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HUMANIZAÇAO E ACOLHIMENTO NA

PERCEPÇAO DOS USUÁRIOS DA ESTRA-


TÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DA CI-
DADE DE CIPÓ – BA: RELATO DE EXPERI-
ÊNCIA

Fabio Luiz Oliveira de Carvalho*


Wellington Pereira Rodrigues**
Renan Sallazar Ferreira Pereira*
Francielly Vieira Fraga*
Igor Macedo Brandão*

Resumo
Introdução: A fragilidade das ações sanitárias durante o pe-
ríodo colonial, a busca da civilização juntamente com a ideia
de que o ser humano saudável constituía produção de traba-
lho e o agrupamento de novos conhecimentos clínicos e epi-
demiológicos às práticas de proteção da saúde da população,
levaram o governo republicano a elaborar planos de combate
a enfermidades que diminuíam a vida produtiva da popula-
ção: assim surgia a política pública de saúde brasileira. Ob-
jetivo: O objetivo do trabalho é compreender a ótica dos usu-
ários sobre a humanização e acolhimento no serviço de sa-
úde.
Método: Trata-se de um estudo descritivo exploratório, com
abordagem quanti/qualitativa, do tipo relato de experiência.
Os aspectos éticos obedeceram às exigências éticas da pes-
quisa que envolve seres humanos, preconizadas pela Resolu-
ção nº 466/2012. Os pesquisados necessitaram assinar o
Termo de Consentimento Livre e esclarecido (TCLE).
Esse trabalho foi realizado em uma microárea contendo 300
usuários, essa faz parte da área de abrangência da ESF da lo-
calidade estudada.

* Professores do Centro Universitário AGES


** Acadêmico do Centro Universitário AGES

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Resultados: Foi comprovado que 80% (vinte e quatro usuá-
rios) são do sexo feminino, enquanto (6; 20%) são do sexo
masculino. Para tanto, se evidenciou que (2; 6,70%) têm até
25 anos, (13; 43,3%) informaram que estão na faixa etária de
26 a 40 anos, e, por fim, representando (15; 50%) dos usuá-
rios, responderam que se encontram na faixa etária acima de
41 anos. Portanto, pode-se demonstrar que (2; 6,70%) são la-
vradores (as), (1; 3,3%) é encanador, (2; 6,70%) são comer-
ciantes, (3; 10%) são donas de casa representando a maioria
absoluta, (12; 40%) afirmaram que são artesãs (aos); (4;
13,3%) são aposentados (as), (4; 13,3%) são autônomos, (1;
3,3%) é mecânico e, mais (1; 3,3%) disse estar desempre-
gada. Ao adquirir as respostas, foi constatado que (30; 100%)
responderam sim, isto é, que já realizaram consulta na estra-
tégia de saúde da família. Conclusão: Nota-se que da teoria
para a pratica ainda existem obstáculos, uma grande lacuna
que necessitaria ser preenchida através da conscientização
dos trabalhadores da saúde de que a falta de conhecimento
aprofundado sobre a problemática, Humanização e Acolhi-
mento na ESF, dificulta ainda mais o processo da realização
de ações humanizadas no serviço de saúde.

Palavras-chaves: Humanização, Acolhimento, Enferma-


gem, Saúde Pública.

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HUMANIZAÇAO E ACOLHIMENTO NA PERCEP-
ÇAO DOS USUÁRIOS DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE
DA FAMÍLIA DA CIDADE DE CIPÓ – BA: RELATO
DE EXPERIÊNCIA

Fabio Luiz Oliveira de Carvalho


Wellington Pereira Rodrigues
Renan Sallazar Ferreira Pereira
Francielly Vieira Fraga
Igor Macedo Brandão

