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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DE GOIÁS

CIÊNCIAS SOCIAIS E POLÍTICAS PÚBLICAS

Docente: Gabriel
Disciplina: Antropologia II
Acadêmica: Ana Carolina Cavalcante de Souza

ANTEPROJETO DE PESQUISA

O TERREIRO É CHÃO DE RESISTÊNCIA E FÉ

Linha de Pesquisa: História, Religiosidade, Fé, Preconceitos.

Goiânia-GO
2018
1- Realize uma proposta de pesquisa a ser realizada como trabalho final da disciplina.

O presente trabalho busca mostrar a origem do candomblé em terra Brasil e a resistência na


preservação da prática da fé. Cabe destacar que as religiões afro-brasileiras sofrem ainda hoje
incessantes preconceitos, principalmente das religiões pentecostais. Com base na observação
participante dentro do terreiro CCSAUE , pretendo retratar como esse terreiro em específico
se mantém em uma região periférica da cidade de Aparecida de Goiânia cercado de igrejas
neopentecostais e seus adeptos preconceituosos.

2- Como aparece a cultura na proposta formulada no ponto 1? Como a proposta implica


uma crítica cultural à própria sociedade?

Com o crescimento das igrejas neopetencostais e o fato de que essas inúmeras denominações
evangélicas se proclamam como única verdade absoluta, o proselitismo é muito grande. A
tolerância não faz parte do universo deles
3- Realize uma genealogia com algum sujeito a ser incluído na pesquisa e apresente uma
síntese das informações levantadas na entrevista.

O meu entrevistado para a pesquisa genealógica é um homem de 40 anos


morador da cidade de Goiânia-GO com nível superior completo em dois cursos (
Ciências Contábeis e Direito ) Este homem vem de família tradicional de
religião pentecostal. Na entrevista elaborei questões desde a formação familiar,
educacional e o porque da escolha por uma religião tão adversa ao ambiente em
que viveu.

P1 – Primeiramente eu quero agradecer a sua disponibilidade em participar deste


projeto. Quero começar pela sua apresentação. Nome completo, cor, raça, idade,
formação escolar e familiar.
R.1 Meu nome é Rogério Gonçalves de Melo, tenho 40 anos completos, sou branco,
formado em Ciências Contábeis e Direito pela Universidade Salgado de Oliveira.
Venho de família chamada “tradicional”, meus pais estudaram até o ginásio sendo
minha mãe dona de casa e meu pai mestre de obras. Tenho dois irmão.

P2 – Em qual base religiosa você foi apresentada a você por seus pais em casa? Seus
pais ainda professam a mesma fé?

R2 - O meu pai sempre foi católico, o dito não praticante, assim como minha mãe,
ambos vindo do interior de Goiás. Na minha infância eu e meus irmão íamos a igreja
aos domingos e participávamos da catequese. Na minha adolescência eu já não
frequentava a igreja católica como antes, como disse, meus pais eram os católicos não
praticantes então não havia uma cobrança para que se mantesse uma tradição.
Minha irmã mais velha, começou a ter contato com uma igreja Neopentecostal chamada
( Luz para os Povos), atraída acredito pela necessidade de uma postura de autoridade
que não era exercida pelo meu pai em casa, que sempre manteve um relacionamento
distante da educação dos filhos.
Em resumo, minha mãe e meu irmão do meio passaram também a frequentar
essa igreja, recebendo o batismo e professando essa nova fé, que para mim era a
negação de respeito aos santos da igreja católica que havíamos na infância aprendido a
respeitar. Meu pai todavia, se manteve distante da nova fé até que nesse ano resolveu
“aceitar Jesus” aos moldes petencostais.

P3 – Como você conheceu a Umbanda e o Candomblé e porque decidiu seguir este


caminho?
R3 - Sempre achei que a forma que o catolicismo explicava o sentido da vida e
conceitos como morte, céu e inferno era desprovido de um sentido a mais ou maior. Ao
acompanhar por imposição a minha mãe e a minha irmã a igreja pentecostal ou melhor,
dos crentes, eu me sentia sufocado, oprimido em minha forma de pensar a vida e a
sociedade. Conheci minha esposa aos 20 anos e ela espiritualista me apresentou uma
outra forma de possível verdade, sem imposições e preconceitos, pelo ao menos não
haviam aos moldes dos católicos e evangélicos. Comecei a estudar, na busca por
resposta e percebi que essas não são absolutas, mas são possíveis ao nível de
interpretação de cada tempo e modos de viver em sociedade. O que me levou ao
terreiros de candomblé e Umbanda foi principalmente a simplicidade de modo geral. O
fato do orixá ser um Deus e ser Humano... Isso para mim é muito mais palpável,
possível de crer. A simplicidade dos Pretos (as) Velhos (as) no compartilhar de suas
sabedorias, a força de Ogum e Exú a orientar os passos me fazem ter a certeza que a
vida é muito mais do que certo e errado, do que ceu e inferno e está longe de
preconceitos por sermos diferentes.

P4 – O preconceito existente contra as religiões como Umbanda e Candomblé te


incomodam e como você lida com isso no seu meio social?
R4 – O preconceito só não incomoda a quem os faz. Eu me sinto sim muito incomodado
com este e com vários outros preconceitos existentes e difundidos em nossa sociedade.
O preconceito contra as religiões de matriz africana tem sua origem desde a colonização
ou até bem antes disso. A dominação dos europeus às terras africanas, matando seus
corpos e suas almas e tomando para si seus territórios, a escravização do negro e sua
chegada ao Brasil como não gente, obrigando-os a negarem tudo o que os tornava o que
eram como identidade de seu povo, o desfacelamento de suas famílias. A doutrinação
dos índios num processo etnocêntrico e etnocida tudo isso está contido no preconceito
contra as religiões como candomblé e umbanda. Assim como os “crentes” gostam e
acham que é um atributo de moral se declararem crentes em qualquer ambiente,
tentando sempre nos fazer engolir goela abaixo seus versinhos decorados da bíblia e
finalizar toda e qualquer conversa com o chavão “glória a Deus” ou “ o sangue de
Jesus” para toda e qualquer falácia, eu declaro a minha fé a qualquer um em qualquer
ambiente sem a mínima cerimônia, pois aquilo que eu acredito é exatamente o que me
torna quem sou, não tem como, na minha perspectiva separar uma coisa da outra, sou
um amontoado de minha crenças sociais, religiosas... sou o que acredito e no que
GENEALOGIA FAMILIAR DO ENTREVISTADO
acredito é o que me torna, por isso digo sempre muito axé, onde quer que eu vá.
insistir, mesmo sem apoio familiar.

1 2 1A 2A

3 4 5 6 3A 4A 5ª 6A 7A

1B 2B 3B 4B 5B 6B C
1 –Manuel Gonçalves Melo (avô paterno do entrevistado)

2 – Maria Gonçalves Melo (avó paterna do entrevistado)

3 - Adail Gonçalves Melo (pai do entrevistado)

1 A – Otávio Machado Melo ( avô materno do entrevistado)

2 A - Edwvirges Machado Melo (avó materna do entrevistado) 6. 1 6. 2

3 A- Erondina Adelina Melo (mãe do entrevistado)

1B – Flávia Gonçalves Melo (irmã do entrevistado)

2B – Rômulo Gonçalves Melo ( irmão do entrevistado)

1C– Ana Carolina Cavalcante Souza (esposa do entrevistado)

2C – Rafaela Cavalcante Gonçalves Souza Melo (filha do entrevistado)

3 – Eduardo Cavalcante Gonçalves Souza Melo (filho do entrevistado)


4- O “Ensaio sobre a dádiva” de Marcel Mauss apresenta uma crítica à ideia de sociedade
elaborada pelos filósofos Iluministas. Em que consiste esta crítica e quais foram suas
implicações no campo das ciências sociais.

A critica é uma critica a visão utilitarista. Os iluministas imaginaram o contrato sob a


forma de um acordo entre indivíduos racionais, isto é, motivados pelos seus interesses
particulares. A dádiva é anti-utilitária. A dádiva não é resultado da lógica utilitária do
contrato como afirmado no iluminismo. A dádiva não é uma relação mercantil. Marcel
Mauss nos ensina que “toda esta economia da dádiva está longe de entrar no quadro da
economia dita natural, do utilitarismo” (p.266). Sua caracterização da dádiva como
forma do contrato das sociedades arcaicas supõe uma redefinição do conceito de
contrato, definindo uma tripla ordem: dar, receber e retribuir. Os objetos doados, aceitos
e devolvidos não se trocam nem porque são úteis, nem em razão da sua equivalência
monetária, mas por terem significado simbólico no desejo de construir o vinculo. Na
visão mercantilista e utilitarista, não se leva em consideração a construção e
manutenção do vinculo, o verdadeiro valor está no objeto e isso tem maior importância.
Assim o Ensaio sobre a dádiva de Marcel Mauss rompe com uma concepção positivista
de sociedade que privilegia um recorte empirista e materialista da realidade social para
incluir as dimensões gestuais, afetivas e ritualísticas.

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