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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO OCIDEMNTE - ISEO

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA


TRANSDISCIPLINAR

ROSANA OLIVEIRA DOS SANTOS


THAIANE SOARES SANTIAGO REIS

A PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL: POSSIBILIDADES DE


INTERVENÇÕES NO ENSINO SUPERIOR

Salvador
2018
ROSANA OLIVEIRA DOS SANTOS
THAIANE SOARES SANTIAGO REIS

A PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL: POSSIBILIDADES DE


INTERVENÇÕES NO ENSINO SUPERIOR

Trabalho de conclusão da
especialização em Psicopedagogia,
Instituto Superior de Educação
Ocidemnte – ISEO, como requisito para
obtenção do grau de especialista em
Psicopedagogia Transdisciplinar.

Orientador: Prof. Tiara Silva

Salvador
2018
PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL: POSSIBILDADES E INTERVENÇÕES
NO ENSINO SUPERIOR1

SANTOS, Rosana Oliveira2


REIS, Thaiane Soares Santiago3
NATIVIDADE, Tiara Santana da Silva 4

RESUMO:
O presente artigo tem por objetivo geral refletir sobre as articulações entre a
teoria e prática da psicopedagogia institucional no nível superior, objetivando
investigar as intervenções do psicopedagogo institucional que contribuem para
as aprendizagens no ensino superior. Diante das vivências, apresentamos
como questão de pesquisa: Como a intervenção do Psicopedagogo
Institucional pode minorar as dificuldades de aprendizagem no Ensino
Superior? Nosso interesse foi instigado durante a vivência do estágio curricular
psicopedagógico institucional realizado nos meses de setembro e outubro de
2017. Quanto à metodologia realizada para este estudo foi utilizado a
abordagem qualitativa no que diz respeito à pesquisa exploratória com análise
de caso, através coleta de dados em campo. Quanto ao procedimento técnico,
será utilizada para este trabalho a pesquisa exploratória como fonte para o
trabalho, ou seja, não só para alcançar os objetivos propostos, como também,
para apoiar a fundamentação teórico-metodológica, a qual será realizada
utilizando livros, artigos, monografias, dissertações, teses e periódicos, todos
esses disponíveis em bibliotecas locais ou digitais e bases de dados científicas.
Eis alguns teóricos que fundamentaram as discussões: Visca (2010), Bossa
(2011), ...

Palavras-chave: Ensino superior; Psicopedagogia Institucional; Intervenções


Psicopedagógicas.

ABSTRACT:
This article aims to reflect on the articulations between the theory and practice
of institutional psychopedagogy at the higher level, aiming to investigate the
interventions of the institutional psycho pedagogy that contribute to the learning
1
Artigo apresentado para conclusão do curso de Especialista em Psicopedagogia, do Instituto
Superior de Educação Ocidente – ISEO.
2
Pedagoga (Centro Universitário Estácio da Bahia), Docente da Educação Infantil e
Fundamental I na rede privada.
3
Pedagoga (Centro Universitário Estácio da Bahia), Docente do Ensino Fundamental I na rede
privada.
4
Mestranda em Educação e Contemporaneidade (UNEB), Psicopedagoga (ISEO), Especialista
em Coordenação pedagógica (UNIFACS), Pedagoga (FSBA), Docente Universitária em cursos
de graduação e Pós-graduação. Funcionaria do munícipio de Salvador.
in higher education. In the face of the experiences, we present as a research
question: How can the intervention of the Institutional Psychopedagogue reduce
the learning difficulties in Higher Education? Our interest was instigated during
the experience of the institutional psychopedagogical curricular stage carried
out in the months of September and October of 2017. As for the methodology
carried out for this study was used the qualitative approach with respect to the
exploratory research with case analysis, through data collection in the field. As
for the technical procedure, exploratory research will be used as a source for
the work, not only to achieve the proposed objectives, but also to support the
theoretical and methodological foundation, which will be carried out using
books, articles, monographs, dissertations, theses and journals, all available in
local or digital libraries and scientific databases.

Key-words: Higher education; Institutional Psychopedagogy;


Psychopedagogical Interventions.

