Relatório de Bioquímica
PROTEÍNAS:
REAÇÕES DE COLORAÇÃO E PRECIPITAÇÃO
Introdução ..............................................................................................................................3
Objetivos .................................................................................................................................6
Conclusão ..............................................................................................................................10
Bibliografia ..........................................................................................................................11
1. INTRODUÇÃO
As proteínas são as moléculas orgânicas mais abundantes e importantes nas células e perfazem
50% ou mais de seu peso seco. São encontradas em todas as partes de todas as células, uma vez que
são fundamentais sob todos os aspectos da estrutura e função celulares. Existem muitas espécies
diferentes de proteínas, cada uma especializada para uma função biológica diversa.
Além disso, a maior parte da informação genética é expressa pelas proteínas.
Pertencem à classe dos peptídeos, pois são formadas por aminoácidos ligados entre si por
ligações peptídicas. Uma ligação peptídica é a união do grupo amino (-NH2 ) de um aminoácido com
o grupo carboxila (-COOH) de outro aminoácido, através da formação de uma amida.
São os constituintes básicos da vida: tanto que seu nome deriva da palavra grega "proteios",
que significa "em primeiro lugar". Nos animais, as proteínas correspondem a cerca de 80% do peso
dos músculos desidratados, cerca de 70% da pele e 90% do sangue seco. Mesmo nos vegetais as
proteínas estão presentes.
A importância das proteínas, entretanto, está relacionada com suas funções no organismo, e
não com sua quantidade. Todas as enzimas conhecidas, por exemplo, são proteínas; muitas vezes, as
enzimas existem em porções muito pequenas. Mesmo assim, estas substâncias catalisam todas as
reações metabólicas e capacitam aos organismos a construção de outras moléculas - proteínas, ácidos
nucléicos, carboidratos e lipídios - que são necessárias para a vida.
O estudo de aspectos importantes da bioquímica nos leva, invariavelmente, ao estudo de
proteínas. Portanto, torna-se importante a existência de métodos adequados de purificação e
quantificação destes compostos. A purificação e caracterização de uma proteína baseiam-se em suas
características físico-químicas.
2. OBJETIVOS
Reação do biureto
Foram numerados três tubos de ensaio, sendo que no primeiro colocou-se 1ml de solução de
proteínas, 5 gotas de NaOH, 2,5M e 3 gotas de sulfato de cobre 1%. Enquanto que no segundo
acrescentou-se 1ml de solução de glicina com 5 gotas de NaOH 2,5M e 3 gotas de sulfato de cobre
1%. Já no terceiro tubo, misturou-se água destilada com 5 gotas de NaOH 2,5M e 3 gotas de sulfato
de cobre 1%. Em todos os tubos foi observada a mudança de coloração das soluções.
Colocou-se 2ml de solução de proteínas em um tubo de ensaio que foi aquecido diretamente
na chama.
“Salting – in”
Colocou-se 3mL de clara de ovo juntamente com 2mL de água destilada em um béquer
pequeno. Tal solução foi agitada com um bastão de vidro até o aparecimento de um precipitado. Em
seguida, adicionou – se solução de cloreto de sódio até redissolução do precipitado.
“Salting – out”
Com o auxílio de uma pipeta adicionou-se 2mL da solução anterior (“salting – in”) em um
tubo de ensaio. Posteriormente, acrescentou-se 2mL de solução saturada de sulfato de amônio até a
percepção de um precipitado de proteínas. Então, juntou-se 4 a 6mL de água destilada, seguido por
agitação até a dissolução do precipitado.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Reação da ninhidrina
Tendo em vista que tanto a glicina quanto a proteína foram utilizadas com o mesmo volume,
a diferença na intensidade da coloração de ambas as amostras se deve a maior superfície de contato
do aminoácido (glicina) que contém uma maior quantidade de grupamentos amina disponíveis para
reação. Porém, isso não ocorre com a proteína em função da presença de ligações peptídicas entre
seus aminoácidos, diminuindo assim, sua superfície de contato.
Reação do biureto
Todos os tubos tiveram sua coloração inicial alterada após a adição de sulfato de cobre
(CuSO4). O primeiro tubo adquiriu coloração púrpura; o segundo, azul claro e o terceiro adquiriu um
Uma vez que a reação do biureto é caracterizada por identificar a presença de proteínas e
peptídeos com três ou mais resíduos de aminoácidos, no qual uma substância adicionada, o sulfato de
cobre, interage com as ligações peptídicas, pode-se concluir que a primeira amostra adquire coloração
púrpura, devido a presença de proteínas. Já a segunda amostra, por conter somente aminoácidos, não
adquire coloração roxa, indicando assim a ausência de ligações peptídicas nessa a qual apresenta
coloração azulada semelhante à terceira amostra que continha água destilada.
Colocou-se 2ml de solução de proteínas em um tubo de ensaio que foi aquecido diretamente
na chama.
Nesse experimento, a formação do coágulo branco ocorre graças ao calor que, ao provocar a agitação
térmica da molécula proteica, rompe as interações entre os átomos, afetando sua estrutura
tridimensional e consequentemente, diminui a solubilidade da proteína.
Nesse experimento, o sal serve como ‘ponte’/interage entre a proteína e o meio, auxiliando
assim, as interações proteína-água. O fato de se adicionar ácido tricloroacético solução de proteínas,
reduz o ph do meio, tornando positiva a carga da proteína, o que contribui para a formação de um
complexo insolúvel – o tricloroacetato de proteína. Além disso, vale ressaltar que o sal atua como
uma ponte entre a proteína e o meio. Adicionando-se o ácido, diminui a concentração de sal e a
interação proteína-água.
Este experimento não foi realizado no laboratório devido à alta toxicidade do reagente
(chumbo), apresentamos apenas uma explicação para o que deveria ocorrer no experimento.
O acetato de chumbo, na solução proteica, dissocia-se, liberando seus cátions e torna o meio
alcalino. Essa característica do meio (pH situado no lado alcalino do ponto isoelétrico das proteínas),
é favorável à combinação de algumas proteínas com os cátions do sal, formando proteinatos
insolúveis.
“Salting – in”: Após agitação da solução de água destilada e clara de ovo, formou-
se um precipitado (globulinas) semelhantes a pontos brancos na solução. Com a adição
de 30 gotas de solução de cloreto de sódio, houve a redissoluçao desse precipitado.
5. CONCLUSÃO
As reações de coloração e precipitação (com ou sem desnaturação) de proteínas
permitem a caracterização dessas pela análise de suas propriedades químicas e físicas,
entre elas, a presença de ligações peptídicas, estrutura molecular, solubilidade, força
iônica e concentração molar. A detecção de proteínas em materiais biológicos envolve
reações especificas com determinados reativos, os quais originam substâncias coloridas
que absorvem luz na região visível, permitindo a sua quantificação.
No entanto, as reações de coloração não alteram a estrutura tridimensional da proteína,
ao contrário das reações de precipitação que podem alterar as estruturas quaternárias,
terciárias e secundárias das proteínas como as reações por ação térmica, presença de
alcalóides, sais de metais pesados e solventes orgânicos. Já as reações denominadas
“Salting-in” e “Salting-out” precipitam o material sem a desnaturação.
Apesar de alguns erros grosseiros quanto à manipulação dos aparelhos, todos os
resultados atingiram as características pré-estabelecidas pelos conceitos teóricos.
6. BIBLIOGRAFIA
Fuly, André Lopes. Roteiros de Aulas Práticas. Universidade Federal Fluminense.
Rio de Janeiro, 2007.