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DIREITO TRIBUTÁRIO I – 2010/01

Considerações iniciais – ( A 1ª aula foi anotada por Bruna)

• Prof. Guilherme Moro

• Enfoque Constitucional

• Código de Direito Tributário

• Avaliações sempre se darão nas segundas – feiras.

• Permitido consulta ao código na prova

• Avaliações: duas com valor 8,0 – discursiva/objetiva ou mista.

• 2 Seminários em sala – valor 2,0

-Primeira modalidade: 2 ou 3, com grupos de até 5 alunos

-Segunda modalidade: fichamento de texto com prazo de


uma semana, com, no máximo uma folha (frente e verso), MANUSCRITO.

• 1º Bimestre - Primeira avaliação: 06/04

• 2º Bimestre – imunidade (limitação do poder de tributar)

- isenção

- espécies tributárias – imposto é diferente de tributo

- Legislação tributária – característica do Direito tributário

- lei ordinária pode derrogar esse benefício?

• Métodos de estudo: caderno

Seminários - jurisprudências

Bibliográfico

• Bibliografia Básica: Paulo de Barros Carvalho – curso de direito tributário (trib. I e II).

Roque Antonio Carrazza – curso de direito Constitucional


tributário (possui viés mais constitucional, utilizado em concursos e direito
tributário I).

Geraldo Ataliba – hipóteses de incidência tributária ( não dá


conta de toda a matéria, somente aborda conceito e classificação).

• Bibliografia complementar: Sasha Calmon Navarro Coelho – Curso de dto trib.

José Roberto vieira – Regra matriz de incidência


de IPI (somente a primeira parte).

José Eduardo Soares de Mello

Ariomar Baleeiro – limitações ao poder de tributar

______Aula 01/02
1

Marly A.B. Tomasoni


DIREITO TRIBUTÁRIO I – 2010/01

O Estado ao exigir tributo realiza atos administrativos.

A ele é conferido o Poder de Tributar, ou seja, somente ele que tem o poder de tributar,
segundo a Constituição Federal.

______Aula 02/02

• Direito Tributário (PESQUISAS PREFERENCIALMENTE EM OBRAS ANTERIORES A


2004)

Noções fundamentais:

• Ciência do Direito Tributário x Direito Tributário Positivo

Norma é diferente de lei, de decreto, portaria, medida provisória. A norma é


construída abstratamente. Deve passar pela análise de constitucionalidade, ou
seja, deve ser constitucional. Elabora-se a lei após se fazer a leitura de mais de 65
leis, leis complementares CTN. Existem mais de 65 leis ordinárias versando sobre
IR.

A interpretação da lei e da norma deve sempre ser compatível com direitos


fundamentais de 88, e quem estabelece qual é a forma que a lei deverá ser
interpretada é o poder judiciário.

O direito tributário positivado é o conjunto de instruções normativas que regulam a


tributação. O direito tributário positivado consiste nas obrigações e direitos,
enquanto a ciência do direito tributário se encarrega de interpretar estas normas
que prescrevem obrigações e direitos.

• Linguagem descritiva X prescritiva

Na ciência do Dto., o jurista descreve, já no dto positivado, a linguagem é


prescritiva –ordens.

• Linguagem científica x comum “técnica”

A linguagem utilizada pelo jurista é cientificamente adequada.

• Norma Jurídica x texto positivado

Norma jurídica não é sinônimo de lei. Texto positivado é o sinônimo de lei. Norma
jurídica é uma construção feita por interpretes, e refere-se à portarias, atos e decretos.
O regulamento IP, por exemplo, é um decreto.

A CPMF – tributo criado com a finalidade de financiar o setor da saúde. Teoricamente,


este possui uma finalidade e sendo assim, não pode ser considerado imposto, e sim uma
contribução social, vez que o Imposto em si, não tem finalidade determinada.

Marly A.B. Tomasoni


DIREITO TRIBUTÁRIO I – 2010/01

A norma tributária estabelece uma obrigação tributária. Ela tem uma compostura muito
semelhante à da norma jurídica, ou seja, é estabelecida pelos dois elementos
fundamentais: hipótese de incidência tributaria e conseqüência.

A norma é estabelecida por:

- Hipótese –Se ocorrer o evento X(hipótese de incid. Tributária), exemplo: se a


empresa importar algum produto

- Conseqüência - Então deve ser a conseqüência Y - é abstrata e dela surge uma


obrigação jurídica que poderá ou não ser cumprida. Se a empresa vender, surge uma
obrigação de pagamento de ICMS; se a pessoa física aufere renda, é obrigada a pagar IR.
A conseqüência é sempre a obrigação de pagar tributo, e é sempre de natureza
pecuniária.

• Ciência do Dto Tributário

- Autonomia didática – O direito tributário tem a sua autonomia meramente


didática, porém, na pratica, o advogado deve ter conhecimento de mais searas
para poder exerce-lo e entende-lo, vez que o direito possui interdisciplinaridade.

- Interdisciplinariedade

- Constitucionalização

- Objeto - tributo

- Denominação – ente tributante: tem direitos e deveres

- contribuinte: direitos e deveres

O direito tributário possui ampla constitucionalização, pois grande parte de sua


matéria, encontra-se na Constituição Federal, característica esta, exclusiva do
direito tributário brasileiro.

- Aspectos práticos – o direito tributário está centrado na atividade financeira.

- RECEITA – O tributário está na receita, que são praticamente 90% das receitas
brasileiras.

originária: - O Estado aufere equiparada aos particulares, ex:financiamento

Marly A.B. Tomasoni


DIREITO TRIBUTÁRIO I – 2010/01

- Derivada - O Estado sempre aufere renda através de seu


Poder de Estado e exige dos particulares aquela receita. 40 % do PIB é constituído
de tributação.

- GESTÃO

- DESPESA –

________AULA – 08/02

SITEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO

NOÇÃO DE SISTEMA: é o conjunto de elementos (unidades) organizados em torno de uma


estrutura principal, ou seja, elementos que formam o sistema em que o elemento maior
comanda essa organização. Os elementos que formam o sistema são dois:

TÉRCIO S. FERRAZ - REPERTÓRIO- conjunto de individualidade que dá substrato ao


sistema.

