Anda di halaman 1dari 4

Edição I * Capivari, 31 de Janeiro de 2019 * Ano I

Quantos quintais cabem


na infância? Quantas
meninices na memória?
Tardanças em borboletas,
tartarugas e jabuticabas

[Foto: Arquivo Pessoal]

O “Ponto de Cultura Casa Rosa _ A principal proposta é criar um


Memorial Virginia Bastos de Mat- Museu Virtual da Casa Rosa, isto
tos e Carlos Lopes de Mattos” tem é, digitalizar e tornar esse acervo
a missão de promover a democra- acessível para todos. O suplemen-
tização do conhecimento, a difu- to “a coisa em si” é um compila-
são e o fomento à cultura, o in- do mensal dos apanhados desses
centivo às propostas de economia textos, informações e ações to-
criativa e o resgate da memória madas por seus coordenadores e
da cidade, preservando e proble- pela curadoria. Um informativo
matizando o patrimônio histórico poético e artístico para os sabe-
que abriga, tanto o arquitetônico res tradicionais, um auxílio para a
quanto seu acervo. educação em espaço não-escolar.
[Foto: Arquivo Pessoal | Tartarugas no quintal]

[Foto: Neto Grous | Ypê-Roxo do quintal da Casa Rosa] [Foto: Neto Grous | Borboleta no quintal] [Foto: Neto Grous | Caminho para a Domus Piri]

O casal além da vida: Beneditino e Filósofo, Humanista e Educadora


Carlos Lopes de Mattos - Filho na escola de oblatos de Sorocaba - Virginia Bastos de Mattos - Nas- ares, ambos naturais do Vale do
de imigrantes portugueses, nas- SP, entre 1923 e 1928. Diplomou- ceu na cidade de São Paulo, em Paraíba. Virginia estudou na Es-
ceu na cidade de São Paulo em 26 -se pela Faculdade de Filosofia 20 de outubro de 1915, filha do cola Modelo Caetano de Campos,
de setembro de 1910. Fez o curso mantida pelos mesmos benediti- desembargador Benedicto Alipio na Praça da República da capital
secundário com os beneditinos, nos, na capital do estado. Bastos e Maria Luiza Almeida So- paulista, desde a escola primária.
página 2

Apoio Cultural
[Imagem: Flâmula da Escola Caetano de Campos] [Foto: Neto Grous | Sala de Estar]

Apresentação Casa Rosa A Vida do Casal de televisão, isto é, sem o “paraíso


via Embratel” – na sarcástica defi-
O Suplemento Cultural “a coisa A casa da rua General Osório, Carlos e virginia moraram a par- nição de Luiz Milanesi, o criador
em si” é um publicação indepen- 239, em Capivari, foi adquirida tir de 1949 em Capivari, cidade do Sistema de Bibliotecas Públicas
dente do Ponto de Cultura Casa em 1953. A antiga proprietária era escolhida por Carlos Mattos para do Estado de São Paulo – havia
Rosa. Sua finalidade é difundir o Dona Jovita do Lago Carvalho, lecionar francês e filosofia no Gi- intensa atividade dos dois, de seus
conhecimento guardado desde a professora primária que em 1908 násio Padre Fabiano. Residiram filhos e das frequentes visitas.
década de 50 na casa onde residiu se mudou para Capivari, vinda primeiramente numa casa à Rua Observa-se que o casal se mudou
a família Mattos. Livros, cartas, de Limeira, a fim de lecionar no André de Melo, desde 1949 até para Capivari quando estavam
antigos documentos e registros recém-criado Grupo Escolar, de- 1953, quando então passaram sendo iniciadas as atividades do
históricos sobre Capivari e de pois denominado Augusto Cas- a viver na Rua General Osório, Ginásio Estadual que passou a
suas inúmeras famílias, aconte- tanho. Dona Jovita, na época da 239. Tiveram oito filhos (quatro funcionar tendo a cidade como
cimentos que marcaram data no venda de sua casa, já aposentada, dos quais nascidos após sua vinda pano-de-fundo; esta chegou a
cotidiano do município. era viúva do professor de música para Capivari). mudar seu funcionamento por
Olímpio de Carvalho, que usava O casal teve grande participação causa das atividades estudantis.

MEMORIAL
o primeiro cômodo da casa (hoje na vida cultural da cidade, sen- Foi o Ginásio o grande responsá-
biblioteca) como sala de aula de do sua casa foco de reuniões com vel pela abertura de horizontes e
teoria musical e de violino. temáticas várias: discussões polí- pela busca de uma cidade melhor.

VIRTUAL Trata-se de uma casa de estilo


eclético, conforme registram al-
ticas, a questão da educação e da
cultura, estudos de religião, aulas
de francês, aulas de filosofia, orga-
Os professores se envolviam como
educadores, como formadores do
grupo de alunos, enxergando-os
gumas de suas características:
facebook.com/ quartos se abrindo para a sala, nização de movimentos sociais e em toda a sua dimensão de cida-
pontodeculturacasarosa muitas outras atividades. dãos. O Ginásio passou a se fazer
pé-direito alto, assoalho de tábu-
as corridas; ladrilhos hidráulicos É de se ressaltar o espírito aberto presente nos eventos esportivos,
twitter.com/ na vida política, nos desfiles cívi-
ponto_casarosa (dos quais hoje restam apenas no e os sólidos princípios humanísti-
piso da varanda da frente e alguns cos do casal, que fizeram com que cos, na vida religiosa; os meios de
os dois se alinhassem com aqueles comunicação então disponíveis
pontodeculturacasarosa@gmail.com como decoração no piso de um
dos cômodos); o portão de folha que buscavam garantir, de forma – rádio, jornal – davam destaque
igualitária, a cada ser humano, o aos eventos escolares; os profes-

CASA
e o rendilhado do beiral do alpen-
atendimento a suas necessidades sores eram convidados a opinar
dre da frente da casa, o terraço la-
básicas, fossem elas materiais, sobre questões que interessavam à
teral na parte dos fundos.

ROSA
culturais ou espirituais. cidade, a fazer palestras nos clu-
No jardim da casa (notável atu-
O cotidiano na casa era recheado bes e na estação de rádio. Acon-
almente pelo tamanho tendo em
de leitura de obras de literatu- tecimentos nos demais setores da
vista que se trata de localização
Expediente central na cidade), além de um ra, de genealogia, de religião, de sociedade eram vividos pela esco-
la, com destaque para o envolvi-
poço desativado, algumas plan- questões sociais, de fábulas e con-
tos da carochinha. Havia gran- mento do Ginásio no programa
Coordenação tas que já existiam quando a casa
de atividade de correspondência de Serviço Social do município,
Maria Augusta Bastos de Mattos foi comprada perduram até hoje:
com parentes, filósofos, amigos; no ano de 1964.
João Augusto Bastos de Mattos duas jabuticabeiras paulistas, uma
dava-se total liberdade e estímu- A casa de Virginia e Carlos Mat-
cameleira branca e uma cameleira
lo a atividades artesanais, jogos, tos era uma espécie de “campus
Revisão vermelha, uma pereira, algumas
brincadeiras, representações te- avançado” da escola, ocorrendo
Gloriete Gasparetto uvaieiras, plantas de hortênsia. aí discussões sobre o ensino, a si-
Mais tarde, houve o plantio de ca- atrais; havia histórias infantis
tuação política do país, os modos
Textos e Diagramação beludinha, grumixama; seriguela, contadas à noite aos filhos; havia
de engajamento social dos estu-
Bruno Bossolan jabuticaba-sabará, sapoti, resedá, muitas visitas, muitas crianças se
dantes, a resistência na década de
primavera, guaco, pitangueira, ca- deliciando no quintal; havia uma 60 através de grêmio estudantil,
* rambola, amor-agarradinho, flor- vida de experiências domésticas as ideias para aperfeiçoamento do
O conteúdo do “a coisa em si” é -de-são-miguel, ipês (rosa e ama- (como tingir, engomar, pintar, corpo docente, com a criação de
de responsabilidade exclusiva dos relo), buquê-de-noiva, pau-brasil, torrar sementes, experimentar clubes de Sociologia e Psicologia,
que constam no expediente e das loureiro, orquídeas, flor-de-cera, receitas de sabão), enfim, dentro entre outros debates para a for-
pessoas que assinam os artigos. palmeiras, biri, íris. daquela casa – casa sem aparelho mação crítica da sociedade.
pag.2
MEMORIAL

[Fotos: Neto Grous]


VIRTUAL
A proposta de montar o Memo-
rial Virtual (Ponto de Cultura
o homem
Digital) é, antes de tudo, uma pre-
ocupação com o resgate histórico
tem que
de Capivari. Basta uma simples
pesquisa sobre a cidade na in-
ser pensado
ternet que pouquíssimo material
será encontrado, é como se seus
como
registros existissem apenas para
quem viveu sua realidade, uma ci-
um dardo
dade de sombras e vultos a quem
não é daqui.
atirado
Partindo do princípio de que o
esquecimento é eminente em
no Ser
nossa história, reconhecemos que


os saberes e fazeres precisam ser
preservados. Criamos então esse
mecanismo de trocas, de infor-
mação e de vínculo com a popula- Carlos Lopes de Mattos
ção capivariana. Trata-se de uma
maneira de democratizar o acesso “Filosofia da Realidade e da Pro-
à cultura e qualquer que seja sua jeção” é um livro publicado por
natureza (religiosa, musical, li- Carlos Lopes de Mattos em 1988.
terária, etc.), pela valorização do O nome deste suplemento cultu-
patrimônio material e imaterial, ral tem origem em um dos textos
de pessoas que se expressaram na que compõem o livro, mais preci-
vida com a riqueza do nosso dia- samente no que trata o ser como
leto caipira. É preciso seguirmos transcendente, que está no capí-
firmes nessa proposta de reafir- tulo sobre Ontologia (área que es-
mar nossa identidade, nossas ra- tuda a natureza do ser).
ízes e resgatarmos nosso passado. A coisa em si, explicada de uma
Ainda temos o conceito de que maneira simples, é o que existe
em Museus e Memoriais existem independentemente da crença
apenas “coisas velhas e sucatas” individual - a essência de algo. A
sem nenhum valor, o que é ex- percepção limitada do homem o
tremamente errado. Aprendemos conduz a uma imagem que ele já
a acreditar nisso por puro des- conhece e, quando tenta definir
cuido e desinformação de quem pelos sentidos, acaba por distor-
nos orientou. Muitas pessoas não cê-la. Sendo assim, a coisa em si é
vão a museus por questões finan- inacessível ao mundo de interpre-
ceiras, porque moram longe, por tações do homem e incognoscível
desinteresse ou por um combi- (que não se pode conhecer).
nado de motivos que acabam por
deixá-las longe da sua formação
social. Então pensamos, “e se le-
vássemos o Memorial ao povo, de
uma maneira gratuita em que ele
mesmo fosse protagonista e perpe-
tuador desses conhecimentos?”.
Também pensamos: “Não adian-
ta termos milhares de livros nas
estantes se não temos leitores, pes-
soas (re)educadas ao hábito da lei-
tura.Se não tivermos nenhuma in-
fluência que eleve nossa condição
de telespectador, nada mudará”.
Por isso, além de transformar o
acervo físico da Casa Rosa em
Virtual, pretendemos coordenar
ações na cidade que dialoguem A capa do livro faz referên-
com a população de uma maneira
cia ao modelo arquitetôni-
orgânica, participativa e demo-
crática. co eclético da Casa Rosa.

