META DA AULA
OBJETIVOS
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:
1. INTRODUÇÃO
Densidade: classificação dos óleos pela sua densidade, para a qual se utiliza o
o
API (American Petroleum Institute). Os petróleos são classificados como leves (acima de
30 oAPI, cerca de 0,72 g/cm3), médios (entre 21 e 30 oAPI) ou pesados (abaixo de 21
o
API, cerca de 0,92 g/cm3). Em alguns casos petróleos com oAPI abaixo de 10 são
considerados como ultrapesados. Os óleos leves são os mais valorizados porque
permitem a maior produção de derivados leves, como a gasolina e o gás liquefeito de
petróleo (GLP), sem a necessidade de grandes investimentos nas refinarias.
o
API = (141,5/ρ) – 131,5 onde ρ é a densidade relativa medida
2. DERIVADOS DE PETRÓLEO
3. REFINO DE PETRÓLEO
Durante a vida de uma refinaria o tipo de petróleo que ela recebe pode ser
mudado, como também podem ser alteradas as especificações (qualidade) ou demanda
(quantidade) dos derivados por ela produzidos. Por isso pode-se dizer que toda refinaria
tem um certo grau de flexibilidade, ou seja, uma capacidade de reprogramação dinâmica
na operação do seu esquema de refino, que permite reajustar o funcionamento das
unidades para se adequar às mudanças no tipo de óleo, nas necessidades do mercado e
ambientais, além da inserção de novas unidades ao esquema de refino.
Além dos processos apresentados na Figura 6.2, as refinarias são dotadas dos
chamados processos auxiliares, que são aqueles que se destinam a fornecer insumos à
operação dos outros anteriormente citados, ou a tratar rejeitos desses mesmos
processos. Incluem-se, neste grupo, a geração de hidrogênio (para as unidades de
hidroprocessamento), a recuperação de enxofre (produção desse elemento a partir da
queima do gás ácido rico em H2S) e as utilidades (vapor, água, energia elétrica, ar
comprimido, distribuição de gás e óleo combustível, tratamento de efluentes, etc), que,
embora não sejam de fato unidades de processo são imprescindíveis a eles.
São sempre de natureza física e têm por objetivo dividir o petróleo em suas frações
básicas, ou processar uma fração previamente produzida, no sentido de retirar dela um
grupo específico de compostos. Os responsáveis por estas operações são agentes
físicos, seja por ação de energia (na forma de alteração de temperatura e/ou pressão) ou
de massa (na forma de relações de solubilidade a solventes) sobre o petróleo ou suas
frações.
Destilação
VERBETE
A precipitação eletrostática consiste na aplicação de um campo elétrico à emulsão,
passando-a entre eletrodos com elevada diferença de voltagem, alternando esse campo
elétrico. As gotas polarizam-se e tendem a se alinhar segundo as linhas de força do
campo elétrico. Desta forma, aproximam-se devido à atração entre as cargas de sinais
contrários, fazendo com que as gotas adjacentes se toquem e coalesçam. As mudanças
constantes do campo elétrico fazem com que as gotas se movimentem com grande
rapidez e mudando de sentido, aumentam as chances de choque e, portanto, de
coalescimento.
FIM DO VERBETE
O líquido frio que retorna à torre é chamado de refluxo. A sua vazão é controlada,
tendo como consequência uma temperatura menos elevada ou mais elevada no topo da
torre, dependendo da vazão de refluxo. A outra parte líquida constitui o produto de topo,
também chamado de destilado.
O líquido efluente da coluna, que sai pelo fundo, é encaminhado ao fervedor, onde
ocorrerá a vaporização de parte desse líquido. Os vapores formados serão a fonte de
calor para a coluna, permitindo a revaporização dos componentes mais leves do líquido,
que descem para a seção inferior com a conseqüente condensação dos componentes
mais pesados desse vapor. A parte não vaporizada do líquido efluente da coluna
constituirá o produto de fundo, também chamado de resíduo. Por esse processo de
condensações e vaporizações parciais e sucessivas, é possível obter produtos de alta
pureza, que são coletados em saídas laterais específicas da torre. A Figura 6.4 mostra um
esquema de uma torre de destilação atmosférica.
GLP (C3/C4): Pode ser produto final, ou produto intermediário, indo para a unidade
de lavagem cáustica, que será vista mais adiante;
Nafta (corte 20 a 220 oC): Podem ser produtos finais, armazenados em tanques
(como nafta petroquímica, gasolina ou solvente) ou produtos intermediários, indo para
unidade de lavagem cáustica regenerativa, ou ainda como carga para a unidade de
reforma catalítica (para gerar gasolina de melhor qualidade). A nafta é a grande matéria-
prima da indústria petroquímica, pois a partir dela são geradas as olefinas e os
aromáticos, chamados petroquímicos básicos;
Querosene (corte 150-300 oC): Pode ser produto final, tanto como querosene de
aviação ou de iluminação ou produto intermediário, indo para unidade de hidrotratamento
(HDT). Após essa unidade pode-se maximizar a produção de óleo Diesel ou ajustar a
viscosidade do óleo combustível;
Gasóleo atmosférico (corte 100-400 oC): Podem ser produtos finais, indo como óleo
Diesel armazenado em tanque ou produtos intermediários, alinhados para uma unidade
de HDT e depois como óleo Diesel para armazenamento.
