APRECIAÇÃO VISUAL DA PEÇA “ÉDIPO REI, O REI DOS BOBOS”, DE
DENIS CAMARGO
Universidade de Brasília Instituo de Artes Departamento de Artes Cênicas Disciplina: Encenação Teatral 1 Professora: Pedro Dutra Aluna: Pâmela Germano
Parque da cidade, estacionamento 4, noite. Os espectadores são
conduzidos até um espaço que dá a impressão de um parquinho abandonado, contudo com uma arquitetura mais característica (um muro baixo com arcos servindo portas, uma escada de cilindros, um corredor que perpassa o muro), e são recebidos por uma banda amistosa que se dispõe logo em seguida. Esse primeiro olhar: a banda (com percussão, instrumentos de corda e outros) que inicia e conversa, juntamente com a relação do espaço, que é de proximidade, instalam rapidamente uma intimidade. A música então começa, as palavras que nela se encontram discorrem sobre uma tragédia, um funesto destino, os percalços ardilosos que se revelam no encontro do indivíduo e a fatalidade. A música fala sobre Édipo Rei, grande obra de Sófocles, com seus acontecimentos macabros em uma melodia e letras brincalhonas, descompromissadas. A peça é refeita em uma estética de palhaçaria. Esta escolha, de recontar uma história que é comumente tomada como trágica e horrenda por intermédio de uma musicalidade não só popular como também travessa desloca os espectadores para uma atmosfera de imaginação e identificação, haja vista que o coloquialismo possui esse potencial. A iluminação é simples, com a penas uns três focos de luz em direção aos atores; a luz é aberta. A peça se desenrola e essa característica se mantém. Há o coro, todos palhaços, que se interpõe hora ou outra. A maquiagem e a indumentária destes foi, em alguns casos, rica de detalhes, o que fez com que eu tivesse que fazer esforço não passar o espetáculo perscrutando os mínimos de cada adereço e figurino.