Agradecimentos
Ao Neto Grous do Estúdio Ab-
solute Master, que fotografou a
Casa Rosa para a primeira edição
deste suplemento.
Ao Paulo Elias do Hamah Res-
taurante, por nos auxiliar no tra-
tamento virtual do acervo.
pag.3
[Foto: Arquivo Pessoal | Carlos Lopes de Mattos] Rodrigues de Abreu”. O fruto de ativamente da Ação Católica, mo-
sua pesquisa foi editado em 1986: vimento essencial à sua formação
Vida, paixão e poesia de Rodri- humanística e social.
gues de Abreu. Capivari: Gráfica Realizado o encontro entre o fi-
e Editora do Lar/ABC do Interior. lósofo tomista Carlos e a jovem
Faleceu aos 83 anos, em 1993, em recém-formada Virginia, os dois
Capivari, cidade na qual viveu foram morar, em 1942, na zona
e trabalhou por 44 anos, desde rural de Pati do Alferes (no Esta-
1949. do do Rio), na própria cidade do
Rio de Janeiro, na cidade paulista
Virginia Bastos de Mattos de São Roque, e finalmente, a par-
tir de 1949, na também paulista
Nasceu na cidade de São Paulo,
Capivari.
em 20 de outubro de 1915, filha
Em Capivari, Virginia participou
do desembargador Benedicto Ali-
da vida religiosa, tendo sido uma
pio Bastos e Maria Luiza Almeida
das voluntárias que mantiveram
Carlos Lopes de Mattos Letras da Província, 1954), sobre Soares, ambos naturais do Vale do
ativa a Biblioteca Padre Eusébio,
Espinosa, sobre o filósofo brasi- Paraíba.
Filho de imigrantes portugueses, voltada para a catequese. Interes-
leiro Farias Brito (O pensamento Virginia estudou na Escola Mode-
nasceu na cidade de São Paulo sada nas questões sociais, parti-
de Farias Brito - sua evolução de lo Caetano de Campos, na Praça
em 26 de setembro de 1910. Fez cipou de atividades de promoção
1895 a 1914. São Paulo, Herder, da República da capital paulista,
o curso secundário com os bene- social, principalmente no apoio à
1962), do qual também compi- desde a escola primária, passan-
ditinos, na escola de oblatos de Associação de Serviço e Assistên-
lou os textos inéditos (Inéditos e do pela Escola Complementar,
Sorocaba - SP, entre 1923 e 1928. cia Social (ASAS) e na criação e
dispersos, notas e variações sobre o Ginásio (recém instituído pela
Diplomou-se pela Faculdade de manutenção da Escola Artesanal.
assuntos diversos. São Paulo: Gri- reforma de ensino de Fernando
Filosofia mantida pelos mesmos Em sua atuação no Movimen-
jalbo, 1966). de Azevedo), o Colégio Universi-
beneditinos, na capital do estado. to Capivari Solidário, Virginia
Carlos Lopes de Mattos escreveu tário de Pedagogia, da então nas-
Em seguida, de 1936 a 1939, estu- Mattos, entre outras atividades,
panoramas da história da filoso- cente Universidade de São Paulo,
dou na Universidade Católica de coordenou a publicação do livro
fia: Francis Bacon, Descartes, Spi- e, finalmente, o Curso Universi-
Louvain, na Bélgica, onde se dou- A Ronda das Ruas: a história nas
noza. Prefácio de Miguel Reale e tário de Formação de Professores
torou em 1940, em plena guerra, ruas de Capivari, que veio à luz em
História da filosofia - da antigui- Primários. Deixou a Caetano de
defendendo com “la plus grande 2004 (Capivari: Ed. EME/Movi-
dade a Descartes (Capivari: Gráfi- Campos, após um período de 12
distinction”, a tese Recherches sur mento Capivari Solidário, 2004).
ca e Editora do Lar, 1987 e 1989). anos de brilhantes estudos, tendo
la Théorie de la Connaissance dans
Seu dicionário filosófico (Voca- sido escolhida como a oradora de Em 2009, foi responsável pela co-
le “Scriptum super Sententiis” de
bulário filosófico. São Paulo: Leia, sua turma. ordenação e pela redação final do
Saint Thomas d’Aquin (São Tomás
1957) foi de grande valia para os No ano seguinte, iniciou outro livro: Léo Vaz – o cético e sorri-
de Aquino). De regresso ao Brasil,
estudiosos da área. Intelectual in- curso, agora na Faculdade de Fi- dente caipira de Capivari (Capi-
