Anda di halaman 1dari 12

Vínculos entre modernidade, ética e subjetivação no pensamento de Freud

Vínculos entre modernidade, ética e subjetivação


no pensamento de Freud1
Links between modernity, ethics and subjectivity in Freud´s works
Eduardo Leal Cunha
Joel Birman

Resumo
Este artigo pretende indicar a importância da dimensão ética da experiência psicanalítica a
partir do vínculo entre o pensamento de Freud e a modernidade. Para isso, recorremos a for-
mulações de Michel Foucault que nos parecem adequadas à descrição do pensamento ético
freudiano, sobretudo na medida em que o filósofo francês, no comentário de 1984 sobre o
texto de Immanuel Kant em resposta à pergunta “o que é o esclarecimento”, vincula a ética aos
processos de subjetivação, por um lado, e, por outro, ao laço entre a experiência moderna e
a tarefa crítica do pensamento. Com isso, pretende-se destacar a presença na obra freudiana
do vínculo entre os processos de constituição subjetiva e a problematização moral, o que con-
tribuiria para uma compreensão da categoria de sujeito relacionada menos a uma dimensão
psicológica, marcada por noções como as de vontade, consciência e percepção, e sim mais
próxima do que procuramos descrever como sujeito ético, concebido a partir da relação com
o outro e da ação sobre o mundo.

Palavras-chave: Ética, Moral, Psicanálise, Sujeito, Freud.

Abertura de por Ética, para que possamos aproveitar


Dizemos hoje com certa tranquilidade que a ao máximo as possibilidades abertas por tal
psicanálise se afirma como ética, seja a partir aproximação entre psicanálise e reflexão mo-
das formulações de Lacan em torno de uma ral, não apenas quanto ao impacto que possa
ética do desejo (LACAN, 1988), seja pela ter sobre a clínica e em particular no que diz
consideração do contraponto entre técnica respeito à especificidade do ato analítico face
e ética posto em jogo pela reflexão sobre os à clínica médica, mas também com relação
modos de atuação do psicanalista em sua clí- ao vínculo entre subjetividade e sociabilida-
nica (BIRMAN, 1994). Não há, portanto, ne- de. Consideramos que a compreensão do
nhuma originalidade em tal afirmação. Pelo lugar da discussão ética na obra freudiana
contrário, trata-se na atualidade de um lugar — é o que pretendemos demonstrar — tanto
comum no campo psicanalítico. Persiste, no se vincula ao sentido que a ideia de sujeito
entanto, a necessidade de explorar o seu sen- tem em seu pensamento e que orienta a sua
tido, sobretudo em relação ao que se enten- postura na clínica, quanto nos remete aos

1. Este trabalho apresenta parte dos resultados de pesquisa desenvolvida em estágio pós-doutoral junto ao Pro-
grama de Pós-Graduação em Teoria Psicanalítica da UFRJ como parte do projeto PROCAD/Novas Fronteiras A
dimensão ética do pensamento psicanalítico e seu impacto no estudo de fenômenos socioculturais, o qual reúne as
universidades federais de Sergipe, Rio de Janeiro e Pará, com o apoio financeiro da CAPES/Ministério da Edu-
cação.

Estudos de Psicanálise | Belo Horizonte-MG | n. 40 | p. 37–48 | Dezembro/2013 37


Vínculos entre modernidade, ética e subjetivação no pensamento de Freud

modos de articulação entre o indivíduo e o articulam a uma compreensão do sujeito que


espaço social. Ou seja, destacar a dimensão escapa a qualquer tendência essencializante
ética do pensamento psicanalítico possibilita ou transcendente e, ao mesmo tempo, forne-
reafirmar a implicação recíproca dos regis- ce ferramentas teóricas para o enfrentamen-
tros da cultura e da sociedade na compreen- to da questão do reconhecimento no mundo
são freudiana do psiquismo. contemporâneo sem se submeter à lógica do
Tal precisão no entendimento de uma indivíduo psicológico autocentrado e sobe-
dimensão ética da psicanálise é importante rano.
para demarcar com mais clareza a distinção Nesse sentido, também nos aproximamos
da clínica freudiana em relação às formas de das formulações de Renato Mezan, quando
tratamento moral, localizadas nas origens afirma que a psicanálise não deve ter a pre-
do saber psiquiátrico (FOUCAULT, 2006b), tensão de se constituir em um sistema ético
considerando que tais formas ainda se en- ou filosofia moral, mas destacamos que o im-
contram presentes mesmo nas leituras con- pacto da problematização moral ao longo da
temporâneas das práticas psicoterapêuticas aventura freudiana vai além dos três aspec-
como práticas de crescimento pessoal e ade- tos por ele apontados, a saber:
quação da performance individual com base
em uma postura pedagógica por parte do te- A incidência dos valores morais sobre a perso-
rapeuta, as quais, reunidas sob a denomina- nalidade de cada indivíduo; o vínculo entre es-
ção de psicoterapias breves, pretendem mui- tes valores e a sociedade na qual surgem, já que
tas vezes incorporar a psicanálise ou usá-la fazem parte do processo de socialização pelo
como forma de legitimação (COSTA, 1978). qual nos tornamos humanos; e os problemas
Por outro lado, é preciso considerar que, éticos que a prática clínica pode colocar para o
na atualidade, a psicanálise é demandada a se analista (MEZAN, 1998, p. 211).
posicionar diante de uma série de questões
que requerem uma posição mais clara sobre Para justificar nosso argumento, explora-
a sua concepção de sujeito e como tal con- remos inicialmente o lugar da reflexão mo-
cepção se aproxima ou se distancia da noção ral no texto freudiano, procurando destacar
de indivíduo, referido a uma identidade, no indicações para uma compreensão da cate-
sentido de uma narrativa reflexiva do Eu, goria de sujeito entendido na sua dimensão
como propõe o sociólogo britânico Anthony ética, enquanto reflexão permanente sobre
Giddens (2002). Tal definição de indivíduo os modos possíveis de ser e de agir. Localiza-
se associa precisamente às noções de auto- remos tal entendimento do sujeito na inter-
nomia e responsabilidade moral, o que mais rogação freudiana sobre as relações entre a
uma vez nos requer uma compreensão clara construção do aparato psíquico e os dilemas
do uso feito por Freud da reflexão moral. morais que acompanham os indivíduos ao
O objetivo deste artigo é, portanto, tomar longo de sua vida e que se fazem presentes
certas indicações foucaultianas sobre as ar- na clínica, no discurso dos pacientes captu-
ticulações entre ética e subjetivação a partir rados por uma contínua interrogação do seu
da modernidade para compreender, por um agir, na qual se revelam, ao mesmo tempo, o
lado, de modo mais preciso a inserção do significado dos seus atos e a sua implicação
pensamento de Freud na tradição crítica da subjetiva.
modernidade, ao lado de autores como Niet- Em seguida, discutiremos a inserção de
zsche e Marxe, por outro lado, evidenciar, Freud na experiência moderna a partir de
na obra do criador da psicanálise, os laços sua reflexão moral enquanto movimento crí-
entre problematização moral e processos de tico do pensamento moderno. Recorreremos
subjetivação, mostrando como tais laços se a Foucault para explorar uma compreensão

