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ARTIGO

O ESTÁGIO SUPERVISIONADO E SUA IMPORTÂNCIA PARA A FORMAÇÃO


PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL

RESUMO

Este artigo visa trazer uma reflexão crítica sobre os novos desafios impostos à
profissãodo Serviço Social com um propósito de objetivar uma prática consciente e
eficiente, que proporcionará uma formação qualificada. Neste seguimento será feito um
estudo acerca da supervisão acadêmicade estágio, e sua real contribuição para a formação
profissional do estagiário e a necessidade dainterlocução entre os três sujeitos envolvidos
neste processo: aluno/estagiário – supervisor decampo – supervisor acadêmico. Este
estudo é de caráter bibliográfico, sendo realizado a partir de consultas a autores que
abordam essa temática e experiência de campo no período compreendido entre
2015/2016.

Palavras-chave: Serviço Social; Formação Profissional; Estágio supervisionado; SupervisãoAcadêmica.

SUMMARY

This article aims to bring a critical reflection on the new challenges to the profession of
social work with a purpose to objectify a conscious and efficient practice, which will
provide a qualified training. In this follow-up will be a study on the academic
supervision, and their actual contribution to the training of the trainee and the need for
dialogue between the three subjects involved in this process: student / trainee - field
supervisor - academic supervisor. This study is a bibliographical character, being held
from consultations authors who address this subject and field experience in the period
2015/2016.

Keywords: Social Work; Professional qualification; Supervised internship; Academic


supervision.

I – INTRODUÇÃO

O presente artigo discute o tema estágio supervisionado na formação profissional do/a Assistente
Social, entendendo que o Estágio é um dos principais elementos da formação profissional do discente e
futuro profissional, nem sempre tratado com a devida importância pelos profissionais em questão.
Entendendo que a concepção e participação que o/a estudante vivencia através da dimensão investigativa e
interventiva da profissão quando realiza essa atividade, evidenciando a importância da supervisão de campo
e acadêmica nesse processo para assim levar a reflexão, análise crítica das condições objetivas e subjetivas
que permeiam o trabalho profissional.
Este trabalho está fundamentado nos históricos da profissão do Serviço Social enfatizando o
processo de formação profissional na contemporaneidade, para tanto devemos conhecer as leis, resoluções
entre outros que regem a profissão do Serviço Social e o estágio supervisionado e tem como referência a Lei
8.662/1993, que regulamenta a profissão; o Código de Ética Profissional de 1993, com seus onze princípios
que indicam o rumo ético-político a serem seguidos pela categoria profissional, assim como os
conhecimentos a serem buscados; a Resolução CFESS/CRESS nº 533/2008, que regulamenta a Supervisão
Direta de Estágio em Serviço Social e a PNE – Política Nacional de Estágio instituída pela ABEPSS no ano
de 2010.Para o alcance do objetivo desse artigo, utilizou-se a pesquisa bibliográfica e de estágio
supervisionado.
O profissional de Serviço Social tem sua gênese profissional a atuação direta com a realidade da
sociedade capitalista contemporânea, visando atender as demandas que são resultadas das expressões da
questão social que surge na vida do trabalhador assalariado, então estes profissionais irão procurar atenuar as
desigualdades sociais em busca do bem comum aos cidadãos, conforme está previsto nos Princípios
Fundamentais do Código de Ética do/a Assistente Social - CFESS :

V. Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e
serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática.

X. Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelectual, na
perspectiva da competência profissional; (CFESS, 2012, págs. 23-24).

O Profissional tem como formação um conjunto de experiências que incluem a transmissão de


conhecimentos pela Universidade e a possibilidade de oferecer ao/a aluno/a um campo de estágio
supervisionado, quando então estes estagiários/as poderão ter contato direto coma vivência profissional em
campo e aos questionamentos de seus conhecimentos, habilidades, valores, pesquisas, debates,etc., e que
venha levá-los/as a elaboração de críticas criativas na área profissional, que é essencial para a formação do
aluno/a de Serviço Social. Desta forma e concedido à Supervisão de campo um caráter dinâmico e criativo,
que virá a possibilitar elaboração de novos conhecimentos conforme Buriolla:

Eles devem se dar no decorrer da formação profissional do aluno e de forma integrada ao conteúdo
programático do curso, onde a aprendizagem que propicia deve ser resultante da vivência cumulativa e
refletida da prática, levando a recriá-la, a dar continuidade ao desenvolvimento da profissão, atendendo às
necessidades de hoje. (BURIOLLA, 2003, p. 16).

Ao contemplar a realidade contemporânea pode-se ver que o estágio supervisionado é o foco de uma
prática profissional de qualidade e que se faz necessário a uma formação profissional, e para se alcançar essa
práxis é preciso ter uma aproximação com as demandas que surgem no cotidiano da vida do trabalhador
assalariado, sendo assim contempla-se a importância do estagio supervisionado em instituições como CEAM
– Centro Especializado no Atendimento a Mulher, que abrem campo para a atuação do profissional de
serviço social através de uma ação interdisciplinar com outras categorias (psicologia e direito), visando
acolher, atender, apoiar e orientar o usuário.Este serviço tem como objetivo o atendimento às mulheres em
situação de violência intrafamiliar do Município de Cabo Frio e Região dos Lagos (Arraial do Cabo,
Casimiro de Abreu, São Pedro d’Aldeia, Iguaba e Saquarema) para apoio, informação e orientação nas áreas
psicossocial e jurídica.
O objetivo central do CEAM é prestar atendimento psicossocial e jurídico a mulheres em situação de
violência e discriminação de gênero, criando ações junto às mulheres para a superação da situação de
violência vivenciada e o resgate de seus direitos de cidadania,fomentando a discussão sobre as relações de
gênero e a questão da violência doméstica contra a mulher.
Este equipamento se caracteriza como núcleo de estágio privilegiado para a formação profissional de
novas gerações de assistentes sociais, através de pesquisas e produções acadêmicas, devido a primordial
importância do estágio para a formação do/a assistente social, de forma a contemplar a capacidade que as
experiências práticas vividas em campo, têm a acrescentar na estrutura do conhecimento teórico do/a
acadêmico/a.
Vemos então que as atribuições profissionais são apresentadas através da concepção e participação
que o estudante vivencia na dimensão investigativa e interventiva da profissão quando realiza a atividade do
estágio, evidenciando a importância da supervisão de campo e acadêmica nesse processo, para assim levar a
reflexão, e análise crítica das condições objetivas e subjetivas que estão presentes no trabalho profissional,
para tanto iniciamos este estudo a partir de 1952 quando surge asupervisão acadêmica,conforme Yolanda
Guerra nos elucida que:

A supervisão em Serviço Social aparece como uma atribuição profissional desde a primeira versão da lei de
regulamentação da profissão, que data de 1952, sendo aprovada em 1957. Não obstante, tem sido frequente na
categoria profissional a observação da ausência do tema supervisão no debate e na produção bibliográfica,
especialmente, a partir dos anos de 1980, década na qual Iamamoto reconhece como a maioridade intelectual
do Serviço Social brasileiro. (Yolanda Guerra, 2002, p. 2).

No decorrer do estagio é observado que, o profissional do Serviço Social se depara com


váriosdesafios, uma vez que háum grande número de pessoas que sofrem por problemas sociais trazidos em
consequência da realidade social capitalista contemporânea,as assistentes sociais tem nasua gênese
profissional a atuação direta com esta realidade.
Martinelli nos esclarece que: “a origem do Serviço Social como profissão tem, pois, a marca
profunda do capitalismoe do conjunto de variáveis que a ele estão subjacentes - alienações,
contradição,antagonismo -, pois foi nesse vasto caudal que ele foi engendrado e desenvolvido”.
(MARTINELLI, 2009, p. 66), cabe ao estagiárioà compreensão de todo o processo de formação e instituição
da profissão, devendo desenvolveravaliação crítica da realidade profissional que o assistente social está
inserido,buscando conhecimentos e possibilidades viáveis para atender as demandas que irão se apresentar
em seu futuro profissional, deve semprebuscar identificar meios para umaatuação qualificada e
comprometida com a realidade social.
Só no estágio supervisionado que os/AS alunos/AS conseguem ir além dos conteúdos dados em
sala de aula, de forma que a aproximação coma prática numa dada realidade se faz eminente, rompendo com
a teoria de que “naprática e uma coisa e na teoria é outra”.
II – DESENVOLVIMENTO DA PROFISSÃO E ESTÁGIO

2.1 clarificando o Estágio Supervisionado e seus atores.

