EDUCAÇÃO AMBIENTAL
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autor e da Ação Educacional Claretiana.
1. INTRODUÇÃO
Seja bem-vindo à disciplina de Educação Ambiental!
Este estudo consiste na apresentação de fundamentos e con-
ceitos básicos para que o gestor possa trabalhar novas estratégias.
Nos anos 70, devido à crescente preocupação com o meio
ambiente, iniciou-se a construção de projetos de educação am-
biental no Brasil, provenientes de várias instituições, inclusive do
âmbito governamental. No entanto, através de uma análise um
pouco mais aprofundada, percebe-se que apesar da diversidade
nas estratégias, ou se voltavam para a ecologia ou para a idéia con-
servacionista restrita.
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Glossário de Conceitos
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rápi-
da e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um bom
domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de co-
nhecimento dos temas tratados na disciplina Educação Ambiental.
Veja, a seguir, a definição dos principais conceitos desta disciplina:
1) Biodiversidade: refere-se à variedade de vida no planeta
Terra, incluindo a variedade genética dentro das popu-
lações e espécies, a variedade de espécies da flora, da
fauna, de fungos macroscópicos e de microrganismos, a
variedade de funções ecológicas desempenhadas pelos
organismos nos ecossistemas; e a variedade de comu-
nidades, habitats e ecossistemas formados pelos orga-
nismos. Refere-se também, tanto ao número (riqueza)
de diferentes categorias biológicas quanto à abundân-
cia relativa (equitabilidade) dessas categorias. E inclui
variabilidade ao nível local (alfa diversidade), comple-
mentariedade biológica entre habitats (beta diversida-
de) e variabilidade entre paisagens (gama diversidade).
Ela inclui, assim, a totalidade dos recursos vivos, ou bio-
lógicos, e dos recursos genéticos, e seus componentes
(www.biodiversidade.rs.gov.br).
2) Interdisciplinaridade Complexidade e Educação: [...]
apesar das disciplinas em questão, partirem cada
uma do seu quadro referencial teórico-metodológico,
estão em situação de mútua coordenação e cooperação
e estão engajadas num processo de construção de re-
ferenciais conceituais e metodológicos consensuais (Ve-
lasco, 2000, n.p.).
3) Transdisciplinaridade: [...] caracteriza a situação na qual
estes referenciais consensuais têm sido construídos e
propiciam a re-acomodação, com relativa desaparição,
de cada "disciplina" envolvida no estudo e tratamento
do fenômeno Considerado (Velasco, 2000, n.p.).
4) Sustentabilidade: [...] se refere a um modelo econômi-
co, político, social, cultural e ambiental equilibrado, que
satisfaça as necessidades das gerações atuais, sem com-
prometer a capacidade das gerações futuras de satisfa-
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem
ser de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertati-
vas.
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como
relacioná-las com a prática do ensino de Ciências Biológicas pode
ser uma forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, me-
diante a resolução de questões pertinentes ao assunto tratado,
você estará se preparando para a avaliação final, que será disser-
tativa. Além disso, essa é uma maneira privilegiada de você testar
seus conhecimentos e adquirir uma formação sólida para a sua
prática profissional.
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus es-
tudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as bibliogra-
fias apresentadas no Plano de Ensino e no item Orientações para o
estudo da unidade.
Dicas (motivacionais)
O estudo desta disciplina convida você a olhar, de forma mais
apurada, a Educação Ambiental como processo de emancipação do
ser humano. É importante que você se atente às explicações teóri-
cas, práticas e científicas que estão presentes nos meios de comu-
nicação, bem como partilhe suas descobertas com seus colegas,
pois, ao compartilhar com outras pessoas aquilo que você observa,
permite-se descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo
a ver e a notar o que não havia sido percebido antes. Observar é,
portanto, uma capacidade que nos impele à maturidade.
Você, como aluno do curso de Tecnologia em Gestão Am-
biental na modalidade EaD, necessita de uma formação conceitual
sólida e consistente. Para isso, você contará com a ajuda do tutor a
distância, do tutor presencial e, sobretudo, da interação com seus
colegas. Sugerimos, pois, que organize bem o seu tempo e realize
as atividades nas datas estipuladas.
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em
seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode-
rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ-
ções científicas.
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discuta
a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoaulas.
