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Hipnose - Reprogramação Mental

Hipnose é uma super concentração da mente. Normalmente a mente se ocupa de vários


estímulos ao mesmo tempo; no estado de hipnose, a concentração se dá apenas em uma
única coisa, mas em um grau mais elevado do que o estado comum. Van Pelt (1949) 

Na vigília, a mente objetiva domina e, durante a hipnose, induz-se a mente objetiva do paciente
a retroceder, deixando-se predominar a mente subjetiva (chamado também de Inconsciente –
local onde ficam guardados os arquivos mentais de vidas passadas e as emoções).

Morris afirma que a hipnose é um estado de consciência no qual você fica mais receptivo às
sugestões, dessa maneira é possível fazer as reprogramações mentais.

Com a hipnose tem-se  acesso ao inconsciente do paciente, podendo fazer viagens de


regressões (ao passado ou mesmo a outras vidas), vivências (viagens ao futuro) e sugestões
de vários tipos com finalidade terapêutica (acabar com fobias, traumas, vícios, para controle de
peso, melhora de rendimento escolar, aumento da concentração, para ficar tranqüilo em provas
e outras  reprogramações mentais).

DURANTE A HIPNOSE VOU FICAR INCONSCIENTE?

Existem dois estágios da hipnose: o estágio inconsciente  ou hipnose profunda (utilizada quase
sempre em apresentações) e o estágio consciente  ou  hipnose leve (preferencialmente
utilizado na terapia), onde o paciente fica alerta a tudo o que está ocorrendo, inclusive
decidindo o que quer ou não fazer.

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DURANTE A HIPNOSE ESTAREI SEGURO?

Utilizamos um sistema permanente de gravação em vídeo e som e, sempre que possível,


solicitamos aos pacientes para fazerem a sessão de hipnose com um acompanhante.

APÓS A SESSÃO DE HIPNOSE VOU LEMBRAR DE TUDO?

Sim, mas mesmo assim as sessões são gravadas  e serão disponibilizadas para que o
paciente as ouça em casa.

COMO FUNCIONA A TERAPIA COM HIPNOSE PARA PROVAS E VESTIBULARES?

É feita uma entrevista completa com o candidato, onde é relatado todo o desempenho escolar,
sua capacidade de concentração, matérias em que tem mais dificuldades, se fica nervoso  na
hora das provas ou simulados, a maneira como estuda,  o local de estudo, o tempo de estudo,
se tem dificuldades para decorar, as emoções relacionadas ao estudo,  o grau de motivação
para a prova, etc. Após a avaliação, é feito um programa de trabalho em várias sessões de
hipnose, onde será feita  uma reprogramação mental, mudando as atitudes que tinha
anteriormente. Como a hipnose tem acesso direto ao inconsciente, é possível fazer todas
essas modificações, transformando a pessoa num forte candidato, pronto para conseguir a
aprovação no tão sonhado concurso ou vestibular. Essa técnica de Reprogramação Mental já é
utilizada com excelentes resultados em atletas e os trabalhos de pesquisa já mostram
resultados surpreendentes também no que diz respeito a provas escritas ou orais.

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COMO A HIPNOSE PODE AJUDAR A PERDER PESO?

Com a hipnose, podemos fazer sugestões que aumentarão a motivação, modificarão os


hábitos alimentares e reprogramarão a mente para comer apenas alimentos saudáveis e que
estejam incluídos no programa de dieta alimentar escolhido pela Nutricionista da paciente. É
feita uma reprogramação na mente do paciente e  ele deixará de gostar(momentaneamente) de
doces, massas,  gorduras e outros alimentos calóricos. Como a hipnose tem acesso ao
inconsciente (onde estão armazenadas as emoções), tira-se o prazer de comer determinados
alimentos (depois do tratamento, se o paciente quiser, voltamos a reprogramar a mente  para
que  volte a sentir prazer com  os alimentos que foram proibidos durante a dieta).

Pode ser feita ainda uma reprogramação para que tenha mais disposição para exercícios
físicos, o que ajudará bastante a perder peso.

O TRIUNFO DA HIPNOSE – REVISTA ISTO É http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2018/arti


go94893-1.htm

HIPNOSE NA CURA DE FOBIAS  - REVISTA VEJA- http://veja.abril.com.br/051103/p_100.ht


ml

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HIPNOSE E MEMORIZAÇÃO -  REVISTA VEJA - http://veja.abril.com.br/080999/p_086.html

COMO FUNCIONA A HIPNOSE – REVISTA SUPERINTERESSANTE - http://super.abril.com.


br/superarquivo/1998/conteudo_61622.shtml

HIPNOSE PARA EMAGRECER – REVISTA CLAUDIA - http://claudia.abril.com.br/materias/21


05/

HIPNOSE AJUDA A AUMENTAR A CONCENTRAÇÃO – REVISTA CLAUDIA http://saude.abr


il.com.br/edicoes/0263/medicina/conteudo_88087.shtml

 REPROGRAMAÇÃO DO CÉREBRO ATRAVÉS DA HIPNOSE PARA PERDER PESO –


REVISTA BOA FORMA -   http://boaforma.abril.com.br/edicoes/213/fechado/viva_melhor/conte
udo_203.shtml

HIPNOSE PARA PERDER PESO – REVISTA BOA FORMA  http://boaforma.abril.com.br/edic

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oes/213/fechado/viva_melhor/conteudo_203.shtmlREVISTA

 REGRESSÃO A VIDAS PASSADAS – REVISTA ISTO É http://www.terra.com.br/istoe/edicoe


s/2003/artigo75462-1.htm

A medicina aprova a hipnose

Hospitais do Brasil e do Exterior usam o método no tratamento de sintomas de doenças como


câncer, asma ou insôniaPor CILENE PEREIRA E MÔNICA TARANTINO

Alívio para a TPM

Os sintomas da tensão pré-menstrual levaram a promotora de eventos Luciene Costa, 40 anos,


a buscar a ajuda do médico hipniatra Osmar Colás, da Universidade Federal de São Paulo. "A
tristeza, as dores no corpo e a irritabilidade sumiram depois de duas sessões", conta.
Passaram-se oito anos até que, no mês passado, Luciene procurou de novo o médico para
aliviar dores no estômago. "Fiz exames e nada grave apareceu. Era ansiedade, que a hipnose
fez desaparecer de novo", diz Luciene.

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Primeiro foi a acupuntura. Agora, é a vez de a hipnose ser finalmente reconhecida e adotada
pela medicina. O método começa a figurar entre o arsenal de recursos oferecidos por
instituições de renome no mundo todo. É usado, por exemplo, no Memorial Sloan- Kettering
Cancer Center e no M. D. Anderson Cancer Center, dois dos mais importantes centros de
tratamento e pesquisa da doença, para diminuir efeitos colaterais da quimioterapia, como a
fadiga e a dor. Também é utilizada no Hospital de Liège, na Bélgica, como opção de analgesia.
No Brasil não é diferente. Já faz parte da rotina de serviços de primeira grandeza como o
Hospital A. C. Camargo, de São Paulo, especializado na luta contra o câncer, e ganhou espaço
no Hospital das Clínicas de São Paulo (HC/SP), a instituição que serve de escola para os
estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). As indicações
também são amplas.

Só para citar algumas, além do câncer: dor crônica, transtorno do pânico, asma, tensão
pré-menstrual, enxaqueca, analgesia em procedimentos dentários, alergias, problemas
digestivos de fundo nervoso, fobias e insônia.

Esta entrada definitiva da hipnose pela porta da frente da medicina não ocorreu por acaso. O
movimento está sustentado por uma gama de estudos comprovando sua eficácia nas mais
variadas enfermidades. Um dos mais recentes foi conduzido na Universidade de Stanford, nos
Estados Unidos, e provou que o método pode ser usado com sucesso no diagnóstico de
crianças com epilepsia. Os cientistas queriam saber se as oito participantes tinham mesmo
crises da doença ou manifestavam os sintomas - muito parecidos com os provocados pela
enfermidade - por causa de outros fatores, como stress profundo. Eles levaram as crianças a
um estado hipnótico e as fizeram imaginar que estavam tendo uma crise. Enquanto isso, elas
eram monitoradas por aparelhos de exame de imagem. Em todas, as áreas ativadas durante o
transe não foram as tradicionalmente associadas à epilepsia. A conclusão foi a de que as
crianças de fato não tinham a doença. Agora, os cientistas querem ensinar os pequenos a
evitar as crises usando a hipnose.

