Resumo:
Introdução
Atualmente vivemos em uma sociedade cada vez mais informatizada e high tech
e o computador representam a base de sustentação tecnológica em favor do
1
conhecimento, oferecendo inúmeras possibilidades educacionais qualitativas no âmbito
educacional.
Priorizar a tecnologia da informação e utilizá-la com qualidade é essencial para
o futuro educacional, cultural e socioeconômico de qualquer país. As grandes alterações
provocadas pelo desenvolvimento científico e tecnológico obrigam as instituições de
ensino a rever os seus métodos e as suas práticas pedagógicas tradicionais, pois o ensino
tornou-se obsoleto e a escola já não é a única fonte de informação dos alunos. Atender a
essas exigências urgentes significa hoje um grande diferencial para as instituições
escolares, de qualquer nível, interessadas em apresentar como alternativa um ensino
dinâmico e coerente com as mudanças que estão ocorrendo em nossa sociedade do
conhecimento e da informação.
Crê-se que o preparo do docente para a utilização destas tecnologias é de suma
importância para transformar a educação de uma simples transmissora de informação
em construtora do conhecimento e da aprendizagem do aluno, em que o professor
passará a assumir um papel de mediador e não mais de mero transmissor de informação,
deixando de ser de acordo com Freire (1970) uma “Educação Bancária”.
Contudo, o professor deverá ser muito bem capacitado, uma vez que exigirá
diferentes características, como: dinamismo e postura investigativa, capacidade para
obter e selecionar rapidamente informações eficazes e visão contextual, entre outras
qualidades.
Além das características já mencionadas, é necessário refletir sobre o uso dos
recursos tecnológicos, pois os mesmos devem estar inserido em uma proposta
pedagógica que respeite o contexto sócio-econômico e político, as condições prévias do
aluno e a avaliação permanente das aquisições e dos processos intelectuais, antes,
durante e após a utilização do computador, isto é, distintas maneiras de usar as
tecnologias da informação e comunicação na educação.
Este artigo vem elucidar questões relacionadas às Tecnologias na sociedade, a
Incorporação das TIC na formação de professores e a caracterização de cursos de
formação de professores em Educação a Distância (EAD). Tendo em vista, uma
reflexão em torno destas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no cotidiano
pedagógico destes profissionais de educação.
2
As Tecnologias na Sociedade
3
Como a sociedade na qual nos fundou é caracterizada pelas lembranças,
registros, a sociedade oral é baseada pela repetição. No decorrer dos tempos há a
construção e desenvolvimento de diferentes formas de apropriação do conhecimento,
como por intermédio da linguagem oral, da linguagem escrita e da linguagem digital
imprimindo de fato novos fatores à sociedade do conhecimento.
4
Com as novas tecnologias, novas formas de aprender, novas competências são
exigidas, novas formas de se realizar o trabalho pedagógico são necessárias e
fundamentalmente, é necessário formar continuamente o novo professor para
atuar neste ambiente telemático, em que a tecnologia serve como mediador do
processo de ensino – aprendizagem. (MERCADO, 2002, p. 15)
5
instituição estejam inseridos nessa nova tentativa de práxis pedagógica para uso das
TIC.
No entanto, inúmeros fatores irão influenciar a não inserção tecnológica. Belloni
(1998) considera a necessidade de humanizar as máquinas de comunicar, dominá-las,
sujeitando-as aos princípios emancipatórios da educação, eis aí o desafio que está posto.
Estas mudanças tecnológicas e sociais em curso inserem o homem num novo
contexto, ora variáveis de hábitos, de valores. Logo, a escola percebe da necessidade de
mudança, de refletir sobre a maneira tradicional de produzir e transmitir conhecimento.
Reforçando a idéia de que educação não é ter apenas a tarefa de adaptar procedimentos
e sim repensar e reinventar aprendizagem de acordo com sua realidade.
Portanto, nesta nova organização é imprescindível a exigência de um novo perfil
do educador, ou seja, que ele seja crítico, competente, comprometido, interativo,
exigente e principalmente aberto a mudanças. O educador nessa sociedade do
conhecimento deverá ser o encaminhador da auto-promoção e conselheiro da
aprendizagem.
O fator relacionado a mudança na postura do professor será característica
diferenciadora entre a mediação no processo de ensino-aprendizagem contrapondo-se ao
monopólio do saber. Outro fator influenciador a mudança de postura do profissional de
educação e a um melhor desenvolvimento do conhecimento é articulação das TIC nas
práticas pedagógicas.
Contudo, é salientar afirmar que o uso destas TIC não necessariamente
desenvolve-se de forma positiva, sejam pelos fornecimentos de pacotes pedagógicos, a
não familiaridade com as TIC, a ausência ou indevida formação inicial e / ou continuada
de professores para o uso das TIC.
A existência de uma formação inicial e continuada para o uso das TIC é
importantíssima para a probabilidade de qualidade no desenvolvimento das mesmas.
