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ANÁLISE E RECENSÃO CRÍTICA DO LIVRO “PREGAÇÃO BÍBLICA”

Embora seja um livro editado, pela primeira vez, na década de 80 do século passado, veio
a tornar-se um clássico na área da pregação bíblica expositiva, sendo o manual mais usado
por muitos pregadores. O livro que li é a 2ª edição, revista, editado pela Editora Shedd,
de Santo Amaro, São Paulo, Brasil, datado de 2015. Tem o título Pregação Bíblica e o
subtítulo O desenvolvimento e a entrega de sermões expositivos.
Sobre o Autor: serve na Universidade de Illinois, onde fez o seu Ph.D. e é atualmente o
responsável pela cadeira Harold John Ockenga e ensina igualmente no Seminário
Teológico Gordon Conwell. Parece nunca ter sido pastor titular de uma igreja, pois os
seus cargos sempre foram académicos, tendo servido a organização paraeclesiástica
Youth for Christ, em Dallas por três anos, e ter sido Pastor auxiliar na igreja Baptista de
Medford, no Oregon, por dois anos.
Este livro é um clássico na área de Homilética e dos mais traduzidos em várias línguas,
pessoalmente tive de o estudar em três continentes (África, América Latina e Europa),
sempre fazendo sempre parte das leituras obrigatórias, tanto nos meus estudos, como nas
dos meus alunos.
Considero que uma análise crítica sobre esta obra será sempre algo resumido pois, sendo
um livro no estilo de um “manual” não há muito a dizer criticamente.
Se quisesse resumir o livro de Haddon, usando um frase sua escolheria esta: “a pregação,
usando toda a mensagem da bíblia, numa boa comunicação, é o modo relevante para ela
ser significativa para uma audiência contemporânea específica”. Considera Haddon que
só assim há autoridade na entrega de um sermão. Mas, naturalmente, há mais do que isto
e, o que há, é mais na esfera técnica com uma ou outra incursão em apontamentos
teológicos e sobre a atitude do pastor na preparação e entrega de um sermão..
O autor segue uma linha simples, bem marcada, e que é determinada por uma palavra-
chave: A Grande Ideia. O seu desenvolvimento gira à volta deste conceito que é central
na filosofia e no processo da pregação. Depois apresenta os 7 passos que vão do
compreender o texto à definição da ideia exegética, levando à composição da ideia
homilética, de forma clara, e às coisas mais práticas da composição e apresentação de um
sermão. Seria, de forma bem resumida, o que o autor se propôs desenvolver neste livro.

ANÁLISE DO LIVRO
Na sua 2ª edição revisada Haddon afirma que passa para o leitor, num método de estudo
histórico, gramatical e literário da passagem, no seu contexto original, o que de mais
relevante há na preparação de um sermão e alia na isto o trabalho que o Espírito Santo
aplica à personalidade e experiência do pregador., para tanto os que estão a aprender a
pregar, quanto aos que já pregam com muita experiência e necessitam de rever ou
relembrar o básico para a pregação (14). O que ele propõe neste método é como se
desenvolve e se entrega mensagens bíblicas expositivas.
Desenvolve, nesta orientação a seguinte linha: selecionar a passagem – estudar a passagem
– descobrir a ideia exegética – estudo e análise da ideia exegética – definir a ideia
homilética – propósito do sermão – desenvolvimento e aplicação do propósito – esboço do
sermão – por carne no esqueleto – escrever a conclusão e a introdução.
A sua escrita é clara, definida e vai ao ponto que interessa. É leitura simples, corrida.

Breve resumo e linha de desenvolvimento do seu argumento


Capítulo 1 onde lamenta o facto de a pregação expositiva estar em desuso e não ser
levada mais a sério no meio evangélico (ironicamente chama de mercado deprimido),
delineando depois a necessidade que as igrejas têm em ouvir sermões bíblicos,
apresentados de forma expositiva.

Capítulo 2 inicia com sua proposta maior a “Grande Ideia” a qual o estudante ou
pregador terá de escavá-la, sendo a ideia-chave o mais importante. Ele define “ideia”
como aquilo que nos capacitará para ver o que antes estava obscurecido. (39)
Acrescenta que uma ideia se inicia na mente quando o que estava separado se agrega de
modo a formar uma unidade, a qual ou não existia antes, ou não era ainda reconhecida
(39).