Abstract

Introduction: The fragility of sanitary actions during the co-


lonial period, the search for civilization together with the idea
that the healthy human being constituted labor production
and the grouping of new clinical and epidemiological
knowledge to the practices of protection of the health of the
population, led to the the Republican government to elabo-
rate plans to fight diseases that diminished the productive life
of the population: thus appeared the public health policy of
Brazil. Objective: The objective of this study is to understand
the users' perspective on the humanization and reception in
the health service. Method: This is an exploratory descriptive
study, with quantitative / qualitative approach, of the type of
experience report. The ethical aspects obeyed the ethical re-
quirements of research involving human beings, as recom-
mended by Resolution 466/2012. The respondents needed to
sign the Informed Consent Term (TCLE). This work was car-
ried out in a micro-area containing 300 users, which is part
of the area covered by the ESF of the studied locality. Re-
sults: It was verified that 80% (twenty four users) are female,
while (6; 20%) are male. To that end, it was evidenced that
(2; 6.70%) were up to 25 years old, (13; 43.3%) reported that
they were in the age range of 26 to 40 years, and, finally,
representing (15; 50% ) of the users, answered that they are
in the age group above 41 years. Therefore, it can be shown
that (2; 6.70%) are farmers, (1; 3.3%) is a plumber, (2.
6.70%) are traders, (3; 10%) are housewives representing the
absolute majority, (12; 40%) affirmed that they are crafts-
men; (4; 13.3%) are retired, (4; 13.3%) are self-employed, (1;
3.3%) are mechanics and, more (1; 3.3%) said they are un-
employed. When acquiring the answers, it was verified that
(30; 100%) answered yes, that is, they have already consulted
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on the family health strategy. Conclusion: It is noteworthy
that from theory to practice there are still obstacles, a great
gap that would need to be filled through the awareness of
health workers that the lack of in-depth knowledge about the
problem, Humanization and Reception in the FHS, further
complicates the process of performing humanized actions in
the health service.

Keywords: Humanization, Reception, Nursing, Public


Health.

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INTRODUÇÃO Portanto o objetivo do trabalho é
compreender a ótica dos profissionais da sa-
A fragilidade das ações sanitárias du- úde sobre a humanização e acolhimento no
rante o período colonial, a busca da civiliza- serviço de saúde. Para entender a problemá-
ção juntamente com a ideia de que o ser hu- tica a ser exposta, antes é importante conhe-
mano saudável constituía produção de tra- cer como no passado era conduzida a Saúde
balho e o agrupamento de novos conheci- Pública no Brasil, seus avanços e o que
mentos clínicos e epidemiológicos às práti- ainda precisa melhorar, pensando assim
cas de proteção da saúde da população, le- numa melhor qualidade da assistência à sa-
varam o governo republicano a elaborar pla- úde.
nos de combate a enfermidades que diminu- Na esperança de superar a barbárie do
íam a vida produtiva da população: assim período colonial, durante a república, os
surgia a política pública de saúde brasileira. médicos europeus renovaram os serviços
Porém essa política era organizada sanitários em são Paulo, sendo criada em
pelos grandes produtores de café do estado 1892. Logo tomou forma se tornando a mais
de São Paulo e, embora a promessa da polí- sofisticada organização de prevenção e
tica fosse de criar melhores condições de combate ás enfermidades do país. As verbas
vida para a população, o estado privilegiava para o reforço dos serviços sanitários, prin-
os investimentos na ampliação de produção, cipalmente para o estado de São Paulo,
favorecendo com isso a classe mais rica e eram destinadas pelas ricas oligarquias. Es-
não a classe mais pobre dos indivíduos. sas verbas, eram destinadas para contrata-
Essa nova forma de política de saúde conti- ção de funcionários especializados e para a
nuava não dando certo, pois o governo re- compra de equipamentos, com o objetivo de
publicano mantinha-se dando prioridade às fiscalizar estabelecimentos, como fabricas,
classes sociais mais ricas, submetendo os hospitais, bares cemitérios e também ruas e
mais pobres a condições precárias de vida casas (FILHO, 2008).
(FILHO, 2008).
Na verdade, essa política de saúde que MÉTODOS
surgira, era voltada apenas a chamada
“classe A” -favorecendo a economia do Trata-se de um estudo descritivo ex-
país. Assim foram reforçadas as condições ploratório, com abordagem quanti/qualita-
sanitárias nas cidades e nos portos, os quais tiva, do tipo relato de experiência. Para al-
eram consideradas áreas essenciais para a cançar os objetivos propostos, foi utilizado
economia do Brasil. Por conta disso, surgi- um questionário estruturado sendo entrevis-
ram os primeiros laboratórios de pesquisa tados sete indivíduos da cidade de Cipó/BA.
medico-epidemiológicos da história nacio-
nal, sendo que as áreas rurais ficaram esque- Os dados foram submetidos à análise
cidas, lembradas pelas autoridades e médi- criteriosa. Em seguida, transcrita e tabulada,
cos apenas quando surgia algum problema com análise quanti/qualitativa, em tabelas.
sanitário que afetasse a produção agrícola A análise qualitativa se deu mediante as fa-
ou extrativista designada a exportação, ou las dos participantes. Na sequência, ocorreu
seja, que afetasse a economia (VENTURA, a teorização dos resultados, onde, após le-
2003). vantamentos de dados, foi estabelecida a

