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MAYARA IANY PEREIRA MOREIRA E SUYANNE OLIVEIRA DA SILVA

ESTUDO COMPARATIVO DO MÓDULO DE ELASTICIDADE DAS ARGAMASSAS


EMPREGADAS PARA ASSENTAMENTO DE ALVENARIAS E ENCUNHAMENTO

Artigo apresentado ao curso de graduação em


Engenharia Civil da Universidade Católica de
Brasília, como requisito parcial para a
obtenção de Título de Bacharel em Engenharia
Civil.

Orientador: Prof. MSc. Nielsen José Dias


Alves

Brasília
2013
ii

Artigo de autoria de Mayara Iany Pereira Moreira e Suyanne Oliveira da Silva, intitulado
“ESTUDO COMPARATIVO DO MÓDULO DE ELASTICIDADE DAS ARGAMASSAS
EMPREGADAS PARA ASSENTAMENTO DE ALVENARIAS E ENCUNHAMENTO”,
apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Civil da
Universidade Católica de Brasília, em 22 de novembro de 2013, defendido e aprovado pela
banca examinadora abaixo assinada:

__________________________________________________

Prof. MSc. Nielsen José Dias Alves


Orientador
Curso de Engenharia Civil – UCB

__________________________________________________

Prof. MSc. Robson Donizeth Gonçalves da Costa


Examinador
Curso de Engenharia Civil – UCB

Brasília
2013
iii

EPÍGRAFE

“Menor que meu sonho não posso ser.”


(Lindolf Bell)
iv

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pela vida. A minha amada mãe, pelo exemplo de vida, pelos
valores repassados, pelo amor, carinho e compressão; por incentivar o estudo e me
proporcionar à chance de realizá-los. A minha amiga Mayara Iany pela persistência,
companheirismo e confiança nessa jornada. Ao meu namorado Willian pelo carinho, ajuda e
companheirismo ao longo do curso. As amigas Apoema, Andressa e Cláudia por todas as
alegrias durante o curso. Ao professor Nielsen José Alves Dias pela orientação, confiança e
amizade.

Suyanne

Agradeço a Deus e Nossa Senhora, que me deram força e apoio em todos os momentos desta
jornada. Aos meus pais, por me proporcionar a oportunidade de estudar, por acreditar, apoiar,
confiar e me amar profundamente. A minha vó Ester que esteve em meus pensamentos e que
tenho certeza que está muito orgulhosa. A minha companheira Suyanne, pela amizade,
paciência, persistência e disponibilidade para a execução deste trabalho. Ao meu grande amor
Pedro, pela paciência, compreensão e amor demonstrado no meu dia a dia. As minhas irmãs,
sobrinhos e a toda a minha família e amigos que compreenderam a minha ausência, me deram
força, ajuda no desenvolvimento do trabalho e palavras de carinho. As minhas amigas
Vanessa, Cacau e Popo pelo companheirismo, paciência, amor, disponibilidade, por estarem
ao meu lado nessa caminhada sem me deixar desistir. Ao Professor Nielsen que apesar da
correria teve muita paciência e disponibilidade. Agradeço principalmente aos conhecimentos,
e por ajudar na minha formação e realização de um sonho.

Mayara
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ESTUDO COMPARATIVO DO MÓDULO DE ELASTICIDADE DAS ARGAMASSAS


EMPREGADAS PARA ASSENTAMENTO DE ALVENARIAS E ENCUNHAMENTO

MAYARA IANY PEREIRA MOREIRA E SUYANNE OLIVEIRA DA SILVA

RESUMO

Em função das variações climáticas em Brasília, são diversos os problemas


patológicos verificados nas argamassas de assentamento de alvenaria não estrutural e
encunhamento, decorrentes da falta de especificações técnicas que esses materiais devem
possuir, prevalecendo quase sempre à experiência adquirida e o senso comum. Foram
analisados diferentes traços de argamassas para encunhamento e assentamento de blocos, na
intenção de caracterizar as argamassas utilizadas pelo mercado, bem como alguns tipos de
argamassas inovadoras. Assim, foi realizada a comparação entre o módulo de elasticidade das
argamassas através do ensaio com ultrassom (módulo de elasticidade dinâmico),
correlacionando os resultados com os componentes dos traços e as resistências mecânicas
(tração na flexão e compressão).

Palavras-chave: Módulo de Elasticidade Dinâmico. Argamassa de assentamento. Argamassa


de encunhamento. Patologias em revestimentos.

1. INTRODUÇÃO

Com a evolução do concreto armado, os elementos construtivos passaram a sofrer


maiores solicitações, devido às mudanças de comportamento das estruturas. As mesmas são
projetadas possibilitando redução de custos e tempo de execução, resultando em construções
mais altas e esbeltas, com maiores resistências e mais deformáveis.
2

Em consequência disso, tem ocorrido uma maior incidência de manifestações


patológicas nas alvenarias de vedação e em seus revestimentos. Dentre as principais
manifestações, se destacaram o aparecimento de fissuras e a quebra de tijolos.
O conjunto alvenaria de vedação e argamassa de encunhamento deve trabalhar junto,
absorvendo as deformações da estrutura, e, dessa forma, evitando o aparecimento de fissuras.
Em Brasília, em função da sua grande variação higrotérmica, tem-se encontrado um
número expressivo de problemas relacionados à especificação errada das argamassas de
encunhamento e de assentamento, principalmente devido à indicação de argamassas muito
rígidas. Dentro desse contexto, o presente trabalho, se insere com o objetivo de comparar o
módulo de elasticidade das argamassas mais comumente empregadas para assentamento e
encunhamento em Brasília.

2. ARGAMASSAS

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 13281/2001 (p.


2) “Argamassa é uma mistura homogênea de agregado(s) miúdo(s), aglomerante(s)
inorgânico(s) e água, contendo ou não aditivos ou adições, com propriedades de aderência e
endurecimento, podendo ser dosada em obra ou em instalação própria (argamassa
industrializada).”
As argamassas podem ser utilizadas para: assentamento, rejuntamento, revestimento,
etc. As de assentamento são empregadas na ligação da alvenaria de vedação e alvenaria
estrutural, bem como na região de encunhamento (ABNT NBR 13281/2005).
Para o bom desempenho das argamassas, elas precisam apresentar alguns requisitos
como: estabilidade mecânica, segurança em caso de incêndio, satisfação hidrotérmica e de
acústica, contribuindo com a estética da construção (FERREIRA, 2010). Especificamente
para as argamassas de assentamento e encunhamento, outra propriedade muito importante, é a
capacidade de absorver deformação, evitando a transferência de esforço para a alvenaria.

2.1. Argamassa de assentamento empregada para alvenaria de vedação

As argamassas surgiram com a necessidade de unir elementos estruturais. Inicialmente


eram utilizados argilo-minerais como aglomerantes, porém, com a evolução da engenharia,
3