Capítulo 3 propõe três estágios para a preparação do sermão expositivo: 1) Escolher a


passagem a ser pregada; 2) estudar a passagem e juntar anotações e 3) Juntar e
relacionar as partes, umas com as outras, de modo que se consiga determinar a ideia
exegética e seu desenvolvimento (66).

Capítulo 4 traz as informações e o encaminhamento necessário a dar-se, desde o estudo


do texto à formação do sermão, o que inclui a análise à ideia exegética (75).

Capítulo 5 são desenvolvidos os estágios 5 e 6, numa comparação a uma seta e seu


alvo, ele dá os passos e indicações para a formação da ideia homilética e afirma,
encorajando os pregadores, que a sua ideia exegética deverá ser apresentada numa frase
que seja o mais “exata e memorável possível”. (103). Nesta parte também deve ser
definido o propósito do sermão o qual, se distingue da ideia do sermão, do mesmo modo
que uma “seta se distingue do alvo, como viajar se distingue de um mapa, ou uma torta
se distingue da leitura da receita” (107).

Capítulo 6 Lida com os formatos que um sermão pode ter onde auxilia o leitor a ter
melhor decisão em alcançar o propósito do sermão, bem como a delineação ou estrutura
do sermão (estágios 7 e 8).

Capítulo 7 explica como se “enche” o esqueleto do sermão, como se põe carne nos
ossos, diria eu, já que ele se refere a isso como “tornar vivos os ossos secos” (139)

Capítulo 8 apresenta como se deve trabalhar a introdução e a conclusão de um sermão


onde à partida ironiza o começar-se com uma “banda/fanfarra” e desistir depois sem
ruído algum.
Capítulo 9 discute ou racionaliza a eterna questão entre “o Espírito ser o condutor
(dom), ou a pessoa ser técnica. e argumenta que “temos de usar palavras”, seja em que
caso for, por isso há que ter em conta o que é melhor “usar bem essas palavras” ou
então fazê-lo de um modo pobre (184). Ajuda-nos a pensar como melhor fazer as
transições, usar pensamentos claros, ou desenvolver um estilo pessoal que seja
significativo, bem como o melhor modo de se usar metáforas.

Termina o livro no Capítulo 10 onde aborda a questão de como pregar de modo a que
as pessoas ouçam e que há vida no sermão quando é pregado, mas se o for de forma
inepta, o que se entrega é um aborto, (201).