- ESTRUTURA- organização que direciona os demais elementos do


sistema. Ou seja, refere-se a organização destas individualidades, sempre
interrelacionando-as.

Essas normas organizadas por principio limitador que compõe o sistema jurídico. Esse
principio diz como a norma pode ser aplicada, alterada ou extinta. Tal principio unificador
está contido na constituição. A carta constitucional é uma estrutura que tem normas
hierarquizadas com relação de subordinação tal qual traça Kelsen demonstrando o
sistema numa pirâmide cuja a C.F. está no ápice, cujo direito positivado, apresenta-se
como fundamento para todas as normas, ou seja, a C.F. estrutura o sistema.

SISTEMA JURÍDICO

O sistema jurídico pode ser assim organizado:

- Repertorio: conjunto de normas jurídicas

- Estrutura: principio unificador, informa como a norma poderá ser


incluída, alterada ou extinta. A estrutura é a CF, que nada mais é do que a diretriz, o
fundamento de validade das demais normas jurídicas.

Norma Inconstitucional: norma que não se enquadra na nossa estrutura do sistema


jurídico.

As Normas Jurídicas podem ser classificadas como:

-Normas de conduta: regulam o comportamento das pessoas,


estabelecendo proibição, faculdade ou obrigação;

- Normas de estrutura: regulam outras normas jurídicas: norma de


competência que diz qual é a casa, quantos membros, como votam, como
outra norma deve ser aplicada.

Marly A.B. Tomasoni


DIREITO TRIBUTÁRIO I – 2010/01

O art. 153, I, C.F. traz norma de estrutura que diz que compete à União instituir impostos
sobre importação e exportação. A norma de estrutura não cria, apenas outorga poderes
tributários.

As normas de comportamento obrigam o comportamento, ou proíbem, ou estabelecem


faculdade. Trata-se de lei ordinária determinando alíquota, momento coeficiente
tributário.

Normas de imunidade é norma de estrutura, e toda norma de estrutura está contida no


texto constitucional.

SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO

Antes de ser tributário é constitucional, é regrado pela constituição:

art. 153 traz competência da união para tributar desde que de forma isonômica,
capacidade cognitiva etc.

art. 155 traz capacidade ao estado de instituir impostos.

art. 156 municípios.

- Carga Axiológica

O sistema constitucional tributário é um subsistema. As normas constitucionais são


normas impregnadas de valores, ou seja, possuem grande carga axiológica. O fato de não
tributar a igreja, e um fato cultural que axiologicamente influenciou a aplicação da norma.
Quando uma norma imuniza alguém, a instituição está tutelando valores, tais como:
propriedade e liberdade.

- Paridade

CARACTERÍSTICAS

- Ampla Constitucionalizacao: suas principais normas estão na CF.

- Rigidez: depende de um processo complexo e formal para a sua alteração

- Amplitude - nosso sistema constitucional discrimina competência tributaria, pois seus


temas são amplos.

- Exaustividade : tem tanta norma tributaria na CF, que já se esgotou ao tema, e nada
restou-se ao legislador infraconstitucional.

- Pouca mobilidade - O sistema constitucional tributário não deixa mobilidade ao legislador


ordinário sendo que este não poderá inovar ou criar nova lei. Significa dizer que o
problema do nosso sistema tributário é que a constituição é ótima, mas a aplicação
ordinária infraconstitucional é péssima.

- Discriminação de Competência- existe poder de tributar- discrimina as competências


tributarias ou mecanismos pelos quais se estrutura dizendo quais impostos podem ser
tributados, podem ser instituídos por cada setor ao mesmo tempo em que limita o poder
de tributar, podendo-se cobrar impostos desde que haja fisionomia, capacidade cognitiva,
deve estar em lei, que não retroaja a ponto de prejudicar o particular.

- Limitações: as formas de limitação do poder de tributar são: princípios tributários e


imunidades. Os princípios são os meios pelos quais se limitam o poder de tributar.

- Quatro Plexos Normativos - existem 4 esferas que pode ejetar normas:

Marly A.B. Tomasoni


DIREITO TRIBUTÁRIO I – 2010/01

--união, estado e município ( âmbito interno) e perspectiva internacional (âmbito externo),


são os tratados internacionais em que a união federal representa o Brasil e atua na
captação dupla interna e externa.

- Cláusulas Pétreas- art. 60, § 4º - inalteráveis. Uma eventual reforma tributaria não pode
alterar tais temas contidos nas clausulas pétreas. Geraldo Ataliba.

ASPECTOS CRÍTICOS

- Extensão e Complexidade - o conjunto de normas leva à necessidade de


analisar as normas tributarias da União, Estados (mais de 20), municípios (mais
de 5 mil) ficando inviável tal análise .

- Instabilidade Normativa- necessita ser acompanhada constantemente, pois


vive mudando.

- Sistema tributário é plasmado por políticos - atores da sociedade atuam no


Congresso Nacional, Assembléia Legislativa, e Câmara dos vereadores
conformando o sistema tributário resultante em menos dano para eles, são os
setores da metalurgia, química, da construção civil, dentre outros, que criam
micro sistemas com sistema tributário diferenciado a fim de favorecer o setor.

- Baixa adesão social - pelo exposto acima, o estado tem dispêndio pelo aparato
de fiscalização e controle do cumprimento das obrigações pelos particulares,
com isso, o sistema tributário possui baixa adesão social pelos indivíduos com
menor capacidade de pressão sobre o poder político, portanto arca com uma
carga tributaria superior.

__________Aula 09/ 02

TRIBUTO

REGRA MATRIZ DE INCIDÊNCIA: toda prestação pecuniária compulsória, em moeda cujo


valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

- O tributo tem natureza compulsória, ou seja, tem de ser cumprido e pode ser exigido. É
uma obrigação de dar, de pagar.

- A doutrina entende que os serviços obrigatórios também podem ser considerados


tributos, pois os mesmos tem cunho pecuniário. Porém, ao ver da lei, o serviço não é
considerado um tributo.

- O tributo pode ser oriundo de alguma sanção, desde que devidamente prevista em lei.

- Existem normas que são estritas, e tratam diretamente de um tributo. Existem também,
as normas acessórias, que impõe sanção e prevêem como deve ser feito para se prevenir
a sanção tributaria.

- A hipótese de incidência tributaria possui três elementos: o critério material, temporal e


especial. Ou seja, o fato tem de ser localizado no tempo e no espaço. Ex: taxa de ICMS ,
que varia de estado para estado.

__________Aula 22/02 - Seminário

__________Aula 23/02

NATUREZA JURÍDICA DOS TRIBUTOS

A natureza jurídica do tributo é formada pela hipótese de incidência.

- BINÔMIO – HI X BC

Marly A.B. Tomasoni


DIREITO TRIBUTÁRIO I – 2010/01

________________________________________RMIT__________________________________________
__________HI (normas tributárias)___________________CONSEQÜÊNCIA
TRIBUTÁRIA____________________
Descrevem o fato gerador do tributo
Sujeito ativo
Critério material Critério pessoal
Critério espacial Sujeito passivo
Critério temporal
Base de
Cálculo - BC
Crit. quantitativo
Alíquota
- HI – art. 4ª, CTN

- BC – art. 145, §2º, C/C 154,I,CF

- CONFLITO HI X BC

CLASSIFICAÇÃO *** (concurso)

• VINCULADOS – DIRETAMENTE

- INDIRETAMENTE

• NÃO VINCULADOS

-ATUAÇÃO ESTATAL

- Contribuicao de melhoria: é um tributo que decorre de uma obra publica. Ex.: uma obra
publica, como o asfalto, acaba por valorizar um imóvel. Este é um motivo para cobrar
tributos do contribuinte. É indiretamente vinculado, pois não necessita somente da
atuação do Estado.

TRIBUTAÇÃO

1-PERSPECTIVA SÓCIO-POLÍTICA

2- CONFLITOS – refere-se ao conflito de arrecadação entre a união e o município, como o


ISS e o INSS.

3- OBJETIVOS

4- TRIBUTOS DIRETOS E INDIRETOS.

- Extrafiscalidade: quando o tributo possui funções extrafiscais, ou seja, não é para


arrecadação, mas sim para controlar, incentivar ou inibir comportamentos sociais. Ex:
multa por dirigir alcoolizado, tem o objetivo de prevenir acidentes.

__________Aula 01/03

__________Aula 02/03

__________Aula 08/03

__________Aula 09/03

__________Aula 15/03

Marly A.B. Tomasoni


DIREITO TRIBUTÁRIO I – 2010/01

Existem dentre os princípios tributários, dois que são fundamentais: o principio da


isonomia e o principio da capacidade tributária.

PRINCÍPIO DA ISONOMIA TRIBUTÁRIA – acaba sendo previsto e confirmado pelo art. 5º


caput, I, e art. 150, II, CF. A Constituição estabelece que o regime jurídico deve ser
plasmado por esse nonagesimal. Ninguém pode ser tratado de modo diferenciado pela
lei. Deve-se trabalhar com a análise de que se deve ter os mesmos direitos e obrigações.
Há critérios de diferenciação para averiguar a igualdade. Ninguém pode submeter a
regime jurídico diferenciado um indivíduo nas mesmas condições que um outro que não
recebeu o mesmo tratamento. – artigo 150, II,CF.

Quando se fala em isonomia, a igualdade material é o que interessa e não a formal que
está em lei. Deve-se analisar a igualdade no plano concreto. Em verdade, todos os
contribuintes estão em situação diferente. Duas empresas nunca são semelhantes, por
mais que estejam atuando no mesmo ramo, apresentam o mesmo tipo de sociedade,
portanto, não podem ser submetidas ao mesmo regime.

O constituinte determina que o critério FUNÇÃO/OCUPAÇÃO é vedado para evitar o


favorecimento de certas classes ou funções. O indivíduo pode escolher seu regime.

CABM – analisou o principio da isonomia e concluiu que dele decorrem critérios de


diferenciação que sejam igualitários:

• SINGULARIZAR O DESTINATÁRIO – da norma tributária. Para ser isonômica, a


norma tributária não pode singularizar, criar normas voltadas a uma empresa ( é o
que ocorre com normas que concedem benefícios fiscais), ao contrário, devem ser
genéricas, abstratas, sem identificar o contribuinte. Por exemplo, o setor
automotivo – em Curitiba, o Estado concedeu benefícios fiscais, leis de
favorecimento para esse setor. Quando um particular assina acordo – contrato com
o Estado = esse ato é administrativo e para ele não poderá ser criado lei
estabelecendo regime jurídico diferenciado, mas sim, de forma isonômica, entre as
empresas automotivas. Este exemplo não se aplica, por exemplo, à empresas do
ramo alimentício.

• CRITÉRIOS DE DIFERENCIAÇÃO – que devem ser igualitários isonômicos. Trata-se


do fator discrímem. Tal fator deve ser comparativo com valores constitucionais.
Não existe liberdade absoluta para o legislador adotar os critérios de diferenciação.
Todas as empresas são diferentes entre si.

Ex1:uma lei ordinária que institui o regime jurídico sobre o IR – que diz que a alíquota
para homens é de 10% e para mulheres, de 30%. Essa norma não seria válida e os
indivíduos estão numa situação diferente. O critério de diferenciação utilizado nesse
exemplo é o sexo, ofendendo aos valores constitucionais.

Ex2 – critério de diferenciação: empresas de pequeno porte – afronta valores


constitucionais.

Ex3- Normas ambientais cujo critério de diferenciação é a poluição. Tal critério deve
ser ponderado atendendo ao principio da função social que obrigatoriamente deve ser
observada.