lecionou filosofia social e história
dependente, elaborou sua própria losofia São Bento, formando-se vari: Movimento Capivari Soli-
da filosofia moderna na Faculda-
filosofia, na qual expõe seu pen- em 1940. Lá, foi contemporânea, dário; Ribeirão Preto: Migalhas,
de de Filosofia, Ciências e Letras
samento libertário: Filosofia da amiga e colega de estudos e mo- 2009), obra que resgatou para a
de São Bento, em São Paulo, de
realidade e da projeção (Capiva- vimentos sociais do então casal de cidade a memória desse jornalista
maio de 1940 a junho de 1942.
ri, Gráfica Editora do Lar, 1988). namorados Lucy Pestana e André (diretor de O Estado de S. Paulo)
Deixando a vida monástica, foi
Também escreveu inúmeros arti- Franco Montoro (futuro governa- e escritor de renome da nossa lite-
professor secundário, a princípio
gos e resenhas críticas. Em 1954, dor de São Paulo, deputado e se- ratura nacional. Acompanhou seu
no Rio de Janeiro, depois em São
em reconhecimento a seus estu- nador da república), Rubens Pa- marido no levantamento da vida
Roque (SP) e finalmente, a partir
dos sobre Espinosa, foi o vence- din (que, posteriormente, monge e da obra de Rodrigues de Abreu
de 1949, no Ginásio Estadual de
dor do Prêmio Horácio Lafer, do beneditino com o nome de Cân-
Capivari, onde lecionou francês e e, posteriormente, ajudou a criar a
Instituto Brasileiro de Filosofia. dido, foi bispo de Bauru), Ester
filosofia. Também foi professor da Semana Rodrigues de Abreu, um
Na cidade que escolheu para Figueiredo Ferraz (que foi minis-
Escola Técnica de Comércio (atu- movimento que até hoje procura
morar, Capivari (SP), pesquisou tra da Educação), Dulce Nogueira
almente CNEC). fazer com que a memória do poeta
a obra do poeta Rodrigues de Garcez, Heloísa Monzoni, Dora
Foi membro do Instituto Brasilei- local seja especialmente lembrada
Abreu, tendo publicado na Revis- de Barros, Ignacio da Silva Telles,
ro de Filosofia, tendo colaborado e reverenciada todos os anos, no
ta dos Tribunais (São Paulo, 1951) entre outros nomes de destaque
com assiduidade na Revista Brasi- final do mês de setembro.
o texto de sua conferência “As no campo da cultura.
leira de Filosofia. Traduziu textos Virginia sempre auxiliou seu
mulheres na poesia e na vida de Nesse tempo, Virgínia participou
de Ockham, Spinoza, Newton e marido nas traduções de livros,
Leibniz para a coleção “Os Pensa- acompanhou os estudos dos fi-
dores” da Editora Abril Cultural, lhos, deu eventuais aulas de re-
além de ter feito inúmeras outras petição de matéria, atuou nos
traduções, a partir do francês, do cursos preparatórios aos noivos,
alemão, do holandês e do latim: lecionou religião na escola Au-
Coreth, Gadamer, Henz, Hiller, gusto Castanho, participou da
Jolivet, Luijpen, Rondet. Como organização inicial da Casa da
tradutor e autor de livros de Fi- Criança, foi uma das organizado-
losofia, cultivava interesse por ras da Biblioteca Padre Eusébio,
dicionários e, até como uma es- na qual, já idosa, passava algumas
pécie de passatempo, levou toda a tardes por semana trabalhando
família a pesquisar as lacunas do no atendimento e orientação aos
Dicionário da Língua Portuguesa, leitores. Teve uma atuação im-
de Aurélio Buarque de Hollanda portante na cidade na medida em
Ferreira, o dicionário mais conhe- que incentivou pessoas de varia-
cido e consultado na época, publi- das idades a estudar, a pesquisar,
cando então em 1984 “Falhas do a se interessar por assuntos que as
Grande Aurélio”. tirassem de um cotidiano raso e
Foi autor de estudos minuciosos sem perspectivas. Faleceu aos 102
sobre Heidegger (Heidegger e o anos incompletos, em 2017, na
problema da filosofia. Limeira, [Foto: Arquivo Pessoal | Virginia Bastos de Mattos] cidade onde residiu desde 1949.
pag.4

Anda mungkin juga menyukai