Na década de 90 ocorreram importantes mudanças, no âmbito político, econômico esocial, e


desafios e conquistas foram trazidas para o Serviço Social. Em 1993 foi aprovado o Código deÉtica do
Assistente Social, baseado no Código de 1986 que tem como um dos seus princípios aliberdade como valor
ético central e a defesa intransigente dos Direitos Humanos. Ainda no anode 1993 é sancionada a LOAS –
Lei Orgânica da Assistência Social, que caracteriza a assistênciasocial como direito do cidadão e dever do
Estado, e este mesmo ano ficou marcado pelo acontecimento das grandes transformações no contexto social
e econômico, queocasionaram mudanças no mundo trabalho e com isto aconteceu também alterações
noexercício profissional do assistente social.
Surge então o desafio de fazer com que formação do assistentesocial nos tempos atuais dê um
“salto de qualidade”, conforme aponta (IAMAMOTO, 1998, p.169), sendo que o desmonte das Políticas
Sociais está acontecendo,devido oneoliberalismo,ocorrendo um processo de dês-responsabilização do
Estado, onde os direitos sociaissão minimizados, fragmentados.
Diante desta realidade, e necessário ter um olharmais crítico, um posicionamento que vise dar
respostas às demandas sociais impostasdecorrentes da pressão neoliberal e do capitalismo. Para tanto, e
importante falar do estágio supervisionado, sendo essa exigência fundamental para graduação, devido ser
omomento que o aluno passa a ter contato real com o campo de atuação doassistente social e experiências
vividas na pratica, correlacionada à teoria adquirida academicamente.
Ao ler Buriolla (2001) pode ser entendida a importância do professor acadêmico, supervisor de
campo esupervisor acadêmico que contribuem, para “direcionar” o novoprofissional,“O estágio é o lócus
onde a identidade profissional do aluno é gerada, construída e referida; volta-se para o desenvolvimento de
uma ação vivenciada, reflexiva e crítica e, por isso, deve ser planejado gradativamente e sistematicamente”.
(BURRIOLLA, 2001, p.13), sendo assim estes novos profissionais devem ter uma postura ética e
compromissada com o desenvolvimento, buscando a emancipação dos mesmos, trabalhando de forma que
possamtrazero resgate de sua cidadaniaenquanto sujeitos de direito, rompendo com a visão do assistente
social burocrático, conservador eassistencialista.
Ao realizar meu estágio foipossível observar que é essencial na formaçãodo acadêmico, o
cumprimento do estagio supervisionado, são momentos específicos de aprendizagem e marcantes como
experiência, onde podemos ter umareflexão sobre a ação profissional, quando pode ser desenvolvida uma
visão crítica da dinâmica das relações existentes na instituição, apoiados na supervisão como processo
dinâmico e criativo.
Foi em momentosde frustração, desmotivação e de decepção como primeiro contato do acadêmico
com a realidade prática profissional, que a presença da supervisora de campo foi primordial, pois guiou-nos
com a sua experiência e conhecimento, usando os instrumentos que dispunha para a e realização das ações
técnicas que se faziam necessárias no momento.A supervisão no ensino de Serviço Social envolve duas
dimensões,o acompanhamento e a orientação profissional como a supervisãoacadêmica, tida como prática
docente e, portanto, sob a responsabilidade do professorsupervisorno contexto do curso, e a supervisão de
campo, que compreende oacompanhamento das atividades práticas do aluno pelo assistente social, no
contextodo campo de estágio.
O presente estudo possui como desafio de fazer a relação entre ateoria e a prática a partir do estágio
supervisionado, sendo um complemento do outro, com ointuito de que tanto supervisor de campo, quanto o
acadêmico possam dar respostas, àsdemandas sociais e inquietações que são trazidas pelos alunos, este elo
entre instituição,estagiário e supervisor, prepara-os para uma formação profissional com basenos
princípioséticos da profissão,estimulando-os aserem críticos, com autonomia e competência para exercerem
sua profissão como interventores sociais.
Em cada período histórico na trajetória do Serviço Social, os assistentes sociais seadequaram ao
atendimento das novas demandas sociais que emergiram, mais precisamente, nadécada de 80, quando os
profissionais firmaram compromisso com a classe trabalhadora,devido às mudanças ocorridas nas relações
do trabalho, estas mudanças estão a todo instante acontecendo e no âmbito destas mudanças, o Serviço
Social vem ao longo dos anos sempre adequando a formação acadêmicapara a realidade atual, atentando-se
para as mudanças ocorridas em relação ao mundo dotrabalho, que afetam a trajetória da profissão.

No Brasil, por volta da década de 1965, as práticas e a metodologia dos cursos de Serviço Social
foram alvo de críticas e recusa, envolvendo toda a categoria profissional, composta por profissionais em
exercício, inativos, profissionais recém-formados, discentes, docentes, coordenação,que reivindicavam
respostas que de fato respaldassem as conflituosas expressões da questão social emergentes da conjuntura
ditatorial instaurada no país naquele momento.
Observamos que o estágio na década de 1970 tinha o objetivo de aproximar o discente da
realidadeprofissional, possibilitando a aplicação dos conhecimentos teóricos das disciplinas do currículoe, ao
mesmo tempo permitir que as instituições avaliassem seus métodos de ensino, se eramapropriados com a
realidade da época.Ainda na década de 1970, o Serviço Social no Brasil tem uma aproximação com as ideias
marxistas, focadas no desenvolvimento do processo de renovação da profissão, tendo como elemento
principal o Método BH, que ocorreu por intermédio da Escola de Serviço Social da Pontifícia Universidade
Católica de Minas Gerais.
Segundo afirmativa de Lewgoy (2010), diferentemente do currículo mínimo de 1970, que pouco
demonstrou e pronunciou sobre a necessidade e pertinência da integração do processo de estágio na
formação acadêmica, o documento revisado datado de 1982 supera essa debilidade ao atribuir “às
instituições de ensino o compromisso, a tarefa de se pronunciarem, respaldadas no que fora instituído pelo
Decreto – Lei 87.497, que dispõe sobre o estágio de estudantes de ensino superior” (Lewgoy, 2010, P.100).
No início da década de 1980, aconteceram vários debates e seminários realizados por entidades
representativas da categoria, como o CFESS, CRESS, ABEPSS e ENESSO após estes eventos uma nova
proposta curricular foi elaborada e sugerida para os cursos de Serviço Social, resultandouma revisão do
currículo mínimo no ano de 1982, onde a tríade metodológica Serviço Social de caso, grupo e comunidade
foi substituída pela disciplina fundamentos teóricos e metodológicos do Serviço Social.
Vemos então que somente a partir da década de 1980, que o disciplina estágio passou a ser
considerada uma disciplina vinculada a prática profissional, acontecendo então alteraçõessignificativas no
âmbito da formação profissional e um desmonte das estruturas, passando o estágio a ser pensado e
visualizado numaperspectiva de totalidade, envolvendo a reflexão sobre a teoria e a prática.
Já na década de 90, ocorrem mudanças nos diversos campos da vida social, entre os quais
aeducação, que exigiram mudanças na formação do campo educacional. Foi elaborada uma nova Leide
Diretrizes e Bases para a Educação de nº 9394 de 1996, no sentido de se adequar àsexigências
contemporâneas. Com isso, também em 1996, a ABEPSS viu a necessidade de fazeruma revisão do
Currículo Mínimo para o curso de Serviço Social, com vistas às mudançascapitalistas da sociedade, que
recaem sobre a profissão.
O Serviço Social precisa ter um direcionamento ético-político comprometido com aclasse
trabalhadora na defesa de seus direitos. Sendo assim, o estágio, a partir das Diretrizes Curriculares de 1996,
passoua ser parte integrante e obrigatória do processo de formação profissional.
Em 2008 o CFESS – Conselho Federal de Serviço Social instituiu a Resolução nº 533/2008,que
regulamenta a supervisão direta de estágio em Serviço Social. Entende-se:

