debate sobre a
educação superior: apesar de sua vocação acadêmica e do caráter
técnico de seus trabalhos, também desenvolve pesquisas aplica-
das e prestou serviços a diferentes instituições educacionais, órgãos
públicos e privados. No período de 2002 quando seu coordenador
foi nomeado para o Conselho Nacional de Educação (CNE), vários
estudos serviram como subsídio a debates e como fundamento
técnico a pareceres e resoluções do CNE.
NA WEB
Para saber mais sobre as questões da avaliação no ensino, você é convidado a navegar no link a
seguir, nele você irá encontrar algumas reflexões desenvolvidas acerca da avaliação de sistemas
e da avaliação no ensino.
AFONSO, A. J. Avaliação educacional: regulação e emancipação: para uma sociologia das polí-
ticas avaliativas contemporâneas. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
ALEXY, R. Teoria de los derechos fundamentales. Tradução Ernesto Garzón Valdés. Madrid:
Centro de Estudios Constitucionales, 1997.
______. Decreto nº 5.773, de 9 de maio de 2006. Dispõe sobre o exercício das funções de
regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores de
graduação e sequenciais no sistema federal de ensino. Presidência da República, 2006. Disponível
em: <http://www2.mec.gov.br/sapiens/portarias/dec5773.htm>. Acesso em: 7 fev. 2018.
CURY, C. R. J.; HORTA, J. S. B.; FÁVERO, O. A relação Educação-sociedade- Estado pela mediação
jurídico-constitucional. In: FÁVERO, O. (Org.). A Educação nas constituintes brasileiras: 1823-
1988. Campinas: Autores Associados, 1996. p. 5-30.
LIBÂNEO, J. C.; OLIVEIRA, J. F.; TOSCHI, M. S. Educação escolar: políticas, estrutura e organização.
São Paulo: Cortez Editora, 2017.
OLIVEIRA, R. P. O direito à Educação. In: OLIVEIRA, R. P.; ADRIÃO, T. (Org.). Gestão, financiamento
e direito à educação: análise da LDB e da Constituição Federal. São Paulo: Xamã, 2001. p. 15-43.
1. a) V-V-F-V-F
3. b) V-V-V-F-V