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Texto do estudante de jornalismo Matheus Alves, sobre sua impossibilidade de se casar com alguém do mesmo sexo, por convenções da sociedade, que o impedem de viver sua sexualidade e amor.
Texto do estudante de jornalismo Matheus Alves, sobre sua impossibilidade de se casar com alguém do mesmo sexo, por convenções da sociedade, que o impedem de viver sua sexualidade e amor.
Texto do estudante de jornalismo Matheus Alves, sobre sua impossibilidade de se casar com alguém do mesmo sexo, por convenções da sociedade, que o impedem de viver sua sexualidade e amor.
Que é completamente diferente do "eu não quero me casar". Existem diversas
pessoas que não querem se casar, não querem se unir a outra. Não querem construir família, nem ter filhos, ou deixar herdeiros e heranças. Mas se quiserem, quando quiserem, caso mudem de ideia, podem faze-lo em qualquer lugar, em qualquer religião. Mas eu não posso me casar. Se por ventura a sorte me sorrir e eu encontrar o amor da minha vida, terei que me contentar em ser "eternos namorados" e ter uma união estável. Não poderemos jamais ser casados e felizes para sempre. Não haverá nenhum padre, ou pastor, ou juiz, que possa sacramentar a união, reconhecer que somos uma família. Não que se precise de terceiros ou testemunhas para consagrar o que já é sagrado, o amor. Mas eu não posso me casar. Não posso ter uma família, nem ter filhos, ou deixar herança, muito menos compartilhar meu nome. Não posso! Não sei quem não permite ou não deixa, ou não quer. Quando pergunto, dizem que é coisa de Deus. Mas esse mesmo Deus que não quer, é o Deus que me reconforta e diz que sim, que vou ser feliz e ter alguém ao meu lado. Eu não posso me casar, pois não me deixam casar. Não me deixam ser feliz, não me deixam viver o amor. Cresci durante vinte anos sem compreender porque deveria sentir vergonha de ser quem sou, sentir vergonha dos meus sentimentos, sentir vergonha da minha existência. Todos os dias ver ou ser o motivo de riso, de piada, apenas por não ser igual. Mas é normal ser diferente, todos agora dizem. Mas na prática, no dia a dia, nos ônibus, nas ruas, nas escolas e universidades, não é normal ser diferente. Não me deixam dizer que eu amo em público, não me deixam beijar quem eu amo em público. Não me deixam ser livre, nem ser feliz. Se essa fosse uma carta suicida, ela terminaria aqui, comigo dizendo que não quero continuar vivendo no mundo, onde as pessoas me negam meu direito mais básico, o da felicidade! Em nome de Deus, em nome de suas crenças, do que acreditam ser o correto. Que importa que eu não seja feliz? O que importa se milhares de outros iguais a mim, vivem em dor, em solidão, em martírio e sofrimento? "Aberrações! Irão morrer e queimar no inferno! Vamos fazer começar o sofrimento já aqui, em vida". "Nasce só uma vez e nasce viado! Nasce só uma vez e nasce pra dar a bunda! Tem que matar essas desgraças que querem destruir a família!". Eu só quero ser feliz. Só quero encontrar alguém e viver feliz ao lado dele pelos dias que me restam. O que há de tão errado e tão anormal nisso? Deve me ser negado o direito de ser feliz? De viver? A vida por si só já é complicada. Uma ilha de conhecimento, num oceano de mistérios. E as pessoas ainda insistem em complicar e dificultar a vida das outras, sem motivos, sem justificativas. Porque ao analisar racionalmente as circunstancias, não há nada de errado em duas pessoas que se amam viverem juntas e felizes. Talvez não estejamos tão distantes da ignorância histórica, que marcou com tantas tragédias o passado. Aberrações como escravidão, fogueiras, masmorras, guerras, campos de concentração, estão ai para nos lembrar do que os humanos são capazes. Mas o amor de iguais, isso é inaceitável e incompreensível! Eu não vou simples aceitar que me digam que não posso ser feliz. Não vou aceitar que ninguém me diga o que posso ou não posso fazer. Afinal de contas, tenho a liberdade de ser feliz como eu quiser, onde eu quiser, quando eu quiser. O mundo é meu quintal! Em uma visão bastante egoísta e centrista de vida, não me importo se Dona Maria vai ficar horrorizada com meus beijos, ou se Seu João acha uma pouca vergonha. Estou pouco me lixando para Felicianos, Bolsonaros, Macedos, Valdomiros ou qualquer um dessa corja, que venha se atrever a interferir na minha felicidade. E sim, matarei quem tiver que matar, machucarei quem tiver de machucar, sofrerei o que tiver de sofrer, mas serei feliz e viverei feliz, doa em quem doer, custe o que custar. Não aceito a salvação de ninguém, nem religião de ninguém, caso ela não tenha como único objetivo, a felicidade e o amor acima de qualquer coisa. E se você leu até aqui, eu peço que me ajude! Que fale de amor, que fale de respeito, de compreensão. E toda vez que alguém disser que acha errado, que é contra, respeitosamente, mande essa pessoa tomar no cu, porque é bom demais! Se ela tomasse no cu, ela não estaria se preocupando em impedir a felicidade dos outros. Estaria querendo gozar e ser feliz também! De preferencia casada e com alguém que ama.