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Universidade Federal de Santa Catarina

Centro de Ciências Agrárias


Semana de Aqüicultura da UFSC -VI SEMAQUI
Rod. Admar Gonzaga, 1346 -Itacorubi-
CEP: 88040-900 -Florianópolis -SC-
Tel: (48) 37215481

De 10 a 14 de Novembro de 2008

Florianópolis 2008
1. VI SEMAQUI – Semana de Aqüicultura da UFSC.

A SEMAQUI é um evento sem fins lucrativos, realizado anualmente pelos


acadêmicos do curso de graduação em Engenharia de Aqüicultura da Universidade
Federal de Santa Catarina -UFSC-, com apoio do Curso e do Departamento de
Aqüicultura/Centro de Ciências Agrárias.
Desde a primeira edição, em 2003, o evento tem buscado promover a
integração dos acadêmicos das diversas fases do curso, proporcionado um intercâmbio
de conhecimentos entre pesquisadores e estudantes da graduação e pós-graduação das
distintas áreas da aqüicultura, sempre trazendo inovações científicas e tecnológicas e
oferecendo oportunidades de discussão de temas relevantes à formação e atuação do
Engenheiro de Aqüicultura no mercado de trabalho e seu papel social.
A Semana de Aqüicultura está em sua sexta edição e é reconhecida como
Projeto de Extensão pela UFSC desde 2003. É realizada no campus do Centro de
Ciências Agrárias da UFSC, no segundo semestre do ano letivo.

1º Encontro de Engenheiros de Aqüicultura


A Associação Brasileira de Engenheiros de Aqüicultura realizará dia 14 de Novembro
de 2008, em Florianópolis, o I Encontro de Engenheiros de Aqüicultura. O evento será
paralelo à VI Semana de Aqüicultura da Universidade Federal de Santa Catarina.
O Encontro será gratuito para os associados na ABEAQUI. A programação inclui mesa
redonda com Engenheiros de Aqüicultura, palestras de Engenheiros de Aqüicultura –
mostrando as conquistas e dificuldades na carreira, Assembléia Geral para aprovar a
tabela de honorários, reformulação do Estatuto da ABEAQUI (propostas e votação) e
jantar de confraternização. O objetivo desse evento é integrar os profissionais
Engenheiros de Aqüicultura e, também, futuros engenheiros, visando à troca de
informações e experiências. Em breve iremos disponibilizar mais informações sobre o I
Encontro de Engenheiros de Aqüicultura. Demais esclarecimentos favor entrar em
contato através do e-mail: beea@intercorp.com.br. E se você ainda não é associado
solicite uma ficha de cadastro e faça parte da ABEAQUI, você poderá participar do
Encontro, jantar de confraternização e ganhar descontos na inscrição da VI SEMAQUI.

Contamos com a sua presença e participação.


2. Público Alvo

O público alvo da VI SEMAQUI é formado por estudantes de nível superior na


área de Aqüicultura em todo o território nacional, bem como os profissionais já
formados. Outra ramificação do público está entre os profissionais e estudantes de áreas
relacionadas com a aqüicultura, como Biologia, Zootecnia, Oceanografia, Agronomia e
outros.

3. Objetivos do Evento

• Apresentar, discutir e fortalecer temas relevantes à Aqüicultura.


• Fornecer conhecimentos complementares à formação e atuação do
profissional.
• Abordar temas variados a fim de possibilitar uma formação
multidisciplinar e interdisciplinar.
• Divulgar trabalhos e pesquisas, transferindo tecnologia e conhecimento.
• Trazer para o acadêmico o perfil atual do profissional procurado pelo
mercado de trabalho.
• Motivar e despertar o interesse por diversas áreas de atuação.
• Promover a integração dos acadêmicos das diversas fases do curso da
graduação de engenharia de aqüicultura da UFSC com a pós-graduação, e dos alunos
com os professores e técnicos da área.

4. Programação

A programação inclui a oferta de mini-cursos, palestras, debates, oficinas,


mesas-redondas e apresentação de trabalhos científicos na forma de pôsteres. O evento
contará com a presença de membros do Centro Acadêmico de Engenharia de
Aqüicultura, Associação Brasileira de Engenheiros de Aqüicultura - ABEAQUI, alunos
da graduação, pós-graduação em Aqüicultura, profissionais da área e professores.
Este ano a VI SEMAQUI entra em uma esfera que vai além da área acadêmica,
proporcionando maior interação dos graduandos e profissionais da área de aqüicultura,
bem como, representantes de associações e cooperativas com os diversos segmentos
tecnológicos da atualidade na área. Desta forma, para que os envolvidos com
determinados segmentos da aqüicultura possam se encontrar e discutir tópicos
relevantes as suas atividades, cada dia da semana concentra um tema específico.

• Palestras e mesas- redondas

Palestras (PL) - Local: Auditório Epagri


Mesa Redonda (MR) – Local: Sala 202

Segunda-feira (10/11/2008)

13:30 às 14:20
PL 1: Contrinbuição do status SPF para a carcinicultura no Brasil
Palestrante: Ana Carolina de Barros Guerrelhas (Diretora da Aquatec)

14:30 às 15:20
PL 2: Perspectiva da carcinicultura no Brasil e no Mundo
Palestrante: Enox Maia (vice-presidente da ABCC)

15:30 às 16:20
PL 3: Melhoramento Genético de Camarões para resistencia a doenças
Palestrante: Carlos Melo Junior

16:30 às 16:50 Coffe Break

16:50 às 18:30
MR 1: Presente e futuro da carcinicultura no Brasil
Participantes: Walter Quadros Seiffert (Mediador), Ana Carolina de
Barros Guerrelhas. Enox Maia, Carlos Melo Junior

Terça-feira (11/11/2008):

13:30 às 14:20
PL 4: Marketing para Aqüicultura
Palestrante: Prof. Ronaldo Valente Canali (ESAG)

14:30 às 15:20
PL 5: “Peixe-Verde”
Palestrante: Jorge Matos Casaca

15:30 às 16:20
PL 6: Cadeia Produtiva de piscicultura continental em Santa Catarina
Palestrante: Fabiano Muller Silva

16:30 às 16:50 Coffe Break

16:50 às 18:30
MR 2: Cadeia produtiva para a piscicultura continental
Participantes: Débora M. Fracalossi (Mediadora), Sérgio Tamassia, Jorge
de Mattos Casaca, Fabiano Muller Silva

Quarta-feira (12/11/2008):

13:30 às 14:20
PL 7: Epidemiologia do vírus da mancha branca na América Latina
Palestrante: Francisco Magallon

14:30 às 15:20
PL 8: Estudos das possibilidades da engorda de polvo a partir de juvenis obtidos da
pesca artesanal
Palestrante: Prof. Raúl M. Madrid (Inst. de Ciência do Mar - UFC)

15:30 às 16:20
PL 9: Bloco verde este não é crime: é solução ambiental
Palestrante: Bernardete B. Batista

16:30 às 16:50 Coffe Break

16:50 às 18:30
MR 3: Cultivo de moluscos no Brasil
Participantes: Claudio M. R de Melo (Mediador), Guilherme Sabino Rupp, Raul Mario
Malvino Madrid, Alex Alves dos Santos

Quinta-feira (13/11/2008):

13:30 às 14:20
PL 10: Cultivo de bijupirá offshore
Palestrantes: Tiago A. Soligo (EUA)

14:30 às 15:20
PL 11: Cultivo da garoupa-verdadeira no Brasil: situação atual e perspectivas
Palestrante: Eduardo Sanches (Instituto de Pesca-SP)

15:30 às 16:20
PL 12: Utilização de microalgas na alimentação humana (Projeto com Spirulina na
merenda escolar)
Palestrante: Prof. Jorge Alberto V. Costa (FURG)

16:30 às 16:50 Coffe Break

16:50 às 18:30
MR 3: Potencial da piscicultura marinha
Participantes: Mônica Yumi Tsuzuki (Mediadora), Vinícius Cerqueira, Eduardo Gomes
Sanches,
Tiago A. Soligo

Sexta-feira (14/11/2008):
1º encontro dos Engenheiros de Aqüicultura

08:30
Palestra de abertura do 1º Encontro dos Engenheiros de Aqüicultura: Economista –
Mercado de trabalho.

09:00
Palestra: O Mercado Brasileiro para produtos Pesqueiros
Palestrante: Ana Luísa de Souza Soares
Economista, MSc.

09:30
Palestra: A contribuição do Engenheiro de Aqüicultura no processo organizacional da
atividade de maricultura.
Palestrante: Eduardo Pickler Schulter
Engenheiro de Aqüicultura

10:00 Coffe Break

10:30
Palestra: 1999, 2003 e 2008: 9 anos com Aqüicultura e 5 anos como Engenheiro
Palestrante: Fabrício Flores Nunes
Engenheiro de Aqüicultura
Mestre em Aqüicultura
Doutorando em Aqüicultura

11:00
Palestra: Certificação do Processo de Produção de Moluscos
Palestrante: Rafael Luiz da Costa
Engenheiro de Aqüicultura
Mestre em Aqüicultura

11:30
Palestra: Histórico da empresa Cavalo Marinho Palestrante: Felipe Maeda
Formando de Engenharia de Aqüicultura (2008.2)

12:00 Almoço

13:30
Palestra: Assessoria técnica e projetos aqüicola no litoral norte paulista e sul fluminense
Palestrante: Evandro Figueiredo Sebastiani
Engenheiro de Aqüicultura

14:00
Palestra: Empresa AQUACONSULT - Aqüicultura e Meio Ambiente
Palestrante Álvaro Pestana de Farias, Engenheiro de Aqüicultura
Giovanni Lemos de Mello, Msc. em Aqüicultura e Engenheiro de Aqüicultura

14:30
Palestra: Cooperativa de Moluscos – Ribeirão da Ilha
Palestrante: André Gustavo Brandão - Engenheiro de Aqüicultura

15:00
Palestra: Construção Civil para Aqüicultura
Palestrante: Marco Aurélio Sacenti
Engenheiro de Aqüicultura
Graduando de Engenharia Civil – UVA-CE

15:30 – Aguardando confirmação

16:00 - Coffe Break

16:30 - A Engenharia de Aqüicultura no Contexto da Revolução Azul


Palestrante: Thiago Soligo
Engenheiro de Aqüicultura
Mestre em Aqüicultura
Aquaculture Manager, Cape Eleuthera Institute, The Bahamas

17:00 - Palestra: A situação atual do modelo alto vale do Itajaí de piscicultura integrada
– MAVIPI
Palestrante: Carlos Eduardo Oda
Engenheiro de Aqüicultura

17:30
Palestra: Experiências de cooperativismo na maricultura –
Palestrante: André Gustavo Brandão
Engenheiro de Aqüicultura

18:10 – Assembléia Geral da Abeaqui

22:00 – Jantar de Confraternização - Abeaqui

• Minicurso:

MC1: 08:00 às 12:00 - Segunda, terça e quarta-feira - Montagem de aquários de água


doce
Carlos Henrique A. M. Gomes
Gustavo Ruchel
Laboratório Microscopia
MC2: 08:00 às 12:00 – Segunda, terça, quarta – Ecologia e taxonomia de macroalgas
marinhas
Alejandro Rodolfo Donnangelo Varela
Fernando Scherner
Sala 102 (Segunda)
Saída de Campo (Terça)
Laboratório de Fisiologia (Quarta)

MC3: 08:00 às 12:00 – Terça e quarta-feira -


Monitoramento de Algas nocivas na Aquicultura
Mathias Alberto Schramm
Marcio Tamanaha
Renata Fonseca
Laboratório de fisiologia (Terça)
Laboratório de Qualidade de água (Quarta)

MC4: 08:00 às 12:00 - Quinta e sexta-feira - Cultivo de Bijupirá


Ricardo Vieira Rodrigues
Sala 102

MC5: 08:00 às 12:00 - Quinta e sexta-feira - Construção Civil para aqüicultura


Marcos Aurélio Sacenti
Sala 101

• Oficinas:

OF1: 8:00 às 12:00 - Terça-feira -


Boas práticas de manejo - Arraçoamento de peixes
Sérgio Tamassia
Sala 102

OF2: 08:30 às 12:00 - Quarta-feira – Biologia e cultivo da vieira Nodipecten nodosus


em Santa Catarina
Guilherme Sabino Rupp
Sala 102

OF3: 8:00 às 12:00 - Quinta - Sushi com produtos de aqüicultura


Seiji Korosue
Laboratório de fisiologia
5. Resumos palestras, minicurso e oficinas.

“Bloco verde” este não é crime, é solução ambiental


1
Bernadete B. Batista

Blocaus pré-fabricados- Rua Quintino Bocaiúva, 600 - Distrito Industrial, Biguaçu - SC


Cep 88160-000 - bbbambiental@gmail.com

Reaproveitamento de resíduos da construção civil e de conchas de ostras e mariscos. O crescimento


populacional e o aumento da atividade industrial têm causado muitos problemas ambientais. Dentro
desses problemas podemos destacar os resíduos gerados pela construção civil, que além de poder
consumir cerca de 75% dos recursos naturais, muitas vezes são depositados ilegalmente em terrenos
baldios, comprometendo a paisagem e agravando o problema urbano das enchentes. Outro problema que
também merece destaque é a maricultura. O Estado de Santa Catarina é líder nacional na produção de
ostras e mariscos. Nas baias Norte e Sul de Florianópolis cerca 10 milhões de ostras e 5 mil toneladas de
mariscos são produzidas. Os resíduos gerados pelas conchas destes moluscos são muitas vezes lançados
ao mar causando assoreamento. De acordo com esta produção anual, caso os resíduos sejam lançados ao
mar, em 10 anos a previsão seria de 1 metro de assoriamento nestas baias, causando um grande
desiquilíbrio ecológico. Numa tentativa de minimizar esses problemas, está sendo realizada uma pesquisa
com o reaproveitamento desses resíduos para a confecção de um bloco ecologicamente correto, o “Bloco
Verde”. Embora a pesquisa esteja ainda sendo desenvolvida, este produto, apresentou uma resistência a
compressão e uma absorção à água dentro dos limites permitidos pela Norma Brasileira. Este novo bloco
altera o traço do bloco convencional e incorpora resíduos que agridem o meio ambiente. Trata-se de um
bloco ecológico, que agrega vantagens econômicas, sociais e ambientais, redução dos problemas
ambientais causados pelos entulhos da construção civil e dos resíduos de cascas de ostras e
mariscos,produto economicamente viável.

Marketing para Aqüicultura


Ronaldo Valente Canali1
UDESC – ESAG - Av. Madre Benvenuta, 2.037 - Itacorubi - Florianópolis - SC (CEP 88035-001) (48) 3321-8200

1. Marketing , o que é?
2. Marketing, o que faz?
3. Marketing e sua aplicação na aqüicultura.

Peixe-Verde
Jorge Matos Casaca1
1
Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri – Cepaf). Servidão Ferdinando Tusset s/n
São Cristovão, Chapecó, SC, CEP 89801-973

O estudo teve como objetivo desenvolver um novo sistema de cultivo de peixes, denominado de peixe
verde. O princípio básico do sistema é alimentar a carpa capim, espécie principal do policultivo, com
vegetais cultivados. O estudo analisou três intensidades de produção. Foi realizado no Oeste do Estado de
Santa Catarina e abrangeu três segmentos: análise bioeconômica, análise do ciclo de vida e análise da
fauna parasitária do sistema peixe verde. Os resultados do estudo indicam que o peixe verde é um sistema
de baixa intensidade de produção. Demonstrou ser um sistema de baixo impacto ambiental. As
intensidades de produção estudadas demonstraram ser economicamente viáveis, principalmente para
piscicultores familiares. O peixe verde demonstrou ser mais dependente de mão-de-obra quando
comparado com outros sistemas de produção. O estudo da análise do ciclo de vida (ACV) permitiu
analisar os principais impactos ambientais do sistema peixe verde. O tratamento mais intensivo foi o que
apresentou os maiores impactos nas categorias analisadas. Os alevinos foi o fator que mais contribuiu nas
categorias de impactos. Com base nos resultados o sistema pode ser considerado como sistema de baixa
intensidade parasitária. O tratamento com maior densidade mostrou ser o mais eficiente economicamente,
enquanto o de menor densidade mostrou ser ambientalmente o mais eficiente.
Palavras-chave: peixe verde, análise do ciclo de vida, ACV, policultivo, carpa capim, impacto ambiental,
parasitos de peixes, economia na piscicultura

Cadeia Produtiva de piscicultura continental em Santa Catarina


Fabiano Muller Silva1
1
Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina – Epagri, Rodovia Admar Gonzaga, 1.347, Itacorubi,
Florianópolis, (48) 3239-5500 - fabiano@epagri.sc.gov.br
A produção catarinense de piscicultura está calcada no sistema de produção integrada com o uso de
fertilizantes orgânicos. Foi o sistema até o momento que mais supriu as necessidades do produtor perante
aos preços que o mercado está disposto a pagar. Sabemos que existem vários outros sistemas de produção
de peixes com eficiência na produtividade. Mas a que custo financeiro? A que custo energético? Produzir
não é difícil!!!!! Equalizar o sistema de produção de peixes para o nicho de mercado certo é que temos
que trabalhar. Trabalhar organizados, fortalecendo a interação entre os diversos elos da cadeia produtiva
da piscicultura. Só assim teremos uma piscicultura forte e sustentável.