foram descobertos novos materiais com propriedades aglomerantes como: a cal, o gesso, e o
cimento Portland, que melhoram o desempenho das argamassas. A princípio, a alvenaria
funcionava como estrutura, logo após a descoberta do cimento Portland, a maioria das
estruturas passaram a ser construídas em concreto armado, possibilitando que as alvenarias
também tivessem função de vedação (CAVALHEIRO, 2013).
O assentamento de blocos cerâmicos para vedação é ainda considerado um método
arcaico, devido ao tempo gasto na produção, a falta de controle e o desperdício de materiais.
A fim de minimizar esses problemas, nos últimos anos foram desenvolvidas argamassas
industrializadas semi-prontas, que necessitam apenas a adição de água, e as prontas com
aditivos estabilizadores.
Segundo o código CP-121 walling da British Standards Institution (BSI) (apud
Sabbatini, 1998, p. 7),
As funções primárias das juntas de argamassa em uma parede de alvenaria são:
a. Unir solidamente as unidades de alvenaria e ajudá-las a resistir aos esforços
laterais;
b. Distribuir uniformemente as cargas atuantes na parede por toda a área
resistente dos blocos;
c. Absorver as deformações naturais a que a alvenaria estiver sujeita;
d. Selar as juntas contra a penetração de água da chuva.
Sabbatini (1986, p. 4) cita que,
Para que a argamassa tenha capacidade de prover as funções citadas pela BSI, ela
deve apresentar as seguintes características:
a. Ter trabalhabilidade (consistência, plasticidade e coesão) suficiente para que
o pedreiro, produza com rendimento otimizado um trabalho satisfatório, rápido e
econômico;
b. Ter capacidade de retenção de água suficiente para que uma elevada sucção
do bloco não prejudique as suas funções primárias;
c. Adquirir rapidamente alguma resistência após assentada para resistir a
esforços que possam atuar durante a construção;
d. Desenvolver resistência adequada para não comprometer a alvenaria de que
faz parte. Não deve, no entanto, ser mais resistente que os blocos que ela une;
e. Ter adequada aderência aos blocos a fim de que a interface possa resistir a
esforços cisalhamentos e de tração e prover a alvenaria juntas estanques a água de
chuva;
f. Ser durável e não afetar a durabilidade de outros materiais ou da construção
como um todo;
g. Ter suficiente resistência (baixo módulo de deformação) de maneira a
acomodar as deformações intrínsecas (retração na secagem e de origem térmica) e as
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decorrentes de movimentos estruturais (de pequena amplitude) da parede de


alvenaria, sem fissurar.

2.2. Argamassa de assentamento empregada para encunhamento

O encunhamento consiste no preenchimento do espaço entre a última fiada da


alvenaria e a estrutura, ou seja, a união de dois materiais com comportamentos distintos. É um
procedimento comum em obras e é necessário, tomar precações para evitar o aparecimento de
manifestações patológicas.

Segundo Sayegh (2007, p. 1),

Antigamente, em estruturas pouco deformáveis [...], a fixação era feita com


argamassas rígidas e cunhas de concreto. Hoje em dia, com a execução de estruturas
mais flexíveis, deve-se recorrer a materiais mais resilientes como massa podre
(argamassa rica em cal hidratada e pequeno consumo de cimento), tijolos de barro
cozido com pequeno módulo de deformação, argamassas com elastômeros, esferas
de isopor, placas de neoprene, cortiça ou isopor, poliuretano expandido e outros.

Sabbatini (2002 apud Henz, 2009, p. 38) sugere uma classificação quanto aos tipos de
técnicas utilizadas para o encunhamento (Ver quadro 1).

Quadro 1 – Classificação quanto ao tipo de encunhamento e respectivos materiais.


(SABBATINI, 2002, p. 4).

Encunhamento Materiais
Tijolos inclinados a 45°
Com pré-tensionamento (rígido) Cunhas de concreto
Argamassa expansiva
Sem pré-tensionamento (resiliente) Argamassa com baixo módulo de elasticidade

O encunhamento com pré-tensionamento (rígido) assegura a fixação da alvenaria na


estrutura, e também proporciona a função de contraventamento. Já o sem pré-tensionamento
(resiliente) é utilizado em situações em que a estrutura é muito deformável, por isso
recomenda-se o uso de materiais que possuem alta plasticidade, aderência e baixo módulo de
elasticidade, diminuindo assim, a incidência de fissuração. Para estruturas que são muito
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deformáveis e que possuem paredes rígidas, o mais indicado é a utilização do encunhamento


plástico, este tipo de material, absorve menor tensão das paredes e sua fixação é garantida
pela execução adequada da colagem do material (SABBATINI, 2002 apud HENZ, 2009, p.
39-40).

No presente trabalho, serão analisados traços diferentes de argamassas para


encunhamento sem pré-tensionamento com característica resiliente.

2.3. Patologias

Problemas em alvenarias decorrentes da falta de planejamento, controle e aplicação


das argamassas acarretam danos no desempenho funcional de uma parede. Isso acontece pelo
falta de cuidado no preparo das argamassas e na execução das alvenarias.

De acordo com Thomaz (1989, apud Daldon, 2008, p. 19-20),

As manifestações patológicas podem atingir três aspectos fundamentais:

a. aviso de eventual estado perigoso de ruptura das unidades de alvenaria;


b. compromisso com o desempenho da edificação em serviço (estanqueidade,
durabilidade e isolamento acústico);
c. constrangimento psicológico do usuário.

As causas das patologias das argamassas podem ser devido à ausência ou falha de
projeto, deficiência dos traços e características dos materiais e/ou especificação incorreta de
materiais, falta de qualificação da mão-de-obra acarretando erros de execução, não seguindo
as recomendações das normas técnicas e problemas de manutenção. (BAUER, 1994)

Dentre as patologias encontradas nas argamassas devido a problemas na alvenaria, as


fissuras são as mais comuns. Elas são divididas em: Fissuras horizontais, verticais e
inclinadas, que ocorrem devido à transferência de esforços através das ações do carregamento.
As fissuras mapeadas e geométricas que ocorrem pela retração da argamassa por excesso de
cimento e/ou água, estão relacionadas a características dos materiais componentes da
argamassa.
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2.4. Módulo de elasticidade

O módulo de elasticidade é uma propriedade significativa para o estudo do


desempenho das argamassas, que está associado à sua capacidade de deformação e fissuração.
Os esforços atuantes nas argamassas podem ser resultantes de ações térmicas, solicitações do
carregamento, acomodações da alvenaria e retração de secagem.
O revestimento de argamassa deve apresentar capacidade de absorver pequenas
deformações, para se deformar sem ruptura ou por meio de microfissuras, de maneira a não
comprometer a sua aderência, estanqueidade, e durabilidade. Esta capacidade de deformação
das argamassas é caracterizada pelo módulo de elasticidade, o qual será tanto maior quanto
mais rígido for a argamassa. O módulo de elasticidade e a resistência mecânica das
argamassas influenciarão tanto na fissuração como na aderência (CARASEK, 2007). Dubaj
(2007, p. 17) cita,
Os fatores que influenciam diretamente no módulo de deformação das argamassas:
a. Relação água/cimento e resistência mecânica – [...] o afirma que o módulo de
elasticidade decresce com o aumento da relação água/cimento da argamassa e,
aumenta com a resistência mecânica (argamassas rígidas) (MARTINELLI, 1989).
b. Teor de agregado - O módulo de elasticidade diminui com o aumento do teor
de agregado na argamassa, mais a partir de certo teor o módulo volta a crescer, como
o resultado da maior rigidez da estrutura da argamassa, que contém mais agregado
por metro cúbico (MARTINELLI, 1989).
c. Consumo de cimento - Argamassas com elevado consumo de cimento,
apresentam pouca capacidade de se deformarem, prejudicando o desempenho dos
revestimentos (SABBATINI, 1990).
d. Teor de cal - O módulo de deformação longitudinal decresce forte e
continuamente, à medida que aumenta o volume de cal nas argamassas (CINCOTTO
et al.,1985).

3. MATERIAS E MÉTODOS

Para a verificação do módulo de elasticidade nas argamassas de assentamento e


encunhamento foram realizados ensaios seguindo a ABNT. Os ensaios foram executados no
Laboratório de Materiais do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Católica de
Brasília.
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3.1. Materiais

Para a realização dos experimentos com as argamassas, foram utilizados os mesmos


materiais em todos os traços feitos no laboratório, com as seguintes características:

3.1.1. Agregados

O agregado utilizado foi areia média lavada de rio (areia natural), estocado no
laboratório. As Tabelas 1 e 2 apresentam a análise granulométrica e a caracterização física da
areia.

Tabela 1 – Análise granulométrica da areia natural (NBR NM 248/03).