1 INTRODUÇÃO

A Psicopedagogia atua numa proposta de interdisciplinaridade. O


psicopedagogo institucional trabalha com mapeamento da instituição para um
diagnóstico institucional. No âmbito acadêmico, a construção do conhecimento
deveria processar-se na individualidade. Entretanto, na prática, não se mostra
desta maneira. Os alunos são tratados como iguais, como se todos tivessem o
mesmo padrão cultural, com as mesmas modalidades de aprendizagem, os
mesmos conflitos e dificuldades, os mesmos interesses e motivações. As
diferenças se revelam na vida diária, mas raramente são incorporadas às
relações de ensino.

E mais, o suporte psicopedagógico de estudantes universitários, é mais


abrangente do que se supõe. O atendimento a esses alunos que deveria
considerar, o fato de sua maioria, estar num momento de passagem da
adolescência para a fase adulta, período complexo, no qual há uma busca da
identidade pessoal, profissional e posterior inserção no mercado de trabalho,
sequer têm as demandas específicas dos discentes universitários relacionadas
aos vínculos com a aprendizagem, não sendo levados em consideração na
grande maioria das intuições de Ensino Superior.

Diante disso, o presente trabalho tem por objetivo geral refletir sobre as
possibilidades de intervenções do psicopedagogo institucional no ensino
superior contribuindo para as aprendizagens. Visto que no decorrer de nossos
estudos de pós-graduação ouvimos, participamos e presenciamos em sala de
aula muitos questionamentos sobre como são realizadas as intervenções do
psicopedagogo institucional. Os objetivos específicos são: a) verificar a sua
contribuição da Psicopedagogia na formação dos estudantes universitários; b)
analisar o papel da Psicopedagogia no ensino superior.

A metodologia da pesquisa realizada para este estudo, é abordagem


qualitativa no que diz respeito a análise de caso, através de informações e
dados publicados sobre o tema e colocar de forma detalhada o aprendizado
adquirido durante o estágio supervisionado. Quanto ao procedimento técnico,
será utilizado para este trabalho a pesquisa exploratória como fonte para o
trabalho, ou seja, não só para alcançar os objetivos propostos, como também,
para apoiar a fundamentação teórico-metodológica, a qual será realizada
utilizando livros, artigos, monografias, dissertações, teses e periódicos, todos
esses disponíveis em bibliotecas locais ou digitais e bases de dados científicas.

A relevância social deste trabalho desenvolvido diz respeito à prevenção


de problemas de aprendizagem, na medida em que um processo institucional,
com foco na formação de professores, buscará a construção de conhecimentos
sem fraturas, resultando, consequentemente, na qualidade de vida para os
todos os sujeitos envolvidos.

Para melhor estruturação didática, este artigo está dividido em seções.


Aqui nesta seção introdutória são apresentados: objetivo, método e relevância.
Na seção 2 é conceituada a Psicopedagogia, perpassando sobre o enfoque do
seu surgimento, Psicopedagogia institucional, tema deste artigo, dando ênfase
às possibilidades de intervenções no Ensino Superior. Na sequência na seção
3 é explanada sobre a metodologia da pesquisa.

As considerações finais são feitas por último lembrando, que não cabe
aqui exaurir o tema, mas levar à reflexão deste. Recomendações são feitas,
identificando os próximos pontos a serem abordados numa pesquisa futura.
Vale ressaltar que essa pesquisa foi realizada por futuras psicopedagogas que
levam consigo o desejo da descoberta para auxiliar os inúmeros processos de
ensino-aprendizagem nos mais diversos contextos educacionais.
2 A PSICOPEDAGOGIA

Para fins didáticos, antes de adentramos o conteúdo propriamente dito


faz-se importante conceituar a Psicopedagogia. A autora Nájela Tavares Ujiie, a
fim de conceituar Psicopedagogia, explana que:

A Psicopedagogia é uma área de estudo que tem como objetivo a


aprendizagem humana, que em sua natureza sistemática é ação
social, cognitiva e emocional. Por esta via, a Psicopedagogia é uma
ciência abrangente com duplo enfoque: clínico e institucional, ou seja,
o atendimento individual e/ou coletivo de sujeitos aprendentes (UJIJE,
2016, p. 13).

