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AVALIAÇÃO DA PRESERVAÇÃO DA POLPA DO TAMARINDO (Tamarindus

indica L). POR ALTA E BAIXA TEMPERATURA

REGINA LANE MONTENEGRO COELHO *


LUCIANO FLAvIO FROTA DE HOLANDA **
GERALDO ARRAES MAlA **
JOS~ CALS GASPAR JUNIOR **
RAIMUNDO WI LANE DE FIGUEIREDO **

RESUMO SUMMARY
Estudos foram conduzidos visando ao pro-
cessamento da polpa do tamarindo e a sua pre- EVALUATION TAMARINO
servação por meio de dois processosdistintos: (Tamarindus indica L.) PULP
preservação com alta temperatura seguida de PRESERVATION BY HIGH
armazenagem à temperatura ambiente e preser- ANO LOW TEMPERATURES.
vação com baixa temperatura (- 100 C). A
fim de se testar a estabilidade dos produtos, rea-
lizaram-se análises físicas, quimícas e mi- The aim of this work was to process
crobiológicas no tempo zero de obtenção e a the tamarind's pulp and its preservation
cada 30 dias, durante 150 dias de estudo. A pol- through two distincts methods: preser-
pa do tamarindo apresentou alta acidez, boa vation at high temperature followed by
fonte de glicídios e muito baixo conteúdo de storage at roam temperature and preser-
vitamina C. Os resultados das determinações vation at low temperature and storageat
físicas e químicas indicaram uma perfeita - 100 C. The stability of the products
estabilidade da polpa de tamarindo preser- was tested through physical, chemical
vada por ambos os métodos. Os métodos de
and microbiological analysis, from the
preservação aplicados aos produtos foram bas-
tante eficientes sob o aspecto microbiológico. obtainment of the products and at
Estudos estatísticos aplicados na comparação 30 days intervals, during 150 days
dos dois métodos de preservaçãonão apresenta- The tamarind's pulp is highly acidic,
ram diferença significativa a nível de 1%, de- and is a good source of sugars.Vitamina
monstrando a equivalência entre os dois méto- C is present in the pulp at very low con-
dos. Portanto, o melhor processo será aquele centration. The physical anaIysis sho-
que melhor se adapte ao produtor. wed that the stability of the tama-
rind's puIp preservedby both methods is
PALAVRAS-CHAVE: polpa de tama- perfect. The same conclusion was draw
rindo - preserva-
from the microbiological analysis.Statis-
ção. tical studies applied in the comparation
. Professor~ do Centro de Ciênci~s d~ Saúde d~ Uni
of the two methods of preservation did
versidade Feder~1 de AI~goas.
not show significant difference (at 1% le-
.. Professores do Centro de Ciências Agr8rias da Uni. vei) showing an equivalence between
versidade Feder~1 do Ce~r8. them. Thus, the best method for the pre-
Ciên. Agro., Fortaleza, 18 ( 2 ): pág. 15 - 22 - Dezembro, 1987
15
servation of tamarind's pulp should be MATERIAL E METODOS
the one which will better be adapted by
the producer. MATERIAL