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Outro trabalho de resultado expressivo foi apresentado no congresso do Colégio Americano de


Pneumologia, realizado no final do ano passado nos Estados Unidos. Coordenado por médicos
do Massachusetts General Hospital, o estudo revelou que pacientes hospitalizados com
doenças cardíacas submetidos a apenas uma sessão de hipnose tinham maiores chances de
vencer a luta contra o tabagismo após seis meses do que aqueles que usavam adesivos para
repor a nicotina. "Constatamos que a hipnoterapia está entre as melhores opções terapêuticas
contra o cigarro", afirmou Faysal Hasan, líder do trabalho. No Beth Israel Deaconess Medical
Center e na Faculdade de Medicina de Harvard (EUA), pesquisadores constataram que a
técnica tornou mais confortável e menos dolorosa a realização de biópsia de nódulos de mama.
"A hipnose ajuda muito a diminuir o stress das mulheres que precisam passar por essa
experiência", disse Elvira Lang, professora de radiologia de Harvard. No Brasil, as pesquisas
sobre os possíveis benefícios também começam a proliferar. Na Faculdade de Medicina da
USP, campus de Ribeirão Preto, os médicos verificaram seu efeito como terapia auxiliar contra
a dor de cabeça persistente. "Os resultados foram muito promissores. A hipnose pode ser um
tratamento coadjuvante nesses casos", afirma o neurologista José Geraldo Speciali, professor
do departamento de neurologia da universidade.

Descanso merecido contra a INSÔNIA

O stress do cotidiano roubava o sono do professor André Alípio, de São Paulo, havia seis
meses. Nas noites em claro, pensava nas tarefas do dia seguinte e lutava contra medos
comuns aos habitantes de grandes cidades, como a violência ou de não dar conta das
exigências profissionais. Após dez sessões, feitas com o dentista hipnólogo Mohamad Bazzi
(na foto acima), fez as pazes com o travesseiro. "Voltei a ter mais autoconfiança. Aos poucos,
aprendi a ficar mais relaxado e agora consigo dormir bem", conta.

        Conclusões como essas estão motivando investigações mais profundas sobre os


mecanismos pelos quais o método produz resultados. A explicação mais plausível obtida até
agora é a de que a hipnose provoca modificações profundas no funcionamento do cérebro,
alterações essas documentadas por exames de imagem precisos e sofisticados. Os achados
derrubam por terra, de vez, a associação equivocada da técnica com algo místico, esotérico.
Não é nada disso. Hoje, o conceito médico de hipnose é claro: trata-se de um estado alterado
de consciência induzido por profissionais capacitados. Nesse estado, há mudanças nos
padrões das ondas cerebrais e várias estruturas do órgão são ativadas com maior intensidade,

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em especial as relacionadas à memória e às emoções.

O objetivo é atingir um nível máximo de atenção para extrair da mente o que for preciso para
ajudar no tratamento, aproveitando que as condições cerebrais obtidas deixam o paciente com
maior abertura para ser sugestionado. "A pessoa desvia a atenção dos estímulos externos e a
crítica diminui. Ela passa a entender e aceitar melhor as sugestões dadas pelo hipnólogo",
explica o médico Osmar Colás, coordenador do grupo de estudos de hipnose do departamento
de psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Um trabalho muito
interessante comprovou quanto os indivíduos de fato ficam abertos à sugestão, chegando a
enganar o próprio cérebro nesse processo. O neuropsicólogo Stephen Kosslyn, da
Universidade de Harvard, induziu voluntários hipnotizados a enxergarem cor em um painel
totalmente cinza. Nos exames de imagem, verificou que as áreas cerebrais ativadas foram
exatamente as acionadas para a percepção de cores variadas. "Isso prova que o cérebro se
comporta de acordo com as sugestões", afirmou o cientista à ISTOÉ.

