MARQUES, Roberto1
PERILO, Marcelo2
Resumo
CENA 01: Karine é uma moça contumaz na Área Fértil. “Magra, branca e de estatura
baixa (...) utilizava geralmente sandálias, bermudas, blusas com estampas indianas e o
cabelo curto, o que conferia à garota uma notável androginia. Em um dos domingos, um
garoto que ainda não a conhecia lhe perguntou: ‘Você é menino ou menina?’.
Imediatamente, Karine levantou sua blusa até exibir o sutiã” (PERILO, 2012, p. 19).
CENA 02: “Serginha começa a falar sobre os avanços nas lutas de reconhecimento das
travestis locais e argumenta que devido a ação dela e de suas colegas, a cidade hoje se
apresenta promissora quanto a boa convivência social das travestis. Ela nos fala de um
grande reconhecimento do poder público de colocar atualmente em processo a produção
da lei municipal de instituição de um terceiro banheiro em casas comerciais de diversão
noturna. (...)Em uma casa conhecida da cidade (...) alegam que estavam se deslocando
1
Professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Regional do Cariri (URCA), Pós-
doutorando (IFCS/UFRJ). e-mail: r-marques01@uol.com.br
2
Doutorando em Antropologia Social (IFCH/Unicamp). e-mail: gymp3@hotmail.com
para o banheiro masculino e o vigilante do local disse, com muito respeito, que elas
‘estavam autorizadas a frequentar o banheiro feminino’” (COSTA, 2012, p. 134).
CENA 03: “(...) Os homens daqui, de Goiabeiras, adoram pegar ‘veados’. Tem também
o cemitério. Lá ninguém aborrece a gente! Pois todos têm medo das almas penadas! (...)
Pois é, aproveitamos desse medo do povo daqui e ‘damos uma’ com os ‘machos’!”
(FERREIRA, 2007, p. 383).
3
Consideramos a acepção de conduta sexual formulada por Gagnon (2006). Assim, quando mencionamos
"condutas homossexuais" não estamos sugerindo que os interlocutores mencionados tenham apenas
relações afetivo-sexuais com pessoas do mesmo sexo. Admitimos que tenham tido em algum momento
esse tipo de relação.
4
Nome fictício utilizado pelo autor.
O “urbano” como âmbito de expressão e convivência de grupos humanos heterogêneos consiste em uma
5
referência para os estudos socioespaciais ao menos desde Wirth (1967 [1938]) e a Escola de Chicago. A
elaboração de certas vivências da homossexualidade como que referenciada àquilo que concerne ao
“urbano” encontra ressonância nos estudos de gênero e sexualidade.
necessariamente a “cidade”. Contudo, os autores das cenas acima apresentam e refletem
situações onde condutas homossexuais são experimentadas em diferentes modalidades
em espaços bastante diversos daqueles que poderiam ser intitulados como “urbanos”,
apresentando-as como referências exemplares de reflexão sobre a territorialidades de
que falam. Estamos diante de trabalhos que favorecem o questionamento do binarismo
rural-urbano e a problematização da homossexualidade como que alocada em uma
espacialidade ou território específico.
Nesse artigo, propomos então questionar a relação entre homossexualidade e
“urbanidade”, que inclusive pressupõe a heterossexualidade como destino àquilo que
estaria alheio ao “urbano”. Ao fazê-lo estamos considerando a homossexualidade como
um lugar social, ou seja, “‘lugar’ simbólico, aberto a múltiplas incorporações, imagens e
personificações” (CARRARA, 2005, p. 23).
A ênfase na relação entre homossexualidade e “urbanidade” tem relação com
processos que tiveram forte impacto em “grandes metrópoles” – ao menos no Brasil.
Considerando como marco o processo de redemocratização que se estende desde os
últimos anos do governo militar e a promulgação da nova Constituição Federal, na
década de 1980 houve uma reestruturação do então chamado Movimento Homossexual
Brasileiro e a criação de novos grupos e organizações. Também nota-se a elaboração de
espaços de sociabilidade em vias públicas ou em estabelecimentos comerciais, assim
como um esboço das elaborações de políticas destinadas a pessoas com condutas homo
ou bissexual em função da epidemia de Aids nesta década (FACCHINI, 2005;
MACRAE, 2005). Processos intensificados nas décadas seguintes6, quando inclusive se
percebe uma crescente visibilidade da homossexualidade na esfera pública por conta da
ação de diversos atores sociais7 (FACCHINI, 2008).
