Os membros inferiores são extensões do tronco responsáveis por sustentar o peso do corpo,
permitir a locomoção e manter o equilíbrio. A transferência de peso do corpo para o membro
inferior acontece através de duas articulações. A sacroilíaca transfere e peso para o quadril e
a articulação do quadril transfere para o fêmur.
O fêmur possui uma orientação obliqua inferomedialmente, ainda mais acentuada nas
mulheres. Essa orientação ajuda a melhor sustentar a postura bípede.
O membro inferior é dividido em regiões de estudo:
Região do Quadril
Retroinguinal ou Subinguinal
Trígono femoral
Região Glútea
Região Femoral ou da Coxa
Anterior
Posterior
Região do Joelho
Genicular anterior
Fossa Poplítea
Região Crural ou da Perna
Anterior
Posterior
Região Talocrural
Retro maleolar lateral
Retro maleolar medial
Região do Pé
Calcâneo
Dorso do pé
Planta do Pé
Tal qual no membro superior, existem zonas de transição para estruturas neurovasculares e
musculares (tendões). No membro inferior são 3 zonas de transição:
Trígono femoral
Fossa poplítea
Túnel do Tarso
O esqueleto do membro inferior é composto pelos ossos do cíngulo (osso do quadril), fêmur,
patela, tíbia e fíbula e pelos ossos do pé.
Osso do Quadril: é formado por três ossos, o ílio, ísquio e púbis que se fundem na
região do acetábulo, responsável por articular-se com o fêmur. Analisando-se
externamente, o acetábulo tem a forma de um cálice, sua borda, o limbo é abertura
inferiormente na incisura semilunar. A face interna é lisa na região mais externa,
chamada de face semilunar. Na região mais central ele é mais rugoso, formando a
fossa do acetábulo.
Na asa do ílio se formam as linhas glúteas, os pontos de ancoragem dos
músculos glúteos máximo, médio e mínimo.
Fêmur: é o osso mais longo do corpo, podendo ser usado para estimar a altura do
indivíduo. Ele corresponde a 25% de nossa estatura. Por ser um osso longo, possui
duas epífises e entre elas um corpo.
Epífise Proximal: destacam-se a cabeça do fêmur, arredondada e dotada de
uma depressão central, a fóvea da cabeça do fêmur. O estrangulamento
seguinte a cabeça é o colo. O corpo e a epífise são separados pelos trocanteres
e suas ligações, a crista (posterior) e a linha (anterior) intertrocantérica.
Relacionada ao trocanter maior existe uma depressão, a fossa trocantérica.
Corpo: é caracterizada pela presença da linha áspera, formada pelos lábios
medial e lateral. Esses são contínuos com a linha pectínea e tuberosidade glútea
superiormente e inferiormente com as cristas supraepicondilares medial e
lateral.
Epífise Distal: caracterizada pela formação dos côndilos medial e lateral. O
medial possui um pequeno tubérculo chamado de tubérculo do adutor. Entre
os côndilos anteriormente existe uma face lisa chamada de face patelar.
Posteriormente eles são separados pela fossa intercondilar.
Patela: é um osso sesamóide relacionado a face patelar do fêmur. Possui uma base
superior e um ápice apontado inferiormente. Sua face posterior é lisa e articula-se
com o fêmur. Sua face anterior é irregular e não possui articulação.
Tíbia: é o osso medial da perna. Reconhecido como o 2º osso mais longo do corpo,
também dividido em epífise proximal, corpo e epífise distal.
Epífise Proximal: apresenta dois côndilos, um medial e um lateral que servem
para articulação com o fêmur. Entre os côndilos existe a eminencia
intercondilar que abriga os tubérculos intercondilares anterior e posterior. Na
face anterior existe uma tuberosidade que serve de fixação para o ligamento
da patela.
Corpo: na face posterior existe uma linha obliqua superior que serve de fixação
para o m. sóleo.
Epífise Distal: possui um maléolo medial e uma face articular para o osso tálus
(pé)
Fíbula: é o osso lateral da perna, não possuindo função de transmissão de peso. Ela
serve somente para fixação muscular e como estabilizador da articulação do
tornozelo.
Possui uma cabeça globosa proximal com um ápice, um colo, um corpo e
distalmente um maléolo lateral com sua respectiva face articular.
Ossos do Pé: são divididos em ossos do tarso, metatarsos e falanges
Tarso (7)
Tálus: possui uma cabeça anterior, um colo e um corpo com uma tróclea
que se articula com a tíbia
Calcâneo: possui duas formações especiais, a tuberosidade do calcâneo
(calcanhar) e uma projeção de sustentação para o tálus, o sustentáculo
Navicular
Cubóide
Cuneiformes
o Medial
o Intermédio
o Lateral
Metatarso: são 5 ossos numerados de I a V. Possuem uma base proximal, um
corpo e uma cabeça distal
Falanges: são 14 ossos nomeadas de proximal, média e distal de acordo com o
metatarsal específico. Também possuem base proximal, corpo e uma cabeça
distal
A transferência de peso do tronco para o membro inferior acontece através das articulações
entre os ossos. Elas são:
Articulação do Quadril: acontece entre a cabeça do fêmur e o acetábulo. É do tipo
sinovial, caracterizada por ser a 2º mais móvel do corpo. Ela possui elementos
estabilizadores e de reforço como:
Lábio do Acetábulo: projeção fibrocartilagínea do limbo que aumenta a área de
contato
Ligamento Transverso do Acetábulo: ligamento que fecha a incisura do
acetábulo
Ligamento da Cabeça do Fêmur: totalmente intra-articular, serve como
conduto de vasos sanguíneos
Cápsula Articular: é altamente reforçada pelos ligamentos iliofemoral,
pubofemoral e isquiofemoral
Articulação do Joelho: é uma das articulações mais importantes do corpo, tanto na
movimentação quanto na transferência de carga, sendo assim uma das mais lesadas.
É composta por 3 articulações numa cápsula reforçada por ligamentos, 2 articulações
femorotibiais e uma articulação femoropatelar.
Essa articulação é relativamente fraca, sendo sua sustentação principal feita
pelos mm. adjacentes e ligamentos. A capsula articular é mais fibrosa
externamente e internamente é revestida pela membrana sinovial, responsável
por formar pregas e recessos.
Corpo adiposo infra patelar: coxim adiposo para absorver impactos
Prega sinovial infrapatelar: membrana que reveste os ligamentos
cruzados
Prega alares
Bolsa suprapatelar
Parte do reforço dessa articulação é feita pelos ligamentos do joelho, que pode
ser Intracapsulares ou extracapsulares
Extracapsulares
o Lig. da Patela
o Retináculo da Patela
o Lig. Colateral Tibial
o Lig. Colateral Fibular
o Lig. Poplíteo Oblíquo
o Lig. Poplíteo Arqueado
Intra-articulares
o Lig. Cruzado Anterior
o Lig. Cruzado Posterior
o Menisco Medial
o Menisco Lateral
o Lig. Transverso do Joelho
Articulação Tibiofibular: é o conjunto das articulações dos dois ossos da perna.
Comumente se chama a articulação de tibiofibular proximal, do tipo sinovial entre a
cabeça da fíbula e a face articular fibular da tíbia. Ela é reforçada pelos ligg. anterior e
posterior da cabeça da fíbula.
A parte distal da articulação é formada pela membrana interósseas e a
articulações entre a incisura fibular da tíbia e a face articular do maléolo lateral,
do tipo sindesmose fibrosa, sendo também reforçada pelos ligg. tibiofibulares
anterior e posterior.
Articulação Talocrural: é a articulação do tornozelo, formada pela extremidade distal
da tíbia com seu maléolo medial, fíbula com seu maléolo lateral e tróclea do tálus. É
do tipo sinovial.
Possui reforço feito por:
Ligamentos Colaterais Laterais
o Ligg. talofibulares anterior e posterior e lig. Calcâneofibular
Ligamentos Colaterais Mediais (Deltoideo)
o Ligg. Tibionavicular, tibiocalcâneo, tibiotalar anterior e posterior.
Articulações do Pé: são formadas por 3 tipos de articulações. Os arcos do pé são
parcialmente sustentados por ligamentos como o calcâneonavicular plantar, plantar
longo e calcâneocubóide plantar
Articulações Intertarsais: destacam-se a art. talocalcânea (transferência de
peso) e transversa do tarso (talonavicular e calcâneocubóidea)
Articulações Tarsometatarsais
Articulações Intermetatarsais
Articulações Metatarsofalângicas
Articulações Interfalângicas
Arcos do Pé: os arcos do pé são formados pelos ossos associados aos ligamentos. São
dois, um maior e longitudinal chamado de Arco Longitudinal, dividido em parte medial
(alta) e parte lateral (baixa) e um menor e transverso chamado de Arco Transverso.