Um exemplo prático desse processo pode ser visto nos passos tomados para o tratamento da
dor. "É preciso fazer com que o paciente saia do foco da dor. Por meio da hipnose, ele deve
ser levado a se concentrar em estímulos de relaxamento e sensações prazerosas, fazendo
com que se esqueça o máximo possível da sensação de desconforto", explica a psiquiatra
Célia Lídia Costa, do Hospital A. C. Camargo. Mas essa não é a única possibilidade. "Pode-se
modificar a percepção de uma dor intensa para uma sensação de peso ou formigamento ou
reduzir o tamanho da área dolorida para apenas uma parte", diz o clínico e psicoterapeuta João
Figueiró, do Centro Multidisciplinar de Dor do HC/SP. De acordo com David Spiegel,
pesquisador do Instituto de Neurociência da Universidade de Stanford, a alteração no
entendimento do que ocorre também traz outro benefício, além de maior conforto: "O método
reduz a ansiedade que normalmente acompanha os episódios de dor", afirmou o cientista à
ISTOÉ. Um alerta importante: os profissionais sérios jamais tratam dores cujas causas não
tenham sido identificadas.

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Tratamento da ENXAQUECA

As crises de enxaqueca da estudante paulista Jéssica Ramalho, 16 anos, começaram aos seis
anos de idade. Desde então, ela fez muitos exames, tentou vários tratamentos e tomou
remédios, mas não teve sucesso. No ano passado, sua mãe, Luciene, a mandou ao consultório
de Osmar Colás. "Agora só tenho enxaqueca de vez em quando. E já recebi sugestões para
aliviar a dor até pelo telefone", diz a jovem.

Contra as fobias, o mecanismo de mudança do entendimento é o mesmo. "Se a pessoa tem


medo de avião, peço que se visualize em um aeroporto entrando na aeronave. Ela vivenciará
esse momento de forma nítida e sem medo", diz o psicólogo José Roberto Leite, da Unifesp.
No caso de sua aplicação para tratar o stress pós-traumático, o objetivo é ajudar o indivíduo a
modificar sua visão do evento responsável pelo trauma - um assalto, por exemplo.
"Procuramos dar um novo significado ao que aconteceu, para que a sensação de medo ou
ansiedade associada ao fato não apareça mais", explica o médico Luiz Carlos Motta,
presidente da Sociedade Brasileira de Hipnose e Hipniatria. O treinamento constante permite
que o indivíduo aprenda a se autohipnotizar nos momentos necessários para superar as
situações desencadeantes dos problemas.

ATENÇÃO Há muitas maneiras de indução à hipnose. Uma delas é focar o olhar em um ponto
antes de entrar em relaxamento

O momento atual da hipnose marca uma virada importante para uma ferramenta cuja história
foi pontuada por altos e baixos. Um dos primeiros registros de sua utilização é na Antigüidade,
pelos egípcios. No entanto, o olhar mais científico só começou no século 18, com pesquisas
feitas pelo médico austríaco Franz Mesmer. No século seguinte, o inglês James Braid definiu o
transe como um "estado de sono do sistema nervoso". Por isso, cunhou o termo hipnose, que
vem do grego Hypnos, o deus do sono. Posteriormente, porém, Braid se arrependeu da criação
ao verificar que hipnose e sono são coisas diferentes. No século XX, o austríaco Sigmund
Freud, o criador da psicanálise, usou o recurso no tratamento da histeria, mas o abandonou. O
resgate da técnica só veio anos depois, na Primeira Guerra Mundial, como opção de analgesia
durante cirurgias realizadas nos campos de batalha.

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Controle do TRANSTORNO DO PÂNICO

A bancária Vera Bonilla, 44 anos, rendeu-se à hipnose para ajudar no controle das crises de
transtorno do pânico que sofria quando ainda morava em São Paulo. Depois que se mudou
para o Rio de Janeiro, parou o tratamento até achar a psicóloga hipnoterapeuta Miriam Farias,
que usa o método. "Antes, pensava que ia morrer quando estava só em casa. Agora, eu me
sinto tão bem que até tomo menos remédio", diz Vera.

Durante todos esses anos, entretanto, charlatões se apropriaram do método e o usaram como
um rentável atrativo para shows em circos e programas de televisão. Infelizmente, para muita
gente essa ainda é a idéia de hipnose. No entanto, basta conhecer um profissional sério e que
usa a técnica com finalidade médica para esquecer a imagem caricata de um hipnotizador de
aparência exótica, capaz de transformar seu paciente em um zumbi. Primeiro porque o pêndulo
deixou de ser o instrumento preferido da maioria dos médicos. Hoje, grande parte das induções
é feita por meio de relaxamento dirigido por palavras ou toque em pontos específicos da face,
entre outras técnicas (usam-se ainda, é verdade, recursos como um pingente de cristal, nos
casos em que o paciente responde bem a estímulos visuais). Outro equívoco é imaginar que
qualquer um pode ser hipnotizado de uma hora para outra, mesmo contra sua vontade.
"Pessoas muito sensíveis podem entrar no estado hipnótico sem perceber, mas é raro.
Normalmente, quem não quer, resiste, e não entra em transe. Além disso, aquele que deseja
sair do estado hipnótico pode demorar um pouco, mas consegue", diz o médico Colás.