Key-words: Tamarind pulp, preserva. Os tamarindos utilizados nestetraba-


tion. lho foram colhidos de plantas nativas lo-
calizadas no município de Pombal, Pa-
raíba - Brasil.
INTRODUÇÃO Para todas as determinações foram
utilizadas 3 amostras de polpa de tama-
o tamarindeiro é uma planta que se rindo preservadapor alta temperatura e
desen\lolve largamente em regiõestropi- 3 amostras de polpa preservadapor bai-
cais e subtropicais. No Brasil, o tamarin- xa temperatura. Em intervalosde 30 dias,
deito é encontrado em plantações não por um período de 150 dias, amostras
organizadas,nas regiões Norte e Nordes- foram retiradas ao acasoe analisadas.No
te, onde as condiçõesclimáticas são favo- caso da polpa congelada,as amostrasfo-
ráveis ao seu desenvolvimento; pouca ram descongeladasà temperatura am-
atenção, entretanto, tem sido dada ao biente.
aproveitamento industrial do tamarindei- Para cada determinação foi utilizada
ro, ta I como ocorre em outros países, uma lata de polpa, que, uma vez aberta,
por exemplo, a I-ndiae a Costa Rica. era descartada.
Pelo seu agradável aroma e sabor àci-
do-doce, o tamarindo é muito utilizado MÉTODOS
na confecção de bebidas,geléiase doces.
Embora tenha sido, geralmente, usado
Experimentos tecnológicos
para fins culinários, representaum inegá-
vel potencial industrial e comercial. Após a recepção na fábrica, os fru-
A estocagemdos frutos por longos pe- tos foram pesadose lavadospor imersão
ríodos é, entretanto, um problema, parti- e agitação cuidadosa em lavador de aço
cularmente devido à fragilidade da casca inoxidável com águaclorada (3 a 5 ppm)
que se quebra com facilidade, expondo o para retirada de impurezas,seguindo-sea
seu conteúdo. A polpa, durante a arma- seleção em esteira rolante, para a retira-
zenagem,torna-se muito escura,amoleci- da dos frutos indesejáveise o descasca-
da e pegajosapor efeito da degradação mento realizado manualmentecom o au-
pectol ítica, além do que ocorre grande xílio de facasde aço inoxidável.
absorçãode umidade principalmente em Os frutos após o descasqueforam co-
climas úmidos. A infestaçãopor insetosé locados em tanque de aço inox, com um
outro problema, principalmente quando volume de água igual ao peso de polpa/
as sementesestão presentes. semente por um período de 6 horas. A
~ evidente, portanto, a necessidadede despolpa feita logo após a umidificação
estudos de métodos industriais de pro- em despolpadeira dotada de furos de
cessamentoe de preservaçãode suasqua- 1,0 mm de diâmetro. As palhetasda des-
lidades alimentícias, ainda mais quando polpadeira eram de escovasde nylon. A
se considera que o tamarindo é uma polpa obtida recebeu aquecimento num
planta de safrastemporárias. trocador de calor de tubos por 2 min a
Este trabalho objetiva o estudo do 1000 C. Latassanitáriascom verniz apro-
processamentoda polpa do tamarindo e priado com capacidade 350 ml foram
sua preservaçãopor alta e por baixa tem- util izadas.
peratura, assim como a estabilidade do Para preservaçãoda polpa utilizaram-
produto processado durante 150 dias, se:
acompanhada de sua análise física, qu j- a) Alta temperatura - a polpa devi-
mica e microbiológica. damente acondiciohada nas latas
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fechadas foi submetida a um trata- ram colocadas à temperatura de,
mento de 1000 C, por 15 minutos, aproximadamente, 350 C para se-
efetuando-se em seguida o resfria- rem resfriadase mantidas em con-
mento em água corrente, com a gelador à temperatura de - 100
temperatura externa da lata por C até o momento de seremanali-
volta de 350 C. As latas resfriadas sadas.
foram armazenadas em caixas de
papelão e mantidas à temperatura A Figura 1 apresenta o fluxograma
ambiente. de obtenção da polpa pelos métodos de
b) Baixa temperatura - após o enchi- conservação por alta e baixa temperatu-
mento e fechamento, as latas fo- ra.
TAMARINDO ~
RECEPÇÃO
+
PESAGEM
ÁGUA ".
LAVAGEM
+
SELECAO
-
~ REFUGOS
DESCÃSQUE r+ POLPA / SEMENTE

POLPA/ SEMENTE ~. ~ CASCA

UMIDIFICAÇÃO
.
DESPOLPA
- <: POLPA

VAPOR -. SEMENTE

PRÉ-AQUECIMENTO
LATA ~~
ACONDICIONAMENTO
TAMPA ~.
FECHAMENTO

VAPOR
-
TRATAMENTO
ÁGUA
-
TÉRMICO

ÁGUA -j RESFRIAMENTO

RESFRIAMENTO
FRIO -1
1
ARMAZENAGEM ARMAZENAGEM

Figura 1 - Fluxograma d~ obtenção da polpa de tamarindo preservadapor alta e bai-


xa temperatura.

