ÍNDICE DE ASSUNTOS
ADIn: Ilegitimidade Ativa
Agravo em Execução Penal: Prazo
Contribuição de Segurados e Pensionistas
Iniciativa do Judiciário e Emenda Parlamentar
Latrocínio: Consumação e Co-autoria
Peculato e Fiança
Procuradoria da Fazenda Estadual
Projeto de Lei e Competência Privativa
RE Trabalhista: Deserção
RE Trabalhista: Deserção
Servidor Militar Requisitado e Gratificação
Servidores Públicos Civis e 28,86%
Transposição de Servidores e Concurso: Errata
PLENÁRIO
ADIn: Ilegitimidade Ativa - 1
Por falta de legitimidade ativa ad causam, o Tribunal, resolvendo questão de ordem suscitada pelo
relator, não conheceu de ação direta de inconstitucionalidade ajuizada pela Associação de Empresas de
Processamento de Dados - ASSESPRO Nacional, por tratar-se de uma associação que congrega diversas
associações regionais. Considerou-se não ser a requerente uma entidade de classe de âmbito nacional para
efeito do art. 103, IX, 2ª parte, da CF (“Podem propor a ação de inconstitucionalidade: ... IX - confederação
sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.”), mas sim uma “associação de associações” que
representa pessoas jurídicas e não pessoas físicas. Vencidos os Ministros Marco Aurélio e Sepúlveda
Pertence, que dela conheciam. Precedente citado: ADIn (QO) 353-DF (DJU de 16.4.93). ADIn(QO) 1.676-
DF, rel. Min. Octavio Gallotti, 1º.10.97.
PRIMEIRA TURMA
Servidores Públicos Civis e 28,86%
Ao argumento de que o acórdão recorrido do Tribunal de Justiça do Distrito Federal não divergiu
da orientação firmada, por maioria, pelo Tribunal no julgamento do RMS 22.307 - DF (DJU de 13.6.97, v.
Informativo 60), em que se decidiu — à vista do princípio da isonomia, bem como do disposto no art. 37, X
da CF — pela extensão aos servidores públicos civis, a título de revisão geral de vencimentos, do aumento de
28,86% com que se reajustara (Leis 8.622/93 e 8.627/93) o soldo dos servidores públicos militares, a Turma
não conheceu de recurso extraordinário interposto pela União. RE 217.779-DF, rel. Min. Moreira Alves,
30.9.97 .
Peculato e Fiança
Considerando, de um lado, que a pena imposta ao paciente — condenado a três anos de reclusão
pela prática do crime de peculato (art. 312 do CP) — não pode ser considerada para o fim de concessão, ou
não, da fiança, já que para isso há de se ter em conta a pena mínima cominada ao ilícito, e não a sanção
efetivamente aplicada, e, de outro, que a fiança pode ser prestada em qualquer termo do processo, enquanto
não transitar em julgado a sentença condenatória (art. 334 do CPP), ainda que esteja sujeita apenas a recurso
de natureza extraordinária — jurisprudência do STF —, a Turma concedeu o writ para que, prestada a fiança,
o paciente possa defender-se solto até o trânsito em julgado da sentença condenatória. Precedentes citados:
HHCC 63.684-MG (RTJ 118/118), 70.662-RN (DJU de 4.11.94), 72.169-RJ (DJU de 16.9.94), 73.151-RJ
(DJU de 19.4.96) e 75.079-SP (DJU de 19.9.97). HC 75.318-RJ, rel Min. Sepúlveda Pertence, 30.9.97 .
RE Adesivo.
RE 198.851-SC, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 30.9.97 .
SEGUNDA TURMA
Agravo em Execução Penal: Prazo
O prazo para interposição de agravo de instrumento pelo Ministério Público, contra decisão
proferida em favor do réu pelo juízo de execuções penais, é de 5 dias (CPP, art. 586). Dessa forma, a Turma,
por unanimidade, entendendo que o recurso de agravo a que se refere art. 197 da LEP (“Das decisões
proferidas pelo juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo.”) tem a natureza de recurso em sentido
estrito concluindo o julgamento iniciado em 19.9.97 (v. Informativo 84) , deferiu o habeas corpus para, à
vista da intempestividade do recurso interposto pelo Ministério Público, declarar a nulidade do acórdão
proferido pelo Tribunal de Alçada do Rio de Janeiro que rejeitara a preliminar suscitada pela defesa por
entender aplicável à espécie a disciplina do agravo prevista no CPC (arts. 522 a 529), que prevê o prazo de 10
dias para sua interposição (CPC, art. 522). Precedente citado: HC 65.988-PR (RTJ 130/646). HC 75.178-RJ,
rel. Min. Carlos Velloso, 30.9.97.