Gasóleo de vácuo (corte 400-570 oC): Sempre são produtos intermediários que,
dependendo do esquema de refino (para produção de combustíveis ou lubrificantes),
serão cargas da unidade de craqueamento catalítico ou formarão cortes básicos para
lubrificantes;
Resíduo de vácuo (corte acima de 570 oC): Pode ser produto final, utilizado como
asfalto ou como óleo combustível, depois de diluído com correntes de menor viscosidade.
Como produto intermediário pode ser enviado para a unidade de coqueamento e/ou a
unidade de desasfaltação a solvente.
No resíduo de vácuo, ainda existem frações que podem ter uso mais nobre que o
simples emprego como óleo combustível, e que precisam ser recuperadas através de
extração com solventes. Estes tipos de processos se baseiam na capacidade de
solvência e de seletividade dos solventes empregados.
Craqueamento catalítico
VERBETE
Riser é um reator tubular de fluxo ascendente onde ocorrem 90 % das reações de
craqueamento.
FIM DO VERBETE
Gás combustível: vai para a unidade de tratamento DEA (para remover H 2S) e é
queimado em fornos e/ou caldeiras na própria refinaria, gerando energia;
GLP: vai para a unidade de tratamento DEA (para remover H2S), em seguida para
a unidade de tratamento cáustico (para remover mercaptans) e, daí, para
armazenamento em esfera;
Óleo leve: vai para a unidade de HDT e, depois, para armazenamento, como óleo
Diesel;
Óleo decantado: embora também contenha enxofre em alto teor, não é tratado e,
normalmente é misturado ao resíduo de vácuo da destilação, compondo o óleo
combustível.
Reforma catalítica
Coqueamento retardado
GLP: é composto, principalmente, por C3 e C4. Todo o GLP produzido será enviado
para tratamento DEA ou reprocessamento nas UFCC.
Nafta leve: apresenta baixo índice de octano (50-60), possuindo baixa estabilidade
(degradação de cor) e teor de goma elevado, devido à concentração de insaturados e
dissulfetos. Essa nafta pode ser enviada para a unidade de craqueamento.
Nafta pesada: A nafta pesada será enviada, juntamente com os gasóleos do coque,
para a unidade de HDT.
Processo DEA
Tratamento merox
Recentemente foi desenvolvida pela Petrobras uma nova aplicação para o HDT,
denominada H-BIO, que irá contribuir para a produção de óleo diesel usando uma parcela
de matéria-prima renovável. O processo H-BIO foi desenvolvido para inserir o
processamento de matéria-prima renovável no esquema de refino de petróleo e permitir a
utilização das instalações de HDT já existentes. O óleo vegetal ou animal é misturado
com frações de diesel de petróleo para ser hidroconvertido nestas unidades, com a
finalidade de reduzir o teor de enxofre e melhorar a qualidade do óleo diesel.
Foram realizados testes em planta-piloto com até 30 % de óleo vegetal na carga de
diesel do HDT, tendo gerado um produto que tem as mesmas características do diesel de
petróleo. Porém, o uso dessa alta proporção de óleo vegetal, nas unidades industriais de
HDT existentes, encontra restrições operacionais devido ao maior consumo de hidrogênio
e limitações de alguns equipamentos que não foram dimensionados para tal no seu
projeto original. Ainda no desenvolvimento desta tecnologia foram testados diferentes
óleos vegetais tais como soja e mamona, em diferentes condições de operação, que
evidenciaram as vantagens do processo onde se destaca o alto rendimento, de pelo
menos 95 % (em volume), em diesel. Para cada 100 litros de óleo de soja processados,
são produzidos 96 litros de óleo diesel.
O óleo vegetal é transformado em hidrocarbonetos parafínicos lineares, similares
aos existentes no óleo diesel de petróleo. Esses compostos contribuem para melhoria da
qualidade do óleo diesel final, destacando-se o aumento do número de cetano, que
garante melhor qualidade de ignição, e a redução da densidade e do teor de enxofre. O
benefício na qualidade final do produto é proporcional ao volume de óleo vegetal usado
no processo.
4. A INDÚSTRIA PETROQUÍMICA
4.1. Olefinas
BOXE CURIOSIDADE
A Braskem possui um processo novo que utiliza etanol obtido a partir de cana-de-açúcar
(sacarose) como matéria-prima para produção de eteno. Esta rota foi utilizada na década
de 1950 e no início da década de 1980, após a segunda crise de petróleo, em um
processo desenvolvido pelo Centro de Pesquisas da Petrobras para a unidade da então
Salgema, hoje Braskem.
VERBETE
Processo Houdry é uma unidade de craqueamento catalítico que utiliza reatores de leito
fixo em paralelo. A primeira unidade industrial do processo de craqueamento catalítico
entrou em operação em 1936, como resultado do trabalho pioneiro de Eugene Houdry
com o apoio de um grupo de empresas que mais tarde formariam a Mobil Oil.
FIM DO VERBETE
BOXE CURIOSIDADE
O butadieno é produzido na Índia pelo etanol por um processo em dois estágios em que
catalisadores contendo cobre são usados no estágio inicial de desidrogenação. A mistura
resultante é então desidratada à pressão atmosférica. A Rússia desenvolveu um processo
de um único estágio em fase vapor que envolve simultaneamente desidratação e
desidrogenação de álcool etílico.
4.3. Metanol
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA