NA REGULAÇÃO DA EXPLORAÇÂO DE
PETRÓLEO E GÁS NATURAL NO BRASIL
Rio de Janeiro
DEZEMBRO de 2016
ANÁLISE DE DECISÕES DE OFERTA DE ÁREAS NA REGULAÇÃO DA
EXPLORAÇÂO DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL NO BRASIL
Examinada por:
________________________________________________
Prof. Edilson Fernandes de Arruda, D.Sc.
________________________________________________
Dr. Alexandre Carlos Camacho Rodrigues, D.Sc.
________________________________________________
Prof. Cleverson Guizan Silva, Ph.D.
________________________________________________
Profa. Laura Silvia Bahiense da Silva Leite, D.Sc.
________________________________________________
Prof. Virgílio José Martins Ferreira Filho, D.Sc.
DEZEMBRO DE 2016
Almeida, Bernardo Faria de
iii
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, aos meus pais
José Geraldo de Almeida (in memoriam) e Maria Lybia Lima de Faria,
que estabeleceram as bases de minha formação pessoal e educacional
e aos meus filhos, pelo apoio incondicional em todos os momentos
e pela oportunidade de experimentar a mais pura forma de amor.
iv
Agradecimentos
A Deus, por ter permitido que eu chegasse até aqui, por ter me amparado nos
momentos difíceis e mostrado o caminho nas horas incertas,
Às áreas técnicas onde trabalhei com temas relacionados com exploração, que
me permitiram vivenciar a construção de decisões de grande relevância para o setor
de E&P e para o Brasil. À ANP, pelo apoio institucional e pela permissão que esta tese
de doutorado pudesse ser realizada,
Aos meus familiares, minhas tias e meus amigos: preciso dizer um “muito
obrigado“ por toda compreensão, carinho e incentivo dados durante toda minha
caminhada. Desculpa pelas horas tomadas do convívio! Amo vocês!
Minha profunda gratidão para todos que contribuíram para este projeto
ensinando, inspirando, discutindo e apoiando.
v
Resumo da Tese apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do grau de Doutor em Ciências (D.Sc.)
vi
Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Doctor of Science (D.Sc.)
Brazil has a large number of low explored sedimentary basins, with a potential
to increase investments in the oil and gas sector and geological knowledge concerning
their potential.
By the end of the monopoly, the new Brazilian Petroleum Law prescribed
policies that promoted the expansion of investments and favored the involvement of
new companies in the oil and gas sector. Exploratory areas started to be the object of
Bid Rounds, and exploration and production contracts were signed by winning
companies, with important results for this sector.
This thesis proposes two methods to support E&P decisions based on historical
data. The first method proposes the spatial favorability analysis for the hydrocarbons
exploration based on Mineral Potential Mapping, by means of the Weights of Evidence
framework. We apply the proposed method to real data of the Sergipe-Alagoas basin;
part of the discoveries are used to validate the results, confirming the tendency of
those discoveries to be located in the areas deemed more favorable by the approach.
The second method supports areas offer decisions regarding its consequent
demand for E&P activities based on Markov decision processes framework. The
proposed approach were applied to real data of the Santos and Solimões basins, with
a view at keeping the expected demand for exploratory activities within prescribed
bounds. The results suggest that regularity and predictability of Bid Rounds areas
offers benefit the attendance of national energy policy objectives.
vii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Bacias Sedimentares Brasileiras.................................................................. 3
Figura 2 – Produção Brasileira de Petróleo (ANP, 2016) .............................................. 4
Figura 3 – Perfuração de Poços Exploratórios no Brasil. .............................................. 6
Figura 4 – Fluxo de Atividades de E&P ....................................................................... 12
Figura 5 – Quadro dos elementos do sistema petrolífero (BATISTA, 2015). ............... 13
Figura 6 – Os diferentes níveis de atividade exploratória (MAGOON & DOW, 1994). . 14
Figura 7 – Interpretação sísmica na Bacia de Sergipe-Alagoas (UFRN, 2008). .......... 18
Figura 8 – Histórico de Produção de Petróleo no Período Pré-ANP (1965-1997) ....... 20
Figura 9 – Produção Brasileira de Petróleo (ANP, 2016). ........................................... 20
Figura 10 – Gráfico de Previsão de descobertas futuras de óleo (MEISNER &
DEMIRNEN, 1981). .................................................................................................... 25
Figura 11 – Fluxo de caixa nas fases de exploração, desenvolvimento, e produção de
um projeto de E&P (traduzido de LERCHE & MACKAY, 1999)................................... 32
Figura 12 – Previsão de produção simplificada para avaliação econômica de um
projeto de E&P (traduzido de LERCHE & MACKAY, 1999)......................................... 32
Figura 13 – Estratigrafia presente na Sub-bacia de Sergipe na Bacia Sergipe-Alagoas
(UFRN, 2008): (a) Detalhe recortado da Carta Estratigráfica da Sub-bacia de Sergipe
da Bacia de Sergipe-Alagoas proposta pelo projeto UFRN/ANP (modificada de FEIJÓ,
1994; MOHRIAK et al., 1997; SOUZA-LIMA et al., 2002) das sequências que serão
utilizadas no estudo e (b) Seção Esquemática Geológica da Sub-Bacia de Sergipe... 47
Figura 14 – Mapa sismoestrutural e de isópaca da Tectonossequência Pré-Rifte
(UFRN, 2008). ............................................................................................................ 54
Figura 15 – Mapa sismoestrutural e de isópaca da Tectonossequência Indivisa ........ 55
Figura 16 – Mapa sismoestrutural e de isópaca da Tectonossequência Rifte ............. 56
Figura 17 – Mapa Anomalia Bouguer Residual (linha branca é a linha de costa)
(UFRN, 2008). ............................................................................................................ 57
Figura 18 – Falhas interpretadas a partir de linhas sísmicas e relevo do topo do
embasamento cristalino (UFRN, 2008) ....................................................................... 57
Figura 19- Mapa de favorabilidade exploratória na Bacia de Sergipe-Alagoas com 70%
das descobertas em poços exploratórios. ................................................................... 59
Figura 20 – Avaliação do Mapa de Favorabilidade da Bacia de Sergipe-Alagoas com
70% dos poços ........................................................................................................... 60
Figura 21 – Mapa de favorabilidade exploratória na Bacia de Sergipe-Alagoas .......... 61
Figura 22 – Perfuração de Poços Exploratórios no Brasil. .......................................... 65
Figura 23 – Proporções consideradas pelo método de planejamento de oferta de
áreas. ......................................................................................................................... 69
Figura 24 – Estados de Transição propostos para o projeto teórico de E&P............... 71
Figura 25 – Quantidade esperada de poços a serem perfurados em um contrato
teórico de E&P ............................................................................................................ 73
Figura 26 – Análise de correlação de preço do petróleo (Brent, US$) e poços
exploratórios ............................................................................................................... 74
Figura 27 – Poços exploratórios perfurados no Brasil e o Preço do Petróleo (Brent) .. 74
Figura 28 - Quantidade Esperada de poços exploratórios a serem perfurados a partir
de uma oferta de 20 blocos exploratórios ................................................................... 76
Figura 29 – Expectativa de demanda por poços exploratórios no Planejamento de Bid
Rounds ....................................................................................................................... 77
ix
Figura 30 – Poços Exploratórios perfurados na Bacia de Santos ................................ 83
Figura 31 – Poços exploratórios perfurados na Bacia de Campos .............................. 84
Figura 32 – Quantidade esperada de poços perfurados por contrato de E&P na Bacia
de Santos ................................................................................................................... 85
Figura 33 – Poços exploratórios perfurados na Bacia de Solimões............................. 86
Figura 34 – Quantidade esperada de poços perfurados por contrato de E&P na Bacia
de Solimões ................................................................................................................ 87
Figura 35 – Quantidade Esperada de poços exploratórios na Bacia de Santos pela
oferta de 20 blocos exploratórios ................................................................................ 88
Figura 36 – Quantidade Esperada de poços exploratórios na Bacia de Solimões pela
oferta de 20 blocos exploratórios ................................................................................ 89
Figura 37 – Demanda esperada para um plano de 15 anos de Bid Rounds para a
Bacia de Santos.......................................................................................................... 90
Figura 38 – Incremento da Densidade Exploratória no Planejamento de Rodadas de 15
anos para a Bacia de Solimões .................................................................................. 91
Figura 39 - Atendimento da Densidade Exploratória Objetivo para a Bacia de Santos 91
Figura 40 – Expectativa de demanda de poços exploratórios para um plano de outorga
de 15 anos na bacia do Solimões ............................................................................... 92
Figura 41 – Incremento da Densidade Exploratória no Planejamento de Rodadas de 15
anos para a Bacia de Solimões .................................................................................. 93
Figura 42 – Atendimento da Densidade Exploratória Objetivo para a Bacia de
Solimões. .................................................................................................................... 93
x
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Bid Rounds promovidos no Brasil pela Lei do Petróleo. .............................. 5
Tabela 2 – Comparação de fatores para os quatro níveis de investigação petrolífera
(traduzido de MAGOON & DOW, 1994). ..................................................................... 16
Tabela 3 – Variáveis Exploratórias.............................................................................. 58
Tabela 4 – Pesos de evidências calculados para a avaliação de evidências
exploratórias para a Bacia Sergipe-Alagoas onshore com 70% das descobertas em
poços exploratórios. .................................................................................................... 59
Tabela 5 – Pesos de evidências calculados para a avaliação das evidências
exploratórias na Bacia de Sergipe-Alagoas. ............................................................... 61