RE Trabalhista: Deserção
Retomado o julgamento de recurso extraordinário trabalhista em que foi suscitada preliminar de
deserção ao argumento da inobservância do disposto no art. 511, do CPC (“No ato de interposição do
recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive
porte de retorno, sob pena de deserção.”), e da falta do depósito recursal de que cuida o art. 40, da Lei
8.177/91, com a redação dada pela Lei 8.542/92, que estabelece os limites monetários do depósito de que
trata o art. 899 da CLT, devidos a cada novo recurso interposto no decorrer do processo. O Min. Marco
Aurélio, divergindo do voto do relator (v. Informativo 67), proferiu voto-vista no sentido de acolher a
preliminar de deserção e, assim, não conhecer do recurso extraordinário. Após, o julgamento foi adiado por
solicitação do Min. Maurício Corrêa, relator. RE 207.518-SP, rel. Min. Maurício Corrêa, 30.9.97.
CLIPPING DO DJ
3 de outubro de 1997
ADIn N. 137
RELATOR : MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: Ação direta de inconstitucionalidade. Conselho Estadual de Justiça integrado por membros da magistratura
estadual, autoridades pertencentes aos outros Poderes, advogados e representantes de cartórios de notas de registro e de
serventuários da Justiça.
- A criação, pela Constituição do Estado, de Conselho Estadual de Justiça com essa composição e destinado à fiscalização e
ao acompanhamento do desempenho dos órgãos do Poder Judiciário é inconstitucional, por ofensa ao princípio da
separação dos Poderes (art. 2º da Constituição Federal), de que são corolários o auto-governo dos Tribunais e a sua
autonomia administrativa, financeira e orçamentária (arts. 96, 99 e parágrafos, e 168 da Carta Magna).
Ação direta que se julga precedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 176 e 177 da parte permanente da
Constituição do Estado do Pará, bem como a do artigo 9º e seu parágrafo único do Ato das Disposições Transitórias dessa
mesma Constituição.
ADIn N. 1.056
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - PREJUÍZO - DIPLOMA LEGAL SUPERVENIENTE.
Perdendo o ato normativo atacado as características iniciais - de autônomo e abstrato - dá-se o prejuízo da ação direta de
inconstitucionalidade. Isso ocorre quando verificada a revogação tácita do diploma legal.
ADIn N. 1.459-5
RELATOR : MIN. SYDNEY SANCHES
EMENTA: - DIREITO CONSTITUCIONAL E ELEITORAL.
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.
AÇÃO RESCISÓRIA ELEITORAL (LEI COMPLEMENTAR Nº 86, DE 14.05.1996, QUE ACRESCENTOU A ALÍNEA
"J" AO INC. I DO ART. 22 DO CÓDIGO ELEITORAL.
SUSPENSÃO DA COISA JULGADA SOBRE INELEGIBILIDADE. EFICÁCIA RETROATIVA DA LEI.
1. A um primeiro exame, não ofende a Constituição Federal a instituição de Ação Rescisória, em caso de inelegibilidade,
por força da alínea "j" do inc. I do art. 22 do Código Eleitoral (Lei nº 4.737, de 15.07.1965), acrescentada pelo art. 1º da Lei
Complementar nº 86, de 14.05.1996.
2. Considera-se relevante a argüição de inconstitucionalidade das expressões "possibilitando-se o exercício do mandato
eletivo até seu trânsito em julgado", contidas na mesma alínea "j", pois implicará suspensão, ao menos temporária, da
eficácia da coisa julgada sobre inelegibilidade, com aparente afronta ao inciso XXXVI do art. 5º da Constituição Federal.
Precedentes.
Resta, assim, atendido, nesse ponto, o requisito da plausibilidade jurídica da ação ("fumus boni iuris").
3. É altamente conveniente para a Administração Pública e para a ordem jurídica, de um modo geral, e, em especial, para
a Justiça Eleitoral, a suspensão imediata de tais expressões, não sendo de se desprezar, também, o interesse dos
beneficiados pela coisa julgada.
Preenchido, assim, igualmente, o requisito do "periculum in mora".
4. Também é de se considerar relevante a argüição de inconstitucionalidade das expressões "aplicando-se, inclusive, às
decisões havidas até cento e vinte dias anteriores à sua vigência", constantes do art. 2º da mesma L.C. 86/96, pois podem,
em tese, implicar lesão a direito adquirido daqueles que foram beneficiados pela coisa julgada em matéria de
inelegibilidade, quando ainda não havia possibilidade de sua impugnação por Ação Rescisória.
5. Nesse ponto é presente, por igual, ou seja, pelas mesmas razões antes referidas no item 3, o requisito do "periculum in
mora".
6. Diante disso, o S.T.F. defere, em parte, a medida cautelar, ou seja, apenas para a suspensão da eficácia das expressões
"possibilitando-se o exercício do mandato eletivo até o seu trânsito em julgado", contidas na alínea "j" do inc. I do art. 22
do Código Eleitoral, acrescentada pela L.C. 86/96; bem como das expressões "aplicando-se, inclusive, às decisões havidas
até cento e vinte dias anteriores à sua vigência", constantes do art. 2º da mesma Lei Complementar.
7. Não se podendo verificar, de pronto, se já foram, ou não, ajuizadas Ações Rescisórias com base na L.C. 86/96, a
medida cautelar, de suspensão, apenas, das expressões mencionadas, é deferida, "ex tunc", ou seja, desde a data da vigência
de tal diploma.
Precedente: RTJ 138/86.
8. Fica, desde já, ressalvado que a competência originária do Tribunal Superior Eleitoral, para processar e julgar a Ação
Rescisória instituída pela L.C. impugnada, não abrange, obviamente, os julgados do S.T.F., quando este tiver examinado,
pelo mérito, a questão da inelegibilidade.
9. Medida cautelar deferida, em parte, nos termos do voto do Relator.
10. Decisão unânime.
* noticiado no Informativo 33
HC N. 75.088
REL. P/ O ACÓRDÃO: MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: HABEAS CORPUS. PACIENTE CONDENADO COMO INCURSO NAS PENAS DO ART. 213 C/C OS
ARTS. 214, 224, A; 226, III, E 69, DO CÓDIGO PENAL. ALEGAÇÃO DE EXACERBAÇÃO INDEVIDA DA PENA,
COM BASE NO ART. 226, III, QUANDO JÁ ESTAVA JUDICIALMENTE SEPARADO E CONTINUIDADE PUNIDA
NO LIMITE MÁXIMO DO ART. 69, SEM FUNDAMENTAÇÃO.
Procedência da alegação, no que tange à continuidade, cuja punição se revelou exacerbada, tendo em vista não passarem de
dois os delitos cometidos pelo paciente; o mesmo não ocorrendo com o aumento de pena do art. 226, III, que, no caso, é
justificado não pela irreparabilidade do dano pela impossibilidade do casamento, posto que se trata de vítima de pouca
idade, mas em face do maior grau de reprovabilidade que inspira, em situações da espécie, a conduta de quem já teve
família constituída.
Habeas corpus parcialmente deferido.
* noticiado no Informativo 77
HC N. 75.248
RELATOR : MIN. OCTAVIO GALLOTTI
EMENTA:- Habeas corpus deferido, para que venha o Tribunal de Alçada Criminal a julgar, como entender de direito, o
pedido de revisão firmado pelo próprio condenado.
* noticiado no Informativo 79
HC N. 75.591
RELATOR : MIN. SYDNEY SANCHES
EMENTA: - DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL.
CRIME CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO: ART. 17 DA LEI N° 7.492, DE 16.06.1986. JUSTA CAUSA PARA
AÇÃO PENAL. PROVAS.
"HABEAS CORPUS".
1. Há, em princípio, justa causa para a ação penal, pois ao paciente são imputados fatos que, em tese, podem configurar o
delito do art. 17 da Lei n° 7.492/86, já que, valendo-se da condição de Diretor-Vice-Presidente, responsável pela área de
crédito e financiamento de instituição bancária, teria, segundo se alega na denúncia, liberado empréstimos em dinheiro para
um filho e um irmão.
2. E só mediante exame aprofundado dos fatos é que seria possível, eventualmente, chegar-se a conclusão contrária.
Exame que, segundo pacífica jurisprudência do S.T.F., não é de ser feito, no âmbito estreito do "Habeas Corpus".
3. "H.C." indeferido.
