Jornalismo e informação são dois conceitos que muitas vezes se confundem. Barbosa (2002)
utiliza o sentido literal das palavras para diferenciar um termo do outro. Jornalismo se refere
à profissão do jornalista, enquanto informação é a notícia dada ou recebida, a indagação.
Barbosa (2002) e Brambilla (2005) ressaltam que o jornalismo não irá acabar, mas os
profissionais devem ter ciência de que suas funções serão modificadas perante as novas
tecnologias. .
JohnPavlik (2001, citado por BARBOSA 2002) afirma que a tecnologia alterou a forma de
trabalho do jornalista, bem como a natureza do conteúdo das notícias, mudou a estrutura e a
organização da redação e da indústria noticiosa e alterou a forma com a qual as organizações
noticiosas se relacionam com o público.
Nessa nova realidade, o termo open source1, habitualmente utilizado por desenvolvedores de
Linux, também pode ser aplicado ao jornalismo. Segundo Brambilla (2005), a aplicação do
modelo open source no jornalismo permite que todos os interessados participem do processo
de construção das notícias, tornando-a mais completa. Outra vantagem desse modelo é a
precisão das informações que serão mais corretas por contar com especialistas e pessoas
conhecedoras do assunto pautado.
Barbosa (2002) reitera que, muitas vezes, os leitores sabem mais sobre um assunto que o
jornalista. JohnPavlik (2001, citado por BARBOSA 2002) afirma que atualmente não só os
jornalistas influenciam o leitor, mas o leitor também influencia o jornalista.
Atualmente essa seleção é feita com mais preocupação nos interesses do público. Há mais
diálogo. É possível ver o que as pessoas estão comentando em seus blogs, o que está gerando
discussão e assim escolher um tema em detrimento do outro. Marcondes Filho (2001 citado
por BRAMBILLA 2005) reforça essa visão ao dizer que, no contexto atual, todas as pessoas
são jornalistas e que qualquer pessoa que tenha uma câmera acoplada ao PC tem a chance de
criar notícias.
1
Open Source = código aberto.
Os blogs ainda carregam consigo a vantagem de que os autores não sofrem as censuras
institucionais que os jornalistas sofrem nas redações e que eles podem emitir tranquilamente
suas opiniões.
Um dos pontos mais positivos dos blogs é o feedback que o blogueiro recebe de seus leitores,
via comentários. E que os jornalistas nem sempre conseguem ter.
Para Brambilla (2005), o jornalista da web tem a função renovada de juntar idéias diversas e
organiza-las de maneira agradável à fruição. Segundo a autora o jornalista deixa de ser o
difusor de pontos de vista soberanos e passa a assumir um papel de consolidador de idéias e
pontos de vista.
Mesmo após tantas mudanças na rotina de trabalho do jornalista é necessário, portanto, não
abandonar valores tradicionais que, segundo Gilmor (2004 citado por BRAMBILLA 2005),
são imprescindíveis, como imparcialidade, retidão e capacidade de ir ao fundo das questões.
O autor reitera ainda que, somente os jornalistas que souberem participar do dialogo e forem
bons ouvintes irão continuar no mercado.