Que a atividade de supervisão direta do estágio em Serviço Social constituimomento ímpar no processo
ensino-aprendizagem, pois se configura como elementosíntese na relação teoria-prática, na articulação entre
pesquisa e intervençãoprofissional e que se consubstancia como exercício teórico-prático, mediante a
inserçãodo aluno nos diferentes espaços ocupacionais das esferas públicas e privadas, comvistas à formação
profissional, conhecimento da realidade institucional,problematização teórico-metodológica. (CFESS, 2008,
p. 02).

A PNE – PolíticaNacional de Estágio, em 2010 pela ABEPSS – Associação Brasileira de Ensino e


Pesquisa emServiço Social, foi uma conquista importante para o Serviço Social, cujo objetivo é fundamentar,
direcionar e qualificar o processo de formação doassistente social, bem como vincular e fortalecer o projeto
profissional a um projetosocietário, no contexto atual, visando a ampliação e garantia dos direitos, justiça e
equidade, uma excelente conquista da categoria, uma vez que a mesma vem materializar o espaço deestágio
com grandes avanços.

2.2 Sujeitos envolvidos no processo de estágio

O processo de estágio supervisionado constitui-se pelos sujeitos: aluno/aestagiário/a;supervisor


/ade campo (assistente social); professor/a (supervisor/a acadêmico/a);instituições de ensino; instituições de
campo e demais profissionais envolvidos no lócus derealização do estágio.

Quanto à inserção e encaminhamento do aluno/a ao campo de estágio, é deresponsabilidade das


instituições de ensino e seus respectivos representantes, conformeestabelece a Resolução 533/2008 em seu
artigo 1º:As Unidades de Ensino, por meio dos coordenadores de curso, coordenadores deestágio, obrigatório
e não obrigatório, emconformidade com a exigência determinada pelo artigo 14 da Lei 8662/1993, teráprazo
de 30 (trinta) dias, a partir do início de cada semestre letivo, para encaminhar aosConselhos Regionais de
Serviço Social de sua jurisdição, comunicação formal e escrita,indicando:

I- Campos credenciados, bem como seus respectivos endereços e contatos;

II- Nome e número de registro no CRESS dos profissionais responsáveis pela supervisãoacadêmica e de
campo;

III- Nome do estagiário e semestre em que está matriculado. (CFESS, 2008, Art. 1º).
Quanto à supervisão dos/as estagiários/as a instituição de ensino é responsável pela indicaçãode
um/a profissional capacitado/a e habilitado/a na área específica de estudo do/a aluno/a. As
instituiçõesconcedentes deverão firmar termo de compromisso entre as instituições de ensino, e
o/aestagiário/a se responsabilizará para o seu cumprimento, devendo ainda, ser contratado/a eacrescido ao
documento um seguro de proteção de acidentes individuais, cujos valores estejamcompatíveis com os valores
atuais do mercado.
A Resolução nº 533/2008 ressalta também a importância das instituições de campoassegurar,
condições mínimas para o desenvolvimento do estágio como: espaço adequado,sigilo profissional,
equipamentos necessários dentre outros (CFESS, 2008).
Envolvidos nesse processo de aprendizagem e de produção de conhecimentos emServiço Social
destacam-se os alunos/as estagiários/as. O estagiário/a é o/a discente que jácumpriu os requisitos básicos
exigidos e estipulados em conformidade com a instituição deensino, e, portanto, será inserido no espaço onde
ocorrerá o estágio. Nessa etapa deaprendizagem, “o aluno é o principal agente do processo ensino-
aprendizagem, enquantoalguém que aprende, mas, também ensina”(Buriolla, 2003, p. 95).
É importante que nessa relação dos conhecimentos e aprendizados individuais e singulares decada
estagiário /a sejam compartilhados, para que haja entre os/as estagiários/as, trocas de experiências,reflexões e
debates que facilitarão as construções e buscas de compreensão acerca da realidadesocial.
O/a discente deve valorizar e estar ciente da importância da disciplina de estágiosupervisionado na
formação profissional, e a partir das vivências, presenciando eacompanhando cada atitude profissional que
trará a formação de sua identidade do futurocomo profissional, deverá ser compromissado com a qualidade
dos serviços prestados e aconsolidação dos direitos dos cidadãos.

