FICHAMENTO
“Como Aplicar o Direito”
Nota Nota Nota de
Itens avaliados
Máxima obtida Recurso
Não atende* N/A
Metodologia e Estrutura 1,0
Resumo 1,0
Citações representativas por capítulo 1,0
Parecer por capítulo relacionado ao campo do
2,0
Projeto Integrador
Parecer Crítico relacionado ao campo do
5,0
Projeto Integrador
Total 10,0
* Plágio; somente citações; somente resumo; somente resumo e citações; ausência de
relação direta e fundamentada com o Relatório do Projeto Integrador.
Nota Recurso
Observações do professor:
PARIPIRANGA/2016-2
HERKENHOFF, Joao Baptista. Como aplicar o direito: a luz de uma perspectiva
axiológica, fenomenológica e sociológico - política. 9. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2008.(.pdf)
RESUMO DA OBRA
Na presente obra o autor trás uma análise teórica sobre questões gerais de
hermenêutica, a interpretação e aplicação do Direito, relacionadas a questões
importantes da Teoria Geral do Direito e a prática das profissões jurídica, como também
demonstra atributos considerados essenciais ao aplicador e tendo as aspirações sociais
como centro para a aplicação do direito. Apresenta também um vislumbre dos
processos de interpretação jurídica e as escolas hermenêuticas, as quais surgem em
razão da disputa entre as concepções do Direito e posicionamentos referente ao labor
hermenêutico.
É demonstrada uma visão hermenêutica resultante de experiências
subjetivas do autor, conjuntamente com considerações da doutrina e de autores com o
objetivo de resolver o difícil problema de distribuição de justiça, especialmente quando
se confronta com a necessidade de discutir e explicar determinados dogmas, o que
possibilita uma avaliação sobre a evolução da interpretação e aplicação do Direito ao
longo do tempo, assim como sua contribuição para a área.
1. INTRODUÇÃO
“O presente trabalho é uma pesquisa teórica que trata de problemas relacionados com a
Hermenêutica, a interpretação e a aplicação do Direito”. (p. 5)
“As três perspectivas vão afinal embasar uma visão humanística do ofício judicial.”
(p.7)
PARECER
O novo salto que penso deva ser dado, corajosamente, pelo aplicador do
Direito, sobretudo pelo juiz, 19 impõe que este não se enclausure na sua
ciência, causadora de rigidez perceptiva, mas que se abra às outras ciências, à
economia, à Política, à Sociologia, à Psicologia, e que se deixe tocar pela
influência das correntes fenomenológica e existencialista, bem como das
escolas sociológicas. (p.10)
PARECER
“O momento (ou processo) filológico estabelece o sentido objetivo da lei com base em
sua letra, no valor das palavras, no exame da linguagem dos textos, na consideração do
significado técnico dos termos.” (p.12)
PARECER
Nesse capítulo se trata sobre os momentos da interpretação jurídica,
ressaltando o fato de que ela ocorre em cima da Lei, que é imutável; enquanto cabe ao
Direito, que muda de acordo com o contexto politico, social e econômico da época,
aplica-la. O momento filológico corresponde ao processo de análise das palavras
utilizadas na lei para qualificar o sentido verdadeiro implícito nela. Esse processo é
fundamental para que os demais possam ser aplicados. O momento racional, como o
nome sugere atenta ao uso da razão para determinar a abrangência da lei, seu conteúdo e
objetivo, mas adverte sobre a possibilidade de tratar a lei, inadequadamente, como uma
ciência exata , o que removeria o caráter essencial de normatividade. Por outro lado,
esse processo pode levar a uma compreensão das circunstancias sociais que levaram a
concretização de determinada lei em dado momento histórico. O processo orgânico
considera a organização hierárquica o instituto jurídico de determinada lei, e a interpreta
conjuntamente com outros dispositivos legais semelhantes. Cita o exemplo do Brasil,
onde todas as Leis ordinárias e afins devem estar de acordo com a Constituição, por esta
ser o documento legal no topo da hierarquia normativa. A comparação também pode
ocorrer em relação a leis de outros países, como no caso de acordos internacionais. O
momento histórico busca compreender o intuito da lei no contexto histórico em que
surgiu para que possa ser adaptada ao contexto atual. O momento teleológico considera
a finalidade da lei na garantia do interesse, obtendo o juiz o papel de avaliar a que
interesse a lei deve servir. E, por fim, no momento sociológico a lei deve ser vista como
parte de um sistema social complexo, e não como um sistema independente. Então, ao
aplicar o Direito devem ser considerados os seus efeitos nas questões politicas,
econômicas e sociais de uma determinada sociedade.
