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Messias Araujo Cardozo

O CONCEITO DE CLASSE SOCIAL:


As contribuições de Marx e Thompson
Messias Araujo Cardozo1

Resumo
O artigo analisa o conceito de classe na sua acepção teórica em Karl Marx (1818-
1883) e Edward Thompson (1924-1993), no sentido de perceber as variantes concei-
tuais e assim apontar as possibilidades do uso historiográfico do conceito. Abordo o
conceito fazendo uma análise bibliográfica e uma incursão sobre textos de autores
que versam sobre o tema, buscando escapar de dicotomias generalizantes e análises
apressadas sobre o tratamento do conceito de classe efetuado pelos dois autores
citados, buscando demonstrar uma evolução e refinamento, até mesmo continuida-
de do pensamento de Marx e Thompson sobre o conceito de classe.
Palavras-Chave: Classe, Marx, Thompson.

Abstract
The article analyzes the concept of class in its theoretical purposes in Karl Marx
(1818-1883) and Edward Thompson (1924-1993), in order to perceive the concep-
tual variants and thus pinpoint the possibilities of historiographical use of the con-
4 cept. I approach the concept by making a bibliographical analysis and an incursion
about texts by authors who consist with the theme, looking for escape generalizing
dichotomies and hasty analyzes about the treatment of class concept done by the
two authors cited, looking for to demonstrate an evolution and refined, even conti-
nuity of Marx and Thompson’s thought about the concept of social class.
Keywords: Social class, Marx, Thompson.

1
Graduado em Licenciatura Plena em História pela Universidade Estadual do Piauí (2016). Foi bolsista do
Programa de Bolsa de niciação à Docência, subprojeto de História (PIBID/CAPES).
E-mail: messias.histsocial@gmail.com.

ISSN 2447-7354
Revista Piauiense de História Social e do Trabalho. Ano III, n. 04. Janeiro-Julho de 2017. Parnaíba-PI

“Hoje, não se trata de reativar a noção de Karl Marx, filósofo alemão, que ini-
luta de classes: ela encontra-se em toda parte, ciou seus estudos sobre o capitalismo
insuperável. Temos necessidade é de uma quando este ainda estava em formação,
apreensão renovada da natureza da consciên- é um intelectual que não se limitou a
cia de classe e de seu funcionamento”. um campo específico. Apesar de filósofo
de formação, foi historiador, jornalista,
Fredric Jameson
cientista político, sociólogo (dentre ou-
tras classificações). Sempre em movi-
mento pelos saberes existentes e emer-
Introdução gentes (como a sociologia e a historio-
No que concerne ao conceito de clas- grafia científica) do século XIX, com
se, muito pode ser dito sobre sua vigên- uma imensa força3, o materialismo his-
cia, pertinência e uso, não apenas para a tórico criado por ele com colaboração
historiografia como para o âmbito das de Friedrich Engels (1820-1895) é um
demais ciências humanas. Neste senti- dos paradigmas do campo da História.
do, o trabalho de Karl Marx (1818- Para Marx, o capitalismo apenas tor-
1883) e Edward Thompson (1924-1993) nou mais agudo e forte os antagonismos
sobre o conceito em questão, e um estu- sociais, para o mesmo a história seria
do das diferenças de abordagem e signi- um ininterrupto fluxo de luta de classes
ficado do mesmo nos autores é apenas que apenas mudaram de nome e de con-
uma possibilidade entre uma imensa texto4. No capitalismo europeu do sécu-
miríade de questões que podem ser le- lo XIX, o autor indicou que o antago-
vantadas e do vasto leque que pode ser
aberto sobre o tema.
nismo entre o proletariado (classe ope-
rária) e a burguesia (classe capitalista)
5
Antes de adentrar sobre os textos dos seria o palco da revolução socialista,
dois autores, fazendo um balanço e con- que poria fim ao conflito de classe, cen-
traponto, é pertinente situarmos as dis- tro do processo histórico segundo Marx.
cussões dos autores em seus tempos. Já Edward Thompson, iniciando su-
Tanto em termos de contexto social e as discussões no âmbito do século XX
lugar de produção1 como de possibilidade (mais precisamente aqui tomamos como
epistemológica2. São autores de dois base para esta pesquisa seus estudos
séculos distintos, com influências e for- sobre a formação da classe operária in-
mações intelectuais igualmente diferen- glesa, publicados em 1963), historiador
tes, mas que em um ponto convergem: a inglês, em um contexto de duas guerras
sociedade está divida em classes, tendo mundiais e de uma revolução socialista
a classe operária ou proletariado os en- na Rússia em 1917, é um autor mais
cargos da manutenção social. circunscrito ao âmbito da historiografia,