Tabela 6 – Bid Rounds promovidos no Brasil pela Lei do Petróleo. ............................ 64
Tabela 7 – Autorizações CNPE para realização de Bid Rounds ................................. 67
Tabela 8 – A atividade de E&P em bacias sedimentares brasileiras. .......................... 80
Tabela 9 – Resultados dos Bid Rounds Brasileiros ..................................................... 81
Tabela 10 – Densidade Exploratória (DE) para bacias sedimentares onshore
selecionadas ............................................................................................................... 82
Tabela 11 – Densidade Exploratória (DE) para bacias sedimentares offshore
selecionadas ............................................................................................................... 82
Tabela 12 – Dados históricos de Bid Rounds para a Bacia de Santos ........................ 83
Tabela 13 – Dados Históricos de oferta de áreas em Bid Rounds para a Bacia do
Solimões ..................................................................................................................... 86
xi
ÍNDICE
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ...................................................................................... 1
1.1 Motivação ............................................................................................................ 1
1.2 Objetivos ............................................................................................................. 7
1.3 Resultados Esperados ........................................................................................ 8
1.4 Organização do Trabalho .................................................................................... 9
CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................... 11
2.1 O Projeto de E&P .............................................................................................. 11
2.2 Exploração ........................................................................................................ 12
Sistema Petrolífero .............................................................................................. 12
Hierarquia Exploratória ........................................................................................ 14
Levantamentos Geológicos e Geofísicos ............................................................. 16
Alterações da Lei do Petróleo brasileiros em Projetos de E&P ............................ 19
Poços Exploratórios ............................................................................................. 22
2.3 Avaliação........................................................................................................... 23
Mapas de Potencial Mineral ................................................................................. 26
Expectativa Volumétrica ...................................................................................... 28
Chance de Sucesso ............................................................................................. 30
Avaliação Econômica de Projetos de E&P ........................................................... 31
2.4 Desenvolvimento e Produção ............................................................................ 33
Plano de desenvolvimento ................................................................................... 34
2.5 Abandono .......................................................................................................... 35
CAPÍTULO 3 - AVALIAÇÃO DE FAVORABILIDADE EXPLORATÓRIA ...................... 37
3.1 Mapas De Potencial Mineral .............................................................................. 37
3.2 Decisões sobre Seleção de Áreas Exploratórias ............................................... 38
3.3 A Técnica De Pesos Por Evidências ................................................................. 38
3.3 Método de Avaliação de Favorabilidades para Exploração de P&GN................ 40
CAPÍTULO 4 – APLICAÇÂO DO MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE FAVORABILIDADE
EXPLORATÓRIA ........................................................................................................ 45
PARA A BACIA DE SERGIPE-ALAGOAS .................................................................. 45
4.1 Estudo De Caso Na Bacia De Sergipe-Alagoas ................................................ 45
4.1.1 Delimitação da Área de Interesse ............................................................... 45
4.1.1 Evolução Tectonoestratigráfica da Bacia – Revisão da Literatura ............... 46
4.1.2 Elementos do Sistema Petrolífero ............................................................... 51
4.2 Aplicação do Método ......................................................................................... 52
xii
4.2.1 Proposição de variáveis exploratórias ......................................................... 52
4.2.2 Seleção de Variáveis e Validação da Aplicação do Método ........................ 58
4.4 Resultados ........................................................................................................ 60
CAPÍTULO 5 – MÉTODO DE PLANEJAMENTO DE OFERTA DE ÁREAS ................ 63
5.1 A Licitação de Áreas Exploratórias e a Demanda por Atividades de E&P no
Brasil ....................................................................................................................... 63
5.2 Processo Decisório Brasileiro de Oferta De Áreas Segundo a Lei do Petróleo .. 66
5.3 Método de Planejamento de Oferta de Áreas .................................................... 68
5.3.1 Demanda esperada por poços exploratórios em Bid Rounds ...................... 68
5.3.2 Avaliação da Cadeia de Markov de Blocos Arrematados ............................ 69
5.3.3 Discussão sobre os efeitos do preço do petróleo na perfuração de poços
exploratórios ........................................................................................................ 73
5.3.4 Planejamento de Oferta de Áreas em Bid Rounds ...................................... 75
CAPÍTULO 6 – APLICAÇÂO DO MÉTODO DE PLANEJAMENTO DE OFERTA DE
ÁREAS PARA AS BACIAS DE SANTOS E SOLIMÕES ............................................. 79
6.1 Dados sobre as Bacias Sedimentares Brasileiras ............................................. 79
6.1.1 Bacia de Santos .......................................................................................... 82
6.1.2 Bacia de Solimões ...................................................................................... 85
6.2 Aplicação do Método e Resultados ................................................................... 87
6.2.1 Previsão de Demanda em oferta de áreas de Bid Rounds .......................... 87
6.2.1.1 Previsão de Demanda na Bacia de Santos .............................................. 88
6.2.1.2 Previsão de Demanda na Bacia de Solimões .......................................... 89
6.2.2 Planejamento de Bid Rounds ...................................................................... 89
6.2.2.1 Planejamento de Bid Rounds para a Bacia de Santos ............................. 90
6.2.2.2 Planejamento de Bid Rounds para a Bacia do Solimões.......................... 92
CAPÍTULO 7 – CONCLUSÕES .................................................................................. 95
CAPÍTULO 8 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................... 99
xiii
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
Introduz-se, neste capítulo, o problema de oferta de áreas para exploração de
petróleo e gás natural, objeto de estudo desta tese de doutorado.
1.1 Motivação
As atividades de Exploração e Produção (E&P) de Petróleo e Gás Natural
(P&GN) passaram por importantes transformações no Brasil com os efeitos da
Emenda Constitucional (EC) 09/1995 e da promulgação da Lei 9.478/1997, conhecida
como a Lei do Petróleo (BRASIL, 1997).
O setor de E&P, que até então contava apenas com a participação exclusiva da
Petrobras (CARVALHO, 1976; DIAS & QUAGLINO, 1993, MOURA E CARNEIRO,
1976; BACOCCOLI, 2009), ganhou capacidade de investimentos com a abertura do
mercado e a entrada de novas empresas no setor. A EC 09/1995 deu nova redação
para o artigo 177 da Constituição Federal Brasileira, e os direitos de realizar atividades
de upstream em contratos de E&P passaram a ser disputados por empresas privadas
em rodadas de licitações de blocos exploratórios (www.brasil-rounds.gov.br).
1
forma a atrair investimentos e elevar o conhecimento geológico disponível (CNPE,
2003), (d) expandir a produção de petróleo e gás natural de forma a atingir e manter a
autossuficiência do País e intensificar a atividade exploratória (CNPE, 2003) e (e)
promover o desenvolvimento e ampliar o mercado de trabalho do setor de energia
(BRASIL, 1997).
2
Com dimensões continentais, o Brasil dispõe de 7,5 milhões de km2 em suas
bacias sedimentares, com importante potencial para receber investimentos em
atividades de E&P (Figura 1). Embora algumas bacias sedimentares brasileiras
registrem histórico de intensa atividade exploratória realizada durante décadas, com
mais de 300 campos de P&GN descobertos (e algumas delas em um estágio
avançado de produção – bacias maduras), a maior parte das bacias sedimentares
brasileiras dispõe de baixa densidade de dados exploratórios adquiridos (bacias de
nova fronteira). Em fevereiro/2016, o Brasil apresentava menos de 300.000 km2
alocados para contratos de E&P (menos de 4% do total).
3
As alterações produzidas a partir da EC 09/1995 produziram importantes
resultados. Em fevereiro de 2016, o Brasil registrou 96 empresas1 de 23 diferentes
países atuando em contratos de E&P no Brasil (BRASIL-ROUNDS, 2015).
2500
Produção Brasileira de Petróleo
2000
(MM bbl/d)
1500
1000
500
-
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
A produção doméstica de petróleo mais que dobrou no período após 1998, com
maior contribuição pela produção marítima (offshore) nas bacias de Campos e Santos.
Devido ao grande potencial para produção de hidrocarbonetos na área do pré-sal, o
regime de partilha de produção (Production Sharing Contract - PSC) foi adotado para a
área, como apresentado nos trabalhos de BRAGA & SKLO (2014) e ALMADA &
PARENTE (2013). Este regime ocasionou mudanças no regime fiscal, como detalhado
na dissertação de LUCCHESI (2011). Entretanto, o processo de oferta de áreas
através de Bid Rounds permaneceu inalterado.
1
Apesar da ampliação do número de empresas no setor, apenas uma empresa nacional ainda
detém mais de 85% de participação no setor de upstream brasileiro.
4
A oferta de áreas não ocorreu em bases regulares. A Tabela 1 apresenta os
Bid Rounds realizados a partir da Lei do Petróleo Brasileira. Nesta percebe-se a
ausência de Bid Rounds por 5 anos, a partir de 2008.
Blocos Blocos
Bid Round Ano
Oferecidos Arrematados
BID 1 1999 27 12
BID 2 2000 23 21
BID 3 2001 53 34
BID 4 2002 54 21
BID 5 2003 908 101
BID 6 2004 913 154
BID 7 2005 1,134 251
BID 9 2007 271 117
BID 10 2008 130 54
BID 11 2013 289 142
1a Rodada de Partilha de Produção 2013 1 1
BID 12 2013 240 72
BID 13 2015 266 37
Tabela 1 – Bid Rounds promovidos no Brasil pela Lei do Petróleo.