4. ESCOLAS HERMENEUTICAS
“Podem ser alinhadas, como escolas que se abrem a uma interpretação e aplicação mais
livres do Direito: a Escola da Livre Pesquisa Científica, a Escola do Direito Livre, a
Escola Sociológica Americana, a Escola da Jurisprudência de Interesses, a Escola
Realista Americana, a Escola Egológica e a Escola Vitalista do Direito.” (p.28)
PARECER
Pode e deve o juiz tentar descobrir o Direito vivido pelo povo. Para o
desempenho deste trabalho, há de ser um cientista e um artista. Cientista
para, à luz dos dados da Economia, da Sociologia e da Política, entender que
o Direito não é um departamento ilhado, dentro da estrutura social, razão pela
qual a sentença judicial não se pode desligar do contexto social global.
Artista, cheio de poder criador, com sensibilidade humana e antenas ligadas à
alma do povo, para sentir e traduzir suas aspirações. (p. 57)
PARECER
Em todas as instituições, creio que possa haver uma missão, que se poderia
chamar de profética, a ser assumida pelas minorias. Ainda que essas minorias
não façam prevalecer seu credor e seus valores, a existência delas, como a
voz de todas as vanguardas, tem um papel político da maior importância.”
(p.72)
PARECER
PARECER CRÍTICO
Na presente obra Herkenhoff traz uma análise da hermenêutica, isto é, a
interpretação e aplicação do Direito como pilar para o entendimento da evolução do
assunto durante a história, com o surgimento de várias escolas que utilizavam técnicas
distintas de interpretação para dar inicio a compreensão das perspectivas em que, de
acordo com autor, deve se basear o jurista da época contemporânea. A obra perscruta os
fatores sociais, coletivos e individuais e seu papel na execução da norma, sob uma ótica
global de todos esses fatores e sua relação com o Direito.
Aborda incialmente o conceito de hermenêutica, e os processos de
interpretação da norma jurídica. Compostas pelo momento filológico, onde ocorre a
interpretação das palavras constituintes da Lei; o momento racional, em que se utiliza a
lógica padrão para compreender o sentido e o conteúdo da Lei, assim como seus efeitos
e abrangência; o momento orgânico, onde considera-se a lei como parte de um sistema
normalizador global, consequentemente deve estar em harmonia com todo o sistema; o
momento histórico, que trata da finalidade da lei dentro do contexto da época em que
ela surge ; e o momento filológico, onde o julgador deve considerar a intenção do
legislador em servir a um interesse definido. Todo esse processo possibilita uma
compreensão das circunstancias que interferem na aplicação da lei na vida real. Essa
questão se relaciona com o projeto integrador quanto ao questionamento sobre o que é
direito, onde os entrevistados respondem de forma divergente, mas todos com um certo
nível de razão, visto que a palavra Direito abre uma gama variada de interpretações, e
pode significar o conjunto normativo que regula a sociedade, a prerrogativa do
individuo e o que é justo, correto.
Em face das várias correntes de interpretação possíveis, surgem, após o
século XLV, várias escolas de hermenêutica jurídica. Algumas com uma técnica mais
estrita de interpretação do texto jurídico, onde não eram consideradas questões como
valores e ética, definidas por escolas de estrito legalismo. Em oposição a estas surgem
escolas que consideravam mais a intenção do legislador, onde fatores como cultura e
costume eram levados em conta no processo histórico de construção do Direito. Com
uma terceira linha de interpretação surgem as escolas de livre pensamento jurídico, as
quais concebiam questões como valores, conflitos entre individual e coletivo, e a
conduta humana como objeto da interpretação, ao invés da norma. Também aqui pode
ser construída uma relação com o projeto integrador no que concerne a evolução do
Direito ao longo da história, visto que essas escolas surgem justamente com o intuito de
adaptação as mudanças ao decorrer do tempo.
O autor traz um conjunto de concepções que o jurista deve se basear para
aplicar a norma jurídica frente ao mundo real, em que se examinam todos os fatores cuja
incidência incorre, direta ou indiretamente, na área jurídica. Portanto, o Direito não
pode ser considero um instrumento onipotente no que trata da resolução dos problemas
da sociedade, visto que sua aplicação está sujeita a fatores subjetivos, econômicos e
sociais e culturais. Em face disso, é proposta uma nova postura de aplicação da norma
sob uma perspectiva axiológica, onde o juiz deve adaptar a norma a valores inerentes ao
meio social para que não se distancie da realidade; fenomenológica, em que o aplicador
deve conhecer a subjetividade do individuo julgado, os fatores que influenciam seu
modo de vida, e sociológico-política, a qual compreende o Direito como parte de um
sistema maior que engloba questões econômicas, sociais e políticas. A partir desta
perspectiva o aplicador deve possibilitar a abrangência da justiça sobre as minorias que
tem sua voz calada pela normatividade opressora do sistema vigente, dessa forma se
constrói uma sociedade mais igualitária onde o respeito á dignidade humana está sempre
presente no instrumento jurídico, e todos são tratados igualmente perante a lei, como
deve ser. Sem importar a classe social, os valores culturas, a orientação sexual ou cor.
É possível estabelecer uma relação com o Projeto Integrador no que trata do
papel do Direito na sociedade, onde é respondido que é de trazer justiça ao meio social e
construir uma sociedade ética e justa, o que é possível se o profissional do Direito
considerar essas perspectivas ao exercer suas funções.