A PNE elucida as principais atribuições dos estagiários, entre elas:

1)- Observar e zelar pelo cumprimento dos preceitos ético-legais da profissão easnormas da instituição campo
de estágio;

2)- Informar ao supervisor acadêmico, ao supervisor de campo e/ou ao coordenador deestágios, conforme o
caso, qualquer atitude individual, exigência ou atividadedesenvolvida no estágio, que infrinja os princípios e
preceitos da profissão, alicerçadosno projeto ético-político, no projeto pedagógico do curso e/ ou nas
normasinstitucionais do campo de estágio;

3)- Apresentar sugestões, proposições e pedido de recursos que venham a contribuirpara a qualidade de sua
formação profissional ou, especificamente, o melhordesenvolvimento de suas atividades;

4)- Agir com competência técnica e política nas atividades desenvolvidas no processo derealização do estágio
supervisionado, requisitando apoio aos supervisores, de campoe acadêmico, frente a um processo decisório ou
atuação que transcenda suaspossibilidades; e outras. (ABEPSS, 2010, p. 23-24).

São ainda, obrigações cabíveis aos/as estagiários/as o cumprimento da jornada deatividade de


estágio de acordo com os horários e datas que forem estipulados entre eles/as, asinstituições acadêmicas e as
partes concedentes do estágio.

Ao ingressar no seu campo de estágio, de acordo com Lewgoy (2010), “é importante que os
alunosconheçam a instituição na qual irá realizar o seu trabalho, os usuários demandantes dos
serviçosprestados, conhecer a realidade e entender como funciona o trabalho no local”.Em relação à
supervisão de campo, uma atribuição privativa do/a assistente social, sendo necessário que o/aprofissional
esteja devidamente inscrito/ano CRESS de sua região, estando em dias com suasatribuições, conforme
ressalta a Resolução nº 533/2008 em seu artigo 5º.
Cabe ao supervisor/a acadêmico/a e ao supervisor/a de campo averiguar se o campo deestágio está
dentro da área do Serviço Social, se garante as condições necessárias paraque o posterior exercício
profissional seja desempenhado com qualidade ecompetência técnica e ética e se as atividades desenvolvidas
no campo de estágiocorrespondem às atribuições e competências específicas previstas nos artigos 4 º e 5 ºda
Lei 8662/1993. (CFESS, 2008, Art. 5º).

Somente estando em conformidade om o acima relacionado que o/a assistente social funcionário/a
da instituição campo de estágio se configuracomo o supervisor/a de campo, desempenhandoseu papel de
passar os conhecimentospráticos da realidade social da instituição na qual está inserido, aos/as
estagiários/ascom o proposito deestabelecer a relação entre a teoria e a prática. Portanto, espera-se por um
profissionalresponsável, compromissado e comprometido com o ensino, que se capacite
continuamente,atualize para que possa acompanhar o desenvolvimento intelectual e de formação
profissionalde seus/as estagiários/as.

Destacamos algumas funções e atribuições aseremdesempenhadas pelo/a supervisor/a de campo,


que são:

1)-Comunicar à coordenação de estágio da UFA o número de vagas por semestredefinir, em consonância com
o calendário acadêmico e conjuntamente com acoordenação de estágio, o início das atividades de estágio do
respectivo período, ainserção do estudante no campo de estágio e o número de estagiários por supervisorde
campo, em conformidade com a legislação vigente;

2)-Elaborar e encaminhar à coordenação de estágios do Curso de Serviço Social da UFAo Plano de trabalho
do Serviço Social com sua proposta de supervisão e o respectivocronograma de realização desta atividade;