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análise das informações obtidas, organiza- com credibilidade, sendo assegurado a au-
dos de forma sequencial, com a finalidade tonomia das informações, enfatizando que a
de obter respostas para o problema discu- pesquisa não lhe trará nenhum prejuízo. Os
tido, relacionando com conhecimentos bi- pesquisados necessitaram assinar o Termo
bliográficos que completam a temática. Fo- de Consentimento Livre e esclarecido
ram selecionados artigos, literaturas e ma- (TCLE). Os usuários e os trabalhadores da
nuais que discutiam o problema em foco. saúde, que não aceitarem participar da pes-
Para esse estudo, foram priorizados o quisa serão respeitados, sem nenhum
sigilo e o anonimato, além do respeito e va- agravo ou constrangimento aos mesmos. O
lorização da disponibilidade dos participan- termo necessitará ser assinado em duas vias,
tes para a construção desse trabalho. Por se sendo que uma ficara com o pesquisador e a
referir a uma pesquisa envolvendo seres hu- outra com o participante.
manos, foi realizada de acordo com as ori-
entações éticas e legais. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a garantia do anonimato, não foi
solicitado o nome dos entrevistados. Os as- Para a coleta de dados foram utiliza-
pectos éticos obedeceram às exigências éti- dos questionários (um destinado aos profis-
cas da pesquisa que envolve seres humanos, sionais da ESF do Bairro 13 de Maio na ci-
preconizadas pela Resolução nº 466/2012, dade de Cipó - BA, e outro aos usuários dos
do Conselho Nacional de Saúde/MS, a qual serviços de saúde da mesma ESF) contendo
determina que o consentimento livre e es- questões relevantes e referentes ao tema
clarecido contemplando uma linguagem abordado nessa pesquisa. Os questionários
clara e acessível, como também, garantir apresentavam inquisições abertas e fecha-
aos participantes os esclarecimentos neces- das acerca da concepção dos profissionais
sários e a liberdade para retirar-se em qual- da ESF sobre Acolhimento e Humanização
quer fase da pesquisa, respeitando a digni- nos serviços de saúde e o grau de satisfação
dade humana. do usuário com os serviços de saúde presta-
Para os voluntários da pesquisa serão dos pelos profissionais da ESF já citada.
esclarecidos os objetivos e benefícios e tam- Ressaltando que foram entrevistados 12
bém os critérios éticos intrínsecos a mesma, profissionais, já citados anteriormente em
antes de iniciar a coleta de dados, como os suas especificidades, assim como os 30 usu-
objetivos da pesquisa, a maneira como será ários do serviço de saúde de uma microárea.
aplicada, esclarecer que a contribuição é vo-
luntaria e que os resultados serão tratados

TABELA 1: Características sociodemográficas dos usuários, 2017.