Esses arcos são mantidos pelos chamados fatores passivos e fatores dinâmicos
Passivos: formato dos ossos, aponeurose plantar, estruturas ligamentares
Dinâmicos: mm. intrínsecos do pé e tendões dos mm. que se inserem nos ossos
do pé
A tela subcutânea envolve o membro inferior logo abaixo da pele, sendo composta por tecido
conjuntivo frouxo. É na tela subcutânea que está a gordura (com exceção da face anterior do
joelho), nervos cutâneos, veias superficiais, vasos linfáticos e linfonodos.
A fáscia muscular do membro inferior reveste o MI como uma meia elástica, tendo como
função a contenção de músculos e tendões, proteção, auxiliar no retorno venoso e facilitar o
deslizamento muscular.
Na coxa a fáscia recebe o nome de fáscia lata. Ela é continua com as fáscias
abdominais, fixando-se no ligamento inguinal, crista ilíaca, sacro, cóccix, ligamento
sacrotuberal e túber isquiático. Ela é continua com a fáscia muscular da perna.
O chamado trato iliotibial é um espessamento da fáscia lata na parte lateral da
coxa formada pelas aponeuroses do m. tensor da fáscia lata e m. glúteo
máximo. Ela se estende do tubérculo ilíaco até o côndilo lateral da tíbia
A fáscia muscular se invagina em 3 locais em direção ao fêmur, formando septos
intermusculares que delimitam 3 compartimentos. Esses 3 septos são
Septo Lateral: também chamado de plano intervenoso, separa os
compartimentos anterior e posterior, sendo local de acesso cirúrgico por não
possuir estruturas neurovasculares.
Septo Posterior: separa o compartimento posterior e medial
Septo Medial: separa o compartimento anterior e medial.
Na face anterior da fáscia lata existe uma abertura chamada de hiato safeno. É inferior
ao lig. inguinal e distante 4 centímetros do tubérculo púbico, sendo o local onde a veia
safena magna penetra na fáscia e desemboca na veia femoral.
As margens do hiato não são lisas. A margem medial ou margem lisa é reta. Já
as faces superior, lateral e inferior são continuas e tem uma forma de meia-lua,
chamada de margem falciforme. O hiato não é totalmente aberto, sendo
parcialmente fechado pela fáscia Cribriforme. Seu conteúdo é a veia safena
magna e os vasos linfáticos.
Abaixo do joelho e fáscia lata passa a se chamar fáscia da perna, fixando-se a tíbia e
sofrendo espessamentos inferiores que formam os retináculos dos mm. extensores.
Tal qual na coxa, ela sofre invaginações em direção aos ossos para formar os
compartimentos da perna.
Septo Anterior
Septo Posterior
Septo Transverso: divide o compartimento posterior em uma camada
superficial e uma profunda
A drenagem venosa superficial do membro inferior é feita pelas duas veias safenas, a magna
e a parva, que drenam sangue com suas tributárias.
Safena magna: é formada no pé pela união da v. dorsal do hálux com a v. marginal
medial (da rede venosa dorsal). Ela é anterior ao maléolo medial, posterior ao côndilo
medial do fêmur, drenando para a veia femoral através do hiato safeno.
Essa veia possui anastomoses livres com a outra veia safena (parva), recebendo
também as vv. circunflexas ilíacas superficial, epigástrica inferior e pudenda
externa.
Existem durante o trajeto da veia aproximadamente 12 válvulas, mais comuns
na perna do que na coxa.
Safena parva: é formada no pé pela v. dorsal do dedo mínimo com a v. marginal lateral
(da rede venosa dorsal). Ela é posterior ao maléolo lateral, lateral ao tendão do
calcâneo, perfura a fáscia entre as cabeças do gastrocnêmio, drenando para a veia
poplítea na fossa poplítea.
As veias safenas se comunicam livremente entre si por meio de veias comunicantes.
Esse sistema superficial se comunica com o sistema profundo através de veias
perfurantes. O sistema profundo é composto por veias pares homônimas as artérias.
Sempre acompanhando as veias existem os vasos linfáticos. No membro inferior, os vasos
linfáticos que acompanham a veia safena magna drenam para os linfonodos inguinais
superficiais e profundos. Já os vasos que acompanham a veia safena parva drenam para os
linfonodos poplíteos. As veias profundas também são acompanhadas por vasos linfáticos
profundos.