Conforme aduz o artigo 1º do Código de Ética do Psicopedagogo, a


psicopedagogia é conceituada como:

Psicopedagogia é um campo de atuação em Educação e Saúde que


se ocupa do processo de aprendizagem considerando o sujeito, a
família, a escola, a sociedade e o contexto sócio-histórico, utilizando
procedimentos próprios, fundamentados em diferentes referenciais
teóricos.

Diante disso, pode compreender sob à ótica da Psicopedagogia, que o


discente aprende de maneira única, apresentando competências, habilidades e
potencialidades diferenciadas, sendo importante conhecer cada um, e a partir
daí avaliar, atender, orientar e diversificar as atividades em prol de suas
aprendizagens singulares.

Segundo Jorge Visca (2010), a psicopedagogia, perfilou-se como um


conhecimento independente e complementar, possuída de um objeto de estudo
– o processo de aprendizagem – e de recursos diagnósticos, corretos e
preventivos próprios.
Por muito tempo acreditou-se que as pessoas aprendiam de maneira
única e dessa forma a educação deveria ser generalizada e apresentada a
todos de maneira igual, exceto aqueles que tivessem problemas mentais,
limitações físicas e transtornos que prejudicassem seu desempenho cognitivo.
A aprendizagem era compreendida simples e unicamente como transferência
de conhecimento.
A psicopedagogia surgiu a partir da necessidade de compreensão dos
intitulados problemas de aprendizagem, tendo por objetivo propor métodos de
intervenção com o objetivo de reintegrar o aluno ao processo de construção do
conhecimento, bem como promover uma reflexão sobre os procedimentos
metodológicos e também um olhar para os princípios éticos que se dão no
ambiente escolar e na sala de aula.
Para Bossa (2011, p.48), surgiu com o intuito de ajudar as pessoas com
problemas de aprendizagem, e seus ramos de atuação situam-se, sobretudo,
nas ações preventivas em instituições e na clínica com atendimentos
individualizados.
“Possui um enfoque interdisciplinar abrangendo a Pedagogia, a
Psicanalise, a Psicologia, a Epistemologia, a Linguística e a Neuropsicologia,
dentre outras áreas do conhecimento” (Bossa, 2011, p.40). Ou seja, tem como
foco de estudo a aprendizagem, nascendo da necessidade de compreender
melhor o ser humano aprendiz e as respectivas dificuldades e fatores que
influenciam ou interferem nesse processo.

Trata-se, portanto, de uma área de estudo interdisciplinar, que olha o


sujeito de forma integral, analisando inclusive o ambiente que este está
inserido, investigando os percursos, que aprende e apreende, adquirindo,
elaborando, saboreando e transformado o saber em conhecimento.

Para Bossa (2011) no momento em que a instituição de ensino não leva


em consideração a realidade do aluno, ocorre um choque cultural e ideológico
entre as partes. Uma questão também preocupante é quando se
desconsideram os processos cognitivos e as hipóteses que o sujeito possui em
relação ao conhecimento, partindo para um planejamento pedagógico a partir
de um ideal de aluno, instituído pela sociedade.
Quanto aos seus pressupostos, buscando apresentar sobre o
surgimento da Psicopedagogia, reportamos aqui Fagali e Vale (2009), os quais
destacam que a área supracitada surgiu devido à necessidade de compreender
os problemas de aprendizagens e sua relação com o desenvolvimento
cognitivo, psicomotor e afetivo, implícitas nas situações de aprendizagem.
Nesse enfoque, a Psicopedagogia ao longo da sua trajetória histórica
busca a compreensão do ser que aprende, do processo de
ensino/aprendizagem e das dificuldades e transtornos que podem emergir
(BARBOSA, 2001).

2.1 A PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL

O trabalho psicopedagógico, assim sendo, pode ocorrer no âmbito


clínico e no institucional. No primeiro, oferecem-se subsídios para identificar
fraturas no processo de aprendizagem, que, muitas vezes, aparecem em forma
de sintoma. A intervenção, nesse caso, implica um trabalho terapêutico.