Análise Crítica
A sua ideia, à partida, é de que a pregação expositiva é “a comunicação de um conceito
bíblico”, parece-me ser o tom principal à volta do qual todo o livro é montado.
Infelizmente a versão em português do Brasil traduz esta frase como “os sermões
precisam de tratar de ideias”, sendo uma tradução infeliz que não dá um entendimento
claro do que pretende ao leitor. Aliás a tradução no português brasileiro está por demais
pobre.
Para ele a pregação tem uma aproximação técnica, bem delineada e quase mecânica. É
claro, é um Manual que escreve, mas ainda que eu entenda este lado ser importante,
vital diria, noto que ele foca este lado algo exageradamente. Falta no seu livro o lado
mais de envolvimento espiritual, numa preparação além da parte académica, num
aprofundar inclusive teológico (no que ele é falho), bem como parece esquecer que toda
a pregação deve ser cristocêntrica. Para isto precisaremos de outros autores. No prefácio
da segunda edição ele acrescenta, depois de 20 anos da primeira edição, a seguinte frase
que é a marca do que aqui digo “As ocasiões sofridas acrescentaram um tom novo em
minha pregação – uma compaixão para com os pecadores e uma apreciação muito
grande pela graça de Deus. Infelizmente não tenho como colocar isso neste livro”,
reconhecendo, portanto, este desequilíbrio, mas não podendo, ou não querendo alterar o
que havia apresentado.
Parece-me que o autor escreve estes princípios de modo algo humoristicamente (para ter
a certeza precisaria de ler a versão no original, em inglês), mas sendo conciso e claro,
muitas vezes de forma pragmática. seja na apresentação da linha de desenvolvimento
que propõe para a preparação de um sermão, seja na entrega na forma de pregação. Não
há, no entanto, no livro uma defesa teológica e bíblica para que se pregue
expositivamente e que esta seja a forma de maior autoridade, afirma-o, mas não coloca
base bíblica. Mesmo no seu argumento “a favor da pregação expositiva”, não expõe
com clareza e profundidade as razões ou bases bíblicas e teológicas, dando solidez ao
seu argumento, pois o que faz é mais no sentido de argumentar em favor de uma
mudança no tipo de sermões que estavam mais em prática na sua época, o que ele
chama de “mercado em baixa (ou deprimido)” (17). O mais que faz neste sentido daqui
até à página 21 o autor, após várias críticas ao cenário que o rodeia, vai tecendo várias
considerações, em parte pautado em textos bíblicos, em parte em sua argumentação
crítica, ele define o que é Pregação Expositiva e como a tem por autêntica, dizendo que:
“A pregação expositiva é a comunicação de um conceito bíblico, derivado de, e transmitido
através de um estudo histórico, gramatical e literário de uma passagem em seu contexto, que o
Espírito Santo primeiramente aplica à personalidade e experiência do pregador, e depois,
através dele, a seus ouvintes” (22).
Um outro argumento seu, importante, é que “se Deus falou através da Bíblia, você deve
pregar a Bíblia” e amarra a “autoridade” numa pregação ao facto de a mensagem ter de
ser bíblico-expositiva para que haja a força de autoridade divina. (20). E faz o seguinte
resumo do que considera importante: 1) Primeiro, e acima de tudo, o pensamento do escritor
bíblico determina a substância de um sermão expositivo; depois que 2) A pregação expositiva é,
no seu âmago, mais uma filosofia do que um método (com o que não concordo em termos
absolutos, mas não sei qual o seu conceito de filosofia) (22); 3) reexaminar nossas convicções
doutrinárias, abandonando-as para primeiro “ouvir” o texto. (23).

Ainda que eu entenda a ideia de ser mais “filosofia” do que método, não concordo
inteiramente com esta expressão, pois acho que se trata mais de “atitude”. Isto é tenho
de ter a atitude, firmada e fechada, de que a Bíblia é o lastro de autoridade na pregação e
de que, por isso tenho que pregar/expor a Bíblia. Mesmo o livro não sendo uma defesa
da pregação bíblica expositiva (é mais um manual), o autor deveria ter colocado mais
matéria sobre as razões ou bases bíblicas para que a pregação seja expositiva-

Pontos fracos

Considero como áreas mais fracas a falta de desenvolvimento de questões da entrega do


sermão (ato de pregar) e em não se preocupar muito com definições do foro teológico ou
doutrinário, contrariamente a Chapell, por isso a necessidade de se ter de usar outros
livros que complementem esta obra.
Nestes pontos fracos o maior terá a ver com a falta de foco na “centralidade de Cristo”
ou de como Cristo deva sempre ser trazido â exposição, e, em vez de desenvolver ou
responder, cita referências ao leitor e encaminha-o para ir buscar essa informação
algures. Falta, portanto, um encaminhamento do leitor a que deva sempre procurar
trazer Cristo a cada mensagem (como faz Chapell e outros autores). No entanto, como
benefício de dúvida, não posso ter certeza plena, nem posso analisar de concreto se
descurou ou não esta área, pois desconheço as versões anteriores de sua obra e, se
posteriormente escreveu algo justificando estas ausências. Por aquilo que li. numa
badana da última edição em português, houve várias edições com correções e algumas
mudanças, mas na edição em português nada se nota. Talvez, não o fez devido ao seu
método hermenêutico que em muitos casos limitam certos desenvolvimentos e limitam
a abrangência do que se deve apresentar como necessário.

Parece que entre as primeiras edições e a revisada ele muda o modo como fala das
mulheres, dons e pregação, corrigindo na versão última essa postura. Afirmando que
Deus não distribui dons por tipo de género humano.