    3/7/2008   

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Visão hipnótica

Por Ivonete D. Lucírio e Lúcia Helena de Oliveira

Pela primeira vez, neurologistas conseguiram enxergar um cérebro hipnotizado. Graças a


exames que registram as áreas cerebrais ativadas durante o transe, o mistério da hipnose
começa a ser decifrado.

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O assunto sempre gerou controvérsia. Tem gente que acha a hipnose um jogo teatral. O
hipnotizado fingiria sensações que seu cérebro não sente, querendo se iludir, mas, no fundo,
no fundo, sabendo da farsa. E tem gente que vê na hipnose um estado neurológico especial.
Nele, o cérebro focaria a atenção no assunto sugerido pelo hipnotizador, sem dar bola para
outras informações registradas naquele momento. Ok, tudo continuaria não passando de
ilusão. Mas com uma enorme diferença: o cérebro é que seria iludido, sentindo de fato o que o
hipnotizador lhe sugerisse. Seria possível até ver o cérebro sendo enganado. Aliás é
exatamente isso o que está fazendo um grupo de cientistas americanos — eles entraram de
cabeça na hipnose para desvendar seus mistérios e acabar com a polêmica.

Os resultados preliminares desse estudo, ao qual a SUPER teve acesso em primeira mão, são
espantosos. Dezesseis voluntários observaram imagens em cores na tela de um computador.
Depois de hipnotizados, eles foram levados a acreditar que a mesma figura colorida, vista outra
vez no monitor, era toda cinza. Nesse instante, o cérebro ativou uma região que inibe a visão
das cores (veja como foi a experiência no infográfico da página 42). Ou seja, sem nenhuma
possibilidade de farsa, o cérebro passou a ver em preto e branco. Mais tarde, os mesmos
voluntários foram induzidos a ver cores em imagens onde elas não existiam. E, outra vez,
bingo! Os resultados confirmaram que o cérebro estava mesmo "vendo" colorido.

Você está vendo esta ilustração? Então seu cérebro está exatamente como ela. A mancha
avermelhada mostra a região ativada enquanto alguém olha uma imagem colorida.

Mas se você estivesse hipnotizado, seu cérebro poderia estar assim. A mancha avermelhada
indica a área cerebral que inibe a visão das cores. Em outras palavras, o hipnotizador poderia
convencê-lo de que a SUPER é uma revista em preto e branco.

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Olhos fechados, mente atenta e concentrada

"A gente ainda não conhece os detalhes do processo, mas o quadro está cada vez mais claro",
disse à SUPER o americano Stephen Kosslyn, psicólogo e neurologista da Universidade
Harvard, um dos coordenadores da experiência, que também contou com psiquiatras da
Universidade Stanford, radiologistas do Hospital Geral de Massachusetts, em Boston, além de
neurologistas do Memorial Hospital, de Nova York. Para esse time da pesada mergulhar na
hipnose, um equipamento foi fundamental: o PET, que mostra com precisão quais regiões
cerebrais estão sendo ativadas a cada momento.

Há pouco mais de dois anos, o PET passou a ser usado para a investigação da hipnose.
Kosslyn explica: "Exames mais antigos, como o do eletroencefalograma, poderiam até mostrar
a região da visão sendo ativada como um todo, mas não informariam se o indivíduo estaria
enxergando colorido ou em preto o branco aquilo que afirmasse enxergar". Segundo o
psiquiatra David Spiegel, da Universidade Stanford, o PET também confirmou outro ponto
importante: "Os centros ligados à atenção permanecem ativos".

Nessa tecla, o fisiologista italiano Giancarlo Carli já vem batendo há mais de uma década,
apesar de a palavra hipnose, criada no final do século XIX, ser derivada de Hypnos, o deus
grego do sono. "A hipnose é um estado de vigília. Ela nada tem a ver com adormecer", afirma
ele, que é considerado um dos maiores especialistas mundiais no assunto. "O próprio
eletroencefalograma já indicava isso ao registrar as ondas cerebrais. Durante o sono, há ondas
bastante típicas, que nunca aparecem nos hipnotizados. Mesmo aqueles que chegam ao grau
mais profundo da hipnose (veja o quadro à esquerda) apresentam ondas cerebrais de quem
está acordado."

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Se os cientistas entendem melhor o que é a hipnose, eles pouco sabem sobre a trajetória que
leva o cérebro a esse estado. Há indícios de que uma estrutura cerebral semelhante a uma
rede, chamada formação reticular, funciona como elo entre a voz do hipnotizador e a massa
cinzenta do hipnotizado. "A formação reticular controla a vigília e o sono e ainda seleciona em
que informações devemos nos concentrar", explica o psiquiatra Fernando Portela Câmara, da
Universidade Federal do Rio de Janeiro.

A tese mais aceita é a de que as palavras do hipnotizador, processadas pelo nervo auditivo,
alcançam a ponta dessa rede, na base do cérebro, e se espalham por toda a massa cinzenta.
Por se tratar de estímulos repetitivos (veja o quadro à direita), quando eles chegam no lobo
frontal, região atrás da testa, concentram a atenção do paciente em um único foco, inibindo
tudo o que está ao redor.

Para saber mais Hipnose, Considerações Atuais, Antonio Carlos Moraes Passos e Isabel


Marcondes, Editora Atheneu, São Paulo, 1998.

O Que É Hipnotismo, Osmar de Andrade Faria, Editora Brasiliense, São Paulo, 1985.Um falso
arco-íris

Este é o mapa cerebral de indivíduos não hipnotizados, enxergando cores de verdade.

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Hipnotizados, os voluntários da experiência americana tinham de olhar para uma figura em


preto e branco, enquanto o hipnotizador dizia que ali havia cor. O PET, iniciais em inglês para
tomografia por emissão de pósitrons, exame que aponta as áreas cerebrais ativadas, mostrou
que na região da visão, próxima da nuca, de repente se acendeu a área responsável pela visão
de cores.

Isto é ficar bem acordado

O hipnotizado parece adormecido, mas a área cerebral da atenção é acionada, como se o


paciente estivesse em vigília.

Paisagem descolorida

Se eles não estivessem hipnotizados e vissem uma figura em preto e branco, o cérebro dos
voluntários não apresentaria áreas ativadas. Afinal, o nervo óptico não levaria à massa cinzenta
informação de cor.

Ainda hipnotizados, os voluntários olharam uma figura colorida, mas desta vez foram induzidos
a acreditar que ela era toda em tons de cinza. O PET indicou que a área responsável pelas
cores permaneceu desligada. Em compensação, a chamada área lingual foi acionada. Ela é

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capaz de inibir informações sensoriais, como os estímulos visuais provocados pela cor.

E dormir é assim

Se o indivíduo estivesse em um estado próximo do sono, o que não ocorre na hipnose, o mapa
cerebral seria completamente diferente, com outras áreas ativadas.

Qualquer um pode ser hipnotizado. "Mas ninguém entra em transe contra a vontade, mesmo
que o hipnotizador queira", conta o psiquiatra Antonio Carlos de Moraes Passos, professor
emérito da Universidade Federal de São Paulo. No entanto, mesmo querendo muito, só 10%
dos indivíduos alcançam o nível mais profundo da hipnose. Sim, porque ela se divide em cinco
graus. O primeiro é um relaxamento profundo. No segundo, o relaxamento é mais intenso, só
que ele vai para o espaço se o sujeito abre os olhos no meio da sessão. No terceiro estágio, os
pacientes podem deixar de sentir dor. Somente 25% das pessoas chegam ao quarto estágio,
quando podem até conversar e abrir os olhos. No quinto e último estágio, se o processso não
for conduzido por um terapeuta responsável, o indivíduo poderá ter alucinações.

Durante a sessão, o paciente deve ficar em uma posição bem confortável. Para deixá-lo em
transe, é preciso repetir um estímulo. No passado, os terapeutas usavam estímulos visuais,
como um pêndulo balançando. Hoje os especialistas consideram sons repetitivos, como o
tique-taque de um relógio, mais eficientes. A maioria usa a própria voz, falando frases ou
palavras sem parar, em um tom monótono. O ritmo indicado é o dos batimentos cardíacos. "O
resultado é melhor quando a gente pronuncia palavras associadas a relaxamento, ‘sono’, por
exemplo", diz o psicoterapeuta Carlos Laganá, presidente da Sociedade Brasileira de Hipnose.
Uma sessão completa não ultrapassa meia hora. "Mas é impossível prever a duração de um
tratamento baseado em hipnose", esclarece Laganá. "Pode levar meses ou anos." Sem estar

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hipnotizado

Um cérebro esgotado

Em situações de stress, diminuem os níveis de serotonina, um neurotransmissor ligado à


sensação de bem-estar. Em compensação, cresce a quantidade de cortisol e outros hormônios
relacionados ao nervosismo e isso pode aumentar a sensibilidade à dor.

Guerra ao amigo

Existem doenças que são auto-imunes, como a artrite, a inflamação nas articulações. Nelas, as
defesas perdem o controle e atacam o próprio corpo.

Defesas barradas

O cortisol, uma das substâncias do estresse, é parente da cortisona, remédio capaz de frear
células envolvidas na inflamação, que é uma estratégia de defesa do corpo. Tomar
antiinflamatório é bom quando a reação do organismo é exagerada. Mas o cortisol trava a
defesa mesmo quando ela é necessária.

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Quando está hipnotizado

Longe dos problemas

A hipnose provoca um extremo relaxamento e isso diminui a dor por dois caminhos. Primeiro,
crescem os níveis do neurotransmissor serotonina. Ele vai se concentrar nas áreas cerebrais
encarregadas de processar as mensagens químicas da dor, atenuando a sua intensidade.
Além disso, diminui o cortisol do stress, que poderia intensificar os sinais dolorosos nos nervos
espalhados pelo corpo.

A turma do deixa-disso

O hipnotismo também estimularia a produção de moléculas chamadas de moduladores


imunológicos que, feito chaves, se ligam às células de defesa regulando a sua ação. Assim,
eles evitariam que as defesas comprassem briga contra tecidos do próprio corpo.

Livres para defender

As células imunológicas do sangue se tornariam mais eficientes sem o freio do cortisol, já que a
dosagem da substância despenca. Isso poderia explicar por que o hipnotismo tem ajudado no
tratamento de pacientes imunodeprimidos por causa do câncer ou da Aids.

Depois do trauma de um assalto ou de um estupro, é comum a vítima esquecer a cara do seu


agressor. Então a hipnose entra em cena para recobrar a memória. "Atendo cerca de sete

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casos por mês e quase 100% deles são resolvidos", diz o psicólogo Ruy Fernando Cruz
Sampaio, do Instituto de Criminalística de Curitiba, no Paraná. Ele aplica essa técnica há oito
anos e vai chefiar o Laboratório de Hipnose do instituto, que será inaugurado em breve.

A sessão de hipnose envolvendo episódios violentos demora até 3 horas. "A vítima pode dar
um retrato falado perfeito do bandido. Ou uma testemunha é capaz de recordar a chapa do
carro que atropelou alguém", exemplifica Sampaio. A hipnose só não deve ser usada na
confissão de crimonosos. Eles poderiam alegar inocência fingindo estar em transe.

No século XVIII, o médico alemão Franz Mesmer (1734-1815) usou a hipnose para curar
doenças. Ele achava que, provocando delírios e convulsões nos pacientes hipnotizados,
colocaria os fluidos do corpo em harmonia, banindo o mal. Mesmer, ainda que um charlatão
comprovado, acabou lançando as bases do hipnotismo científico. A hipnose, até então, era
apenas número de circo. O médico francês Jean-Martin Charcot (1825-1893) também usou a
técnica e foi imitado por seu discípulo, o psiquiatra austríaco Sigmund Freud (1856-1939),
fundador da Psicanálise. Mas tanto Freud quanto o seu mestre abandonaram a hipnose ao
notar que ela podia agravar os surtos psicóticos. E também porque a técnica era tão malvista
pelos médicos da época que seus trabalhos, embora sérios, acabavam caindo em descrédito.

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