Já a atuação no âmbito das instituições, seja de ensino ou organizações


em geral, direcionasse a um trabalho preventivo, que pode ocorrer através da
identificação de problemas de aprendizagem, realizando os encaminhamentos
necessários, como também através de um trabalho com toda a equipe
envolvida nas questões de ensino e aprendizagem, entendendo-os como
processos que podem ocorrer em diferentes espaços.

O objeto de estudo neste artigo é a psicopedagogia institucional. Neste


âmbito o psicopedagogo pode atuar de várias formas e em diferentes
enfoques. A despeito deste assunto, Pontes (2010, p. 418) elucida que: “a
atuação psicopedagógica na escola implica num trabalho de caráter preventivo
e de assessoramento no contexto educacional.” O autor Rogério Augusto
Santos enfatiza sobre as naturezas de tal trabalho, afirmando primeiro que:

O trabalho na instituição escolar apresenta duas naturezas: O


primeiro diz respeito a uma psicopedagogia voltada para o grupo de
alunos que apresentam dificuldades na escola. O seu objetivo é
reintegrar e readaptar o aluno à situação de sala de aula,
possibilitando o respeito às necessidades e ritmos. Tendo como meta
desenvolver as funções cognitivas integradas ao afetivo,
desbloqueando e canalizando o aluno gradualmente para a
aprendizagem dos conceitos conforme os objetivos da aprendizagem
formal (SANTOS, 2016, p. 02).

Em relação ao segundo tipo explana que:

O segundo tipo de trabalho refere-se à assessoria junto a pedagogos,


orientadores e professores. Tem como objetivo trabalhar as questões
pertinentes às relações vinculares professor-aluno e redefinir os
procedimentos pedagógicos, integrando o afetivo e o cognitivo,
através da aprendizagem dos conceitos e as diferentes áreas do
conhecimento (SANTOS, 2016, p. 02).

Sendo assim, compreende-se que o psicopedagogo não trabalha única e


exclusivamente no atendimento aos discentes que têm déficits de
aprendizagens, mas vai além, dando suporte psicopedagógico aos
profissionais que estão em contato diariamente com esses alunos e que
influenciam o processo de ensino aprendizagem.

Nesse sentido, Bossa (2010) salienta, que o psicopedagogo deve:


auxiliar o professor e demais profissionais nas questões pedagógicas e
psicopedagógicas; orientar os pais; colaborar com a direção para que haja um
bom entrosamento entre todos os integrantes da instituição e, principalmente,
ajudar o aluno que esteja sofrendo, qualquer que seja a causa.

Entendemos que cada instituição tem seu método, suas necessidades e


expectativas e o psicopedagogo deverá percebê-las para que efetivamente
cumpra seu papel. Para isso faz-se necessário, que a equipe escolar confie e
acredite no profissional e esteja solícita a aceitar mudanças, caso contrário,
poderá deixar de obter o resultado esperado.

Dessa maneira, compreende-se a ação do psicopedagogo no âmbito


institucional como uma prevenção do fracasso e das dificuldades de
aprendizagem de todos os envolvidos no processo.

2.2 POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÕES NO ENSINO SUPERIOR

Na atualidade a ação psicopedagógica está inclinada praticamente para


a etapa da educação infantil e anos iniciais (Chaves, 2015), porém, existe um
avanço no que tange às propostas alternativas interventivas para adolescentes,
jovens e adultos, pessoas que de alguma forma, não conseguiram prosseguir
em sua carreira acadêmica, por conta dos obstáculos encontrados em seus
percursos, e em determinado momento se viram impossibilitadas de dar
continuidade ao auxílio psicopedagógico.

Atualmente, as Instituições de Educação Superior se preocupam com o


desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem, almejando
reconhecer o que dificulta ou contribui para o sucesso da educação profissional
e, consequentemente, para a projeção dos egressos no mercado de trabalho.
No ensino superior os discentes também apresentam demandas
específicas relacionadas aos vínculos com a aprendizagem, com os docentes,
os colegas de classe, integração a grupos, assumir e assimilar a cultura
universitária pode ser uma tarefa difícil para alguns estudantes, além de
dificuldades em vários níveis: socioeconômicos, sociocognitivos, dilemas
familiares, pessoais, emocionais e afetivos, aos quais não raros, os fazem
parar de aprender ou dificultar suas aprendizagens.

O estudante universitário, portanto, passa a frequentar um novo espaço,


deparando-se com novos desafios, os quais demandam novos conhecimentos
e novas relações interpessoais, que exigem adaptações ao ambiente social,
intelectual e acadêmico específico da área escolhida.

A estes fatos, pode-se ainda acrescentar as incertezas quanto à


projeção dos cursos escolhidos, o mercado de trabalho, o que também
contribui para as pressões acadêmicas e familiares, contribuindo para
construção de vínculos negativos, ansiedade, medo e culpa.

Uma intervenção psicopedagógica com ferramentas, métodos, técnicas


próprias da psicopedagogia, oportuniza medidas de atendimentos aos
discentes, inclusive assessoria acadêmica, no que tange ao seu aprendizado,
bem como oportunizando aos docentes esclarecimentos didáticos e
metodológicos, através de um programa diferenciado e alternativo.

Ademais a observância das dificuldades de aprendizagem, em especial


os deficientes, associadas à missão da instuituição de formar profissionais com
excelência de ensino, aptos a intervir num mundo sedento de transformação
permanente seria de grande avanço acadêmico. A despeito deste assunto,
Richartz e Gonçalves, explanam que:

O amparo legal da inclusão escolar está previsto em diversos


documentos. Não é objetivo do presente artigo realizar uma ampla
discussão sobre esse tema em particular, assim, apresentamos
brevemente algumas leis que viabilizam a inclusão de todos os alunos
no ambiente escolar (RICHARTZ e GONÇALVES, 2016, p. 1)
Os artigos 206 e 208 da Constituição Federal de 1988, prevêm a
inclusão do deficiente na rede regular de ensino, em igualdade de condições. A
Lei 9.394/96, de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, garante
adequações em três níveis, a saber:

No projeto político-pedagógico da escola elaborado pela comunidade


escolar; No currículo (objetivos, conteúdos, atividades, avaliação,
metodologia) com a participação de todos os envolvidos;
No nível individual, com a participação da família na elaboração do
plano educacional (MEC; 2001)

Objetivando ilustrar esta pesquisa, segue quadro de matrículas de


alunos portadores de necessidades especiais do curso de graduação
presenciais e à distância, por tipo de necessidade especial, no Brasil no ano de
2014.

Dados investigativos extraídos do Instituto Nacional de Estudos e


Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), do censo 2014. O Quadro
apresenta a tipificação e a quantidade de alunos para cada necessidade
especial.

Extraído de: INEEP (2014)
Importante destacar, que “as necessidades especiais que aparecem com
maior incidência, de acordo com os dados do INEP, são: deficiência física,
cegueira, baixa visão, surdez, deficiência auditiva e superdotação.” “Sem entrar
no mérito das terminologias usadas e nas classificações descritas, expomos
algumas sugestões para o trabalho com as deficiências e os transtornos mais
comuns elencados anteriormente” (INEEP, 2014)

O psicopedagogo que atua no ensino superior, além de instruir


professores e demais membros da equipe pedagógica, pode atender aos
alunos que precisam de orientação individual. Por fim, as intervenções
psicopedagógicas no ensino superior têm como objetivo evitar a reprovação do
aluno e, muitas vezes, o abandono do curso. A instituição precisa considerar
nas avaliações o desenvolvimento potencial do aluno.

Desse modo, justifica-se a intervenção individualizada. As provas


padronizadas aplicadas para a turma toda costumam ter um resultado negativo
para alunos com dificuldade de aprendizagem. É necessário pensar à
especificidade dos discentes. Muito além do discurso da igualdade, atualmente,
o que se ressalta é o direito de ser diferente.

Importante frisar, que atualmente, entende-se que as pessoas com


deficiência podem ou não apresentar as “necessidades educacionais especiais”
(BRASIL, 2008).

Existem situações que podem levar o aparecimento de necessidades


educacionais especiais em pessoas que não tem deficiência, mas que
merecem atenção especial para adaptações e a utilização de
recursos, de conhecimentos e de serviços especiais. A inclusão de
alunos com necessidades educacionais especiais no ensino superior
requer medidas que facilitem e auxiliem a concretização desse
processo, como: formação continuada de professores, produção e
adequação de recursos pedagógicos, assessoria psicopedagógica,
adaptação do currículo, bem como a reflexão de todos os envolvidos
no processo educativo torna-se necessário a criação de comissões ou
núcleos na própria instituição responsáveis pelo desenvolvimento de
ações que propiciem a inclusão. (PACHECO; COSTAS, 2006, p.158).

O Art. 2o lei nº 13.146, de 6 DE Julho de 2015, intitulada de Lei Brasileira


de Inclusão da Pessoa com Deficiência, “considera-se pessoa com deficiência
aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de
condições com as demais pessoas” .

O ensino não é uma fórmula pronta que se pode aplicar a todos os


alunos e situações uniformemente; muito pelo contrário, é uma atividade
dinâmica dentro do qual intervêm múltiplos fatores que impedem prever de
antemão o que vai acontecer nas aulas. Sendo assim, é preciso não só
reflexão por parte do professor mas também revisão contínua de sua prática
pedagógica e psicopedagógica, objetivando identificação dos fatores
estratégicos a serem utilizados para promover a aprendizagem significativa de
todos os alunos.

Desta forma, a procura por uma educação de excelência no Ensino


Superior pressupõe, não só investimentos na infraestrutura, biblioteca e
laboratórios, investimentos na formação docente mas também ações
direcionadas ao desenvolvimento do processo de aprendizagem dos alunos,
campo de ação do psicopedagogo.

O Psicopedagogo é capaz de procurar identificar e avaliar os obstáculos


na construção do conhecimento do estudante no ensino superior, utilizando
meios para que os mesmos criem e utilizem estratégias de aprendizagem
visando aprendizagem significativa e um melhor desempenho acadêmico e nas
diferentes situações do cotidiano.

Importante destacar, que numa Instituição de Ensino Superior, o


Psicopedagogo também está sujeito a encontrar resistências por parte dos
docentes, pois o atendimento psicopedagógico vai sempre exigir reflexão sobre
a ação do docente. Sendo assim, faz-se importante a obtenção do apoio por
parte dos discentes, que deverão ter ciência da importância de tornar viva a
disciplina a ser ensinada, aproveitando a riqueza das experiências de vida dos
acadêmicos a fim de promover um ambiente propício às aprendizagens
significativas.

A inserção de uma visão psicopedagógica é uma necessidade para a


diminuição das tensões e problemas que acontecem nesse âmbito do ensino
superior, que podem se transformar em práxis educativas inovadoras e
renovadoras de esperanças, sucessos pessoais e profissionais.
3 METODOLOGIA

Os objetivos metodológicos da pesquisa realizada para este estudo foi


do tipo exploratória. De acordo com Prodanov e Freitas (2013, p. 53), a
pesquisa exploratória, habitualmente é realizada por pesquisadores sociais
preocupados com a atuação prática, favorece ao pesquisador maior
familiaridade com o problema, tornando-o explícito ou construindo hipóteses
sobre ele. Segundo Fragoso, Recuero e Amaral (2013), explanam que a
pesquisa exploratória possui planejamento flexível, o que permite o estudo do
tema sob diversos ângulos e aspectos.

As pesquisas exploratórias têm como propósito proporcionar maior


familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou
a construir hipóteses. Seu planejamento tende a ser bastante flexível,
pois interessa considerar os mais variados aspectos relativos ao fato
ou fenômeno estudado. Pode-se afirmar que a maioria das pesquisas
realizadas com propósitos acadêmicos, pelo menos num primeiro
momento, assume o caráter de pesquisa exploratória, pois neste
momento é pouco provável que o pesquisador tenha uma definição
clara do que irá investigar. (GIL, 2017, p. 27).

Sendo assim, este trabalho se utilizou da pesquisa exploratória, pois visa


buscar um maior conhecimento do tema escolhido, proporcionando maior
simplificação e assim torná-lo o mais claro possível.

