endocardite infecciosa
Caroline Mafra de Carvalho Marques Atualizado em 07/12/2018 CBMI 2018, Colunistas
Entre os temas apesentados na CBMI 2018, a endocardite infecciosa foi abordada principalmente por causa da
gravidade da doença e a importância do tema. Pensando nisso, preparamos 10 perguntas e respostas sobre a
Como se pode perceber, a endocardite infecciosa apresenta amplo espectro de manifestações clínicas, sendo
considerada uma das grandes mimetizadoras. Cabe adicionar à tabela uma informação importante acerca do padrão
da febre, queixa mais frequente entre os pacientes. Ela pode ser intercalada com períodos de apirexia, espontâneos ou
hemoptoicos;
cateter venoso.
Subaguda:
Apresentação: Evolução lenta, insidiosa, cursando com febre de origem obscura, síndrome consumptiva ou sintomas
de insuficiência cardíaca.
Estes critérios são utilizados para uniformização de trabalhos científicos, sendo baixa sua aplicabilidade na prática
clínica. Pode sim ser utilizada para corroborar julgamento clínico e auxiliar no direcionamento da investigação; sem que
Staphylococcus aureus: microrganismo de alta virulência, acomete pacientes jovens, associado com infecção
Staphylococcus aureus faecalis: menos virulento, associado a forma aguda e subaguda, acomete pacientes idosos,
Streptococcus pneumoniae: mais comum em etilistas crônicos, costuma ter evolução mais rápida promovendo
insuficiência aórtica grave, associada à meningite, pneumonia = Tríade de Osler ou Síndrome de Austrian;
Streptococcus viridans: fazem parte da microbiota oral, comum em pacientes jovens com valvulopatia reumática ou
com prolapso de válvula mitral em países em desenvolvimento ou em pacientes idosos com doenças degenerativas
Streptococcus gallolyticus: antigo S.bovis, faz parte da microbiota intestinal normal, associada a forma subaguda,
HACEK: gram-negativos da cavidade oral e trato respiratório alto, associados a forma subaguda;
E quando temos válvulas protéticas, quais são os principais agentes? Staphylococcus aureus, Staphylococcus
Quando diante de insuficiência cardíaca ou acidente vascular cerebral, a EI deve ser considerada emergência médica,
com necessidade de início do tratamento empírico tão logo se suspeite do diagnóstico e sejam coletadas hemoculturas.
]Diante de embolização ou apresentação crítica, é também recomendado coletar 3 sets de hemoculturas com intervalos
de 30 minutos, seguido da pronta adoção da terapia empírica, que poderá ser ajustada após checagem dos resultados.
Na ausência de complicação, no entanto, deve ser iniciado o tratamento após se ter o resultado das culturas.
Basctericidas = É excluída possibilidade de drogas bacteriostáticas porque não se pode contar com a contribuição das
células de defesa para ter efeito aniquilador, porque a carapaça formada pela vegetação impede adequado aporte de
polimorfonucleares.
Doses Máximas = Para que se obtenha concentração adequada de antibiótico dentro da vegetação, uma vez que as
Tempo prolongado = As colônias bacterianas que ocupam uma posição mais ao interior, cercada por novas camadas
de fibrina e plaquetas, passa a apresentar crescimento quase estacionário, portanto, há necessidade de manutenção
de tratamento por tempo prolongado, uma vez que os antimicrobianos atuam no momento da divisão celular.
7. Quais as novas recomendações dos Guidelines mais recentes para tratamento da EI por E. faecalis e por S.
aureus?
E. faecalis: as novas opções oferecidas apresentam menor risco de oto e de nefrotoxicidade = ampicilina ou penicilina
por 4 – 6 semanas + gentamicina apenas durante as 2 primeiras semanas ou ampicilina + ceftriaxone por 6 semanas.
S. aureus: não está mais indicado o uso da associação gentamicina + oxacilina, por não haver dados demonstrando
alteração do resultado final do tratamento, além da maior frequência de nefrotoxicidade. A novidade foi a opção
vancomicina + beta-lactâmico com ação antiestafilocócica (como oxacilina). Nos casos de EI tricúspide, a daptomicina
A infecção é considerada persistente quando o paciente mantém febre e/ou hemoculturas positivas após 7 a 10 dias de
tratamento antibiótico. Deve-se considerar cirurgia na exclusão de outras possíveis justificativas para a febre, segue
abaixo:
Pela American Heart Association, a indicação de cirurgia precoce só se faz diante de:
Causa é microrganismos multiressistentes, Gram negativos, fungos com baixa probabilidade de resposta ao
tratamento antimicrobiano.
Após cirurgia, deve ser feita cultura da válvula cardíaca e, caso positiva, o D0 tempo de antimicrobiano passa a ser o
dia da cirurgia.
A única medida comprovadamente eficaz em diminuir risco de embolia é a terapia antimicrobiana, restando a cirurgia
Quando? Para procedimentos odontológicos, com manipulação de gengiva, da região periapical do dente ou
Para quem? Paciente com qualquer válvula protética; com episódio prévio de EI; com cardiopatia congênita (cianótica,
corrigida com prótese até seis meses após procedimento ou indefinidamente se persiste shunt ou regurgitação);
Como fazer? Amoxicilina ou ampicilina 2 g, dose única, 30 a 60 minutos antes do procedimento. Opção para alérgicos: