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O documento analisa o filme "Diamante de Sangue" sob uma perspectiva antropológica e evolucionista. Ele descreve a guerra civil em Serra Leoa causada pelo controle dos diamantes e como isso afetou os personagens. Também discute como as relações internacionais injustas contribuem para a pobreza dos países em desenvolvimento e como a religião ajuda os personagens a lidar com a guerra.
O documento analisa o filme "Diamante de Sangue" sob uma perspectiva antropológica e evolucionista. Ele descreve a guerra civil em Serra Leoa causada pelo controle dos diamantes e como isso afetou os personagens. Também discute como as relações internacionais injustas contribuem para a pobreza dos países em desenvolvimento e como a religião ajuda os personagens a lidar com a guerra.
O documento analisa o filme "Diamante de Sangue" sob uma perspectiva antropológica e evolucionista. Ele descreve a guerra civil em Serra Leoa causada pelo controle dos diamantes e como isso afetou os personagens. Também discute como as relações internacionais injustas contribuem para a pobreza dos países em desenvolvimento e como a religião ajuda os personagens a lidar com a guerra.
É evidente delinear no percurso dos três protagonistas do filme características
imprescindíveis que remetem ao cunho antropológico cultural do povo de serra Leoa, não somente no aspecto jurídico, sociológico e religioso. Conforme preconizava Rousseau, as pessoas da sua época se vangloriavam muito dos conhecimentos grandiosos, mas não muito pelo interesse de estudar os homens e os seus costumes. A Antropologia, quando nasceu, procurou estabelecer um ensaio teórico e profundo sobre os aspectos da ciência do observador. As denúncias sobre trabalhos forçados, violação da dignidade da pessoa humana, o monopólio da violência ilegítima são marcas que o filme instiga o expectador a criticar e reformular seus conceitos sobre o ideal de justiça e não somente chocar-se com o que é visto. O antigo colonialismo que pressupunha o controle local dos territórios dominados foi substituído por formas mais sofisticadas de dominação à distância. Esta dominação encontrou na pressão econômica sua mais bem-acabada expressão. Se transpusermos as ideias-bases de justiça para as relações internacionais, poderemos afirmar que todo o povo tem direito à autodeterminação. De acordo com o escritor brasileiro Júlio César Tadeu Barbosa, entendo que a justiça entre as nações devem ser pautar na interdependência e que suas relações devem se dar de maneira que nenhuma explore a outra. Contudo, as sociedades internas são injustas e geram classes extremamente diferenciadas, com excessiva espoliação da força de trabalho humana. A desigualdade social das diversos classes sociais implica em estratos de autoridade e não mais no antigo critério sociológico de agrupamentos econômicos, tal como aponta Dahrendorf. Nas relações externas, um processo de trocas também injusto e desigual. A própria incompetência administrativa, é o fator preponderante na qual os países do Terceiro Mundo vêm se empobrecendo cada vez mais. O cenário do filme se passa durante a Guerra Civil (1991-2002) em Serra Leoa, um pais do oeste africano. A causa do conflito é pelo domínio e controle da produção de diamantes do pais, pelo Governo e a Força Revolucionaria Unida (FRU). A expressão Diamante de Sangue é atribuída aos diamantes extraídos de zonas de guerras africanos e vendidos para financiar conflitos e gerar lucros para as grandes empresas e senhores de guerra do mundo inteiro. De uma certa maneira, os países do Terceiro Mundo sempre se constituíram em fornecedores de matérias primas e produtos agrícolas aos países industrializados, comprando, em contrapartida produtos industrializados. Evidentemente, perderam neste intercambio. As decisões internacionais são políticas e não jurídicas (judiciarias). Eventualmente recorre-se a arbitragem de terceiros, o que não significa que a decisão seja sempre aceita. Argentina e Chile, a título exemplificativo, quase foram a guerra por problemas fronteiriços no canal de Beagle. Indicaram o papa como mediador, mas, não há nenhuma decisão a respeito do assunto. Do mesmo modo o acordo de paz entre o governo e a Frente Revolucionária Unida (RUF) ocorreu no ano de 2001. Todavia, mediante a presença no país de tropas da Organização das Nações Unidas (ONU), para assegurar o processo de pacificação no território. A maior parte das alianças políticas é precária, temporária e circunstancial. O pais de Serra Leoa ainda convive com a permanência de crianças soldados. Afinal, a autoridade faz a lei. Pode-se afirmar que o Direito não substitui a política; somente a vontade política interna pode decidir se se submete às normas jurídicas e uma legalidade internacional. A ideia de progresso concebida pelos sociólogos evolucionistas desencadeou um otimismo errôneo aos moldes de outras civilizações. Segundo Lévi-Strauss, o evolucionismo social é falso, pois visa suprimir outras culturas. É necessário que cada um de nós seja capaz de compreender que nem todos os sistemas que regem uma sociedade, independentemente de seu intervalo histórico, são idênticos as outras sociedades. Marx em sua obra A miséria da Filosofia concebe o direito como uma variável historicamente dependente da base econômica da cultura. Segundo Marx e Engels o direito para ser justo deve ser universalmente valido e eterno, mas todo Direito é particular, realizando apenas os interesses da classe dominante. Esta ideia puramente ideológica com relação ao direito infelizmente se reflete no filme Diamante de Sangue. A Frente Revolucionária Unida que assume o controle visa se aproveitar da força de trabalho dos cidadãos, ao invés de agir cooperando para o menor agravamento social e político do pais. Soma-se a esse agravamento o papel das crianças usadas como escudo para realizar criminalmente o processo de circulação dos diamantes de sangue. O pescador Solomon, através do contrabandista Daniel Archer e a jornalista Maddy Bowen, consegue salvar seu filho Dia diante dos rebeldes revolucionários. No entanto, o mais emocionante é que ele restaura moralmente em seu filho, o seu papel como criança e não como um reles instrumento para fins bélicos de interesses econômicos. Com relação aos aspectos religiosos, é possível notar a presença de uma forte religiosidade nas etnias africanas de Serra Leoa. A insatisfação que a guerra sempre traz, não provoca apenas a sensação de sentimento de ódio, mas o interesse pelo divino. O contrabandista Archer, ao ser recebido num estabelecimento, conversa com o proprietário onde questiona a situação da guerra e o futuro de Serra Leoa. O líder, responde em um dado momento que nenhuma das pessoas sabe os caminhos que levam a Deus. Subentende-se bem que esta afirmação, apesar de indicar uma descrença por parte da figura divina, também denota que a religiosidade de cada um permite encontrar a Deus afastado dos horrores e tormentos que o mal humano é capaz de conduzir. Um detalhe interessante é que a maioria das tribos de Serra Leoa são monoteístas. Juridicamente pode-se afirmar que a autotutela é uma característica marcante no filme devido a ineficácia do Estado. Este fato pode ser evidenciado inúmeras vezes, como o fato de que em determinado momento Solomon, Archer e Bowen decidem utilizar mecanismos ardilosos para salvar Dia, o filho de Solomon. Após salvar Dia, Solomon consegue se salvar, embora Archer não tenha tido a mesma sorte. Através do depoimento de Solomon e outros meios, como provas documentais dados por Archer, Bowen investiga o processo da obtenção dos diamantes de sangue, que culmina na prova legitima da fraude a qual um chefe dos carteis clandestinos conhecido como Vaan Der Kaap é responsável para financiar a troca de armas por diamantes e incentivar a guerra. A Antropologia evolucionista reconstrói o ideal de progresso dos pensadores e cientistas e determina um melhor empreendimento na reutilização do termo evolucionista. A história do filme Diamante de Sangue é uma realidade não apenas atual, mas de recordação histórica. E esta recordação estimula que pensemos e julguemos com seriedade aquilo que muitas vezes nos parece ser consequência de um retardo ou mero atraso cultural. O termo subdesenvolvido foi cunhado por um europeu; e não é novidade parar para pensar por que os países pobres recebem este tratamento. A Guerra não é resultado apenas de agentes internos que se movem pela ambição e desejo de travar batalhas; ela também é influenciada pelos cofres internacionais e decisões políticas que tem como base o próprio ideal de justiça.
REFERÊNCIAS:
ASSIS, Olney Queioz; KUMPEL; Vitor Frederico. MANUAL DE ANTROPOLOGIA