MS N. 22.476
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
MANDADO DE SEGURANÇA - PROVA. O mandado de segurança não viabiliza dilação probatória, razão pela qual
os fatos devem ser demonstrados, a priori, pelo Impetrante.
RESPONSABILIDADES ADMINISTRATIVA E PENAL - INDEPENDÊNCIA. A jurisprudência sedimentada do
Supremo Tribunal Federal é no sentido da independência das responsabilidades administrativa e penal. A exceção corre à
conta de situação concreta em que, no campo penal, hajam ficado patenteadas a inexistência da materialidade ou a negativa
de autoria.
* noticiado no Informativo 80
RECLAMAÇÃO N. 556
RELATOR : MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: RECLAMAÇÃO. PRELIMINAR: CABIMENTO DE RECLAMAÇÃO POR DESRESPEITO A DECISÃO
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PROLATADA EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.
MÉRITO: ALCANCE DA DECISÃO PROLATADA NA ADI Nº 598, QUANTO AO EDITAL DE CONCURSO, E
DESCONSTITUIÇÃO E CASSAÇÃO DE ATOS EXORBITANTES DESTE JULGADO.
I - Preliminar. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal admite, excepcionalmente, reclamação para preservar a
autoridade de decisão prolatada em ação direta de inconstitucionalidade, desde que haja identidade de partes e que a prática
de atos concretos fundados na norma declarada inconstitucional promane do órgão que a editou. Precedentes.
II - Mérito. Inteligência da decisão prolatada na ADI Nº 598-7-TO, a qual declarou inconstitucionais: a expressão
"inclusive para fins de concurso público de títulos e provas", contida no par. único do art. 25 da Lei nº 157/90; o art. 29 e
seu pár. único do Decreto nº 1.520/90; e todo o Edital do Concurso "Pioneiro do Tocantins" e, conseqüentemente, do
concurso realizado.
2. Reclamação conhecida e julgada procedente, em parte, para declarar a nulidade do "Termo de Acordo" firmado entre o
Estado e o Sindicato dos Funcionário do Fisco do Estado do Tocantins - SINDIFISCO nos autos da Ação Cautelar
Inominada nº 10/93 e do Decreto nº 123/95 e, ainda, para cassar o acórdão proferido na Medida Cautelar Inominada nº
10/93 e a decisão que homologou o referido Termo de Acordo, por serem exorbitantes do julgado desta Corte na ADI nº
598.
3. Reclamação julgada improcedente quanto: ao Decreto nº 124/95; aos pedidos genéricos e não especificados, por serem
incompatíveis com a natureza do processo reclamatório; e quanto aos demais atos locais, cuja existência não foi
comprovada nos autos.
* noticiado no Informativo 53
RE N. 114.790
RELATOR : MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE
EMENTA: Imunidade tributária (livros, jornais e periódicos): listas telefônicas.
Firmou-se a jurisprudência do STF no sentido de que a imunidade constitucional assegurada à publicação de periódicos
impede a cobrança de ISS sobre a edição de listas telefônicas (precedentes).
T R A N S C R I Ç Õ E S
Título da Matéria
ADIn 1.646 - PE *
Relatório: A Confederação Nacional do Comércio ajuizou ação direta de inconstitucionalidade da Lei nº 11.446, de
10.7.1997, do Estado de Pernambuco, que dispõe sobre o cumprimento de normas obrigacionais no atendimento médico-
hospitalar dos usuários por pessoas físicas ou jurídicas que pratiquem a prestação de serviços onerosa, e determina
providências pertinentes.
“Art. 1º - As empresas estabelecidas no Estado, que exerçam, direta ou indiretamente, atividade de prestação de
serviços médico-hospitalares são obrigadas a atender e a prestar assistência aos seus usuários sem quaisquer
restrições a enfermidades mencionadas no Código Internacional de Doenças, editado pela Organização Mundial
de Saúde, imposta em contrato.
Art. 2º - As disposições desta Lei se aplicam as empresas exploradoras do seguro-saúde, empresas de medicina
de grupo, cooperativas de trabalho médico ou outras similares que atuem na prestação de assistência médico-
hospitalar, de forma direta ou indireta.
Art. 3º - Serão ressarcidos, pelas operadoras de planos e seguros privados de assistência à saúde, os serviços de
atendimento à saúde prestados a seus beneficiários ou segurados, em instituições públicas ou privadas,
integrantes do Sistema Único de Saúde, nos limites do contrato entre as partes, nos valores praticados pelo
plano ou seguro, e na forma do regulamento estabelecido pelo Ministério da Saúde.
