Abstract
The drinking water distribution systems are present in almost all of the inhabited areas. However, the
methods used for control, monitoring and processing of information are in the most, old and obsolete.
Those distribution systems can become more effective and cheaper, if control techniques and remote
monitoring were used for supply, storage, and pampering the drinking water.
The Supervisory, Control and Data Acquisition system (SCADA) and telemetric products, together with
the Remote Terminal Units (RTUs), are appropriated for the creation of supervision and control
headquarters for water distribution network. The implementation of these centers has as immediate
consequences the reduction of the losses in the water distribution network, the interrupt time
minimization of drinking water supply and a better system management, based on real time process
variables information.
This work presents the characteristics of a supervision and control system, which has a good cost-
benefit relationship. Moreover the project has a low operational and maintenance cost, as it will be
presented in this work. These features make the proposed product very useful to be adapted in
medium size cities, where the need for water distribution system automation is a fundamental
exigency.
Resumo
Os sistemas de distribuição de água tratada estão presentes em quase todas as áreas habitadas.
Porém, os métodos utilizados de controle, monitoração e processamento de informação são, em sua
maioria, antigos e obsoletos. Esses sistemas de distribuição podem se tornar operacionalmente mais
efetivos e economicamente mais baratos, se forem utilizadas técnicas de controle e monitoração
remotos para fornecimento, armazenamento, e bombeamento da água tratada.
Os Sistemas de Supervisão, Controle e Aquisição de Dados (SCADA) e produtos de telemetria,
juntamente com as Unidades Terminais Remotas (UTRs), são adequados para a criação de centrais
de supervisão e controle da rede de distribuição de água. A implantação destes centros tem como
conseqüências imediatas a redução das perdas na distribuição, a minimização do tempo de
interrupção do fornecimento de água e um melhor gerenciamento das manobras do sistema,
fundamentado nas informações em tempo real das variáveis do processo.
Este trabalho apresenta as características de um sistema de supervisão e controle, cujo principal
atrativo é a sua relação custo benefício. Além do baixo custo de implantação o projeto tem um baixo
custo operacional e de manutenção, conforme será apresentado no trabalho. Estes fatores tornam o
produto atrativo para as cidades de médio porte, onde a necessidade de automação do sistema de
distribuição é emergente.
1 INTRODUÇÃO
Sabe-se que a maioria dos países passará nos próximos anos ou já passa por alguma dificuldade em
relação ao fornecimento/abastecimento de água potável. Estudos, pesquisas, métodos ou técnicas
que melhorem o aproveitamento da matéria prima, minimizem os desperdícios e centralizem as
principais informações dos sistemas de abastecimento urbano são primordiais e ocupam lugar de
destaque nos planos políticos mundiais. A automação da área de saneamento tem sido empregada
nas cidades de grande porte, com estes objetivos. Ela envolve, de um modo geral, a automação das
estações de tratamento de água (ETA) e do sistema de distribuição de água.
A automação da distribuição de água envolve atividades multidisciplinares, incluindo engenharia,
gerenciamento, comercialização e administração. O modelo administrativo das gerências de
distribuição de água contém departamentos para cuidar da construção de novas redes de distribuição
(expansão), da operação do sistema, da sua manutenção e comercialização dentre outros.
O departamento de operação reúne atividades de aquisição de dados (níveis de reservatório, vazão
das redes de distribuição, estado das bombas, etc.) e de controle automático das elevatórias e
válvulas reguladoras. O objetivo principal de todo o sistema de distribuição de água é manter, de
modo permanente, o fornecimento de água à população, o que nem sempre é possível devido a
diversos fatores, como rompimentos de tubulações de distribuição de água, falha dos operadores das
elevatórias, falta de energia elétrica nas estações de bombeamento, entre outros. A automação do
sistema tende a minimizar as interrupções do fornecimento de água e as perdas na rede,
melhorando, deste modo, a qualidade dos serviços.
Apesar dos benefícios obtidos pelos sistemas de automação, na supervisão e controle das redes de
distribuição de água serem enormes, o seu custo tem inviabilizado a sua implantação em muitas
cidades de médio porte. Muitas empresas oferecem pacotes fechados que incluem características
muitas vezes não necessárias e que apenas elevam o custo final do projeto.