“Cultivo da garoupa-verdadeira: situação atual e perspectivas”


Eduardo Gomes Sanches 1
1
Pesquisador Cientifico, Instituto de Pesca/APTA/SAA Rua Joaquim Lauro Monte Claro Neto, 2275, Itaguá, 11680-000, Ubatuba–
SP, Brasil. esanches@pesca.sp.gov.br

No Brasil, apesar da intensificação das pesquisas na última década nessa área, a piscicultura marinha
ainda é muito incipiente. Entre os principais entraves para o efetivo desenvolvimento da piscicultura
marinha no Brasil podemos destacar a indefinição sobre quais espécies deveriam ser pesquisadas e
consequentemente produzidas. A garoupa-verdadeira Epinephelus marginatus é uma espécie de ótimo
valor de mercado e grande demanda por parte dos consumidores. Em função da sobre pesca a que foi
submetida, atualmente esta espécie é listada pela IUCN como ameaçada de extinção. As primeiras
pesquisas com garoupas no Brasil foram iniciadas em 1984, pelos pesquisadores Daniel Benetti e
Eduardo Fagundes Netto, em Arraial do Cabo/RJ. Em 1996, foi iniciado o Projeto Garoupa, da
Universidade do Vale do Itajaí, UNIVALI/SC, coordenado pelo Dr. Maurício Hostim, que vem
desenvolvendo relevantes trabalhos na área de biologia destes peixes.
Considerando que o Litoral Norte Paulista e o Litoral Sul Fluminense são áreas com excelente potencial
para o desenvolvimento da piscicultura marinha, a presença de diversos serranídeos (garoupas, badejos,
meros e chernes) e lutjanídeos (vermelhos, ciobas e caranhas) de alto valor de mercado nessa região e
preocupado com a situação dos estoques destes peixes, sua importância econômica e a possibilidade de
geração de tecnologia de cultivo para estas espécies, o Instituto de Pesca, por meio do Núcleo de Pesquisa
e Desenvolvimento do Litoral Norte, passou a desenvolver, desde 2005, estudos sobre o cultivo destes
peixes em tanques-rede.
Este trabalho, também conhecido como Projeto Serranídeos, é coordenado pelo pesquisador científico
Eduardo Gomes Sanches, e vem sendo desenvolvido na Fazenda Marinha Experimental do Núcleo de
Pesquisa e Desenvolvimento do Litoral Norte (IP – APTA – SAA), em Ubatuba/SP. Este projeto
possibilitou importantes avanços no cultivo de serranídeos em cativeiro, com destaque para o
desempenho da garoupa-verdadeira, elucidando importantes questões do ponto de vista de manejo destas
espécies e propiciou a formação de um banco de reprodutores que permitiu iniciar pesquisas de inversão
sexual, crioconservação de sêmen, reprodução induzida e produção de formas jovens, visando a
realização dos primeiros ensaios de engorda em escala massiva de serranídeos no Brasil. Estudos
preliminares realizados em Ubatuba demonstraram que a engorda da garoupa-verdadeira em tanques-rede
apresentou uma taxa interna de retorno entre 15,05% a 36,74% para os dois preços de venda praticados
(R$ 15,00 e R$ 18,00) demonstrando-se economicamente viável e perfeitamente possível de ser realizada
por pequenos maricultores e pescadores artesanais.
Recentemente estes estudos conseguiram, de forma inédita no Brasil, obter e crioconservar, com sucesso,
o sêmen da garoupa-verdadeira, definindo um protocolo de crioconservação e a formação de um banco de
sêmen. Este feito, considerado histórico para a piscicultura marinha brasileira, tanto pelo valor econômico
deste serranídeo como por seu potencial para cultivo, irá contribuir decisivamente para o sucesso da
reprodução desta espécie em cativeiro, possibilitando a primeira produção comercial de formas jovens de
garoupa no Brasil. Atualmente já estão em andamento a reprodução de outros serranídeos tais como os
badejos e o início dos trabalhos com o mero. Quando se considera que o desenvolvimento da piscicultura
marinha no Brasil tem sido retardado pelas dificuldades em se controlar a reprodução e pela quantidade
ínfima de formas jovens produzidas pelos laboratórios experimentais, esta conquista já mostra,
efetivamente, a amplitude dos resultados que este projeto tem alcançado.
Palavras chave: piscicultura marinha, serranídeos, tanques-rede, crioconservação de sêmen

Produção e Pesquisa da Piscicultura Marinha nas Bahamas


THIAGO A. SOLIGO*

Cape Eleuthera Institute – Sustainable Resource Management Program, Cape Eleuthera, Eleuthera, The Bahamas
Endereço: Thiago A. Soligo, Cape Eleuthera Institute, 3406 SW 9th Avenue, Ft Lauderdale, FL 33315, USA
(e-mail: thiagosoligo@ceibahamas.org)