Ex4 - Regime jurídico diferenciado para empresas Ltda., ou S/A – critério afronta
valores constitucionais.

Ex 5- IPTU – tomado como critério de diferenciação quando não obediência à função


social, é autorizado por lei.

• FATOR DISCRÍMEM deve guardar pertinência a lógica do regime de tributação.


Se a tributação se dá sobre a

Marly A.B. Tomasoni


DIREITO TRIBUTÁRIO I – 2010/01

- folha de salário, o critério lógico é o volume da folha. ]

-No caso de IPTU – a lógica se dá sobre o bem imóvel (zoneamento, função


social.

-No caso de IR – o critério lógico adotado deverá ser a renda auferida. Se sobre
o

- consumo - o critério lógico a ser adotado será a essencialidade do produto.


Se

- ISS – o tipo de serviço prestado é o critério lógico (advocacia=5%, transporte


pú.= 2,5%)

- IPI – o critério lógico é decorrente do principio da seletividade e diz respeito à


essencialidade do produto. Mais essenciais – menor a tributação/ menos
essenciais - maior a tributação. Trata-se de um desdobramento da isonomia e
capacidade contributiva.

**PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA – ART. 145 trata-se da capacidade


contributiva - é o desdobramento do principio da isonomia partindo de valores
fundamentais. O critério de diferenciação = capacidade contributiva. Os principais
princípios estão no art. 150, CF – tratando do ajuste que se faz para aquele com menor
capacidade contributiva pague menos.

PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA. O § 1º traz a idéia de que se deve atender a


capacidade contributiva. Capacidade contributiva é diferente de capacidade econômica.
A capacidade contributiva é a capacidade de o indivíduo contribuir sem colocar em risco a
sua existência e vida digna. Ou seja, do universo da capacidade econômica do indivíduo,
uma parcela corresponde à sua capacidade contributiva e ela é que será tributada.

No Brasil, essa aplicação não é satisfatória. O artigo 145, §1º - refere-se: “sempre que
possível “ os impostos serão pessoais. Sempre que possível – diz respeito aos impostos
pessoais no sentido de classificação entre impostos reais e pessoais não havendo uma
obrigação de ser um ou outro, PORÉM, OBRIGATORIAMENTE DEVERÁ SER OBSERVADA A
CAPACIDADE CONTRIBUTIVA.

Impostos Pessoais – são os impostos que permitem observar a capacidade contributiva, ou


seja, considera as características particulares da pessoa, por exemplo, a capacidade
contributiva (IR). No IR – há a gradação da alíquota conforme a capacidade contributiva:
quem ganha até 700 reais é isento daí para mais, há graus de alíquota.

Impostos Reais - são os impostos que levam em consideração as características da coisa,


do bem imóvel – IPTU, ICMS.

__________Aula 16/03

ANTERIORIDADE X IRRETROATIVIDADE – são dois princípios importantes por trazerem


exceções. Há diferenças entre eles.

O principio da anterioridade trata da questão de que se aumentar a carga tributária, a


empresa tem um prazo para se adequar à aplicação da lei. Mais tarde, porém acabou
resultando no desdobramento da geral para a nonagesimal.

PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA

- ART. 150, III, “b” e “c” – cada alínea trata de um principio.

Anterioridade Geral: é o que sempre informou o regime jurídico no Brasil. Relaciona-se o


principio da anterioridade com o exercício financeiro. A idéia de que só se pode cobrar o
tributo no exercício financeiro seguinte. Porém, se a lei tributária for instituída nos
últimos dias de dezembro de 2010, pela regra geral só poderia ser aplicada no exercício

Marly A.B. Tomasoni


DIREITO TRIBUTÁRIO I – 2010/01

financeiro seguinte, ou seja, já poderia ser cobrada no início de janeiro de 2011. Para se
evitar essa situação, a alínea “c” do art.150, III traz a

Anterioridade Específica : por ela, é vedado cobrar tributos antes de 90 dias da data em
que haja publicada a lei que institui a lei, observando-se a alínea “b”. Ex – lei nos últimos
dias de dezembro não poderá ser aplicada em janeiro, somente em março –proporciona
ao contribuinte, maior segurança jurídica.

- Exercício FINANCEIRO

- ISENÇÕES – SRT 104, III, CTN - esse dispositivo trata da questão de isenções – entra em
vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra sua publicação os
dispositivos de lei, referentes aos imposto sobre o patrimônio ou renda, inclusive nas
hipóteses em que haja extinção e isenções, salvo se a lei dispuser de modo mais favorável
e observado o art. 178. Ressalva que o aumento da carga tributária não se dá somente
em decorrência da alíquota, mas também no momento em que haja revogação de um
benefício fiscal.

Portanto, um comerciante de determinado produto – computadores, e há uma lei que cria


isenção. Pela regra geral, sobre esse produto incidiria uma alíquota de 2%, porém para
ele a alíquota será de zero %. Se posteriormente à data de hoje existir uma lei revogando
essa isenção, esse indivíduo começará a pagar o tributo de maneira imediata no exercício
do ano seguinte, sobre a alíquota de 2%. Obviamente que nesse caso, implica um
aumento de carga tributária. Art. 104,III CTN.

A) EXCEÇÕES – “b” – EXERCÍCIO FINANCEIRO – exceções à anterioridade geral.

I – IMPOSTOS EXTRAFISCAIS – ART. 153,I, II, IV,

§ 1º - I- I I ( imposto de importação), IE(imposto de exportação), IPI (imposto de


importação de produtos industrializados), IOF (regula o mercado financeiro) - estes
impostos podem ser instituídos ou majorados dentro do mesmo exercício financeiro. A
Constituição permite. Esses impostos apresentam caráter regulatório - extrafiscais – no
que tange à lei esses impostos podem ter sua alíquota alterada por meio de DECRETO –
ato do Poder Executivo. Trata-se de exceção à anterioridade geral – alínea “b”.

II – IEG ( imposto extraordinário de guerra) – 154,II – também é exceção ao principio da


anterioridade. Não observa o exercício financeiro seguinte.

III – EC – 148, I – Empréstimos compulsórios em calamidade de guerra – o inciso II


(anterioridade geral) não é incluído.

IV – AL – ICMS – COMBINADO COM 155, §4º, IV, “c” - setor dos combustíveis – a alíquota
do ICMS pode ser alterada sem observância do exercício financeiro – trata-se de exceção
ao principio de legalidade e anterioridade geral – do exercício financeiro.

VI – CONTRIB. SOCIAIS – 195, §6º - ver acima. Contribuições sociais, só seguem o prazo
de 90 dias e não é preciso observar a anterioridade geral.

B) EXCEÇÕES – ligadas à anterioridade nonagesimal alínea “c”

I- IMPOSTOS EXTRAFISCAIS – ART. 153, I, II, V,

Impostos: IE, II, IR, IOF – Não é o mesmo rol extrafiscais da alínea b – nesse inciso, o IR
pode ser alterado sem observância do prazo nonagesimal (noventa dias e não 3 meses –
obs fevereiro não tem 30 dias), mas deve respeitar o transcurso do exercício financeiro –
trata-se de uma exceção à anterioridade nonagesimal. Ou seja, o IR pode ter sua
alíquota majorada em 31 de dezembro e ser aplicado dia 01/01 do exercício financeiro

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Marly A.B. Tomasoni


DIREITO TRIBUTÁRIO I – 2010/01

seguinte. O IPI não. O IPI pode ser alterado no mesmo exercício financeiro, mas deve ser
observado o prazo de noventa dias.

II – IEG – exceção à anterioridade geral e nonagesimal

III – EC – 148, I – exceção às duas regras também.

IV – BC DO IPVA/IPTU – 155, III e 156, I – no final do ano as prefeituras ( IPTU) e Estado


(IPVA) podem majorar a BC do IPTU e IPVA, sem observância do prazo nonagesimal.
Basta virar o exercício financeiro.

PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE – a irretroatividade trata da segurança jurídica,


estabilidade das relações

-ART, 150, III, “a”, CF – proíbe que a União, Estados e Municípios cobrem tributos em
relação a fatos geradores ocorridos antes da vigência da lei que os houver instituído ou
majorado. O momento de aplicação da lei é diferente do momento da criação dela. De
modo geral, o CC estabelece que as leis devem se projetar ao futuro, para regular fatos
futuros, porém algumas leis são criadas hoje, para regular fatos pretéritos, que já
ocorreram, tais como anistia, perdão de dívidas, multas, parcelamentos, etc. -

ART. 5º, XXXVI, CF - -se de segurança jurídica estabelecida no art 5º,CF . A


irretroatividade não comporta exceções.

Irretroatividade – limite que regula esse tipo de lei que se volta a regular fato passado
que, no campo da tributação, é muito comum.

- APLICAÇÃO X CRIAÇÃO DA LEI - Esse postulado impede a criação de tributo em relação a


fatos geradores antes da publicação da lei.

- ADV – REDUÇÃO/DISPENSA – Tal postulado não impede a redução e dispensa de tributos.


A lei pode retroagir resultando em benefício, para dispensar tributos, parcelamentos, EX-
REFINS - criando situação mais favorável, ou dispensa tributos que já estão prescritos.

-QUESTÃO – FATOS PENDENTES – ART. 105, CTN

- FATOS PERIÓDICOS – Ex- IR - SÚMULA 584, STF

Esses casos são tratados de maneira diferenciada tendo em vista as peculiaridades que
eles carregam.

O artigo 105 – a doutrina e súmula consideram superado e inconstitucional o art. 105.

______I__________I__________________I_________________________I IR
1º/01/09 16/03/09 31/12/09 30/04/10

O fato gerador do IR não ocorre de maneira instantânea. O indivíduo paga o IR sobre toda
a renda que auferiu durante o exercício financeiro. Então o fato gerador se apresenta no
período do exercício financeiro – por isso é periódico.

. O ICMS, ao contrário é um fato gerador instantâneo, ou seja, ao vender a mercadoria


ocorreu o fato gerador.

__________Aula 22/03

Existem situações no ordenamento jurídico que permitem que o Estado incida no


patrimônio dos particulares e exproprie bens que são convertidos em pecúnia. A CF veda
que a tributação seja confiscatória. Ou seja, que venda o próprio bem para pagar o
tributo.

PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO

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Marly A.B. Tomasoni


DIREITO TRIBUTÁRIO I – 2010/01

Esse principio não vai dizer se a cobrança do tributo é confiscatória, inconstitucional ou


não. Traça um valor que apenas deve ser observado. Em algumas ocasiões fica fácil
visualizar. O IPTU cobrado a 25 % é considerado confiscatório, porém o ICMS a 2,5% é
considerado constitucional, não confiscatório. Não é o princípio do não confisco que vai
determinar de modo isolado se a cobrança é ou não confiscatória.

PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO – ARTIGO 150, 145, § 1º - traça um rumo, uma diretriz sobre
o poder de tributar. Não se trata de princípio que a tudo resolve. Portanto, não é
suficiente se dizer que alguns tributos são inconstitucionais porque não atendem ao
princípio do não confisco, ele obviamente apenas traça uma diretriz. A tributação não
pode ser tão gravosa a ponto de incidir na propriedade como um todo. A Atividade de
tributação não pode ser confiscatória, mas sim constitucional.

O artigo 150, em seu inciso IV diz que:– é vedado à União, Estados e Municípios utilizar
tributos para efeito de confisco. Ex1- IPTU- fica fácil visualizar que o município ao instituir
uma alíquota de 25% sobre o IPTU está aplicando um tributo de natureza confiscatória,
porque, em 4 anos, o município arrecadaria o valor equivalente ao valor da propriedade
em 100 %, estaria indo contra o princípio do não confisco.

Ex2- ICMS – uma alíquota de 10 % sobre o valor de ICMS (imposto sobre a venda de
mercadoria) não é considerada confiscatória.

Ex3- Telefonia – 27%, cigarro – 30 %.

Sobre os tributos diretos tais como IPTU, IPVA, IR – a tributação, quando confiscatória, fica
mais fácil visualizar.

TRIBUTOS DIRETOS – São aqueles que incidem sobre a materialidade econômica e


acabam deixando transparecer o caráter confiscatório mais facilmente – são eles: IR, IPVA,
IPTU etc. Imóvel urbano. São cobrados periodicamente.

TRIBUTOS INDIRETOS – São aqueles com repercussão econômica – ICMS, IPI – fica mais
difícil a visualização do caráter confiscatório. A tendência é que se aplique alíquotas
menores, em torno de 27 a 30%. Prof. José Soares de Mello. Não são periódicos, pois são
gerados instantaneamente, exemplo, na compra de um produto. O consumidor paga ele
somente uma vez.

Artigo 150, IV, CF – faz referência expressa aos tributos. Essa redação diz respeito a
multas que incidem sobre o não cumprimento de obrigações tributárias. Tem-se leis
estadual e municipal estabelecendo multas no valor de 150% do valor de operação, 100%
do valor do PIB, são multas altíssimas. Tais multas nesse valor adquirem caráter
confiscatório por serem muito altas.

O FISCO de modo geral argumenta que o valor do tributo é que não pode ter caráter
confiscatório diferentemente da pena aplicada ao seu não cumprimento.

A jurisprudência não pacificou.

Dec. Tribunais superiores aplicando multa a 75% - representando um não caráter


confiscatório.

O princípio do não confisco Não diz se o tributo é confiscatório, apenas traça bases um
rumo. Fica claro o caráter confiscatório nos tributos diretos.

Se o indivíduo entrar com uma medida judicial contra a cobrança judicial por achar que a
alíquota é muito alta e, portanto, confiscatória, há uma carga de subjetividade nisso. A
parte interessada deve comprovar. Eventualmente o caráter confiscatório não será
analisado a partir de um único tributo. Numa empresa, por exemplo, deverão ser
analisados todos os tributos que ela paga. Tal princípio comporta um elevado grau de
discricionariedade por parte do aplicador. A parte que alega ser alta a alíquota
fundamentada apenas no princípio do não confisco, não terá sucesso, não é suficiente
para comprovar o caráter confiscatório.
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Marly A.B. Tomasoni


DIREITO TRIBUTÁRIO I – 2010/01

PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS ESPECÍFICOS – Não cumulatividade/ Seletividade/


Progressividade ( IR).

Informa o regime jurídico de alguns impostos:

PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE – é muito importante porque informa o


regime jurídico do ICMS,IPI, PIS e COFINS, impostos residuais, etc.

- ICMS e IPI – o Estado pode cobrar tributos como ICMS e IPI desde que de modo não
cumulativo.

• ICMS – art. 155,§2, I CF- O Estado pode instituir ICMS e será não cumulativo. Será
compensado o que foi cobrado nas operações anteriores com o que é devido
naquela operação.

• IPI – art. 153, § 3, II CF – será não cumulativo. Não é um benefício dado pelo
Estado, mas a Constituição é que não permite a cumulatividade.

EX - Tributo cobrado – ICMS numa Alíquota de 10 % para cada operação:

R$ 100,00 R$ 200,00 R$ 1000,00

Fabric contrib de direito Distribuidor-contrib de dir. Lojista –contrib de dir.


Contribuinte de fato

Débito: R$ 10,00 Débito: R$ 20,00 Débito: R$ 100,00

Crédito: 10,00 Crédito:R$ 20,00

“ + R$ 10,00 p/ Estado + R$ 80,00 p/ Estado = 100 %

Ex: na venda de calçados: Fabricante produz o calçado e cobra do distribuidor cem reais
pelo produto e paga alíquota de dez por cento de ICMS ao Estado. O distribuidor, por sua
vez vende para a loja, o mesmo produto, agora por duzentos reais e pela alíquota de dez
por cento deverá vinte reais. O lojista, agora venderá o produto a mil reais devendo
pagar um tributo de cem reais. Assim observado, apresenta-se cobrança de tributo na
forma cumulativa porque seguindo essa lógica, se o Estado aplica uma alíquota de dez por
cento sobre o valor da venda da loja, ele teria que receber 100 reais da loja, porém na
prática estaria recebendo 10 do fabricante + 20 do distribuidor + cem reais do lojista =
130 reais – mais de 100 % de mil que foi o preço final – ou seja, o distribuidor pagaria de
modo acumulado com o que já teria sido pago pelo fabricante na operação anterior.

O princípio da não cumulatividade diz que o contribuinte no momento em que vai pagar o
ICMS ou IPI pode abater os valores que forem pagos em transações anteriores. Ou seja, o
distribuidor se credita na operação anterior em dez reais, assim como o lojista na
operação anterior em vinte reais. É isso que prega o princípio da não cumulatividade. Aos
cofres públicos foram arrecadados em 100 reais = 10 % de 1000,00.

Tal princípio garante eficiência econômica, a geração de empregos, novos elos


econômicos que os produtos tenham dentro do mercado econômico interno, maior valor
agregado. Se maior o número de elos dentro da cadeia econômica não significa que irá
onerar mais o tributo.

• Impostos residuais – art. 154, I, CF – pode-se instituir novos impostos desde que
sejam NÃO CUMULATIVOS.

• Contribuições Residuais – art. 195, §6º, CF – devem ser não cumulativos também.

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Marly A.B. Tomasoni


DIREITO TRIBUTÁRIO I – 2010/01

Para esses tributos expostos nos itens ABCD esse princípio é obrigatório e sua aplicação
não é uma faculdade, não é um benefício do Estado. Já para outros tributos como os
infraconstitucionais, o ente tributante pode optar pela não cumulatividade.

E - PIS / COFINS NC – art. 195, CF- Pela EC nº 42/2003 foi estabelecido o regime da não
cumulatividade – São impostos que incidem sobre o faturamento da empresa.

