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- No ano de 1923 Hitler e seu partido, aproveitando-se da ocupação francesa no Vale do

Ruhr (região siderúrgica da Alemanha) coloca em prática uma tentativa de golpe de estado.
O golpe, porém não tem sucesso e Adolf Hitler é preso. Estando na prisão, Hitler inicia a
produção do que viria a ser o programa político da ideologia nazista, seu livro Mein Kempf.

- Minha Luta se pretendia um “nova concepção filosófica”, uma nova concepção do


mundo que, como uma verdadeira religião, em dogmas precisos, destinava-se a
apresentar para o povo “as leis básicas de sua comunidade”. A narrativa de Hitler é
extremamente retórica, não preocupada com a objetividade, buscava comover o povo
alemão e se apresentar da forma como ele queria ser visto por estes.

- Após sair da prisão e com seu livro já terminado e em circulação, Hitler concorre as
eleições presidenciais de 1932. Apesar da derrota nas urnas, por pressões dos setores
militares e empresariais (assustados pelo “perigo comunista”) o presidente eleito nomeia
Adolf Hitler como Chanceler alemão em 1933. No ano seguinte, com a morte do presidente
eleito, Hitler passa a gozar do título de Führer.

- Na época em que a ordem capitalista é combatida pelos comunistas, o nazismo passa a ser
visto, pela burguesia alemã, como o mal menor, ante o avanço das esquerdas.

- Sob a acusação de ser uma conspiração comunista, os nazistas providenciam um incêndio


no Parlamento alemão. A partir disto o PC é declarado ilegal e inicia-se a nazificação da
Alemanha; Sobre a égide de um único partido, a indústria bélica e o militarismo amenizam
os problemas de desemprego. Visto isso, é possível configurar o nazismo como um
movimento contra-revolucionário, mantendo a ordem estabelecida – poderio e privilégios
capitalistas – seguros sobre o comando do Partido Nazista.

- O Nazismo se mostra uma experiência única, cujos fundamentos demonstram grande


originalidade. Ele conseguia agrupar, a partir da sua grandiloqüência retórica, o
nacionalismo extremado, autoritarismo, racismo, anti-semitismo, belicismo,
anticomunismo, anti-liberalismo, anti-parlamentarismo e anti-individualismo. É mesmo
singular.
- A socialdemocracia e a filantropia eram coisas que incomodavam Hitler, que acreditava
não resultarem na melhoria das desigualdades sociais. Para ele só um ataque aos “vícios
profundos e orgânicos da sociedade” melhoraria a situação alemã. A busca pela
argumentação biológica é notável neste aspecto, para ele, a Alemanha passava por um
processo que desvirtuava sua ordem natural(orgânica).

- “Cada animal só se associa a um companheiro da mesma espécie. [...] Isso é um fenômeno


perfeitamente natural: todo cruzamento entre dois seres de situação um pouco desigual na escala
biológica dá, como produto, um intermediário entre os dois pontos ocupados pelos pais [...]. Semelhante
união está, porém, em franco desacordo com a vontade da Natureza, que, de um modo geral, visa o
aperfeiçoamento da vida na procriação. Essa hipótese não se apóia na ligação de elementos
superiores, mas na vitória incondicional dos primeiros. O papel do mais forte é dominar. Não se deve
misturar com o mais fraco, sacrificando assim a grandeza própria. (Hitler, 1983; p. 185)

- Justifica-se desta forma o racismo nazista. Hitler apóia-se num postulado hipotético, não
demonstrável, fazendo insurgir no povo alemão a concepção de que estes naturalmente
constituíam uma raça superior responsável pelo desenvolvimento e progresso da
civilização. A superioridade é tida como um fato inquestionável, sem necessidade de
maiores provas ou atribuições meritórias.

“As causas exclusivas da decadência de antigas civilizações são: a mistura de sangue e o rebaixamento do
nível da raça, que aquele fenômeno acarreta [...]. Tudo o que no mundo não é raça boa é joio. [...]em toda
mistura de sangue entre o Ariano e povos inferiores, o resultado foi sempre a extinção do elemento
civilizador.” (Hitler, 1983; p. 183-192)

- Frente a constatação de que o “empobrecimento da raça” ariana deve-se a questão da


mistura de sangue, torna-se impossível tolerar tal mistura com pacifismo. Constata-se
então que é interno o combustível para a chama do progresso humano, a genialidade e o
talento são dotes inatos e advêm do sangue ariano. A existência de “povos inferiores”
apenas serviu de ferramenta para a civilização superior.

