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CAIU NA REDE, E AGORA?

SOBRE AFETOS E VIOLÊNCIAS


COMPARTILHADAS ATRAVÉS DE SMARTPHONES (1)
Romulo Tondo(2), Sandra Rubia da Silva(3)
(1) Trabalho executado com recursos do Edital contemplada com edital de Processo: 405664/2012-5; Chamada MCTI
/CNPq /MEC/CAPES Nº 18/2012 - Ciências Humanas, Sociais e Sociais Aplicadas;
(2) Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Comunicação. Jornalista (UFSM), Especialista em Políticas e

Intervenção em Violência Intrafamiliar (Unipampa). Bolsista CAPES, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria,
Rio Grande do Sul. E-mail: romulotondo@gmail.com
(3) Orientadora; Docente dos cursos de Comunicação e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da

Universidade Federal de Santa Maria; E-mail: sandraxrubia@gmail.com

RESUMO: As tecnologias da informação e Comunicação (TIC) nas sociedades contemporâneas tornaram-se objetos
onipresentes; sua presença foge ao olhar de muitos sujeitos-usuários e acabam por tornarem-se algo comum. Entre estes
objetos, o telefone celular ganhou destaque por agregar, em sua estrutura, uma série de funcionalidades. Nesse contexto,
os smartphones tornaram-se, principalmente, entre os jovens, um dos principais objetos para a produção e circulação de
conteúdo, impulsionando, dessa forma, estratégias de comunicação em múltiplas conexões, seja ela no âmbito offline e
online, potencializando ações da vida cotidiana. Este texto é o começo de uma reflexão sobre o compartilhamento de
imagens privadas em aplicativos sociais e o vazamento dessas imagens em outros plataforma, impulsionando a exposição
da intimidade dos sujeitos envolvidos.

Palavras-Chave: Consumo; Juventude; Telefones Celulares; Tecnologia Afetiva; Sociabilidade

INTRODUÇÃO
As tecnologias da informação e comunicação (TIC) impactam o cotidiano de uma grande porção da
população no planeta. No entanto, existem ainda sujeitos que não possuem acesso aos bens de consumo
que convencionamos a chamar de tecnologias móveis. Nesse grupo de objetos podemos inserir os games,
os telefones celulares e outros gadgets portáveis. Levando em consideração este cenário, as tecnologias em
rede, onde a produção e circulação de informação estão associadas aos usos e apropriações dos dispositivos
pelos sujeitos-usuários, este trabalho tem como objetivo principal refletir como a posse de telefone celular de
última geração, o smartphone, é usado e apropriado por jovens de uma comunidade popular de Santa Maria.
Nesse texto, é apresentado fragmentos etnográficos do campo desenvolvido entre os meses de janeiro de
2015 a maio de 2015, referente ao compartilhamento de informações de um caso de violência no aplicativo
de mensagens instantâneas Whatsapp e a produção de imagens de cunho íntimo, nomeada na atualidade
como nudes.

METODOLOGIA
Como proposta teórico-metodológica optou-se pelo estudo etnográfico. Método originário das Ciências
Sociais, e apropriado, neste caso, para uma pesquisa no âmbito da Ciência da Comunicação. A etnografia é
uma pesquisa qualitativa que necessita que o investigador tenha uma aproximação com os sujeitos da
pesquisa para compreender construções sociais e poder realizar uma descrição densa (GEERTZ, 2008) das
realidade observada e vivenciada durante a atividade de campo. A atividade de campo desta reflexão está
dividida em dois momentos: a aproximação com os jovens da pesquisa, ocorrida no decorrer do ano de 2014
(março a dezembro) em uma observação participante e atividade educomunicativa com 43 jovens, estudantes
do primeiro e segundo ano de ensino médio da escola Anita Garibaldi; e o segundo momento, a atividade de
campo, iniciada em janeiro e com previsão de afastamento do pesquisador do campo em setembro de 2015.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Devido a pesquisa de campo que desenvolvo em uma comunidade popular da zona oeste de Santa
Maria, tive a oportunidade de ingressar em um grupo de whatsapp composto por jovens da comunidade e
outros bairros da cidade. Esta seria a segunda aceitação que passei no processo de aproximação do campo
com os jovens da pesquisa. A primeira diz respeito a aproximação dos jovens da pesquisa realizada na escola
e a oficina de captação fotográfica através de telefones celulares (TONDO, 2014). Nesta ocasião, tive que
inúmeras vezes, declarar meus objetivos científicos de compreender o consumo de telefone celulares pelos
jovens da comunidade. O principal questionamento dos jovens da escola era “qual o motivo que levaria um
jovem universitário pesquisar na comunidade do Jardim Aurora”. Após algumas semanas, a minha presença
na escola foi deixando de ser estranha, passei a ter acesso e conversar com os jovens sobre assuntos
cotidianos e que poderiam fomentar o interesse e participação dos mesmos em minha pesquisa. No final de
dezembro, após finalizar o processo de aproximação com os jovens da comunidade, saí da escola e ganhei
as ruas da comunidade. Voltei a visitar a casa do líder comunitário e conheci Laura, sua filha, que viera se
tornar uma das minhas interlocutoras na pesquisa. Laura, 21 anos, vivia conectada, com o celular sempre em
Anais do VII Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa
mãos e pronta para compartilhar comigo todas as suas experiências com o telefone celular. Foi atrás de Laura
que tive acesso ao grupo no whatsapp com os jovens do Jardim Aurora e demais bairros da cidade. Minha
participação no grupo “Cachaceiros Futebol Clube” foi responsável por de certa forma desconstruir a atividade
de campo. Foi através das trocas de mensagens, em um espaço privado, que descobri a grande exposição
que muitos daqueles jovens possuíam. O primeiro estranhamento foi proveniente da circulação e reprodução
de comentários violentos a partir do episódio de violênciai ocorrido no início de 2015, onde alguns jovens
mostravam um comportamento agressivo e diziam que teriam a mesma atitude se fosse necessário. Uma
prática presente, com maior frequência, dentro desse grupo era a circulação de imagens íntimas, algumas
com caráter sensual, como forma de atrair olhares de algum integrante do grupo como forma de paquera. A
circulação dessas imagens traziam consigo a utilização do dispositivo como uma tecnologia afetiva
(LASEN,2004). As imagens eram enviadas ao grupo e logo os meninos e as meninas teciam comentários
sobre o sujeito que havia as enviado. Quando o assunto chegava a um ponto mais íntimo o administrador do
grupo solicitava que os membros do grupo fossem para o PVT [tivessem uma conversa em particular] para
não causar “um alvoroço”. Algumas dessas imagens traziam consigo indícios da circulação em outros
aplicativos sociais, o Snapchat. Meninos faziam screenshoot [foto da tela do celular] de imagens de meninas
que haviam enviados algum tipo de imagem nude e as compartilhavam com os membros do grupo. Em
nenhum momento, dentre o tempo que estive no grupo, foi compartilhada alguma imagem nude que
mostrasse o rosto ou que fosse possível identificar o jovem. Neste sentido, é possível de pensar uma futura
reflexão sobre a prática e circulação de imagens de cunho íntimo como forma de sociabilidade por jovens em
aplicativos sociais.

CONCLUSÕES
A incorporação dos telefones celulares na vida dos brasileiros vem ocorrendo gradativamente desde o
início dos anos 1990. Os jovens tendem a experimentar da usabilidade desse dispositivo tendo como principal
intuito a utilização das múltiplas conexões ofertadas em um próprio aparelho. Diferente das demandas iniciais,
o telefone celular tornou-se um bem de consumo capaz de impulsionar múltiplos usos e apropriações. Isso
se dá através das demandas e necessidades de cada sujeito-usuário, ou seja, o que uma pessoa faz com o
telefone celular, não necessariamente é a mesma apropriação realizada por outro consumidor. Existem
funcionalidades mais recorrentes de acordo com a idade de cada sujeito, desta forma adultos tendem a
utilizar-se das chamadas de voz (ligações) com maior frequência que os jovens (LING, 2002; 2004). Já esses,
tendem a consumir funções multimídias, tais como a produção de fotos, áudios, vídeos, bem como a
construção e manutenção das redes em um ambiente virtual. Nesse texto, apontamos principalmente que os
jovens dessa pesquisa tem no telefone celular um objeto contemporâneo que auxilia na comunicação, mas
também na forma de sociabilizar seus principais anseios cotidianos, seja através da publicação em sites de
redes sociais ou em conversas em mensageiros instantâneos. No que tange ao uso do telefone para
reprodução e compartilhamento de imagens íntimas, podemos apontar que o mensageiro whatsapp tornou-
se um terreno frutífero para pesquisas que envolvam a compreensão desse aplicativo como uma espaço
privado na incorporação de práticas sociais juvenis. Além disso, existem algumas possibilidades de uma
formação de rede, bem como analisar novas formas de sociabilidade juvenil em aplicativos híbridos.

REFERÊNCIAS

GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. 1ª ed. 13. reimpressão. Rio de Janeiro: LTC, 2008.

LASEN, Amparo. “Autofotos. Subjetividades y Medios Sociales” EN: CANCLINI, Néstor García; CRUCES, Francisco;
POZO, Maritza Urteaga Castro. (eds.) Jóvenes, culturas urbanas y redes digitales. Prácticas emergentes en las artes,
el campo editorial y la música. Madrid: Ariel, 253-272, 2012.

______. Affective Technologies: emotions and mobile phones. Surrey: The Digital World Research Centre, 2004.
Disponível em: < http://goo.gl/xJyzbO > Acesso: 22. jun. 2014.

LING, Rich. The Mobile Connection: the cell phone´s impact on society. New York: Morgan Kaufman, 2004.

______. Chica adolescentes y jóvenes adultos varones: dos subculturas del teléfono móvil. Revista de Estudios de
Juventud. Nº 57, pp. 33-46, 2002.

TONDO, Romulo. Celular, Imagem e Emoção: o Consumo e a Apropriação dos Telefones Celulares na Construção do
Olhar dos Jovens sobre sua Comunidade. IN: Encontro Nacional de Estudos do Consumo – Rio de Janeiro, 2014.
Disponível para acesso em: < http://goo.gl/jG5rfN > Acesso: 13.set.2015

iMulher é decapitada pelo namorado por causa de troca de mensagens no celular. Matéria pode ser acessada na íntegra
aqui: <http://goo.gl/eL6xlK>

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