5
As decisões sobre seleção de bacias sedimentares são destacadas por ROSE
(2001) como de maior importância no processo decisório de exploração de P&GN. As
atividades realizadas durante a vigência do contrato de E&P permitem ao governo
adquirir dados exploratórios com financiamento privado, que vão contribuir para a
expansão do conhecimento geológico brasileiro (BERTOLDO, 2000) e promover
investimentos e a manutenção do mercado de trabalho de E&P. No caso de áreas de
exploração marítimas (offshore), os contratos que alcançam a fase de produção têm o
potencial de provocar forte demanda pela construção de sistemas de produção
baseados em suporte naval (NETO & POMPERMAYER, 2014).
1.2 Objetivos
6
realizados (1) na avaliação espacial de favorabilidades para a atividade exploratória de
P&GN e (2) na análise de decisões de oferta de áreas em Bid Rounds, a partir da
expectativa de demanda gerada por atividades de E&P em contratos celebrados
anteriormente.
2
Este método é aplicável em bacias sedimentares onde existam dados exploratórios e
resultados disponíveis, e seu uso não é viável em bacias sedimentares em estágios
exploratórios iniciais, que careçam de levantamentos geológicos básicos e sistemas
petrolíferos confirmados (bacias de nova fronteira, p.ex.).
7
1.3 Resultados Esperados
8
e também a outras atividades demandadas em contratos de E&P, como aquisição
sísmica.
9
10
CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
11
caso seja avaliada positivamente sob o ponto de vista econômico e geológico durante
a atividade exploratória.
EXPLORAÇÂO PRODUÇÃO
2.2 Exploração
Sistema Petrolífero
12
(2) Migração
(3) Trapa
(4) Selo
(5) Sincronia
O P&GN produzido pelas rochas geradoras possui densidade menor que a água
e por isso tende a migrar em direção à superfície ate encontrar uma rocha reservatório
com condições estruturais (trapa e selo) que permitam sua acumulação. Estes
elementos devem estar todos presentes em um mesmo tempo geológico (sincronia),
de forma a viabilizar a ocorrência de acumulações de P&GN.
13
Hierarquia Exploratória
SEDIMENTARY BASIN
BACIA SEDIMENTAR
Economics
Economia não
NOT
é importante
PETROLEUM
SISTEMA SYSTEM
PETROLÍFERO Important
PLAY
PLAY
Economics
Economia é
VERY
MUITO importante
Important PROSPECT
PROSPECTO
14
A confirmação efetiva de acumulações de P&GN é realizada através da
avaliação de prospectos por meio de poços exploratórios. No nível de investigação de
prospectos, a exploração visa avaliar a ocorrência de acumulações em caráter
específico, e o prospecto representa esta possibilidade, proposta a partir de estudos
de G&G e interpretações de dados sísmicos.
A investigação realizada durante a exploração de P&GN considera dados
obtidos em levantamentos de G&G, sejam eles básicos (adquiridos em caráter
regional, no contexto de bacia sedimentar e/ou play exploratório) ou de detalhe
(adquiridos especificamente para a área onde o prospecto é proposto).
O aprofundamento do nível de investigação de bacia sedimentar (regional) para
prospectos (específico) aumenta o custo por área a ser investigada. A avaliação de
bacias e sistemas petrolíferos exige, relativamente, uma densidade menor de
informação em uma área maior, enquanto a avaliação de prospectos envolve custos
maiores por área, motivados pela maior densidade de informação.
15
hierarquia exploratória é fundamental para o desenvolvimento de atividades de E&P
subsequentes, em níveis exploratórios mais baixos de play e prospecto.
De acordo com o artigo proposto por JORDANOV et al., (2006), a avaliação de
potencial para recursos minerais é dependente de aquisição de dados em
levantamentos básicos de caráter regional. Nesse sentido, a Pesquisa Operacional
(PO) representa uma importante ferramenta para apoiar o planejamento de atividades
de E&P na cadeia de petróleo, através de modelos aplicados à melhoria de
desempenho. A PO faz uso de modelos na área interdisciplinar da matemática
aplicada na ajuda à tomada de decisões em sistemas complexos do mundo real,
tipicamente com o objetivo de otimizar sua performance. Nesse sentido, é possível
destacar o trabalho de Cobb (1960) em publicação pioneira sobre o uso de
ferramentas de pesquisa operacional para aquisição de dados exploratórios, e o livro
sobre aplicações de pesquisa operacional elaborado por FERREIRA FILHO &
HAMACHER (2015) que, nesse sentido, se assemelham aos dois métodos propostos
e aplicados nos capítulos subsequentes desta tese.
16
possui participação relevante nos investimentos exploratórios, com forte exposição ao
risco.
Os levantamentos geofísicos gravimétricos analisam as perturbações no
campo gravitacional afetadas pela variação da densidade em subsuperfície. Seus
dados permitem inferir sobre a espessura de sedimentos em bacias sedimentares e
presença de rochas com densidade anômala (como rochas ígneas e domos de sal),
sendo empregados em fases iniciais do processo prospectivo.
17
levantamentos sísmicos e suas interpretações, associados com resultados de poços
exploratórios, têm papel de destaque em decisões realizadas em projetos de E&P.
18
O Brasil ainda não dispõe de um conhecimento satisfatório sobre o potencial
mineral de suas bacias sedimentares (MARTINS, 2009), diferente de países em
desenvolvimento como África do Sul, China e Índia, os quais já dispõem de coberturas
aerogeofísicas praticamente completas. A continuidade em investimentos para
realização de levantamentos geológicos básicos representa um importante problema
importante a ser resolvido, que envolve a alocação de recursos financeiros de longo
prazo para a realização desta atividade e, principalmente, a falta de continuidade em
investimentos governamentais para esta finalidade, conforme pontuado na tese de
doutorado de BERTOLDO (2000).
2500
Produção Brasileira de Petróleo
2000
(MM bbl/d)
1500
1000
500
-
1965
1967
1969
1971
1973
1975
1977
1979
1981
1983
1985
1987
1989
1991
1993
1995
1997
19
(a) atrair investimentos na produção de energia (BRASIL, 1997),
(b) propiciar instrumentos de planejamento para o longo prazo nas atividades de
exploração e produção de petróleo e gás natural (CNPE, 2003),
(c) incluir ofertas de áreas em bacias de nova fronteira de forma a atrair
investimentos e elevar o conhecimento geológico disponível (CNPE, 2003),
(d) expandir a produção de petróleo e gás natural (Figura 9) de forma a atingir e
manter a autossuficiência do País e intensificar a atividade exploratória (CNPE, 2003)
e
(e) promover o desenvolvimento e ampliar o mercado de trabalho do setor de
energia (BRASIL, 1997).
2500
Produção Brasileira de Petróleo
2000
(MM bbl/d)
1500
1000
500
-
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
20
O termo conhecimento geológico (CNPE, 2003) é definido pelo resultado da
execução de levantamentos de G&G com ênfase na importância do elo inicial da
hierarquia exploratória. A oferta de áreas em Bid Rounds, que favorece a aquisição de
dados de geologia e geofísica de detalhe pelas empresas através de compromissos
em contratos de E&P, requer a disponibilidade de dados de geologia básica para
viabilidade (BERTOLDO, 2000).
O fim do monopólio provocou alterações na aquisição de dados em
levantamentos geológicos e geofísicos em bacias sedimentares brasileiras. A Lei do
Petróleo definiu recurso específico para "prospecção de combustíveis fosseis" com o
"financiamento de estudos, pesquisa, projetos e serviços de levantamentos geológicos
básicos no território nacional", mas a previsão foi suprimida da norma por nova
redação da lei realizada 2012.
Atualmente, a promoção de estudos e aquisição regional de dados é realizada
através do Plano Plurianual de Geologia e Geofísica - PPA/GG (ANP, 2015; ANP,
2015b), cujos resultados têm o objetivo de elevar o conhecimento geológico sobre os
sistemas petrolíferos brasileiros e apoiar a promoção de oferta de áreas em Bid
Rounds. A disponibilidade de dados no nível de bacia sedimentar e sistema petrolífero
contribui positivamente para realização de Bid Rounds, e para o conhecimento
geológico disponível sobre as áreas ofertadas.
Como exemplos de planos de longo prazo de aquisição de dados regionais de
geologia e geofísica, cita-se o Canada’s Long Term Strategic Plan (NRCAN, 2015) e o
U.S. Cooperative Geologic Mapping Program (USGS, 2015). Este é o caso dos
serviços geológicos (SG) da África do Sul (Regional Geochemical Maps Program),
Austrália (Government’s Onshore Energy Security 2006 – 2011; National Program
of Geological Maps), Canadá (Geoscience Mapping for Energy and Minerals;
Canada’s National Geochemical Reconnaissande Program), China (Regional
Geochemical Program), EUA (Geological Survey Strategic Program 2000 – 2005,
National Geological Cooperative Mapping Program, USGS Science Strategy 2007
– 2017), e Índia (National Geochemical Mapping).
Os contratos de E&P estabelecem obrigações de conduzir atividades de
upstream, favorecendo a aquisição de dados exploratórios com financiamento privado
no nível de detalhe de play exploratório e prospecto. Os contratos provocam a
demanda por atividades exploratórias em longo prazo, e compõem-se de:
(A) programa exploratório mínimo (PEM), que define a quantidade de dados
que devem ser adquiridos pela empresa ou consórcio vencedor da disputa do Bid
Round, independente dos resultados exploratórios obtidos
21
(B) plano de avaliação de descoberta (PAD), que define as atividades
exploratórias (aquisição de dados) a serem realizadas pelas empresas na avaliação de
descobertas de P&GN realizadas, para a adequada avaliação da descoberta e de sua
extensão.
As áreas exploratórias brasileiras apresentam níveis de conhecimento bastante
diferentes entre si, e grande parte delas apresenta pouca ou nenhuma informação
sobre geologia básica. Apesar disso, a atividade exploratória já realizada no Brasil
permitiu a descoberta de mais de 300 campos de P&GN através da perfuração de
poços exploratórios.
Poços Exploratórios
22
A perfuração de poços exploratórios é realizada para diferentes finalidades,
que são definidas no caso brasileiro pela Resolução ANP 49/2011 (ANP, 2011). Os
poços exploratórios estratigráficos são perfurados no contexto de aquisição de dados
de geologia básica (na hierarquia de bacia sedimentar e sistema petrolífero),
geralmente no início das atividades exploratórias em bacia sedimentares de interesse.
No caso brasileiro, a perfuração de poços estratigráficos em áreas não outorgadas é
objeto de autorização específica da agência reguladora (ANP, 2009; ANP, 2010; ANP,
2012; ANP, 2013c e ANP, 2013d).
A área sedimentar brasileira conta com mais de 28.000 poços perfurados, mas
apenas uma pequena parte1 destes poços foi perfurada com objetivos exploratórios.
Durante o período do monopólio de atividades no upstream brasileiro, apenas uma
pequena parte destes poços foi perfurada com objetivos exploratórios.
2.3 Avaliação
1 1
A maior parte dos poços perfurados no Brasil (cerca de 19.000 poços) tem como objetivo a
extração de P&GN de campos previamente descobertos, com pouca relevância para a
expansão do conhecimento geológico sobre recursos de hidrocarbonetos.
2
A saber: a aquisição de novos dados exploratórios, a perfuração de poços exploratórios e a
devolução de áreas à união.
23
estudo e quantificação das incertezas tende conduzir a melhores resultados (BEGG et
al., 2001; BICKEL & BRATVOLD, 2008; BICKEL et al., 2008; BICKEL & SMITH, 2006;
BEGG et al., 2001; BRATVOLD et al., 2002; BRATVOLD & BEGG, 2008; COLQUITT,
2013; GALI et al., 1999; HARBAUGH et al.,1995; MEGILL, 1984; NEWENDORP,
1972; OTIS & SCHNEIDERMANN, 1997; ROSE, 1987; ROSE, 1999; ROSE, 2000;
ROSE, 2001; SIMPSON et al., 2000; SUSLICK et al., 2009; SUSLICK & SCHIOZER,
2004; SUSLICK & FURTADO, 2001; RASEY, 2008, TREESH, 2006; WALLS & DYER,
1996; WALLS, 1994).
24
A curva de Hubbert (HUBBERT, 1959; SORRELL& SPEIRS, 2010) consiste em
uma aproximação teórica da taxa de produção de petróleo ao longo de sua fase de
produção, estabelecendo uma relação entre o volume de óleo recuperável e a efetiva
disponibilidade do óleo produzido ao longo do tempo. O princípio de Pareto
(CROVELLI & BARTON, 1995; CHEN & SINDING-LARSEN, 1994, ZHENXUE et al.,
2012) considera que o tamanho médio dos campos se apresenta segundo uma
distribuição (log)normal, que pode ser utilizada como instrumento para inferência sobre
os volumes não descobertos em uma bacia/play exploratório.
DESCOBERTAS
ADICIONAIS
MM BOE DISTRIBUIÇÃO
PREDITIVA
TENDÊNCIA
EXPLORATÓRIA
FUTURA
(PREVISÃO)
TENDÊNCIA
HISTÓRICA
EXPLORATÓRIA
POÇOS
POÇOS EXPLORATÓRIOS POÇOS EXPLORATÓRIOS
PERFURADOS ATÉ O MOMENTO ADICIONAIS A SEREM
PERFURADOS NO FUTURO
AVANÇO EXPLORATÓRIO
25
quantidade de poços exploratórios (efeito creaming), antecedida pela fase de alto
potencial, quando as descobertas apresentaram tamanhos com tendência de
crescimento.
26
A quantificação da favorabilidade em exploração mineral pode ser subdividida
em dois tipos de abordagens, de acordo com o mecanismo utilizado para associar as
acumulações de hidrocarbonetos com fatores geológicos selecionados (Pazand et al.,
2013): (1) baseados na experiência de especialistas (knowledge-driven) e (2) de
quantificação objetiva baseada nos dados (data-driven), a depender da disponibilidade
de dados do estágio exploratório da área de interesse e do conhecimento geológico
disponível.
Os métodos de avaliação baseados em dados (BONHAM-CARTER, 2014;
MOON, 1998; CARRANZA & HALE, 2001; CHENG & AGTERBERG, 1999; PORWAL
et al., 2003; CARRANZA et al., 2008, NEWENDORP, 1972; CASSARD et al., 2008)
propõem estabelecer, de forma empírica, a relação entre fatores observados em
evidências indiretas. No caso da exploração de P&GN, as evidências são construídas
a partir de dados de G&G sobre elementos do sistema petrolífero considerado.
A importância de cada evidência considerada é mensurada com base nos
resultados observados e consolidados em um mapa de favorabilidade para a área de
interesse (HARRIS et al. 2001, HARRIS & PAN, 1999). No caso da exploração de
P&GN, a técnica ganha importância especial ao integrar dados de diferentes áreas de
conhecimento (CARRANZA, 2011; PORWAL, 2006, WANG et al., 2002).
27
A aplicação da técnica de pesos por evidências para exploração de petróleo é
observada nos trabalhos de ROSTIROLLA publicados em 1997, 1998, 1999 e 2003
(ROSTIROLLA, 1997; ROSTIROLLA et al., 1998; ROSTIROLLA, 1999; ROSTIROLLA
et al., 2003).
Expectativa Volumétrica
3
Apresentadas na seção 2.2 Exploração – Levantamentos geológicos e geofísicos.
28
V = A * E *Φ( 1 - Sw) / Bo, (2.1)
A = área efetiva de acumulação
E = espessura efetiva da acumulação
Φ = porosidade
Sw= Saturação da água
Bo= Fator Volume Formação4.
4
Do inglês “Formation Volume Factor”: Considerando que a pressão e a temperatura variam
entre a rocha reservatório e a superfície, a variável Bo permite estimar os volumes existentes na
acumulação em condições de superfície.
29
Chance de Sucesso
30
receita compatível com a rentabilidade mínima aceita para o projeto (GITMAN, 2012;
NEWENDORP & SCHUYLER, 2000).
A avaliação geológica (ALLEN & ALLEN, 2013; MAGOON & DOW, 1994) e
econômica (LERCHE & MACKAY, 1999) da acumulação deve considerar:
(1) as incertezas sobre a extensão da acumulação, as formas de
desenvolvimento do campo e o comportamento do fluxo de produção previsto para o
campo ao longo do tempo, detalhando seus volumes recuperáveis;
(2) os custos (2.1) exploratórios realizados até o momento e (2.2) de
desenvolvimento necessário para a extração e comercialização do óleo no projeto,
incluindo o custo de abandono;
(3) o valor de mercado do recurso descoberto à época de sua efetiva produção.
Apenas uma parcela dos projetos de E&P que possuem descobertas avaliadas
é considerada economicamente viável. As descobertas avaliadas positivamente são
objeto de declaração de comercialidade (prevista no contrato de concessão) e se
tornam campos de P&GN. A partir desse momento, a incerteza exploratória não
participa mais na expectativa sobre retorno do projeto.
31
Fluxo de Caixa ($)
Exploração Produção
Tempo (anos)
Desenvolvimento
Exploração
Produção
Figura 12 – Previsão de produção simplificada para avaliação econômica de um
projeto de E&P (traduzido de LERCHE & MACKAY, 1999).
As despesas em um projeto de E&P envolvem custos durante as etapas de
exploração, desenvolvimento, produção e abandono. Na fase exploratória, as
despesas realizadas visam localizar uma acumulação de hidrocarbonetos e marcam o
início do fluxo de caixa de um projeto de E&P, como gastos na disputa por direitos em
contratos de E&P, na compra de dados de G&G previamente adquiridos por outros
32
projetos e na realização de programas exploratórios. Os programas exploratórios
realizam investimentos em aquisição de dados sísmicos e perfuração de poços
exploratórios. Apenas uma parcela de oportunidades exploratórias identificadas em
sísmica confirmam descobertas de P&GN durante a perfuração de poços
exploratórios, que geram despesas adicionais para avaliação de seus volumes e
potencial de produção (com a perfuração de poços exploratórios de extensão, entre
outros).
Os custos realizados na fase de desenvolvimento envolvem a instalação de
equipamentos necessários para a extração do P&GN descoberto; os custos na fase de
produção envolvem os custos de operação do campo; os custos de abandono
envolvem a desativação das instalações utilizadas pelo projeto de E&P.