Art. 4º - A Secretaria de Saúde do Estado estabelecerá normas visando ao controle da atividade das empresas de
que trata esta Lei.
Parágrafo único - No estabelecimento das normas fiscalizadoras constará a aplicação de sanções graduais
para o caso de infrações, com multas até limite de 17.000 (dezessete mil) UFIRs e cassação da licença para o
exercício da atividade no Estado.
Art. 5º - A infração a esta Lei praticada por médico ou exercente de profissão regulamentada, mediante ação ou
omissão, obrigará à Secretaria de Saúde a informar ao respectivo Conselho Regional para a apuração de
possível infração ético-profissional.
Art. 6º - O Poder Executivo regulamentará a presente lei no prazo de trinta (30) dias fazendo constar o
estabelecimento de normas, que facultem ao cidadão, mediante denúncia, e as entidades interessadas, a
participação nos processos administrativos que instaurar.
Art. 7º - Ficam sujeitas às sanções previstas no Parágrafo único do artigo 4º, aquelas empresas que vierem a
reajustar abusivamente os valores cobrados aos seus usuários.
“Tal é a relevância da finalidade visada de assegurar por meio da Legislação de competência privativa da
União Federal um mercado de seguros de amplitude nacional com Legislação uniforme que o Legislador Maior
chegou mesmo ao ponto de eliminar a interferência indireta que os Estados e Municípios poderiam fazer na
regulação federal da matéria por meio de incentivos e desincentivos tributários.”
A confirmar a competência privativa da União Federal, na espécie, invoca, ainda, a autora o art. 192,
que prevê a edição da lei complementar federal, para dispor, dentre outros, sobre “II - autorização e funcionamento dos
estabelecimentos de seguro, previdência e capitalização, bem como do órgão oficial fiscalizador e do órgão oficial
ressegurador”.
Sustenta, ainda, que os efeitos de diploma legal atacado “importam afetar relações jurídicas já
iniciadas e disciplinadas contratualmente sob a égide de legislação federal vigente, emanada de ente legitimado pela Lei
Maior” (fls. 17). Disso decorreria ofensa ao art. 5º, XXXVI, da Constituição.
Alega a autora, também, vulneração ao princípio da livre iniciativa, ut art. 170 da Carta Maior,
anotando (fls. 20): “Com efeito, essa iniciativa de Legislador estadual, além de impertinente, posto que fora de sua esfera
de competência, interfere diretamente com relações jurídicas reguladas pelo Direito Privado, em manifesto ato de
dirigismo, que subverte o comando constitucional, uma vez que afeta e cerceia a atividade de entidades privadas,
legitimamente exercida, e lhe impõe e transfere, compulsoriamente, dever jurídico que não lhe pode ser imputado”.
Destaca, ainda, à vista do art. 24, incisos V e XII, que “a equiparação do segurado ao consumidor
por força da Lei nº 8078, de 1990, - Código de Defesa do Consumidor, exclui a competência dos Estados e do Distrito
Federal, para legislar em matéria que pretenda regulamentar as relações de consumo entre os segurados e as
seguradoras, mormente no que concerne às regras contratuais que regem as obrigações assumidas”.
É o relatório.
Voto: Na ADIN 1595-8, julgando pleito de cautelar, o Plenário, a 30.5.1997, suspendeu, por maioria de votos, - vencidos o
Senhor Ministro Celso de Mello e, em parte, o Senhor Ministro Carlos Velloso, - a vigência da Lei nº 9.495, de 4.3.1997,
do Estado de São Paulo, que dispunha sobre matéria similar, prevendo no art. 1º:
Art. 2º - O não cumprimento dos preceitos desta lei sujeitará as infratoras à multa de 17.000 Unidades Fiscais de
Referência - UFIR para cada caso apurado, aplicando-se em dobro em caso de reincidência.
Art. 3º - O Poder Executivo regulamentará a presente lei no prazo de 30 dias a contar de sua publicação.”
O periculum in mora é, por igual, presente, na medida em que, entrando em vigor a Lei impugnada
desde a publicação, a regra de seu art. 1º, bem assim as sanções previstas em seus arts. 4º, parágrafo único, 5º e 7º, estão na
iminência de aplicação às seguradoras, ora representadas pela autora.