Ciên.Aaro..Fortaleza,18 ( 2): pá~.15 - 22 - Dezembro.1987 17


Determinaçõesfísicas e químicas da luições de 10-1 a 10-5 em tampão fos-
polpa fato estéril pH 7,2 (SHARF12).
Para determinaçãodas características
o pH da polpa foi determinado em de conservaçãoda qualidade e do grau de
potenciômetro Schoot, calibrado com esterilização da polpa, as latas fechadas
solução-tampãode Ph 4,0, à temperatura foram incubadas durante 14 dias em es-
de 270 C. A determinaçãoda acidezti tu- tufa a 350 C, sendo examinadasa cada
lável total foi realizada de acordo com a dois dias (BRASIL2).
técnica descrita pela ASSOCIATION OF Para a determinação de mofos e le-
OFFICIAL ANAL YTICAL CHEMISTS'. veduras, transferiram-se 4 ai íquotas de
Os resultados foram expressosem per- 2,Ogde polpa para tubos contendo 10ml
centual de ácido tartárico. Os sólidos so- de caldo malte e incubaram-sea 210 C
lúveis foram determinados em refratô- por 96 horas. Seguiu-sea semeaduraem
metro Aus Jena, com leitura direta no placasde Petri contendo agar batata aci-
aparelho; o teor de ácido ascórbico, pe- dificado e incubação por 3 a 5 dias em
lo método colori métrico descrito por estufa a 210 C. DeacordocomSHARF12
PEARSON". A determinação de gli- foi feita a contagem de colônias em nú-
cídios redutores, em glicose, e a de gli- mero/grama.
cídios não redutores, em sacarose,fo- Paraa determinaçãode bactériaspro-
ram feitas de acordo com o método des- dutoras de ácido, transferiram-se2,Ogde
crito pela ASSOCIATION OF OFFI- polpa para 4 tubos com meio de enrique-
CIAL ANAL YTICAL CHEMISTS'. Os cimento, caldo ácido. Incubaram-sepor
glicídios totais foram obtidos pela so- 96 horas a 350 C e observou-seo cresci-
ma de glicídios redutores, em glicose, mento microbiano. Os tubos evidencian-
e glicídios não redutores,em sacorose. do turvação seriam semeadosem placas
de Petri contendo agar/padrãocom bro-
Análisesmicrobiológicasda polpa mocresol-púrpura e mantidas a 350 C
por 3 a 5 dias. A presençade colônias
As polpas processadaspor alta e bai- com halo ácido (amarelo) levaria a exa-
xa temperaturas, acondicionadasem la- mes complementares.O resultado foi ex-
tas de folhas de flandres de 350ml e ar- pressoem cel/ml (BRASI L2).
~azenada.snas temperaturas de 280 C e Na determinaçãode coliformes totais
- 100 C, respectivamente,foram ana- e fecais, das amostrasde polpa submeti-
lisadasmicrobiologicamente. A partir do das a diluições sucessivasde 10-1 a 10-5,
tempo zero de obtenção do produto, e a foram transferidas 3 ai íquotas de 1 ml
cada 30 dias, retirou-se ao acasouma la- para tubos de cultura contendo caldo
ta de cadatipo para avaliaçãoda qualida- lactosado providos de tubos de Durhan,
de e sua vida de prateleira por um perío- incubados a 350 C durante 24 a 48 ho-
do de 150 dias. ras. Após a incubação os tubos com pro-
As análisesmicrobiológicas da polpa dução de gás seriam consideradospositi-
preservadapor alta temperatura consta- vos. Paraconfirmação dos resultados,0,1
ram de: prova de incubação, mofos e le- ml dos tubos positivos, seriam inocula-
veduras, bactérias produtoras de ácido, dos em tubos contendo caldo lactosado
coliformes totais e fecais e salmonela, baile verde-brilhante e novamente incu-
enquanto que, na polpa preservadapor bados por 24 a 48 horas a 350 C
baixa temperatura, efetuaram-se deter- (ICMSF6).
minaçõesde mofos e leveduras,bactérias Para a execução da pesquisade sal-
mesófilas e psicrófilas, coliformes totais monelãs, transferiram-se20g de polpa
e fecaise salmonelas. para meios de enriquecimento distintos,
Nas determinaçõesde bactérias me- caldo tetrationato e caldo selenito-cisti-
sófilas e psicrófilas, mofos e leveduras, na, mantendo-seem estufa a 350 C por
coliformes totais e fecais foram feitas di- 24 e 48 horas, respectivamente. Caso
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ocorresseturvação no meio, seriam efe- Análise estatística
tuadas semeadurasem agar55 e agar VB,
incubados durante 24 horas a 370 C e, A análise estatística dos resultados
posteriormente, realizadasas provas bio- foi feita atravésde comparaçãopor teste
químicas (THATCHER 15). de significância (t de Student), com pro-
Para a determinaçãode bactériasme- balidadede gg>/ode acerto (SPIEGEL14 :
sófilas e psicrófilas, transferiram-se ai í-
quotas de 1,0 ml de cadadiluição da pol- RESULTADOS E DISCUSSÃO
pa para placasde Petri contendo agarso-
ro laranja fundido e resfriado a 450 C. Análisesfísicas e químicas
Após a solidificação, as placaspara a de-,
terminação de mesófilasforam incubadas NasTabelas1 e 2 encontram-seos re-
a 350 C durante 48 horas,enquanto para sultados das análises físico-qu ímicas e
psicrófilas o tempo de incubação foi de qu ímicas das polpas com O, 30, 60, 90,
5 a 7 dias a 50 C. A contagemseriaex- 120 e 150 dias de armazenagem. As
pressa em número de colônias/g análisesdas polpas, ao final de 150 dias
(ICM5F6). de armazenagem,mostraram não haver

TABELA

Determinações Físicas e Químicas da Polpa de Tamarindo Preservadapor Alta Temperatura - Fortaleza, 1987

Determinações Tempo de Armazenagem (dias)


Zero 30 60 90 120 150

pH 3,45 3,30 3,40 2,40 2,40 2,40


Sólidos solúveis (g/100g) 19,00 20,00 19,00 19,00 19,00 19,00
Acidez titulável em áci-
do tartárico % 3,35 4,59 4,66 4,79 5,01 4,48
Glicídios totais % 17,64 17,12 17,55 18,00 18,02 17,44
Glicídios redutores % 8,87 8,62 9,25 9,80 9,55 9,29
Glicídios não redutores % 8,77 8,50 8,30 8,20 8,47 8,15
Acido ascórbico (mg/100g) 2,50 0,62 0,54 0,46 0,0 0,0

TABELA 2

Determinações Físicas e Químicas da Polpa de Tamarindo Preservadapor Baixa Temperatura - Fortaleza, 1987.

60 90 120 150

Ph 3,45 3,30 3,40 2,45 2,45 2,45


Sólidos solúveis (g/100g) 19,00 19,00 19,50 19,50 19,50 19,00
Acidez titulável em áci-
do tsrtárico % 3,50 4,55 4,68 4,83 4,36 4,68
Glicídios totais % 17,29 17,19 18,74 18,12 17,53 17,11
Glicídios redutores % 8,87 9,04 9,86 9,77 9,30 9,06
Glicídios n80 redutores % 8,42 8,15 8,88 8,35 8,23 8,15
Ácido ascórbico (mg/100g) 3,30 1,20 1,00 0,58 0,53 0,47

Ciên. A2ro.. Fortaleza. 18 ( 2 ): pág. 15 22 - Dezembro,1987 19


diferenças acentuadasdurante a estoca- o ácido ascórbico é destruído por
gemo aquecimento e baixas temperaturas por
Para ambas as polpas o teor de sóli- tempo prolongado. Sua destruição é ace-
dos solúveis se manteve constante em lerada com o oxigênio, íons, cobre e a
torno de 190 Brix, durante todo o perío- oxidase do ácido ascórbico. O próprio
do. Também não houve grandes altera- processo de enlatamento destrói acima
ções nos respectivos pH, que somente de 30% de vitamina C. A preparaçãopara
aos 90 dias sofreram um ligeiro decrés- enlatamento de frutas e vegetais requer
cimo. A acidez titulável em ácido tar- lavagem,classificaçãoe branqueamento,
tárico das polpas conservou-serelativa- podendo este último causar perda acima
mente inalterada durante a armazena- de 25% de vitamina C 16 .
gem. De acordo com SHURHAN 13,o pro-
Os glicídios totais, 17,64%e 17,29%, cessode congelaçãoem si, não é destrui-
respectivamente, para polpa preservada dor de nenhum nutriente. Quanto mais
com alta e baixa temperatura no tempo baixa a temperatura de um alimento me-
zero, se mantiveram praticamente cons- lhor a retenção de nutrientes. Porém
tantes em torno de 17% após a armaze- sempre é dado ao alimento um certo tra-
nagem de 150 dias. Os resultados são tamento a fim de prepará-lo para a ope-
considerados satisfatórios já que os gli- ração de congelação.Assim, a lavagem,
cídios totais indicaram uma relativa es- corte, branqueamento etc., são opera-
tabilidade. Os glicídios redutores e não ções necessáriasao produto a congelar,
redutores, a exemplo dos demaiscompo- podendo acarretar perdas de nutrientes,
nentes, não apresentaramvariaçõescon- principalmente vitamina C. O branquea-
sideráveis. mento para inativar as enzimas é impor-
Com relação ao teor de vitamina C tante para a proteção não só das vitami-
na polpa de tamarindo, logo após o pro- nas como também da qualidade dos ali-
cessamento, obtiveram-se 3,30mg/100g mentos congeladosem geral.
na polpa congelada e 2,50mg/100g na As Tabelas1 e 2 mostram que duran-
polpa preservadapor alta temperatura. te ambos os processos,usandoalta e bai-
Após 150 dias de armazenagemestas xa temperatura, resultou progressiva
mesmas polpas apresentaram, respecti- perda de ácido ascórbico ao longo do
vamente, 047mg/100g e ausência de armazenamento.Este resultado não é de
vitamina C. Dados bibliográficos na Ta- todo surpreendente: existem várias refe-
bela 3 apresentam conteúdo de ácido rências na literatura reportando diminui-
ascórbico,variando de 2 a 22,50 mg/1OOg ção do conteúdo destavitamina em vege-
de acordo com diferentes origens. tais quando armazenadosà temperatura

TABELA 3

Percentual de Acido Ascórbico na Polpa de Tamarindo Segundo Diferentes Origens - Fortaleza. 1987.

Origens
mg/100g

Ceará8
22,50
Incap-lcnndb
Cam8rÕeSc 6,00
R8ndouin c 8,00
USDA c 3-20
CUb8c 2,00
Sturrock c 2,40
Itáli8 C 3,12
20,0-

aCitado por GUEDES & ORlA ( 5 )


bCitados por INCAP-ICNND (7 )
CCitadospor LEFREVE ( 10)

20 Ciên. Agro., Fortaleza, 18 ( 2 ): pág. 15 - 22 - Dezembro,1987


ambiente, após tratamento térmico ou Análisesmicrobiológicas
armazenadoscongelados.
Durante o armazenamentoda polpa Naspolpas processadaspor alta e bai-
de tamarindo congelada, foi verificada xa temperatura, não foi evidenciado de-
uma perda no conteúdo de ácido ascór- senvolvimento de nenhum grupo de mi-
bico de 85,80%; tal perda foi atribu ída crorganismos nas análises microbiológi-
ao prolongado período de armazenamen- cas realizadasapós o processamento,as-
to (150 dias a - 100 C). Resultadossi- sim como durante o período de 150 dias
milares foram reportados por FENNE- de armazenamento; desse modo ambos
MA4 para vários vegetais. os tratamentos empregadosforam igual-
Estas perdas são particularmente mente efetivos na preservaçãodo produ-
mais acentuadasquando consideráveles- to, podendo as polpas se enquadrarem
paço I ivre é deixado dentro da lata 17 . na resolução n.o 12/78 da ComissãoNa-
No caso da polpa armazenadaà tem- cional de Normas e Padrõespara Alimen-
peratura ambiente, após o tratamento tos, citada por B RASI L3.
térmico, as perdasde ácido ascórbicofo-
ram ainda mais consideráveis(100% de Análise estatística
perda após 120 dias de armazenamento),
possivelmentedevido ao efeito degradati- Como mostra a Tabela 4 a compara-
vo adicional do calor e da temperatura ção entre os tratamentos da polpa pre-
mais alta de armazenamentosobre a vita- servadapor alta e baixa temperatura não
mina C9. A degradaçãodo ácido ascórbi- apresenta diferença significativa a nível
co em alimentos processadosestáassocia- de 1%.
da à sua relativa instabilidade ao calor e
ao oxigênio; nestascondiçõeso ácido as- CONCLUSOES
córbico é degradado para ácido dehi-
droascórbico e, eventualmente, para áci- As polpas apresentaramexcelente es-
do 2,3-dí-cetoglucônico, estado no qual tabilidade durante 150 dias de vida de
a atividade da vitamina está irreversivel- prateleira, exceto no que diz respeito ao
mente perdida8. conteúdo de ácido ascórbicoque se redu-

TABELA 4

ResultadosEstatísticos entre as Médiasdas Determinações Analíticas da Polpa de Tamarindo com Diferentes


Métodos de Preservação- Fortaleza, 1987

Determinações Média Desvio padrão Coef. de varia-


(X) (5) ção (C.V.)

pH 2.84 2,92 0.54 0,51 18,68 17,18 N.S.


Sólidos solúveis (9/1009) 19.17 19.25 0,41 0,27 2,14 1,41 N.S.
Acidez tituláveJ em áci-
do tartárico (%) 4,48 4,42 0,58 0,48 12,95 10,84 N.S.
Açúcares totais (%) 17,63 17,66 0.34 0,64 1,93 3,62 N.S.
Açúcares redutores (%) 9,23 9,32 0,43 0,41 4,66 4,40 N.S.
Açúcares não redutores (% I 8,40 8,36 0.23 0,27 2,74 3,23 N.S.
Ácido ascórbico (%) 0,69 1,18 0,93 1,08 134,78 91,52 N.S.

( *) Média de 6 determinações B Baixa temperatura


~

A = Alta Temperatura N.S. = Não significativo

Ciên. i\gro., fortaleza, 18 ( 2 ): pág. 15 - 22 - Dezembro, 1987 21


ziu a traços na polpa congelada,enquan- 4. FENNEMA, O. Loss of vitamins in fresh and
to na polpa submetida a alta temperatura frozen foods. Food Technology, 15 (12) :
foi verificada ausência; 320-5, 1977.
Nas polpas processadaspelos dois 5. GUEOES, Z.B.L. & ORIÁ, H.F. Valor nutri-
métodos foi evidenciada ausência total tivo de frutos comestíveis do Ceará. Re-
de microrganismos durante 150 dias de vista Brasileira de Farmácia, 59:91-7, jul/
dez., 1978.
armazenagem;portanto, os métodos de 6. I.C.M.S.F. International Comission of Micro-
preservaçãoaplicados foram totalmente biological Specifications for Foods. Mi-
eficazes sob o ponto de vista microbio- crorganismos in food; Their significance
lógico, garantindo ao produto condições and methods of enumeration. 2. ed. To-
normais de consumo, assegurandosua ronto, Canadá, University of Toronto
qualidade e salubridade; Press, 1978. v. 1.434 p.
A análise estatística na comparação 7. INCAP-ICNNO. Tabla de composición de
dos dois métodos de preservação não alimentos para uso en América Latina.
apresentou diferença significativa a n í- Guatemala, 1961. p. 46.
vel de 1%, donde se conclui que a tec- 8. LATHROP, P. J. & LEUNG, H.K. Rates of
nologia empregada na preservação da ascorbic acid degradation during thermal
polpa de tamarindo por alta e por bai- processing of cannel peas. Journal of
xa temperatura apresenta iguais vanta- Food Science,45 (3): 25-9,1980.
9.. &-
gens podendo ser aplicada na indústria
Thermal degradation and leaching of vi-
de alimentos, garantindo o suprimento tamina C from green peas during proces-
desta durante a entressafra, e como o sing. Journal of Food Science, 45 (8):
processo de preservaçãopor baixa tem- 52-61,1980.
peratura envolve considerável gasto de 10. LEFEVRE, J.C. Revue Ia littérature sur le
energia elétrica, economicamente torna- tamarinier. Fruits, 26 (10): 687-95, 1971.
se mais viável a escolha do método de 11. PEARSON, O. Laboratory techniquesin
preservaçãocom alta temperatura e ar- food analysis. London, Butterworths,
mazenagemà temperatura ambiente. 1973.
12. SHARF, J.M. Exame microbiológicode ali-
mentos. São Paulo, Polígono, 1972. 2
5. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 257 p..
13. SHUPHAN, W. Calidad y valor nutritivo
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1975. 1094 p. p. 310-30.
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Diário Oficial da União de 8/10/1974. 16. TRESSLER, O.K. & JOSL YN, M.A. Fruit
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Diário Oficial (Sec. I - Parto I ), Brasília. canned foods. Industrial and Engineering
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