INTRODUÇÃO
Como não ocorre a fusão do metal de base, podem surgir dúvidas quanto à
qualidade da aderência da solda nas faces de contato com as partes a serem
unidas; na realidade, a aderência é obtida pela difusão atômica entre o meta l de
adição no estado líquido e o metal de base no estado sólido (Figura 2).
Figura 3
CAPILARIDADE
Figura 4 – Capilaridad e
Brasagem
Figura 5 - Brasagem
INTRODUÇÃO
Figura 6
O metal de adição opera bem por atração capilar, mas é necessário reforçar
este efeito com o do peso. Quando brasam -se corpos cruzados é necessário
prever orifícios para a saída do ar preso entre as faces.
Figura 7
Figura 8 Figura 9
2a) Limpeza das peças: As superfícies das peças a serem brasadas devem estar
isentas de óleos, graxas, óxidos, resíduos de tintas e outras sujeiras, uma vez que
o metal de adição só conseguirá se espalhar pelas peças, ou “molhá-las” se elas
estiverem limpas. Estas sujeiras impedem o contato do metal de adição com o
metal de base e, em alguns casos, decompõe-se com o aquecimento, gerando
dificuldades adicionais para a realização deste contato. Primeiramente, aplica-se
solventes orgânicos, vapor desengraxante ou soluções alcalinas para promover o
“desengorduramento” da superfície. A retirada de óxidos e carepas é feita
mecanicamente, através de lixamento, ou quimicamente, através de aplicação de
soluções ácidas compatíveis com o metal de base. Após tratamento químico as
peças devem ser lavadas e secadas para evitar a corrosão.
3a) Fluxagem das peças: É feita logo após a etapa de limpeza. Os fluxos são
agentes químicos que removem os resíduos de óxidos deixados pelo processo de
limpeza e, principalmente, os óxidos formados durante o aquecimento necessário
à brasagem. Além disso, eles criam uma atmosfera protetora na região da junção,
evitando a presença do oxigênio da atmosfera ambiente. Os fluxos podem ser
aplicados em formas de pastas, pincelando-se nas superfícies das peças ou na
forma líquida, através de imersão das peças. A natureza dos fluxos é determinada
em função da temperatura, dos tipos de óxidos formados no metal de base, dos
tempos de aquecimento e principalmente do tipo de metal de base a ser brasado.
4a) Montagem das peças: As peças devem ser justapostas de forma a manter a
folga estabelecida durante todo o ciclo de aquecimento, penetração e solidificação
do metal de adição. Sempre que possível, deve -se utilizar o próprio peso das
peças para mantê -las fixas nas posições corretas. Quando isto não é possível,
deve-se utilizar ferramentas e dispositivos de fixação, que devem ser feitos de
materiais de baixa condutibilidade térmica, tais como os materiais cerâmicos.
MÉTODOS DE BRASAGEM
Brasagem em forno
É um método adequado para a produção em massa de juntas brasadas.
Como o operador não tem acesso ao interior do forno, as peças a serem unidas e
o metal de adição devem ser pré-posicionados e fixados, utilizando seus próprios
pesos na medida do possível, antes de penetrar no forno.
Na brasagem em forno são utilizadas atmosferas protetoras para livrar as
peças da oxidação e também da descarbonetação (no caso dos aços). Após a
passagem pelo forno, as peças são resfriadas numa câmara adjacente ao forno,
também com atmosfera protetora. Dependendo da natureza desta, a aplicação do
fluxo pode ser dispensada. Para a atmosfera atuar de forma protetora, e permitir
que o metal de adição “molhe” o metal de base, ela precisa ser redutora, no caso
da brasagem de peças de aço.
Uma vantagem deste método é a possibilidade de manter sob controle
preciso o nível de temperatura de brasagem e a composição da atmosfera
protetora. Além disso, apresenta maior uniformidade de distribuição de
temperatura nas peças, quando comparado ao método com maçarico, que
depende muito da habilidade do operador.
Brasagem por imersão
Este método de aquecimento emprega um banho de sal fundido e protetor
para receber as peças a serem brasadas; obtém-se assim, como na brasagem em
forno, o aquecimento necessário para fundir o metal de adição e criar uma ação
fluxante na superfície das peças. É um método mais adequado para a produção
em massa e requer menor tempo de aquecimento do que o da brasagem em
forno.
Figura 10 – Soldabrasagem
INTRODUÇÃO
EQUIPAMENTO
Tipos de Chama
MATERIAIS
Metais de Base
A Soldabrasagem geralmente é utilizada para unir ferro fundido ao aço. Ela
também pode ser utilizada para unir cobre, níquel e ligas de níquel. Outros metais
podem ser soldabrasados com os metais de adição adequados que formem uma
união metalúrgica resistente com eles.
Mais adiante veremos detalhes da soldabrasagem de metais ferrosos,
cuprosos e do alumínio.
Metais de Adição
Os metais de adição comercializados para soldabrasagem são os latões
que contêm aproximadamente 60% de cobre e 40% de zinco. Estes elementos
aumentam a resistência da junta e sua ductilidade. Ligas para brasagem com
pequenas adições de estanho, ferro, manganês, e silício têm uma melhor
propriedade de fluxo, menor volatilização do zinco, maior poder de desoxidação e
aumentam a resistência e dureza da solda. Metais de adição com adição de níquel
(10%) apresentam uma coloração mais branca e uma maior resistência do metal
de solda.
As composições químicas e propriedades de três das varetas padrões de
cobre-zinco utilizadas na soldabrasagem são mostradas na Tabela 1. A resistência
mínima da junta será de aproximadamente 40 a 60 ksi (275 a 413Mpa). A
resistência da junta cai rapidamente quando a solda está abaixo de 260°C.
A corrosão deve ser considerada neste tipo de aplicação, uma vez que a
soldabrasagem é feita em juntas bimetálicas. A junta completa estará sujeita à
corrosão galvânica em determinados ambientes, e o metal de adição pode ser
menos resistente a certas soluções químicas do que o material de base.
TABELA 1
Varetas de Cobre-Zinco para Soldabrasagem
Resistência
Composição Química Aproximada, Temperatura
Classificação à Tração
% Liquidus
AWS Mínima
Cobre Zinco Estanho Ferro Níquel Ksi MPa °F °C
RNCuZn-A 60 39 1 - - 40 275 1650 900
RNCuZn-C 60 38 1 1 - 50 344 1630 890
RNCuZn-D 50 40 - - 10 60 413 1714 935
Fluxos
O uso de um fluxo apropriado é essencial na operação de soldabrasagem. Se
a superfície do metal não estiver limpa, o metal de adição não irá fluir de forma
suave e nem se espalhar uniformemente sobre a área a ser soldabrasada. Até
mesmo depois de uma limpeza feita com lixadeira (limpeza mecânica), certos
óxidos quase sempre permanecem e atrapalham o fluxo do metal de adição. O
uso do fluxo correto elimina estes óxidos. Além disso, o fluxo tem as funções de
evitar a formação de novos óxidos durante o aquecimento e a deposição, reduzir a
tensão superficial do metal de adição, indicar a temperatura de ligação e proteger
o cordão do resfriamento rápido.
Os fluxos para soldabrasagem são componentes desenvolvidos propriamente
para a soldabrasagem de determinados metais de base com varetas de metal de
adição de latão. Eles são desenvolvidos para o uso em temperaturas maiores do
que as encontradas em operações de brasagem, e assim eles permanecem ativos
por períodos de tempo maiores na mesma temperatura do que fluxos similares
utilizados para brasagem por capilaridade. Os seguintes tipos de fluxos são
geralmente utilizados na soldabrasagem de ferro e aços:
1. Fluxo básico que limpa o metal de base e os cordões de solda e auxilia no
pré-revestimento com estanho do metal de base. É utilizado para aços e
ferro fundido maleável.
2. Fluxo que realiza as mesmas funções do fluxo básico e também evita a
formação de fumos de óxido de zinco.
3. Fluxo que é formulado especificamente para a soldabrasagem de ferro
fundido cinzento ou maleável. Ele contém óxido de ferro ou dióxido de
manganês para combinar com o carbono livre na superfície do ferro fundido
e então removê-lo.
O fluxo deve ser aplicado por um dos quatro métodos seguintes:
1. A vareta de metal de adição aquecida pode ser mergulhada no fluxo e este
então ser transferido para a junta durante a soldagem.
