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FILOSOFIA

Prof. Douglas Azevedo


FILOSOFIA DO DIREITO PARA O EXAME DE ORDEM

Resumo dos principais autores com ênfase nas palavras-chave


debatidas em aula

Prof. Douglas Azevedo

Lembrete: o material abaixo é um resumo das aulas sintetizado,


portanto, é imprescindível acompanhar a aula simultaneamente ou após
assistir o vídeo completo!

Os Socráticos

Este conjunto de autores leva este nome em razão do alinhamento de sua filosofia
com a de Sócrates, responsável por uma completa mudança nos temas debatidos
até então. Antes de Sócrates a principal questão era cosmológica e metafísica –
como surgiu o mundo, as leis da natureza etc., após, passa a se debater o homem e
suas relações sociais (justiça, política, ética, etc).

SÓCRATES:

A filosofia de Sócrates encontra-se em forte oposição com os ensinamentos dos


Sofistas, para quem não havia conhecimento objetivo e não se era possível chegar
até a verdade ou a essência das coisas – uma verdadeira relativização do
conhecimento, sob o argumento de que a boa retórica poderia sustentar e convencer
qualquer pessoa sobre qualquer ponto.

Nesse sentido, Sócrates posiciona-se contra tal afirmativa, defendendo a


possibilidade de se conhecer a essência das coisas. Para tanto, cria o chamado
método socrático, por meio do qual o filósofo deve conversar com as pessoas e, por
meio da contradição das ideias e constatação dos preconceitos imbuídos pela vida
social (maiêutica) e da ironia, a pessoa passa a pensar por si mesma e não mais
abraçar os conceitos equivocados aos quais antes aderia.

PLATÃO

Platão, em sua obra A República, trabalha a ideia de justiça e política na Pólis grega.
O faz traçando uma comparação entre a alma (cujas partes precisam estar
“funcionando” conforme as virtudes) e uma cidade ideal, na qual cada indivíduo
exerce suas atividades conforme sua aptidão.

Para tanto, propõe o método de educação chamado Paideia (7-30 anos) no qual
verifica-se as aptidões das pessoas. Algumas serão 1) produtores; 2) guerreiros 3)
filósofos. Por estes últimos desenvolverem mais as suas habilidades racionais,
deveriam, portanto, governar a Pólis, cunhando a expressão Filósofo-Rei.

JUSTIÇA NA ALMA = HARMONIA ENTRA AS 3 PARTES DA ALMA: RACIONAL,


APETITIVA E IMPETUOSA

A justiça na alma humana deve se originar do mesmo modo que se origina na cidade
– ou seja, por meio do pleno funcionamento de todas as suas partes ordenada pela
racionalidade.

ARISTÓTELES

Em sua obra Ética a Nicômaco, Aristóteles complementa sua teoria política (na qual
política é a arte de bem governar a Pólis) com sua teoria ética, a qual apresenta um
caminho para o pleno desenvolvimento e a boa vida em sociedade.

Para Aristóteles, todas as ações humanas possuem uma finalidade, isto é, a


eudaimonia, traduzida como a felicidade ou o sumo bem. Para se chegar até essa,
é preciso seguir o caminho das Virtudes, entendidas como o meio termo ou a
mediana entre dois vícios (de excesso e de insuficiência). Fala o autor ainda do
hábito virtuoso e exercício da razão, ou seja, as virtudes são aprendidas por meio do
hábito, da repetição.

ser moderado com minhas paixões = ser virtuoso E ser moderado nas minhas ações
com o outro = justiça.

PERSEGUIR A VIRTUDE = PERSEGUIR O MEIO TERMO / MEDIANIA ENTRE


DOIS VICIOS (DEMAIS E DE MENOS). -> AGIR BUSCANDO O MEIO TERMO.

É uma escolha racional pelo ponto mediano entre dois vícios.

Dentre as virtudes, A JUSTIÇA é a mais elevada, POIS SE ESTENDE AO


PRÓXIMO – excelência moral.

Exemplos: ser corajoso para se defender = virtude para si; ser corajoso para
defender outro = a ação é além de virtuosa, JUSTA.

Justiça:

Justiça LATO SENSU: princípio geral que possibilita a convivência social. É a ideia
de seguir a lei.

