MISSA
1.Glória a Deus
Eu queria entender o porquê do medo que os padres têm de falar claramente: “não existe letra alternativa ao
‘Gloria in excelsis Deo et in terra pax hominubus[...]‘”. Coloco em latim para que não haja dúvidas. Existe
uma oração para o Glória incluído na categoria de partes fixas da missa, o Ordinário. As partes do ordinário,
como já vimos, não podem ser modificadas de forma alguma. Eu vou ser muito sincero com vocês, a única
atitude liturgicamente correta quando uma banda me chega com um glória “pirata”, ou seja, desautorizado,
para cantar na missa é dizer, “rezemos a oração do glória”, antes de começarem os instrumentos. Não há de
se fazer concessões. Por isso a importância de o padre saber antecipadamente tudo o que se vai cantar na
missa. Vocês já acompanharam a escolha de um setlist para show? Nas paróquias comumente se diz: “já
cantamos esse glória semana passada. Acho melhor esse para dar uma variada…”. Não se pode escolher o
Glória como se escolhe o setlist de um show. A menos que se mude UNICAMENTE a melodia, é
terminantemente proibido mudar a letra.
Aqui há dois problemas: o primeiro é que o Sinal da Cruz NÃO é rezado por todos os fiéis. O Missal
Romano esclarece: “O sacerdote diz: Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. O povo responde:
Amém”. O segundo também pode ser esclarecido pelo missal: não está previsto nenhum “para louvar e
agradecer, etc”. Infelizmente (eu diria felizmente) não temos (padres, leigos, religiosos e nem mesmo
bispos individualmente) poder para alterar a liturgia, que é sinal da universalidade e da unicidade da Igreja.
Como diz o papa Bento XVI, “A cada dia deve crescer em nós a convicção de que a liturgia não é um
nosso, um meu ‘fazer’, mas é ação de Deus em nós e conosco”.
Também existe uma oração específica, incluída na categoria “Ordinário da Missa”. Além disso, essa
musiqueta é conhecida por incitar nos fiéis uma certa coreografia na qual os fiéis levantam as mãozinhas
para cima, para baixo e fazem o sinal de negativo com o dedinho. Vamos combinar, nada mais inadequado
para dizer o mínimo.
Ainda que a música protestante não tenha erro explícito (na letra), muitas vezes a melodia está carregada de
personalismo e de sentimentalismo, próprios de certas seitas neopentecostais. Além disso, até onde sei
costuma-se cantar essa música durante a Comunhão. Alguém lê alguma referência à Eucaristia nesse canto?
Pai, meu pai do céu, meu pai do céu/Eu quase me esqueci, me esqueci
Que o teu amor vela por mim, vela por mim/Que seja feito assim
Acho que essa é a música mais obviamente inadequada de todos os tempos. A oração do Pai-Nosso é
bíblica. Quando foi que Jesus falou em “Eu quase me esqueci, etc”?
O Missal Romano prevê três tipos de oração para o Ato Penitencial. a) ou reza ou canta o “Confesso a Deus
todo-poderoso…” b) O “Tende compaixão…”; c) o “Senhor, que viestes salvar… tende piedade de nós”.
Ou seja, faz parte do Ordinário da Missa também. Muitas vezes se pensa que basta que a letra remeta a
arrependimento que pode ser incluída na missa. Mais uma vez vou ser bem claro, estamos numa época de
liturgistas desautorizados. Pessoas sem autoridade que querem inovar no rito de Paulo VI como se se
houvesse alguma possibilidade de coisas assim ocorrerem. Felizmente muitos fazem isso por ignorância. Eu
só tenho pena de sacerdotes que estudam sete anos no mínimo e ainda assim permitem que a liturgia da
Igreja seja deformada com gestos sutis de desobediência, como mudar um canto aqui, outro ali.
Eu nunca vi essa música ser tocada sem incitar palmas, dancinhas, agitação, conversa e barulho. Só por isso
deve ser a Anathema Sit dos cantos de missa.
Heresia branca. Primeiro que é difícil entender que “sustento no Pão e no vinho” signifique a
transubstanciação. Para mim o trecho em questão significa justamente o contrário, que Cristo está
simbolicamente representado no Pão e no Vinho e dessa ligação simbólica/espiritual viria o nosso sustento.
Afinal, o sustento vem do pão e do vinho ou da carne (o corpo), da hóstia consagrada, do Pão do Céu? Não
sei quem é o compositor, mas caso vocês queiram relativizar e dizer que é apenas uma ambiguidade, fica a
critério de cada um.