VARIÁVEL N %

Sexo
Feminino 24 80,0

7
Masculino 6 20,0

Idade
Até 25 anos 2 6,70
De 26 a 40 anos 13 43,3
Acima de 41 anos 15 50,0

Escolaridade
Escolaridade Fundamental In- 6 20,0
completo
Ensino Fundamental Completo 9 30,0
Ensino Médio Incompleto 2 6,70
Ensino Médio Completo 12 40,0
Ensino Superior Incompleto 1 3,3

Ocupação/Profissão
Lavrador (a) 2 6,70
Encanador 1 3,3
Comercialmente 2 6,70
Dona de Casa 3 10,0
Artesã (o) 12 40,0
Aposentado (a) 4 13,3
Autônomo 4 13,3
Mecânico 1 3,3
Desempregada 1 3,3

Estado Civil
Solteiro (a) 6 20,0
Casado (a) 21 70,0
União estável 1 3,3
Viúva 2 6,70

Religião
Católica 21 70,0
Evangélica 5 16,70
Nenhuma 4 13,3

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Fonte: Elaboração própria do autor, mediante questionário aplicado, 2017.

A tabela nº 01, acima exposto, confec- a hipertensão e diabetes, cujo o acompanha-


cionado a partir do questionário aplicado, mento é feito nas ESF’s. Daí a importância
retrata sobre as características sociodemo- da realização de um acolhimento humani-
gráficas dos usuários da ESF. No item 1 se zado, uma vez que esses indivíduos neces-
evidencia sobre o sexo dos entrevistados. sitam de um acompanhamento continuo pe-
Para tanto, foi comprovado que 80% (vinte los profissionais da ESF.
e quatro usuários) são do sexo feminino, en- Com ênfase em abordar o grau de es-
quanto 20% (seis usuários) são do sexo colaridade dos usuários está expressa no
masculino. item 3 da tabela nº 01. Desta forma, obteve-
Segundo Brasil (2007), a baixa de- se em respostas que nenhum usuário é anal-
manda dos homens aos serviços de sa- fabeto, 20% (seis usuários) declararam que
úde está associada à cultura, pois esse sem- estudaram, mas não concluíram o ensino
pre foi visto com um ser invulnerável, que fundamental, 30% (nove usuários) afirma-
não apresentam medo, insegurança ou fra- ram terem concluído o ensino fundamental.
queza; o que lava- o a não preocupação com Já 6,70% (dois usuários) confirmaram que
o autocuidado da saúde, principalmente estudaram apenas até o ensino médio in-
quando se trata do cuidado de prevenção na completo, mas 40% (doze usuários) respon-
Atenção Básica de Saúde. Para os homens, deram que concluíram o ensino médio.
o cuidado de prevenção está associado ao Apenas 3,3% (um usuário) cursa o ensino
medo a fraqueza a insegurança e que isso se superior incompleto. Nenhum usuário tem
constitui ao mundo das mulheres. ensino superior completo.
O Item nº. 2, também produzido a Diante de todas as apresentações, vale
partir do questionário aplicado, traz infor- ressalvar que o nível de escolaridade torna-
mações sobre a idade dos usuários. Como se se um fator que determina qualidade da sa-
prova, o quadro de faixa etária foi dividido úde do indivíduo, pesquisa realizada na
em três opções: aqueles que se enquadram Universidade da Virginia, 2014, afirma que,
em até 25 anos, os que estão de 26 a 40 anos, quanto maior o grau de escolaridade, maior
e os que estão acima de 41 anos. Para tanto, a expectativa de vida e menor a possibili-
se evidenciou que 6,70% (dois usuários) dade de adoecer e que, os índices de doen-
têm até 25 anos, 43,3% (treze usuários) in- ças são maiores entre pessoas que não con-
formaram que estão na faixa etária de 26 a cluíram o ensino médio do que entre aque-
40 anos, e, por fim, representando 50% dos las que terminaram o curso superior, tendo
usuários (quinze ao total), responderam que em vista que a prevalência de Diabetes em
se encontram na faixa etária acima de 41 2011 foi de 15% nos adultos sem ensino
anos. médio, em comparação com 7% dos gradu-
Brasil (2015) expressa a alta preva- andos.
lência desses indivíduos com faixa etária Afirma ainda que a educação possibi-
acima de 41 anos em busca do serviço de lita ao indivíduo a ter acesso a maiores redes
saúde. Se dá por conta do alto índice de in- de cuidado e a mais informações sobre a
divíduos nessa faixa etária que se encon- prevenção e o tratamento de determinadas
tram acometidas por doenças crônicas como doenças, bem como no entendimento sobre