Justiça Stricto Sensu: refere-se apenas a determinadas ações que estão previstas
pela lei. Esta divide-se em duas:

Justiça distributiva: ESFERA PÚBLICA (DISTRIBUIÇÃO DE HONRARIAS ETC


BENS COMUNS). As pessoas consideradas iguais recebem quantidades iguais das
coisas a serem repartidas. As pessoas consideradas desiguais recebem porções
desiguais das mesmas coisas. Assim, constitui ato justo tratar igualmente as
pessoas iguais e, também, justo tratar desigualmente pessoas desiguais. (ex: é
justo um filho receber mais mesada que outro caso tenha feito tarefas).
IGUALDADE DE RAZÕES – RAZÕES PROPORCIONAIS AO MÉRITO.
Justiça comutativa: esfera privada.

As pessoas são tratadas conforme o princípio da igualdade no sentido absoluto da


palavra.

Na busca da correção da perda em relação ao ganho, a justiça comutativa não se


preocupa com a qualidade das pessoas em questão, mas sim com o dano causado.
Ideia de um para um. Ex: se furtou alguém, devolver na igual medida. Lógica de
IGUALDADE ABOSLUTA: 1 POR 1.

Justiça política = melhor forma de organizar uma cidade / fazer ela funcionar bem ->
todos serem felizes.

EQUIDADE: virtude de perceber a necessidade de se buscar uma solução


adequada ao caso concreto que não esta na lei -> preencher lacunas.

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IDADE MÉDIA

SANTO AGOSTINHO:

Obra: Cidade de Deus

Ótica cristã da visão de Platão, quer dizer, na existência de um mundo ideal e um


mundo sensível. Para Agostinho, fala-se do Mundo de Deus, o qual é perfeito; e
mundo dos homens, sendo este imperfeito.

Cidade do homem é marcada pelos pecados, imperfeições etc. A Lei do Homem é


FALHA.

Toda a Filosofia de Agostinho é marcada por uma dicotomia O QUE É x O QUE


DEVE SER.

Lei do homem deve tentar se aproximar da lei divina.


SÃO TOMAS DE AQUINO:

Ótica cristã das ideias de Aristóteles: há uma justiça universal estabelecida por Deus
(em Aristóteles era a justiça natural).

Lei Eterna – lei de Deus, perfeita.

Lei Natural – origina-se no direito natural (não é positivada); nasce da essência do


homem; cuida-se de fazer o bem (só se sabe parte dessa lei).

Lei Divina

Lei Humana – lei natural positivada; seguir o justo.

Justiça é considerada a virtude suprema, já o Direito procura realizar a justiça. O


Direito não se limita em ser apenas lei, ele é mais do que isso.

Tomás de Aquino utiliza as mesmas concepções de justiça Aristotélicas. Pode-se


reduzir a ideia do “dar a cada um o que é seu”.

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MAQUIAVEL

Importante conhecer o contexto da península itálica à época do autor: – cidades-


estado ricas, porém a Itália era fraca politicamente frente outras nações unificadas.

Maquiavel escreve O Príncipe para “ensinar” ao monarca como governar e como


permanecer no poder.

É um livro que “rompe” com o modelo teocrático até então vigente, pois separa a
política da moral. Trata-se, portanto, do primeiro ensaio sobre REALISMO
POLÍTICO, isto é, é um livro baseado em dados empíricos coletados pelo autor, não
em questões metafísicas (como a República de Platão).

“Guia” sobre como um governante deve agir para se manter no poder. “Os fins
justificam os meios”.
O governante precisa ter duas características:

Virtú (inteligência, sagacidade) e Fortuna (oportunismo; saber como se portar


mesmo na adversidade).

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OS CONTRATUALISTAS

Os autores a seguir analisados (Hobbes, Locke e Rousseau) buscam explicar o


surgimento da entidade estatal ou, mais precisamente, o motivo dos homens abrirem
mão de parte de sua liberdade, conferindo poderes a um grupo seleto de indivíduos
– quer dizer, analisam o surgimento dos Estados e as relações de poder.

HOBBES

Estado de Natureza → todos os homens são maus → guerra de todos contra todos
→ insegurança e medo;

CONTRATO SOCIAL → Estado → cria mecanismos para proteger o direito à vida =


TRANSFERÊNCIA DE DIREITOS.

ESTADO ABSOLUTISTA → poder centralizado; Estado FORTE para não voltar ao


Estado de Natureza;

LOCKE

Estado de natureza também é o ponto de partida, mas diferente do modelo


hobbesiano, para Locke o homem tende a ser bom e viver bem.

Existem alguns direitos no Estado de natureza, a saber: - vida, propriedade e a punir


→ há leis da natureza e de deus.

O trabalho era o critério para a propriedade de terras. Eventualmente poderiam


haver disputas, configurando um Estado de Guerra temporário. Seria, portanto,
interessante haver uma instituição para julgar as disputas, prevenir abusos, punir os
que descumprem as leis naturais, etc.

Contrato Social → CONSENTIMENTO DAS PARTES → Cessão de direitos ao


Estado → motivo: criar leis, juízes imparciais etc. IDEIA DE GARANTIR A BOA
VIDA. Ou seja, se está melhorando algo que já era bom.

Modelo de governo: DEMOCRACIA REPRESENTATIVA → Estado deve garantir


liberdades individuais.

DIREITO DE DEFESA = se o governo não garante representa a população e


garante os direitos de liberdade, o povo pode contra ele se insurgir.

ROUSSEOU

Estado Natural → homem é BOM → homem era solitário (grupo familiar, no máximo)
e a vida no Estado de Natureza era boa.

O eventual crescimento populacional acaba por instituir o chamado Estado de


Sociedade, no qual alguns homens tomam para si propriedade, dando inicio à uma
sociedade desigual e corrompida. As leis protegem os ricos etc. Corrupção do
homem pela sociedade. Não há liberdade, pois só alguns fazem as leis.

CONTRATO SOCIAL → para se sair do Estado de Sociedade para um novo modelo


→ 1) romper alienação 2) democracia direta, LIBERDADE COMO PARTICIPAÇÃO
3) vontade geral – substrato das vontades coletivas – interesse comum “norteando”
a sociedade.

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MONTESQUIEU

Aponta em seus estudos os tipos de governo e em qual princípio se baseiam:


Despotismo (MEDO) / República (VIRTUDE) / Monarquia (HONRA). Quanto a este
último, trata-se contudo de uma monarquia regida por LEIS. Neste modelo, introduz
a ideia de tripartição de poderes. Este modelo que ele defende, inspirado no modelo
inglês.

As leis decorrem da realidade social e histórica de um povo: não há justo ou injusto,


mas sim uma situação de adequado naquele contexto.

Em O Espírito das Leis, Montesquieu não parte do pressuposto da existência de um


Direito natural, inato ao ser humano, captado pela razão. Rejeita esse argumento
porque as leis de fato não se fundamentam na razão humana, pelo contrário, elas
derivam de circunstâncias naturais sob a influência de determinados fatores físicos e
morais.

Dentro do contexto da monarquia inglesa: liberdade é fazer tudo o que as leis


permitem.
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KANT

Kant era Iluminista, ou seja, buscava romper com a moralidade anterior que tolhe a
liberdade dos indivíduos. Para tanto, Kant vai tentar elaborar uma teoria da
moralidade fundada na razão – caráter universal (vale para todo o mundo).

LEI = CONDUTA EXTERNA / PRECEITOS MORAIS = INTERNO

Obras do autor:

Crítica da razão pura – como adquirimos conhecimento (a priori, ou seja, antes da


experiência; nós já sabemos se tal ação é certa ou errada pelo mero uso de nossa
razão. Ex: eu sei que agredir os outros é errado mesmo sem precisar agredir
ninguém antes. E a posteriori, que significa conhecimento baseado na experiência
prévia. Ex: você realiza uma ação para então verificar o resultado e então passa a
conhecer).

Critica razão prática – como orientar nossa ação.


Homens seguem princípios em suas ações: a razão prática que determina quais
princípios existem; o homem os escolhe conforme sua vontade – homem ser volitivo
(inclinações). A vontade pode ser má ou boa.

Imperativos (que são os princípios) podem ser hipotéticos (inclinações) como


categóricos (razão). Nesses últimos, A AÇÃO PASSA A SER UM FIM EM SI
MESMA – É O CERTO A SER FEITO; É O PURO DEVER → BOA VONTADE – A
AÇÃO É BOA INDEPENDENTE DOS FINS QUE SE ALCANÇA COM ELA.

Dar um exemplo: por que não roubar? Segundo o Imperativo hipotético, seria para
ser feliz, evitar dor etc. Pelo Imperativo Categórico eu não vou roubar pois não é o
correto, é inviável para uma ordem social. Logo, o caráter universal / JÁ SE TEM
UMA NOÇÃO A PRIORI QUE É ERRADO, NÃO É PRECISO A EXPERIÊNCIA.

“Age de modo que a tua ação possa se tornar uma lei universal”

→ cuidado com a pegadinha da FGV → a ação tem que se conciliar com a liberdade
de todos, NÃO A TUA VONTADE.

Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na
pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim e nunca como
meio. – AS COISAS TÊM PREÇO, MAS AS PESSOAS TÊM DIGNIDADE.

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UTILITARISTAS

JEREMY BENTHAM

Um dos pais do Utilitarismo – corrente filosófica consequencialista.

Ações são boas quando promovem a felicidade (ação moralmente correta) e más
quando geram infelicidade (moralmente incorreta);
“agir sempre de forma a produzir a maior quantidade de bem estar”. Exemplo
dos trilhos de trem, no qual 5 pessoas estão amarradas em um trilho e 1
pessoa em outro: um individuo, puxando uma alavanca pode escolher: ou
mata 1 ou mata 5.

Principio da utilidade – toda ação deve ser aprovada/rejeitada conforme


tendência de aumentar ou reduzir o bem estar (seu e geral).

Bentham trabalha a ideia, portanto, de QUANTIDADE DE PRAZER/BEM


ESTAR/FELICIDADE.

STUART MILL

TRABALHA A QUALIDADE DO PRAZER, não só a quantidade; busca do


conhecimento / capacidade intelectual.

Em outras palavras, entende que alguns prazeres têm mais valor que os outros,
como os prazeres do pensamento, sentimento e imaginação, que resultam da
experiência de apreciar a beleza, a verdade, o amor, a liberdade, o conhecimento, a
criação artística.

Mill defende, em seu utilitarismo, a ideia de QUANTIDADE E QUALIDADE DO


PRAZER.

Defende também a liberdade do indivíduo: pode fazer o que quiser, desde que não
prejudique o outro.

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POSITIVISMO

Positivismo exegético: tentativa de prever todas as condutas humanas nos


códigos; simples aplicação da subsunção; juiz boca da lei, pois apenas identificava
o fato e aplicava a lei sem qualquer interpretação.
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RUDOLF VON IHERING

Para Rudolf von Ihering, Direito e força se confundiam, porquanto o Direito se


tornaria vazio, na medida em que desprovido de força.

Luta pelo direito / força viva (sofre modificações) → paz é o fim, a luta é o meio. Luta
dos povos, Estado, classes, indivíduos. Assim, os direitos não surgem
espontaneamente na cabeça dos legisladores, mas precisam sempre ser
reivindicados pela população.

KELSEN

Direito como ciência – se existem leis que explicam a natureza, direito também
deveria ter validade objetiva; ideia de base universal. Não trabalha o conteúdo
pois este é relativo (cada país tem leis diferentes) → universal é a ESTRUTURA
do direito; sua manifestação normativa; relação de imputação.

Estuda o direito como ele É (ser), e não como deveria ser (dever ser).

Ser (mundo dos fatos) e dever ser (mundo das normas).

Norma fundamental:

O que dá “validade” a um sistema jurídico? Sua Constituição. O que dá validade e


objetividade a uma Constituição? A constituição anterior. Mas como proceder, ante
esse retorno infinito? Por meio da norma fundamental.

Fictícia; pressuposta (pelo intelecto, não pela vontade) – sem ela, o retorno infinito
só seria explicado por questões alheias ao direito.

A Constituição, por sua vez, dá objetividade e validade às normas gerais, que por
sua vez darão objetividade e validade normas individuais.

Moldura
Solucionar casos de indeterminação da lei 1) intencional (lei das alternativas a serem
escolhidas) 2) não intencional (plurissignificância das palavras) Norma superior =
moldura (esfera de ação da norma inferior). Há dois momentos 1) determinação
objetiva da moldura colocada pela norma superior, por meio de um ato cognoscitivo,
e 2) escolha subjetiva, por meio de um ato de vontade, de uma das possíveis
opções apresentadas pela norma superior para transformação em Direito positivo.

Contudo, é possível haver uma interpretação fora da moldura – juiz interprete


autêntico.

HART

Positivista – modelo só de regras, não de normas;

Normas primárias → regras de obrigação que impõem condutas ou abstenções;

Normas secundárias → surgem para corrigir defeitos das normas primárias.

1) de modificação (disciplinam mecanismos para modificação, revogação ou


introdução de uma norma primária)

2) julgamento (que outorgam a determinadas pessoas poder de julgar violações das


normas primárias)

3) reconhecimento → legitima o sistema as normas primárias → aceitação social da


norma, logo, questão fática, não normativa!

Textura aberta do direito ocorre por dois motivos:

1) imprecisão linguística na descrição de uma norma prejudicando o método da


subsunção e silogismo;

2) impossibilidade de prever todas as condutas possíveis;

Para o primeiro caso, Hart utiliza como exemplo uma norma que proíbe o ingresso
de veículos automotores em determinado local, mas, conforme novas tecnologias se
desenvolvem, exsurge a questão acerca de se novos inventos de locomoção se
enquadram na categoria de veículos automotores.

Muito embora exista tal indeterminação, ainda há grande margem de segurança na


maioria dos casos → normas apresentam noção de sentido.

Essa noção de sentido é um núcleo de sentido fixo, o que segundo Hart, afasta a
ideia de que os juízes dizem.

Assim, a discricionariedade estaria em um plano intermediário entre arbitrariedade e


aplicação literal da lei.

NORBERTO BOBBIO

Norberto Bobbio, em sua obra Teoria do Ordenamento Jurídico destaca que um


ordenamento precisa, para sua devida manutenção, de três elementos: 1) unidade
(uma norma fundamental que funda e sustenta o sistema normativo), 2) coerência
(ordenamento sistemático – ideia de relação entre as normas) e 3) completude
(possibilidade de que todo caso seja resolvido pelo ordenamento).

É nesse último ponto que a FGV tem insistido na prova: nas lacunas e nas
antinomias.

Lacunas podem ser:

1) Lacuna própria = espaço vazio no sistema;

2) Lacunas impróprias = originam-se da comparação do sistema real x ideal (ideia de


justiça).

1a) Podem ser resolvidas por: Heterointegração - busca-se alternativa em


ordenamento diverso - direito natural, internacionais, costume, doutrina, etc.).

1b) Podem ser resolvidas por: Autointegração – busca-se alternativa dentro do


ordenamento (analogia, princípios gerais do direito, interpretação extensiva)
2) Só completáveis pelo legislador.

Antinomias = duas normas válidas e vigentes incompatíveis entre si.

1) Aparentes / solúveis – critérios de solução:

a) critério cronológico – havendo duas normas incompatíveis, prevalece a norma


posterior.

b) critério hierárquico – havendo duas normas incompatíveis, prevalece a


hierarquicamente superior.

c) critério da especialidade - havendo duas normas incompatíveis, uma geral e outra


especial (ou excepcional), prevalece a segunda.

2) reais / insolúveis = incompatibilidade “impossível” de resolver.

REALE

Teoria tridimensional do direito. Reale “une” os principais aspectos de três correntes


jurídicas:

Normativistas - leis deveriam ser compreendidas pelo seu valor intrínseco, afastando
aspectos alheios na hora da interpretação.

Sociologismo - leis como um produto de seu tempo e espaço (eficácia e necessidade


de uma lei, por exemplo).

Moralistas se – verificar se a lei é justa ou não e se é socialmente aceita.

Para Reale, todas estão corretas.

Cria, assim, a teoria tridimensional do direito, na qual os elementos (norma, valor e


fato) se implicam e se exigem de forma recíproca, resultando na interação dinâmica
e dialética dos três elementos.
Dialética de complementaridade – norma, fato e o valor se correlacionam de tal
modo que cada um deles se mantém irredutível ao outro e distinto, mas se exigindo
mutuamente, o que resulta na origem da estrutura normativa como momento de
realização do direito.

DIALÉTICA DE COMPLEMETARIEDADE (UM INTERAGE SOBRE OUTRO);

CONTEXTO PÓS II GUERRA MUNDIAL

Após o grande conflito instaurou-se um período de “ressaca”, ante as descobertas


das atrocidades praticadas pelos regimes autoritários. Esse sentimento também se
aplica ao universo jurídico, vez que alguns pensadores perceberam como o direito
positivo era conivente com tais barbáries, vez que sua aplicação não estava
preocupada com a questão moral, mas tão somente com o formato da criação da lei.
Assim, surgem muitos críticos do positivismo, trazendo novamente à moral para a
análise jurídica, sobretudo através dos princípios.

GUSTAV RADBRUCH

O autor tece críticas à obediência cega das leis positivas – direito passava a ser
equivalente a força – quer dizer, algo que não se questiona, se obedece sem
questionar e não deixa espaço para o seu não cumprimento.

Assim, o jurista propõe uma espécie de “retorno” aos modelos anteriores ao


positivismo, a saber, o jusnaturalismo, ressaltando a existência de princípios maiores
que a lei (supralegais) e que, portanto, transcenderiam o direito positivo.
HANNAH ARENDT

A filósofa traz em sua obra profundas reflexões filosóficas sobre as questões que
surgiam após a Segunda Guerra. Tendo em visto que sua obra é vasta, vale aqui
ressaltar dois aspectos:

1) A questão dos apátridas em contextos de totalitarismo: tanto a Primeira como a


Segunda Guerra resultaram, entre outros aspectos, em fluxos muito grandes de
pessoas de uma região para outra. Essas pessoas, fugindo dos conflitos ou de
perseguição de cunho ideológica encontravam-se em países estranhos, na
qualidade de apátridas, não sendo titulares, portanto, de direitos (direitos humanos
em especial). A autora destaca, portanto, a importância do direito a se ter direitos, o
que muitas vezes implica pertencer a uma determinada comunidade que o aceite e
garanta seus direitos.

2) A banalidade do mal: nessa obra a filósofa analisa o julgamento de um dos


burocratas alemães responsáveis pelo extermínio de milhões de judeus. Em sua
análise, conclui que o oficial não era uma pessoa má no sentido clássico da palavra,
mas sim um burocrata que seguia ordens e buscava ascender em sua carreira. O
tipo de pessoa que jamais praticaria uma ação má diretamente, tampouco
apresentava qualquer sinal de doença mental. O oficial era alguém que cumpria
ordens sem questioná-las, quer dizer, ignorava o aspecto moral das mesmas, sem
qualquer análise critica acerca da mesma promover o “bem” ou o “mal” alheio.
Aponta, assim, que o mal não é algo presente na natureza, mas sim algo político e
verificável em um contexto histórico, sendo produzido por homens e reproduzido em
ambientes institucionais. Para tanto, fundamental existirem pessoas como o
burocrata alemão acima analisados, incapazes de pensamento crítico e que apenas
cumprem ordens.
DWORKIN

Dworkin se enquadra no grupo de autores que passam a trabalhar com os princípios


(elemento que mais é cobrado acerca desse pensador na prova). Contudo, é
importante destacar alguns outros conceitos, valendo lembrar que o mesmo, por ser
americano, escreve em um contexto de Common Law, ou seja, o sistema jurídico a
que ele se refere é o dos precedentes.

1) Direito como integridade: legitimar uma decisão judicial que considere todos os
aspectos fáticos, normativos e morais relevantes para a solução do caso. Com isso,
cria as condições para impedir a discricionariedade do intérprete, pois a magnitude
da tarefa não deixa margem a escolhas arbitrárias. → IDEIA DE UMA ÚNICA E
MELHOR DECISÃO POSSÍVEL NA SOLUÇÃO DE HARD CASES (CASOS
DIFÍCEIS).

2) Romance em cadeia: Dworkin faz uma metáfora envolvendo o direito e a literatura


ao falar da interpretação. Assim, descreve a interpretação jurídica como uma história
que é iniciada por um juiz e que vai se desenvolvendo conforme, futuramente, outros
magistrados utilizarão do mesmo caso para realizar sua interpretação. Nesse
sentido, e dentro da ideia do direito como integridade, cada juiz devera escrever o
seu capítulo da melhor forma possível. Assim, propõe uma interpretação construtiva,
a qual deve observar princípios de moralidade política e impedem decisionismos,
pois o mesmo deve dar continuidade à história. Em outras palavras, a decisão não
pode ser o resultado de subjetivismos dos intérpretes, mas sim apresentar coerência
e apresentarem justificações principiológicas.

3) Juiz Hércules: Dworkin cria um juiz imaginário, inspirado na mitologia do Hércules,


como uma espécie de modelo a ser seguido pelos juízes na tarefa de decidir
questões jurídicas.
4) Diferença entre Regras e princípios

Regras:

1) mandado de determinação (fechado).

2) aplicadas ao modelo do tudo ou nada (ou é valida ou é inválida) – subsunção.

3) é possível numerar todas as exceções de uma regra (que já vem previstas na


própria regra – ex: legítima defesa).

4) relação SE, ENTÃO – se há algo previsto, há uma consequência.

Princípios:

1) mandado de otimização (aplicar ao máximo possível).

2) aplicados na dimensão do peso/importância – prevalecem em detrimento a outro


em alguns casos – logo, não são mais importantes só naquele caso.

3) Aplicam-se por ponderação.

4) Um princípio não é exceção a outro.

Ponderação de princípios – ADPF 130

PONDERAÇÃO DIRETAMENTE CONSTITUCIONAL ENTRE BLOCOS DE BENS


DE PERSONALIDADE: O BLOCO DOS DIREITOS QUE DÃO CONTEÚDO À
LIBERDADE DE IMPRENSA E O BLOCO DOS DIREITOS À IMAGEM, HONRA,
INTIMIDADE E VIDA PRIVADA. PRECEDÊNCIA DO PRIMEIRO BLOCO.
INCIDÊNCIA A POSTERIORI DO SEGUNDO BLOCO DE DIREITOS, PARA O
EFEITO DE ASSEGURAR O DIREITO DE RESPOSTA E ASSENTAR
RESPONSABILIDADES PENAL, CIVIL E ADMINISTRATIVA, ENTRE OUTRAS
CONSEQUÊNCIAS DO PLENO GOZO DA LIBERDADE DE IMPRENSA. PECULIAR
FÓRMULA CONSTITUCIONAL DE PROTEÇÃO A INTERESSES PRIVADOS QUE,
MESMO INCIDINDO A POSTERIORI, ATUA SOBRE AS CAUSAS PARA INIBIR
ABUSOS POR PARTE DA IMPRENSA. PROPORCIONALIDADE ENTRE
LIBERDADE DE IMPRENSA E RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANOS MORAIS
E MATERIAIS A TERCEIROS

JOHN RAWLS

Liberal – cada um seguir seu interesse.

A teoria de Rawls possui influência contratualista – imagina que em determinado


momento na formação de uma sociedade as pessoas se juntam para decidir os
princípios básicos que irão reger a sociedade.

Para que os mais fortes/inteligentes não imponham sua vontade sobre os mais
fracos, todos devem estar “vestindo” um “Véu da Ignorância”, quer dizer, ninguém
sabe se é ou não forte; se é ou não inteligente.

Como ninguém sabe se é forte/fraco, por exemplo, todos, na busca de seus


interesses, decidirão de maneira que todos se beneficiem ao máximo.

Assim, os dois princípios básicos de uma sociedade serão:

Princípio da Liberdade: cada pessoa deve ter um direito igual ao mais abrangente
sistema de liberdades básicas iguais que sejam compatíveis com um sistema de
liberdade para as outras.

Princípio da igualdade: as desigualdades económicas e sociais devem ser


distribuídas por forma a que, simultaneamente: a) redundem nos maiores benefícios
possíveis para os menos beneficiados, de uma forma que seja compatível com o
princípio da poupança justa, e b) sejam a consequência do exercício de cargos e
funções abertos a todos em circunstâncias de igualdade equitativa de
oportunidades.

A ideia do autor consiste em impedir que pessoas sejam


beneficiadas/prejudicadas pela LOTERIA NATURAL – quer dizer, fatores dos
quais não temos culpa; fatores independentes da nossa vontade.

Por exemplo: ninguém escolheu nascer cego, surdo, com alguma deficiência,
etc. Essas pessoas encontram-se em uma situação de desvantagem social.
Para isso, Rawls defende a adoção de políticas afirmativas que para todos
tenham o mesmo ponto de partida na busca de seus interesses pessoais,
como por exemplo no caso das cotas raciais.

O autor reconhece que existem desigualdades, mas estas, portanto, precisam


ser compensadas.

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