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões
autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os
conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos
para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas,
pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure-
cimento intelectual.
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3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COSTA, B. P. ; MACIEL, J. L. O território como conceito-chave na Educação Ambiental –
reflexões a partir do projeto comunitário "Jardim Botânico e a comunidade preservando
a flora nativa". Porto Alegre, Boletim Gaúcho de Geografia n. 31, p. 126-145. 2006.
KRASILCHIC, M. Prática de Ensino de Biologia. São Paulo: Edusp, 2004.
SACHS, I. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro: Garamond,
2000.
VELASCO, S.L. Como entender a educação ambiental: uma proposta. Revista Ambiente
e educação: questões ambientais e educação – a multiplicidade de abordagens, Rio
Grande, v.2, n.3, p.107-119, 1997.
4. E-REFERÊNCIA
BIODIVERSIDADE. Conceito. Disponível em: <http://www.biodiversidade.rs.gov.br/
portal/index.php >. Acesso em: 24 mar. 2012.
2. CONTEÚDOS
• Conceito e classificação de meio ambiente.
• Campo do conhecimento em EA.
• Histórico da EA.
• Definição de EA.
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4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
A EA é um campo do conhecimento recente. As primeiras
preocupações com a questão ambiental ocorreram somente nas
últimas décadas, pois originaram-se ao mesmo tempo em que o
desenvolvimento econômico e o modo de produção capitalista e
industrial disparam em um processo frenético de produção e in-
centivo ao consumo.
Vale observar que a valoração monetária dos objetos e a
transformação de matérias-primas em produtos industrializados
configuraram-se como o grande filão da economia e, com isso, as-
pectos e impactos ambientais tornaram-se um ponto nevrálgico
das organizações.
O referido cenário promoveu a superação de uma educação
conservacionista, fundamentada na tentativa de promover a mu-
dança de comportamento dos indivíduos para uma manutenção
da natureza, por uma EA vinculada com questões sociais, políticas
e culturais, uma vez que ela supera uma perspectiva ecológica en-
globando questões do meio ambiente humano.
Note que essa ideia remete à responsabilidade de cada ci-
dadão ou grupo de cidadãos com maneira que interagem e mo-
dificam o ambiente em que se instalam e a consequência disso
para a comunidade global. Além disso, a gestão ambiental procura
construir sistemas de propostas e reflexões que incluam essas di-
retrizes na pauta das organizações humanas.
Os sistemas de gestão ambiental tornam-se fundamentais
no seio de qualquer instituição da atualidade. Isso acontece por-
que problemas socioambientais como poluição, degradação da
imagem de uma empresa, as falhas no processo de produção, pro-
blemas e perdas com o transporte de produtos, obsolescência dos
equipamentos e uso de combustíveis, epidemias, incidente ou aci-
dente técnico, podem ocorrer em qualquer organização e a gestão
desses problemas que configura o processo de gestão ambiental
torna as práticas ecologicamente mais equilibradas.
8. HISTÓRICO DA EA
A primeira reunião formal de especialistas preocupados
com a questão ambiental foi realizada em Roma, no ano 1968; foi
uma reunião de cientistas dos países desenvolvidos para discutir o
consumo e as reservas de recursos naturais não renováveis, bem
como o crescimento da população mundial até meados do século
21 (REIGOTA, 2004).
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ra para expor suas dificuldades e ideias, bem como para trocar ex-
periências, o que possibilita a superação das dificuldades, fazendo
da EA uma nova maneira de ensinar.
Além disso, observamos que é importante um contínuo es-
tudo sobre EA de qualquer profissional, pois não alcançaremos
mudanças se não renovarmos as formações profissionais. Por essa
razão, não se deve restringir a EA ao ambiente escolar já que, am-
pliando o conceito de meio ambiente, observa-se que a questão
ambiental é uma preocupação e responsabilidade de todos.
Segundo Reigota (2004, p. 22-23),
É consenso na comunidade internacional que a educação ambien-
tal deve estar presente em todos os espaços que educam o cidadão
e a cidadã. Assim, ela pode ser realizada nas escolas, nos parques
e reservas ecológicas, nas associações, meios de comunicação de
massa, etc.
todo, até que haja maturidade suficiente para que qualquer pro-
cesso educativo seja ambiental, independentemente que seja o
local ou o momento em que ocorra.
O próximo questionamento sobre o qual lançaremos nossa
reflexão será: como podemos conceituar a EA?
10. CONCEITO DE EA
Provavelmente você já teve contato com o termo EA e cer-
tamente notou que esse termo está, normalmente, vinculado com
práticas de preservação de espécies em extinção ou com a conser-
vação de matas virgens intocadas. Os educadores ambientais já
possuem um estereótipo, muitas vezes, veiculado pela mídia, de
heróis que dedicam suas vidas pela natureza, pela manutenção de
sua beleza contra as forças empresariais que as querem destruir.
Essa visão contribuiu para o surgimento de uma educação
conservacionista, cuja principal meta era a de preservar e conser-
var a natureza por seu valor estético e as perspectivas morais liga-
das aos seres humanos. Essa visão tem em seus fundamentos um
problema considerável: a fragmentação entre Homem e Natureza.
Nessa vertente, o meio ambiente natural é como um quadro
que é observado pelo ser humano, que por meio de sua razão oci-
dental (científica) pode interferir e até controlá-lo. O meio torna-
-se, portanto, um objeto e essa dicotomização distanciou os pro-
blemas ambientais dos problemas humanos (LAYRARGUES, 2000).
É importante salientar que a EA não substitui essa educação
conservacionista, pois possuem vertentes teóricas distintas, mas
não se pode negar que por meio desse pensamento é que outros
aspectos foram inseridos nas preocupações educacionais. Os as-
pectos socioculturais e a ampliação do conceito de meio ambiente
tornaram-se o foco da EA, exigindo a superação de uma visão car-
tesiana-newtoniana que trazem em si um aspecto individualista
do conhecimento, engendrado em uma autonomia da razão adian-
12. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final da primeira unidade da disciplina Educa-
ção Ambiental. Os conteúdos tratados nesta unidade abordaram o
campo do conhecimento em EA, a definição de EA e seu histórico,
os quais poderão lhe auxiliar no estudo e na compreensão das pró-
ximas unidades desta disciplina.
Para dar continuidade aos nossos estudos, na Unidade 2,
conheceremos os principais conceitos da educação para a gestão
ambiental e também refletiremos sobre a interdisciplinaridade.
Continue estudando!
3) Busquei outras fontes de informação, tais como: obras, revistas, sites etc.,
para a compreensão dos conceitos abordados nesta unidade?
4) Preciso pesquisar mais sobre quais temas relacionados aos conteúdos estu-
dados?
14. E-REFERÊNCIAS
AMBIENTE BRASIL. Dados históricos da educação ambiental internacional. Disponível
em: <http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./educacao/index.
php3&conteudo=./educacao/hist_int.html>. Acesso em: 6 ago. 2009.
BRASIL, Presidência da República – Casa Civil. Lei n. 9.795, de 27 de abril de 1999.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil/Leis/L9795.htm>. Acesso em: 6 ago.
2009.
BRASIL, Presidência da República – Casa Civil. Constituição da República Federativa do
Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constitui%C3%A7ao.htm>. Acesso em: 6 ago. 2009.
BRASIL, Presidência da República – Casa Civil. Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6938.htm >. Acesso em: 6
ago. 2009.
BRASIL ESCOLA. Eco-92. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/geografia/eco-
92.htm>. Acesso em: 12 mar. 2012.
DHNET. Declaração de Estocolmo sobre o meio ambiente humano. Disponível em: <http://
www.dhnet.org.br/direitos/sip/onu/doc/estoc72.htm>. Acesso em: 12 mar. 2012.
ECOL NEWS. A conceituação jurídico-legal da expressão "meio ambiente". Disponível
em: <http://www.ecolnews.com.br/meioambiente-conceito.htm >. Acesso em: 12 mar.
2012.
GONÇALVES, R. de C. Coletividade e licenciamento ambiental: educação, informação e
participação. Disponível em: <http://www.tj.ro.gov.br/emeron/revistas/revista9/17.
htm>. Acesso em: 12 mar. 2012.
IBAMA. Decreto n. 4281/02. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/cgeam/
download.php?id_download=9>. Acesso em: 6 ago. 2009.
VERDE ESCOLA. Conferência intergovernamental sobre educação ambiental. Disponível
em: <http://www.verdescola.org/downloads/tratado_tbilisi.pdf >. Acesso em: 6 ago.
2009.