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Cinema na praça: territórios sensíveis e narrativas do Cinema expandido na

cidade do Rio de Janeiro


Tatiane Mendes /UERJ1

Palavras-chave: Cinema Expandido; Cidade; Territórios Sensíveis

RESUMO

O trabalho visa investigar experiências de cinema para além da sala de projeção, que
acontecem em espaços coletivos da cidade do Rio de Janeiro. Através de um percurso
de observação participante, apresenta como corpus de observação os Coletivos
Projetação, Ciclo Cine e Cine Vila, iniciativas que envolvem projeções ao ar livre,
debates e intervenções artísticas. A hipótese provisória sustenta que as práticas
permitem outros modos de habitar a cidade, constituindo lugares simbólicos, na medida
em que geram vinculações sociais a partir da prática fílmica expandida, possibilitando a
ressignificação de espaços, a emergência de narrativas e a comunicação dos sujeitos.
Como suporte teórico-metodológico, utiliza-se os pressupostos da cartografia, segundo
Jesus Martín-Barbero e Herschmann & Fernandes(2014), para os quais a tarefa do
pesquisador seria desterritorializar olhares e conceitos.

Resumo Expandido

O trabalho intenciona analisar experiências de cinema para além da sala de


projeção, territórios sensíveis, nos pressupostos teóricos de Andréa França (2006), que
acontecem em espaços coletivos da cidade do Rio de Janeiro. Para isso, realiza um
percurso de observação participante, tendo como objeto de análise os Coletivos
Projetação2 , CicloCine3 e Cine Vila4, iniciativas que ocorrem com certa regularidade em
praças da cidade fluminense e envolvem projeções ao ar livre, debates e intervenções
artísticas. No caso do Projetação, as atividades tiveram início quando das manifestações

1
Doutoranda em Comunicação Social pelo PPGCOM-UERJ. Mestrado em Mídia e Cotidiano pela
Universidade Federal Fluminense. Pesquisadora do LACCOPS (Laboratório de Comunicação
Comunitária e Publicidade Social-UFF) e Pesquisadora do CAC-UERJ(Laboratório de Comunicação,
Arte e Cidade)
2
http://www.projetacao.org/.Acesso em 24/03/17
3
https://www.facebook.com/CiclocineRJ/info/?tab=page_info.Acesso em 14/03/17
4
https://www.facebook.com/cinevila/.Acesso em 24/03/17
de 2013 e tornaram-se um marco das chamadas jornadas de junho (Harvey, 2014).
Quanto ao Ciclocine, associa a projeção de filmes em praças a encontros de ciclistas,
cujo mote é a mobilidade urbana. O mais novo membro dos cinemas na rua, O Cine
Vila, existe desde abril/2016.Nos três casos, a narrativa fílmica é atravessada pela
metrópole (e vice-versa). Admite-se como hipótese que as práticas permitem outros
modos de habitar a cidade e vivenciar a experiência com o cinema, constituindo lugares
simbólicos, na medida em que possam gerar vinculações sociais a partir do sentimento
coletivo e da prática fílmica expandida. Mas expandida como? Dialoga-se com o ideário
de Gene Youngblood (1970) e Katia Maciel (2009) que, a seu tempo, pensaram um
cinema onde a narrativa fílmica se associa a diferentes dimensões estéticas e materiais.
Logo, ao adentrar a experiência realizada em locais de intensa mobilidade e circulação
de corpos, sons e imagens, busca-se investigar a construção de territorialidades, modos
de ver e ser em ambientes onde o cinema cotidianamente não está, caso das praças e
ruas da cidade. Sob a perspectiva de expansão, busca-se tensionar a ideia de cinema,
reforçando o viés de som e imagem inerente às narrativas fílmicas, caminhando em
consonância com Maciel e Rezende (2013) para observar potencialidades e limitações
nos objetos em questão. No cinema expandido, pensado não em contrariedade à ideia de
cineclubismo5, mas em complementação, a narrativa fílmica se associa a diferentes
dimensões, entre afetos e materialidades, sejam eles de “normalidade ou desvio,
territorialização ou desterritorialização” 6. Ainda em Maciel a ideia de expansão "alarga
as fronteiras do cinema, configurando-se em visões outras de mundo e experiências
sensíveis, que ocupam o espaço e propõem narrativas.
Como suporte teórico-metodológico, utiliza-se os pressupostos da cartografia,
segundo Jesus Martín-Barbero e Herschmann e Fernandes(2014), para os quais a tarefa
do pesquisador seria desconstruir os mapas existentes, desterritorializar olhares e
conceitos. O objetivo é analisar em que medida o cinema pode criar territórios que
possibilitam a ressignificação de espaços, a emergência de narrativas e a comunicação
dos sujeitos.

5
Em 1920, o cineasta e jornalista francês Luis Delluc criou o Journal du Cine-Club, cujo objetivo era
apoiar produções cinematográficas livres das pressões mercadológicas da indústria fílmica francesa.
Nascia assim o movimento cineclubista, que, anos depois, deixou de ser um espaço voltado apenas para a
estética e se tornou uma arena de engajamento político e de fomento à democratização do acesso à
cultura. (RANCIÈRE, 2012).

6
(Id.,Ibid.,p.10)
Referências bibliográficas

ARGAN, G. . Arte Moderna. tradução: Denise Batman e Federico Carotti-São Paulo:


Companhia das Letras. 1992
HARVEY, David. Cidades Rebeldes: Do Direito à Cidade à Revolução Urbana , São Paulo,
Martins Fontes, 2014
HERSCHMANN, Micael. ; FERNANDES, C. S. . Música nas ruas do Rio de Janeiro. 1. ed. São
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MACIEL, K. (Org.). Transcinemas. Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria, 2009
MARTÍN-BARBERO, Jesús. Ofício de Cartógrafo – Travessias latino-americanas da
comunicação na cultura. Tradução: Fidelina Gonzáles. Coleção Comunicação contemporânea 3,
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MARTINS, Andrea França. Terras e Fronteiras no cinema político contemporâneo. 1. ed. Rio
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_______________________ Cinema de Terras e Fronteiras.In:MASCARELLO, et al.História
do Cinema Mundial. 1. ed. São Paulo: Papirus, 2006
RANCIÈRE, Jacques. As distâncias do cinema. Trad. Estela dos Santos Abreu. Rio de
Janeiro:Plano de Ensino Campus de São Paulo.Contraponto, 2012.
REZENDE, R. ; M., K. . Poesia e Videoarte. 1. ed. Circuito, 2013.
YOUNGBLOOD, G.. Expanded Cinema. Nova Iorque: P. Dutton & Co., 1970.

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