Pontos fortes

Deve-se ter uma atitude “pastoral” na pregação (assim a considero, mas também na preparação),
que ele desenvolve através do livro, permeando muito de suas ideias, atitude esta que deve
permear todo o processo de preparação de sermões até à sua exposição. O pastor deve ser ou
deve se preocupar em ser um orador profissional, com boas capacidades histriónicas e perfeito
na sua argumentação e entrega do sermão. Diz ele que “somos chamados” a pregar a Palavra de
Deus. Ponto final. Pregar a um povo que é bombardeado com uma comunicação virtual extensa,
via TV, rádio, jornais, média em geral de representação variada e, na versão revisada no
prefácio já coloca os computadores e a comunicação por internet, onde afirma que estes meios
“influenciaram o modo como aprendemos e pensamos” e que “a pregação narrativa tornou-se
uma moda que reflete melhor a realidade que estes meios modernos representam na mente das
pessoas”, principalmente com o uso maior de imagens muito mais do que as gerações
anteriores faziam. Mesmo assim não descura o valor que a cultura do séc. 21, onde a
necessidade da pregação expositiva prevalece como vital e, nessa atitude pastoral, há que ter em
consideração o “relacionarmo-nos com a dor, o choro, os medos dos nossos rebanhos”, isto é,
como pregador, necessito de não só me identificar com as necessidades do meu povo, mas ser
empático e ministrar também do púlpito às questões externas a que as nossas ovelhas são
expostas nestes tempos que vivemos.
Outro aspeto interessante é a abordagem que ele faz ao ouvinte, o qual tem também um papel
nisto e que tem igualmente um compromisso com a pregação. Diz ele, depois de afirmar que a
técnica hábil de um pregador ou o tempo que levou a preparar o seu sermão, “são precisos dois
para se falar a verdade – um que fala, outro que escuta…”. Nisto ele considera que a maioria
dos ouvintes sentados nos bancos tem sempre a pergunta “e agora? Para que serve isto?”, sendo
este mesmo pensamento que deve nortear o pregador no seu estudo, tendo de ter em conta o
significado que teria para o autor original, no seu contexto. Terá depois de lutar com o texto
para trazer aos ouvintes a intenção de Deus para que esta palavra fosse ouvida.
No capítulo 9 ele salienta a necessidade de se escrever à mão (manuscrito) todo o sermão, pois a
escrita clareia o pensamento e permite uma análise cuidada do que se preparou ou está a
preparar. Nos nossos dias não será tento assim, pois as novas gerações usam seus PCs, portáteis
e tabletes digitais e já ultrapassaram a necessidade de escreverem à mão, mas no meu caso ainda
que use muito o PC, faço toda a pesquisa e estudo à volta de um sermão escrevendo à mão, e
fazendo-o em muitas e muitas páginas. Mas sou da época do Haddon. Não uso essas folhas no
púlpito, mas ainda tenho esse hábito de tudo escrever à mão.
Também para uma clareza na linguagem a passar aos ouvintes ele aconselha: 1) presta atenção
ao modo como tu usas a tua linguagem; 2) nota como outros usam a linguagem e 3) lê alto o que
escreveste. Menciona ainda o controlo de maneirismos e gestos, falando sobre como um
pregador deve se apresentar em termos de postura e estilo.
Numa crítica que li na internet sobre este livro o autor menciona o humor que Haddon insere no
seu escrito, mas acho que na versão na língua portugueses muito desse humor passa
desapercebido. Terei que encontrar um exemplar em inglês para verificar isso.

Conclusão
Na minha opinião a maior virtude deste livro de Haddon Robinson é o modo fluente e fácil de
seguir, inclusive com algum interesse, no estudo ou leitura mais cuidada de um tema que é
“seco” e aparentemente aborrecido, o de seguir parâmetros, normas, regras, procedimentos, etc.,
como qualquer manual faz. Consegue-se ler de uma maneira razoavelmente fácil. Já Chapell
para mim foi mais difícil de ler, mas é bem provável que esta tradução contenha muitas frases
mal construídas, pois, para mim, estava sempre a criticar a construção de muitas dessas frases,
tanto na forma como nos termos usados, para não falar na concordância entre os vernos usados..
Muitas das traduções feitas no Brasil, trazem incorreções deste tipo.
É, portanto, um livro que serve tanto ao pregador neófito quando ao experiente, pois sempre
precisará de rever as raízes e o básico de como se prepara e expõe um sermão.
Eduardo Teófilo F. de Melo - em 29/10/2018
Master’s of Theological Studies do Seminário Teológico Baptista de Portugal-

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