38 Estudos de Psicanálise | Belo Horizonte-MG | n. 40 | p. 37–48 | Dezembro/2013


Vínculos entre modernidade, ética e subjetivação no pensamento de Freud

da ética em que não apenas a determinação todo-poderoso à busca das ilusões religiosas
do comportamento moral é inseparável de (FREUD, 1986b) ou dos sistemas filosóficos
uma problematização da categoria de sujei- totalizantes (FREUD, 1986c).
to e dos modos de construção de si (RAJ- O segundo eixo, menos evidente, mas que
CHMAN, 1996), mas na qual se coloca em deve ser privilegiado em nosso argumento,
questão a própria racionalidade moderna da se refere à articulação entre o modo de cons-
qual Freud é, ao mesmo tempo, produto ine- trução do psiquismo, a partir do recalque, e
gável e crítico radical (BIRMAN, 2000). os valores morais que regulam a sociedade,
Nesse sentido, procuraremos compreen- orientando as forças da resistência e se mate-
der como as formulações de Michel Foucault rializando nos produtos da cultura europeia
sobre os vínculos entre a modernidade e a do final do século XIX. Temos aí em vista a
crítica das formas possíveis de existência ao imbricação direta entre a construção do apa-
mesmo tempo que lançam uma luz sobre a rato psíquico, no nível individual e ontoge-
articulação radical entre ética e formas de nético, e, no nível social e filogenético, o pro-
subjetivação, nos auxiliam na compreensão cesso civilizatório (VAHLE; CUNHA, 2011).
do lugar que a reflexão sobre a moral ocu- Tal eixo aparece desde os primeiros escritos
pa na obra freudiana e como ela está estri- sobre a histeria, quando diz respeito, sobre-
tamente vinculada a uma determinada con- tudo, ao conflito entre o desejo sexual, o qual
cepção de sujeito, distante tanto da ideia de naquele momento teórico representa a ma-
essência quanto de um indivíduo soberano e terialização psíquica da força das pulsões,
senhor de si. e as exigências morais e aspirações éticas
Por fim, indicaremos brevemente em que do indivíduo, representadas na maioria das
medida tal compreensão da dimensão éti- vezes pelos sentimentos de asco e vergonha
ca do pensamento freudiano o afasta tan- (FREUD; BREUER, 1986). A ação do indiví-
to da psicologia da sua época, centrada na duo dar-se-á como resultante desse conflito,
consciência e nos processos psíquicos a ela o que é demonstrado não apenas pela pro-
relacionados, quanto da filosofia moral ao dução de sintomas, mas por suas escolhas
mesmo tempo que nos indica elementos profissionais ou amorosas, o que fica claro,
para estabelecer uma perspectiva possível de por exemplo, na leitura freudiana da vida
intervenção da psicanálise nos debates con- de Leonardo da Vinci, no comentário so-
temporâneos em torno da ética e do reco- bre o romance Gradiva, de Wilhelm Jensen
nhecimento da alteridade. (FREUD, 1986d) ou em sua dita psicologia
do amor (FREUD,1986e, 1986f, 4986g).
Freud, o psiquismo e a moral Quanto ao primeiro eixo, o interesse de
É preciso distinguir na aproximação do pro- Freud nos sistemas morais vincula-se direta-
blema da moral em Freud dois eixos teóricos. mente ao seu interesse pela religião, já que
O primeiro, explícito, se refere a seu interesse seriam essas as duas formas através das quais
pela origem dos sistemas morais e religiosos, a civilização ocidental busca operar a regu-
no qual se vinculam, por um lado, o código lação das pulsões. O problema moral se vin-
moral a um regime de interdições fundado culará, portanto, ao problema da cultura e da
na proibição do incesto e do assassinato a existência do indivíduo em sociedade, o que
partir de uma história primeva da sociedade aparecerá formulado no texto O mal-estar na
tal como exposto em Totem e tabu (FREUD, civilização, de 1930, da seguinte forma: como
1986a) e, por outro lado, relaciona certa per- o homem pode sofrer menos ao viver junto
manência de um modo de funcionamento com outros homens?
infantil ancorado na onipotência de pen- Segundo sua proposição, a vida em socie-
samentos e na preservação da figura do pai dade e a construção dos laços sociais não se-