Este trabalho apresenta as características de um sistema de supervisão, cujo principal atrativo é a
sua relação custo benefício. Este sistema foi desenvolvido a partir de uma dissertação de mestrado
do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Juiz de Fora e foi implantado na
companhia de abastecimento da cidade de Juiz de Fora-MG (CESAMA). O custo final do projeto teve
uma redução de 2/3 em relação a propostas de implantação de “pacote fechado”. Além do baixo
custo de implantação o projeto tem um baixo custo operacional e de manutenção, conforme será
apresentado neste artigo. Estes fatores tornam o produto atrativo para as cidades de médio porte,
onde a automação do sistema de distribuição já não é mais considerada um fator de luxo e sim um
bem necessário.
No item 2 são apresentadas as características dos sistemas de distribuição de cidades de médio
porte, consideradas como público alvo. O item 3 apresenta as características básicas de um sistema
de supervisão e controle, destacando a escolha da remota, o meio de transmissão mais adequado,
assim como a escolha do software supervisório (SCADA). O item 4 aborda o sistema desenvolvido
para a companhia de saneamento de Juiz de Fora como um caso exemplo. Finalmente o item 5
apresenta as conclusões deste trabalho.
Meios de Transmissão
Medição e comando à distância são utilizados quando a distância entre o controlador e o atuador (ou
variável do processo) ultrapassa o limite físico permitido pelas redes locais (LANs), que é tipicamente
de 1 km dependendo da taxa de transmissão empregada. Nos sistemas de abastecimento e
saneamento são comuns distâncias maiores que 20 Km entre a CENTRAL DE SUPERVISÃO E
CONTROLE e as UNIDADES TERMINAIS REMOTAS (UTRS). Nestes casos as tecnologias mais
comuns para se estabelecer o ramo de comunicação entre a central e a estação são:
• Via par metálico da linha telefônica;
• Comunicação Wireless
Via telefonia Celular;
Via rádio-freqüência;
Via satélite.
A tabela 1 resume as vantagens e limitações para as tecnologias apresentadas acima. Dentre os
meios de transmissão apresentados, a utilização do par metálico (telefonia convencional) mostra as
menores limitações, pois depende somente de uma conexão física (par metálico) entre os pontos de
transmissão e recepção e de um modem em ambos os lados.
Devido ao fato das linhas telefônicas, na maioria das vezes, estarem suspensas por muitos
quilômetros (figura 1), tornam-se susceptíveis a picos de tensão induzidos por descargas
atmosféricas. Logo, um protetor contra surtos transitórios elétricos composto por um centelhador
tripolar em paralelo com diodos ultra-rápidos (TransZorbs), é altamente recomendado. Os diodos
descarregam os surtos de baixa intensidade e alta freqüência, enquanto os centelhadores protegem a
linha contra surtos de alta intensidade.
A comunicação pode ser feita em 3 configurações básicas, que são serviços disponibilizados pelas
empresas de telefonia:
• Linha Privada;
• Linha Discada;
• Rede Virtual Integrada (RVI).
Figura 1 - Sistema de telemetria com transmissão via par metálico
A tarifa geralmente segue uma divisão segundo o horário de uso como mostra a figura 2.
Valor do pulso local 0,09238
RX RX
MODEM 1
MODEM 2
ETD
ETD
TX TX
Sistema Unidade
SCADA Remota
RX TX
MODEM 1
MODEM 2
ETD
ETD
TX RX
℡℡
Ao implementar sistemas de automação em linha discada deve-se prever, no protocolo de
comunicação, mecanismos para a rediscagem da estação destino, quando a comunicação não for
completada.
DESTINO
ORIGEM
MODEM RX RX
MODEM
ETD
ETD
CENTRAL
COMUTADORA
TX TX
RVI
CENTRAL
TELEMAR
A tabela 2 apresenta os preços praticados pela TELEMAR em 2000, ano em que foi adquirido o
serviço, pela CESAMA, de 180 ramais RVI. Observe que o custo com a implantação dos ramais não
foi computado, uma vez que este serviço é variável e depende das condições técnicas para a
implantação do ramal.
a) Alarmes
Situações de alarme são comuns em sistemas de automação e controle e precisam ser tratadas pelo
software a fim de manter o processo dentro dos limites de funcionamento. Os alarmes são, em geral,
eventos associados aos TAGs (variáveis) que são disparados (executados), quando o nível pré-
estabelecido é atingido. Por exemplo, uma variável de temperatura, que está sendo monitorada num
sistema, pode ter associada um alarme de nível alto. Assim, quando a temperatura for maior que o
nível de alarme marcado, um evento é disparado automaticamente. Este evento pode desligar a fonte
de calor, ou simplesmente sinalizar ao operador, ou realizar outro procedimento qualquer,
dependendo do que foi previamente programado.
b) Segurança
Os softwares SCADA permitem cadastrar contas para operadores e atribuir níveis de acessos
diferentes para cada operador sendo possível, numa dada aplicação, restringir o acesso a partes
críticas do programa. O usuário, ao entrar na aplicação, deve efetuar o seu Log on mediante um
nome e uma senha de acesso, que foram previamente cadastradas pelo supervisor do programa. Ao
desenvolver a aplicação o projetista pode atribuir níveis de segurança diferentes para cada tela da
aplicação. Por exemplo, um usuário de nível 1 pode acessar qualquer tela da aplicação, ao passo que
um usuário de nível 2 só pode acessar telas com níveis maior ou igual a 2. Na aplicação desenvolvida
para a CESAMA a tela de Ajustes e de Telecomando da Válvula Central, ver figura 7, só pode ser
ativada por usuários de nível 1 (administradores).
d) Gráficos de Tendência
Gráficos de tendência disponibilizam na tela do computador, na forma gráfica, as informações em
tempo real. Com isto é possível, ao operador, acompanhar a tendência das variáveis selecionadas.
Dependendo dos recursos oferecidos pelo software particular é possível apresentar gráficos com
múltiplas variáveis, gráficos X-Y, ajustar fatores de escala e a taxa de atualização, entre outros
recursos.
f) Receitas
Quando se tem diferentes parâmetros em uma máquina, é conveniente que se crie receitas que
contenham os valores pré-definidos de cada grupo de tags, os quais fornecerão os valores padrões
para cada caso em questão. A figura 9 mostra a implementação da receita criada contendo um vetor
dos números dos ramais das estações remotas.
Figura 9 - Receita com os números dos ramais remotos, utilizados na varredura
Embora esta metodologia não possa ser generalizada, além de não poder ser executada por
empresas menores, ela serve de base para o engenheiro criar o seu próprio modelo de avaliação.
Cabe também ressaltar que o software escolhido pela PETROBRÁS não será necessariamente a
melhor escolha para outra aplicação.
4 VISÃO GERAL DO SISTEMA DESENVOLVIDO PARA A CESAMA
Quando o processo da automação do sistema de distribuição de água da CESAMA teve inicio, foram
levantadas as seguintes características:
Níveis dos reservatórios controlados por operadores ou por conjunto contato bóia/bomba;
Coleta dos dados da macromedição e de níveis dos reservatórios efetuadas manualmente;
Controle de vazão operado manualmente;
Decisões de manobras baseadas em poucas informações do sistema;
Informação off-line dos estados das estações elevatórias;
Pressurização de regiões operadas por quadro de relés temporizados.
ELIPSE/NT
Modem
Modem
CLP
CLP
Reservatório
destino
Elevatória
Reservatório
origem
A placa multiserial permite as operações dos canais como canais independentes o que permite a
operação em multitarefa. Por exemplo, ao iniciar uma varredura da rede são disparados 5 processos
simultâneos. Isto permite reduzir o tempo final de varredura, uma vez que o “handshaking” dos
modems é efetuado de modo independente. Também a transferência dos dados ocorre quase que
em paralelo, pois o tempo de transferência entre o buffer do modem e o computador é muito menor
que o da transferência dos dados pelo par trançado. Na prática o tempo final de varredura do sistema
é 5 vezes menor como mostra 2:
Tvarredura = Nestações.(THs + TTrans) /Ncanais (2)
Onde Ncanais é o número de portas seriais que serão conectadas simultaneamente. Logo:
Tvarredura = 150. (30 + 10)/5 = 6000/5 segundos = 20 minutos
Este seria o tempo total para a atualização consecutiva das 150 estações. Para melhor aproveitar a
arquitetura distribuída que a placa multiserial proporciona, foram criados 5 grupos, cada um contendo
um número de 30 estações remotas. Desta forma, no aplicativo, pôde-se criar drivers de comunicação
para cada grupo, estruturando toda a aplicação em torno desta divisão. Uma separação quanto aos
eventos também foi implementada; para melhor organizar os dados e ações criou-se os eventos:
varredura, conexão manual e situações de alarmes. Com todas estas subdivisões, o aplicativo possui
um total de 17 drivers (canais) como mostrado na tabela 4.
A tabela 5 mostra como o tempo é dividido por grupo para um ciclo de 30 minutos. As conexões
manuais e os alarmes podem ser atendidos nos intervalos em que o sistema está liberado.
A figura 13 mostra como as diversas estações estão conectadas a central, onde encontram-se 24
pares telefônicos (ramais RVI) interligando as 150 estações externas, por pares telefônicos
individuais. A central RVI encarrega-se de realizar as conexões adequadas.
ELIPSE/NT
PLACA
MULTISERIAL
Central RVI -
TELEMAR
4.1 Telas
No projeto da CESAMA foram desenvolvidos 6 tipos de telas: Tela Principal, Tela das Regionais, Tela
da Estação, Tela de Histórico, Tela da Válvula e Tela de Alarmes. A seguir são apresentadas as
principais características de cada uma.
a) Tela Principal (figura 14): é onde o usuário deve efetuar o login e o logout e a partir daí ele poderá
ter acesso a outras telas ou sair da aplicação. O operador deverá efetuar sua identificação (login)
para que o sistema lhe dê o devido acesso às telas e comandos do aplicativo. Todas ocorrências de
alarmes serão vinculadas ao usuário conectado naquele momento.
Figura 14 - Tela principal do sistema
c) Tela da Estação: a tela da estação apresenta maiores informações relativas à estação como
mencionado no item anterior para o Reservatório Henrique de Novais. Nela estão contidos: o valor
percentual do nível do reservatório, a data e a hora da última atualização, os estados dos contatos da
porta, do nível da água na sucção, os estados dos contatos remotos das bombas, entre outros.
e) Tela da Válvula: a figura 7 mostra a tela da válvula reguladora presente na Estação de Tratamento
de Água (ETA) CDI. É nesta tela que se ajusta a vazão da 3ª adutora através do percentual de
abertura da válvula (empírico). Além do número que representa a abertura da válvula também está
disponível o nível da caixa de partida. Esta tela possui prioridade 1, ou seja, somente usuários com
nível de acesso igual a 1 (administradores) poderão acessá-la.
f) Tela de alarmes: ao ocorrer qualquer tipo de alarme este será armazenado em um arquivo de
banco de dados para análise futura ou quando for necessário. A figura 16 mostra este banco de
dados no objeto Browser, que permite uma visualização dos arquivos criados pelo Elipse. Os dados
podem ser consultados na tela ou enviados para a impressora.
Figura 16 - Tela de histórico de alarmes - Reservatório Henrique de Novais
Nmínimo (74%)
Alarme - liga
Nmáx critico(20%)
HISTERESE
Nmín crítico (10%)
Os valores da figura anterior são retentivos no CLP, podendo ser alterados local ou remotamente. A
vantagem em se poder alterar estes valores através do supervisor é a de se tornar viável um controle
sazonal, ou seja, durante a madrugada o consumo é relativamente baixo, pode-se então alargar a
faixa de histerese abaixando-se o nível mínimo, por conseqüência o intervalo liga-desliga da bomba
aumenta, trazendo o benefício da diminuição dos custos com manutenção e reparos.
É importante ressaltar que para ligar a bomba certas exigências devem ser cumpridas. A figura 18
mostra a seqüência de contatos (“ladder”) responsável pela comutação da bomba. Para que haja
sucesso deve-se respeitar rigorosamente esta seqüência como descrito a seguir:
• AENERG1 – Representa a energia da estação elevatória. No caso de falta de energia a bomba
deve permanecer desligada por um tempo para que as condições de energia da rede de
alimentação se estabilizem (picos transitórios podem emular uma falta de energia);
• NOK – Representa a presença de água na sucção da bomba. Este valor é vinculado ao nível do
reservatório e avaliado sob as condições críticas apresentadas acima, ou na presença de água
na tubulação, quando se tratar de booster;
• ELPR1B1 – Representa o contato remoto do supervisor (SCADA). É através deste contato,
normalmente fechado, que o operador do sistema pode desligar remotamente a bomba, caso ela
esteja em funcionamento;
• R1B1 – Representa o pedido remoto da malha de controle para ligar ou desligar a bomba.
CARREGA
DRIVERS E
RECEITAS
Conexão
Manual Varredura Alarmes
EVENTO 1 EVENTO 2
LIBERA O SISTEMA
EVENTO 3
LIBERA O SISTEMA
LIBERA O SISTEMA
DISCA DISCA
ATENDE
A tabela anterior descreve, de maneira seqüencial, os eventos que podem ocorrer na aplicação
CESAMA. Pode-se observar que um evento sempre está vinculado a outro, de forma a proporcionar
uma seqüência lógica capaz de cobrir as necessidades do sistema. A tabela deixa clara a divisão por
grupos de eventos: alarmes, conexão manual, varredura automática das estações, válvula reguladora
e conexão dial-up.
A título de ilustração de uma seqüência de eventos, considere a situação ilustrada na figura 20. Esta
figura mostra um trecho do sistema, onde o nível no Reservatório do Bairu (RB) deve ser controlado
pela bomba na Elevatória Henrique de Novais (EHN).
Quando o nível máximo (ou mínimo) do reservatório do Bairu é atingido, o CLP desta estação disca
para o modem da central, onde se encontra o supervisório. Quando o evento de Carrier Alarme Alto
é detectado, pelo aplicativo, este se encarrega de ler, no CLP que originou o alarme, a sua tabela de
controle com o código de alarme e o número do ramal que deve ser discado (Ramal da EHN), entre
outras informações. A interpretação do código de alarme como sendo de nível máximo atingido (ou
mínimo) dispara o Crono Alarme, que após atingir a contagem final gera o evento que irá ligar para o
modem da EHN. Quando o evento Carrier Alarme Alto é novamente detectado, o Elipse encarrega-
se de enviar o comando para desligar a bomba (ou ligar).
A estação da elevatória ao receber o comando procura executá-lo. Duas situações podem ser
detectadas pelo programa do CLP local, que controla a bomba: sucesso ou erro. Esta estação após
um tempo determinado (default 2 minutos) liga novamente para a central enviando um código de
alarme de sucesso ou erro (observe que o evento gerado será do tipo Carrier Alarme Alto). Se o
código de alarme for de erro o programa Elipse sinalizará na tela, indicando para o operador que a
estação Henrique de Novais possui algum tipo de problema. Se o código de alarme for sucesso será
disparado o Crono Alarme. Neste caso a central discará de volta para a estação do Bairu informado
que o comando foi executado corretamente. Isto faz com que o CLP do Bairu entre em estado de
repouso, ou seja ele só voltará a gerar alarme de nível máximo (mínimo) se houver um novo
cruzamento pelo limite, na mesma direção (setas figura 17). Isto fará com que o alarme seja uma
interrupção.
Situação
Crítica
Atingida
Inibe Alarme
Gerado
Repassa
Alarme
Repassa Visualização
Alarme do Alarme LEGENDA:
BAIRU
Executa Ação
de Controle
SUPERVISÓRIO
5 CONCLUSÃO
A matéria-prima água, que já é insuficiente principalmente nas grandes concentrações urbanas, que
escasseia tanto em quantidade quanto em qualidade vem tornando-se cada vez mais cara e está
como prioridade nas pastas dos governos estaduais e federais. Portanto, esta área merece ser alvo
de estudos e investimentos que minimizem o desperdício ao mesmo tempo em que maximizem a
produtividade.
A concepção do projeto, a partir de premissas previamente estabelecidas, consistiu na implantação
de equipamentos que satisfizessem as necessidades da empresa com boa qualidade técnica e baixo
custo. Os mini controladores programáveis nas pontas remotas possibilitam uma solução eficaz e
com boa flexibilidade de alterações futuras.