- “Sem tal possibilidade de empregar gente inferior, o ariano nunca teria podido dar os primeiros
passos para sua civilização, do mesmo modo que, sem a ajuda dos animais apropriados, pouco a pouco
domados por ele, nunca teria alcançado uma técnica, graças à qual vai podendo dispensar os animais. O
ditado: ‘o negro fez a sua obrigação, pode se retirar’, possui infelizmente uma significação
profunda[...]. Só os bobos pacifistas é que podem enxergar nisso um indício de maldição humana.” (Hitler,
1983, p. 191-192).

- Os povos não-arianos que se mostravam ao mundo como “civilizados” – os asiáticos para


Hitler – não passavam de depositários de cultura, sendo sempre os arianos fundadores
destas. Os países depositários de cultura só dariam a “cor local” a uma cultura antes criada
pelos arianos.

- A maior grandeza dos arianos, segundo Hitler, seria seu idealismo (característica contrária
ao egoísmo) – a capacidade de sacrificar-se pela sua comunidade de semelhantes. Cria-se a
ideia de um corpo social único, onde o “espírito de sacrifício” seria o mais importante e raro
atributo.

- “Quanto mais aumenta a disposição para sacrificar interesses puramente pessoais, tanto mais se
desenvolve a capacidade para erigir comunidades mais importantes. É o ariano que apresenta, de
modo mais expressivo, essa disposição para o sacrifício do trabalho pessoal, e, sendo necessário, até da
sua própria vida que arrisca em favor dos outros [...]; a significação intrínseca de toda organização repousa
sobre o princípio do sacrifício.” (Hitler, 1983; p. 193).

- O indivíduo de sangue ariano deveria estar diluído no corpo social de seus iguais, sendo
capaz até de dar sua vida em prol de seu Estado, do Partido, ou do Líder – coisas que se
confundiam na intensa propaganda nazista.

- E PORQUE O JUDEU?

- O judeu é mostrado por Hitler como a pior ameaça ao ariano. Traça um perfil inferiorizado
deste povo sempre em contraposição aos “bons arianos” e ao programa nacional-socialista.
Os judeus se transformam em bodes expiatórios de todos os males nacionais.

- Hitler afirma que os Judeus são um povo sem terra, sem pátria e nem nação, o que lhes
condenaria a incapacidade de se tornarem um povo expoente de cultura, da mentalidade
idealista. Por isso, nos judeus estava intrínseco o sentimento egoísta. Para ele, a “mistura
de raças” seria uma obra judaica e que este povo teria naturalmente nesta forma egoísta
seu meio de reprodução e dominação.
- Hitler não apenas traça um perfil negativo dos judeus para indicar indiretamente a
necessidade da força e unidade para a glória de uma Nação (projeto nazista), como
também lhes atribui as “misérias” advindas do liberalismo e do comunismo.
Aparentemente antagônicos, os dois sistemas para Hitler não passam de invenção
judaica, construídos propositadamente como blocos diferentes, de modo a iludir os povos
aspirantes à justiça social.

- “Economicamente, eles criam para os Estados tal situação que as empresas oficiais, deixando de dar
rendas, são subtraídas à direção do estado e submetidas à fiscalização financeira do judeu. No terreno
político, recusam eles ao Estado os meios para sua subsistência, destroem as bases de toda e qualquer
defesa nacional, aniquilam a crença em uma chefia, desprezam a história e o passado, e enlameiam tudo
que é expoente de grandeza real [...]. A religião é ridicularizada. Bons costumes e moralidades são
taxados de coisas do passado, até que os últimos esteios de uma nacionalidade tenham desaparecido.”
(Hitler, 1983; p. 210).

- Durante todo o capítulo analisado, Hitler constrói um espelho negativo entre o povo
ariano e os judeus como base de sustentação do ideário nazista. Para o nacional-socialismo,
qualquer forma de desagregação entre os filhos da nação era prejudicial, assim como tudo
que se pretendesse universal.

- “O judeu é que apresenta o maior contraste com o ariano. Nenhum outro povo do mundo possui
um instinto de conservação mais poderoso do que o chamado ‘Povo Eleito’. Já o simples fato da
existência desta raça poderia servir de prova cabal para essa verdade.” (Hitler, 1983; p. 195). [...]

“A doutrina judaica é, em primeiro lugar, um guia para aconselhar a conservação da pureza


do sangue, assim como o regulamento das relações dos judeus entre si, mas ainda com os não judeus,
isto é, com o resto do mundo. Não se trata de problemas morais, e sim de questões econômicas muito
elementares.” (Hitler, 1983; p. 198).

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