33
hidrocarbonetos descobertos, além de recolhimento de participações governamentais
(GUTMAN, 2007; LEITE, 2009, RAMOS, 2013) e de aspectos relacionados com
segurança operacional e meio ambiente (entre outros).
Plano de desenvolvimento
2.5 Abandono
5
Em ambientes offshore, as limitações de espaço nas plataformas offshore para as instalações
de tratamento representa um fator crítico no projeto de desenvolvimento de alguns campos de
petróleo, exigindo instalações especificas para apoiar o escoamento da produção.
6
Embora existam campos com produção exclusiva de óleo ou gás natural, a maior parte dos
poços oferece uma produção combinada de gás, óleo e/ou água, tornando necessária a
presença de instalações específicas para a separação, tratamento e processamento de
hidrocarbonetos. A presença de componentes indesejados e contaminantes (como água, sal,
enxofre, gás carbônico e areia) pode exigir a presença de sistemas específicos para sua
remoção.
7
De preferência, antes que o campo inicie a produção.
34
descomissionamento que considera critérios de custos, segurança e meio ambiente
(JAHN et al., 2008; FERREIRA, 2003). O plano detalha as operações necessárias
para o encerramento da produção, o isolamento em subsuperfície das zonas
produtoras nos poços, a proteção de aquíferos e a para desativação e remoção de
instalações de E&P.
Nos projetos onshore, o solo deve ser recondicionado, minimizando os
impactos percebidos durante a realização do projeto. Nos projetos offshore, o
descomissionamento envolve operações em plataforma e desinstalações de sistemas
submarinos, como dutos, linhas de fluxo, risers, entre outros (SILVA & MAUINIER,
2008).
Os custos envolvidos no descomissionamento podem atingir valores relevantes
para o projeto em momento no qual as receitas se apresentam declinantes, e as
melhores práticas recomendam o provisionamento de capital para a atividade ao longo
de toda a fase de produção do projeto.
35
em Bid Rounds. Este método é aplicado em um estudo de caso apresentado no
Capítulo 6, que utiliza dados reais das bacias de Santos e Solimões, no sentido de
planejar a demanda esperada dentro de um intervalo de interesse, na proposição de
um plano de outorgas que favorece a previsibilidade e a alocação de recursos para as
atividades de E&P.
36
CAPÍTULO 3 - AVALIAÇÃO DE FAVORABILIDADE
EXPLORATÓRIA
Este capítulo propõe um método para classificação espacial de favorabilidade
para atividades exploratórias de P&GN, com base em mapas de potencial mineral
(MPM). O método emprega a técnica de pesos por evidências (weights of evidence -
WofE) publicado por BONHAM-CARTER et al. (1989), com o objetivo de avaliar áreas
que disponham de dados exploratórios sobre a presença de elementos do sistema
petrolífero, com respeito à descoberta de hidrocarbonetos realizadas em poços
exploratórios perfurados. Uma parte das descobertas é empregada para verificar se as
regiões apontadas como mais favoráveis são confirmadas pela tendência de
concentração dessas descobertas. Trata-se de uma inovação em relação à literatura
de MPM e WofE, que normalmente foca nas previsões, mas sem a preocupação de
verificar se o quão longe as previsões ficam da realidade. O próximo capítulo
apresenta uma aplicação do método proposto em um estudo de caso com dados reais
para a bacia de Sergipe-Alagoas.
37
resultados observados em poços exploratórios, e o resultado final é consolidado em
um mapa de favorabilidades para a área de interesse (HARRIS et al. 2001, HARRIS e
PAN 1999) com importância destacada na exploração (CARRANZA, 2011; PORWAL,
2006).
(1) A seleção de áreas favoráveis para a realização de atividades de E&P, seja para
priorização na oferta em Bid Rounds ou na disputa entre empresas,
(2) A aquisição de novos dados de geologia e geofísica de detalhe que vão apoiar,
38
conta com uma revisão elaborada por FAN et al. (2011) e aplicações da técnica na
exploração de ouro (BONHAM-CARTER et al., 1988; BROWN et al. 2000; CARRANZA
e HALE, 2002; FORD e HART, 2013; HARRIS e PAN, 1999; HRONSKY e GROVES,
2008; SILVA et al., 2012; CARRANZA, 2011; CHENG et al., 2007), cobre (ABEDI et al.
2014; WENHUI et al., 2014), ferro (ZHANG et al., 2013), entre outros.
Seja uma área total de estudos de t>0 km2 dividida em células com medida fixa
de u>0 km2. O valor T=t/u expressa a quantidade de células na área. Se a área
apresentar D células com ocorrências de reservatórios confirmados; a probabilidade à
priori de que uma célula escolhida aleatoriamente apresente uma ocorrência é definida
por POc = . Com respeito às evidências consideradas na área de interesse, calcula-
condicional que um reservatório seja encontrado ou não, dado que Bj está ausente,
∩ ∩
são calculados de forma similar por
/ = and
/ = .
39
/
POc/B
=
(3.1)
/
POc/B
= (3.2)
/
W
# = (3.4)
/
ocorra em relação à probabilidade de que um evento não ocorra. Assim, para cada
/
evidência J temos uma razão de probabilidades OOc/Bj = OOc. , que
/
log OOc|B$ , B, . . . B- = ∑-
/$ W
" + log OOc (3.5)
Este método tem por objetivo delimitar áreas com maior potencial para
ocorrência de acumulações de hidrocarbonetos, aplicados em diferentes níveis da
hierarquia exploratória, da avaliação regional até o prospecto. A investigação dos
sistemas petrolíferos considera a ocorrência de processos geológicos essenciais e
presença dos elementos de formação de acumulações.
40
pela Lei do Petróleo e pelo contrato de E&P, através da seguinte sequência de
atividades:
3.3.4) Aplicação da técnica de pesos por evidências para cada variável exploratória
considerado
1
A presença do elemento do sistema petrolífero registra o valor 1 para a célula, e ausência
registra o valor zero.
41
na forma de pesos, que permitem inferir sobre a relevância da camada proposta para
a ocorrência de acumulações.
3.3.7) Resultados
42
3.3.8) Revisão da avaliação
Este capítulo apresentou o método proposto por esta tese para a avaliação
espacial de favorabilidades para a atividade exploratória, através de mapas de
potencial mineral (MPM), com base na técnica de pesos por evidências. Sua aplicação
para o caso de exploração de P&GN no Brasil, no âmbito da Lei do Petróleo, suporta
decisões de governo - relacionadas com a classificação de áreas para oferta em Bid
Rounds e de mercado. A técnica também pode ser utilizada como suporte a decisões
das empresas, no que concerne à disputa por áreas, à aquisição de dados e à
devolução de áreas em contratos de E&P. O método é aplicável em áreas com dados
exploratórios disponíveis sobre a presença de elementos do sistema petrolífero e com
descoberta de hidrocarbonetos em poços exploratórios perfurados, oferecendo
resultados ponderados sobre a presença dos elementos do sistema petrolífero de
forma consistente, reproduzível e facilmente atualizável. O método inova ao propor
que uma parte dos dados deve ser empregada na validação dos resultados obtidos
pelo modelo, permitindo confirmar a tendência de concentração dessas descobertas
nas áreas apontadas como mais favoráveis. A consequência da aplicação do método
é a redução da exposição dos investimentos realizados no projeto às incertezas
presentes na atividade exploratória, aumentando a chance de sucesso de projetos de
E&P através do suporte ao processo decisório na fase exploratória. O próximo capítulo
apresenta uma aplicação do método para a bacia de Sergipe-Alagoas onshore.
43
44
CAPÍTULO 4 – APLICAÇÃO DO MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE
FAVORABILIDADE EXPLORATÓRIA
PARA A BACIA DE SERGIPE-ALAGOAS
Este capítulo apresenta uma aplicação do método proposto no capítulo anterior
para classificação de áreas exploratórias, em um estudo de caso baseado em dados
reais na bacia de Sergipe-Alagoas, na porção onshore da sub-bacia de Sergipe. A
aplicação do método proposto no Capítulo 3 empregou parte dos resultados
exploratórios para validar os resultados obtidos com a aplicação do método, e restou
demonstrado que as evidências propostas são aderentes aos resultados percebidos
pelas descobertas realizadas. O mapa de favorabilidade produzido classificou a área
de interesse de acordo com sua atratividade e apontou áreas menos favoráveis com
potencial para devolução, atuando no suporte ao processo decisório de seleção de
áreas exploratórias. A literatura não apresenta nenhuma publicação que utilize os
Mapas de Potencial Mineral (MPM) ou a técnica de pesos por evidências (weights of
evidence – WofE) para a área em estudo ou com aplicação de técnica de validação na
forma proposta.
A área de interesse fica definida pela sub-bacia de Sergipe onshore, que conta
com 4.583 poços perfurados, dos quais 992 com objetivo exploratório e 3.591 para
desenvolvimento da produção (482 perfurados na porção marítima e 4.101 em terra).
As ocorrências de hidrocarbonetos foram definidas a partir dos dados de
reclassificação (BDEP-WEBMAPS, 2014).