3
“A imensa força de Marx sempre residiu em sua
insistência tanto na existência da estrutura social
1
Ver: “A operação historiográfica”, In: CERTE- quanto na sua historicidade, ou, em outras pala-
AU, Michel de. A Escrita da História. Ed. Rio de vras, em sua dinâmica interna de mudança”, ver:
Janeiro: Forense Universitária, 1982. p. 65-119. HOBSBAWM, Eric. “O que os historiadores de-
2
No caso de Marx a filosofia alemã (Hegel e vem a Karl Marx?” p. 210, In: __________, Sobre
Feurbach principalmente), a economia política História. Ed. São Paulo: Companhia das letras,
inglesa (Adam Smith e David Ricardo) e da filoso- 2013. p. 200-220.
4
fia política e revolucionária francesa. Sobre isto Sobre isto ver: MARX, Karl, ENGELS, Frie-
ver: LEFEBVRE, Henri. Marxismo. Ed. Porto drich. Manifesto Comunista. Ed. São Paulo: Boi-
Alegre, RS: LM&P, 2009. tempo, 2010. p. 40.

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não que o uso de seus conceitos e estu- possibilidades de estudo sobre os auto-
dos se limite aos historiadores. res. O debate de conceituações e possi-
bilidades do uso do conceito de classe
Não propôs um paradigma, porém
tendo como base Marx e Thompson não
renovou um, e neste caso foi justamente
se impõe como uma assertiva que alme-
o marxismo e seu uso na análise histori-
ja estabelecer uma assimetria entre os
ográfica que, mas se beneficiou com
dois, “qualificando um” e “desqualifi-
suas pesquisas. Sem dúvida que Thom-
cando outro”, o diálogo é apenas analí-
pson ainda se beneficiou ainda dos
tico, com vistas a entender a conceitua-
avanços no campo da história, a emer-
ção dos dois sobre a classe, e os desdo-
gência de novos conceitos e de incontá-
bramentos subsequentes, sobretudo so-
veis estudos sobre o capitalismo e a
bre a consciência de classe. Na nossa
classe operária, como os de Eric Hobs-
acepção, os conceitos e as teorias são
bawm, Christopher Hiil e Raymond
apenas caixas de ferramentas7.
Willians conjuntamente que com o seu,
formam o que se convencionou chamar
de “escola inglesa do marxismo”5.
Marx: A classe entre a economia a luta
Foi vinculado ao Partido Comunista e a política revolucionária
inglês (tendo saído em 1956), foi sido
professor de escolas para trabalhadores Marx ao analisar a sociedade capita-
e membros da classe operária e pobre6. lista e a classe social em particular, pro-
É um autor que diferente de Marx não pôs de lado da análise social uma pro-
propõe uma visão conjuntural e muito posta de ação. Esta seria revolucionária
6 menos uma proposta definida de ação e com fins de emancipação do proletari-
ado. O capitalismo teria engendrado um
política revolucionária. Se em Marx
formulação teórica e proposta de mode- sistema no qual os capitalistas ao extraí-
lo social se imbricavam (como se pode rem a mais-valia8 da classe operária esta-
ver no Manifesto Comunista de 1848) riam cada vez mais “produzindo seus
em Thompson é metodologia e teoria próprios coveiros” (MARX, ENGELS,
que se interpenetram. 2010).

Ainda neste sentido, a pesquisa de já Certa noção de essencialidade revo-


adverte o seu caráter bastante circunscri- lucionária em relação a classe operária
to e incompleto, devido as incontáveis (proletariado) é visível em alguns textos
de Marx, sobretudo os de juventude. Na
Sagrada Família (1845) texto escrito em
5
Sobre a Escola Inglesa, aponta o historiador José coautoria com Engels, por exemplo, ele
D´Assunção Barros: “Grupo de historiadores mar- diz sobre o proletariado que: “Não se
xistas atuantes na segunda metade do século XX
que revelam uma especial preocupação com a trata de saber o que este ou aquele pro-
História Cultural, e que foram responsáveis por letário, ou mesmo o proletariado como
uma proposta moderna e flexibilizadora do materi-
alismo histórico, trabalhando dentro de uma abor-
7
dagem interdisciplinar e ocupando-se de novos Como aponta Gilles Deleuze: “Uma teoria é
objetos que até então eram pouco estudados pelas como uma caixa de ferramentas. Nada tem a ver
correntes tradicionais do marxismo” (BARROS, com o significante... É preciso que sirva, é preciso
2012, p. 200). que funcione. E não para si mesma” (FOU-
6
“Os alunos dos cursos de extensão para adultos CAULT, 1979, p. 71).
8
nas cidades inglesas eram provenientes das classes Sobre isto ver: MARX, Karl. O Capital: Crítica
médias baixas e dos setores de trabalho industrial e da Economia Política: Livro I, O processo de
comercial mais empobrecidos” (SHUELER, 2007, produção do Capital. 31ª ed. Rio de Janeiro, Civi-
p. 7). lização Brasileira: 2013. p. 220-231.

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um todo, propõe momentaneamente terminante na segunda10, e a classe ope-


como objetivo. Trata-se de saber o que o rária teria um papel chave no processo
proletariado é o que deve historicamen- revolucionário socialista. Dito isto, a
te realizar de acordo com seu ser” classe e a política em Marx teriam uma
(MARX apud GORZ, 1987, p. 27, 28). relação direta (“toda luta entre classes é
um luta política”), posto que a visão de
Neste sentido, o papel da classe (no
Marx grandemente tenha como base a
caso de sua ação e movimentações) é
ideia hegeliana da realidade em movi-
central na obra do filósofo. Como des-
mento11, este seria dialético e materialis-
dobramento de um movimento econô-
ta, tendo por base uma visão estrutural
mico anterior, o capital teria transfor-
do capitalismo.
mado a sociedade polarizando-a, onde
os indivíduos impelidos pela economia A visão de Marx sobre a classe12 não
seriam convertidos em classe pelo de- é bem definida e única. Ora transparece
terminismo econômico: uma visão onde o econômico é deter-
minante (a classe é para o capital), ora
As condições econômicas, inicial-
as classes são forjadas por meio de inte-
mente, transformam a massa do país em
resses comuns encarnados em uniões
trabalhadores. A dominação do capital
políticas entre os membros (sempre esta
criou para esta massa uma situação co-
união pensada em oposição à outra
mum, interesses comuns. Esta massa,
classe), neste sentido: “Marx parece
pois, é já, face ao capital, uma classe,
usar o termo classe com sentidos nem
mas ainda não o é para si mesma.
sempre equivalentes” (RIDENTI, 2001,
(MARX, 1985, p. 159).
Um dos problemas desta tese, é que
p. 13). No Manifesto Comunista (1848),
transparece a ideia de que as classes
7
os indivíduos são determinados apenas teriam uma existência antes do capita-
por uma única instância social (a estru- lismo, onde patrícios e plebeus, servos e
tura econômica), mas como ressalva- senhores feudais seriam classes antagô-
mos o autor analisa em um tempo onde nicas13.
as próprias situações da sociedade da
Porém, um paradoxo é visível, pois
época o levaram a tais conceituações.
anteriormente ao texto do Manifesto, na
Transparece no texto, um sério peso que
Ideologia Alemã (1845) escrito também
o autor credita a dominação do capital9,
em coautoria com Engels, os autores
como um leviatã que empurra em um
apontam que a classe é fruto da burgue-
fluxo inexorável a subjetividade do ope-
sia: “A diferença do indivíduo pessoal
rário à instância da classe.
em relação ao indivíduo de classe e o
Em Marx, economia e política estão caráter casual das condições de vida
unidas, tendo a primeira um papel de- para o indivíduo apenas se manifestam

10
Ver: MARX, Karl. Contribuição à crítica da
9
Para Max Weber: “Chamamos ‘classe’ todo economia política. 2ª ed. São Paulo: Editora Ex-
grupo de pessoas que se encontra em igual situação pressão Popular, 2008. p. 47.
11
de classe” (WEBER, 2012, p. 199). Porém a situa- Sobre o a ideia de movimento na visão de Marx
ção não se circunscreve única e exclusivamente a ver: Op. Cit, 2009. p. 18.
12
instância econômica. Sobre a visão de Marx sobre “Não há unanimidade entre os marxistas sobre o
a classe, Weber afirma ainda que: “O final inter- conceito de classes sociais, se quer sobre o seu
rompido de O capital, de Karl Marx, pretendia significado dentro das obras de Marx, que jamais
evidentemente ocupar-se do problema da unidade tratou explicitamente da questão” (RIDENTE,
de classe do proletariado, apesar de sua diferença 2001, p. 13).
13
qualitativa” (WEBER, 2012, p. 201). Op. Cit, 2010, p. 40, 41.

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com a aparição da classe que é, por sua za) o uso do conceito de classe aplican-
vez, um produto da burguesia” do-o unicamente ao sistema capitalista,
(MARX, ENGELS, 2007, p. 104, ora ele o acopla para a análise de socie-
105)14. dades como a romana e a medieval15. O
que nos leva a considerar, se ele faz isto
Os textos de Marx acabam transpare-
apenas para demonstrar a polarização e
cendo-nos que o termo classe só pode
antagonização entre as classes que seria
ser aplicado apenas às sociedades capi-
característica de todas as formações so-
talistas, porém ele utiliza o conceito
ciais, ou que ele se furtou a uma concei-
para outras formações sociais anteriores
tualização precisa e circunscrita sobre o
ao capitalismo. Outro ponto onde o au-
conceito de classe.
tor também indica-nos como ele pensa-
va as classes, suas lutas e paradoxos é: O A classe em Marx apesar das ambi-
18 de Brumário de Luís Bonaparte (1852), guidades e usos distintos, tem uma co-
onde Marx traça algumas considerações nexão com a economia e a política co-
sobre os “camponeses parceleiros” fran- mo já demonstrado, porém esta política
ceses e sua adesão (alienada para o au- é orientada majoritariamente em dire-
tor) ao Bonaparte sobrinho. ção à revolução socialista, onde o prole-
tariado como classe dominante iria des-
Sobre os camponeses franceses e suas
truir todas as classes sociais em geral e
uniões:
instauraria a controversa “ditadura do
proletariado”, fase intermediária entre o
capitalismo e o comunismo16.
“Milhões de famílias existindo sob as mes-
8 mas condições econômicas que separam seu Neste sentido o papel do partido, do
modo de vida, os seus interesses e a sua cultu- sindicato e de associações de trabalha-
ra do modo de vida, dos interesses e da cultu- dores teria papel fundamental na fer-
ra das demais classes, contrapondo-se a elas mentação progressiva e com fins bem
como inimigas, formam uma classe. Mas na definidos da consciência de classe que seria
medida em que existe um vínculo apenas necessariamente mais desenvolvida e
local entre os parceleiros, na medida em que até mais adequada devido ao trabalho17.
a identidade dos seus interesses não gera en-
tre eles nenhum fator comum, nenhuma uni- 15
ão nacional e nenhuma organização política, “No universo de escritos de Marx e Engels,
existem textos que ora autorizam o uso generaliza-
eles não constituem classe alguma”. do de classe como categoria que pode ser utilizada
(MARX, 2011, p. 142, 143). para qualquer período histórico, e outros que ora
sugerem a ideia de que o conceito ‘classe’ aplicar-
se-ia mais especificamente a sociedade capitalista”
(BARROS, 2011, p. 111).
Esta assertiva do autor torna-se para- 16
Apesar de serem enfáticos quanto à sucessão
doxal com outros textos do próprio histórica: capitalismo (revolução), socialismo e
Marx que já citamos, onde apenas a comunismo, o último não representa o “fim da
instância econômica já impelia o traba- história”, pois para Marx e Engels: “O comunismo
lhador à classe. Neste sentido, torna-se não é, para nós, um estado (Zustand) que deve ser
implantado, um ideal ao qual a realidade [haverá]
evidente que Marx ora autoriza (e utili- de se sujeitar” (MARX, ENGELS, 2008, p. 59).
17
Neste sentido, Jean Paul Sartre argumenta: “Por
14
Ver: MARX, Karl, ENGELS, Friedrich. A exemplo, no pequeno-burguês, a consciência de
Ideologia Alemã: Crítica da novíssima filosofia classe será objetivamente vaga, obscura e nunca
alemã em seus representantes Feuerbach, B. poderá, por razões que Lukács explica, chegar a
Bauer e Stirner. Ed. Rio de Janeiro: Civilização uma verdadeira consciência de si, ao passo que o
Brasileira, 2007. proletariado, profundamente inserido no processo

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Ao circunscrever a classe aos limites sempre em um sentido político, de or-


dado pelo econômico e pelo político e ganização e mobilização para fins
com raras exceções não dotar estes as- emancipacionistas, como mostra Marx:
pectos como determinantes tanto da “Na luta, de que assinalamos algumas
constituição da classe e, por conseguinte fases, esta massa se reúne, se constitui
da consciência de classe, Marx não cre- como classe para si mesma. Os interes-
dita a cultura e aos valores advindos de ses que defende se tornam interesses de
outras instâncias sociais uma relevância classe. Mas a luta entre classes é uma
quanto às questões de classe, o que limi- luta política” (MARX, 1985, p. 159).
ta o seu uso no sentido de Marx para Existe, portanto, uma interface necessá-
outros contextos que não os estritamen- ria entre a formação da classe e a cons-
te idênticos ou no mínimo mais simila- ciência de classe, mesmo que para o
res possíveis no sentido econômico. autor esta seja mediatizada majoritari-
amente pela questão econômica.
Sem dúvida que a análise de Marx
sobre as classes e sobre seu desenvolvi-
mento e condição dentro do capitalismo
Thompson: O fazer-se da classe, cultura
são valorosas. Ao demonstrar como a
sociedade se divide em dois polos anta- e experiência
gônicos e creditar a economia as princi- Em The Making of the English Work
pais causas da miséria humana após a Class, obra em três volumes publicada
Revolução Industrial, o autor contribuiu em 1963, Edward Thompson se propõe
decisivamente para a construção de a analisar a classe operária inglesa entre
uma análise social sofisticada e uma
crítica mordaz aos efeitos do capitalis-
1790 e 1840, este período seria o perío-
do em que a classe operária inglesa teria
9
mo para os trabalhadores, sobretudo a estado presente em seu próprio “fazer-
classe operária. se”18, ou seja, a partir das experiências e
O trabalho reafirma que não busca- da luta, a consciência de pertencimento
mos uma redução simplista do uso do teria engendrado entre os operários um
conceito pelo autor sob o epiteto “eco- sentimento de pertencimento e assim
nomicista”. Mesmo tendo textos que teria surgido a classe.
Marx limita o uso do conceito de classe No prefácio ao volume I (1963), o
ao âmbito do econômico, ou mesmo autor indica o que pensa ser a classe e a
sua dicotomia “classe em si/para-si”, natureza de sua formação e os desdo-
deve-se ter em consideração que o uso bramentos necessários anteriores ao seu
do conceito pelo autor também é arbi- fazer-se que seria a tomada de consciên-
trário e não sistemático e sempre com o cia. Pois diferentemente de Marx,
mesmo sentido de aplicação. Thompson credita a consciência e não a
A consciência de classe e o papel dos instancia econômica ou política a for-
partidos, sindicatos e das “vanguardas” mação da classe, enfatizando a experiên-
em geral é capital segundo Marx para cia e não a estrutura economia.
que as classes atinjam um grau de cons- Conforme Thompson:
ciência de si. E é na luta que a consciên-
cia de classe se estabelece, manifesta

18
de produção, pode ser levado pela realidade que é “A classe operária não surgiu tal como o sol
seu trabalho, a uma total tomada de consciência de numa hora determinada. Ela estava presente ao seu
classe” (SARTRE, 2015, p. 29, 30). próprio fazer-se” (THOMPSON, 2011, p. 9).

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“Por classe, entendo um fenômeno histórico, tura econômica capitalista, do espaço


que unifica uma série de acontecimentos dís- fabril. Neste sentido ele se contrapõe a
pares e aparentemente desconectados, tanto tese de Engels20 onde: “Os primeiros
na matéria-prima da experiência como na proletários surgiram com a indústria,
consciência. Ressalto que é um fenômeno foram o seu produto imediato [...]”
histórico. Não vejo a classe como uma “estru- (ENGELS, 2010, p. 63). No volume II,
tura”, nem mesmo como uma “categoria”, Thompson irá contrapor-se a tese de
mas como algo que ocorre efetivamente (e Engels enfatizando a experiência e o
cuja ocorrência pode ser demonstrada) nas sentimento de identidade e não o fator
relações humanas”. (THOMPSON, 2011, p. produtivo para a formação da classe
9). operária inglesa: “Os operários, longe
de serem os ‘filhos primogênitos da re-
volução industrial’, tiveram nascimento
Neste ponto a originalidade do autor tardio” (THOMPSON, 1987, p. 16).
se irrompe contra as assertivas de Marx
A classe não aconteceria a partir de
demonstradas anteriormente, e contra o
instancias fora de sua esfera imediata,
estruturalismo, sobretudo do marxismo
de sua experiência ao partilhar senti-
ortodoxo e da linha de pensamento de
mentos comuns. Indiscutivelmente que
Louis Althusser (1918-1990) que Tho-
o fator econômico é importante, porém
mpson iria criticar em outro ensaio19
o cultural é igual ou superior quando da
onde o fator econômico é por si mesmo
formação da classe, “visto que a classe é
determinante para a formação da classe
uma formação tanto cultural como eco-
ao aglutinar um grande número de pes-
10 soas dentro de uma mesma posição no
nômica [...]” (THOMPSON, 2011, p.
13). Mas para o historiador inglês a cul-
modo de produção.
tura e os sentimentos de identidade e de
Para o historiador inglês, a classe se pertencimento a uma instancia maior
forma a partir da luta de classes e não que sua existência atomizada parece ter
do fator econômico. E sua consciência um valor mais acentuado do que o mero
de classe se forma a partir da própria posicionamento num determinado pon-
experiência operária, de suas lutas, con- to da produção e do modo de produção.
tradições e movimentos e não por uma
Se a classe não acontece quando a
força externa atuando na “vanguarda”.
massa é comprimida nos estabelecimen-
O autor então se põe contrário à con-
tos fabris para a produção da mais-valia
cepção leninista-vanguardista, onde in-
telectuais e ou outros sujeitos ideologi-
camente comprometidos com a causa 20
O filósofo alemão é enfático ao dizer que: “A
operária teriam o papel decisivo de “in- história da classe operária na Inglaterra inicia-se na
serirem a consciência de si” a partir de segunda metade do século passado, com a inven-
ção da máquina a vapor e das máquinas destinadas
fora da experiência dos próprios operá-
a processar o algodão” (ENGELS, 2010, p. 45).
rios à classe operária. Thompson rebate igualmente: “Independentemente
das diferenças entre seus julgamentos de valor,
Para o autor a classe ocorre a partir observadores conservadores, radicais e socialistas,
de outros matizes e não apenas da estru- sugeriram a mesma equação: energia a vapor e
indústria algodoeira = nova classe operária. Ainda
19
Trata-se de: The Poverty of Theory, 1978. Uti- assim, não podemos assumir qualquer correspon-
lizamos nesta pesquisa a edição brasileira: THO- dência automática ou excessivamente direta entre a
MPSON, Edward. A miséria da teoria ou um dinâmica do crescimento econômico e a dinâmica
planetário de erros: uma crítica ao pensamento da vida social ou cultural” (THOMPSON, 1987, p.
de Althusser. Ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1981. 13,15).

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conforme Marx ou quando de sua en- do capaz de atuar com uma identidade
trada na produção a partir das máquinas de interesses comuns. Todavia, estas
e das fábricas como para Engels, então ideias do autor são problemáticas. Pois
quando a classe acontece para Thomp- ao rejeitar ou no mínimo por em um
son? plano secundário o fator econômico, o
autor acabada deixando de lado o mo-
vimento da produção da vida material e
“A classe acontece quando alguns homens, “[...] Thompson acaba enfatizando o
como resultado de experiências comuns (her- aspecto político-cultural” (CARRERA,
dadas e partilhadas), sentem e articulam a 2014, p. 144)21.
identidade de seus interesses entre si, e contra
Parece que Thompson não credita a
outros homens cujos interesses diferem (e
economia um fator tão decisivo. Fazen-
geralmente se opõem) dos seus. A experiência
do-o ser acusado de “voluntarista” ao
de classe é determinada, em grande medida,
isolar a célebre passagem de Marx em O
pelas relações de produção em que os homens
18 de Brumário de Luiz Bonaparte (1852)
nasceram – ou entraram involuntariamen-
onde o filósofo afirma que os “homens
tee”. (THOMPSOM, 2011, p. 10).
fazem a história”, se esquecendo de seu
final “mas não conforme a sua vontade”
(RIDENTE, 2001), outro aspecto criti-
Não é a partir do mero aspecto fabril
cável é considerar a luta de classes ape-
de uma região ou do surgimento de re-
nas como resultado, fator secundário e
lações de produção capitalista, confor-
não motor e fator primordial no proces-
me alguns textos dos fundadores do ma-
terialismo histórico citados apresentam,
so histórico da classe operária. 11
que a classe se forma, surge e acontece. Não a economia e a “classe para o
Porém, conforme Thompson mesmo capital”, mas a consciência de um anta-
ressalva, ele não deseja com isto negar a gonismo é que engendra e forma as
condição ou a existência da classe e da classes, no texto: Algumas observações
exploração de classe quando estas no- sobre classe e “falsa consciência”:
ções de pertencimento não ocorrem:

“Para dizê-lo com todas as letras: as classes


“Mas um erro semelhante é diariamente não existem como entidades separadas que
cometido do outro lado da divisória ideológi- olham ao redor, acham um inimigo de classe
ca. Sob uma forma, é uma negação pura e e partem para a batalha. Ao contrário, para
simples. Como a tosca noção de classe atribu- mim, as pessoas se vêem numa sociedade
ída a Marx pode ser criticada sem dificulda- estruturada de certo modo (por meio de rela-
des, assume-se que qualquer noção de classe é ções de produção fundamentalmente), supor-
uma construção teórica pejorativa, imposta tam a exploração (ou buscam manter poder
às evidências. Nega-se absolutamente a exis- sobre os explorados), identificam os nós dos
tência da classe” (THOMPSON, 2011, p. interesses antagônicos de tal processo de luta,
10, 11). descobrem a si mesmas como classe, vindo,
Além da política e da economia a 21
cultura deve ser levada em consideração “[...] em sua exaltação da experiência Thompson
deixa de lada a classe em si, pois a luta é, para ele,
para a consciência de classe, que emerge uma resultante e não o motor do movimento, não é
da luta de classes e é central para o au- causadora, mas sim consequência. A experiência
tor na formação da classe como um to- que resume todas as experiências é a experiência
de luta” (CARRERA, 2014, p. 147).

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pois, a fazer a descoberta da sua consciência veio a amadurecer uma consciência de


de classe” (THOMPSON, 2001, p. 278). classe, no sentido marxista tradicional,
mais claramente definida, com a qual os
trabalhadores estavam cientes de pros-
Apesar de uma aparente oposição seguir por conta própria em lutas anti-
neste ponto em relação à citação de gas e novas” (THOMPSON, 1987, p.
Marx na Miséria da filosofia da classe 304).
“para o capital”, no mesmo texto de
Esta citação corrobora com a nossa
Marx existe uma similitude clara com a
visão de que Thompson e Marx não se
ideia de Thompson de que é a partir da
encontram em um choque antagônico e
luta que a classe se forma (apesar de
que suas teses são de todo diametral-
Marx enfatizar mais a questão econô-
mente opostas (porém, não existe uma
mica e não falar em termos de experiên-
similitude completa, tanto em termos de
cia), afinal é na “luta que a classe se
objeto como de limite epistêmico), e ao
constitui” (MARX, 1985, p. 176), assim
analisar o sua obra: A Miséria da teoria
como para Thompson é com luta que a
(1981) já citada se pode ver como o au-
classe se faz (THOMPSON, 2001, p.
tor vê a experiência (central para a
278) e não deve ser encarada como uma
consciência de classe e para o “fazer-se”
concepção estática e heurística (THO-
da classe) num sentido que guarda refe-
MPSON, 2001).
rência ao filósofo alemão, para Thomp-
Apesar de amigo e admirador das te- son:
ses de Thompson, outro historiador in-
A “experiência” (descobrimos) foi,
12 glês, Eric Hobsbawm (1917-2012), afir-
ma que:
em última instância, gerada na “vida
material”, foi estruturada em termos de
[...] se o período que Thompson es- classe, e, consequentemente o “ser soci-
tudou é, neste e em outros aspectos, al” determinou a “consciência social”.
crucial para a emergência, para o ‘fazer- La Strucuture ainda domina a experiên-
se’ da classe operária inglesa, Thomp- cia, mas dessa perspectiva sua influência
son me parece estar errado ao sugerir – determinada é pequena (THOMPSON,
pois ele não vai além disso – que as 1981, p. 189).
classes trabalhadoras do período anteri-
Não como uma relação de causa e
or ao cartismo, ou mesmo durante este
efeito, economia = classe ou outros ma-
movimento, eram a classe trabalhadora
niqueísmos e abordagens simplistas, que
como ela iria se desenvolver mais tarde
o historiador percebe o processo de
(HOBSBAWM, 2000, p. 281).
formação, conscientização e luta de
Neste sentido, as flutuações econô- classes, não como reflexo da estrutura e
micas e outras correlatas como as me- muito menos pelo simples fato de per-
tamorfoses da política inglesa iriam in- tencer a determinado setor do sistema
cidir de forma mais determinante que a produtivo no interior do modo de pro-
experiência operária estudada por dução, mas como resultado de uma re-
Thompson no “fazer-se” do operariado lação histórica, de determinados contex-
enquanto classe. O que não quer dizer tos e não como uma “coisa” advinda da
nem que Thompson negue a realidade economia capitalista22, por isto o autor é
opressiva do capital e nem rompa com a
dialética marxista, afinal, no volume III 22
“O fazer-se da classe operária é um fato tanto da
ele afirma que: “De 1830 em diante, história política e cultural quanto da econômica”
(THOMPSON, 1987, p. 17).

