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Tribunal Superior Eleitoral

PJe - Processo Judicial Eletrônico

02/02/2019

Número: 0600008-55.2019.6.00.0000
Classe: CONSULTA
Órgão julgador colegiado: Colegiado do Tribunal Superior Eleitoral
Órgão julgador: Ministro Luís Roberto Barroso
Última distribuição : 10/01/2019
Valor da causa: R$ 0,00
Assuntos: Consulta
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO PIAUI
(CONSULENTE)
Procurador Geral Eleitoral (FISCAL DA LEI)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
39496 30/01/2019 15:53 Parecer Parecer
88
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

CONSULTA (11551) Nº 0600008-55.2019.6.00.0000 (PJe) - BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL

RELATOR: MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO


CONSULENTE: TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO PIAUI

PARECER

Consulta. TRE/PI. Regimento interno.


Sucessão dos cargos de Vice-Presidente e
Corregedor Regional Eleitoral. Parecer.
Presidente de Tribunal Regional.
Ilegitimidade. Matéria administrativa. Caso
concreto. Impossibilidade de conversão em
processo administrativo. Organização interna.
Autonomia dos tribunais (arts. 96 e 99, CF).
Não conhecimento.

Relatório

1. O Tribunal Regional Eleitoral do Piauí, por meio de seu Presidente, Desembargador


Francisco Antônio Paes Landim Filho, encaminha à apreciação deste Tribunal Superior consulta referente à
sucessão dos cargos de Vice-Presidente e Corregedor Regional Eleitoral do TRE/PI.
Afirma que o Vice-Presidente e Corregedor, Desembargador Sebastião Ribeiro Martins,
renunciou aos cargos em 19.12.2018, em razão de ter sido eleito para o cargo de Presidente do Tribunal de
Justiça do Estado do Piauí.
Sustenta que o art. 9º do Regimento Interno daquele Tribunal determina a convocação do
membro substituto da mesma classe, nos casos de vacância, licença, férias individuais ou afastamento, ao
passo que o art. 11 estabelece o regramento para a eleição do Presidente e do Vice-Presidente do Tribunal.
Da leitura dos referidos dispositivos, alega extrair-se “que, nos casos de vacância do cargo de
membro efetivo do Tribunal, será convocado obrigatoriamente o membro substituto da mesma classe para
assumir o respectivo cargo, pelo tempo que perdurar os motivos” (ID. 3502488).
Assim, “entende que deve ser imediatamente convocado para assumir os cargos de
Vice-Presidente e Corregedor Regional Eleitoral, enquanto durar os motivos, ou seja, para complementação
do biênio, o membro substituto da mesma classe, obedecida a ordem de antiguidade” (ID. 3502488).

Assinado eletronicamente por: Natália Alves Resende Gonçalves - 30/01/2019 15:53:43 Num. 3949688 - Pág. 1
https://pje.tse.jus.br:8443/pje-web/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19013015534364500000003872334
Número do documento: 19013015534364500000003872334
Os autos vieram a esta Assessoria para manifestação, nos termos do art. 1º, § 1º, da
Instrução Normativa TSE nº 2/2010 (ID. 3502738), no último dia 10 de janeiro.
Relatada a matéria, OPINA-SE.
2. O inciso XII do art. 23 do Código Eleitoral dispõe ser o Tribunal Superior Eleitoral
competente para, privativamente, “responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em
tese por autoridade com jurisdição federal ou órgão nacional de partido político”.
Por outro lado, o art. 8º, j, do Regimento Interno desta Corte prevê a hipótese da elaboração
de consulta pelos tribunais regionais. No entanto, considerando que o referido dispositivo do Código Eleitoral,
além de hierarquicamente superior, é posterior à norma regimental em comento, entende-se que a previsão
do Regimento foi derrogada pela legislação federal específica e, portanto, o consulente, Presidente de
Tribunal Regional, não possui legitimidade para formular consulta a este Tribunal Superior, haja vista não se
tratar de autoridade com jurisdição federal.
Nesse sentido decidiu o Min. Henrique Neves no PA nº 306-04/AM, com acórdão publicado
no DJe de 6.9.2016. Confira-se a ementa do julgado:

PROCESSO ADMINISTRATIVO. CONVERSÃO EM CONSULTA. PRESIDENTE DE TRIBUNAL REGIONAL


ELEITORAL. ILEGITIMIDADE. NÃO CONHECIMENTO.

1. No caso, a consulta foi formulada por Presidente de Tribunal Regional Eleitoral, que não detém
legitimidade ativa.

2. Não se conhece de consulta formulada em termos amplos, sem a especificidade necessária para
possibilitar a análise da matéria por esta Corte Superior.

Consulta não conhecida.

A jurisprudência remansosa deste Tribunal é no sentido de não se conhecer de consulta


formulada por parte ilegítima. Precedentes: Cta nº 0600266-02, Rel. Min. Tarcisio Vieira de Carvalho Neto,
DJe de 14.8.2018; Cta nº 134-62/SP, Rel. Min. Luciana Lóssio, DJe de 10.6.2016; Cta nº 607-24/ES, Rel.
Min. Luciana Lóssio, DJe de 1º.10.2013; PA nº 82-08/SE, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 17.8.2012; Cta nº
1937-90/DF, Rel. Min. Marcelo Ribeiro, DJe de 17.9.2010; Cta nº 1539/RO, Rel. Min. José Augusto Delgado,
DJ de 18.3.2008.
Ademais, a consulta veicula questionamento que não preenche os demais requisitos fixados
pelo art. 23, XII, do Código Eleitoral, uma vez que se trata de matéria administrativa e, além disso, a resposta
resultaria em pronunciamento sobre caso concreto.
Também não aplicável à espécie a conversão em processo administrativo, como admitido por
esta Corte em algumas situações, tendo em vista tratar-se de questão a ser examinada, a princípio, pelo
próprio Tribunal Regional Eleitoral em caso concreto, em razão da autonomia administrativa conferida pela
Carta da República aos tribunais (arts. 96 e 99 da Constituição Federal).
O art. 96, I, da CF determina que compete privativamente aos tribunais a elaboração de seus
regimentos internos, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais
e administrativos. Logo, a interpretação de dispositivos do regimento interno, especialmente no tocante à
organização administrativa, cabe somente a cada tribunal. Não se insere na esfera de competências deste
Tribunal Superior dirimir dúvidas de tribunal regional sobre a aplicação das regras de estruturação interna por
ele mesmo editadas.
Precedente desta Corte do ano de 1999 já enunciava que o regimento interno é “matéria de
exclusiva competência de cada Tribunal” (PA nº 17.445/RJ (Resolução nº 20.500), Rel. Min. Eduardo
Alckmin, DJ de 10.12.1999).
3. Ante o exposto, esta Assessoria opina pelo não conhecimento da consulta.
À consideração superior.
Brasília, 30 de janeiro de 2019.

Natália Alves Resende Gonçalves


Analista Judiciária

Assinado eletronicamente por: Natália Alves Resende Gonçalves - 30/01/2019 15:53:43 Num. 3949688 - Pág. 2
https://pje.tse.jus.br:8443/pje-web/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19013015534364500000003872334
Número do documento: 19013015534364500000003872334

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