Estudos de Psicanálise | Belo Horizonte-MG | n. 40 | p. 37–48 | Dezembro/2013 39


Vínculos entre modernidade, ética e subjetivação no pensamento de Freud

riam tributárias de nenhuma espécie de dom subjetiva, que são derivados teoricamente
natural, sob a forma de um instinto gregá- do enfrentamento clínico das formas de so-
rio ou do dito sentimento oceânico, vislum- frimento psíquico que marcam a sociedade
brado por Romain Rolland, interlocutor de vienense e europeia na passagem entre os
Freud no início desse texto (FREUD, 1986h), séculos XIX e XX, e a experiência ética ou,
mas ambos se apresentam como problema, num sentido mais amplo, o campo dos pro-
ao mesmo tempo moral e psíquico social e blemas morais, produzindo inclusive a ar-
subjetivo. Moral e social, no que se refere à ticulação entre certas formas específicas de
necessidade de produção de regras e disposi- adoecimento — como a neurose obsessiva e
tivos culturais e sociais de regulação da vida histeria — e determinados temas da reflexão
em comum. Subjetivo e psíquico, na medida moral.
em que implica transformações na economia Tal articulação entre clínica e ética (VAH-
subjetiva e nos próprios modos de funciona- LE; CUNHA, 2011) se configura na manei-
mento do psiquismo, de modo que a satis- ra como, em face de cada um dos principais
fação das pulsões não venha a comprometer quadros psicopatológicos apresentados por
a existência do indivíduo ou a vida em co- seus pacientes — aquilo que Renato Mezan
mum. descreve como matrizes clínicas (MEZAN,
Tal problema de dupla face é ainda toma- 1988) —, a reflexão clínica freudiana e os
do por Freud em seu caráter histórico, isto é, desdobramentos teóricos que a seguem e que
na sua vinculação com as formas de organi- procuram dar conta dos processos psíquicos
zação social no contexto do seu tempo, o que subjacentes, se fazem sempre tendo em vista
fica claro tanto na análise que faz do modelo dois registros. O primeiro desses registros é
de casamento monogâmico em 1908, quando o propriamente psíquico, referido às formas
propõe uma vinculação direta entre o lugar de articulação entre afetos e representações,
encontrado para a sexualidade feminina e a como os ditos mecanismos de defesa que
produção da histeria (FREUD, 1986i), quan- serão, por exemplo, diferentes na histeria,
to em sua análise da guerra (FREUD, 1986j) com ênfase no recalque e na conversão, e na
e, principalmente, no próprio texto de 1930, neurose obsessiva, na qual a formação reati-
quando o progresso proporcionado pelos va e o isolamento ocupam o centro da cena
avanços da ciência é contraposto ao mal-es- (FREUD, 1986k).
tar produzido pelo sentimento de culpa que No segundo registro, contudo, o que en-
regula os impulsos destrutivos presentes no contramos é uma discussão que escapa aos
psiquismo. limites estritos do que se poderia descrever
Por essa via, então, o primeiro eixo de como psicologia ou como processos men-
consideração da moral na obra freudiana tais, a qual diz respeito a temas da reflexão
indicado por nós se articula ao segundo, no moral e trazem para a investigação sobre os
qual é importante ressaltar a associação di- processos de adoecimento a relação do in-
reta entre as formulações freudianas sobre o divíduo com seus semelhantes, sua inserção
funcionamento do aparelho psíquico, oriun- em sociedade e o modo como sua ação e seu
das do enfrentamento clínico do sofrimento pensamento são determinados em função
psíquico de seus contemporâneos, e a refle- dos efeitos que podem produzir sobre a rea-
xão sobre temas morais articulados à regula- lidade e sobre o outro. Vale ressaltar que tal
ção do viver junto. imbricação entre funcionamento psíquico e
Nesse sentido, nos parece evidente o valores morais surge desde o momento em
modo como, ao longo de sua obra, Freud vai que Freud coloca no centro da sua concep-
desenhando paulatinamente uma associa- ção de sujeito o conflito psíquico, dividindo
ção direta entre os processos de constituição o indivíduo e descentrando o sujeito a partir

40 Estudos de Psicanálise | Belo Horizonte-MG | n. 40 | p. 37–48 | Dezembro/2013


Vínculos entre modernidade, ética e subjetivação no pensamento de Freud

do confronto entre as exigências da pulsão e da consideração freudiana da moralidade,


os limites estabelecidos pelo Eu na sua ne- que podemos descrever rapidamente como
cessidade de autoconservação, sendo o Eu eixos social e clínico, bem como será con-
nesse momento da obra o lócus da razão, da duzida a contínua interrogação freudiana da
consciência e da moralidade. sociedade moderna, a partir do sofrimento
Desse modo, na discussão sobre a histe- produzido em seu seio e materializado em
ria, assume lugar fundamental o papel das formações de compromisso ou conciliações
interdições relativas à vida sexual, em par- entre as ordens da pulsão e da cultura na sin-
ticular das mulheres ou os ideais e modelos tomatologia neurótica.
de comportamento hegemônicos que esta- Com essa noção, central ao pensamento
riam na base dos sentimentos de nojo, asco e psicanalítico e responsável por grande parte
vergonha que orientam a ação das forças do do seu impacto sobre o pensamento filosó-
recalque. Assim, Freud é levado a tecer con- fico e a cultura em geral, esses dois eixos ou
siderações sobre o conflito entre sexualidade modos de inserir a problematização moral
e moral que marcou a sociedade vitoriana e no campo das discussões sobre os proces-
que resultou em uma moral da renúncia que sos de estruturação psíquica são conectados
marcará profundamente sua concepção do necessariamente, além de indicar a inserção
recalque e da formação do sintoma histérico necessária de Freud no seu ambiente cultural
(VAHLE; CUNHA, 2011). e contexto sócio-histórico. Podemos pensar
Na consideração da sintomatologia ob- que, com a formulação do Édipo, e o apoio
sessiva, vão ser os impulsos destrutivos — na tragédia grega, marco da cultura ociden-
aqueles que sustentam guerras e destruição tal, Freud busca em seu ambiente cultural,
— e a ambivalência amor/ódio, em especial não apenas, uma interpretação possível e
na relação com o pai, que serão objeto da ela- universal (MEZAN, 1985) para o conflito
boração teórica freudiana e que o levarão a estabelecido entre desejo erótico e vida em
conceber o mecanismo da formação reativa, sociedade, o qual apareceria no cerne da
base tanto da formação do caráter individual configuração da subjetividade, mas, sobretu-
quanto da virtude humana da caridade. É do, dar conta da exigência característica da
ainda a partir da clínica obsessiva que Freud modernidade de produção de uma normati-
vai propor uma hipótese para a constituição e vidade própria.
o funcionamento da consciência moral, para Na interpretação delineada por Lacan,
o que contribuirá ainda sua leitura da para- a morte do pai indicada pelo complexo de
noia, afecção que ele enquadrava não entre Édipo, implicaria a gestão da humilhação
as ditas psiconeuroses de defesa, mas sim do pai produzida como condição de surgi-
entre os destinos do narcisismo (VAHLE; mento da experiência moderna e se alinha-
CUNHA, 2011). O funcionamento obsessi- ria como consequência da morte de Deus
vo, com seus rituais e proibições, será ainda anunciada anteriormente por Nietzsche
referência fundamental para que o inventor (BIRMAN, 2000). Ou seja, se com a formu-
da psicanálise se lance à investigação sobre lação da existência de um desejo incons-
as origens da religião e da moralidade, na- ciente, Freud retira do homem moderno,
quilo que descrevemos acima como primeiro enquanto ser racional e autoconsciente, a
eixo do interesse freudiano pela moral. determinação dos seus próprios atos; com
É preciso destacar, agora, que o principal a enunciação do Édipo, ele procura estabe-
elemento de articulação entre esses dois ei- lecer uma equação através da qual tal sobe-
xos será a formulação do complexo de Édi- rania é deslocada para a rede de trocas sim-
po. Será através dessa noção fundamental bólicas que ordenariam a vida em sociedade
que são entrelaçados os dois fios condutores no Ocidente moderno.

Estudos de Psicanálise | Belo Horizonte-MG | n. 40 | p. 37–48 | Dezembro/2013 41


Vínculos entre modernidade, ética e subjetivação no pensamento de Freud

Nesse sentido, Freud se apresenta si- nealogia da subjetividade, que caracteriza a


multaneamente como pensador moderno e modernidade tardia descrita por Foucault
como crítico radical da modernidade. Com em torno da produção de um dispositivo da
efeito, Freud reconhece o papel central do sexualidade, o qual se vincula a uma forma
indivíduo, mas o coloca em questão na me- de subjetivação, de relação consigo, fundada
dida em que retira o caráter soberano do eu, na interiorização reflexiva tal como disposta
apontando para o inconsciente como verda- no modelo confessional e no imperativo de
deiro campo psíquico, colocando ainda em conhecer a si mesmo (FOUCAULT, 1984a);
questão a racionalidade que fundaria tal ex- em segundo lugar, pela problematização da
periência moderna e que se materializaria no ética, em função da leitura da própria expe-
discurso objetivante da ciência. riência moderna introduzida por Foucault a
É a partir do lugar de crítico da moder- partir do final da década de 1970 e do início
nidade que Freud costura um laço indis- da década de 1980 e que pode ser delimitada
sociável entre, por um lado, o problema da em três movimentos.
codificação moral e do sentimento religioso, No primeiro movimento, se destaca a
a regulação dos laços sociais e a determina- distinção entre os registros da ética e da mo-
ção das condições de possibilidade da vida ral. No segundo movimento, a afirmação da
em sociedade, problemáticas do pensamen- dimensão crítica presente na reflexão ética,
to moderno, e, por outro lado, a construção que se enuncia claramente no vínculo es-
do aparato psíquico e suas vicissitudes, que tabelecido entre ética e problematização, o
incluiria o estabelecimento das formas de qual é pensado como marca da experiência
sofrimento psíquico e a centralidade do Ou- moderna. Por fim, o terceiro movimento,
tro na ativação do desejo inconsciente que que é a articulação proposta entre a proble-
governa o nosso agir, para além ou aquém matização ética e as formas de subjetivação.
da nossa vontade ou consciência. Com isso, Aqui, é preciso destacar duas formulações
portanto, Freud subverte qualquer fronteira centrais que se articulam: por um lado, a dis-
que se pretenda estabelecer entre os registros tinção delineada entre os registros da ética e
do indivíduo e da sociedade, consolidando, da moralidade e, por outro, a ênfase na com-
assim, o descentramento do sujeito da cons- preensão do trabalho ético como uma ope-
ciência e colocando o registro ético da expe- ração permanente dos sujeitos, na qual a ên-
riência subjetiva no centro da compreensão fase é colocada não no código moral, mas na
do funcionamento psíquico. construção de uma relação consigo mesmo
e com os outros, marcada pelo cuidado de
Foucault: modernidade, si e pela interrogação permanente sobre os
ética e subjetivação sentidos e efeitos dos nossos atos e das nos-
Mas o alcance teórico das formulações freu- sas palavras (FOUCAULT, 1984b; 2006a), ou
dianas, com todos os desdobramentos que seja, “enquanto forma a ser dada à conduta e
acabamos de enumerar, não aparece na su- à vida” (FOUCAULT, 1994b, p. 674).
perfície do seu texto. É, ao contrário, fruto de É por esse viés que se costura tal perspec-
um trabalho de análise apenas possível pela tiva ética ao deslocamento produzido pelo
sua contextualização histórica, ou seja, com a filósofo francês entre a categoria de sujeito
exploração do vínculo, já brevemente apon- e a de formas de subjetivação; e é por conta
tado, de Freud com o pensamento moderno. da formulação desse entendimento da rela-
Para tanto, nos parece fundamental o ção do sujeito com os valores morais e ideais
recurso à obra de Michel Foucault, basica- que regulam a sociedade moderna que Fou-
mente por duas razões: em primeiro lugar, cault se debruça sobre o mundo helênico e o
por conta da inscrição da psicanálise na ge- modo como neste eram reguladas as relações

42 Estudos de Psicanálise | Belo Horizonte-MG | n. 40 | p. 37–48 | Dezembro/2013


Vínculos entre modernidade, ética e subjetivação no pensamento de Freud

do sujeito consigo mesmo e com os outros: efeitos sem, contudo, jamais se converter em
“o que Foucault encontra no pensamento Bem, isto é, em ponto possível de ancoragem
antigo é a ideia de inscrever uma ordem na para o dito código moral.
própria vida, mas uma ordem imanente, que Aqui, adentramos no segundo movimen-
não seja sustentada por valores transcenden- to referido anteriormente, pois dessa forma,
tais ou condicionada do exterior por normas ainda segundo Bernstein, a postura ética
sociais” (GROS, 2006, p. 643). de Foucault se traduz em uma postura os-
Quanto a isso, vale lembrar ainda que, tensivamente crítica, a qual o filósofo fran-
nas palavras de John Rajchman (1993), o cês apresenta de modo mais visível no tex-
problema ético se apresenta para Foucault to de 1984, em que comenta o opúsculo de
como uma dificuldade configurada na busca Kant sobre o esclarecimento (FOUCAULT,
de uma ética sem articulação com o regis- 1994a).
tro do Bem. Isto é, enquanto o código moral Nesse texto, Foucault parte da pequena e
se assentaria na afirmação de um verdadei- clássica resposta de Immanuel Kant à per-
ro Bem, no momento em que Foucault põe gunta “O que é o esclarecimento”, e se apoia
em questão a própria ideia de verdade e seu na ideia kantiana de que o que define a épo-
vínculo com as relações de poder, o trabalho ca das luzes não é propriamente um tempo
ético passa a se vincular de modo necessário histórico nem seu encadeamento em uma
a esta relação com as verdades produzidas série de acontecimentos, mas a saída da me-
historicamente. noridade, ou seja, a emancipação do homem
Numa outra leitura da relação entre ética racional face à tutela da autoridade, em espe-
e moral em Foucault, pode-se enunciar que, cial a autoridade religiosa, o que se constitui
enquanto a segunda se vincularia diretamen- ao mesmo tempo em programa da moder-
te ao registro do código de valores e ao juízo nidade e tarefa na qual o sujeito moderno
sobre o agir, correto ou incorreto, a primei- deveria se engajar individualmente, na sua
ra “estaria marcada, em contrapartida, pela própria relação consigo mesmo a partir do
maneira pela qual o sujeito constituiria ações uso crítico da razão (FOUCAULT, 1994a). A
e produziria então ativamente práticas de partir da ideia de saída da menoridade como
constituição de si” (BIRMAN, 2010, p. 186) atitude crítica do homem moderno e tarefa
de modo que o que “estaria em pauta seria que tem a si mesmo como objeto, Foucault
a forma pela qual o sujeito se inscreveria e define, então, essa atitude como aquela que
se posicionaria no campo do código moral” define a modernidade, um permanente tra-
(BIRMAN, 2010, p. 186). balho de interrogação e transformação dos
Na mesma direção, ao tratar da famo- modos possíveis de existência, ou seja, do
sa polêmica estabelecida entre Habermas e seu ethos, com base no uso crítico da razão.
Foucault em torno das críticas do primeiro à Com isso, Foucault pretende responder à
teoria do poder foucaultiana (HABERMAS, acusação de que a crítica à racionalidade mo-
2000), Richard Bernstein (1994) propõe que derna e às formas de saber e poder que lhes
encontramos em Foucault, não o fundamen- são correlatas o empurraria rumo ao irracio-
to normativo que segundo Habermas seria nalismo. Inversamente, nos diz Foucault, o
necessário à lógica foucaultiana do poder que define o esclarecimento e a postura es-
(mesmo que este não tenha sido em nenhum clarecida do homem moderno é precisamen-
momento explicitado ou reconhecido), mas te essa atitude de crítica do pensamento que
sim um horizonte ético-político. Esse hori- interroga as formas possíveis de existência e
zonte pode ser tomado, então, como referên- permite ao homem executar a tarefa de assu-
cia crucial para o trabalho ético permanente, mir o controle sobre si mesmo, sair da meno-
de interrogação do sujeito sobre o agir e seus ridade e se transformar.

Estudos de Psicanálise | Belo Horizonte-MG | n. 40 | p. 37–48 | Dezembro/2013 43


Vínculos entre modernidade, ética e subjetivação no pensamento de Freud

A crítica foucaultiana da racionalidade no qual é possível crer em certo poder pre-


moderna se materializa então como elogio ventivo ou pedagógico da psicanálise, no
do pensamento marcado pela permanente qual a consciência moral ainda é tomada em
interrogação de si pelo sujeito. Nesse sen- associação com a razão, o interesse e as pul-
tido, ainda no mesmo texto de 1984, Fou- sões de autoconservação.
cault, recorrendo a Baudelaire, descreve a Essa crença, no entanto, se esvai com a
experiência moderna fundada nessa crítica formulação das pulsões de morte e com o
permanente como trabalho permanente de reconhecimento de uma dimensão mor-
construção de si. Estamos agora no tercei- tífera e destrutiva do supereu, o próprio
ro movimento empreendido por Foucault agente da consciência moral, que se torna
rumo ao estabelecimento do que ele enten- cruel e responsável pelo sentimento de cul-
de como a atitude ética que define o sujeito pa que, ao mesmo tempo em que viabiliza
moderno. Movimento em que, costuram-se, a manutenção do laço social, conduz o su-
por fim, os laços existentes entre o trabalho jeito ao mal-estar que marca a sua inserção
crítico da razão, a problematização ética e os no meio social, segundo Freud, a princi-
modos de subjetivação. pal — e a menos compreensível — fonte
É desse modelo de reflexão ética, defini- do sofrimento dos seus contemporâneos
da, portanto, como exercício crítico da razão, (FREUD, 1986h).
voltado fundamentalmente para a transfor- Com efeito, no domínio da ética tal des-
mação das formas possíveis de existência, locamento pode ser pensado sob a forma
isto é, um modo de reflexão ética na qual de um deslizamento da busca da garantia
a dimensão nuclear estaria nos processos e do bom comportamento moral pelo uso da
modos de construção da experiência subje- razão para a permanente tensão do sujeito
tiva, e não no código ou no sentimento mo- na impossibilidade de conciliar a busca da
ral, que podemos aproximar decisivamente o satisfação pulsional com a necessidade de
pensamento freudiano. se relacionar com o outro, tal como aparece
na experiência do mal-estar, a qual levaria o
Considerações finais: sujeito a um contínuo trabalho de problema-
ética e subjetivação, clínica e cultura tização ética da sua relação com o próprio
Talvez se possa identificar, no que se refere desejar, sobretudo quando este se refere às
ao lugar da reflexão moral no pensamento pulsões destrutivas.
freudiano, deslocamento semelhante ao que Desse modo, o primeiro momento do
se dá quanto à sua posição face ao discurso discurso freudiano estaria bastante pró-
científico que lhe serve de matriz na medida ximo do problema enfrentado pelos fun-
em que em ambos os deslocamentos trata- dadores da filosofia moral, na aurora do
se, no fim das contas, da sua relação com a pensamento moderno, que procuravam
racionalidade moderna, isto é, com o projeto responder por que o sujeito age de manei-
moderno de domínio da natureza pelo ho- ra moralmente correta sem a força ou até
mem a partir da afirmação da razão instru- mesmo a pressão da sanção e do castigo.
mental. Ou seja, há um primeiro momento, Foi esse problema que os levou a interrogar,
no qual Freud ainda acredita que o conhe- por um lado, os determinantes subjetivos
cimento adquirido pela ciência, aí incluída do comportamento moral, como em Hume,
a sua psicanálise, possibilitaria um melhor no que constituiria a base de uma possível
equacionamento dos impasses entre as de- psicologia moral ou, por outro lado, os mo-
mandas da pulsão e as exigências da civili- dos como o bom uso da razão apresenta-se
zação, conforme texto de 1908 sobre a moral como condição necessária e suficiente para
sexual civilizada. Trata-se de um momento o agir reto, como em Kant (RAWLS, 2005).