Quantos aos procedimentos técnicos, foram utilizados para este trabalho


os procedimentos de pesquisa bibliográfica e estudo de caso. De acordo com
Vergara (1998, p. 46) “é o estudo sistematizado desenvolvido com base em
material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, (...)”.

A pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já


publicado. Tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa
inclui material impresso, como livros, revistas, jornais, teses,
dissertações e anais de eventos científicos. Todavia, em virtude
da disseminação de novos formatos de informação, estas
pesquisas passaram a incluir outros tipos de fontes, como
discos, fitas magnéticas, CDs, bem como o material
disponibilizado pela Internet. (GIL, 2010, p.29)

Dessa forma, a pesquisa bibliográfica foi utilizada como fonte de


pesquisa para este trabalho, que utilizou-se de material que foi elaborado por
outros autores interligando-os com a parte prática do trabalho, ou seja, para
alcançar os objetivos propostos para este estudo, bem como, para respaldar a
fundamentação teórico-metodológica, realizou-se uma pesquisa bibliográfica
sobre os principais aspectos da logística reversa em livros, dissertações, teses
e periódicos nacionais e internacionais, sendo o acesso aos documentos
obtidos por meio de bibliotecas locais ou na internet, em bibliotecas digitais e
bases de dados científicas.

No que diz respeito ao estudo de caso, de acordo com Gil (2010, p.37)
“é uma modalidade de pesquisa amplamente utilizada nas ciências sociais”.
Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira
que permita seu amplo e detalhado conhecimento. (...)

Estudo de caso é o circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas


essas como uma pessoa, uma família, um produto, uma empresa, um órgão
público, uma comunidade ou mesmo um país. Tem caráter de profundidade e
detalhamento. Pode ou não ser realizado no campo. (VERGARA, 1998, p. 47)

Para Marconi e Lakatos (2011, p. 274) estudo de caso “refere-se ao


levantamento com mais profundidade de determinado caso ou grupo humano
sob todos os seus aspectos”.

O estudo de caso, consiste num estudo detalhado, ou seja, de um ou


mais objetos buscando um maior conhecimento do mesmo. Este método
possibilita obter “inferência do estudo de todos os elementos que envolvam
uma entidade completa” (FACHIN, 2006, p. 47). De acordo com Pádua (2004),
esta abordagem tem como finalidade abranger as características mais
importantes e o processo de desenvolvimento do tema em estudo.

3.1 HISTÓRIA DO CASO

Este trabalho é resultado de uma pesquisa realizada durante o Estágio


Institucional, do curso de Pós-graduação em Psicopedagogia Transdisciplinar
da Faculdade ISEO, com a turma do oitavo semestre de pedagogia do Centro
Universitário Estácio da Bahia, na cidade de Salvador – BA.
A queixa apresentada era que o grupo estava enfrentando momentos de
ansiedade e falta de cooperação entre eles, devido à aproximação da
conclusão do curso e realização da avaliação do ENADE. A turma atendida era
composta por educandos que já possuíam vínculos positivos devido ao tempo
que eles já integravam o grupo. Durante as aulas os educadores começaram a
perceber a mudança comportamental do grupo, eles não estavam mais
cooperando entre si, demonstravam comportamento individualista frente ao
grupo e relatavam sobre a grande ansiedade que estavam tento em relação
das demandas apresentadas.
Diante dessa realidade identificada, fizemos uma análise da instituição,
realizamos conversas com a coordenadora do curso de pedagogia e com os
alunos da determinada turma sobre as principais dificuldades que eles estavam
enfrentam. De acordo com os dados colhidos, foi desenvolvido intervenção
psicopedagógica com a turma visando amenizar tais dificuldades.
As atividades propostas ao grupo tinham o intuito de avaliar como os
integrantes dessa turma se enxergam enquanto grupo, como está o nível de
integração e solidariedade entre eles. A partir das aplicações de dinâmicas, foi
possível perceber a interação do grupo e identificar os personagens que o
compõem.
Sabendo que este grupo está enfrentando os desafios finais para galgar
o tão sonhado diploma de nível superior, selecionamos uma sequência de
ações que estimulasse as características humanas visando à melhoria da
comunicação e interação grupal, fundamental ao ambiente acadêmico,
especialmente no processo de finalização do curso, garantindo
simultaneamente o bem-estar individual e coletivo.
Partindo do pressuposto que todo indivíduo quando se vê diante de um
desafio, necessita abandonar sua “zona de conforto”, consequentemente
levando-o a manifestações dos sentimentos de insegurança e impotência,
aflorando toda fragilidade que possa existir em seu íntimo. Sendo assim, o
roteiro de intervenções grupal visou possibilitar aos participantes, momento de
relaxamento, reflexão, apoio, quer seja temporário, mas com intuito de
promover possíveis ganhos permanentes que os ajudem a fortalecer
características individuais para enfrentar os desafios atuais e posteriores.
No decorrer das realizações, notamos em alguns momentos, o embate
do grupo, a busca por estratégias, pessoas vencendo a timidez, outros se
esforçando para esquivar-se e assim por diante. Cada um conhecendo um
pouco mais de si mesmo e enfrentando seus medos ou abafando-os dentro de
si.

3.2 PRINCIPAIS RESULTADOS

Compreender como o trabalho do Psicopedagogo é realizado no âmbito


do ensino superior e as suas dimensões, envolve muita atenção, flexibilidade e
comprometimento. A observação da prática de intervenção do Psicopedagogo
nesse contexto, evidenciou que a atuação do presente profissional se
diferencia das atuações na clínica e hospital, mesmo que partindo do mesmo
objeto de estudo e tendo o mesmo objetivo.

O Psicopedagogo que atua nesse espaço, precisa ter apropriação de


conhecimentos de sua real função na universidade. Tendo um desempenho
significativo e contribuindo com ações humanizadas com os alunos, corpo
docente e funcionários da instituição.

Muitas pessoas quando ingressam no ensino superior ainda possuem


déficits pedagógicos que não foram trabalhados anteriormente em sua
trajetória escolar, outras possuem alguns transtornos, deficiências ou
comprometimentos motores. E é nesse processo que a intervenção
psicopedagógica institucional é crucial no âmbito acadêmico, detectando as
reais necessidades de cada cliente, garantindo o avanço acadêmico, realização
pessoal e respeitando seus direitos.

O Estágio Psicopedagógico Institucional foi muito gratificante, pois


oportunizou vivenciarmos uma experiência riquíssima e singular para nosso
crescimento profissional. Foi um momento ímpar em que a teoria e prática se
uniram, e evidenciou a necessidade de assumirmos uma postura crítica e
reflexiva sobre a prática do psicopedagogo institucional diante da realidade e
diversidade encontrada no âmbito acadêmico.

Cada momento desse estágio proporcionou o treino do nosso olhar


sobre as pessoas e aguçou nossos ouvidos a escutar não só o que estava
sendo dito, como também os sons do silêncio, das inquietações, a leitura e
mudanças de feições. Foi notório identificar mudanças positivas na presente
turma, começaram a externar poucos momentos de ansiedade durante as
demandas acadêmicas e vivenciaram de forma significativa momentos de
construções coletivas.

Para o profissional psicopedagogo, desenvolver essas habilidades se faz


necessário promover intervenções que busquem despertar nos indivíduos a
manifestação dos seus potenciais e acima de tudo, estabelecer momentos que
possibilitem reflexão e provável mudanças de conduta.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da pesquisa realizada, conclui-se que as necessidades atuais no


âmbito da educação superior brasileira exigem intervenções psicopedagógicas
que ofereçam apoio adequado aos discentes, docentes e demais
colaboradores que atuam neste nível de ensino.

Concluímos frente aos achados deste estudo que a Psicopedagogia


pode sim contribuir com o sucesso acadêmico e profissional dos discentes no
âmbito do ensino superior, na medida em que procura identificar, avaliar e
mediar os problemas que possam ocorrer no processo ensino aprendizagem;
criando estratégias para o exercício da autonomia; espaços de apoio e reflexão
individual e/ou coletiva; transformando queixas em pensamento transformador
e reconstrutivo; incentivando a produção do conhecimento.

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