**Lembrar que no PIS e COFINS coexistem o sistema não cumulativo - Numa alíquota de
9,25% podendo se creditar e o sistema cumulativo com uma alíquota de 3,65 % e não
podem se creditar.

-NC PRINCÍPIO DO VALOR AGREGADO –

Os tributos diretos se integram dentro de uma cadeia econômica – IPTU

Já, os indiretos repercutem na cadeia econômica, desse modo se entende que nessa
cadeia exista o contribuinte de direito e contribuinte de fato.

CONTRIBUINTE DE DIREITO E CONTRIBUINTE DE FATO

O contribuinte de direito é aquele que vai recolher o ICMS – é o sujeito passivo na cadeia
econômica.

= fabricante, distribuidor, lojista

O contribuinte de direito emite a nota fiscal, recolhe o valor do ICMS – é o sujeito passivo.

O consumidor final é quem se apresenta como contribuinte de fato = sujeito ativo é ele
quem vai suportar o encargo financeiro, o ônus econômico.

A jurisprudência e doutrina adotam esse entendimento, por exemplo, na repetição de


indébito tributário, no caso de restituição de tributos pagos indevidamente – art. 166,
CTN. Esse artigo trata de restituição de valores pagos indevidamente diz que a restituição
de tributos que comportem por sua natureza transferência do respectivo encargo
financeiro somente será feita por quem comprove haver assumido o devido encargo. Se o
fabricante acabar recolhendo valor a maior quererá pedir de volta o valor a mais, o artigo
diz no caso ele é o contribuinte de direito, ele se creditou, fez o recolhimento do tributo,
mas quem arcou com o valor a maior foi o contribuinte de fato, portanto somente poderia
pedir restituição dos valores pagos a maior seria o contribuinte de fato ( sujeito ativo). O
valor a maior não será restituído integralmente, o que poderá ser feito, é ser creditada a
diferença paga à maior, no pagamento de um ICMS, no caso, futuro.

- BENEFÍCIOS

-DIREITO SUBJETIVO CONSTITUCIONAL

- “COBRADO”

- VEDAÇÃO – art. 155

__________Aula 23/03

CONTRIBUINTE DE FATO E DE DIREITO – art. 166, CTN.

Nos tributos indiretos, o contribuinte de direito emite a nota e recolhe o valor do ICMS. Se
ele não pagar, o fisco exigirá do vendedor.

Existe relevância a favor do indivíduo que está comprando que é quem arca com o ônus –
contribuinte de fato, porque ele não tem como repassar.

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Marly A.B. Tomasoni


DIREITO TRIBUTÁRIO I – 2010/01

O art. 166, CTN – fala sobre os casos em que se pleiteiam valores pagos a maior –
somente é o contribuinte de fato que pode pedir a restituição do valor integral.

Ex: montadoras de veículos, pagavam antecipadamente o ICMS e pediram a restituição


dos valores a maior, mas a jurisprudência entendeu que somente o consumidor final, por
ter arcado com o custo do ICMS poderia pleitear a restituição do valor a maior – essa é a
repercussão do ICMS.

ICMS X IVA

O regime do ICMS é completamente diferente do regime jurídico do IVA

Regime do ICMS IVA ( imposto sobre valor


agregado- países europeus

-É não cumulativo
Há compensação,
mobilidade para
Trabalhar com o
IVA.
-Previsto na Constituição- os estados podem legislar
sobre o ICMS mas de maneira não cumulativa.
A regulamentação é
infraconstitucional
Portanto apresenta
maior mobilidade.
- Na não cumulatividade, serão verificados todos
os créditos que ele possui e será abatida diferença
próximo mês( segue o principio temporal). - O indivíduo só pode se
creditar no quando
vende a mercadoria.

NÃO CUMULATIVIDADE X PRINCÍPIO DO VALOR AGREGADO

O princípio se dá mediante a compensação dos valores perdidos num determinado


momento com os valores cobrados nas operações anteriores. Por esse princípio só pode
ser creditado no momento em que vende a mercadoria. A não cumulatividade se dá com
a não compensação.

“COBRADO”

Com base no termo “cobrado”, alguns FISCOS tentaram vedar o creditamento nas
situações em que não havia o pagamento dos tributos, ou seja, para esse contribuinte se
creditar na operação anterior do ICMS, deveria ser confirmado se esse fabricante teria
efetivamente pagos os 10 % aos cofres públicos, não bastando como prova, a nota fiscal –
essa tentativa foi entendida como inconstitucional. O indivíduo pode creditar dos valores
pagos anteriormente.

**VEDAÇÃO – A não cumulatividade é regra, mas apresenta uma exceção - O


creditamento só não ocorre – art. 155, § 2º, II, CF. A vedação só existe em relação ao
ICMS. Se a operação anterior foi beneficiada por um caso em que houve isenção ou a não
incidência, esse indivíduo não pode se creditar. Ex: se um fabricante consegue um
benefício fiscal do estado, não poderá se creditar.

Essa vedação só existe em relação ao ICMS e não ao IPI.

- ISENÇÃO NI -

LIMITES TEMPORAIS

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Marly A.B. Tomasoni


DIREITO TRIBUTÁRIO I – 2010/01

A não cumulatividade é considerada um direito subjetivo, não pode ser limitável, nem na
forma temporal, nem pelos entes tributantes. A constituição garantiu esse direito. Não se
trata de um benefício dado ao contribuinte é um direito decorrente da Constituição.
Alguns estados discutem a possibilidade de que um indivíduo que compra mercadoria com
um crédito de 10 %, só poderia se creditar de maneira parcelada, 25 parcelas, em 5 anos,
por exemplo. A legislação do ICMS atual diz que quando uma empresa compra um bem,
só pode gerar crédito de maneira parcelada – trata-se de uma limitação temporal ao
creditamento. A doutrina é pacífica no sentido de entender que essa limitação é
inconstitucional.

BASE DE CÁLCULO PRESUMIDA- Transporte – BC presumida

Existem legislações em alguns setores como transporte, ferro, cimento, em que tal
legislação estabelece que o valor devido do ICMS não será cobrado através do regime não
cumulativo, por temerem que o contribuinte invente um crédito que não é devido.

A legislação que estabelece que no setor de transportes as empresas não vão fazer
financiamento de débito e de crédito. Há uma base de cálculo presumida de 20 ou 30 %
do valor do serviço que ela presta. Se o produto é vendido por mil a lei presume que a
alíquota de 10 % incide sobre uma base de cálculo presumida de 50% do valor da venda.
Aplicar-se-ia uma alíquota de 10 % sobre 500 reais e se chegaria ao valor de 50 a ser
pago, sem direito de creditamento. A BC presumida favorece em alguns valores, mas na
maioria dos casos, ela acaba prejudicando.

Presunção refere-se à capacidade contributiva. No caso de base de cálculo nas operações


de vendas, além de ofender a capacidade contributiva, ofende também o princípio da não
cumulatividade. A não cumulatividade, o creditamento é um princípio constitucional e se
o contribuinte quiser sair desse regime lhe é facultado, caso queira optar pelo regime de
base de cálculo presumida. Esse regime sobre a base de cálculo presumida não é
inconstitucional, apenas não pode ser imposto sobre o contribuinte. Se ele quiser, segue
a regra geral, (não cumulatividade) ou seguir a base de cálculo presumida.

CORREÇÃO MONETÁRIA dos créditos do ICMS – chamados créditos escriturais- caso em


que o contribuinte demora a creditar determinado crédito, ou o fisco impede que ele
utilize determinado crédito. O contribuinte pode pleitear correção monetária desse
crédito. O fisco não aceita a atualização. Os tribunais entendem que se o crédito não pode
ser aproveitado por culpa exclusiva do contribuinte ele não pode ser atualizado
monetariamente. Mas se o contribuinte não pode utilizar o crédito por culpa do fisco, a
atualização monetária deve ocorrer.

IDONEIDADE (LEGITIMIDADE) DOCUMENTAL – Alguns estados dizem que só poderia abrir


aproveitamento do crédito em caso de completa idoneidade documental. O
posicionamento do STF em relação a essa limitação é no sentido de que a idoneidade
documental é presumida (se a nota fiscal não apresenta rasuras, aparência de
legitimidade) e é suficiente para se creditar.

PRINCÍPIO DA SELETIVIDADE – Trata-se de desdobramento da capacidade contributiva -


o princípio da seletividade deve ser conjugado ao princípio da progressividade que são, ao
lado da não cumulatividade, princípios específicos.

Esses princípios não informam a capacidade contributiva de todos os tributos. A


seletividade é um desdobramento da capacidade contributiva. É muito mais fácil se
estabelecer a capacidade contributiva em tributos diretos como o IR. É muito mais fácil
personalizar a carga tributária. Já nos tributos indiretos como o ICMS, é muito mais difícil
se analisar a capacidade contributiva – um calçado vendido a mil reais, com uma alíquota
de 10%, independe se quem compra o calçado tem muita ou pouca capacidade
contributiva. O mesmo quilo de farinha será vendido a um mesmo preço para o
contribuinte de fato de maior e para o de menor capacidade contributiva.

Esse princípio da capacidade contributiva é aplicado de maneira diferente nos tributos


indiretos – ICMS e do IPI.
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Marly A.B. Tomasoni


DIREITO TRIBUTÁRIO I – 2010/01

Como regra na seletividade, a alíquota se altera de acordo com a essencialidade do


produto. Sobre produtos menos essenciais (luxo- carro importado, cigarro, etc.) incide
uma alíquota maior, já sobre os produtos mais essenciais à vida, a alíquota incidente é
menor. O que norteia tal princípio é a essencialidade do produto.

IPI – OBRIGATÓRIO – 153, §3º, I e IV, CF – A seletividade tem comando obrigatório – “ O IPI
SERÁ SELETIVO em função da essencialidade do produto, e no inciso I e IV há uma
repercussão nas empresas, qual seja, o IPI terá seu impacto reduzido sob essa visão de
bens na forma da lei. Por exemplo, aquisição de bens essenciais à empresa
( maquinários, etc) para seu aprimoramento, terão a alíquota minorada ao IPI devido ao
caráter da essencialidade.

ICMS – FACULTATIVO – 155, §2º, III, CF – quando se analisa a seletividade em relação ao


ICMS, se observa que há uma faculdade. O ICMS “PODERÁ SER SELETIVO” em função
da essencialidade do produto e serviço. Portanto, o ICMS não precisa necessariamente
guardar relação com a seletividade e essencialidade do produto.

O Estado do Paraná possui 7 alíquotas diferentes sobre o ICMS – telefonia:27% -


questiona-se se a telefonia não seria um serviço essencial. Portanto, conclui-se que a
seletividade há certo grau de discricionariedade. O legislador tem liberdade para avaliar
se um bem é mais ou menos essencial e quanto mais ou menos essencial à sociedade.

Outro ponto é se a seletividade pode ser argüida perante o judiciário para impugnar
cobrança de tributo.

ESSENCIALIDADE DO PRODUTO

Sobre os produtos de menor essencialidade deve ser cobrada alíquota maior para os que
apresentam maior capacidade contributiva.

Ayres Barreto - A seletividade pode se dar pela variação da alíquota e natureza do


produto ou em relação ao mesmo produto, só que com valor maior. Na prática observa-
se que a variação da alíquota de acordo com o preço, valor da mercadoria acaba sendo
seletividade combinada com progressividade.

ALÍQUOTA – PRODUTOS

- PREÇOS – PROGRESSIVIDADE

CAPACIDADE CONTRIBUTIVA

DISCRICIONARIEDADE

PRINCÍPIO DA PROGRESSIVIDADE

OBRIGATÓRIA – IR – 153, §2º,I

- ITR -153, §4º,I

FACULTATIVA – IPTU – 156,§1º

OUTROS – II, IE, IGF e IOF

PROGRESSIVIDADE X PROPORCIONALIDADE

“ESCALA”

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