45
4.1.1 Evolução Tectonoestratigráfica da Bacia – Revisão da Literatura
46
Figura 13 – Estratigrafia presente na Sub-bacia
Sub bacia de Sergipe na Bacia Sergipe-Alagoas
Sergipe
(UFRN, 2008):: (a) Detalhe recortado da Carta Estratigráfica da Sub-bacia
Sub bacia de Sergipe
da Bacia de Sergipe-Alagoas
Alagoas proposta pelo projeto UFRN/ANP (modificada de FEIJÓ,
1994; MOHRIAK et al.,, 1997; SOUZA-LIMA
SOUZA et al.,, 2002) das sequências que serão
utilizadas no estudo e (b)) Seção Esquemática Geológica da Sub-Bacia
Sub Bacia de Sergipe.
47
silex e lamitos algais. Seu teor de carbono orgânico (COT) varia entre 2 e 5% (CRUZ,
1994a).
48
subordinadamente, interlaminações de anidrita e dolomita, além de camadas de halita.
Estas últimas são informalmente denominadas de “Evaporitos Paripueira”. Existe uma
provável correlação entre os depósitos gerados com a alternância de fases de clima
úmido e árido. Nos períodos úmidos, haveria um maior aporte siliciclástico proveniente
do continente, graças às enchentes no lago, propiciando a deposição de leques
deltaicos proximais e leques subaquosos turbidíticos, com matéria orgânica lenhosa,
dentro do lago. Durante todo o Aptiano, nos períodos mais secos, o influxo siliciclástico
seria menor, originando folhelhos e calcilutitos com tapetes algálicos, com teores
elevados de matéria orgânica amorfa (até 17%). Durante os períodos de extrema
aridez, teriam sido depositados os evaporitos desta unidade (ARIENTI, 1996).
49
A quarta Tectonossequência é a Drifte Transgressiva e engloba todas as
unidades depositadas em função de subsidência termal e sobrecarga sedimentar.
Cotinguiba e Piaçabuçu são as formações depositadas nesta fase que se extende do
final do Aptiano ao Coniaciano. A base do Grupo Sergipe marca o início do Estágio
Drifte na Sub-Bacia Sergipe, com a implantação dos sistemas de plataformas
carbonáticas que caracterizam a Margem Atlântica brasileira.
50
bastante bioturbados. Estes arenitos foram interpretados como resultantes do
retrabalhamento de barras de areia pela ação das ondas, que sofrem espalhamento
sobre o fundo oceânico, em áreas mais distais da plataforma (SOUZA-LIMA, 2001a).
Por fim, a Formação Barreiras (Mioceno ao Recente) é caracterizada principalmente
por arenitos, cuja granulometria varia desde fina a muito grossa, ortoconglomerados e,
secundariamente, argilitos e folhelhos oxidados.
51
paleogeomórficas. O maior campo da bacia, Carmópolis, com 268 milhões de metros
cúbicos de óleo original in situ (UFRN, 2008), foi suprido por este gerador com
migração lateral a longa distância. É importante o papel desempenhado por falhas
gravitacionais (lístricas) e normais, atuantes durante o rifteamento da bacia, que
funcionam como dutos para migração dos hidrocarbonetos.
52
Bouguer apresentado na Figura 17 foi considerado para identificar as regiões de
interesse de acordo com sua espessura sedimentar. Em relação ao alto estrutural, o
topo do embasamento foi considerado na Figura 18, uma vez que pode ter estruturas
anticlinais próximas. Por fim, as falhas foram consideradas devido à sua possível
contribuição na migração de hidrocarbonetos para os reservatórios.
A Sequência Rifte Indivisa (Figura 15), delimitada na base pela Discordância Pré-
Rio da Serra e a Discordância Pré-Alagoas, contendo as Formações Serraria,
Barra do Itiúba, Penedo, Coqueiro Seco e Rio Pitanga.
53
Figura 14 – Mapa sismoestrutural e de isópaca da Tectonossequência Pré-Rifte
(UFRN, 2008).
54
Figura 15 – Mapa sismoestrutural e de isópaca da Tectonossequência Indivisa
(UFRN, 2008).
55
Figura 16 – Mapa sismoestrutural e de isópaca
isópaca da Tectonossequência Rifte
(UFRN, 2008).
56
Figura 17 – Mapa Anomalia Bouguer1 Residual (linha branca é a linha de costa)
(UFRN, 2008).
1
Este mapa foi gerado a partir de filtragem passabanda entre 10 e 100 km.
57
A aplicação do método considerou os dados obtidos a partir de 487 poços
exploratórios com descobertas (BDEP-WEBMAPS, 2014) para avaliação das variáveis
analisadas a partir dos mapas apresentados nas Figura 14 a Figura 18. Os poços que
apresentaram descobertas nas camadas sedimentares foram devidamente
considerados nas respectivas variáveis em proposição, com uma área de influência
arbitrada em 2,5 km.
Os pesos (W+ e W-) foram calculados para cada variável proposta com base
nos resultados de poços exploratórios perfurados. O estudo considerou as variáveis
com valor W+ maior que 0.2 na aceitação de evidências para participação no mapa de
favorabilidade exploratória à posteriori (Tabela 4). Desta forma, a evidência Bj=5 foi
desconsiderada e as demais variáveis foram promovidas a evidências exploratórias.
O mapa de potencial mineral oferecido pelo método foi produzido pelo
somatório dos logs das probabilidades à posteriori para cada evidência considerada,
como apresentado na Equação (3.5) da seção 3.2 do Capítulo 3. Os valores obtidos
pela probabilidade à posteriori a partir das evidências Bj consideradas são somados e
apresentados em uma escala de cores, na qual a cor azul representa o resultado mais
favorável e a cor verde representa o resultado mais desfavorável.
58
De forma a validar o estudo, o método proposto foi aplicado aos 70% primeiros
resultados de poços exploratórios, (342 de 487 poços exploratórios). Os pesos obtidos
com 70% dos primeiros poços exploratórios perfurados são apresentados na Tabela 4
e na Figura 21.
BJ Evidence W+ W-
1 Pré-rifte 0,91 -0,33
2 Rifte Indivisa 0,78 -0,43
3 Rifte 5 1,20 -2,66
4 Bouguer Positivo 0,65 -1,55
5 Bouguer Negativo -1,55 0,65
6 Falhas Embasamento 0,27 0,42
Tabela 4 – Pesos de evidências calculados para a avaliação de evidências
exploratórias para a Bacia Sergipe-Alagoas onshore com 70% das descobertas em
poços exploratórios.
: 6,20E-01
: 3,23E-02
59
Os resultados obtidos com a Figura 19 foram comparados com os 487-
342=145 descobertas nos 30% de poços exploratórios remanescentes. Os resultados
apresentados na Figura 20 confirmam a tendência de concentração de descobertas
nas áreas mais favoráveis, normalizadas na escala 1-100, onde 100 representa a
região mais favorável. Destaca-se que cerca de 68% das descobertas estão situadas
dentro da faixa superior a 35% de nível de favorabilidade, apontada pelos resultados
obtidos na aplicação do método.
120
105
Descobertas
90
75
60
45
30
15
0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100
Nível de Favorabilidade (%)
4.4 Resultados
60
BJ Evidencia W+ W-
1 Pre-rifte 0.83 -0.29
2 Rifte Indivisa 0,73 -0.38
3 Rifte 5 1.18 -2.32
4 Bouguer Positivo 0.71 -1.51
5 Bouguer Negativo -1.51 0.71
6 Falhas Embasamento 0.27 -0.42
: 6,71E-02
: 3,78E-05
61
T=500.635 células, com D=487 descobertas realizadas com base em poços
exploratórios. A probabilidade à priori de que uma célula escolhida aleatoriamente
apresente uma descoberta na área de estudo é definida por POc =
=9.73*10E-05.
A evidência J=1 (Pré-rifte) foi considerada com área igual a 810.72 km2 e
discretizada em B1=81.072 células e Oc=182 células com descobertas realizadas por
poços exploratórios perfurados.
Pela aplicação da Equação (3.1) com respeito à probabilidade de escolher uma
célula com a ocorrência de reservatórios dado que a evidência 1 está presente, temos
/
POc/B = = 0,37. Analogamente, a Equação (3.2) permite calcular a
62
CAPÍTULO 5 – MÉTODO DE PLANEJAMENTO DE OFERTA DE
ÁREAS
Este capítulo analisa as decisões relacionadas com oferta de áreas em Bid
Rounds e propõe um método para apoiar o seu planejamento. A proposta utiliza a
técnica de cadeias de Markov, em uma contribuição inteiramente desenvolvida por
esta tese para favorecer a manutenção da demanda de atividades de E&P dentro de
um intervalo estabelecido. O modelo é baseado na organização de dados percebidos
em rodadas e contratos anteriores. A regularidade e a previsibilidade em ofertas de
áreas são propostas em um plano de outorgas para atividades exploratórias, como um
aprimoramento para a política regulatória de E&P. O Capítulo 6 apresenta dados sobre
as bacias sedimentares brasileiras e a aplicação do método em um estudo de caso de
oferta de áreas em Bid Rounds com dados reais das bacias de Santos e Solimões.
63
Blocos Blocos
Bid Round Ano
Oferecidos Arrematados
BID 1 1999 27 12
BID 2 2000 23 21
BID 3 2001 53 34
BID 4 2002 54 21
BID 5 2003 908 101
BID 6 2004 913 154
BID 7 2005 1,134 251
BID 9 2007 271 117
BID 10 2008 130 54
BID 11 2013 289 142
1a Rodada de Partilha de Produção 2013 1 1
BID 12 2013 240 72
BID 13 2015 266 37
Tabela 6 – Bid Rounds promovidos no Brasil pela Lei do Petróleo.