Como dito anteriormente, a fáscia da coxa é responsável por formar os septos
intermusculares posterior, medial e lateral. Esses septos delimitam os compartimentos da
coxa, anterior, medial e posterior. Esses músculos podem atuar sobre a articulação do quadril
ou do joelho.
Compartimento Anterior: são os músculos flexores do quadril e extensores do joelho.
São todos inervados pelo n. femoral
M. pectíneo (pode receber inervação do n. obturatório)
M. íliopsoas
M. sartório
M. quadríceps femoral
M. reto femoral
M. vasto medial
M. vasto lateral
M. vasto intermédio
Compartimento Medial: são os músculos adutores, inervados pelo n. obturatório
M. adutor longo
M. adutor curto
M. adutor magno
M. obturador externo
M. grácil
O trígono femoral é uma depressão triangular inferior ao ligamento inguinal na face
anterior da coxa. É a primeira grande área de transição do membro inferior.
Seus limites são:
Superior: ligamento inguinal
Medial: m. adutor longo
Lateral: m. sartório
Ápice: cruzamento do m. sartório e m. adutor longo
Assoalho: mm. íliopsoas e pectíneo
Teto: fáscia lata
Para que as estruturas neurovasculares cheguem ao trígono elas precisam
passar pelo espaço retroinguinal. Esse espaço é formado pela inserção do
ligamento inguinal no tubérculo púbico. Abaixo do ligamento forma-se o
espaço, dividido em dois compartimentos pelo arco íliopectíneo, um
compartimento muscular (lateral) e um vascular (medial)
Compartimento Muscular: contém o m. íliopsoas e o n. femoral
Compartimento Vascular: contém a bainha femoral e suas estruturas, a.
e v. femoral, vasos linfáticos e ramo genital do n. genitofemoral
(dispostos na ordem NAV).
o O nervo femoral é formado pelas raízes de L2 a L4. Chega na coxa
pelo espaço retroinguinal, onde é lateral a todas as estruturas. No
trígono femoral emite vários ramos musculares e um ramo
terminal que é o nervo safeno, responsável pela inervação
cutânea ânteromedial do joelho, perna e pé.
o A bainha femoral é um tubo fascial de 4 centímetros de
comprimento que provém das fáscias dos mm. transverso e
íliopsoas. Ela reveste o compartimento vascular permitindo o
deslizar dos vasos.
Essa bainha delimita 3 compartimentos para cada um dos
vasos que ela reveste
Compartimento Lateral: contém a artéria femoral
Compartimento Intermédio: contém a veia femoral
Compartimento Medial: forma o canal femoral.
Esse canal permite a expansão da veia femoral e
contém gordura, vasos linfáticos e linfonodos.
o A artéria femoral é a continuação da a. ilíaca externa a partir do
trígono femoral. Seus ramos principais são:
Aa. Epigástricas superficiais
Aa. Circunflexas ilíacas superficiais
A. Pudenda externa
A. Femoral profunda
Aa. Circunflexas femorais medial e lateral.
o A veia femoral é a denominação dada para a veia poplítea após
sua subida pelo hiato dos adutores. Ela recebe como principais
tributárias a v. femoral profunda e v. safena magna.
O canal dos adutores é uma passagem longa de aproximadamente 15 centímetros localizada
no terço médio da coxa. Ele se estende do ápice do trígono femoral até o hiato dos adutores,
localizado na fossa poplítea, no tendão do m. adutor magno.
Ele serve de passagem para a artéria e veia femoral e nervo safeno. Essas passarão a
se chamar a. e v. poplítea.
A região glútea é uma área de transição entre o dorso (tronco) e o membro inferior em sua
parte posterior. É uma região de destaque devido aos volumosos músculos glúteos e grande
quantidade de gordura subcutânea depositada nesta região. Ela é normalmente dividida em
duas partes, as duas regiões mais laterais são as do quadril e as mais centrais, a região das
nádegas.
É através do forame isquiático maior que as estruturas da pelve passam para a região
glútea.
Os músculos da região glútea se dispõem em duas camadas, uma superficial e uma
profunda
Camada Superficial: tem função de extensão, abdução da coxa e rotação medial
M. glúteo máximo (suprido pelo nervo e artéria glútea inferior)
M. glúteo médio (suprido pelo nervo e artéria glútea superior)
M. glúteo mínimo (suprido pelo nervo e artéria glútea superior)
M. tensor da fáscia lata (suprido pelo nervo e artéria glútea superior)
Camada Profunda
M. piriforme
M. gêmeo-superior
M. obturador interno
M. gêmeo-inferior
M. quadrado femoral
O compartimento posterior da coxa contém os músculos chamados de isquiotibiais, sendo
responsáveis pela extensão do quadril e flexão do joelho. Eles são inervados pelo nervo
isquiático.