44 Estudos de Psicanálise | Belo Horizonte-MG | n. 40 | p. 37–48 | Dezembro/2013


Vínculos entre modernidade, ética e subjetivação no pensamento de Freud

Enquanto isso, o segundo momento do produção, e não mais como essência e origem
discurso freudiano, marcado pelos conceitos (BIRMAN, 2010). Isso pode nos ser bastante
de pulsão de morte e pelos desdobramentos útil para ampliar o alcance de certas formu-
do conceito de supereu, seria precisamente lações freudianas em torno do modo parti-
aquele diante do qual o uso da reflexão fou- cular como Freud visualiza a história de vida
caultiana nos parece bastante adequado para dos seus pacientes, na medida em que seria
compreender a potencialidade presente no sempre a posteriori, ou seja, a partir da ação
pensamento de Freud em relação ao tipo de presente e como resultado de um necessá-
reflexão moral que tem impacto sobre o nos- rio trabalho de construção/reconstrução
so entendimento do sujeito e que pode nos (FREUD, 1986l) que o sujeito delinearia as
ser útil diante de certos impasses da contem- possibilidades de sua existência.
poraneidade. Nesse momento não apenas Com isso, acreditamos poder afirmar que
temas clássicos da filosofia moral, como a a ética não se refere, portanto, em Freud,
felicidade e o lugar da religião, aparecem em prioritariamente, ao estabelecimento de uma
primeiro plano, o que de certo modo começa regulação do comportamento moral, tam-
a acontecer já na década de 1910, em espe- pouco da localização de um Ideal, Bem ou
cial com Totem e Tabu (FREUD, 1986a), mas Verdade que possa servir de balizador desse
principalmente a discussão de tais temas comportamento ou finalmente da identifica-
passa necessariamente pela problematização ção de um sentimento moral que funcione
da experiência subjetiva, de modo que o có- como garantia de uma relação harmônica
digo moral vem a ocupar o lugar secundário com o outro. Qualquer uma dessas opções
na abordagem freudiana dos temas morais, aproximaria Freud e a psicanálise do domí-
enquanto a permanente reflexão sobre os nio das visões de mundo, das quais ele insis-
modos de agir e sobre a relação do sujeito tentemente procurou se afastar. Todas essas
consigo mesmo assume uma dimensão pro- inflexões nos permitem afirmar que, no cam-
priamente ética. po das reflexões sobre a moral, trata-se em
Ou seja, quando a equação do sofri- Freud, enfim, não da busca de uma resposta,
mento humano e a transformação dos seus mas do enfrentamento do problema da mora-
modos de estabelecer laço e investir libidi- lidade, pelo viés do imperativo da eticidade.
nalmente nos objetos precisa se articular Esse problema foi articulado a dois outros
a uma reflexão sobre o seu agir que resulta temas, aqui apresentados de modo bastan-
na enunciação de uma nova história da sua te breve, mas que consideramos suficiente
construção subjetiva, na qual se descortinam para demarcar a experiência psicanalítica e
precisamente a crítica das formas presentes a potência do pensamento freudiano a par-
de existência e a abertura para novas existên- tir de sua inscrição no registro de uma ética
cias possíveis. Tudo isso nos parece bastante em contraposição a uma filosofia do sujeito
próximo ao que foi sugerido por Foucault concebido moralmente e garantido pelos
no ensaio sobre o Iluminismo (FOUCAULT, atributos da razão. Por um lado, o tema da
1994a) como caminho decisivo pelo qual o construção do psiquismo e de sua articula-
pensamento moderno afirma a sua potência ção com a experiência subjetiva, ou seja, o
ao tecer um laço entre pensamento crítico, fato de que não há de início nem sujeito nem
reflexão sobre a conduta no mundo e proces- psiquê, sendo ambos, psiquismo e subjetivi-
sos de subjetivação. dade, construídos ao longo da vida. Por ou-
Outro ponto interessante a destacar se tro lado, o tema do reconhecimento de que
refere à própria categoria de formas ou mo- tal construção se dá a partir da relação com o
dos de subjetivação (FOUCAULT, 1984a) outro, em uma rede complexa de trocas afeti-
pela qual o sujeito se afirma como destino e vas e simbólicas.

Estudos de Psicanálise | Belo Horizonte-MG | n. 40 | p. 37–48 | Dezembro/2013 45


Vínculos entre modernidade, ética e subjetivação no pensamento de Freud

Abstract BREUER, J.; FREUD, S. Estudos sobre histeria


This article is intended to indicate the impor- (1895). In: FREUD, S. Edição Standard brasileira das
obras psicológicas completas. Rio de Janeiro: Imago,
tance of the ethical dimension of the psychoa- 1986, v. II.
nalytic experience based on the link between
Freud’s thinking and modernity. For this, we COSTA, J. F. Psicoterapia breve. In: FIGUEIRA, S. A.
turn to Michel Foucault’s formulations that Sociedade e doença mental. Rio de Janeiro: Campus,
seem appropriate to a description of the Freu- 1978.
dian ethical thinking, especially as the French FOUCAULT, M. Hermenêutica do sujeito - Curso dado
philosopher, in the commentary on the 1984 no Collège de France (1981-1982). São Paulo: Martins
text of Immanuel Kant in response to the ques- Fontes, 2006a.
tion “What is enlightenment” binds the ethical
processes of subjectivity on the one hand, and FOUCAULT, M. História da sexualidade I - A vontade
de saber. Rio de Janeiro: Graal, 1984a.
secondly, the link between modern experien-
ce and the critical task of thought. With this, FOUCAULT, M. História da sexualidade II - O uso dos
we intend to highlight the presence in Freud’s prazeres. Rio de Janeiro: Graal, 1984b.
works of the link between the processes of sub-
jective constitution and the moral problem, FOUCAULT, M. Le souci de la verité. In: ______.
Dits et écrits IV. Paris: Gallimard, 1994b, p. 668-
which would contribute to an understanding 678.
of the subject in which it would not be referred
to a psychological dimension, marked by no- FOUCAULT, M. O poder psiquiátrico - Curso minis-
tions like the will, consciousness and percep- trado no Collège de France (1973-1974). São Paulo:
tion, but closer to what we try to describe as a Martins Fontes, 2006 b.
ethical subject, designed from the relationship FOUCAULT, M. Qu’est-ce que les lumières? In:
with the other and action upon the world. ______. Dits et écrits IV. Paris: Gallimard, 1994a. p.
562-578.
Keywords: Ethics, Moral, Psychoanalysis,
Subject, Freud. FREUD, S. Totem e tabu (1913). In: ______. Edição
standard brasileira das obras psicológicas completas de
Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1986a, v. XIII,
p. 17-192.
Referências
FREUD, S. O futuro de uma ilusão (1927). In: ______.
Edição standard brasileira das obras psicológicas com-
BERNSTEIN, R .J. Foucault: critique as a philoso- pletas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago,
phic ethos. In: KELLY, M. Critique and power: Recas- 1986b, v. XXI, p. 15-80.
ting the Foucault/Habermas debate. Cambridge: MIT
Press, 1994. FREUD, S. Novas conferências introdutórias (1932).
In: ______. Edição standard brasileira das obras psi-
BIRMAN, J. A problemática da verdade na psicanálise cológicas completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro:
e na genealogia. In: Tempo Psicanalítico, Rio de Janei- Imago, 1986c, v. XXII, p. 15-226.
ro, n. 42(1), 2010, p. 183-202.
FREUD, S. Delírios e sonhos na ‘Gradiva’ de Jensen
BIRMAN, J. Os impasses da cientificidade no dis- (1907). In: ______. Edição standard brasileira das
curso freudiano e seus destinos na psicanálise. In: obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Rio de
______. Psicanálise, ciência e cultura. Rio de Janeiro: Janeiro: Imago, 1986d, v. IX, p. 17-96.
Zahar, 1994.
FREUD, S. Um tipo especial de escolha de objeto fei-
BIRMAN, J. A psicanálise e a crítica da modernidade. ta pelos homens (1910). In: ______. Edição standard
In: Herzog, R.. (Org.). A psicanálise e o pensamento brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund
moderno. Rio de Janeiro: Contracapa, 2000. p. 159- Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1986e, v. XI, p. 149-162.
180. (1910).