Abertura % retida % retida


da peneira individual acumulada

4,8 0,21 0,21


2,4 3,21 3,42
1,2 10,70 14,12
0,6 31,64 45,76
0,3 32,50 78,26
0,15 17,17 95,43
<0,15 4,57 100,00
Total 100,00 -

Tabela 2 - Caracterizações físicas da areia natural.

Resultado médio
Ensaios realizados Unidade Norma
Areia natural
Módulo de finura - NBR NM 248/03 2,38
Classificação - NBR 7211/09 fina-zona 2
Massa unitária - estado solto (g/cm³) NBR NM 45/06 1,489
Massa específica (g/cm³) NBR NM 52/09 2,628
Absorção de água (%) NBR NM 30/09 0,812
Teor de material pulverulento (%) NBR NM 46/09 2,3
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3.1.2. Cimento

Utilizou-se o Cimento Portland CPII Z-32 com adição de pozolana, da marca


CIPLAN, condicionado em embalagem de 50 kg.

3.1.3. Cal

Utilizou-se a cal hidratada Itaú CH III, da marca Votorantim, condicionado em


embalagem de 20 kg.

3.1.4. Aditivos

Os aditivos utilizados foram: Aditivo incorporador de ar Vedalite e a resina PVA


Bianco, sendo as duas da marca Vedacit; polímero acrílico elastomérico concentrado Baucryl
10.000, e o polímero com fibras Baucryl Ecofachada, sendo os dois da marca Quimicryl.

3.1.5. Argamassa pronta

Utilizaram-se três argamassas prontas, sem a necessidade de adição de água. As


marcas de argamassas poliméricas analisadas foram (Ver Foto 1): argamassa supercolante da
marca Biomassa do Brasil, condicionada em embalagens de 3kg, massa Dundun do grupo
FCC, condicionada também em embalagens de 3kg e a massa Alefix da marca Alesol,
condicionada em embalagens de 5kg.
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Foto 1 – Argamassas poliméricas.

3.2. Produção das argamassas

3.2.1. Dosagem

Para as argamassas de encunhamento (AE) foram avaliadas quatro argamassas, sendo


duas delas de empresas da região e as outras duas propostas pelo orientador. As empresas que
forneceram as argamassas foram a Villela e Carvalho, e a Associação Habitacional Ouro
Branco chamadas de argamassas AE-2 e AE-3 respectivamente. Os traços sugeridos pelo
orientador foram denominados de AE-1 e AE-2.

Para as argamassas de assentamento (AA), foram também avaliadas quatro tipos de


argamassa, sendo que uma com traço usual em obra e as outras três industrializadas. As
composições das argamassas analisadas são apresentadas na Tabela 3.
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Tabela 3 – Composição das argamassas.

Aglomerante Agregado/Adição
Denominação do traço
Cimento Cal Areia Vedalite Braucryl Braucryl ecofachada Bianco Água
AE-1 Baucryl 5% 1 - 6 0,20% 5% - - 18%
AE-2 Baucryl 10% 1 - 6 0,20% 10% - - 18%
AE-3 Obra 1 1 1 10 - - - 0,30% 18%
AE-4 Obra 2 1 0,5 5 - - 0,02% - 18%
AA-1 Usual 1 - 7 0,05% - - - 18%
AA-2 Industrializada Alefix
AA-3 Industrializada Dundun
AA-4 Industrializada Biomassa

3.2.2. Mistura

As argamassas foram misturadas em uma argamassadeira de mistura planetária


vertical, com capacidade de 4 litros, durante 3 minutos, em ambiente de laboratório.

3.2.3. Moldagem e cura dos corpos de prova

Utilizaram-se corpos de prova prismáticos, possuindo dimensões de 4x4x16cm. A


moldagem foi realizada conforme a ABNT NBR 5738/2003.