3)- Certificar se o campo de estágio está na área do Serviço Social, em conformidade àscompetências e
atribuições específicas, previstas nos artigos 4º e 5º da Lei 8.662/1993,objetivando a garantia das condições
necessárias para o que exercícioprofissional sejadesempenhado com qualidade e competência técnica e ética,
requisitos fundamentaisao processo de formação do estagiário;

4)- Oportunizar condições institucionais para o desenvolvimento das competências ehabilidades do/a
estagiário/a, assumindo a responsabilidade direta das açõesdesenvolvidas pelo Serviço Social na instituição
conveniada;

5)- Disponibilizar ao/a estagiário/a á documentação institucional e de temáticasespecíficas referentes ao


campo de estagio;

6)- Participar efetivamente na elaboração do plano de estágio dos supervisionados, deacordo com o projeto
pedagógico do curso, em parceria com o/a supervisor/aacadêmico/a, e manter cópia do referido documento no
local de estágio; dentreoutros.

O estágio curricular supervisionado ao materializar-se deverá estar em consonância comos


princípios éticos políticos constantes no Código de Ética do assistente social de 1993.

Atribuições do terceiro sujeito o/a supervisor/a acadêmico/a, conforme a PNE:

1)- Orientar os(as) supervisores(as) de campo e estagiários(as) sobre a política deestágio da UFA, inserindo o
debate atual do estágio supervisionado e seusdesdobramentos no processo de formação profissional;

2)- Orientar os(as) estagiários(as) na elaboração do Plano de Estágio, conjuntamentecom os(as) supervisores
de campo, de acordo com os objetivos acadêmicos, emconsonância com o projeto pedagógico e com as
demandas específicas do campo deestágio;
3)- Supervisionar as atividades desenvolvidas pelos estagiários na UFA por meio deencontros sistemáticos,
com horários previamente estabelecidos, e no local dedesenvolvimento do estágio, quando da realização das
visitas sistemáticas aoscampos de estágio, contribuindo na efetivação da supervisão direta e de
qualidade,juntamente com o supervisor de campo;

4)- Auxiliar o(a) estagiário(a) no processo de sistematização do conhecimento,orientando e revisando suas


produções teóricas, como também contribuindo noprocesso pedagógico de análise do trabalho profissional;

5)- Receber, ler, manter sigilo e observar criticamente as sínteses profissionaisconstruídas pelos(as)
estagiários(as), conduzindo a supervisão embasada empressupostos teóricos, ético, políticos, técnico-
operativos que contribuam com maformação integral;

6)- Organizar e participar de reuniões, encontros, seminários e outras atividades que sefizerem necessárias,
com os supervisores de campo na UFA para atualizações acerca dedemandas à profissão, qualificação do
processo de formação e exercício profissional e oaprofundamento teórico sobre temáticas pertinentes à
efetivação da supervisão direta;e outras.

Percebemos a importância do trabalho coletivo e integrado do: supervisor/a de campo, supervisor/a


acadêmico/a e estagiário/a, quando então vãodesenvolver o processo de estágio e formação profissional do/a
aluno/a. Vemos então que o estágio é um instrumento de fundamental relevância para a formação do/a
profissional, que deve desenvolver critica de forma propositiva e investigativaapreendendo elementos
concretos que constituem a realidade social capitalista e suas contradições, trazendo a questão social e suas
multiplicidades que permeiam a profissão do Serviço Social.
Tal qual a relevância do estágio supervisionado é a importância dos espaços que abrem suas portas
para que seja ali proporcionado o estagio, e neste propósito está o CEAM enquanto campo de estágio que
oferece espaço para exercício acadêmico na área de Serviço Social. É a oportunidade de aprendizagem
prática quantoa temática voltada para as relações de gênero e de violência contra a mulher. Esta temática é
reconhecida atualmente como categoria de grande importância enquanto elo de reflexão e formulação de
novos paradigmas ligados aos conceitos dos papéis sociais entre homens e mulheres; e a influência destes
paradigmas nas relações de gênero.

III - CONSIDERAÇÕES FINAIS

Compreender o campo de estágio como a extensão da faculdade, é entender realmente qual o papel
a que essa técnica se destina, e não crer que o estágio seja apenas um apêndice da grade curricular
acadêmica. Conscientizar os/as discentes a cerca da importância de obter experiências, através de atividades
designadas e supervisionadas por aqueles/as que já estão no campo de atuação, é imprescindível para
aumentar o interesse em estagiar não apenas por obrigação, mas sim, por ser parte importante, indispensável
e somatória a graduação, que levará a formação de um/a profissional capaz, teórico, crítico e consciente do
trabalho que executará junto às realidades apresentadas no interior de seu espaço de trabalho, seja pública ou
privada.
Nesta pesquisa bibliográfica procuramosidentificar as principais contribuições que o estágio
supervisionado traz para os alunos/as, bemcomo qualificar a formação profissional, em parceira com os/as
supervisores/asacadêmicos/as e de campo, quando o horizonte está voltado para a pratica social, no sentido
desuperação das condições de desigualdade e injustiça social, tão presente na nossa matériaprima a questão
social, vindo a defender intransigentemente os direitos humanos. Busca-se verificar se oestágio
supervisionado contribui de forma positiva, para que o/a acadêmico/a possa estabelecer arelação teoria com a
atuação prática, possibilitando uma real interlocução à discussão eelaboração de conceitos no processo da
formação profissional.

O estágio supervisionado é um campo de treinamento e espaço de aprendizagem onde a parte


teórica e colocada em prática no campo de estágio, sendo um espaço de aprendizado não somente para o/a
estagiário/a, como também para o/a supervisor/aacadêmico/a, devido às disciplinas que vão se atualizando, e
já que a supervisão do estagio pode ser entendido como um processo de ensino aprendizagem onde um leque
de situações, de atividades de aprendizagem profissional se manifesta para o/a estagiário/a e para o/a
supervisor/a de campo. A vivência do Estágio Supervisionado exige um entendimento conjunto entre o/a
supervisor/a acadêmico/a, supervisor/a de campo e estagiário/a, bem como a realização de um planejamento
em que haja o envolvimento de todos/as.

Compreendemos que a“História” vai sendo criada a partir do compartilhamento profissional, da


dependência e a conexão e amizade constituída entre eles/as. O que tem de interessante é o relacionamento
supervisor/ade campo e o/a supervisionado/a, crescendo a cada dia com a influência mutua em aprendizado,
pois o/a supervisor/a tem a prática adquirida ao longo dos anos para passar ao/a supervisionado/a, por outro
lado o/a estagiário/a traz em seu arcabouço teórico, novos dados, conceitos que irão enriquecer o
conhecimento do/a supervisor/a, com a troca de informações.

A relação por eles/as criada vai influenciar diretamente no/a profissional e no estágio, enfim
dividem os acertos, as dificuldades, contradições, criam dependência, surge o autoritarismo, a competição, e
cria-se um vinculo de amizade, permitindo ao/a supervisor/apossa acumular contextos novos enriquecendo
seu saber ao executar sua função, quando então vai reunir, características ou propriedades distintivas,
conforme Toledo:“a relação supervisor e supervisionado está embutida na questão do processo de ensino-
aprendizagem”. “É uma relação de debate! Mas é uma relação de saber”!.

Uma relação de debate na visão de Toledo vem clarificar uma relação ondeàs ideias podem ser
discutidas e expostas, as posições diferentes e até mesmo contrárias são admitidas, onde acontece a troca de
experiência e acontece o crescimento recíproco, já na “relação do saber” se faz necessário que o supervisor
tenha um maior conhecimento teórico metodológico que abranja a cultura geral, bem como experiências
acumuladas em sua trajetória profissional, um saber que deve ser agrupado, explorado e trocado, no processo
da supervisão.

Enfim, a “relação do debate” e a “relação do saber” devem ter estratégias construtivas e


educacionais, que o/a supervisor/a e supervisionado/apoderão usar como instrumento no momento de
atuação, incluindo a reflexão, a crítica e a própria ação dos/as profissionais, porém as diferenças podem
surgir no individual ou profissional, sendo que a amizade, o respeito, o diálogo e a cooperação entre eles
devem permanecer.
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