46 Estudos de Psicanálise | Belo Horizonte-MG | n. 40 | p. 37–48 | Dezembro/2013


Vínculos entre modernidade, ética e subjetivação no pensamento de Freud

FREUD, S. Sobre a tendência universal à depreciação MEZAN, R. Problemas de uma história da psicanáli-
na esfera da vida erótica (1912). In: ______. Edição se. In: Birman, J. (Org.). Percursos na história da psica-
standard brasileira das obras psicológicas completas nálise. Rio de Janeiro: Taurus, 1988. p.15-41.
de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1986f, v.
XI, p. 163-178. RAJCHMAN, J. Eros e verdade. Lacan, Foucault e a
questão da ética. Rio de Janeiro: Zahar, 1993.
FREUD, S. O tabu da virgindade (1918). In: ______.
Edição standard brasileira das obras psicológicas RAWLS, J. História da filosofia moral. São Paulo: Mar-
completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, tins Fontes, 2005.
1986g, v. XI, p. 179-196.
VAHLE, M.; CUNHA, E. L. Matrizes clínicas e ética
FREUD, S. O mal-estar na civilização (1930). In: em Freud. In: Psicologia Clínica, 23(1), 2011, p. 203-
______. Edição standard brasileira das obras psico- 220.
lógicas completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro:
Imago, 1986h, v. XXI, p. 81-178.
R ecebido em : 0 9 / 0 8 / 2 0 1 3
FREUD, S. Moral sexual civilizada e doença ner-
A provado em : 2 9 / 1 0 / 2 0 1 3
vosa moderna (1908). In: ______. Edição standard
brasileira das obras psicológicas completas de Sig-
S obre O S au tor E S
mund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1986i, v. XI,
p.187-212.
Eduardo Leal Cunha
Doutor em Saúde Coletiva (IMS/UERJ)
FREUD, S. Por que a guerra (1933). In: ______. Edi-
e Professor do Núcleo de Pós-Graduação
ção standard brasileira das obras psicológicas comple-
em Psicologia Social e do Departamento
tas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1986j, v.
de Psicologia da UFS.
XXII, p. 241-244.
Joel Birman
FREUD, S. Inibições, sintomas e ansiedade (1926).
Doutor em Filosofia (USP), Professor Titular
In: ______. Edição standard brasileira das obras psi-
do Instituto de Psicologia (UFRJ)
cológicas completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro:
e Professor Adjunto do Instituto
Imago, 1986k, v. XX, p. 107-198.
de Medicina Social (UERJ).
FREUD, S. Construções em análise (1937). In:
Endereço para correspondência
______. Edição standard brasileira das obras psico-
lógicas completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro:
Eduardo Leal Cunha
Imago, 1986l, v. XXIII, p. 291-308.
Praça Camerino, 161/601
Edf. Leonardo da Vinci - São José
GIDDENS, A. Modernidade e identidade. Rio de Ja-
49015-060 - Aracaju/SE
neiro: Zahar, 2002.
E-mail: dudalealc@uol.com.br
GROS, F. Situação do curso. In: Foucault, M. A her-
menêutica do sujeito. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
p. 613-661.

HABERMAS, J. O discurso filosófico da modernidade.


São Paulo: Martins Fontes, 2000.

LACAN, J. O seminário, livro 7: A ética da psicanálise


(1959/1960). Rio de Janeiro: Zahar, 1988.

MEZAN, R. Freud, ética e cultura. In: ______. Tem-


po de muda. São Paulo: Cia das Letras, 1998. p. 211-
237.

MEZAN, R. Freud, pensador a cultura. São Paulo:


Brasiliense, 1985.

Estudos de Psicanálise | Belo Horizonte-MG | n. 40 | p. 37–48 | Dezembro/2013 47


Vínculos entre modernidade, ética e subjetivação no pensamento de Freud

48 Estudos de Psicanálise | Belo Horizonte-MG | n. 40 | p. 37–48 | Dezembro/2013

Anda mungkin juga menyukai