1
Maior gasto realizado na fase de exploração de um contrato de E&P.
64
As empresas são obrigadas a conduzir atividades exploratórias nos períodos
compromissados no contrato de E&P, favorecendo a expansão do upstream no Brasil.
A quantidade de poços exploratórios perfurados quase triplicou após 1998 (Figura 22)
devido à expansão de atividades de E&P, favorecidas por compromissos de realização
de investimentos exploratórios em contratos de E&P outorgados a partir de Bid
Rounds.
65
demanda por meio de oferta de blocos em futuros Bid Rounds. O método proposto
neste capitulo utiliza processos markovianos para o planejamento de atividades de
E&P, o que não foi observado em trabalhos anteriores publicados na literatura.
A próxima seção destaca as decisões relacionadas com a oferta de áreas em
Bid Rounds, seguida da apresentação do método proposto.
2
A Resolução 08/2003 referendou, em seu art. 4º, a realização do BID 5 durante seus
atos preparatórios, antes de sua realização em 19/08/2003.
66
Em 2003, a resolução CNPE 08/2003 de 21/07/2003 definiu procedimentos
sobre a decisão de oferta de áreas em Bid Rounds, sem no entanto autorizar a
realização do BID 5 e do BID 6. Em seu art. 4º, esta resolução referendou a realização
do BID 5 durante seus atos preparatórios, antes do Bid Day realizado em 19/08/2003.
De acordo com a resolução, compete ao Ministério de Minas e Energia (MME)
explicitar as políticas e diretrizes a serem implementadas pela ANP na adequação de
procedimentos licitatórios, destacando como objetivos a “identificação de novas áreas
para investimentos". Essa resolução destaca que “a ANP deverá, na implementação
da política supramencionada:
IV - incluir blocos, setores ou áreas em bacias de fronteira tecnológica e
do conhecimento, da margem continental de forma a atrair
investimentos nestas áreas, elevando o conhecimento geológico
disponível”.
67
demanda em níveis de interesse para o atendimento dos objetivos da política
energética nacional.
68
BO I_BA_BO BA I_BA_BP BP I_BP_PP PP
BLOCOS BLOCOS BLOCOS POÇOS
OFERECIDOS ARREMATADOS PERFURADOS PERFURADOS
As proporções das equações (5.2)-(5.3) podem ser inferidas para cada bacia a
partir de dados históricos. Com base na Figura 23 e nas Equações (5.1)-(5.3), é
possível estimar o número médio de poços perfurados resultantes de um dado número
de blocos oferecidos. Estas proporções devem ser atualizadas para cada avaliação,
na medida que novos Bid Rounds e novas atividades exploratórias sejam realizados.
Esta seção propôs inferir algumas proporções importantes na avaliação de
longo prazo dos resultados para uma mesma rodada. Estimativas dinâmicas dos
resultados de blocos arrematados em diferentes rodadas oferecem informações mais
úteis para o processo decisório com o passar do tempo, e são apresentadas por na
próxima seção. Na próxima seção, são apresentadas estimativas dinâmicas relevantes
ao processo decisório, baseadas em resultados de blocos arrematados em diferentes
rodadas.
69
áreas em rodadas de licitações e sobre quantos blocos devem ser oferecidos em um
Bid Round proposto.
A aplicação de processos de Markov permite melhorar a compreensão sobre o
comportamento do sistema de oferta de áreas, favorecendo a organização dos dados
históricos na avaliação da demanda gerada por área ofertada. A organização dos
dados históricos exige importantes esforços prévios à aplicação do método, mas
oferece simplicidade operacional e matemática na aplicação do método, suportando
predições sobre o comportamento de futuras ofertas de áreas. A pesquisa não
encontrou na literatura nenhuma aplicação de cadeias de Markov para o planejamento
de oferta de áreas e/ou demanda por atividades de E&P.
Considere um processo markoviano {Xt}, t≥0, que representa a evolução de um
contrato de E&P. Cada estado s=(i,j) representa o tempo transcorrido desde a
assinatura do contrato (em anos) e o numero de poços exploratórios perfurados pelo
contrato até agora, respectivamente. Adicionalmente, para cada ano i, um estado
terminal wi é adicionado, o qual é acessado caso o contrato seja terminado no i-ésimo
ano contado desde a assinatura do contrato. O conjunto de todos os estados possíveis
do processo {Xt}, denominado espaço de estados, é denotado por S. Em cada período
t≥0, Xt pode assumir qualquer valor em S. Além disso, se Xt = (i,j), então no próximo
passo Xt+1 = (i+1,j) caso nenhum poço seja perfurado no período t; Xt+1 = wi+1 sempre
que o contrato for terminado no ano i+1; e Xt+1 = (i+1,l), l > j sempre que i-j poços forem
perfurados no período t. Seja pi(k) a probabilidade que exatamente k poços, k≥0,
sejam perfurados no ano i do contrato de E&P, e seja piF a probabilidade de terminar
um contrato no próximo ano, caso o contrato esteja ativo no ano i. Então a matriz de
transição do processo de Markov é descrita como:
( −
, = ( + 1, , ≥
( = | = (,
= , = .$ (5.4)
0, !á.
Ademais, para todos os estados terminais, temos ( = | = = 1,
para todo i ≤ t, sendo t a duração máxima do contrato assinado. Note que o contrato
deve ser concluído no tempo t, i.e.,: ( = % | = ( − 1,
= 1,
≥
0.
A Figura 24 apresenta, de forma simplificada, os estados de transição
propostos para um contrato hipotético de E&P com 6 anos de duração. Cada estado é
representado pela notação tk, sendo t o tempo transcorrido desde a assinatura do
contrato (em anos, variando de 0 até 6 no exemplo); k representa o número de poços
exploratórios perfurados (variando desde 0 até N poços – X representa 0 poços, A
representa 1 poço, B representa 2 poços, N representa n poços) ou o encerramento
70
dos contrato (quando k=Z)
=Z) em cada ano. O contrato representado na Figura 24 se
inicia (no estado OX) e não perfura nenhum poço nos anos
anos 1 e 2 (passando pelos
estados 1X e 2X), No terceiro ano, o contrato perfura dois poços (estado 3B) e no
quarto ano não perfura nenhum poço. No quinto ano, o contrato perfura novamente um
poço (estado 5A) e depois o contrato se encerra no sexto ano (absorvido
(absorvido pelo estado
6Z).
71
de vezes até que o processo seja absorvido, alcançando seu estado terminal
(BREMAUD, 1999).
72
0.3
0.2
exploratórios
0.15
0.1
0.05
0
1 2 3 4 5 6 7 8
Ano
73
250
Poços Exploratórios
Poços Exploratórios
200
150
100
50
0
12.7
17.9
24.5
25.0
28.4
28.8
38.2
52.5
54.4
61.5
65.1
72.5
79.0
97.0
99.0
108.7
111.3
111.6
Brent (US$)
250 120
Poços Exploratórios
Brent (US$) 100
200
Poços Exploratórios
80
Brent (US$)
150
60
100
40
50
20
0 0
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
74
Uma maneira de se relacionar o preço do petróleo com o expectativa de
número de poços a serem perfurados deve considerar explicitamente essa variável na
construção da matriz de transição. Tal abordagem consistiria em determinar, a partir
de dados, uma matriz indexada de transição P(o), sendo o o preço do petróleo, em
substituição da matriz de transição homogênea P apresentada na Equação (5.4).
Então, se {o1, o2, ..., on} são os preços do petróleo esperados para períodos
de 1 a n, o número esperado de poços perfurados nesse período pode ser obtido a
partir da matriz de transição no período n, bem como a probabilidade de rescisão de
contrato nesse intervalo de tempo.
Pn = P(o1). P(o2). … . P(on), (5.8)
Esta abordagem, entretanto, não se mostrou adequada para o estudo de caso,
porque a lei de petróleo é relativamente recente e ainda não dispõe de dados
suficientes para essa análise. Ressalta-se que os preços do petróleo são de difícil
previsão, e muitas vezes o preço é considerado em patamares fixos (flat) para
avaliações de decisão. A volatilidade dos preços representa a pior situação para o
processo decisório, na medida que provoca interrupções por inviabilidades comerciais
em projetos de E&P em andamento.
75
poços a serem perfurados a partir de ofertas em Bid Rounds é obtida a partir dos
resultados percebidos na Figura 25, multiplicados pela quantidade esperada de blocos
a serem arrematados em um Bid Round, conforme apresentado na Figura 28 para um
caso hipotético de 20 blocos.
3
No caso, de 20%.
76
Figura 29 – Expectativa de demanda por poços exploratórios no Planejamento de Bid
Rounds
Este planejamento deve ser revisado a cada ano, na medida que as atividades
de E&P realizadas no período modificam as probabilidades de transição entre os
estados da cadeia de Markov discutida na Equação (5.5). Estas atividades modificam
os estados do modelo de Markov para cada contrato em andamento e,
consequentemente, a demanda esperada para cada um desses contratos nos anos
subsequentes. As proporções apresentadas nas Equações (5.1), (5.2) e (5.3) e na
Figura 23 também devem ser atualizadas com resultados percebidos em rodadas a
serem realizadas .