Estas formações podem realizassem de distintas maneiras, isto é, de forma presencial, a
distância e virtualmente, como demonstrada por BARRETO (2006), no gráfico a seguir:
6
Focos das Teses e dissertações por ano - Formação de professores
7
Relação entre modalidades de ensino e formação continuada
Entende-se como educação a distância, aquela que tem como base o uso
intensivo das TIC, caracterizada pelo distanciamento físico e/ou temporal entre alunos e
professor e tem como características específicas a flexibilidade, onde tanto alunos,
quanto professores dispõem de horários alternativos para a execução das tarefas, é claro
respeitando os prazos existentes; a atemporalidade onde pode-se executar tarefas antes
dos prazos determinados, não sendo necessário esperar que a data final se expire,
fazendo assim com que alunos possam administrar melhor o seu tempo disponível; a
extraterritoriedade, já que como são utilizados recursos tecnológicos para facilitar o
aprendizado e permitir que alunos e professores estejam distantes, as informações e
tarefas chegam a qualquer parte do mundo, da mesma forma e as vezes com a mesma
rapidez; a interatividade, através de recursos como blogs, wikis, fóruns, chats e portais
acadêmicos, que facilitam o contato permanente de forma síncrona( em tempo real) ou
assíncrona (em tempos diferentes), de todos que fazem parte do curso e a facilidade de
escalonamento, onde se pode dividir as atividades em blocos ou em unidades, para que
8
o planejamento do curso atenda as necessidades de tempo e de aprendizado de alunos,
professores e tutores.
O extraordinário desenvolvimento das TIC, a aceleração do progresso da ciência
e da tecnologia e a complexidade da vida moderna, fazem com que nossas vidas e a
sociedade adaptem-se a diferentes formas de vivenciar o novo jeito das coisas, inclusive
no campo educacional, é aí que a EAD com suas vastas possibilidades adentra no nosso
campo visual, pois nos permite se qualificar e aprimorar nossos estudos, sem que seja
necessário estarmos presente em salas tradicionais e em cursos presenciais.
Outro fator importante a ser levado em consideração, são as desigualdades
internas de ordem social, econômica e cultural que existe em nosso continental país,
onde a EAD, pode ser uma das soluções em longo prazo da redução de alguns índices
negativos, basta como exemplo o fato de milhares professores da educação infantil, ter
apenas o curso de magistério em nível médio, com a EAD, muitos desses professores
estão tendo a oportunidade de engrandecimento profissional, em cursos superiores
realizados em instituições reconhecidas e de qualidade como as universidades públicas
federais.
A forte e crescente demanda crescente pelo ensino superior é, também, outro
fator importante para a utilização da educação a distância, por motivos que vão desde a
falta de tempo do profissional que trabalha o dia inteiro para se sustentar à dificuldade
de locomoção de pessoas que moram distantes dos grandes centros, mas que em ambos
os casos necessitam de uma melhor qualificação educacional para continuarem
galgando degraus na sua vida profissional.
Como toda forma alternativa de ensino, a utilização de EAD como instrumento
de aprendizagem esbarra em alguns desafios, o primeiro deles é o desafio cultural de
consolidar-se como metodologia educacional de qualidade, já que muitos ainda são
reticentes e incrédulos quanto à eficácia da utilização dessa modalidade de ensino,
responder ao imperativo da democratização de educação, também se apresenta como
desafio, o chamado desafio social, hoje é urgente a necessidade de redução de
desigualdades, e a EAD se apresenta como uma forma eficaz de redução dessas
desigualdades, porém sozinha esta fora de educação jamais conseguirá vitórias
eloqüentes, por fim, observa-se o desafio processual, onde se torna necessário que as
pessoas que estão a frente da elaboração de cursos na modalidade a distância entendam
que só se trabalhando com planejamento e com equipes multidisciplinares o curso terá
mais chances de apresentar resultados positivos, estas equipes devem ser formadas por
9
conteudista ou professor/autor, tutores, designer acadêmico pedagógico e especialistas
diversos (designer gráfico, web designer, em tecnologias da informação e da
comunicação).
Dividiremos os acontecimentos mais relevantes ao longo do tempo no tocante a
EAD por gerações, para um melhor entendimento da evolução da modalidade a
distância.
1ª Geração: Ensino por correspondência (envio de documentos: manuais, guias de
estudo, etc) por correio – iniciou-se em meados do século XIX. Primeiro curso de EAD
- criado por Sir Isaac Pitman, em 1840, no Correspondence Colleges na Inglaterra.
2ª Geração: Difusão dos materiais através da televisão, rádio, cassetes de áudio, vídeo e
por telefone, complementados por envio por correio em meados dos anos 60.
3ª Geração: Materiais mais interativos, apoiado por computador, e-mail e BBS
considerado o primogênito dos comunicadores instantâneos (messengers) que temos nos
dias atuais, Anos 80.
4ª Geração: Internet, aplicações educacionais mais interativas e fáceis de usar, escolas
virtuais, cursos disponíveis de forma global, aprendizagem colaborativa, comunidades
de aprendizagem.
No Brasil, embora sua origem remonte de há muito tempo com os cursos
ofertados pelo Instituto Universal Brasileiro(1941), Instituto Monitor(1939) e outros,
direcionados para as pessoas que ficaram fora do sistema por motivos diversos ou que
optavam por cursos profissionalizantes, esse tipo de educação era visto pela sociedade
como uma educação de segunda classe, uma vez que a clientela maior pertencia às
camadas populares.
Na década de 90, uma das estratégias de ampliação para possibilidades de EAD
no âmbito das Políticas públicas, pelo MEC, foi através do decreto no 1917 em 27 de
Maio de 1996, no qual foi criada a Secretaria de Educação a Distancia que tinha como
objetivo traçar linhas de ações e programas de formação de professores a distância,
visando melhorar a qualidade de aprendizagem do aluno na escola pública e dando
oportunidade de inserção das tecnologias na escola. Anos depois, a Educação a
Distância apresenta suas bases legais por intermédio da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional – Lei nº 9.394/96 sendo promulgada pelo Decreto nº 5.622, 19 de
dezembro de 2005 e normalizada pela Portaria nº 4.361, 29 de dezembro de 2004.
A Secretaria de Educação a Distância – SEED representa a clara intenção do
atual governo de investir na educação a distância e das novas tecnologias como uma das
10
estratégias para democratizar e elevar o padrão de qualidade da educação brasileira. A
Secretaria desenvolve vários programas e projetos, como:
11
O Programa Nacional de Informática na Educação (ProInfo) é um programa
educacional para o desenvolvimento e promoção do uso pedagógico da informática na
rede pública de ensino fundamental e médio.
12
O Projeto DVD Escola, democratiza o programa TV Escola, permutando os
recursos modernos de aparelhos DVD nas Escolas Públicas.
13
fazem parte da Secretaria de Educação a Distância e que também auxiliam nessa difícil
missão de preparar os docentes para a utilização das TIC.
É perceptível que o objetivo para o desenvolvimento destes programas, é a
iniciativa de inserção tecnológica dos profissionais da educação, como também a
execução de formações profissionais iniciais ou continuadas, contudo, há mais de uma
década são desenvolvidos estes programas no Brasil, e é visível que apesar de uma
coerente proposta pedagógica, é necessário repensar as dinâmicas destes programas e de
outros que surgiram do aperfeiçoamento ou necessidades de outros programas.
As ofertas destes programas podem colaborar ou não na práxis pedagógica dos
profissionais de educação, pois à medida que o programa é planejado e executado,
distintos fatores influenciarão na sua eficácia ou ineficácia, como nos materiais de
apoio, estratégias na execução do programa, disponibilidade temporal, construção de
ambientes colaborativos e cooperativos, interatividade e interação entre os envolvidos
no programa, isto é, professores, coordenadores, tutores e cursistas.
Considerações Finais
14
Tendo em vista o favorecimento para mudança na postura destes profissionais,
as novas Tecnologias de informação e comunicação demonstram tal finalidade.
Contudo, ao introduzir as TIC no cotidiano pedagógico ocorre a necessidade de
capacitar adequadamente os profissionais de educação, dinamizando na integração
cultural, tornando significativo e viabilizando a construção de conhecimento não
limitando ao simples uso das tecnologias. Pois, por intermédio destes recursos
tecnológicos os professores podem inovar e proporcionar condições melhores para que
seus alunos possam de maneira criativa e enriquecedora construir o próprio
conhecimento.
As possibilidades para a formação inicial e continuada destes profissionais
podem ser concretizadas pelas distintas modalidades, isto é, de caráter de ensino
presencial, não - presencial e virtual. Desde 1995, com a criação da SEED, o Ministério
de Educação associado às diversas parcerias estaduais, municipais e federais, apóia o
desenvolvimento de distintos programas, cursos e projetos para formação inicial e
continuada de professores, gestores e alunos de graduação na área de educação por
intermédio da educação a distância e uso das diferentes mídias.
Através de pesquisa já realizadas, é verificável que o desenvolvimento destes
programas ou a introdução destas tecnologias no cotidiano pedagógico podem desvelar
alguns problemas como a utilização de pacotes pedagógicos, o não acesso ou
dificuldade de acesso a essas TIC, a resistência para mudança de paradigmas...
Em controvérsia a afirmativa acima, é necessário formar os professores da
mesma maneira que se espere que eles atuem, no estímulo a pesquisa, na vivência e
conhecimento e aplicabilidade das distintas mídias no contexto pedagógico, na
provocação de hipóteses e discussões colaborativa.
Diante dessa realidade, louvam-se as tentativas, mesmo que ainda tímidas e com
escassos recursos e recursos mal aplicados, que o governo federal em parceira com
estados e municípios vem desenvolvendo para qualificar os docentes das instituições
públicas para a utilização das tecnologias da informação e comunicação, não deixando
de citar, que as instituições privadas, também deveriam criar programas que
contemplassem a formação de seus docentes visando a utilização de forma pedagógica
das tecnologias disponíveis.
15
Referências
16