Músculos Isquiotibiais
M. semi tendíneo
M. bíceps femoral
M. semimembranáceo
Os nervos do compartimento posterior da coxa e região glútea são provenientes da
pelve.
Nervos Clúnios: são os nervos cutâneos da região. São 3, superior, médio e
inferior.
N. glúteo superior: supre o m. glúteo médio e mínimo
N. glúteo inferior: supre o m. glúteo máximo
N. isquiático: o maior nervo do corpo, responsável por toda a inervação
posterior da coxa e perna.
N. cutâneo femoral posterior: inervação cutânea da parte posterior da coxa.
As artérias da região são ramos das artérias ilíacas internas
A. glútea inferior
A. glútea superior
Aa. circunflexas femorais
Aa. perfurantes
Um dos estabilizadores da articulação do joelho é o chamado pé-anserino ou pata-de-ganso.
Como dito anteriormente, a articulação do joelho é relativamente instável, sendo
estabilizada por elementos externos. Lateralmente essa estabilização é feita pelo trato
iliotibial. Medialmente essa estabilização é feita pelo pé-anserino.
Essa estrutura é o conjunto das inserções distais dos mm. sartório, grácil e semi
tendíneo. Ela se fixa na face medial e superior da tíbia.
A fossa poplítea é um losango localizado na face posterior da articulação do joelho, sendo
considerada uma região de transição entre a coxa e a perna.
Seus limites são
Superomedial: mm. semi tendíneo e semimembranáceo
Súperolateral: mm. bíceps femoral
Inferomedial: cabeça medial do m. gastrocnêmio
Inferolateral: cabeça lateral do m. gastrocnêmio e m. plantar longo
Assoalho: capsula da articulação do joelho
Teto: fáscia poplítea
Nervos da Fossa: é na fossa poplítea que acontece a bifurcação do nervo isquiático
em:
Nervo Tibial
Nervo Cutâneo Sural Medial
Nervo Fibular Comum
Nervo Cutâneo Sural Lateral
Nervo Sural (provém da fusão dos cutâneos surais)
Artéria da Fossa: a artéria femoral se torna artéria poplítea e se ramifica em:
A. tibial posterior
A. fibular
A. tibial anterior
Ramos Geniculares: são os ramos que suprem a articulação do joelho
A. superior medial do joelho
A. superior lateral do joelho
A. inferior lateral do joelho
A. inferior medial do joelho
A. média do joelho
Veias da Fossa: a veia poplítea é a continuação da veia tibial posterior, recebendo a
veia safena parva. Após isso, ele penetra no hiato dos adutores e passa a se chamar
veia femoral.
Existem dois conjuntos de linfonodos na fossa poplítea
Superficiais: inseridos na tela subcutânea
Profundos: envolvem os vasos venosos
Tal qual na coxa, a fáscia da perna também se invagina para produzir septos intermusculares
que delimitarão compartimentos anterior, lateral (diminuto) e posterior.
Anterior: entre as faces lateral da tíbia, medial da fíbula e anterior e membrana
interósseas.
Lateral: entre os septos intermusculares anterior e posterior e a fíbula
Posterior: posterior a membrana interósseas, tíbia e fíbula e profundo ao septo
intermuscular transverso
O compartimento anterior é inervado pelo n. fibular profundo, sendo responsável pela
dorsiflexão do tornozelo e dedos. É vascularizado pela a. tibial anterior. Seus mm. são:
M. tibial anterior
M. extensor longo do hálux
M. extensor longo dos dedos
M. fibular terceiro
Os espessamentos das fáscias desses músculos formam os retináculos dos
extensores, um superior e um inferior (Y). Os tendões dos músculos também
são envoltos por bainhas sinoviais para facilitar o deslizamento.
O compartimento lateral é inervado pelo nervo fibular superficial e vascularizado por ramos
perfurantes das artérias tibial anterior e fibular. Os mm. são
M. fibular longo
M. fibular curto
Os tendões desses músculos passam por dois retináculos que os mantem
estáveis, o retináculo superior dos fibulares e o retináculo inferior dos fibulares.