O Cape Eleuthera Institute, iniciou em 2003 um projeto demonstrativo de aquicultura com a estocagem de
uma gaiola offshore Ocean Spar 3000®, com juvenis de bijupirá (Rachycentron canadum). Durante o
cultivo foram realizados estudos de monitoramento da população de corais, crescimento do fitobentos,
levantamento da comunidade de peixes nos arredores da gaiola e parâmetros ambientais como forma de
determinar os possíveis impactos ambientais. Os corais das proximidades da unidade de cultivo
mantiveram as mesmas características dos corais dos pontos controle. O monitoramento do fitobentos
revelou diferenças significativas (P<0.01) no crescimento no período inicial do estudo, que se tornaram
similares ao do ponto controle (P>0.01) ao final do período experimental, não sendo encontradas
diferenças significativas entre os pontos amostrados. Testes posteriores mostraram que a ação de espécies
herbívoras compensou o maior crescimento inicial do fitobentos nas imediações da gaiola. O
levantamento da comunidade de peixes apresentou um maior número (P=0.02) e presença de espécies e
indivíduos maiores nas imediações da gaiola (P=0.028). Não foram observadas alterações significativas
quanto aos parâmetros ambientais. Em 2008 iniciou-se a segunda etapa do projeto, com a estruturação de
um laboratório para produção e pesquisa de espécies marinhas potencias para aquicultura nas Bahamas.
Palavras chave: aquicultura offshore, bijupirá, monitoramento ambiental
Keywords: cobia, enviromental monitoring, offshore aquaculture

Biologia e Cultivo da Vieira Nodipecten nodosus em Santa Catarina.

Guilherme Sabino Rupp1


1
Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina – Epagri, Rodovia Admar Gonzaga, 1.347, Itacorubi,
Florianópolis, (48) 3239-5500 - rupp@epagri.rct-sc.br

Serão discutidas as características biológicas de Nodipecten nodosus, com ênfase nas principais
diferenças ecológicas entre esta espécie e outras cultivadas comercialmente a nível mundial, destacando-
se a influência da variabilidade de fatores ambientais. Em relação ao cultivo, serão apresentados os
resultados de estudos recentes realizados em Santa Catarina, tais como influência da profundidade,
biofouling, freqüência de manejo, e comparação entre sistemas de cultivo berçário. Serão também
discutidos os principais aspectos limitantes, bem como as perspectivas para o desenvolvimento da
atividade de cultivo de pectinídeos em Santa Catarina.
Título: Monitoramento de Algas Nocivas na Aqüicultura

Luis Antonio de Oliveira Proença2, Mathias Alberto Schramm1, Renata Stock Fonseca1, Marcio da Silva
Tamanaha2
1
Pesquisador Científico; UNIVALI – Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar; Rua Uruguai, 458; 88.302-202 Itajaí -
SC; luis.proenca@univali.br
2
Professor e pesquisador; UNIVALI, Itajaí - SC

Title: Harmful Algal Monitoring in Aquaculture


Desde os primórdios da humanidade, animais de origem aquática, como moluscos bivalves, são utilizados
como alimento. Esses animais apresentam-se como importantes fontes de proteínas, principalmente
aqueles oriundos de cultivos. Mexilhões e ostras são moluscos filtradores e obtém seu alimento através da
filtração da matéria orgânica suspensa na água. A dieta alimentar dos moluscos inclui bactérias, material
particulado, zooplâncton e microalgas. As microalgas formam a base da cadeia trófica marinha e
representam o principal alimento dos moluscos. Em certos casos os moluscos podem apresentar risco para
a saúde de seus consumidores, por exemplo, quando são contaminados por toxinas produzidas por
microalgas, as ficotoxinas. As primeiras descobertas da ocorrência de algas nocivas e ficotoxinas em
moluscos no Brasil datam da década de 1990. Pesquisas realizadas no Laboratório de Estudos sobre Algas
Nocivas descreveram pela primeira vez no país a presença das toxinas das síndromes diarréica (DSP),
paralisante (PSP) e amnésica (ASP), identificando os agentes causadores. Esses trabalhos foram
desenvolvidos a fim de subsidiar a maricultura que iniciava em Santa Catarina. Florações de Algas
Nocivas (FAN) têm sido registradas nos últimos anos em diferentes regiões do estado, porém, espécies de
microalgas produtoras de toxinas ocorrem em toda a costa brasileira, tornando necessário o
monitoramento também em outros estados. O monitoramento das algas nocivas envolve as etapas de
identificação e contagem do número de células, realizadas periodicamente em amostras representativas de
água. A identificação é feita em microscópio ótico onde as algas nocivas são identificadas de acordo com
características morfométrticas. Uma vez identificadas, procede-se a contagem do número de células de
algas nocivas por mililitro de água. O número de células serve de base para um sistema de alerta que é ou
não acionado de acordo com a concentração celular. Paralelamente, os moluscos são analisados para
verificar se estão próprios para serem consumidos ou não. Para as três principais síndromes os métodos
mais comuns utilizados para controle sanitário são o bioensaio com camundongos (PSP e DSP) e a
cromatografia líquida de alta eficiência (ASP). Para os ensaios biológicos são preparados extratos a partir
de toda a carne ou de tecidos específicos dos moluscos, para a realização dos testes de toxicidade em
camundongos. Quando a concentração celular de algas nocivas na água for elevada ou quando o teste de
toxicidade em camundongos for positivo, as amostras de água ou carne podem ser confirmadas através de
métodos de cromatografia líquida para a determinação das toxinas e suas respectivas quantidades.
Atualmente podemos dizer que onde há maricultura de moluscos bivalves, há problemas relacionados a
algas nocivas e consequentemente existe monitoramento. Muitos países como Espanha, França, Japão,
Nova Zelândia, Chile, China entre outros, monitoram e estabelecem programas de restrições ao consumo
e comercialização dos produtos. Alguns desses países só adotaram o monitoramento de algas nocivas e
ficotoxinas depois de eventos trágicos, com conseqüências severas para a saúde pública. O efeito negativo
de uma floração de algas nocivas causa um impacto tão grande que pode inviabilizar a atividade por
longos períodos, principalmente devido a desconfiança do consumidor. Hoje o monitoramento contínuo
de algas nocivas e ficotoxinas em áreas de cultivo de moluscos é o único instrumento disponível para
garantir o consumo seguro de moluscos livres de ficotoxinas. O estabelecimento generalizado de
programas de monitoramento será uma mudança de paradigma para a maricultura de moluscos no país.
Desta forma, é indispensável o estabelecimento de novas normas de controle sanitário de moluscos
bivalves destinados ao consumo humano, que incluam as algas nocivas e ficotoxinas como parâmetros
essenciais para a avaliação da qualidade deste tipo de pescado, reduzindo as chances de comercialização
de produtos que apresentam risco à saúde dos consumidores.
Palavras-chave: Maré vermelha, algas nocivas, ficotoxinas, ASP, DSP, PSP.
Keywords: Red tide, harmful algae, phycotoxins, ASP, DSP, PSP.
6. Resumos de painéis

CICLO REPRODUTIVO DA OSTRA PERLÍFERA Pteria hirundo


*Ana Carolina V. Zanandrea1,2; Rafael Alves1 & Aimê R. M. Magalhães1
1
Universidade Federal de Santa Catarina, CCA, NEPAQ, 88040-900, Florianópolis, SC. <aninhazana@yahoo.com.br>
2
Bolsista PIBIC/CNPq

REPRODUCTIVE CYCLE OF THE PEARL OYSTER Pteria hirundo


A Grande Florianópolis é amplamente reconhecida pela sua vocação para o cultivo de moluscos marinhos
e o grande número de produtores demonstra a rentabilidade da atividade. Com o aumento da procura se
faz necessário a ampliação da oferta de moluscos, abrindo mercado para novas espécies, sendo uma
candidata em potencial a espécie nativa Pteria hirundo. Nenhum cultivo tem chance de êxito sem o
conhecimento da biologia da espécie, incluindo estudos de fisiologia reprodutiva. Desta forma, este
trabalho enfoca o ciclo reprodutivo de P. hirundo, aumentando os subsídios que permitam ampliar o
número de espécies cultivadas. De dezembro/06 a dezembro/07 foram realizadas 26 coletas, totalizando
520 espécimes. Os animais são originários da primeira larvicultura do LMM da UFSC, sendo
posteriormente mantidos no cultivo experimental da UFSC localizado na Praia da Ponta do Sambaqui em
Florianópolis/SC. Após as coletas, os animais foram levados vivos para o laboratório, onde foram
avaliados para obtenção de dados biométricos. Foi utilizado o método clássico de histologia, sendo o
corpo fixado em Davidson, o qual passou pelos processos de desidratação, diafanização e inclusão em
parafina. Os blocos foram seccionados transversalmente a 7µm sendo montadas lâminas coradas com HE.
As lâminas foram analisadas em microscópio óptico para determinação do sexo e estado de maturação. O
crescimento dos animais foi avaliado considerando a medida de altura, apresentando um crescimento de
57,93% no primeiro ano de cultivo. O crescimento foi representativo, mostrando que a espécie é viável
para o cultivo. Para checar a proporção sexual foi utilizado o teste de hipótese x² se mantendo
estatisticamente igual a 1:1. Também foi constatado que o ciclo possui um padrão anual influenciado
pela temperatura, contado a partir do teste de correlação de Spearman. Foi observado que os meses com
temperaturas baixas estão relacionados com períodos de gametogênese (ρ=-0,55). Com o aumento da
temperatura os animais iniciaram a desova, sendo observado que o maior estímulo foi no mês de janeiro
quando a temperatura teve sua primeira alta. Logo, a fase da desova está relacionada com temperaturas
quentes (ρ=0,47). Assim, acredita-se que a mudança de temperatura seja um estímulo biológico
fundamental para as mudanças das fases do ciclo reprodutivo de P. hirundo, uma vez que suas principais
fases estão correlacionadas com a mesma.
Palavras–chave: cultivo, maricultura, moluscos, ostra, reprodução
Keywords: culture, mariculture, muscles, oyster, reproduction
Monitoramento do ambiente no cultivo experimental da alga Kappaphycus alvarezii
(Rhodophyta) na Baía Norte, Florianópolis/SC.
Nunes¹, B., Hayashi¹, L., Bouzon¹, Z.L., Fonseca, A.1, Magalhães2, A. R.M.
1
Universidade Federal de Santa Catarina – CCB – LAMAR - Campus Universitário – Trindade – Florianópolis - SC - 88040-900.
beea@intercorp.com.br
2
Universidade Federal de Santa Catarina – CCA – NEPAQ/LAMEX – Itacorubi – Florianópolis – SC – 88034-001

Monitoring of the environment of Kappaphycus alvarezii (Rhodophyta)


experimental cultivation at North Bay, Florianópolis/SC
A alga marinha vermelha Kappaphycus alvarezii Doty (Doty) ex P.C. Silva é responsável pela quase
totalidade da carragenana produzida no mundo, um ficocolóide que apresenta grande diversidade de
aplicações (indústria alimentícia e farmacêutica), como agente espessante, gelificante, clarificante,
emulsificante e estabilizante em variados produtos. A introdução experimental da espécie no Estado de
Santa Catarina foi feita em um trabalho conjunto da UFSC com a EPAGRI, na Praia do Sambaqui, Baía
Norte de Florianópolis, aprovada pelo IBAMA. Por ser uma espécie exótica, estudos de monitoramento
ambiental que contemplem o potencial de dispersão de eventuais plantas que escapem da estrutura de
cultivo e a influência de parâmetros ambientais como concentração de nutrientes, temperatura e
salinidade no desenvolvimento dos propágulos se tornam primordiais para o desenvolvimento sustentável
da atividade. Esse trabalho tem como objetivo monitorar parâmetros ambientais (oxigênio dissolvido,
salinidade, temperatura, nitrato, amônia total, fosfato, material em suspensão, clorofila a e feofitina a)
durante 3 diferentes épocas do ano (verão, outono e inverno) e verificar nos costões circunvizinhos a
presença da espécie. O sistema de cultivo foi instalado na praia de Sambaqui em fevereiro de 2008, onde
foram realizadas coletas de água sazonais durante os oito meses de monitoramento (fev-out), sendo que
uma delas foi feita antes da introdução da macroalga no mar. As amostras de água foram coletadas em 7
pontos da região de cultivo: 1 - próximo à praia; 2 - antes dos cultivos de moluscos; 3 - no meio do
cultivo de moluscos; 4 - entre o cultivo de moluscos e do módulo de cultivo das algas; 5 - no meio do
cultivo das algas; 6 - no final do cultivo da alga; e 7 - distante da praia e dos cultivos. As amostras foram
filtradas e congeladas para posterior análise, feita por método colorimétrico em espectrofotômetro ou por
titulação. Durante os oito meses os costões das praias próximas à área de cultivo foram monitorados com
visitas regulares para certificar a ocorrência de eventuais plantas e, nesse período, nenhuma alga foi
encontrada. Não foram observadas diferenças significativas entre os resultados das análises de n-
amoniacal e fosfato nas três coletas e seus respectivos pontos. A concentração de oxigênio das amostras
coletadas foi diferente somente no inverno, com concentrações maiores quando comparadas às outras
coletas. As concentrações de clorofila a e de feofitina a foram maiores no verão e nos pontos 6 e 7. A
concentração de material em suspensão foi diferente temporal e espacialmente, com exceção da coleta do
outono que apresentou valores menores. Em relação à concentração de nitrato, apesar de não terem sido
observadas diferenças significativas entre as estações, em todas as coletas foram observadas diferenças
entre os pontos 1, 2, 3, 4 e 5. De acordo com os resultados obtidos, podemos concluir que o cultivo da
macroalga não está afetando a qualidade da água e as concentrações de nutrientes na região do Sambaqui,
uma vez que somente os pontos 6 e 7, localizados fora das estruturas de cultivo da alga e dos mexilhões,
apresentaram diferenças nos parâmetros ambientais em relação aos outros pontos.
Palavras-chave: Cultivo; espécie exótica; macroalga marinha vermelha
Keywords: cultivation, exotic species, red marine macroalga

Financiamento: CAPES
Influência do tratamento magnético da água na fertilização de ostras do Pacífico
(Crassostrea gigas)
Erik Simões1, Paulo Roberto Jardim Manso2, Maria Luisa Sartorelli3, Eduardo Juan Soriano-Sierra4
1
Graduando em Engenharia de Aqüicultura; UFSC – Departamento de Aqüicultura; Rod. Admar Gonzaga 1346; 88040-900 –
Florianópolis/SC; <eriksimoess@yahoo.com.br>
2
MSc. Pesquisador sobre Influências Biológicas da Água Exposta a Campos Magnéticos Estáticos (NEMAR/LabSiN/UFSC)
3
Profª. Drª. Coordenadora do Laboratório de Sistemas Nano Estruturados (LabSiN)/CFM/UFSC
4
Prof. Dr. Coordenador do Núcleo de Estudos do Mar (NEMAR)/CCB/UFSC