A comunicação simultânea entre a unidade operacional (remota) e o supervisório permite o
acionamento e monitoramento de grandezas. Essa implantação ocasiona redução dos custos
operacionais, fornece uma crítica dos dados e prognósticos de falhas e defeitos tanto na
comunicação quanto na execução da ação requerida, elimina a complexidade dos trabalhos manuais
e fornece dados técnicos para elaboração de relatórios com os históricos armazenados. A
confiabilidade e agilidade na obtenção de informações resulta em uma maior segurança operacional.
Para este trabalho foram classificados os seguintes itens: equipamentos de automação e controle,
equipamentos de comunicação de dados e um software SCADA responsável por agrupar as
informações do campo, de modo simples e eficaz.
Entre os equipamentos de automação e controle, foram considerados os Controladores Lógicos
Programáveis (CLPs). Os CLPs são apropriados para a programação da seqüência de partida e
parada das bombas, para informar uma abertura na porta do armário de equipamentos, para adquirir
dados de estado dos diversos equipamentos (dados digitais) e para adquirir dados de grandezas
analógicas sensoreadas (nível e vazão).
Para a comunicação de dados foi escolhido um sistema de modems utilizando a rede virtual integrada
(RVI) da operadora TELEMAR.
Para o Centro de Controle Operacional foi adquirido um PC com sistema operacional multitarefa
(Windows NT 4.0) e software supervisório (Elipse SCADA versão 2.20). A comunicação com as
remotas é feita por meio de 24 linhas telefônicas (RVI) a dois fios comunicando-se por modems.
Para registrar as grandezas de interesse nos processos das estações e transformá-las em sinais
adequados para os equipamentos de automação local (geralmente 4 a 20 mA), foram adotados os
transdutores de corrente, além de sensores de nível e vazão.
As telas definidas são caracterizadas por funções de supervisão e ou comando do processo. Toda a
aplicação foi georeferenciada, ou seja, as tela foram divididas segundo uma divisão regional, a qual o
operador já estava acostumado. Foram distribuídas também as prioridades de acesso às telas mais
importantes e essenciais para o sistema, dividindo os usuários em grupos de acesso distintos.
Para conseguir o gerenciamento do sistema foi criado um pequeno protocolo de troca de informações
entre o Elipse e as estações remotas. Deste modo foram definidos códigos de alarme, palavras de
controle e estados, entre outras. Assim, ao ser gerado um evento no Elipse, o aplicativo interpreta o
código recebido e toma as providências necessárias. Alguns códigos de alarme geram mensagens
para que o operador possa tomar decisões, enquanto outros códigos são internos ao sistema e
geram ações sem que necessitem a intervenção do operador. A aplicação, como um todo, divide-se
em 3 principais eventos: varredura, manual e alarme.
Enfim, pode-se afirmar que com a utilização da metodologia implantada no projeto conseguiu-se uma
economia da ordem de 2/3. Dessa forma, consegui-se cumprir o objetivo inicial, que era o de
desenvolver um projeto o qual apresentasse um fator custo-benefício como diferenciador.
AGRADECIMENTOS
À CESAMA, agradeço o suporte fornecido e toda confiança depositada. Agradeço em particular ao
gerente Lincoln, aos diretores, aos eletricistas e a todo o pessoal de apoio.
Agradeço também a FAPEMIG - Órgão financiador da bolsa de mestrado, a faculdade de Engenharia
Elétrica e todo o corpo docente do programa de pós-graduação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Automação.net, “Automação industrial”, web page, http://www.automação.net, 2000.
[2] Bracarense, Alexandre Queiroz e Rogana, Wagner Gomes, “Automação Industrial”, Arquivo Automação.zip,
grupo de robótica, soldagem & simulação, UFMG – Engenharia Mecânica.
[3] Elipse Windows, “Sistema de Supervisão e Controle”, Elipse Software Manual do Usuário, 1999, Porto
Alegre - RS.
[4] Petrobrás S.A, “Avaliação de arquiteturas de supervisão para instalações operacionais da E&P”, Relatório
RL-3000.00-5520-850-PGT-003.