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Revista Piauiense de História Social e do Trabalho. Ano III, n. 04. Janeiro-Julho de 2017. Parnaíba-PI

tão lido, relido e criticado, assim como O artigo ao por uma exposição dupla
Marx igualmente. sobre a abordagem do conceito entendi-
do por Marx e Thompson deseja contri-
buir para reafirmar, concordando com o
Considerações Finais pressuposto de que a realidade é classis-
ta das sociedades capitalistas, buscando
O artigo através de uma análise bi- seja pela vertente teórica exclusivamen-
bliográfica demonstrou como o uso do te baseada em Marx ou em Thompson
conceito de classe, basilar no paradigma (melhor é quando as duas se aglutinam
histórico do materialismo histórico tem e não se excluem) estudar a sociedade
um uso difuso e não sistemático nos enfatizando o papel das classes e da
textos de Marx, o que inviabiliza gene- consciência de classe, da luta de classes
ralizações como “economicista” ou “de- e do papel que elas representam na his-
terminista” para uso do conceito de tória (HOBSBAWM, 2000).
classe por Marx, afinal, enfatizou-se o
tempo do autor, seu contexto histórico e As greves e os conflitos com o Estado
lugar de produção, além dos limites ainda presentes na sociedade, servem
epistemológicos (no caso, leia-se a eco- para nós sermos levados a pensar como
nomia política inglesa, a filosofia políti- as demandas e assuntos da maior parte
ca revolucionária francesa e o idealismo da sociedade (no caso os trabalhadores e
dialético hegeliano) de Marx no século não apenas exclusivamente os operá-
XIX. rios) estão em constante choque, não
sentindo na realidade imediata, no coti-
A questão econômica e a essenciali-
dade revolucionária do proletariado são
diano os seus interesses serem alvo de
consideração24 por parte da esfera políti-
13
marcas determinantes dos primeiros ca, neste sentido apenas os átomos pro-
textos de Marx quando o autor pensa a letários continuam estilhaçados, atomi-
classe, respectivamente aqui Miséria da zados e assim o são continuamente
Filosofia e Sagrada Família, obras do mantidos por intermédio de várias me-
chamado “Jovem Marx”, embora não didas de alienação e submissão por par-
concordemos com tal corte epistêmico.23 te do Estado.
Entretanto quando confrontados com a
visão de Thompson em seu prefácio de Como mostramos na epígrafe do tra-
1963 a The Making of the English Work balho, não se trata de buscar reafirmar a
Class (3 vol.) onde o historiador inglês existência da luta de classes, ela é pre-
enfatiza a luta como produtora da cons- sente, viva e constante, estando para
ciência e esta da classe, vimos que Marx além dos limites do universo fabril e da
na Miséria da Filosofia já alude ao ponto, dicotomia burguês/proletário25, outra
o que impedi argumentações que colo-
quem os autores em uma dicotomia 24
Por isto os abalos e conflitos entre a sociedade,
(assimétrica ou não) “economicis- neste caso enfatizando os trabalhadores e o Estado.
ta/culturalista”. Como Aristóteles já exortava: “Quando se preten-
de que um Estado dure por muito tempo, é preciso
interessar todas as suas partes na sua conservação e
fazer com que a desejem” (ARISTÓTELES, 1998,
23
Tentar mensurar e dividir em esquemas cronoló- p. 291).
25
gicos uma obra é sempre problemático. Em relação Como aponta Félix Guatarri: “A luta de classes
ao “Jovem Marx/Marx maduro”, Fernando Maga- não passa mais simplesmente por um front delimi-
lhaes ressalta que: “O corte epistemológico althus- tado entre os proletários e os burgueses, facilmente
seriano representa assim, graves riscos a história detectável nas cidades e nos vilarejos; ela está
do pensamento” (MAGALHÃES, 2013, p. 105). igualmente inscrita através de numerosos estigmas

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Messias Araujo Cardozo

dicotomia conceitual sobre a abordagem GORZ, André. Adeus ao proletariado:


do conceito de classe entre Marx e para além do socialismo. Ed. Rio de
Thompson, estabelecendo uma hierar- Janeiro: Forense Universitária, 1987.
quia ou algo do tipo seria igualmente
estanque e sem nexo para uma análise GUATARRI, Félix. Revolução Mole-
das classes sociais na contemporaneida- cular: pulsões políticas do desejo. 3ª
de que cada vez mais subordina milhões ed. São Paulo: Brasiliense, 1985.
ao capital, seja pelo trabalho manual ou HOBSBAWM, Eric. Sobre História.
outras formas de submis- Ed. São Paulo: Companhia das letras,
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