Influence of magnetic water treatment in fertilization of Pacific oyster


(Crassostrea gigas)
O estado de Santa Catarina contribui com mais de 90% da produção nacional de moluscos marinhos. O
cultivo, em fazendas marinhas, de ostras da espécie Crassostrea gigas, é diretamente dependente da
oferta de juvenis, produzidos em laboratório. A produção destes no Laboratório de Moluscos Marinhos
(LMM/CCA/UFSC) apresenta rendimento final de 20 a 25% de sobrevivência em suas larviculturas.
Assim, a busca por metodologias que aumentem a sobrevivência em quantidade e qualidade do processo
de larvicultura é de extremo interesse, não só do ponto de vista científico, mas também sócio-econômico.
A influência de campos magnéticos (CM) sobre as propriedades físicas de sistemas não magnéticos, como
por exemplo, a água, é um assunto polêmico por ainda não se conhecer as origens dos seus efeitos. Em
2006, foi demonstrado, em uma série de experimentos realizados em água ultra-pura, que a mesma sob
condicionamento magnético, tem algumas de suas propriedades modificadas, tais como grau de
hidrofilicidade e espectro Raman, porém, apenas na presença de oxigênio molecular dissolvido. Em
sistemas biológicos, outros estudos mostraram que os efeitos de CM estáticos, aplicados diretamente
sobre a cultura celular, apresentam implicações sobre a permeabilidade da membrana, ativação da cascata
de Ca+2i, morfologia e fisiologia celular, e que tais efeitos são dependentes do tempo de exposição e
intensidade do campo. Em larvicultura de camarões marinhos Litopenaeus vannamei, utilizando água do
mar previamente exposta a CM estáticos, outro estudo obteve maiores taxas de sobrevivência e observou
a antecipação da metamorfose. O presente experimento objetivou avaliar quantitativamente a fertilização
dos gametas da C. gigas até atingir larva-D, conduzido no Laboratório de Tratamento de Água do Núcleo
de Estudos do Mar da Universidade Federal de Santa Catarina (NEMAR/CCB/UFSC). Para o
condicionamento magnético da água foi desenvolvido um sistema de recirculação. Foram montados três
sistemas iguais onde à água fica, individualmente, exposta por 10, 30 e 90 segundos ao CM. O material
biológico foi fornecido pelo LMM. Para obtenção dos gametas foi utilizado o método strip. O sexo foi
determinado em microscópio (200 X) e os oócitos contados em câmara de Sedgwick Rafter. A
fertilização foi feita em suspensão concentrada de gametas femininos. Após verificação da fertilização foi
transferido para cada uma das 16 unidades experimentais, um volume conhecido do fertilizado para se
obter uma densidade final de 100 oócitos/ml. Estas unidades representam 4 repetições para o controle e 4
para cada tempo de exposição. Cada unidade continha 3 litros de água do mar filtrada e esterilizada por
UV. Decorridas 24 horas da fertilização, tempo hábil para a formação de larvas-D, essas eram
quantificadas em três amostragens de 1,0 ml por unidade experimental. Diversos pré-ensaios foram
realizados até se desenvolver uma bancada experimental que atendesse aos requisitos de controle
científico ideal dessa primeira etapa da larvicultura, quando então, foi obtido o resultado de um ensaio,
onde foi observado que a fertilização de C. gigas, em água CM, respondeu diferentemente a cada tempo
de exposição em relação ao controle, sugerindo a necessidade de novas repetições para concluir o estudo.
Porém, com o encerramento do ciclo reprodutivo das ostras os gametas obtidos não apresentavam
qualidade para a repetição experimental o qual será realizado no próximo ciclo reprodutivo.
Palavras chave: campo magnético, água magnetizada, aqüicultura, malacocultura, larvicultura
Keywords: magnetic fields, magnetized water, aquaculture, malacoculture, hatchery

Agradecimentos: CNPq, NEMAR, LMM, LabSiN.


Crescimento da macroalga Kappaphycus alvarezii cultivada in vitro em água
enriquecida com NPK
João Felipe da Cunha Meira*, Gabriel S. Mattar, Leila Hayashi, Zenilda L. Bouzon
Universidade Federal de Santa Catarina – CCB – LAMAR - Campus Universitário – 88040-900 Trindade – Florianópolis
- SC; joaofelipecm@hotmail.com

Growth of the macroalga Kappaphycus alvarezii cultivated in vitro in seawater


enriched with NPK
Kappaphycus alvarezii é uma macroalga vermelha originária das Filipinas, comercialmente importante
por ser fonte de carragenana, um colóide utilizado como agente espessante e estabilizante. Foi introduzida
no Brasil na década de 90 em Ubatuba/SP, em escala experimental e com a autorização do IBAMA e esse
ano foi autorizado o primeiro cultivo experimental em Santa Catarina. O cultivo em tanques foi iniciado
como uma medida preventiva, uma vez que a espécie é proveniente de regiões tropicais e Santa Catarina
possui baixas temperaturas no inverno. Esse tipo de cultivo é uma alternativa, caso seja necessário retirar
as plantas do mar até que as condições ambientais se tornem novamente favoráveis. Por ser realizado em
uma escala maior que o cultivo in vitro, ocorre um alto consumo de nutrientes para manter as plantas
saudáveis, o que torna essa fase intermediária dispendiosa. O objetivo do presente trabalho foi analisar os
efeitos de fertilizantes comerciais NPK inicialmente em cultivo in vitro para encontrar alternativas viáveis
à solução von Stosch utilizada tradicionalmente no cultivo da espécie. Uma vez encontrada a fonte mais
adequada, essa será testada nos tanques. Ramos da linhagem MR com biomassa inicial de 1g foram
cultivados em 500 mL de água do mar esterilizada enriquecida com solução NPK 15:15:20 (Sempre
Verde). Foram testados 3 tratamentos NPK 100% (23,32 mg L-1), NPK 150% (34,98 mg L-1 ) e NPK
200% (46,64 mg L-1), em regime de pulso de nutrientes por dois dias e regime de nutrientes contínuo. As
concentrações foram calculadas com base na concentração de nitrogênio presente na solução von Stosch.
Como controle, foi utilizado ramos cultivados em água do mar enriquecida com solução von Stosch 50%.
O experimento teve duração de 35 dias, e foram feitas 3 repetições para cada tratamento. Os meios de
cultura foram renovados semanalmente, momento em que as algas foram pesadas e as TCs foram
calculadas. No regime contínuo, todas as algas morreram na quarta semana e somente no regime de pulso
as algas sobreviveram, apresentando taxas de crescimento média de 1,23% dia-1, menor que as taxas
obtidas no controle (1,95%). O fertilizante NPK não é totalmente eficaz na nutrição das algas, por não
possuir um equilíbrio ideal para o crescimento da alga na sua composição como a solução von Stosch.
Entretanto, é possível concluir que a concentração de 100% foi a que apresentou melhores resultados no
crescimento e na manutenção das plantas. Outros estudos deverão ser realizados para se encontrar a
concentração ideal para o cultivo com NPK e testá-la em tanques.
Palavras-chave: algas marinhas, cultivo em laboratório, fertilizantes, nutrientes
Keywords: fertilizers, laboratory cultivation, nutrients, seaweeds

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