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A reforma trabalhista já está em vigor e os nossos artigos sobre ele continuam....Este artigo vamos estudar
sobre:
Litigância de má-fé;
Prazos processuais;
Petição Inicial e Contestação;
Audiência;
Incompetência territorial.
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mudanças sobre a reforma trabalhista sintetizadas...
LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ
A reforma trabalhista trouxe a seção IV-A tratando da responsabilidade por dano processual (o que o NCPC
também fez). Assim, reclamante, reclamado e interveniente poderão responder por perdas e danos na
litigância de má-fé.
Art. 793-A. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como reclamante,
reclamado ou interveniente.
O rol das hipóteses em que ficará caracterizada a litigância de má-fé relaciona-se com aquele do art. 77 do
NCPC que traz os deveres das partes:
A condenação será de ofício ou a pedido, em valor SUPERIOR a 1% e INFERIOR a 10% (cuidado! Não é de
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1% nem de 10%) sobre o valor da causa corrigido. O litigante de má-fé ainda arcará com outras despesas e
honorários advocatícios. O valor será, obviamente, direcionado a parte prejudicada.
Art. 793-C. De ofício ou a requerimento, o juízo condenará o litigante de má-fé a pagar multa,
que deverá ser superior a 1% (um por cento) e inferior a 10% (dez por cento) do valor corrigido
da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os
honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.
§ 1o Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juízo condenará cada um na proporção
de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a
parte contrária.
§ 2o Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até
duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
§ 3o O valor da indenização será fixado pelo juízo ou, caso não seja possível mensurá-lo,
liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos.’
Conforme disciplina o § 1°, em caso de dois ou mais litigantes de má-fé a responsabilidade será proporcional
ao respectivo interesse ou solidária quando por coligação. Sendo o valor irrisório (lá vem ele de novo!), o
valor será fixado em até 2x o TETO do INSS .
Por fim, o valor de indenização (além da multa 1% >10%), não sendo possível mensurá-lo, será liquidado por
arbitramento ou procedimento comum, nos próprios autos.
Agora a novidade TOP da reforma: a aplicação da multa por litigância de má-fé poderá ser aplicada também a
TESTEMUNHA que intencionalmente alterar a verdade dos fatos ou omitir os fatos essenciais ao julgamento da
causa (art. 793-D da CLT). A execução da multa será nos próprios autos (§ único).
Atualizando Doutrina....
LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ
Reclamante, reclamado, interveniente respondem por perdas e danos por litigância de má-fé;
Na indenização se inclui: multa e indenização pelas despesas, incluído honorários advocatícios;
A multa será SUPERIOR a 1% e INFERIOR a 10%;
Aplicação poderá se dar de ofício ou a requerimento;
Quando irrisória ou inestimável, poderá ser fixada até o dobro do TETO do INSS.
A multa poderá ser aplicada a testemunha que dolosamente omite ou altera a verdade.
A apuração da multa e da indenização será feita nos mesmos autos.
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PRAZOS PROCESSUAIS
Os prazos processuais sofreram poucas, mas importantes alterações. A primeira delas é prever que os prazos
se contam apenas em dias úteis.
Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão do
dia do começo e inclusão do dia do vencimento.
O § 1° ratifica a redação anterior do caput para prever a prorrogação do prazo quando o juiz entender
necessário ou por força maior.
§ 1 o Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas seguintes
hipóteses:
A reforma trabalhista ainda previu a dilação de prazos processuais bem como alteração das ordens dos meios
de prova para que seja conferida maior efetividade a tutela do direito.
§ 2 o Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de
prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela
do direito.
Pois bem, ao contrário do NCPC que é expresso em sinalizar que a contagem em dias úteis limita-se aos
prazos processuais, a reforma trabalhista não o faz, sendo bastante genérico. A Lei 13.467/17 também não
esclarece o que seja dia útil, o que pode ser suprido pelo NCPC como fonte subsidiária.
Sabe-se que o art. 840 da CLT era bastante simplista quanto aos requisitos da petição inicial, então, era comum
o uso do CPC para suprir eventuais lacunas. Pois bem, o caput não foi alterado, assim, a petição poderá ser
escrita ou verbal.
A alteração vem no § 1° e bem sutil, porém, importantíssima. É que além da designação do juízo, qualificação
das partes, breve exposição dos fatos, data e assinatura, já previstos, a reforma acrescentou que o pedido
deverá ser certo E determinado, além da indicação do valor.
Art, 840
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§ 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das
partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo,
determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu
representante.