Tendo em vista que esses processos se estendem nas últimas décadas, cabe
destacar que estes não geram impactos apenas em “grandes metrópoles” – ainda que se
6
Cabe destacar que na década de 1990 a oferta de produtos e serviços destinados a homossexuais é
ampliada. Considerando que o mercado se constitui na relação com o público que atende, em “grandes
metrópoles” também nota-se a oferta de produtos e serviços que atendem e criam consumidores e
demandas cada vez mais específicas (FRANÇA, 2010).
7
A aproximação dessas expressões políticas das noções de direitos civis e cidadania ocasionou também
diferentes formas de tematização do tema em diversos produtos distribuídos nacionalmente pelos meios
de comunicação de massa, precipitando novas experiências de recepção do tema em diferentes contextos.
considere a possibilidade de que ali possam ser percebidos mais intensamente. Esses
processos estão relacionados sobretudo a outras possibilidades de vivência da
homossexualidade, haja vista a recente proposição de políticas públicas e legislação que
atende tal população e ainda outras oportunidades de trânsito pelo espaço urbano.
Contudo, isso tampouco se trata de algo exclusivo ou necessariamente verificado em
“grandes metrópoles”. Dessa feita, neste texto nós atentamos para a relação estabelecida
entre sexualidades e espacialidades e insistimos na dissociação de vivências da
homossexualidade quando estas figuram como específicas de “grandes centros
urbanos”.
Ao retomarmos a homossexualidade como lugar social e, portanto, em constante
disputa (CARRARA, 2005), poderíamos dizer que pressupor que as cenas no início do
texto estariam em uma localização insuspeita ou excepcional configura-se como uma
generalização da experiência homossexual. Dessa forma, essas cenas poderiam ser
entendidas como exceção a uma regra geral e, ao mesmo tempo, instituiriam uma
curiosidade sobre as possibilidades de recepção dessas condutas em diversos contextos,
geralmente ordenados a partir do binarismo rural-urbano.
Insatisfeitos com a polarização entre praticas urbanas e práticas rurais, curiosos
com as relações bastante tematizadas na última década entre sexualidades e
espacialidades, tentaremos aqui perceber como alguns estudos que tematizaram
condutas sexuais e performances de gênero em contextos alheios aos das "grandes
metrópoles" favorecem a problematização do binarismo rural-urbano. Essa tarefa carece
de bastante esforço. Tentaremos, contudo, desempenhá-la recorrendo a um número
limitado de textos, como indicado a seguir.
8
Há ainda um léxico que conflui para a compreensão de um espaço alheio ou precariamente dotado de
referências de urbanidade: “roça”, “roçado”, “mato” e “sítio” (FERREIRA, 2008a; 2008b; 2007).
9
Também consta no texto a menção a “centro urbano de característica cosmopolita” (COSTA, 2012).
municípios a partir da região onde se encontram, seja a “campanha gaúcha” ou
“noroeste do Rio Grande do Sul” e, respectivamente, a “região do Cariri”. Considerando
que ambos os autores fazem menção a uma região e às cidades que a compõem, também
há o uso de termos que estabelecem uma relação de proporção entre os municípios
mencionados. “Cidades menores” e “cidade média” (COSTA, 2012), além de “cidades
de menor porte” (MARQUES, 2011) são exemplos de uma escala que se estabelece na
relação contingente entre os municípios indicados.
Em Perilo (2012) há menção à “região metropolitana” de Goiânia, mas salvo o
nome de algumas cidades nesta região não há elementos que sugiram dimensão ou
escala entre as mesmas. Marques (2011) menci ona o número de habitantes da cidade de
Crato (122 mil) e Ferreira também o faz com relação à Goiabeiras (5 mil), mas mesmo
que haja esse tipo de informação pouco se discorre acerca das características das
populações englobadas nos limites dos municípios. Em seu turno, Costa (2012) cita o
histórico do povoamento da região sobre a qual fala e também aponta que a mesma está
na fronteira entre o Brasil e Argentina, mas não consta o número de habitantes das
cidades que indica, tampouco da região.
Ferreira (2008a) localiza Goiabeiras no “nordeste do Brasil”, a partir daí
especifica indicando que tal município consta no “meio da caatinga”, mais precisamente
no “sertão do Ceará”. O autor não indica a distância desse município em relação à
“cidade grande” de Fortaleza. Contudo, em Marques (2013), Costa (2012) e Perilo
(2012) é possível ter referências sobre a distância entre as cidades, visto a menção à
quilometragem entre Crato e Fortaleza; a distância apresentada entre algumas cidades
gaúchas; e, respectivamente, a menção a bairros fronteiriços entre Goiânia e outras
cidades da “região metropolitana”. Cabe considerar ainda que nenhum autor faz menção
à área dos municípios indicados.
Nota-se, portanto, usos de referenciais diversos a partir de cada um dos textos a
fim de caracterização dos espaços a que se faz menção, o que vale tanto para o uso de
diferentes termos quanto para as noções apresentadas por seus autores com relação às
dimensões e às escalas consideradas. Contudo, a compreensão dos autores com relação
aos termos utilizados torna-se imprecisa para os leitores, visto que não há algo que
indique o que se pretende dizer com relação a “ambiente rural”, "centro urbano", "vila"
ou "mundo urbano", por exemplo.
Nos textos em destaque consta um hiato entre aquilo que se menciona e a
compreensão sobre os termos que aludem aos espaços. Em alguns momentos esse hiato
se amplia, haja vista a menção a outros termos, tais como “lugar” ou “espaço virtual” –
também imprecisos ou não delimitados. A ausência de uma atenção específica quanto
aos termos e escalas que remetem aos espaços talvez favoreça que as obras em destaque
resvalem em alguns pressupostos na relação entre rural-urbano que pode reforçar ou
problematizar essa oposição.
Agência e mediação
A partir dessa breve descrição e caracterização da forma de apresentação dos
espaços nos quatro estudos considerados neste artigo, pode-se afirmar que eles têm
potencial para favorecer o questionamento de que as práticas da diferença estariam
alocadas específica ou necessariamente em “grandes metrópoles”.
Tal questionamento, vale ressaltar, é construído a partir da justaposição de
alegorias bastante heterogêneas dessas “margens da metrópole”. Como ressaltado
acima, percebamos, por exemplo, que Goiabeiras possui 5 mil habitantes (FERREIRA
2008a) enquanto Goiânia conta com 1.393.57510 habitantes. Tais margens, portanto,
foram aqui aproximadas muito mais por contraste a uma realidade que lhes é externa
que por suas características particulares. Muito mais pelas formas de re(a)presentação
do “rural” e “urbano” que por uma reflexão sobre Goiabeiras, Crato, Santa Cruz, Itajaí e
demais municípios citados. Teríamos, portanto, o que poderíamos chamar de uma forma
de polarização atual entre rural e urbano acionada para localizar vivências, sujeitos,
lugares, precipitando suas identificações11.
Nesse mesmo empreendimento de reflexão, o destaque aos autores e a suas
trajetórias favorece que estes sejam compreendidos como agentes na mediação dos
10
Dados IBGE, 2013.
11
Os estudos antropológicos no Brasil contribuíram na construção dessa polarização. Sobre a
Antropologia Rural no Brasil, ver Ferreira (2008b). Sobre Antropologia Urbana, ver Eckert (2010).
lugares etnografados. Costa12, Ferreira13, Marques14 e Perilo15 nasceram, viveram ou
vivem nas localidades a partir das quais realizaram os estudos aqui considerados. Os
três primeiros desenvolveram as referidas pesquisas em instituições sediadas em Porto
Alegre, Brasília e Rio de Janeiro, respectivamente, sendo estas localidades distintas
daquelas onde nasceram. Esse deslocamento e suas implicações analíticas são
ressaltados em seus textos.
Essa atenção às trajetórias dos autores nos favorece pensar a ênfase que
oferecem no questionamento do imaginário e referências acerca das localidades e
regiões de onde provêm e sobre processos e relações que ali ocorrem. Os autores que
talvez mais se mobilizam no questionamento de imagens galvanizadas sobre as regiões
onde realizaram suas pesquisas são Ferreira e Marques.
Em uma denúncia ao que se escreveu sobre o camponês, Ferreira (2008a; 2008b;
2007) questiona a produção de conhecimento sobre o rural, elaborado em grandes
centros de estudo brasileiros. Em seu turno, Marques (2011) a partir do forró eletrônico
concorre com discursos que circunscrevem o Cariri aos signos de identificação com a
ideia de Nordeste. Em ambos os casos, os estudos rurais estariam amalgamados à
consolidação de um imaginário social sobre a nação e suas margens, em nome dos quais
se calam as vivências, as práticas e simbolizações dissonantes.
O deslocamento da polarização rural X urbano a partir desses autores torna-se
possível quando considerada a mediação que fazem sobre os lugares a partir dos quais
falam. Essa mediação seria, portanto, informada e comprometida em função da
trajetória desses autores, além de outros fatores, como os referenciais teóricos pelos
quais realizaram seus trabalhos, com quem estão dialogando e o que estão criticando.
Dessa feita, torna-se notório como as relações de gênero e sexualidade são
instrumentais para a consolidação dessas pesquisas e desse modo de inflexão sobre as
imagens consolidadas das localidades e cidades descritas. Tendemos a pensar, portanto,
12
Graduado em Geografia, além de mestre e doutor em Geografia(UFRGS).
13
Graduado em Ciências Sociais(UFC), mestre em Antropologia (UnB) e doutorando em Antropologia
pela Université Laval (Canadá).
14
Graduado em Psicologia (UFC), mestre em Sociologia(UFPB) e doutor em Antropologia(IFCS/UFRJ).
15
Graduado em Comunicação Social (UFG) e mestre em Antropologia (UFG),doutorando em
Antropologia Social (UNICAMP).
que a colagem entre cidade e práticas da diferença está ou estaria muito bem
estabelecida, não fossem os deslocamentos dos autores a partir de suas questões
particulares e dos deslocamentos por eles realizados, bem como das reflexões advindas
a partir desses deslocamentos. Se, como disse Clifford (2002a), estamos em um mundo
de etnografia generalizada, as descrições e alcances dessas descrições são tributárias de
jogos de força, relações de poder e confluências institucionais viabilizadas também
pelos corpos dos pesquisadores.
Essa composição de vivências16 a partir do corpo do autor se dá ora por local de
origem, por local de moradia, por compartilhamento de comunidades de destino com os
colaboradores e entrevistados no que diz respeito a relações de sexualidade, mas
também por amparo institucional dessas descrições, visto que esses estudos foram
desenvolvidos em importantes centros de pesquisa acadêmica ou em suas zonas de
influência.
Epílogo
Gostaríamos de finalizar este texto destacando alguns problemas que
acompanharam sua própria elaboração. Como escrever sem recorrer à polarização rural
x urbano? Como refletir sobre espacialidades sem pressupor noções que reforçam
centros e periferias? Como descrever espaços e suas escalas de modo a problematizar
imaginários e referências comuns sobre os mesmos? Como comunicar tais
estilhaçamentos a partir de imagens simples e eficientes na construção de formas de
localização dos sujeitos mais interessante e refinada que nossas formas de polarização
atuais? Aqui, nossa agenda de pesquisa se aproxima mais de uma lista de desafios à
nossa escrita e agenda política. Contudo, como mostram os autores aqui citados, o
alcance dos estudos de gênero e sexualidade, sua variedade de agentes e interlocutores
parecem aliados importantes na estabilização de nossas polarizações e fronteiras.
BIBLIOGRAFIA
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em São Paulo. Editora 34, 2005.
16
Sobre a ideia de compósito, ver Strathern (2006)
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