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Constituição
A existência de uma produção de ópera corn
telnes e linguagem nacionais se insere num
movimento artístico mais amplo, ligado anres
de tudo à nacionalização da lirerarura.
Embora tírnido, prejudicado pela falência da
companhia ImperialAcademia de Música e
Opera, em I864, o rnovimento recebeu o
apoio do irnperad or e fazìa parre dos
objetivos do Conservatório de Música.
Após a morte de Francisco Manoel, o
Conservatório ganhou sede própria e
manteve o seu prestígio, rendo forrnado
importanres músicos colrro Henrique Alves
Mesquita, Carlos Severiano Cavallier
Darbillv e Augusto Paulo Duque Esrrada
Meyer, além de Carlos Gomes. No final do
século XIX, já no período republicano,
passou a denomin ar-se Instituto National de
Músira e incorporou o inreresse ne pesquis;r
sobre a hisrória musical do Brasil e seu
folclore.
Se o maior investimento na criação de uma
música tida como brasileira perrence ao
início do período republicano, deve-se
registrar que os compositores eruditos
preocupados com esta questão - Leopoldo
Miguez Henrique Oswald, Alberro
Nepomuceno, Brasílio Itiberê da Cunha e
Alexandre Levy - formaram-se no ambiente
cultural do Irnpério e tir errm suas
trajetórias de algurna forrna ligadas à hisrória
do Conservarório no Brasil. (MA)
E* Remeter
Academia Imperial de Belas-Arres, Arres, Hinos,
José Maurício, Nação
$* ReJerências Bibliográficas
ANDRADE, A. Francisco Manocl da Silva e seu tempo.
Rio de Janeiro, Ternpo Brasileiro, 1967,2 v.;
PAOLA, A. Q. de & GONSALEZ, H. B. Escola de
Músiru da LTniversidade Federal do Rio de Janeiro, História
t Arquitetura. Rio de Janeiro, UFRJ, t998.
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ë,+ Constituição
Outorgada por D. Pedro I no início de t 824, a
Constituição Imperial ficou em vigor durante
todo o período imperial, aré ser subsrituída, em
I 89I, pela primeira consrituição republicana.
Combinando idéias das consciruições francesa
(tZgt) e espanhola (I8I2), a Consriruição de
I 824 estabeleceu as bases da estrurura política
e
do funcionamenro do Império brasileiro e de
suas principais instiruições, como a adoção
da forma de governo monárquica, hereditária
e constitucional, a divisão político-
administrativa do terrirório em províncias
e a separação do poder polírico em quarro
instâncias - Poder E,xecurivo, exercido pelo
imperador e seus ministros de Estado; Poder
Legislativo, composro por senadores e
deputados gerais e provinciais; Poder
Judiciário, formado pelos juízes e tribr,rneis,
dos quais o de mais aho grau era o Supremo
Tribunal de Justiça; e Poder Moderador,
"cheve-mestra de toda a organização
política", exercido pelo imperador -, além da
instituição do catolicisrrÌo como religião
oficial regulada pelo Anrigo Regime de
padroado, que, no enral-ìto, não proibia o
exercício privado de outras religiões, corÍìo o
protestantismo e o judaísmo - consideradas
heresias no período colonial, ao menos aré
meados do século XVIII.
Convocado no próprio decreto de dissolução
da Assembléia Constituinre de t 8z l, o
grupo que elaborou a Consrituição era
presidido por D. Pedro I e composto pelo
Conselho de Estado, formado por seis
ministros e mais quatro membros, todos
brasileiros natos. A primeira versão foi
publicada em dezembro de I 8z) e seguiu
para rs câmaras rnunicipeis píìra que
apresentassem observações a seu conteúdo,
mas quase nenhuma as fez. De faro, apesar da
instituição do Poder Moderador, que dotou
o [exto constitucional de características
cer-rtralizadores e absolutistas, a Consrituição
jurada en 25 de março de t8Z4 na caredral do
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Rio tinha mutto em comum com o
de Janeiro
projeto anterior, e exemplo dos títulos relativos
a direitos individuais, civis e políticos,
definidos nos I 5 parágrafos do artigo I /!,
abrangendo todas as liberdades posreriormente
enumeradas pelas constituições republicanas,
sendo que também a religiosa doravante não
sofreria qualquer tipo de restrição. Apesar de
reconhecer os direitos civis de todos os
cidadãos brasileiros, estes foram
diferenciados do ponto de vista dos direitos
políticos, por meio de critérios censitários
para definir quem seria cidadão passivo,
cidadão âtivo votance e cidadão âtivo eleitor
e elegível.
Mesmo assim, diferenças essenciais foram
introduzidas: a Constituição de t821
considerou colrÌo brasileiros todos os
portugueses que tivessem Permanecido no
país após a Independência e que tivessem
aderido à "causa do Brasil", ao contrário do
projeto de t821, que excluía os Portugueses
da cidadania brasileira. Além disso, carnbérn à
diferença do texto da Assernbléia
Cor-rstituinte, que previa a fulura
"emancipação lenta dos t'tegros" e reconhecia
os "contratos entre senhores e escrauos", a
Constituição de I 824 fez apenas duas
menções - indiretas - à existência da
escravidão no país. A primeira quan[o ao
estabelecirnento do nascimento no Brasil
como cricério de cidadania, "quer sejam
ingênuos Inascidos livres] ou libertos" -
e nesse ponto a versão outorgada instituiu
importante diferença er-r'r relação ao projeto,
no qual se fixou que seriam brasileiros
apenas os homerts livres nascidos no país;
a outra menção residiu na definição dos
eleitores, frisando que não poderiam ser
libertos, mesmo se atendessem às exigências
de renda mínirna.
A forma corÌo a Constituição foi colocada
em vigor, inclusive conr o levanlatnento de
suspeiras contrâ codos os que se negasseffÌ a
jurá-la publicarnente ou deixassem de gritar
vivas ern sua comemoração, desencadeou
grande oposição ao reinado de D' Pedro I,
c0roaçao
principalmente nes províncias do norte e
nordeste, onde o descontenteffÌento com o
projeto centralizador do Império era maior.
Mesmo assim, salvo rnodificações realizadas
durante a Regência - através do Ato
Adicional de I8 )4, reformulado
posteriormente na Lei de Interpretação do
Ato Adicional de I8,+o - e de mudanças
introduzidas no processo eleitoral ao longo
do Império, a Constituição de 1824
âtrâvessou o Império sem grandes alterações
fundamentais. (KG)
3q4 Remeter
Antônio Carlos de Andrada, Assernbléia
Constiruinte, Ato Adicional de I814, D. Pedro I,
Conselho de Estado, Cidadania, Confederação do
Equador, Eleições, Poder Moderador
ça* ReJerôncias Bibliográficas
BUENO, J. A. P. Direito público brasileiro e análise da
Constituição do Impírio.Ministério da Justiça e
Negócios lnteriores, 1958; CARVALHO, ]. M.
de. Cidadania no Brasil - o longo caminbo. Rio de
Janeiro, Civilização Brasileira, 2oOI; COSTA, E.
V. da. Da Monarquia à República - moffientos decisivos.
't'ed. São Paulo, Brasiliense, 1987; MATTOS, H.
Esrravidao e ddadania no Brasil monárquico. Rio de
Janeiro, Jorge Zahar, 2ooo.
ë*r Coroação
Segundo Luís Gonçalves dos Santos,
conhecido como padre Perereca e o principal
cronista do período, a aclarnação de
D. João VI, como rei de Portugal, do Brasil
e dos Algarves, r-ìo Rio de Janeiro, em 6 de
fevereiro de I 8l 8. crusou um imprcto
exrraordinário, pois significou "a exaltação ao
trono do primeiro soberano que cingiu a
coroa no Novo Mundo".
A cerimônia seguiu o modelo ern uso pelos
reis da dinastia de Bragança. Iniciada pela
manhã, corn rnissa na Real Capela, a função
prosseguiu à tarde, acompanhada de todas as