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as políticas de saúde como a PNH. O item 4 13,3% (quatro usuários) disseram que não
da presente tabela nos proporciona informa- tem religião. O Brasil é considerado um
ções pertinentes a profissão dos usuários. País laico, porem muitas pessoas afirmam
Portanto, pode-se demonstrar que 6,70% ter uma religião definida como podemos ob-
(dois usuários) são lavradores (as); 3,3% servar na tabela 70% das pessoas afirmam
(um usuário) é encanador; 6,70% (dois usu- ser católicas. Pesquisas realizadas afirmam
ários) são comerciantes; 10% (três usuárias) que a taxa de mortalidade, de enfermidades
são donas de casa; representando a maioria cardiovasculares e câncer são menores entre
absoluta, 40% (doze usuários) afirmaram indivíduos religiosos (PEREIRA, KLUP-
que são artesãs (aos); 13,3% (quatro usuá- PEL, 2014), ainda afirmam que a religiosi-
rios) são aposentados (as); 13,3% (quatro dade ou a espiritualidade, quando ativas,
usuários) são autônomos; 3,3% (um usuá- são um fator de proteção para a saúde e que
rio) é mecânico e, mais 3,3% (uma usuária) a dimensão espiritual pode ser trabalhada
disse estar desempregada. em qualquer lugar e com pessoas de instru-
A profissão é um fator relevante, se ção mínima ou superior, não sendo necessá-
tratando de saúde, uma vez que o emprego rios grandes refinos ou arsenais terapêuticos
é considerado um determinante social de sa- para tal (LEAL, 2012).
úde. A saúde tem como fatores determinan-
tes e condicionantes, segundo a lei 8080/90,
a alimentação, a moradia, o saneamento bá-
sico, o meio ambiente, o trabalho, a renda,
dentre outros que expressam a organização
social e econômica do Brasil, haja vista que
o binômio saúde-doença deve ser compre-
endido como um processo biopsicossocial.
(OLIVEIRA, SANTOS 2013).
A confecção do Item 5 se justifica
pela apresentação do estado civil da popula-
ção pesquisada. Para tanto, 20% (seis usuá-
rios) disseram que são solteiros (as); repre-
sentando a maioria absoluta dos usuários,
70% (vinte e um usuários) são casados (as);
apenas 3,3% (um usuário) alegou união es-
tável como o seu estado conjugal; final-
mente, 6,7% (duas usuárias) afirmaram que
são viúvas. Segundo argumentação de Ra-
mos 2002 afirma que pesquisas tem de-
monstrado que pessoas casadas tende a ter
mais saúde de que as com outros estados ci-
vis.
Quanto a religião, se percebe no item
6, presente na própria tabela nº. 01, que 70%
(vinte e um usuários) são católicos, 16,7%
(cinco usuários) são evangélicos, e que
10
TABELA 2: Frequência da ESF na realização de consultas, 2017.
VARIÁVEL N %

Frequência a ESF
Sim 30 100,0
Não (se não, por quê? 0 0,00

Realização de Consulta na ESF


Sim (se sim, o que achou?) 30 100,0
Não 0 0,00

Dificuldade ao Tentar agendar Consulta


Sim 18 60,0
Não 12 40,0
Total 30 100

Fonte: Elaboração próprio do autor, mediante questionário aplicado, 2017.

Com o objeto de identificar se os usu- que todos devem ser atendidos sem restri-
ários frequentam a ESF da localidade do ções ou distinções garantido a todos os bra-
Bairro 13 de Maio foi levantado o questio- sileiros o direito a saúde (DESLANDE,
namento constante na tabela nº. 02. Logo, se 2015).
comprovou que 100% (todos os trinta usuá- A realização de consultas também foi
rios) afirmaram que sim, que frequentam a objeto de estudo, e o resultado está exposto
ESF. no item 2 da tabela 02. Ao adquirir as res-
Considerada porta de entrada para o postas, foi constatado que 100% (30 usuá-
serviço público de saúde, é de fundamental rios) responderam sim, isto é, que já reali-
importância que os indivíduos busquem os zaram consulta na estratégia de saúde da fa-
serviços da ESF, visto que essa possui capa- mília. Como justificativas, sete usuários
cidade de resolver 70% das demandas abor- afirmaram que acharam “ruim” a consulta;
dadas pelos usuários (BRASIL, 2007). As- três acharam “boa”; três acharam “bom”;
sim, nesse item, pode-se observar o cumpri- um disse “não muito bom”; um respondeu
mento de um dos princípios do SUS -a Uni- “não muito boa”; um afirmou “mais ou me-
versalidade- uma vez que esse princípio diz nos”; um alegou “razoável”; um aclarou

11
“péssimo”; um que foi “bem”; onze usuá- Embora a tabela n 2 no item 2 mostre
rios, equivalente a 36,67% da população que 100% dos usuários frequentam a ESF,
pesquisada, apesar de responderam sim, não o item 3 da mesma tabela, apresenta que
expuseram justificativas. Por outro lado, desses a maioria tem dificuldade para mar-
observa-se que nenhum usuário respondeu car uma consulta na ESF, isso diverge
que não. um pouco do que preconiza os princípios do
A percepção sobre a dificuldade ao SUS. O atendimento na ESF pode ser atra-
tentar agendar uma consulta na estratégia de vés da demanda espontânea e por marcação
saúde da família foi objeto de análise na ta- de consultas, mas o usuário não deve encon-
bela nº. 02, item 03 exibida acima. Em aco-
trar nenhuma dificuldade em tentar marcar
lhimento as respostas podem-se verificar
que 60% (dezoito pessoas) responderam as consultas. Tanto os usuários com consul-
que sim, tendo dificuldade no agendamento, tas agendadas como os da demanda espon-
mas 40% (doze pessoas) das trinta entrevis- tânea devem ser recebidos e devidamente
tadas disseram que não tiveram nenhuma direcionado a oferta de cuidado em tempos
dificuldade ao tentar agendar a consulta na e modos que considerem a necessidade dos
ESF. usuários evitando esperas desnecessárias
(ARCHANJO, 2013).

TABELA 3: Conhecimento da população sobre os profissionais da ESF, 2017.


VARIÁVEL N %
Conhecimento da população
sobre os profissionais da ESF
Sim 18 60,0
Não 12 40,0

Sentimento de Acolhimento
pelos Trabalhadores da ESF
Sim 12 40,0
Não 18 60,0

Tratamento Inadequado
Sim 0 0,00
Não 28 93,3
Não opinaram 2 6,70
TOTAL 30 100
Fonte: Elaboração próprio do autor, mediante questionário aplicado, 2017.

A composição da tabela nº. 03 apre- que 60% (dezoito usuários) disseram que
senta o conhecimento da população sobre os conhecem todos os profissionais da ESF,
profissionais da ESF se se sente acolhido e enquanto 40% (doze usuários) responderam
se já foi destratado para o algum desses tra- que não, isto é, que não conhecem todos os
balhadores. Em resultado, comprovou-se profissionais da ESF.
12
Conhecer o profissional que trabalha para com a vida de cada usuário que a
na ESF é relevante, pois, com isso, o usuá- busca. (BRASIL, 2009).
rio tem mais chance de saber qual o nível de O acolhimento modifica o processo
competência do profissional, além de de- de trabalho na medida em que propõe inver-
senvolver o vinculo profissional-usuário, ter a lógica de organização e o funciona-
sendo que esse vínculo deve ser pautado mento do serviço de saúde, tomando como
pelo princípio da humanização e a principal princípios o atendimento de todas as pes-
forma de concretizar esse princípio é atra- soas que buscam os serviços de saúde, ga-
vés do acolhimento de qualidade que se ca- rantindo a acessibilidade universal, a reor-
racteriza como um modo de agir ganização do processo de trabalho, deslo-
que dá atenção a todos que procuram o ser- cando seu eixo central do médico para o tra-
viço (ARCHANJO, 2013). Quem nunca se balho de uma equipe multiprofissional e a
sentiu bem ou mal acolhido durante uma vi- qualificação da relação trabalhador usuário,
sita a um determinado órgão público. É a partir de parâmetros humanitários de soli-
certo que são poucos os trabalhadores que dariedade e de cidadania. (Silva et
se preocupam em atender bem o usuário. al, 2015).
Nessa teia, elaborou-se o item 2 da n Matos (2006), ainda afirma que o aco-
3, o que demonstrou que 40% (doze usuá- lhimento é um instrumento de trabalho que
rios) responderam que sim, e 60% (dezoito congrega as relações humanas, e que esse
usuários) que não se sentem acolhidos pelos deve ser apropriado por todos os trabalha-
trabalhadores da ESF. Esse item mostra o dores de saúde em todos os setores de aten-
contraste ao que diz respeito a todos os prin- dimento. O acolhimento é uma estratégia de
cípios do SUS. Ao responder que não se mudanças do antigo processo de trabalho
sente acolhido na ESF, o usuário mostra a em saúde que busca alterar as relações entre
insatisfação com relação a maneira como trabalhadores e usuários e ainda dos traba-
estar sendo realizado o acolhimento no lhadores entre si, humanizar atenção, esta-
atendimento prestado pelos trabalhadores belecer vínculos responsabilização das
da ESF, uma vez que a ESF/APS surgiu equipes com os usuários aumentar a capaci-
para reforçar e reorganizar os princípios do dade de escuta ás demandas apresentadas,
SUS, essa atitude do usuário em relatar que resgatar o acolhimento técnico da equipe de
está insatisfeito com o acolhimento desfaz saúde ampliando a sua intervenção
todo o objetivo dos princípios do SUS a A preocupação em descobrir se os tra-
Universalidade, Integralidade, Equidade, balhadores destratam os usuários foi objeto
visto que esses princípios preconiza o bem de estudo e interpretação na tabela nº 3 no
estar e satisfação dos usuários com relação item 3. Em respostas, os entrevistados dis-
ao atendimento nos serviços público de sa- seram que não (representando 93,3% da po-
úde (FERREIRA, 2015). pulação pesquisada) foram destratados, en-
Este modelo de receber/acolher indi- quanto 6,70% (dois usuários) não opinaram.
víduos permite avaliar riscos, definindo pri- Nenhum usuário afirmou ter sido destratado
oridade para o atendimento tendo em vista por algum trabalhador da ESF. Embora o
o potencial de gravidade ou de agravamento item 2 da tabela n 3 aborde que os maio-
da queixa apresentada. Mais que uma forma res números de indivíduos não se sintam
de organizar a porta de entrada de um ser- acolhidos pelos trabalhadores da ESF, o
viço, é, antes de tudo, uma postura ética item 3 da mesma tabela mostra que todos
13
afirmam que nunca foram destratados por quando questionados sobre a satisfação
nenhum dos trabalhadores. do atendimento na ESF 56,70% responde-
ram não estarem satisfeitos com o atendi-
CONCLUSÃO mento.

Diante da realização dessa pesquisa, REFERÊNCIAS


percebe-se que, mesmo após a criação da
PNH em 2003, pouco mais de 12 anos, a ARCHANJO, J. V. L; BARROS, M, E,
prática da humanização e acolhimento no B, Política Nacional de Humanização:
serviço público de saúde ainda continua Desafios de se Construir uma Política Dis-
sendo um desafio para os trabalhadores da positivo, XV Encontro de ABRAPSO.2009.
saúde e uma utopia para os usuários desses Disponível em, http//wwwabrapsoorg.br/si-
serviços. teprincipal/imagens/Anais-xvENA-
Isso é notório nos resultados quando BRAPSO/360%20pol%20nacional% 20hu-
os trabalhadores da ESF do Bairro 13 de maniza%c7%c3pdf. Acesso em 18 de
Maio na cidade de Cipó BA foram questio- nov. de 2015 as 14:30 h.
nados sobre a concepção da PNH e seus
BRASIL, Conselho Nacional de Secretaria
princípios. As respostas foram coerentes,
de saúde, Sistema único de saúde. Brasília,
porem incompletas, percebeu-se também
DF, Ministério da saúde, 2007.
muita insegurança nas falas dos trabalhado-
res sobre o tema abordado (humanização e BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria
acolhimento na ESF), houve falas como de Atenção à Saúde. Política Nacional de
“seria grande na teoria porque na prática, Humanização. Formação e intervenção /
não observamos isso em tal proporção” esta Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção
fala demonstra que ainda não estão postos à Saúde, Política Nacional de Humaniza-
em prática como deveriam estar, o que pre- ção. – Brasília: Ministério da Saúde,
coniza os princípios e diretrizes do SUS, 2010.242 p. – (Série B. Textos Básicos de
muito menos os princípios da política que Saúde) (Cadernos HumanizaSUS v. 1)
surgiu com o objetivo de mudar as anti- ISBN 978-85-334-1667-31. Humanização
gas formas de promover saúde, juntamente do atendimento. 2. Formação profissional
com o SUS, a chamada PNH, também co- em saúde. 3. Gestão do trabalho e da educa-
nhecida como HumanizaSUS. ção em saúde. I. Título. II. Série. Disponível
Através dessa fala, nota-se que da te- em http:bvsms.saude.gov.br/bvs/publica-
oria para a pratica ainda existem obstáculos, ções. Acesso em 25 out 2015.
uma grande lacuna que necessitaria ser pre-
enchida através da conscientização dos tra- DESLANDE, S. A ótica de gestores sobre a
balhadores da saúde de que a falta de conhe- humanização da assistência nas maternida-
cimento aprofundado sobre a problemática, des municipais do Rio de Janeiro. Ciência e
Humanização e Acolhimento na ESF, difi- saúde coletiva, Rio de Janeiro, v 10, n. 3
culta ainda mais o processo da realização de 2005. Acessado em 08 nov. 2015.
ações humanizadas no serviço de sa-
FERREIRA, J. O. Programa de Humaniza-
úde. E também nos resultados notou-se uma
ção da Saúde dilemas entre o relacional e o
grande insatisfação perante aos serviços
técnico, Saúde e Sociedade, São Paulo, v
oferecidos na mesma ESF, isso é notório
14
14, n 3, p. 11-118, set/ dez- 2005. Disponí-
vel em: www.scielo.br/pdf. Acessado em:
14 de nov. 2015.

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