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Literatura Afro-Luso-Brasileira

Aula 2
Literatura em Moçambique
OBJETIVOS

Relacionar o contexto histórico de Moçambique


com a sua produção literária.
Apresentar a produção literária de Moçambique.
Discutir acerca das obras e autores mais
representativos na literatura moçambicana.
MOÇAMBIQUE: UM PAÍS DA ÁFRICA

Fonte: https://bit.ly/2Gd1Agt
Acesso em: 11/12/2018.

Fonte: https://bit.ly/2G5RjTd.
Acesso em: 09/12/2018.
MOÇAMBIQUE: UM PAÍS DA ÁFRICA

Fonte: https://bit.ly/2EfYRAf. Fonte: https://bit.ly/2G9H5Bf.


Acesso em: 11/12/2018. Acesso em: 11/12/2018.

Fonte: https://bit.ly/2PyvGdJ.
Acesso em: 11/12/2018.
PERÍODOS DA LITERATURA MOÇAMBICANA
1º PERÍODO:

Em linhas gerais, esse período vai das origens da


permanência portuguesa até aproximadamente 1924. Esse
momento inicial não possui grandes produções, mesmo
com a introdução da prensa (1854).
PERÍODOS DA LITERATURA MOÇAMBICANA

1º PERÍODO:

Ao contrário de Angola, a produção literária


moçambicana não foi consistente e nem
continuada até aproximadamente os anos de 1920.
PERÍODOS DA LITERATURA MOÇAMBICANA
1º PERÍODO:

É válido destacar a produção de Campos de Oliveira,


dispersa entre os anos de 1860, 1870 e 1880. Além disso,
em 1918, João Albasini e Ferdinand Bruheum fundam o
jornal O Brado Africano.

Fonte: https://bit.ly/2QPJQLW.
Acesso em: 11/12/2018.
PERÍODOS DA LITERATURA MOÇAMBICANA

2º PERÍODO:

Esse período possui como marco inicial a publicação


do Livro da dor (diário íntimo, 1925), de João Albasini
e os poemas de Rui Noronha, publicados em O Brado
Africano, e posteriormente, em 1946, reunidos na
obra Sonetos,
o poeta ultrapassa os restos desse terceiro
romantismo, ao apropriar-se de temas e
imagens segunda uma estratégia textual e
ideológica que assumia os primeiros
contornos de uma moçambicanidade baseada
na História e no manancial étnico.”

(LARANJEIRA, 1995, p. 258)


PERÍODOS DA LITERATURA MOÇAMBICANA

3º PERÍODO:

Em linhas gerais, esse período se caracteriza pela


intensa formação da literatura moçambicana. Esse
momento histórico se relaciona com o fim da
Segunda Guerra Mundial.
“A literatura de Moçambique é jovem ainda, porque
durante um período ela era feita apenas por
portugueses ou descendentes, e até que os
moçambicanos tivessem direito à escolarização, para
poderem entrar nesse universo levou muito tempo, isso
só começou no início do século passado. E eles
aprendiam e apreendiam valores europeus, tanto que
eram obrigados a renegar a moçambicanidade (...) e só
nos anos 40 é que houve uma espécie de rebeldia, a
partir deste tempo é que se sente a presença de
elementos moçambicanos (...)”

(MANJATE, 2005).
PERÍODOS DA LITERATURA MOÇAMBICANA
3º PERÍODO:

Forma-se uma consciência de grupo entre os escritores,


que são influenciados num primeiro momento pelo
Neorrealismo e a partir dos primeiros anos de 1950 pela
Negritude.
PERÍODOS DA LITERATURA MOÇAMBICANA

3º PERÍODO:

Surgem seleções e antologias. Sobressai José


Craveirinha, entre outros autores como Noémia de
Sousa, Rui Nogar, Virgílio de Lemos, Orlando Mendes
etc.

Fonte: https://bit.ly/2SBN0QI.
Acesso em: 12/12/2018.
“MANIFESTO
Oh!
Meus belos e curtos cabelos crespos
e meus olhos negros como insurrectas
grandes luas de pasmo na noite mais bela
das mais belas noites inesquecíveis das terras do Zambeze.
Ah! Mãe África no meu rosto escuro de diamante
de belas e largas narinas másculas
frementes haurindo o odor florestal.”

(CRAVEIRINHA¸1980, p. 33-35)
Como o corpo e as
características físicas negras
são tratadas no trecho lido de
“Manifesto”?
JOSÉ CRAVEIRINHA
“ O louvor do corpo negro, realçando particularidades
morfológicas; louvor da cultura tradicional, étnica;
exaltação do predicador (sujeito); marcação topográfica,
geográfica, cultural, do espaço moçambicano; negritude;
inspiração no modelo dos manifestos políticos ou culturais,
por exemplo, dos manifestos surrealistas ou do
Modernismo brasileiro.”

(LARANJEIRA, 1995, p. 281)


JOSÉ CRAVEIRINHA
José Craveirinha foi preso pela PIDE/DGS (polícia
política portuguesa) devido a atividades políticas;
Por ser jornalista, publicou vários poemas em
jornais e revistas. Ganhou vários prêmios literários,
entre eles, o “Prêmio Camões”, em 1991;
Craveirinha não tinha preocupações com a carreira
literária, por isso guardava seus poemas, os quais
foram organizados por amigos.
JOSÉ CRAVEIRINHA

É possível pensar a obra de Craveirinha a partir de


quatro fases:
1ª FASE – NEORREALISMO: poética com
características narrativas. Versos curtos. As
temáticas fazem alusões à tradição popular, tribal,
ancestral, ao contar histórias. O homem é
apresentando emerso em dramas pessoais e
sociais.
JOSÉ CRAVEIRINHA

2ª FASE – NEGRITUDE: os versos são mais extensos.


Nas obras Chibugo (1964) e Cântico (1966), o tema
central é a Negritude. Há enaltecimento das raízes
negras. São categóricas a revolta e a denúncia
agressiva.
JOSÉ CRAVEIRINHA

3ª FASE: poemas mais longos, com humor e ironia.


Neles, há o interrogar-se e o interrogar a respeito
do ser moçambicano. Assim, a característica
principal, tematicamente, é a moçambicanidade ou
a identidade nacional.
JOSÉ CRAVEIRINHA

4ª FASE: “de Libertação, de que resultaram dois


livros diferentes, sendo um de poemas da prisão,
escrito ainda antes da Independência, em reclusão,
mas paradoxalmente respirando liberdade”
(LARANJEIRA, 1995, p. 280).
ATIVIDADE

Leia o poema “Grito negro”, de José Craveirinha,


disponibilizado no material da aula, e tomando por base o
que foi visto até aqui, caracterize o eu-lírico do texto em
questão.
PERÍODOS DA LITERATURA MOÇAMBICANA
4º PERÍODO:

Em linhas gerais, esse período compreende o


momento de luta armada da libertação nacional e da
proclamação da independência de Moçambique.
Pode-se dizer que esse é um momento de profundo
desenvolvimento literário.
PERÍODOS DA LITERATURA MOÇAMBICANA

4º PERÍODO:

Nota-se a coexistência de intensa atividade intelectual,


literária e política, com poemas anticolonialistas, que
glorificam a revolução e tematizam a luta armada.
PERÍODOS DA LITERATURA MOÇAMBICANA

4º PERÍODO:

Luís Bernardo Honwana publica Nós matamos o


cão-tinhoso (contos, 1964), obra que marca a
emancipação da narrativa em relação à poesia, que
preponderava até então.
PERÍODOS DA LITERATURA MOÇAMBICANA

4º PERÍODO:

Orlando Mendes, em 1966, publica a obra


Portagem que é considerada por muitos o primeiro
romance moçambicano. Vale lembrar que, em
1963, Guilherme de Melo havia
lançado As raízes de ódio, que
para outros é o primeiro.
PERÍODOS DA LITERATURA MOÇAMBICANA

4º PERÍODO:

Período marcado por três momentos fundamentais,


segundo Laranjeira (1995):
PERÍODOS DA LITERATURA MOÇAMBICANA

“a) produção de textos e sua publicação nas condições


adversas do ghetto, na herança de um nacionalismo
resultante da tendência para incorporar-se no pan
africanismo, absorvendo a experiência neorrealista e
negritudinista, e que passava pelos nomes de José
Craveirinha, Orlando Mendes, Rui Nogar, Luís
Bernardo Howana.”

(LARANJEIRA, 1995, p. 290)


PERÍODOS DA LITERATURA MOÇAMBICANA

“b) produção de textos e sua publicação nas mesmas


condições de ghetto, todavia inseridos na herança
fundamentalmente lusófona e anglófona, mas também
francófona, tendo como padrão estético o conjunto
das grandes obras universais (desde a Antiguidade
Clássica) (...)”

(LARANJEIRA, 1995, p. 290)


PERÍODOS DA LITERATURA MOÇAMBICANA

“c) produção de textos e sua publicação em completa


liberdade incondicional, fora de Portugal e das
colônias, de temática guerrilheira, sobretudo, ou quase
só, de poesia” (LARANJEIRA, 1995, p. 290)

Em 1971, surgem os Cadernos Caliban, que primam


pela qualidade dos autores.

Fonte: https://bit.ly/2RSVza7.
Acesso em: 12/11/2018.
PERÍODOS DA LITERATURA MOÇAMBICANA

4º PERÍODO:

Nos anos de 1960 e 1970, entram em cena muitos


escritores que saíram de Moçambique, antes ou
depois da independência, a maioria brancos, outros
mulatos.
ATIVIDADE
Levando em consideração as três vertentes
fundamentais no interior do 4º período da
literatura moçambicana, leia o trecho do poema
“Para uma moral”, de Marcelino dos Santos,
disponibilizado no material, e identifique a qual das
vertentes tratadas está ligada essa produção.
PERÍODOS DA LITERATURA MOÇAMBICANA
5º PERÍODO:

Em linhas gerais, pode-se dizer que esse é um período


de consolidação da literatura moçambicana. Após a
independência do país, em 1975, foram divulgados
textos dispersos, que tinham como temáticas a
exaltação da pátria, o culto aos heróis da luta pela
libertação nacional e outros temas relacionados à
independência.
PERÍODOS DA LITERATURA MOÇAMBICANA

5º PERÍODO:

Assim como em muitos países que conquistaram a


independência, havia monopólio e controle sobre as
publicações. Mas, havia publicações fora de
Moçambique.

.
PERÍODOS DA LITERATURA MOÇAMBICANA

5º PERÍODO:

Fora da literatura empenhada, surgiram novas


perspectivas literárias. Entre elas, a de Mia Couto, as
quais geraram polêmicas e discussões.

Disponível em: https://bit.ly/2EqOg6f.


Acesso em: 12/12/2018.
...estava instaurada uma aceitabilidade para a
livre criatividade da palavra, a abordagem de
temas tabus, como o da convivência de raças
e mistura de culturas, por vezes parecendo
antagônicas e carregadas de disputas
(indianos vs. negros ou brancos).”

(LARANJEIRA, 1995, p. 262)


MIA COUTRO
Mia couto estreou com um livro de poemas, Raiz de
orvalho (1983). Após isso, publicou dois livros de
contos, Vozes anoitecidas (1986) e Cada homem é uma
raça (1990). Em 1992, lançou seu primeiro romance,
Terra Sonâmbula.
Nas narrativas de Mia Couto é colocado em exposição,
confronto e análise as várias culturas e crenças do
homem moçambicano.
O humor tempera-as (as várias culturas e
crenças) com o sal do riso incômodo, mas
complacente, numa aceitação crítica e
compreensiva dos desatinos do mundo. E,
quanto a origens, raças, costumes, as estórias
nutrem-se de matéria diversificada, mais do
que qualquer outro país africano de língua
portuguesa”

(LARANJEIRA, 1995, p. 312)


MIA COUTO

Inicialmente, a obra de Mia Couto foi criticada por


“simular” a linguagem oral, a eloquência e a
ingenuidade do homem popular, numa língua
literária própria.
Segundo Craveirinha, Mia Couto constrói uma
espécie de mosaico étnico de Moçambique. No
entanto, não cai no exotismo ou no folclorismo.
Mia Couto faz ressaltar, no curto ‘texto de
abertura’ que precede Vozes anoitecidas, que
criou as estórias ‘sempre a partir de qualquer
coisa acontecida de verdade’, todavia
permanecendo consciente de que a escrita
transforma a realidade apreendida e produz
uma outra realidade ficcionada pela atividade
dupla ‘de contar e de inventar’”

(LARANJEIRA, 1995, p. 314)


Fonte: https://bit.ly/2zVYMyG.
Acesso em: 12/12/2018.
MIA COUTO

Pires Laranjeira (1995) argumenta que há quatro


componentes fundamentais, que aparecem
imbricados, na obra de Mia Couto:
1. A capacidade criativa e inventiva da
linguagem, em que há a exploração das
potencialidades estruturais da língua
portuguesa;
MIA COUTO

2. Certo realismo ao traçar ações e características,


fornecendo um quadro do social e do particular;
3. Presença do mágico/fantástico, do imaginário
ancestral;
4. “O humor, construído através da intriga, de
situações e acontecimentos, de personagens e seus
nomes, da narração, da linguagem, da enunciação”
(LARANJEIRA, 1995, p. 316).
ATIVIDADE
Leia o trecho do conto “O dia em que explodiu
Mabata-bata” (1987), de Mia Couto,
disponibilizado no material, e responda ao seguinte
questionamento: a linguagem trazida no conto está
diretamente ligada à representação da oralidade ou
o contista explora as potencialidades da língua?
Explique.
PARA CONCLUIR...
REFERÊNCIAS:
FERREIRA, Manoel. Literaturas Africanas de Expressão
Portuguesa. São Paulo: Ática, 1987.
LARANJEIRA, Pires. Literaturas Africanas de Expressão
Portuguesa, Lisboa: Universidade Aberta, 1995.
MANJATE, Rogério. Luiz Alberto Machado entrevista o escritor
Moçambicano Rogério Manjate. Disponível em:
<https://bit.ly/2QMw10P>. Acesso em: 12/12/2018.

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