Os corpos de prova AE-1, AE-2, AE-3, AE-4 e AA-1 no dia seguinte, a moldagem já
se encontravam rígidos propícios para a desforma, e continuaram em condições de
temperatura e umidade de laboratório até a idade prevista para o ensaio. Para as argamassas,
AA-2, AA-3 e AA-4 devido a demora no processo de pega optou-se pelo uso da estufa com
temperatura de 50ºc para acelerar este processo (Ver foto 2). A partir disto a desforma da AA-
2, foi realizada quando a mesma ficou rígida, logo após foi retirada da estufa e continuou nas
condições de laboratório até a idade prevista para o ensaio. Os corpos de prova da argamassa
AA-3, tiveram retração plástica no dia seguinte a sua moldagem, esse processo ocorre antes
do final da pega. Foi observado que as rachaduras estavam na superfície, e o fundo do corpo
de prova ainda estava em processo de pega, elas interferem significativamente nos resultados
do ensaio de módulo. Não houve cura do traço AA-4, mesmo em condições de estufa durante
28 dias. Pelos problemas de retração, os traços AA-2 e AA-3 foram moldados novamente,
permanecendo nas condições de estufa com temperatura de 50°c durante 7 dias, a fim de
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realizar os ensaios de módulo de elasticidade dinâmico. Contudo o traço AA-3 após o dia da
moldagem, apresentou as mesmas rachaduras devido ao mesmo processo de retração plástica.

Foto 2 – Corpos de prova em estufa a 50°c.

3.3. Ensaios

3.3.1. Módulo de elasticidade dinâmico

O módulo de elasticidade dinâmico é um método não destrutivo, normalizado pela


ABNT NBR 15630/2009 (Argamassas para assentamento e revestimento de paredes e tetos –
Determinação do módulo de elasticidade dinâmico através da propagação de onda
ultrassônica).

Para a determinação do módulo de elasticidade dinâmico foram ensaiados todos os


corpos de prova aos 28 dias.

Primeiramente, o aparelho de ultrassom (V-METER MK IV da marca NDT, com


transdutores de 54 KHZ, Ver foto 3) foi calibrado para que fosse pré-definido um tempo de
travessia da onda de um transdutor de emissão para o transdutor de recepção. Posteriormente,
utilizou-se vaselina em pasta nos transdutores, na tentativa de ter um contato mais eficiente
entre a superfície do corpo-de-prova e os transdutores. Feito isso, os transdutores foram
posicionados nas extremidades do corpo-de-prova (Ver foto 4) e foi realizada a leitura da
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velocidade da onda necessária para percorrer o corpo-de-prova, indicado no painel digital do


equipamento.

Foto 3 – Aparelho de emissão de ondas Foto 4 – Realização do ensaio de módulo


ulrassônicas. de elasticidade dinâmico.

Para o cálculo do módulo de elasticidade dinâmico foi utilizado a Equação (1),


segundo a ABNT NBR 15630/2009.

( )( )
(1)
( - )

Em que:

Ed = Módulo de elasticidade dinâmico (MPa)

ρ = Densidade do corpo-de-prova (kg/m³)

V= Velocidade de pulso (km/s)

ν = Coeficiente de Poisson – adotado igual a 0,2

3.3.2. Resistência à tração na flexão e à compressão

O ensaio de resistência à tração na flexão e à compressão é normalizado pela ABNT


NBR 13279/2005. Os corpos-de-prova foram submetidos ao ensaio de resistência à tração na
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flexão (Ver foto 5) e à compressão (Ver foto 6) após o ensaio de módulo de elasticidade
dinâmico. Cada corpo-de-prova rompido na flexão resultou em duas metades que em seguida
foram rompidos à compressão.

Os corpos de prova foram rompidos aos 28 dias, utilizando uma prensa hidráulica
manual com indicador digital com capacidade de 100 toneladas força da marca Solotest.

Foto 5 – Realização ensaio de resistência à Foto 6 – Realização ensaio de resistência à


tração na flexão. compressão.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1. Módulo de Elasticidade e Resistências Mecânicas de argamassas encunhamento

Os valores médios do módulo de elasticidade, resistência à tração na flexão e à


compressão dos corpos de prova das argamassas de encunhamento, são apresentados na
Tabela 4. A variação do valor do módulo das argamassas ocorreu devido à diferença da
composição dos traços.
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Tabela 4 – Resultados ensaios módulo de elasticidade dinâmico, tração na flexão e


compressão das argamassas de encunhamento.