Para as próximas provas, tome cuidado com o rito sumaríssimo. Neste, o pedido é certo OU determinado. No
ordinário, o pedido é certo E determinado, além da indicação dos valores. A não observância acarretará a
extinção sem resolução de mérito.
§ 2 o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias datadas e assinadas pelo
escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no § 1o deste artigo.
§ 3 o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1 o deste artigo serão julgados extintos sem
resolução do mérito
A contestação, por sua vez, poderá ser apresentada escrita – por meio eletrônico – até a audiência, segundo o
único do art. 847 da CLT. Ressalta-se uma vez apresentada, ainda que eletronicamente, não poderá o
reclamante, sem o consentimento do reclamado, desistir da ação (art. 841, § 3° da CLT).
A petição inicial deverá apresentar pedido certo, determinado e com o respectivo valor.
A inobservância do pedido acarretará extinção sem resolução de mérito.
A contestação poderá ser apresentada eletronicamente até a audiência.
Contestada a ação, não poderá o reclamante desistir sem o consentimento do reclamado.
AUDIÊNCIA
Muitas alterações que ocasionarão o cancelamento ou alteração de Súmula do TST. Uma delas é a Súmula
122, a qual dispõe que ausente o reclamado ou preposto na audiência inaugural, ainda que presente o
advogado, a defesa não será aceita. A inclusão do § 5° no art. 844 passa a aceitar a contestação e os
documentos.
Art. 844. § 5o Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão
aceitos a contestação e os documentos eventualmente apresentados.
A alteração no § único (antigo) é apenas para possibilitar a inclusão dos demais, já que continua a prever que
por motivo relevante poderá o juiz suspender o julgamento, a designar nova audiência.
A inclusão do § 2° vem trazer a condenação do reclamante pelo arquivamento diante de sua ausência na
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audiência inaugural, ainda que beneficiário da justiça gratuita. A condenação das custas poderá ser afastada se
o reclamante provar, em quinze dias, motivo LEGAL justificável. Nova demanda está condicionada ao
pagamento das custas.
As novidades na CLT, mas não para os concurseiros, refere-se à inclusão do § 4° que trata da revelia, já tratada
pelo NCPC:
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à
prova do ato;
Por fim, o Legislador deixou expresso que o preposto não precisa ser empregado da parte interessada (§ 3° art.
843), indo de encontro ao previsto na S. 377 que exigia tal condição, ressalvado empregador doméstico, micro e
pequeno empreendedor.
§ 3o O preposto a que se refere o § 1 o deste artigo não precisa ser empregado da parte
reclamada.” (
AUDIÊNCIA
INCOMPETÊNCIA TERRITORIAL
Sabe-se que a competência para conhecer a reclamação – regra geral – é do local da prestação de serviços.
Sabe-se também, que a incompetência territorial é relativa e, por isso, deve ser alegada pela parte, sob pena de
prorrogação da competência.
Pois bem, a reforma trabalhista trouxe procedimento que facilita referida alegação de incompetência. Lembre-
se de que o reclamado ao ser citado também já é intimado da data da audiência inaugural, ocasião em que
apresenta a contestação e a exceção de incompetência (como preliminar).
Com a reforma a apresentação da alegação de incompetência relativa será feita por petição no prazo de cinco
dias a contar da notificação, antes da audiência.
Art. 800. Apresentada exceção de incompetência territorial no prazo de cinco dias a contar da
notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta exceção, seguir-se-á o
procedimento estabelecido neste artigo.
Uma vez protocolada a petição (que poderá ou não já apresentar a contestação), o processo será suspenso
para que o juiz decida sobre a exceção. O reclamante será intimado bem como eventuais litisconsortes para
manifestação em cinco dias.
Para decidir a exceção apresentada, o juiz poderá ouvir testemunhas, dando ao excipiente e suas testemunhas
o direito de serem ouvidos, por carta precatória, no juízo indicado como o competente. Decidida a exceção, o
processo retoma seu curso, com a designação da audiência para que o reclamado apresente a contestação e
seja providenciada a instrução processual perante o juízo competente.
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INCOMPETÊNCIA TERRITORIAL
A exceção de incompetência será apresentada por petição após cinco dias da notificação e antes
da audiência.
Protocolada, o processo será suspenso e a audiência inaugural desmarcada.
O reclamante e litisconsortes serão intimados para manifestarem-se em cinco dias (comum).
Poderá haver prova oral, sendo que excipiente e suas testemunhas serão ouvidas por carta
precatória.
Decidida a exceção, será marcada a audiência inaugural para apresentação de defesa e instrução
processual no juízo competente.
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