77
78
CAPÍTULO 6 – APLICAÇÃO DO MÉTODO DE PLANEJAMENTO
DE OFERTA DE ÁREAS PARA AS BACIAS DE SANTOS E
SOLIMÕES
1
Cerca de 19.000 poços de injeção e produção.
79
Campos Offshore 174.000 1241
Ceará Offshore 159.437 139
Cumuruxatiba Offshore 61.130 47
Cumuruxatiba Onshore 9.006 1
Espírito Santo Offshore 109.599 224
Espírito Santo Onshore 10.875 561
Foz do Amazonas Offshore 292.000 95
Jacuipe Offshore 29.000 1
Jatobá Onshore 6.400 2
Jequitinhonha Offshore 62.291 32
Jequitinhonha Onshore 5.585 6
Madre de Deus Onshore 68.022 0
Marajó Onshore 161.000 18
Mucuri Offshore 67.325 14
Mucuri Onshore 6.150 36
Pantanal Onshore 184.000 13
Pará-Maranhão Offshore 158.000 34
Paraná Onshore 1.120.000 125
Parecis Onshore 355.400 5
Parnaíba Onshore 673.400 102
Pelotas Offshore 354.540 12
Pelotas Onshore 42.400 8
Pernambuco-Paraíba Offshore 215.000 0
Pernambuco-Paraíba Onshore 11.050 3
Potiguar Offshore 196.000 243
Potiguar Onshore 26.725 1.075
Recôncavo Offshore 951 47
Recôncavo Onshore 9.082 1.194
Rio do Peixe Onshore 1.500 5
Santos Offshore 307,800 443
São Francisco Onshore 374,000 41
São Luís Onshore 22,350 19
Sergipe-Alagoas Offshore 163,273 318
Sergipe Onshore 12,600 515
Solimões Onshore 1,210,000 206
Tacutu Onshore 17,000 2
Tucano Central Onshore 11,500 13
Tucano Norte Onshore 9,000 5
Tucano Sul Onshore 7,700 104
Tabela 8 – A atividade de E&P em bacias sedimentares brasileiras.
80
Embora algumas bacias sedimentares brasileiras apresentem sistemas
petrolíferos comprovados (e algumas delas em um estágio avançado de produção –
Bacias Maduras), a maior parte delas foram muito pouco exploradas. O governo
brasileiro possui um Plano Plurianual de Estudos em Geologia e Geofísica (ANP,
2013a), que realiza investimentos em campanhas regionais de levantamentos básicos
em bacias de nova fronteira (BERTOLDO, 2000). Do ponto de vista regulatório, estes
investimentos melhoram a compreensão sobre a possível confirmação de sistemas
petrolíferos em áreas de interesse, possibilitando sua adequada promoção em futuros
Bid Rounds. Como exemplos de planos de longo prazo de aquisição de dados
regionais de geologia e geofísica, cita-se o Canada’s Long Term Strategic Plan
(NRCAN, 2015) e o U.S. Cooperative Geologic Mapping Program (USGS, 2015). Cabe
ressaltar que poços exploratórios são indispensáveis para compreender o potencial
petrolífero para atividades de E&P (MEISNER & DEMIRMEN, 1981; JORDANOV et
al., 2006).
BO BA PP
Bid Round Ano Blocos Blocos Poços
Oferecidos Arrematados Perfurados
BID 1 1999 27 12 27
BID 2 2000 23 21 142
BID 3 2001 53 34 69
BID 4 2002 54 21 122
BID 5 2003 908 101 108
BID 6 2004 913 154 239
BID 7 2005 1,134 251 271
BID 9 2007 130 54 239
BID 10 2008 289 142 41
BID 11 2013 240 72 2
BID 12 2013 27 12 0
Tabela 9 – Resultados dos Bid Rounds Brasileiros
81
ED
Área Poços
Bacia Sedimentar (Poços Exploratórios
(km2) Exploratórios
/10-2km2)
Recôncavo 9.082 1.194 13,147
Espírito Santo 10.875 561 5,159
Potiguar 26.725 1.075 4,022
Tucano Sul 7.700 104 1,351
Camamu-Almada 8.101 37 0,457
Rio do Peixe 1.500 5 0,333
Solimões 1.210.000 206 0,017
Parnaíba 673.400 102 0,015
Tabela 10 – Densidade Exploratória (DE) para bacias sedimentares onshore
selecionadas
ED
Bacia Área Poços
(Poços Exploratórios
Sedimentar (km2) Exploratórios
/10-2km2)
Campos 174.000 1.241 0,713
Espírito Santo 109.599 224 0,204
Sergipe-Alagoas 163.273 318 0,195
Santos 307.800 443 0,144
Potiguar 196.000 243 0,124
Ceará 170.000 139 0,082
Tabela 11 – Densidade Exploratória (DE) para bacias sedimentares offshore
selecionadas
A bacia de Santos é uma bacia sedimentar offshore com mais de 300.000 km2,
formada durante o processo de rifteamento ocorrido durante a quebra dos continentes
Africano e Americano. A atividade exploratória começou nos anos 1970, com a
perfuração dos primeiros poços exploratórios, todavia mal sucedidos. Nos anos 1980,
poços exploratórios confirmaram sistemas petrolíferos na bacia de Santos e
aumentaram a expectativa por descobertas de acumulações de óleo.
82
petrolíferos na província petrolífera do pré-sal, que afigura entre as maiores
descobertas da década. A Figura 30 apresenta o histórico dos poços exploratórios
perfurados na bacia de Santos.
83
60 campos e mais de 1.000 poços exploratórios perfurados. A Bacia de Campos
desfrutou de uma intensa atividade exploratória durante a década de 1980, devido a
importantes descobertas offshore, como demonstrado na Figura 31.
84
Figura 32 – Quantidade esperada de poços perfurados por contrato de E&P na Bacia
de Santos
85
A Bacia de Solimões contou com oferta de áreas para exploração nos Bid
Rounds 4 e 7, como apresentado na Tabela 13.
86
Figura 34 – Quantidade esperada de poços perfurados por contrato de E&P na Bacia
de Solimões
87
andamento, é possível estimar a demanda por poços em cada um dos contratos para
cada ano subsequente.
A demanda esperada por poços perfurados em contratos a serem assinados
pelo Bid Round corrente pode ser estimada para os próximos anos, e planejada
consoante o ritmo e a intensidade das ofertas de áreas realizadas em uma bacia
sedimentar.
Para ilustrar a modelagem proposta, a próxima seção apresenta uma avaliação
de um Bid Round teórico, com oferta de 20 blocos para as bacias de Santos e
Solimões.
88
6.2.1.2 Previsão de Demanda na Bacia de Solimões
89
(3) Manter a atividade exploratória dentro de um intervalo de interesse previamente
arbitrado.
Nas próximas subseções, são propostos planos de oferta de áreas para as
bacias de Santos e Solimões. Por uma questão de previsibilidade, os planos proposto
consideram Bid Rounds com intervalos fixos.
90
Densidade
Densidade
Exploratória
Exploratória
Final
Inicial
Densidade
Densidade ...... Exploratória
Exploratória
Objetivo
91
ambientais e logísticas de selva da floresta amazônica, observada em contratos
anteriores.
Densidade Densidade
Exploratória Exploratória
Inicial Final
55 poços exploratórios
DE=0,017 DEO=0,021
3 Bid Rounds em 15 anos
92
Caso as proporções obtidas a partir da Tabela 13 e a expectativa de poços a
serem perfurados apresentada na Figura 34 sejam mantidas ao longo do tempo e a
oferta de áreas ocorra em quantidade de 20 blocos com intervalo de oito anos, o
atendimento do DEO ocorrerá em 115 Bid Rounds e 920 anos.
Densidade Densidade
Exploratória ..... Exploratória
Atual Objetivo
93
Este capítulo aplicou o método proposto de planejamento de oferta de áreas
para as bacias de Santos e Solimões. O método foi inteiramente desenvolvido por esta
tese e seus resultados indicam que a futura demanda por atividades de E&P se
beneficia do monitoramento de atividades realizadas nos contratos em curso. As
informações organizadas a partir do monitoramento suportam a maior especificação
de políticas na oferta de áreas, que organizadas em um plano de outorga favorecem a
expansão do conhecimento geológico e a ampliação dos investimentos, no
atendimento de objetivos da política energética nacional.
94
CAPÍTULO 7 – CONCLUSÕES
95
permitiu avaliar o intervalo e a intensidade de ofertas de áreas em bacias
sedimentares, de modo que o planejamento da demanda por atividades de E&P fosse
mantido dentro de um intervalo previamente estabelecido. O método proposto foi
inteiramente desenvolvido por esta tese e não existem registros na literatura de
nenhuma aplicação para planejamento de demanda de E&P e/ou oferta de áreas em
Bid Rounds semelhantes ao método proposto, ou com o emprego de cadeias de
Markov.
96
realização de atividades adicionais de cunho exploratório e, principalmente, na
demanda por atividades de desenvolvimento e produção.
Por fim, os dois métodos propostos por esta tese apresentam uma importante
relação, na medida em que o sucesso na atividade exploratória (indicada pela
favorabilidade apresentada no método do Capítulo 3) importa em uma maior atividade
exploratória a ser realizada em um contrato de E&P (estimada no método apresentado
no Capítulo 5). A vinculação dos dois modelos é proposta como atividade suplementar
que aprimora as avaliações oferecidas pelos modelos aqui propostos, como sugestões
de trabalhos futuros.
97
98
CAPÍTULO 8 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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