Eles compartilham uma bainha sinovial no retináculo superior e
individualizadas no inferior.
O compartimento posterior é inervado pelo nervo tibial e vascularizado pela artéria tibial
posterior e fibular. É esse compartimento que realiza a plantiflexão do pé. Os mm. desse
compartimento são:
Mm. superficiais
M. gastrocnêmio
Cabeça medial e lateral
M. sóleo
M. plantar
Mm. profundos
M. poplíteo
M. flexor longo do hálux
M. flexor longo dos dedos
M. tibial posterior
A última região de transição do membro inferior é o túnel do tarso. Esse túnel é uma
formação semelhante ao túnel do carpo, localizado no punho.
Seus limites são:
Depressão formada pelo maléolo medial
Superfície medial e posterior do tálus
Superficial medial do calcâneo
Superfície inferior do sustentáculo do tálus
Retináculo dos Flexores (teto)
Os conteúdos do túnel do tarso são:
Tendão do m. flexor longo do hálux
N. tibial
Vasos tibiais posteriores
Tendão do m. flexor longo dos dedos
Tendão do m. tibial posterior
O pé é a estrutura que forma a plataforma de sustentação do corpo, sendo fundamental no
processo de locomoção e sustentação.
O pé é dividido em regiões de acordo com os ossos que o compõe
Retropé: calcâneo e tálus
Mediopé: navicular, cuboide e cuneiformes
Antepé: metatarsos e falanges
O pé possui duas faces
Planta do pé: inferiormente
Dorso do pé: superior e anteriormente
A pele e tela subcutânea do pé são distintas na planta e no dorso. No dorso a pele é
fina e a tela é frouxa, ao contrário da planta que a pele é extremamente grossa e a tela
subcutânea é fibrosa e densa, com acumulo de gordura destinada a absorver os
impactos da marcha.
A fáscia muscular do é também é distinta na planta e no dorso. No dorso ela é fina e
continua com o retináculo dos mm. extensores. Na planta ela é mais espessa,
formando estruturas como a aponeurose plantar.
A aponeurose plantar ajuda a manter unidas as partes do pé, protegendo a
planta e sustentando os arcos. Ela fixa-se posteriormente no calcâneo e
anteriormente na bainha fibrosa dos dedos.
Essa aponeurose forma septos musculares que dividem o pé em 5
compartimentos
Medial da Planta: mm. associados ao hálux
Central da Planta: mm. associados aos dedos
Lateral da Planta: mm. associados ao dedo mínimo
Interósseo
Dorsal
O dorso do pé possui os músculos extensores dos dedos e do hálux, sendo ambos
inervados pelo n. fibular profundo e irrigados pela a. dorsal do pé
M. extensor curto do hálux
M. extensor curto dos dedos
A planta do pé possui muito mais músculos que o dorso, sendo divididos em 4
camadas:
1ª Camada: inervada pelo nervo plantar medial e irrigadas pelas artérias
plantares medial e lateral, contém os seguintes músculos:
M. abdutor do hálux
M. flexor curto dos dedos
M. abdutor do dedo mínimo
2ª Camada: inervada pelo nervo plantar lateral e irrigada pelas artérias
plantares medial e lateral, contém os seguintes músculos:
M. quadrado plantar
Mm. lumbricais (inseridos nos tendões do m. flexor longo dos dedos)
3ª Camada: inervada pelos nervos plantares medial e lateral e irrigada pelas
artérias plantares medial e lateral, contém os seguintes músculos>
M. flexor curto do hálux
M. adutor do hálux
M. flexor do dedo mínimo
4ª Camada: inervada pelo nervo plantar lateral e irrigada pelas aa. plantares
medial e lateral, contém os seguintes músculos:
Mm. interósseos palmares
Mm. interósseos dorsais
A irrigação dorsal do pé é feita pela artéria dorsal do pé (da tibial anterior) e seus
ramos metatarsais dorsais. A irrigação plantar do pé é feita pelas artérias plantares
lateral e medial (da tibial posterior que passa pelo túnel do tarso).
A drenagem venosa é feita pela rede venosa dorsal do pé e pelas veias marginais
lateral e medial do pé. Cada uma dessas se unem a rede venosa dorsal para formar as
veias safenas.
A inervação do dorso é feita pelos nervos cutâneos digitais dorsais (do fibular
superficial). A inervação plantar é feita pelos nn. plantares lateral e medial (do tibial)
e pelos nn. digitais plantares