e aos ataques dos animais ferozes, sem desejar nada mais que salvar a pele e
encontrar algumas gotas de �gua e um pouco de comida.
Mas o le�o, depois de se erguer, deu um grande bocejo (com um rugido inclu�do) e
afastou-se. Que sorte! A toupeirinha, que tinha ficado parada como uma pedra, viu-o
a afastar-se no horizonte.
Ao fim de mais um bom quarto de hora, conseguiu recuperar-se do susto e deu duas ou
tr�s corridas de alegria.
Depois, foi procurar a velha lebre, que era sua amiga. Quando finalmente a
encontrou, anunciou-lhe:
�Ol�, lebre medrosa. A partir de hoje, podes-te gabar de ser minha amiga e de falar
comigo. Hoje, fiz amizade com um le�o! Estivemos pr�ximos durante um tempo e
passamos um bom bocado. � um animal am�vel, muito inteligente e culto: at�
descobrimos que temos imensas coisas em comum e muitos gostos parecidos.�
A lebre emocionou-se tanto que dos seus grandes olhos come�aram a cair l�grimas e
l�grimas:
�Estou realmente orgulhosa de ti�, disse ela � toupeirinha. �E estou-te grata por
continuares a confiar em mim, agora que tens um amigo t�o poderoso e importante
como o le�o!�
�Isso � verdade: uma toupeira como eu, com amizades de t�o alto n�vel, n�o costuma
dar-se com gente humilde. Mas, como eu sou um ser superior, vou continuar a falar
contigo.�
A lebre, confusa e emocionada, agradeceu. Pobre lebre: era daquelas que acreditavam
em gabarolas, como esta toupeirinha fanfarrona!