2. O fluxo pode ser aplicado à junta através de escova ou pincel antes da
brasagem.
3. A vareta de metal de adição pode ser pré-revestida com o fluxo.
4. O fluxo pode ser introduzido através da chama de gás oxi-combustível.
CONSIDERAÇÕES METALÚRGICAS
A união entre o metal de adição e o metal de base na soldabrasagem é a
mesma união que ocorre na brasagem convencional. O metal de base limpo é
aquecido a uma temperatura na qual sua superfície é molhada pelo metal de
adição fundido, produzindo uma união metalúrgica entre eles. A limpeza é um pré -
requisito. A presença de qualquer sujeira, óleo, graxas, filmes de óxido, ou
carbono irá inibir a molhagem.
Fixação
Uma fixação adequada é necessária para prender as partes em seu local
apropriado e para fazer um alinhamento para a realização da soldabrasagem. Ao
se fazer reparos de trincas e falhas em partes de ferro fundido, a fixação pode se
mostrar desnecessária ao menos que a parte esteja quebrada e separada da
peça.
Preparação da Junta
Uma preparação adequada da junta é essencial na soldabrasagem. As
extremidades das peças mais espessas podem ser biseladas por usinagem ou
esmerilhamento.
As configurações da junta para soldabrasagem são similares às daquelas
para a soldagem oxiacetilênica. Para espessuras acima de 3/32”(2mm), chanfros
em V ou em X são preparados com 90 a 120 graus de ângulo incluso, para formar
áreas grandes de união entre o metal de base e o metal de adição. Chanfros de
topo podem ser utilizados para espessuras menores que 3/32”(2mm). Abaixo na
Figura podemos ver exemplos de juntas para soldabrasagens de chapas de aço:
Figura 20
Pré-aquecimento
O pré-aquecimento pode ser necessário para evitar a formação de trincas
pelas tensões termicamente induzidas em peças grandes de ferro fundido. O pré -
aquecimento do cobre reduz a quantidade de calor requerida pela tocha de
soldabrasagem e o tempo necessário para completar a junta.
O pré-aquecimento pode ser localizado ou geral. A temperatura deve estar
entre 425 a 480°C para o ferro fundido. Temperaturas mais altas podem ser
utilizadas para o cobre. Quando a soldabrasagem estiver completa em peças de
ferro fundido, estas devem ser isoladas termicamente para que haja um
resfriamento lento até a temperatura ambiente, para minimizar o desenvolvimento
de tensões termicamente induzidas.
Técnica
A junta para ser soldabrasada com chama oxicombustível deve ser alinhada
e fixada na posição. O fluxo de soldabrasagem, quando requerido, é aplicado à
vareta pré-aquecida (ao menos que esta seja pré-revestida com este fluxo) e
também borrifado em juntas espessas durante o aquecimento com a tocha. O
metal de base é aquecido até que o metal de adição se funda, molhe o metal de
base, e escoe para dentro das faces da junta (pré-revestimento). A operação de
soldabrasagem então avança ao longo da junta, pré-revestindo as faces, e então
preenchendo o chanfro com um ou mais passes utilizando técnicas operacionais
similares às da soldagem oxicombustível.
TIPOS DE SOLDAS
Figura 23 Figura 24
Procedimentos
As peças a serem soldabrasadas são preparadas como para a soldagem
oxiacetilênica.
Os ferros fundidos cinzentos não podem ser soldabrasados sobre a
superfície de uma fenda; esta se propaga para as regiões de menor resistência
mecânica, isto é, para o plano das lamelas de grafite. A grafite não pode ser
soldabrasada, e ainda, ela elimina com o calor os gases que absorveu. As faces
desses ferros fundidos a serem soldabrasados devem ser usinadas, ou melhor,
limadas, de maneira que as lamelas de grafite fiquem quase todas cortadas
transversalmente sobre a superfície de aderência.
Durante este preparo, deve-se evitar esmerilhagens violentas, usinagens
em ferramentas sem fio que abalem ou desloquem o fundido acima do seu ponto
de transformação que se situa cerca de 770-780°C.
O operador deve abordar seu trabalho com a habilidade de um soldador de
funilaria, preocupado antes de tudo com a “aderência” do metal de adição, ao
passo que o soldador que utiliza o processo oxiacetilênico, fica preocupado em
levar as bordas a serem soldadas até quase a fusão, superaquecendo -as acima
das temperaturas de aderência.
A zona das temperaturas de aderência vai de 720 a 850°C para o aço doce
e 650 a 820°C para o ferro fundido.
Estes limites são aproximados e, particularmente para o ferro fundido
cinzento, a temperatura é igualmente limitada pelo ponto de transformação.
Elemento % em peso
Cobre 59
Zinco 39
Estanho 0,50 a 0,85
Silício 0,04 a 0,14
Manganês 0 a 0,40
Propriedade Valor
Peso Específico 8,30
Ponto de Fusão 870-890°C
Resistência à Tração 40-45 Kg/mm²
Limite de Elasticidade 24-28 Kg/mm²
Alongamento 20-25%
Resistência ao Cisalhamento 18-22 Kg/mm²
Módulo de Elasticidade (E) 9000-10000 Kg/mm²
Condutibilidade Térmica 0,25 CGS
Calor Específico 0,090 cal/g
Coeficiente de dilatação entre 0 e 21x10
300°C
Dureza Brinell (HB) 90-110
Resistividade Elétrica 7 a 10 microohms/cm²/cm
Fluência
O comportamento da fluência é caracte rizado pelos seguintes dados:
Elemento % em peso
Cobre 49
Zinco 40,5
Níquel 10
Silício 0,10 a 0,15
Fósforo 0,01 a 0,04
2) Cobre-Silício, com 2 a 3% Si
Fluxo
Emprega-se mais freqüentemente misturas desidratadas de ácido bórico ao
qual adiciona-se, às vezes, fosfatos e halogenetos diversos. O fluxo depositado
sobre as peças deve fundir bem abaixo do ponto de fusão da liga depositada. Ele
deve também manter-se líquido e não fumegar dentro de todos os intervalos de
temperaturas de aderência. Os fluxos podem ser líquidos ou pastosos.
As misturas acima dissolvem os óxidos dos metais correntes (ferro, cobre,
estanho, zinco, cádmio, prata, níquel, etc), mas não os de alumínio, berílio e
cromo, que impedem a aderência, mesmo se o metal de base não contém mais de
0,5 ou 1% de um destes três últimos metais. Neste caso, adiciona-se às misturas
acima bifloretos, fluorsilicatos ou outros compostos do flúor. A dose destes
compostos deve ser a mínima porque os vapores que eles desenvolvem
prejudicam as ferramentas.
Resistência Mecânica
As soldabrasagens não quebram quase nunca no local da junção. Pode-se,
portanto, estabelecer a resistência de um conjunto calculando-se separadamente
a do cordão de metal de adição e das peças adjacentes.
Os coeficientes de dilatação e de elasticidade das peças suporte e do metal
de adição sendo conhecidos, tal como sua aptidão à fluência, torna fácil o cálculo
das contrações suplementares que acontecem quando das mudanças de
temperatura.
As soldagens oxiacetilênicas em V apresentam no ponto V uma região de
pouca resistência à tração. Dá-se o mesmo para as soldabrasagens, mas aqui
este defeito é agravado pelo baixo coeficiente de elasticidade da brasagem que
aumenta a curvatura local sob o efeito da flexão. Pode-se, portanto, dispor a junta
de maneira que os esforços em serviço tendam a curvá-la no sentido de corrigir a
curvatura produzida.
SEGURANÇA
As lentes devem ser limpas antes da utilização, para obter-se uma melhor
visibilidade durante a operação. Deve-se evitar colocar as lentes em contato direto
com peças quentes.
BIBLIOGRAFIA
Internet:
1) www.avsaldature.it/image/processi-prod-new-uk.pdf
2) www.avsaldature.it/image/processi-prod-uk.pdf
3) www.brazetec.com
4) http://www.esabna.com/EUWeb/OXY_handbook/589oxy14_1.htm
5) http://www.globalsecurity.org/military/library/policy/navy/nrtc/14250_ch6.pdf
6)
http://class.et.byu.edu/mfg130/processes/descriptions/thermaljoining/gastorchbrazeweldin
g.htm