Tração
Módulo de
Densidade na Compressão
Argamassas Elasticidade
(kg/m³) flexão (MPa)
(MPa)
(MPa)
AE-1 1622,81 7650,8 1,7 2,61
AE-2 1586,5 6413,7 1,7 2,71
AE-3 1747,23 4546,6 0,9 2,05
AE-4 1665,18 7281,8 1,8 3,53

A argamassa AE-1, AE-2 e AE-4 apresentaram os maiores valores do módulo de


elasticidade. Isso permite concluir que elas possuem menor capacidade de deformação,
concomitantemente são argamassas que tem elevada resistência à compressão e a tração na
flexão. A AE-1 (Ver foto 7) e AE-2 (Ver foto 8) possuem adição do Baucryl (polímero
acrílico) aumentando a característica intrínseca das argamassas, com o Vedalite (incorporador
de ar) que tem capacidade de substituir a cal hidratada, diminuindo o módulo de elasticidade,
as resistências mecânicas e a retração. A AE-4 (Ver foto 10) possui adições de Baucryl
Ecofachada (polímero impermeabilizante com fibras) que aumenta a elasticidade e resistência
à tração e de cal hidratada que aumenta a capacidade de deformação. Já a AE-3 (Ver foto 9)
obteve baixo módulo em relação às demais, devido a maior quantidade de cal associado à cola
Bianco (resina sintética) que também aumenta a elasticidade no estado endurecido.

Foto 7 – Corpos de prova AE-1. Foto 8 – Corpos de prova AE-2.


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Foto 9 – Corpos de prova AE-3. Foto 10 – Corpos de prova AE-4.

4.2. Módulo de Elasticidade e Resistências Mecânicas de argamassas de assentamento


de alvenaria

Os valores médios do módulo de elasticidade, tração na flexão e compressão dos


corpos de prova das argamassas de assentamento de alvenaria, são apresentados na Tabela 5.
Não houve variação discrepante do valor do módulo das argamassas de assentamento.

Tabela 5 – Resultados ensaios módulo de elasticidade dinâmico, tração na flexão e


compressão das argamassas de assentamento de alvenaria.

Módulo de Tração
Densidade Compressão
Argamassas Elasticidade na flexão
(kg/m³) (MPa)
(MPa) (MPa)

AA-1 1391,18 4423,1 1 2,49


AA-2 1673,84 4700,8 1,6 3,59
AA-3 - - - -
AA-4 - - - -

A argamassa AA-1 (Ver foto 11) apresentou o menor valor de módulo de elasticidade,
possuindo em sua composição o Vedalite (incorporador de ar), dito anteriormente que
aumenta a elasticidade e baixo teor de cimento, acarretando baixa resistência à tração na
flexão e a compressão. Percebe-se que a AA-2 (Ver foto 12), por ser uma argamassa
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polimérica tem elasticidade semelhante a AA-1, contudo têm maiores resistências do que a
argamassas convencionais.

Foto 11 – Corpos de prova AA-1. Foto 12 – Corpos de prova AA-2.

Nas argamassas AA-3 e AA-4, não foi possível a realização de nenhum dos ensaios.
São argamassas poliméricas, que são desenvolvidas somente para o assentamento de
alvenaria, deste modo é necessário o contato dos blocos para o início da pega devido à
composição com aditivos especiais e restos minerais. Houve um período de 7 dias de cura nos
moldes prismáticos em temperatura ambiente, não podendo ser realizada a desforma uma vez
que os mesmos estavam frescos. Na tentativa que os ensaios pudessem ter sido realizados, os
moldes foram submetidos a uma temperatura de 50°C em estufa durante 7 dias. Contudo, a
argamassa AA-4 (Ver foto 14) sofreu retração térmica e não houve cura completa e do molde
da argamassa AA-4. A argamassa AA-3 (Ver foto 13), não houve cura devido à retração
plástica.
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Foto 13 - Argamassa AA-3 com retração Foto 14 - Argamassa AA-4 com retração
plástica após uso de estufa. térmica sem uso de estufa.
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5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

De acordo com a análise dos resultados obtidos através dos métodos de ensaios, a
argamassa de encunhamento mais indicada para o uso e que apresentou os resultados mais
satisfatórios foi a argamassa da obra Gamaggiore da Construtora Villela e Carvalho (AE-3),
que possui em seu traço, cal hidratada associado com cola Bianco. Comprovando que as
argamassas com teor de cal, diminuem significativamente o módulo de elasticidade e as
resistências, no entanto, as mesmas ficam susceptíveis a retração por secagem. Como essa
argamassa tem adição de cola Bianco, esse produto auxiliou na aderência, e na diminuição do
módulo de elasticidade, evitando a retração por secagem produzida pela cal.
As argamassas que tiveram adição de Baucryl com Vedalite (AE-1 e AE-2) que foram
propostas pelo orientador, e o traço com cal hidratada e Baucryl Ecofachada da obra
Residencial Figueiras, da Associação Habitacional Ouro Branco (AE-4), não tiveram a
eficiência esperada em relação o valor elevado do módulo de elasticidade e das resistências
mecânicas.
Para as argamassas de assentamento de alvenaria, o traço usual (AA-1), alcançou o
melhor resultado tanto no módulo de elasticidade quanto nas resistências mecânicas, tendo em
vista que a diferença não foi tão divergente da argamassa polimérica (AA-2) em relação ao
módulo. A Alefix (AA-2) teve um valor elevado de suas resistências mecânicas, não sendo
aconselhado por ter uma resistência maior que 3,0 MPa.
Para trabalhos futuros, sugerem-se estudos aprofundados sobre argamassas de
assentamento empregadas para encunhamento que tenha a adição da cal hidratada associada
ao incorporador de ar.

Comparative study of the modulus of elasticity of mortar used for settlement of masonry
and wedge shaping

Abstract: Depending on the climatic variations in Brasilia are several pathological problems
verified in cement mortar masonry nonstructural and wedge shaping, due to the lack of
technical specifications that these materials should possess, almost always the prevailing
experience and common sense. Was analyzed different traits mortar for wedge shaping and
settlement blocks, in the intention of characterizing the mortar used by the market as well as
19

some innovative types of mortars. So, we performed a comparison between the elastic moduli
of mortars by testing with ultrasound (dynamic modulus of elasticity), correlating the results
with the components of the traits and mechanical resistance (traction in flexion and
compression).

Keywords: Dynamic Modulus of Elasticity. The mortar. Mortar wedge shaping. Pathologies
in coatings.

6. REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 13279 : argamassa para


assentamento e revestimento de paredes e tetos – determinação da resistência à tração na
flexão e à compressão. Rio de Janeiro, 2005.

______NBR 13281: argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos -


requisitos. Rio de Janeiro, 2005.

______NBR 15630: argamassas para assentamento e revestimento de paredes e tetos –


determinação do módulo de elasticidade dinâmico através da propagação de ondas
ultrassônica. Rio de Janeiro, 2008.

______NBR 5738: concreto - procedimento para moldagem e cura de corpos-de-prova. Rio


de Janeiro, 2003.

______NBR NM 248: agregados - determinação da composição granulométrica. Rio de


Janeiro, 2003.

______NBR 7211: agregados para concreto - especificação. Rio de Janeiro, 2009.

______NBR NM 45: agregados - determinação da massa unitária e do volume de vazios. Rio


de Janeiro, 2006.

______NBR NM 52: agregado miúdo - determinação da massa específica e massa específica


aparente, 2009.
20

______NBR NM 30: agregado miúdo - determinação da absorção de água. Rio de Janeiro,


2001.

______NBR NM 46: agregados - determinação do material fino que passa através da peneira
75 um, por lavagem. Rio de Janeiro, 2003.

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