9. Passeio de Caranguejo
Costumam cantar esta música no canto de entrada. Eu não recomendaria esse canto para a missa porque
transmite uma visão reducionista do Culto Sagrado. Antes de estar na missa “só pra louvar”, estamos lá
adorar, agradecer, expiar e pedir. Não é festa e não estamos lá “só para louvar”. (Por Edson Roque)
Hino “Porque ele vive” música de André Valadão – André Machado Valadão (Belo Horizonte) é
um pastor evangélico, cantor, compositor, ator, apresentador, brasileiro de música cristã contemporânea.
E assim segue vários cantos como: “ Deixa a luz do céu entrar” “Maria de Nazaré” e outras leras que expressa no
singular EX: EU E JESUS
LITURGIA
A Liturgia não é propriedade privada. Em Ecclesia de Eucharistia, João Paulo II nos chama a voltar à
obediência às normas litúrgicas! A Missa não é propriedade privada de NINGUËM: nem do celebrante, nem
de equipe de liturgia, nem da comunidade. É propriedade de Deus, administrada pela Igreja.
O critério para escolha das músicas da missa não é simplesmente aquilo que vemos nas missas da TV.
Os critérios para escolher corretamente as músicas da missa estão claramente expressos na INSTRUÇÃO
GERAL SOBRE O MISSAL ROMANO - É preciso conhecê-lo, lê-lo, estudá-lo, consultá-lo!!!
É necessário preparar com antecedência as músicas da missa. Quando ia celebrar com seus discípulos a ceia
pascal, onde instituiu o sacrifício do seu Corpo e Sangue, o Cristo Senhor mandou preparar uma sala
ampla e mobiliada (Lc 22, 12). A Igreja sempre julgou dirigida a si esta ordem, estabelecendo como
preparar as pessoas, os lugares, os ritos e os textos, para a celebração da Santíssima Eucaristia. Assim, as
normas atuais, prescritas segundo determinação do Concílio Vaticano II, e o Novo Missal, que a partir de
agora será usado na Igreja de Rito romano para a celebração da Missa, são provas da solicitude da Igreja,
manifestando sua fé e amor imutáveis para com o supremo mistério eucarístico, e testemunhando uma
contínua e ininterrupta tradição, ainda que algumas novidades sejam introduzidas.
É necessário conhecer as partes da missa e como colocar a música intimamente ligada à ação litúrgica.
Tanto a Liturgia da Palavra como a Liturgia Eucarística.
A Missa consta, por assim dizer, de duas partes, a saber, a liturgia da palavra e a liturgia eucarística, tão
intimamente unidas entre si, que constituem um só ato de culto. De fato, na Missa se prepara tanto a mesa da
Palavra de Deus como a do Corpo de Cristo, para ensinar e alimentar os fiéis. Há também alguns ritos que
abrem e encerram a celebração.
As aclamações e respostas dos fiéis às orações e saudações do sacerdote constituem o grau de participação
ativa que os fiéis congregados, em qualquer forma de Missa, devem realizar, para que se promova e exprima
claramente a ação de toda a comunidade.
A música na missa pode ser um instrumento para fomentar a participação ativa de todo o povo.
Outras partes, muito úteis para manifestar e fomentar a participação ativa dos fiéis e que competem a toda a
assembleia convocada, são principalmente o ato penitencial, a profissão de fé, a oração universal e a oração
do Senhor.
É preciso distinguir entre músicas que constituem um rito independente daquelas que acompanham um rito.
Por isso, dizia com razão Santo Agostinho: Cantar é próprio de quem ama. e há um provérbio antigo que
afirma: “Quem canta bem, reza duas vezes”.
É preciso algum discernimento para saber o que cantar e o que não cantar em uma celebração. Em todo caso,
TODAS as músicas cantadas em Missa devem ter aprovação da CNBB
O canto gregoriano continua ocupando o primeiro lugar como próprio da liturgia romana.
O silêncio é uma das “canções” previstas para a missa. Deve ser religiosamente respeitado (também na
sacristia!).
Oportunamente, como parte da celebração deve-se observar o silêncio sagrado. A sua natureza depende do
momento em que ocorre em cada celebração. Assim, no ato penitencial e após o convite à oração, cada fiel
se recolhe; após uma leitura ou a homilia, meditam brevemente o que ouviram; após a comunhão, enfim,
louvam e rezam a Deus no íntimo do coração. Convém que já antes da própria celebração se conserve o
silêncio na igreja, na sacristia, na secretaria e mesmo nos lugares mais próximos, para que todos se
disponham devota e devidamente para realizarem os sagrados mistérios.